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INCLUSÃO ESCOLAR E DEFICIÊNCIA VISUAL - FINAL VERSÃO

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INCLUSÃO ESCOLAR E DEFICIÊNCIA VISUAL
Uma abordagem psicopedagógica no processo ensino-aprendizagem de deficientes visuais
SILVA, Gislaine Aparecida1 
 GRECO, Raquel Ianguas2 
RESUMO
O presente trabalho objetiva analisar as conquistas e sucessos da inclusão escolar no Brasil com enfoque na psicopedagogia como aliada ao deficiente visual. Analisando a complexibilidade do processo de inclusão de pessoas cegas no ensino público, onde há de fato evidenciado em documentos, planos de inclusão com escolas capacitadas para receber os alunos com a deficiência, entre outras, porém com tantos conflitos burocráticos, além de interesses políticos, sociais e principalmente econômicos que afetam, principalmente, a classe com menor poder aquisitivo não lhes permitindo acesso ao avanço da tecnologia - que atualmente é grande aliada da inclusão no processo ensino aprendizagem. Somado a isso, os alunos com deficiência visual podem ser inclusos em programas de educação integrada ou escolas especiais, já que uma das dificuldades de uma escola normal, são as limitações, falta de acesso e obstáculos que perduram ainda no espaço escolar. É importante e necessário um acompanhamento psicopedagógico destes indivíduos, de forma a evitar sentimentos de desvalorização, tanto social e pessoal, desmotivação, bem como apoio psicopedagógico no contexto escolar para fortalecer esse processo.
Palavras chave: EAD. Tutoria. Aprendizagem. Psicopedagogia. 
 INTRODUÇÃO
Todo o ensino educacional relacionado ao visto de cego, em última análise, sua inclusão social. A primeira escola para cegos foi fundada em Paris, em 1784, por Valentin Haüy. 
Atualmente, estima-se que pelo menos 38 milhões de pessoas sejam cegas e que um adicional de 110 milhões possuam a visão intensamente prejudicada, totalizando cerca de 150 milhões de pessoas visualmente deficientes no mundo. 
A Organização Mundial da Saúde estima que, em futuro próximo, esse número aumentará significativamente. A intervenção psicopedagógica no contexto educativo atual ainda é precoce e pouco clara. Atualmente, existe uma lacuna na prestação de apoio psicopedagógico ao deficiente visual. 
Ou seja, ela ainda é considerada superficial. Afim de realizar uma abordagem indagativa sobre o tema, serão englobadas as seguintes questões: Como é que o deficiente visual vivencia a componente social nos contextos escolares? 
O que poderá contribuir como recursos de inclusão para o deficiente visual? Quais são as limitações da escola que estão associadas a essas dificuldades? A tecnologia pode ser um caminho promissor a esse desenvolvimento? Ou seja, a questão principal é o papel que o psicopedagogo pode desempenhar na melhoria da qualidade de vida e no apoio psico-educativo do deficiente visual.
 INCLUSÃO ESCOLAR E DEFICIÊNCIA VISUAL
Atualmente, mesmo com pequenos processos significativos, ainda se verificam algumas dificuldades em contexto escolar. A importância da linguagem para o desenvolvimento humano é enorme. Para o cego, a linguagem assume um papel ainda maior, porque as informações visuais a que ele não tem acesso podem ser parcialmente verbalizadas. 
Nesse aspecto, Lira e Schlindwein (2008), que questionam a inclusão da criança cega na escola por uma leitura vigostskiana, relacionam a linguagem e as funções psíquicas superiores para o cego:
A criança cega pode perfeitamente se apropriar das significações de seu meio e participar das práticas sociais, pois dispõe do instrumento necessário para isso – a linguagem. Além disso, a concepção de que, com o desenvolvimento das funções psíquicas superiores, o homem transforma sua relação com o mundo e nela introduz a dimensão semiótica, minimiza a dimensão da perda decorrente da cegueira. (Lira; Schlindwein, 2008, p. 187)
O psicopedagogo tem uma elevada importância junto da população de portadores de deficiência visual no contexto escolar, pois é um importante aliado prestação de apoio sócio- afetivo, tanto para o indivíduo portador, como para a sua família que por vezes não tem informação suficiente para solucionar certos problemas resultantes dessa integração escolar de uma criança invisual numa escola comum. 
Ao se tratar especificamente da educação da pessoa com diferenças visuais, pode-se dizer que a falta de visão é percebida, a priori, como ponto frágil e vulnerável, causando curiosidade, piedade, surpresa e admiração, de forma que a pessoa é vista como dependente, precisando ser guiada, protegida e amparada (Lira; Schlindwein, 2008, p. 176)
No contexto escolar, o psicopedagogo pode ajudar os professores/educadores a saberem lidar melhor com este público, crianças e adolescentes. Mas também, estes alunos necessitam de um apoio especializado para uma melhor adaptação ao espaço físico e às exigências educativas que devem ser supridas. Ainda segundo Lira e Schlindwein;
As experiências do indivíduo podem ser diminuídas, já que a maioria das informações na nossa sociedade necessita da visão para serem acessadas, mas o organismo dispõe de outras vias que podem suprir ou complementar a via visual. Uma orientação adequada é fundamental, principalmente nos primeiros anos de vida do ser humano e, especialmente, nos períodos iniciais de escolarização. Os processos superiores do pensamento. (Lira; Schlindwein, 2008, p. 173)
A legislação permite a inclusão de aluno cego no ensino regular, mas não exige nas graduações a qualificação adequada do professor mediante assunto tão complexo, que envolve pessoas que sofrem por não enxergar o mundo a sua volta e sem essa perspectiva de aprender adequadamente, diante da deficiência visual, ainda não encontra uma ação pedagógica e adequada e capaz de ajuda-los mediante sua escuridão. 
A lei garante uma inclusão de qualidade, porém a realidade é totalmente outra, não só pela incapacidade dos professores, mas pela falta de materiais necessários para a situação e até mesmo de profissionais da área capacitados para tal situação. No portal do MEC, da convenção de Salamanca foi sancionado no artigo 57 que a educação de crianças com necessidades especiais é uma tarefa não somente para o professor, mas também para os pais.
Uma história de grande motivação é a de Hellen Keller (KELLER, 2008), que mesmo ficando deficiente ainda bebe, é um grande exemplo de superação e de prova que se você lutar e principalmente se tiver alguém que lute com você, é possível chegar muito além, pois para ela que era surdo cega e vivia no silencio e na escuridão, foi e é um exemplo de superação e de que todos independente da deficiência é capaz.
Um projeto também muito estimulante que se destinou aos alunos da escola para cegos lar santa luzia, foi dos alunos da ETEC, que visa ajudar os deficientes visuais. O biblioteca falada também é um projeto da faculdade UNESP de Bauru, que realiza a transformação de textos literários impressos para áudio, para que possa ser ouvido, pelos deficientes visuais e também usufruem do áudio descrição de filmes.
Diante da dificuldade do acesso em braile, que é uma alternativa para os portares de necessidades especiais visuais, o projeto biblioteca falada possibilita a oportunidade de contato e conhecimento dos materiais impressos de forma clara, sem maiores dificuldades. Levando em conta esses aspectos, e dificuldades: 
Devemos ter sempre em mente que, para os videntes, o mundo mental dos cegos é um conceito nebuloso, organizado por analogias ou inferido de situações que consideramos semelhantes às deles. Dessa mesma maneira, o mundo mental dos videntes é construído pelos cegos. Por exemplo, para nós é muito difícil pensar em uma representação mental sem a imagem visual, ou o que seja o conceito tátil-cinestésico de cadeira, assim, como para os cegos congênitos, a visualização dos objetos é um dado impossível. (Amiralian, 2002, p. 207)
É um recurso facilitado também pelo baixo custo, pois os materiais necessários são cds, reprodutores de mp3 e sites facilitando principalmente para os organizadores do projeto. Várias pessoas são convidadas a participar desse projeto em forma de visitação e como objetivo de sentir como é ser cego por alguns instantes.
A pessoa que se submete a pesquisa precisa estar com os olhos vendados e ouvir os áudios, além de tocar em outras pessoas tentando imaginar como seria, a partir do áudio descrição que lhe é fornecido. É possível sentir os prazeres e principalmente as dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência visual.
O projeto ainda contribui para o desenvolvimento dos deficientes visuais em relação as atividades intelectuais, colaborando ainda para desenvolver as aptidões de audição e aquisição de conheci fundamentais para a inclusão social e a cidadania. O projeto foi criado pelo professor João Batista Chamadoira Neto. Em 2014 com a aposentadoria do professor, a professora Sueli Macill, assumiu a posição de coordenadora. 
Inicialmente o projeto atendia somente e escola para cegos lar escola Santa Luzia, porém atualmente é direcionado a qualquer entidade ou pessoa que necessite de ajuda em relação as necessidades especiais visuais. Para os alunos que fazem parte da equipe do projeto biblioteca falada, o mesmo é definido pela empatia, onde é preciso se colocar realmente no lugar de quem nem imagina como são as coisas descritas da imagem e textos apresentados. 
Porém se encantam e conseguem sentir apenas um pouco das dificuldades vividas pela pessoa com deficiência visual. Até a data de 50 a educação inclusiva ainda era vista unicamente pela secretaria de saúde, mas muito se conquistou com o avanço da educação inclusiva que passou ser vista também pela secretaria de educação e não somente com olhar clínico e de saúde ou doença, mas sim com um olhar pedagógico de diferenças e não de incapacidades.
O Brasil teve muitos avanços na educação inclusiva, mas teve muitos retrocessos, principalmente para as classes mais desfavorecidas. A partir da década de 90 a inclusão escolar de alunos com deficiência tem estado mais forte no Brasil. O país vem seguindo a tendência mundial de criar sistemas educacionais, inclusivos, portanto as escolas têm aberto espaços para pessoas com necessidades educacionais especiais.
E tantas crianças bem-dotadas que também sempre sofreram com o sistema que não as acolhiam, de outras etnias, entre outras, como garante a declaração de Salamanca que toda criança tem direito a educação. A educação especial começou no século XVI com médicos que acreditavam que o melhor para a sociedade era ficar separados dos considerados anormais. 
Foi no meio do século XX que começaram os movimentos sociais dos direitos humanos, que enfatizaram os prejuízos da segregação, e nos anos 90 começa a inclusão que integra pessoas consideradas até então consideradas anormais e impossibilitadas de aprender.
Assim a integração escolar não era concebida como uma questão de tudo ou nada, mas sim como um processo com vários níveis, através dos quais o sistema educacional proveria os meios mais adequados para atender as necessidades dos alunos. E o nível mais adequado seria aquele que favorecesse o desenvolvimento do aluno independentemente do momento e do contexto.
Em 1990 foi realizada a conferência mundial sobre educação para todos, e em 1994 foi a vez da conferência mundial sobre necessidades especiais que produzia a declaração de Salamanca, que foi o marco mais importante da declaração inclusiva. Infelizmente o que se pode notar é o baixo investimento para a área especial da educação.
 Há crianças que perdem totalmente a visão, devido à falta de oportunidade de um melhor tratamento, que deveria ser disponibilizado pelo governo devido impostos que são voltados e deveriam ser destinados a esse tipo de ajuda, para que houvesse solução. 
Um grande problema para os portadores de deficiência visual é a falta de recursos pois ainda há muito o que fazer na educação, principalmente na especial onde devem ser melhores vistos os direitos dos deficientes, em especial com os deficientes visuais, deixando mais branda a escuridão em que vivem. 
É necessário investimentos em materiais em braile, profissionais bem preparados para melhor preparar a pessoa com necessidades especiais, lembrando que ainda há muito a se conquistar. 
Um dos motivos de baixo rendimento escolar é o problema visual. Muitos casos são descobertos pelo professor, que ao observar o baixo desempenho do aluno faz o teste de colocá-lo próximo da lousa e quando há qualquer dúvida em relação a visão do aluno este é encaminhado pela escola a um especialista e deveria conseguir os óculos sem custo, o que muitas vezes não acontece. 
Há muitos casos complexos que precisam até mesmo de intervenção cirúrgica. Mas é um processo longo, prejudicando a criança enquanto aluno. Outro fator importante é que o professor que tem um deficiente visual em sua sala de aula não mude os espaços e os mobiliários, com intuito de não causar acidentes e nem dificultar o acesso do aluno.
A família tem um papel fundamental no processo de aprendizagem do aluno, o estimulando a ter confiança e independência. Enquanto os alunos que são alfabetizados em braile devem também ter conhecimento das letras do alfabeto, sempre utilizando de vários recursos como o do tato e o sonoro. 
Qualquer defeito, seja a cegueira, a surdez ou a deficiência mental inata, influi, sobretudo, nas relações com as pessoas. Inclusive na família, à criança diferente é dado um tratamento exclusivo, inabitual, distinto do que se dá aos outros, e isto não ocorre somente nas famílias em que esta criança é uma carga pesada e um castigo, mas também quando é rodeado de um amor duplicado ou uma atenção super protetora que o separa dos demais. Isto evidencia as confissões reflexivas dos próprios cegos e surdos, como a observação cotidiana, muito simples, da vida das crianças com defeitos e os dados da análise científica e psicológica. (Vygotski, 1989, p. 53)
A portaria nº2.678/2002 (BRASIL, 2002) Aprova diretrizes e normas para o uso, e o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da grafia braile para a língua portuguesa e a recomendação para seu uso em todo território nacional. Legislação para inclusão de pessoas com deficiência visual.
Para garantir o melhor atendimento, os recursos de acessibilidade (atitudinal, pedagógico, físico, nas comunicações, etc) e a inclusão social e escolar desse público. O maior problema que os professores encontra é a falta de recursos, politicamente e socialmente falando. 
 Muito tem sido feito desde a declaração de Salamanca, que foi muito importante para a educação especial. Porém os professores são mal remunerados não encontrando forças para lutar por seus alunos pela falta até mesmo de recursos e tempo. 
Um outro fato é o da tecnologia que é um ótimo recurso, porém com acessibilidade ainda restrita, pois as classes menos favorecidas não têm acesso em casa e tampouco na escola, seria preciso a conscientização social e política para que as chances fossem iguais para todos. 
Enquanto isso não acontece o que se vê são pessoas que seriam capazes de ir muito além, mesmo com suas deficientes, mas são barrados pelo sistema e limitados a fazer somente o que lhe é oferecido e permitido.
Hellen Keller (KELLER, 2008), em sua biografia é possível saber que se tornou surdo cega, em uma época onde os recursos eram além de limitados, ainda não haviam investimentos para tal problemática, e os deficientes ainda eram considerados loucos. 
Com sorte Hellen nasceu em uma família com bons recursos financeiros capazes de ajuda-la, pois a família nunca conseguiu fazer com que ela se tornasse quem se tornou o que sem ajuda de uma pessoa que se dedicou e nunca desistiu de investir na educação dela, quando a família já não sabia mais o que fazer.
Hellen Keller é um exemplo a ser seguido, pois com a facilidade de seus recursos financeiros e com ajuda de sua professora persistiram em uma situação que não era provável, mostrando que a persistência traz êxito e conquista. Nascida em uma família de classe média, cresceu e se tornou uma criança insociável e incapaz de ter limites, chegando ao pontode não ser suportada nem mesmo pela própria família, que a mantinham em casa.
 Naquele tempo as pessoas com deficiência eram mantidas trancadas em casa, sem direito a viver em sociedade, outros eram internados como loucos em hospitais psiquiátricos, onde passavam por tratamentos dolorosos apenas porque tinham alguma deficiência. Eram discriminados, sem direitos e muitas vezes não tinham amor nem mesmo da família.
No Japão ainda prevalece esta postura do governo e da sociedade, onde o deficiente deve ser internado em hospitais especializados, sendo permitido apenas visitas da família, e não uma vida digna em sociedade. O que mostra que o Brasil está bem avançado em relação aos direitos das pessoas com deficiência, pois além da inclusão, também há escolas e instituições voltadas para a pessoa com deficiência que auxilia tanto o paciente quanto a família dando o suporte psicológico, clínico e pedagógico. 
E esta é uma grande conquista, pois o deficiente precisa do seu espaço e acima de tudo precisa viver em sociedade. A família de Hellen resolveu contratar uma tutora para lhe ensinar bons modos e até um pouco de etiqueta, o que era bem pouco possível aos olhos da família. 
Foi então que Ana Sulivan foi contratada e com muita paciência e dedicação além de algum tempo, mudou para sempre a vida de Hellen Keller, servindo de exemplo até os dias de hoje para os professores, principalmente os de educação especial, mostrando a importância de o professor nunca desistir dos seus alunos.
Mas seria necessário mais investimento na educação, mais valorização dos profissionais da educação, para que estes pudessem se dedicar por completo e não ter que se desdobrar em pelo menos três empregos diários para conseguir uma vida relativamente razoável a família.
Através da dedicação da tutora, Hellen se tornou um marco para a história, conseguiu se socializar, escreveu 12 livros, e outras conquistas que aos olhos de qualquer pesquisador seria impossível, pois a mesma vivia não somente no silencio, como também na escuridão.
Diante disso se pode afirmar que o professor faz toda diferença na vida do aluno, pois ela ainda foi condecorada com a medalha presidencial da liberdade, aquela de melhor cidadão americano, que mais se destacou.
Contudo se outros deficientes visuais também tivessem essa chance como teriam pessoas aparentemente incapaz, porém com uma capacidade incrível, pois quando falta um sentido a uma pessoa os outros lhe são aguçados, permitindo assim destaque em outros meios.
Para Vygotsky (2009) o desenvolvimento psicológico, o qual é conquistado durante as realizações de experiencias e participações com os demais dentro de uma determinada cultura que são internalizadas por meio do uso de mediação, por isso no desenvolvimento do ser humano a aprendizagem faz parte do processo das diferenças psicológicas superiores, onde envolve-se a percepção, seguida de atenção, imaginação, pensamento e memorização. 
E ainda enfatiza que com o deficiente visual seria muito importante as aulas de apoio no ensino regular, daí a importância das aulas complementares. Ele ainda enfatiza na revista da associação brasileira de psicopedagogia que para os cegos, todo restante do organismo se organiza para trabalharem juntos e superar o impedimento.
Segundo o jornal Folha Do Estado De São Paulo (2013), em Israel uma mulher chamada Liat Negrin que tem problema visual faz uso de um óculos que ao entrar no supermercado e tocar em um produto escuta através do óculos a descrição do produto, e ele é considerado um sistema com inteligência artificial que auxiliam deficientes a ler e identificar objetos sozinhos.
A tecnologia pode ajudar a vida da pessoa com os livros com deficiência, principalmente a visual, através do computador, óculos, tem também a audiotéca, onde os livros são todos com áudio descrição. E a tecnologia é uma ferramenta indispensável para desenvolver e devolver a autonomia e oferecer uma nova realidade ao deficiente visual.
É muito importante lembrar que a criança deficiente visual terá várias limitações diante da deficiência, como o desenvolvimento motor que será mais lento principalmente por serem superprotegidos pelos adultos que os cercam. Muitas vezes as dificuldades de interagir não está presente no deficiente visual devido sua deficiência, mas sim pela falta de estímulos que a mesma recebe dos adultos que a cercam. 
Muitas vezes mesmo na escola esse indivíduo não recebe os estímulos necessários como o de percepção que despertem sua curiosidade, como tocar em pessoas, objetos, formas e até mesmo cores e cheiros. “Quanto mais ricas são as experiencias humanas, tanto mais será o material de que dispõe essa imaginação” (Vygotsky, 2009, p.17).
Enquanto alguns pesquisadores centram suas questões na análise das dificuldades decorrentes ausência ou limitação da percepção visual, outros consideram as condições sociais como causa das maiores dificuldades enfrentadas pelos cegos. 
 	Embora ambos sejam difíceis e complexos. Quando o assunto é deficiência visual, logo vem à mente a escuridão. A inclusão é um direito humano, porem são raras as escolas adaptadas e preparadas para receber um aluno cego, onde o mesmo tem que se adaptar a escola e não a escola ao aluno como é previsto na Lei nº 7.853/1989 (BRASIL, 1989), que ampara a acessibilidade aos portadores de deficiência visuais, integração ao mercado de trabalho e educação adequada e adaptada.
As crianças cegas operam com dois tipos de conceito, o de significado real, e os de referências a situação visuais. A falta de conhecimento de estímulos, de condições e de recursos adequados podem tirar o interesse e a motivação, por isso é necessário incentivar o comportamento exploratório dos outros sentidos, tato, olfato, paladar e audição amenizando um pouco a deficiência. 
Conclui-se que é preciso muita dedicação dos professores, da sociedade e do governo para que a inclusão seja adequada para os deficientes visuais, pois a falta de recursos é um dos principais obstáculos encontrados por todos os cegos, principalmente os se recursos financeiros. Porém é possível encontrar muitos avanços como os projetos da faculdade, além da escola para cegos.
Contudo é possível observar o papel importante da tecnologia que tem ajudado muito os cegos com várias técnicas como o ledor, que além de ajudar, também proporciona muita facilidade com os programas, o único dilema é a falta de acesso para que não tem recursos para aquisição do mesmo.
METODOLOGIA
O presente estudo tem como função a obtenção de conhecimentos e desenvolvimento do pensamento crítico, para que essa aquisição ocorra se faz necessário um método, para que os objetivos da pesquisa sejam alcançados. Embasados ainda, pressupostos da Teoria Histórico-Cultural desenvolvida por Vygotsky e seus colaboradores. Se constitui como uma pesquisa de campo, cujos procedimentos utilizados para sua realização utiliza de diferentes ações e instrumentos, tais como: análise de documentos oficiais e extraoficiais; consultas em arquivos de órgãos oficiais; pesquisa bibliográfica e eletrônica. Em cada categoria, foi elaborado um rol de questões trazendo as devidas informações, expectativas e problemas a serem investigados relacionados com o tema central do presente trabalho e com os pressupostos teóricos que o embasam. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente tema procurou investigar e explicitar e discutir o enfoque no ensino aprendizagem do educando com deficiência visual, e conclui-se que os alunos devem ser educados como todos os demais, frequentando uma escola regular onde poderá conviver com as limitações, porém com os perspectiva de uma convivência com os outros alunos, considerando que todos terão que alguma dificuldade.
 A deficiência visual é um tipo de deficiência que necessita de apoio psicológico, inclusive no contexto educativo. Vale lembrar que é possível se aprender muito com as dificuldades e principalmente com as diferenças, daí a importância da inclusão para todos, de modo linear, que alcance a todos de maneira que cada um consiga os benefíciosadequados para suas precisões. Ainda existem ainda lacunas vazias em vários níveis: apoio psicopedagógico, formação de professores, recursos, materiais de apoio, materiais lúdicos, entre muitos outros. 
Ou seja, é importante que haja consciência da parte social e política, para que os direitos dos deficientes visuais sejam alcançados. Mas não basta haver leis que garantem os benefícios é preciso que seja feito e que haja ação da parte de todos, pois é preciso muita dedicação da parte de toda comunidade para que os professores fossem melhor remunerados e tivessem seu trabalho reconhecido, pois os professores podem ser fundamentais na vida de qualquer criança. 
O psicopedagogo tem uma elevada importância no processo de auxílio da população de portadores de deficiência visual. A intervenção junto do deficiente visual, viabilizaria ajudar o indivíduo na sua preparação, tendo em vista o ajustamento à nova realidade, fazendo sua possível integração a sociedade. Nos últimos tempos novas tecnologias vêm surgindo constantemente com o objetivo de ajudar nesse processo ensino aprendizagem do aluno. 
Uma vez que elas contribuem para a igualdade de oportunidades, independência, para que o indivíduo possa ser incluído e para que as informações cheguem mais rápidas até o aluno. As tecnologias devem fazer parte da vivencia do aluno deficiente visual, uma vez que as tecnologias ofertadas ao aluno deficiente visual são de grande importância, uma vez que contribuem para que o aluno possa pular barreiras existentes, ao facilitar o acesso a informações.
A escola deve sempre que possível buscar de recursos e ferramentas que viabilizam o desenvolvimento das potencialidades do aluno, sendo assim deve facilitar a utilização dos recursos tecnológicos por parte dos professores, e na medida do possível adquirir materiais tecnológicos necessários a aprendizagem, proporcionar cursos de preparação e utilização para utilização destes, uma vez que estes colaboram na aprendizagem e na autonomia do aluno com deficiência visual, inserido no ensino regular. 
Diante dos resultados apresentados conclui-se que apesar dos recursos didáticos, dos avanços tecnológicos e do conhecimento da existência destes recursos por parte dos professores regentes, há um despreparo dos mesmos, para a utilização em sala de aula, apesar da orientação que eles recebem e fica claro que os recursos não são muito explorados. 
Portanto, é possível ver que muito já foi conquistado no Brasil pela educação especial, porém ainda há muito a se conquistar, diante de situações simples de pelo menos incentivar e apoiar, pois é preciso que exista uma luz para iluminar um pouco o caminho dos deficientes visuais. 
REFERÊNCIAS
AMIRALIAN, Maria Lúcia Toledo Morais. Compreendendo O Cego: uma visão psicanalítica da cegueira por meio de desenhos-estórias. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. 
______. O Psicólogo e as Pessoas com Deficiência Visual. In: Elcie F.Salzano Masini. (Org.). Dos sentidos...pelos sentidos...para o sentido: sentidos das pessoas com deficiência sensorial. Niterói, São Paulo: Intertexto e Vetor, 2002, v. p. 201-208.
BEZERRA, GIOVANI FERREIRA. A inclusão escolar de alunos com deficiência: uma leitura baseada em Pierre Bourdieu. Rev. Bras. Educ.,  Rio de Janeiro, v. 22, n. 69, p. 475-497,  June  2017 Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782017000200475&script=sci_abstract&tlng=pt/. Acesso em: 01 nov. 2018.
BIBLIOTECA FALADA: FAAC-Unesp Bauru. Disponível em: <http://www.bibliotecafalada.com/>. Acesso em: 01 nov. 2018.
BRASIL. Portaria nº. 2.678, de 24 de Setembro de 2002. Dispõe sobre as normas do Sistema Braille.Brasília: DF. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/images/conteudo/AREAS_ESPECIAIS/CEGUEIRA_E_BAIXA_VISAO/EDUCACAO-ESPECIALIZADA-E-A-LEI/Portaria-2678-2002-grafia-braille.pdf/>. Acesso em: 01 nov. 2018.
______. Portaria nº. 7.853, de 24 de Outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência. Brasília: DF. Disponível em:< <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm/>. Acesso em: 07 jan. 2019.
BRIANT, Maria Emília Pires; OLIVER, Fátima Corrêa. Inclusão de crianças com deficiência na escola regular numa região do município de São Paulo: conhecendo estratégias e ações. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 18, n. 1, p. 141-154, jan. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbee/v18n1/a10v18n1.pdf/>. Acesso em: 01 nov. 2018.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/pt/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=794/>. 
KELLER, Hellen. A História de Minha Vida. Tradução de: 	Myriam Campello. São Paulo: José Olympio Editora, 2008.
LIRA, Miriam Cristina Frey de; SCHLINDWEIN, Luciane Maria. A pessoa cega e a inclusão: um olhar a partir da psicologia histórico-cultural. Cad. CEDES,  Campinas ,  v. 28, n. 75, p. 171-190,  Aug.  2008 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622008000200003&lng=en&nrm=iso/>. Acesso em: 08 Jan. 2019.
MARKOFF, JOHN. Start-up israelense cria câmera que lê para deficientes visuais. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/07/1313623-start-up-israelense-cria-camera-que-le-para-deficientes-visuais.shtml/>. Acesso em: 01 nov. 2018.
SOARES, VERÔNICA. Como as crianças cegas aprendem. Disponível em: <http://minasfazciencia.com.br/infantil/2017/10/09/como-as-criancas-cegas-aprendem/>. Acesso em: 01 nov. 2018.
VYGOTSKY, L.S. A Imaginação e a Arte na Infância. Trad: Miguel Serras Pereira. Portugal: Relógio D'água Editores, 2009.
1 Graduada em Pedagogia, Faculdade Anhanguera de Bauru. Cursando pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Centro Universitário Internacional Uninter. 
2Graduada em Pedagogia, Processos Gerenciais. Especialista em Psicopedagogia, Metodologia do Ensino Superior e MBA em Planejamento em Gestão Estratégica, pelo Centro Universitário Internacional Uninter. Professora Orientadora de TCC.

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