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Trabalho Eng Civil

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Trabalho Eng Civil ok 2.docx
UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO ENGENHARIA CIVIL
TURMA 1 MA
EFLORESCÊNCIA E REAÇÃO ÁLCALI AGREGADO 
NATAL
2014
FARNEY FIALHO DA COSTA
Trabalho apresentado ao professor Luiz Lima como requisito avaliativo sobre eflorescência e reação álcali agregado, da disciplina de introdução a engenheira.
NATAL
2014
SUMÁRIO
		1.
		Introdução.........................................................................................
		04
		2.
		Referencial teórico............................................................................
		05
		2.1
		Eflorescência......................................................................................
		05
		2.1.1
		Origem da elforescência...................................................................
		06
		2.1.2
		Tipos de eflorescência.......................................................................
		07
		2.1.3
		Efeitos da umidade na eflorescência...............................................
		07
		2.1.4
		Efeitos danosos na eflorescência......................................................
		08
		2.2
		Reação álcali agregado.....................................................................
		12
		2.2.1
		Tipos de álcali agregado...................................................................
		12
		2.2.2
		Fatores que influenciam a reação do álcali agregado....................
		15
		2.2.2.1
		Teor de álcali do cimento.................................................................
		15
		2.2.2.2
		Agregador..........................................................................................
		15
		2.2.2.3
		Umidade e temperatura....................................................................
		16
		3.
		Conclusão...........................................................................................
		17
		
		 Bibliografia........................................................................................
		18
1. Introdução
Desde o início da civilização, o homem vem adquirindo conhecimentos sobre a construção civil visando sempre atender suas necessidades e demandas. Tendo em vista a frequência insistente de problemas decorrentes nas edificações em relação à durabilidade, conforto e segurança, verificou-se a necessidade de se propor soluções e melhorias nos processos construtivos.
O termo “patologia das construções” vem sendo utilizado em relação às falhas, levando-se aos estudos sobre origens, mecanismos e defeitos construtivos que alteram o equilíbrio pré-existente ou idealizado na fase de projeto.
A tendência é que ocorra uma redução de erros quando se conhece as possíveis causas dos problemas ou defeitos de uma construção. Sendo assim, é importante que todos os profissionais envolvidos nos processos construtivos, como pedreiros, mestres de obras e técnicos tenham conhecimentos básicos sobre patologias. 
Dentre as diversas patologias apresentadas na construção civil, tem-se a eflorescência como um fenômeno decorrente em qualquer elemento da edificação. Ela pode trazer modificações apenas estéticas ou ser mais agressiva, podendo causar danos estruturais, já que pode estar depositada na região interior ou exterior das construções. No primeiro comportamento, ela altera a aparência do elemento onde está depositada e, no segundo, devido aos sais constituintes, pode até causar degradação profunda. Outra patologia muito conhecida é a reação álcali-agregado (RAA) é um fenômeno que ocorre no concreto endurecido e que se desenvolve devido à combinação de três agentes: álcalis do cimento, agregado reativo ou potencialmente reativo e a presença constante de umidade. Essa combinação causa danos de grandes proporções e às vezes irreversíveis, geralmente, em obras de grande volume de concreto, tais como barragens, blocos de fundação, pavimentação de estradas, aeroportos, cais e pontes. 
Este trabalho apresentará inicialmente um breve levantamento das possíveis causas, como fundamentação teórica da eflorescência e da reação álcali-agregado.
 
2. Referencial teórico
2.1 Eflorescência
A eflorescência ou o que chamamos de salitre, são sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalinos ferrosos (cálcio e magnésio) que aparecem quando em contato com a umidade e então, estes sais, são dissolvidos e migram para a superfície onde ocorre à evaporação da água e daí resulta na formação de depósitos salinos ou cristais brancos na face dos revestimentos, em paredes, tetos e pisos. Estes depósitos acontecem quando os sais solúveis nos componentes das alvenarias, nas argamassas de fixação de tijolos ou blocos, massa para reboco, são transportados pela água utilizada na construção, na limpeza ou oriunda de infiltrações, de ações da água de chuva ou do solo, onde, através dos poros dos componentes de revestimentos utilizados na construção civil, estes sais entram em contato com o ar se solidificam, causando depósitos esbranquiçados, comprometendo os aspectos relacionados à estética como também de ordem econômica, pela necessidade de restauração.
Além de fontes de sais e presença de água ou umidade, para que ocorra a formação dos depósitos de sais, tal como mencionados, são necessárias também condições ambientais que proporcionem a percolação da água no material e sua evaporação, como ocorre em regiões áridas e semi-áridas do nordeste do Brasil, onde se localiza o presente estudo.
Porém, mesmo sendo as condições ambientais nesta região favoráveis ao surgimento das eflorescências, estas surgem pela falta de informação, seja do construtor seja do proprietário, como também por falha técnica, desde a fase de projeto, quando não é feito nenhum estudo de qual e como seria a melhor forma de realizar o serviço, como durante a execução, a falta de preparo adequado dos profissionais da área comprometem a qualidade da obra, como também, em processos de reforma e ampliação.
Não é prático pretender-se excluir todos os sais solúveis e toda umidade do contato com a alvenaria, contudo, a redução de cada um destes fatores contributivos é altamente praticável e geralmente irá reduzir ou evitar a ocorrência das eflorescências.
Neste estudo procuramos evidenciar os mecanismos que causam a eflorescência, suas causas e suas soluções no intuito de evitar e ou minimizar seu aparecimento, a partir de pesquisas “in loco” na cidade de Brumado, região sudoeste da Bahia. Através de informações sobre os tipos de materiais utilizados neste município, os métodos e técnicas de construção, considerando ser esta uma região rica em Magnesita e outros minerais, presentes no subsolo e na água, e que podem contribuir para o alto índice de eflorescências presentes nas construções.
2.1.1 Origem da Eflorescência
A existência de sais em águas utilizadas na fabricação de alguns materiais de construções da região Nordeste, pode estar relacionada com as características do substrato (natureza e tipo de solo) com o qual elas têm contato. 
A partir da literatura estudada sobre a presença de sais no solo, apresenta algumas teorias que expõe as origens desses sais no solo: Uma das teorias apresentadas é a de que o sal de rochas formadas por sedimentação marinha pode ser lixiviado pela água da chuva e transportado para as depressões. Tendo em vista que os solos que apresentam salinidade são comuns, enquanto que nas regiões áridas com rochas (magmáticas subjacente ou arenito), dificilmente se encontrará algum solo salino. Outra teoria que o autor defende é a de que a água do mar levemente vaporizada pela força da arrebentação ao longo de costas áridas acontece devido às pequenas gotas secarem e formarem um pó salgado, dessa forma o sal é conduzido para dentro do solo através da chuva. 
Por outro lado, em algumas regiões úmidas o
sal está sendo lixiviado e devolvido ao mar via rios (sal cíclico). Por essa razão a origem dos sais se dá a partir de três aspectos: 
· Dissolução ou intemperização (hidrólise hidratação, solução, oxidação e carbonatação);
· Minerais primários existentes nas rochas e no solo (substrato), tornando-os mais solúveis;
· Concentração dos sais pela ação do clima e através do fenômeno do endorreismo que não facilita a drenagem. 
Ainda com relação aos sais podemos acrescentar que eles causam redução na velocidade de infiltração da água no solo. Destaca-se como fator importante da salinização a toxidez de íons específicos (principalmente sódio, cloreto e boro) encontrados no solo ou na água. 
Face ao exposto, podemos inferir com relação ao clima (regime irregular das chuvas etc.) e mais especificamente aos solos que o semiárido nordestino é bastante vulnerável a salinização. 
Em consonância com o que o autor afirma é possível inferir que o tipo de solo e do subsolo tende a serem os principais fatores que determinam as variações de qualidade das águas dos riachos. Isto implica na fabricação de alguns materiais utilizados nas construções oriundos de solos salinizados e de presença de sais na água. 
2.1.2 Tipos de eflorescência. 	
Podemos identificar três diferentes tipos de eflorescências: Eflorescência de Secagem, Eflorescência de Secador e Eflorescência de Forno. 
· Eflorescência de Secagem – As eflorescências se formam por secagem ao ar livre nas argilas sem moldar. Chamam-se “véus de secagem”. Um exemplo é a película salina que se forma sobre as partes protuberantes de um torrão de argila que seca espontaneamente no campo. 
· Eflorescência de Secador – Contrariamente ao caso anterior, nas eflorescências de secador a secagem se produz pela ação do ar industrial – possivelmente contaminado - sobre argilas que foram tratadas mecanicamente. Nelas ficaram impressas as características geométricas e texturais impostas pelas máquinas. 
· Eflorescência de Forno - As eflorescências de secador, formadas na superfície dos tijolos crus, se consolidam no forno pela ação de diversas reações, se transformam no que denominamos eflorescências de forno. 
2.1.3 Efeitos da umidade na eflorescência
Quando nos referimos à presença de umidade busca-se compreender como ocorre a eflorescência. Manchas, corrosão, bolor, fungos, algas, eflorescências, descoloramento de revestimentos, fissuras e alteração nas colorações são as formas de manifestação da umidade nas edificações e essa água está diretamente ligada ao transporte dos sais. 
É de fundamental importância que em determinadas situações com ambientes molhados e com algum tipo de sais de difícil secagem, estes depósitos salinos apresentam-se com uma “exsudação” na superfície, aparentando então a cor branca nas áreas revestida. 
As placas cerâmicas e a argamassa possuem vazios em seu interior, como cavidades, bolhas, poros abertos e fechados e uma enorme rede de micro canais. A água então pode passar para o seu interior por capilaridade ou mesmo por força do gradiente hidráulico. 
A Tabela 1 apresenta as origens da umidade nas construções, que é considerada pelos profissionais como uma das manifestações mais comuns, visto que está diretamente ligada a penetração de água nas edificações. Facilmente encontrada nas construções, a umidade se apresenta como a causadora de danos as construções e graves consequências à estrutura de sustentação de uma obra. 
 Tabela 1 - Origens da umidade nas construções 
 Fonte:Adaptada de Klein (1999 apud Souza, 2008) 
Por essa razão, podemos afirmar que a umidade além de causar tais prejuízos é também um dos mais difíceis problemas a serem sanados pelos profissionais da área em virtude das medidas preventivas adotadas para impedir o seu surgimento sejam dispendiosas pela complexidade de fenômenos que ela envolve. 
Nesse sentido, fica evidente que a umidade surge de diversas causas e pode proporcionar consequências graves. Diante do exposto, esse tema torna-se relevante tendo em vista que ao compreender seu surgimento, podemos aplicar as devidas medidas para prevenir seu aparecimento nas edificações. 
Pesquisas recentes têm identificado o surgimento da umidade nas edificações e buscado compreender suas respectivas causas. Desse modo é importante considerar alguns pontos relevantes acerca da decorrência da umidade: 
- Intempéries - proveniente do agente mais comum: a chuva e considerada como causa mais comum dentre as demais. Isto ocorre quando as águas da chuva se infiltram diretamente na fachada e/ou na cobertura da edificação. 
É importante destacar que esse tipo de umidade pode ser inconstante, tendo em vista que seu surgimento depende do volume de chuva, da velocidade e direção dos ventos, da umidade relativa do ar, bem como da qualidade da estrutura da própria edificação.
- Infiltração – decorrente da penetração direta de água no interior das construções através de suas paredes, ocasionando danos aos elementos construtivos da edificação. 
- Condensação - não é decorrente de água infiltrada, mas sim de água que já se encontra no interior do ambiente e/ou depositada nas superfícies dos elementos de uma edificação. Dessa forma, podemos inferir que a umidade derivada da condensação é produzida a partir do contato do vapor de água existente no interior de um ambiente (sala, quarto, cozinha, banheiro) com as superfícies mais frias (vidros, metais, paredes) da edificação, formando, desta forma, pequenas gotas de água. 
- Capilaridade - seu surgimento ocorre nas áreas inferiores das paredes das edificações e por esse motivo é conhecida como a umidade que brota do solo podendo ainda ser classificada como permanente, caso o nível de lençol freático encontre-se muito alto ou sazonal, decorrente de uma variação climática. 
Para escolher qual a qualidade da água a ser utilizada deve-se definir qual será a sua finalidade de uso. De um modo geral, utiliza-se água potável em construções, sendo, portanto, livre de contaminações ou poluições. Porém, há casos de utilização de água de mananciais ou fontes localizadas nas redondezas do canteiro de obras, devendo a qualidade ser testada em laboratório de modo que não se tenha contaminação dos materiais de construção utilizados. 
A água utilizada na construção, como um dos constituintes de argamassas e concretos ou simplesmente umedecendo componentes como tijolos, azulejos, etc. faz com que os materiais e componentes da construção fiquem com o teor de umidade superior à umidade higroscópica natural dos. 
Nessa perspectiva, tais patologias de umidade são bastante freqüentes e possuem enquanto incidências mais comuns, àquelas que são provenientes de água ou de formação de manchas de umidade. 
É importante destacar que a incidência de problemas patológicos relacionados à umidade está associada a quatro fatores fundamentais: 
· A idade da edificação; 
· O clima do lugar;
· Os materiais construtivos empregados; 
· As técnicas aplicadas para construir a edificação. 
2.1.4 Efeitos danosos na eflorescência
As Eflorescências podem alterar a aparência da superfície sobre a qual se depositam e em determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos, causando desagregação profunda. Baseado nessa afirmação observe a Figura 1. 
 Figura 1 - Degradação na alvenaria – depósitos salinos 
 
 Fonte: Pedro Henrique (2008)
Eflorescências são depósitos salinos que se formam na superfície de materiais cerâmicos, resultantes da migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas. Causando danos estéticos à alvenaria, como mostra a Figura 2. 
 Figura 2 - Danos causados pela eflorescência. 
 Fonte: Pedro Henrique (2008) 
Os sais solúveis que dão origem às eflorescências podem ter várias origens, dentre elas as matérias-primas,
os materiais de construção, a água existente no subsolo, etc. 
Entender como ocorre o processo de eflorescência é um pouco complexo tendo em vista que para o surgimento em materiais cerâmicos, é preciso existir, ao mesmo tempo, a presença de substâncias solúveis, de água e o transporte dessa solução à superfície. 
Dessa forma, as condições necessárias para que ocorra a formação desses depósitos em alvenarias e concretos são a coexistência de: água, sais solúveis em água e condições ambientais e de estrutura que proporcionem a percolação e evaporação da água. Vale salientar que se um destes três itens deixa de existir, não é possível a formação de depósitos de sais. 
Assim, as eflorescências causam degradação microestrutural apenas nas zonas próximas a superfície, bem como degradação estética no produto cerâmico, paredes pintadas, pisos e tetos. Os danos na aparência das construções intensificam-se quando há um contraste de cor entre os depósitos de sais e a alvenaria, como. Enquanto que as subflorescências, ilustrados na Figura 11, podem causar sérios danos a durabilidade e resistência das peças.
 Figura 3 - Degradação da alvenaria 
 Fonte: Pedro Henrique (2008) 
As eflorescências são muito comuns nas paredes de tijolos. A argila que também é utilizado para fabricar tijolos geralmente contém cal, que combinará para formar eflorescências de carbonato ou de sulfato de cálcio. 
Nas Figuras (4, 5, 6 e 7 ) é possível identificar eflorescências em edificações: 
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Figura 4 – Depósitos salinos no Rejunte 
Fonte: Pedro Henrique (2008)
Figura 5 – Eflorescência no Casquilho 
 Fonte: Pedro Henrique (2008) 
Figura 6 – Depósitos salinos na parede
 
Fonte: Pedro Henrique (2008)
Figura 7 –Eflorescência em Telhas 
 
 Fonte: Monteiro (2009) 
Outra consequência da umidade refere-se à deterioração. Esta é resultado da ação constante de água (umidade) sobre os materiais construtivos, bem como sobre as estruturas da edificação reduzindo, assim, a sua vida útil. Portanto, devem-se buscar medidas preventivas para ampliar a qualidade da construção, bem como reduzir os problemas decorrentes das eflorescências. 
2.2 Reação álcali Agregado
A RAA é uma reação química que se processa, numa argamassa ou concreto, entre os íons hidroxilas (OH-) associados aos álcalis óxido de sódio (NA2O) e óxido de potássio (K2O), provenientes do cimento ou de outras fontes, e certos tipos de. A reação álcali-agregado é um fenômeno químico que ocorre em determinados minerais potencialmente reativos existentes nos agregados, á presença dos álcalis dos cimentos e a presença de umidade. 
Em resumo, entende-se por reação álcali-agregado o processo de deterioração do concreto endurecido, provocando assim a formação do gel expansivo (exceto para a reação álcali carbonato) a partir de reação química que ocorre em alguns tipos de agregados reativos ou potencialmente reativos, quando em contato com os álcalis existentes no cimento Portland, Óxido de Sódio(Na2O) e Óxidos de Potássio(K2O). A proporção da degradação depende da quantidade de álcalis disperso no cimento. A figura 16 demonstra topo de pilar de vertedouro de barragem afetado por RAA.
Figura 8 - topo de pilar de vertedouro de barragem afetado por RAA. 
 Fonte: Monteiro (2009)
O mecanismo das reações começa por um processo físico, em seguida o processo químico, onde ocorrem diversas reações. Tais processos podem ter diferentes ramos direcionais, a depender das condições favoráveis, como por exemplo: a existência de uma quantidade mínima de álcalis, a presença de água interna e/ou externa bem como a existência de um agregado reativo. Ainda fatores ambientais que podem influir cineticamente no processamento da reação ao longo do tempo. Avaliando-se a grandiosidade das forças devido às expansões provocadas pelo gel higroscópico, causam deformações que vão de diminuição da resistência e fissurações até a destruição total das estruturas afetadas pelas reações.
2.2.1 Tipos de reação álcali-agregado
As reações podem ser classificadas em três tipos: 
· Reação álcali-sílica. 
· Reação álcali-silicato. 
· Reação álcali-carbonato. 
É de fundamental importância conhecer as características dos agregados, com isso, saberá qual o tipo de reação que afetou a estrutura. Para descrever com maior facilidade todo o processo das reações álcali-agregado, é necessário o entendimento das propriedades químicas e físicas dos agregados.
I. Reação álcali-sílica
A reação álcali-sílica é um tipo de reação que ocorre quando a dissolução dos hidróxidos dos álcalis com a sílica amorfa, presentes em agregados como: opala, calcedônia, cristobalita, tridimita, certos tipos de vidros naturais (vulcânicos) e artificiais, e o quartzo microcristalino/criptocristalino deformado. Em suma, esse tipo de reação ocorre quando a sílica ativa é envolvida pelo hidróxido de cálcio dissolvido a partir dos álcalis dos cimentos Portland, atacando os pontos mais fracos, poros ou superfície dos agregados. 
 Figura 9 – Reação álcali-sílica
 Fonte: Adriolo 1997
II. Reação álcali-silicato
A reação álcali-silicato acontece por um processo semelhante ao da reação álcali- sílica, com a diferença de se processar mais lentamente devido ao fato de os minerais reativos estarem mais disseminados na matriz e à presença de quartzo.
É o tipo de reação mais encontrado no Brasil. A maior parte das barragens que apresentam esse tipo de reação no país foi construída com rochas do tipo quartzo - feldspáticas tais como quartzito, granito e gnaisses com ocorrências distribuídas por vasta faixa territorial. Isto justifica a grande ocorrência de reação álcali- silicato. 
O início da reação ocorre quando os hidróxidos alcalinos reagem com os silicatos e agrega-se entre a pasta do cimento e o agregado constituindo um gel expansivo, desenvolvido por um ambiente úmido. 
 Figura 10 - Reação álcali-silicato
 Fonte: Adriolo 1997
III. Reação álcali-carbonato
A reação álcali-carbonato é um tipo de reação que ocorre de maneira diferente das outras apresentadas anteriormente, uma vez que o produto desta reação não forma o gel alcalino e sim é a combinação dos álcalis do cimento com hidróxidos de magnésio, onde ocorre a desdolomização entre os agregados. Com isso o hidróxido alcalino se regenera, resultando no enfraquecimento da zona de transição entre os agregados e a pasta de cimento, provocando fissuras devido à perda de aderência dos materiais.
Pelo fato de haver a regeneração do hidróxido alcalino no processo da reação álcali- carbonato provavelmente a adição de pozolanas não seja eficaz para controlar a expansão provocada por esse fenômeno já que sempre haverá álcalis para reagir com os agregados potencialmente reativos. Contudo, mesmo sabendo que a adição de pozolanas pode não conduzir a bons resultados, concretos produzidos com escória granulada de alto forno poderão inibir a reação devido à redução de permeabilidade. 
 Figura 11 – Reação Álcali-carbonato
 Fonte: Adriolo 1997
2.2.2 Fatores que influenciam à reação álcali agregado
2.2.2.1 Teor de álcali do cimento
Acredita-se que se o conteúdo alcalino do cimento for menor que 0,6%, não ocorrem danos provenientes de RAA, independentemente dos agregados reativos. Entretanto, em concretos contendo um consumo muito alto de cimento há possibilidade de ocorrência de danos até para conteúdo de álcalis menor que 0,6%. Investigações na Alemanha e Inglaterra mostram que conteúdo total de
álcalis menor que 3 kg/m3 provavelmente não causam danos por RAA. 
O limite de 0,6% deve ser assumido como um critério insuficiente de segurança contra a RAA. A concentração de álcalis é decisiva para a ocorrência de reação e depende do conteúdo de álcalis do cimento, do suprimento de álcalis das circunvizinhanças e dos consumos de água e cimento do concreto. Ou seja, utilizar como parâmetro os níveis de álcalis constantes no cimento não garante que a estrutura não sofrerá manifestações patológicas da reação álcali-agregado.
2.2.2.2 Agregador
Com os agregados alguns fatores são necessários para que sejam reativos a álcalis, como (temperatura e tamanho das partículas), têm-se os silicatos ou minerais de sílica, sílica hidratada (opala) ou amorfa (obsidiana, vidro de sílica), podendo reagir com soluções alcalinas, porém diversas dessas reações são insignificantes. 
Entre as rochas deletérias reativas a álcalis estão os quartzitos e quartzos fraturados, tensionados e preenchidos por inclusões.
As dimensões das partículas influem no tamanho das reações, se forem pequenas aumentam a expansões, mas se forem muito pequenas da ordem de mícrons, pode ocorrer o inverso. Agregados reativos de dimensões muito reduzidas provocam uma reação profunda e total antes que o gel tenha se formado. Grandes quantidades de materiais finos, devido a sua grande superfície específica, provocam redução rápida na concentração de álcalis de tal forma que os agregados maiores não tenham oportunidade de sofrer as reações secundárias que provocam a formação do gel expansivo, conforme figura 12. 
Figura 12 - Detalhe de reação álcali-agregado: a seta indica a borda de reação circundando o agregado graúdo. 
 Fonte: Figuerôa & Andrade, 2007. 
2.2.2.3 Umidade e temperatura
Com relação ao elemento água, varias deverão ser as possibilidades de formação do gel. Em primeiro a água pode ser considerada como danosa para o concreto se o nível interno de água for em excesso, ou seja, se o fator água/cimento for superior ao necessário para que ocorra o processo de hidratação do concreto, ou se a estrutura tem contato externo direto com água, nível de lençol freático na face dos blocos de fundação. Ou ainda se a umidade relativa do ar for superior a 85% a 20°C, que associada à temperatura podem ter seu nível elevado. 	
3. Conclusão
Os projectistas devem compreender não apenas as causas e os mecanismos dos vários tipos de eflorescência que podem surgir nas paredes de tijolo, mas devem estar avisados quanto aos meios para a prevenção da eflorescência e para o seu controlo, se ela efectivamente aparecer.
Quimicamente a eflorescência é formada, principalmente, por sais de metais alcalinos, como sódio e potássio, e alcalinos - terrosos (cálcio e magnésio), solúveis ou parcialmente solúveis em água. Lembramos que a verdadeira causa deste fenômeno e a umidade, até que existe a presença de umidade o fenômeno ocorre. Quando a cerâmica é atingida pela eflorescência, é possível adotar alguns procedimentos de limpeza, mas o melhor é prevenir.
Apesar da Reação Álcali Agregado - RAA não provocar efeitos destrutivos a estrutura, a sua presença poderá desencadear outros tipos de agressões químicas como os ataques por íons cloreto e sulfato, dióxido de carbono, ataques de ácidos, que poderão levar a estrutura ao colapso. 
Bibliografia
ANDRIOLO, F. R. Observações de Estruturas de Concreto: Validade Quanto a Ocorrência da Reação Álcali-Agregado. Simpósio Sobre Reatividade Álcali- agregado em Estrutura de Concreto. Anais. Comitê Brasileiro de Barragens, Furnas Centrais Elétricas. Goiânia, 1997, p. 243-263.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. Rio de Janeiro: LTC, 2001.v. 1.
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto - estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: Ed. Pini, 1994.
SANTOS, Pedro Henrique Coelho; SILVA FILHO, Antônio Freitas. Eflorescência: causas e consequências. Salvador: [s.n.], 2008.

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