Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA Na pura acepção do termo, não se pode considerar que os gregos tenham sido grandes juristas, tendo e vista que não buscaram sistematizar ou codificar suas instituições de Direito, ou então construir a ciência do Direito. Tinham uma compreensão que ia, além disso: entendiam que conhecer o Direito deveria fazer parte da educação de todo cidadão. Os pensadores gregos consideravam como principal fonte do direito o nomos, traduzido como lei, que tem a função de limitar o poder das autoridades. Os gregos fizeram poucas leis codificadas, sendo os costumes a forma mais comum do nomus. Referencia: Cidade-estado de Atenas Os cidadãos gregos governavam de forma direta, discutindo e influenciando nas decisões importantes para a sociedade grega, mesmo na esfera judiciária. A literatura júridica era umas das formas de instrução e prazer e as leis faziam parte da educação dos jovens, permitindo que o Direito fosse aprendido no cotidiano. Leis escritas: Lei de Dracon: Legislação mais antiga conhecida, datando o ano de 621 a.c. Conhecidas pela sua severidade, introduziram, através do primeiro código de Atenas, um importante principio do direito penal, estabelecendo a distinção entre os tipos de homicídios, fazendo a classificação entre homicídio voluntario (hoje, homicídio doloso), involuntário (hoje, homicídio culposo) e em legitima defesa. Seu principal mérito constituiu proporcionar normas determinadas e iguais para todos, constituindo o primeiro passo para diminuir os privilégios da aristocracia, o que na época provocava contínuos conflitos sociais, desordens e instabilidade politica. Entre 594 e 593 a.C, Solón, sob influencia do Direito egípcio, cria o Novo Código de Lei, alterando o que fora criado por Dracon, promovendo ampla reforma institucional, social e econômica influenciando o desenvolvimento do cidadãos de Atenas Foi instaurada a igualdade civil, suprimindo a propriedade coletiva dos clãs familiares e a servidão por dividas. E ainda, limitou o poder paternal, estabeleceu testamento e a adoção. Entre as principais mudanças estabelecidas pela reforma institucional promovida por Sólon, pode-se citar a criação do Tribunal de Heliaia, local onde qq pessoa poderia apelas a ideia de que a lei se encontrava acima do magistrado. Este Tribunal julgava todas as causas, tanto as públicas quanto as privadas, exceto crimes considerados de sangue. Os heliastas, membros do Tribunal de Heliaia, eram sorteados anualmente entre os atenienses (Hoje, conhecido como Tribunal do Júri) Entre os avanços dessa reformas, é instaurada uma democracia moderada em Atenas, permitindo que os cidadãos participassem ativamente nas assembleias e que a justiça estivesse na mão do povo e não no controle de operadores de direito. Tal mudança permitiu que o debate e a reflexão sobre o que é justo e oq é justiça fosse além da aplicação de normas codificadas. A boa retórica era algo fundamental para os cidadãos atenienses, não havia juízes, promotores ou advogados, apenas dois litigantes dirigindo-se a centenas de jurados. A advocacia era vista com maus olhos e o ideal era que todo cidadão tivesse imbuído em si o senso e o ideal de justiça, sendo capaz de fazer sua próprias defesas e se insurgindo contra qq ato ilícito com que se deparasse. Porém, havia os logógrafos, pessoas que redigiam discursos para as partes que atuavam no processo, naquilo que pode ser considerado com uma pratica da advocacia de forma bastante disciplinar. Na esfera do Direito Privado, os gregos pouco contribuíram para o Direito Moderno, porém na época clássica havia a previsão de direitos bastante individualistas, permitindo que os cidadoas dispusessem sobre seus bens. No campo do Direito Publico, é relevante a distinção entre lei substantiva e lei processual algo próximo da distinção atual entre Direito Material e Direito Processual. Há via tbm boa evolução do Direito processual grego, que possuía e distinguia árbitros públicos e privados. A arbitragem privada seria algo próximo ao que temos hoje no instituto da mediação. Já a arbitragem pública era utilizada nos estágios preliminares do processo de alguns tipos de ações legais. O arbitro que tinha como principal função a emissão de um julgamento, que poderia ser alvo de apelação. Tbm havia a distinção entre ação publica que poderia ser iniciado por qq cidadão que se considerasse lesado pelo estado e a ação privada, debate jurídico entre dois ou mais litigantes que reivindicavam direitos ou contestavam ações. O direito processual grego possuía características de destaque: Havia o direito popular de acusação e julgamento, a publicidade de todos os atos do processo, inclusive, o julgamento, prisão preventiva, liberdade provisória sob caução, procedimento oficial dos crimes políticos, etc. Já o sistema penal era fundado na acusação popular, quando se tratava de crimes públicos, permitindo que qq cidadão pudesse sustentar acusações apresentando suas provas e suas alegações ao Tribunal Competente. Em penas previstas, em regras, em castigos, multas, mutilações, morte e exilio. Havia 04 instancias nas jurisdições criminais em Atenas. Assembleia do Povos era composta pelos Senadores e Magistrados populares que discutiam apenas os crimes políticos mais graves. O areópago, mais antigo e célere Tribunal, julgava apenas os crimes com morte, apesar de inicialmente julgar todos os crimes. O Tribunal de Efetas, composto por 51 juizes escolhidos pelo Senado, julgava pessoas que cometiam homicídios não premeditados. Por fim, o Tribunal de Heliaia, a assembleia que se reunia na praça pública da cidade e tinha jurisdição comum, julgava causa e recursos que ali eram apresentados. O Direito grego avançou e contribuiu com os seguintes institutos: Criação da figura do advogado originaria do logógrafo. Mediação e arbitragem Gradação das penas de acordo com a gravidade dos delitos Retorica e eloquência forense. Júri Popular Diferenciação do poder paternal e o fato da maioridade do filho permitir que este não estivesse mais sob a autoridade do pai. (Capacidade plena) Transferência da propriedade de um sistema de publicidade, que trazia proteção aos terceiros interessados. (Publcidade e direito de propriedade)
Compartilhar