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Apostila psicopatologia 1

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Introdução ao estudo da 
Psicopatologia e o diagnóstico 
em Psiquiatria
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e 
semiologia dos transtornos mentais. 
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Semiologia psiquiátrica
• Semiologia ou semiótica: ciência dos signos.
• Signo: elemento nuclear da semiologia. É um tipo de sinal.
• Sinal: qualquer estímulo emitido pelos objetos do mundo. 
• Ex.: fumaça → fogo / vermelho → sangue
• Semiologia médica: estudo dos sintomas e sinais das doenças, que permite ao 
profissional de saúde identificar alterações físicas e mentais, ordenar os 
fenômenos observados, formular diagnósticos e empreender terapêuticas. 
• Ex.: febre → infecção / fala extremamente rápida e fluente → mania
• A semiologia médica e psicopatológica trata particularmente dos signos que 
indicam a existência de sofrimento mental, transtornos e patologias. 
• Signos de maior interesse para a psicologia: 
- sinais comportamentais objetivos, verificáveis pela observação direta do 
paciente.
- sintomas, ou seja, as vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas 
queixas, aquilo que experimenta e que comunica a alguém de alguma forma.
Síndromes e entidades nosológicas
• Síndromes: agrupamentos relativamente constantes e 
estáveis de determinados sinais e sintomas. Consiste 
puramente numa definição descritiva de um conjunto 
momentâneo e recorrente de sinais e sintomas. 
• Entidades nosológicas, doenças ou transtornos específicos: 
fenômenos mórbidos nos quais se podem identificar ou 
presumir com certa consistência determinados fatores 
causais, um curso relativamente homogêneo, estados 
terminais típicos, mecanismos psicológicos e 
psicopatológicos característicos, antecedentes genético-
familiares, resposta a tratamentos mais ou menos 
possíveis.
• Psicopatologia e psiquiatria → trabalha-se muito mais com 
síndrome do que com doenças específicas. 
Forma e conteúdo dos sintomas
• Quando se estuda os sintomas psicopatológicos, costuma-
se enfocar dois aspectos básicos dos mesmos: 
• Forma dos sintomas: sua estrutura básica, que é 
relativamente semelhante nos diversos pacientes.
• Ex.: alucinação, delírio, ideia obsessiva, labilidade 
emocional)
• Conteúdo dos sintomas: aquilo que preenche a alteração 
estrutural. Geralmente é mais pessoal, dependendo da 
história de vida do paciente, de seu universo cultural e 
personalidade prévia ao adoecimento. Geralmente, esses 
conteúdos estão relacionados aos temas centrais da 
existência humana.
• Ex.: sexualidade, segurança, sobrevivência, etc. 
A psicopatologia e o psicopatólogo
• Psicopatologia: 
-Jaspers: nunca se pode reduzir inteiramente o ser humano a 
conceitos psicopatológicos.
- Não se pode compreender e explicar tudo o que existe em um 
homem por meio de conceitos psicopatológicos.
- É uma das abordagens possíveis do homem mentalmente doente, 
mas não a única e exclusiva. 
• Psicopatólogo:
- Não julga moralmente o seu objeto.
- Busca observar, identificar e compreender os diversos elementos 
da doença mental.
- Rejeita qualquer dogma (religioso, psicológico, biológico, etc.).
- O conhecimento que busca está constantemente sujeito a revisões, 
críticas e reformulações.
O normal e o patológico em psicopatologia
• Conceito de normalidade em psicopatologia: 
- questão de grande controvérsia.
- quando se trata de casos extremos, o delineamento entre o normal e o 
patológico não é tão problemático.
- nos casos limítrofes a delimitação entre comportamentos e formas de 
sentir normais e patológicas é bastante difícil.
- implica na própria definição do que é saúde e doença mental. 
• Principais critérios de normalidade em psicopatologia:
1- normalidade como ausência de doença
2- normalidade ideal
3- normalidade estatística
4- normalidade como bem-estar
5- normalidade funcional
6- normalidade como processo
7- normalidade subjetiva
8- normalidade como liberdade
9- normalidade operacional 
Principais escolas de psicopatologia
• Psicopatologia descritiva X psicopatologia dinâmica
• Psicopatologia médica X psicopatologia existencial
• Psicopatologia comportamental-cognitivista X 
psicopatologia psicanalítica
• Psicopatologia categorial X psicopatologia 
dimencional
• Psicopatologia biológica X psicopatologia 
sociocultural
• Psicopatologia operacional X psicopatologia 
fundamental
DSM e CID
DSM
• 1953 – Primeira Edição do Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais (DSM), publicado pela Associação 
Psiquiátrica Americana (APA)
• 1968 – DSM-II, desenvolvido paralelamente 
com a CID-8
• 1980 – Terceira edição do DSM. Apresentou 
um enfoque mais descritivo, com critérios 
explícitos de diagnóstico organizados em um 
sistema multiaxial, com o objetivo de 
oferecer ferramentas para clínicos e 
pesquisadores, além de facilitar a coleta de 
dados estatísticos.
• 1987 – DSM-III-R
• 1994 – DSM-IV
• 2000 – DSM-IV-TR. Formalmente utilizada 
até o início de 2013.
• 2013 – DSM-5. Oficialmente publicado em 18 
de maio de 2013. 
CID
• Classificação Internacional de 
Doenças. 
• Publicada pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS). 
• Revista periodicamente.
• CID-11: lançamento 
programado para 2015.
• OBS: os grupos encarregados 
da revisão do DSM e da CID 
compartilham o objetivo de 
harmonizar essas duas 
classificações o máximo 
possível.
Transtorno mental: definição (DSM-5)
• “Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por 
perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação 
emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma 
disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de 
desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. 
Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento 
ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, 
profissionais ou outras atividades importantes. Uma resposta 
esperada ou aprovada culturalmente a um estressor ou perda 
comum, como a morte de um ente querido, não constitui 
transtorno mental. Desvios sociais de comportamento (p., de 
natureza política, religiosa ou sexual) e conflitos que são 
basicamente referentes ao indivíduo e à sociedade não são 
transtornos mentais a menos que o desvio ou conflito seja o 
resultado de uma disfunção no indivíduo, conforme descrito” (p. 
20) 
A ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA
Técnica e habilidade em realizar entrevista 
• Atributo fundamental e insubstituível do profissional de saúde.
• Essa habilidade é, em parte, aprendida e em parte intuitiva.
• Habilidade do entrevistador:
- Perguntas formuladas e perguntas que evita formular.
- Decisão de quando e como falar ou apenas calar-se.
- Capacidade de estabelecer uma relação ao mesmo tempo empática e tecnicamente útil.
• Entrevista bem conduzida: pode ser aquela na qual o profissional fala muito pouco, ouve o 
paciente. Outras vezes, pode ser aquela na qual é mais ativo, participativo, falando mais, fazendo 
mais perguntas e intervindo frequentemente. Isto vai variar em função:
- Do paciente.
- Do contexto institucional da entrevista.
- Dos objetivos da entrevista.
- Da personalidade do entrevistador.
• Atitudes que, na maioria das vezes, são inadequadas e improdutivas:
1- Posturas rígidas e estereotipadas. 
2- Atitude excessivamente neutra ou fria.
3- Reações exageradamente emotivas ou artificialmente calorosas.
4- Comentários valorativos.
5- Reações emocionais intensas de pena ou compaixão.
6- Respostas hostis ou agressivas.
7- Entrevistas excessivamente prolixas.
8- Fazer muitas anotações durante a entrevista.
A(s) primeira(s) entrevista(s)
• Entrevista inicial → momento crucial no diagnóstico e tratamento em saúde mental.
• Logo no início da primeira entrevista é conveniente que o profissional se apresente, dizendo 
seu nome, se necessário, sua profissão e a razão da entrevista. 
• É importante que o profissional garanta explicitamente: que a entrevista e o tratamento irão 
ocorrer com sigilo e discrição e que é necessário a colaboração mútua entre profissional e 
paciente.
• Inicialmente, deve-secolher os dados sociodemográficos básicos (nome, idade, data de 
nascimento, naturalidade, estado civil, com quem reside, profissão, atividade profissional, 
etc.)
• Após colher esses dados, que situam quem é o paciente que chega ao serviço de saúde, 
deve-se solicitar que ele relate sua queixa básica, seu sofrimento, dificuldade ou conflito que 
o traz ao profissional ou ao serviço. 
• Nesse momento, o profissional deve muito mais ouvir do que falar. 
• Profissional → ouve o relato e observa como o relato é feito. 
• Duração e número de entrevistas iniciais, com fins diagnósticos e de planejamento 
terapêutico→ não é fixo, dependendo de diversos fatores.
Escuta ≠ Passividade
• Primeiros encontros → evitar pausas e silêncios prolongados.
• Procedimentos que podem facilitar o entrevistador no lidar com o silêncio 
do paciente: 
- fazer perguntas e colocações breves que assinalam a sua presença 
efetiva e mostram que ele está atento e tranquilo para ouvi-lo.
- evitar perguntas muito direcionadas, fechadas (que podem ser 
respondidas apenas com um sim ou não categóricos) e perguntas muito 
longas e complexas (que podem ser difíceis de serem compreendidas pelo 
paciente). 
- utilizar intervenções, tais como “como foi isso”, “explique melhor”, 
“conte um pouco mais sobre isso”, no lugar de perguntas que estimulam o 
paciente a fechar e encerrar sua fala , tais como “por que” ou “qual a causa”. 
- buscar para cada paciente o tipo de intervenção que facilite a 
continuidade de sua fala.
• Mesmo realizando entrevistas abertas, nos primeiros encontros o 
profissional deve ter a estrutura da entrevista em sua mente.
Transferência e contratransferência
• Transferência: 
- Conceito introduzido por Freud e que o profissional deve conhecer para 
realizar as entrevistas de forma mais habilidosa.
- Compreende atitudes e sentimentos cujas origens são basicamente 
inconscientes para o paciente. Inclui tanto sentimentos positivos como negativos.
- O profissional passa a ocupar no presente o lugar que o pai ou a mãe do 
paciente ocupavam no passado. 
- Esses sentimentos são uma repetição inconsciente do passado e o paciente 
não se dá conta da natureza dos mesmos, considerando-os como novas experiências 
reais.
• Contratransferência:
- Projeção, por parte do profissional, de sentimentos que nutria no passado 
por pessoas significativas de sua vida. 
- O profissional poderá lidar de forma racional e objetiva com o que está 
ocorrendo na relação profissional ao identificar suas reações contratransferenciaise 
conscientizar-se de que elas têm a ver com seus próprios conflitos.
Avaliação psiquiátrica
• Entrevista inicial: na qual se fará a anamnese.
• Exame psíquico: é o exame do estado mental atual do 
paciente.
• Exame físico geral e neurológico: deverá ser mais ou menos 
detalhado a partir das hipóteses diagnósticas que irão se 
formando com os dados da anamnese e do exame do 
estado mental do paciente. 
• Exames complementares: como as avaliações por meio de 
testes da personalidade e da cognição, exames laboratoriais 
(hemograma, citológico e imunológico do liquor, etc.), 
exames de neuroimagem (tomografia computadorizada do 
cérebro, ressonância magnética do cérebro, etc.) e 
neurofisiológicos (EEG, potenciais evocados, etc.). 
Pontos adicionais
• Entrevista e dados fornecidos por um “informante”: 
- Muitas vezes, faz-se necessária a informação de familiares, amigos, etc. Por exemplo, no caso de 
pacientes com quadros demenciais, com déficits cognitivos, em estado psicótico grave ou em mutismo.
- O entrevistador deve levar em consideração que os dados fornecidos pelo “informante” padecem 
de certo subjetivismo.
- Informante → tem “sua visão do caso” e não “a visão” correta do mesmo.
• Veracidade dos dados obtidos:
- Dissimulação: ato de esconder ou negar voluntariamente a presença de sinais e sintomas. Pode 
ocorrer, por exemplo, por medo de ser internado, de receber medicamentos ou de ser “rotulado” como 
“louco”.
- Simulação: tentativa do paciente de “criar”, apresentar voluntariamente um sintoma, sinal ou 
vivência que de fato não tem. Por ocorrer, por exemplo, quando o paciente está buscando dispensa do 
trabalho ou mesmo a internação para não ser encontrado por traficantes de drogas. 
• Perspectiva transversal versus perspectiva longitudinal da avaliação psiquiátrica: 
- Dimensão longitudinal: histórica, temporal.
- Dimensão transversal: momentânea, atual
• Relato do caso por escrito: 
- Deve ser organizado e coerente, evitando terminologia por demais tecnicista e deve conter, de 
preferência, as próprias palavras que o paciente e informantes usaram para descrever os sintomas mais 
relevantes. 
- O profissional deve evitar interpretação precoce dos dados (seja ela psicológica, psiquiátrica, 
sociológica ou biológica)
PROCESSOS PSÍQUICOS E SUAS 
ALTERAÇÕES
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e 
semiologia dos transtornos mentais. 
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
Definições básicas
• Consciência
• Definição neuropsicológica: 
- estado de estar desperto, acordado, lúcido, vigil. 
- grau de clareza do sensório. 
• Definição psicológica: 
- soma total das experiências conscientes do indivíduo num 
determinado momento.
- capacidade de o indivíduo entrar em contato com a 
realidade, perceber e conhecer os seus objetos.
• Definição ético-filosófica:
- capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as 
responsabilidades, os direitos e deveres concernentes a essa 
ética.
Alterações normais da consciência
• Sono normal:
- estado especial da consciência, que ocorre de forma cíclica 
nos organismos superiores.
- duas fases: sono Não-REM e sono REM.
• Sonho: 
- fenômeno associado ao sono.
- considerado uma alteração normal da consciência.
- a maioria das pessoas sonha várias vezes durante uma noite.
- são vivências predominantemente visuais, raramente 
ocorrendo percepções auditivas, olfativas ou táteis.
Alterações patológicas da consciência
• A consciência pode se alterar devido a processos 
fisiológicos e processos patológicos.
• Em diversos quadros neurológicos e 
psicopatológicos, o nível de consciência diminui de 
forma progressiva.
• Estado normal (vigil, desperto) → coma profundo.
• Os quadros patológicos de alteração da consciência 
envolvem alterações qualitativas e qualitativas da 
consciência. 
Alterações quantitativas da consciência
• Obnubilação ou turvação da consciência:
- rebaixamento da consciência em grau leve a moderado.
- o paciente pode já estar claramente sonolento ou parecer desperto.
- diminuição do grau de clareza do sensório, com lentidão da compreensão 
e dificuldade de concentração.
- o paciente tem dificuldade para integrar as informações sensoriais 
oriundas do ambiente, encontrando-se um tanto perplexo, com a 
compreensão dificultada e podendo estar com o pensamento ligeiramente 
confuso.. 
• Sopor: 
- paciente apresenta-se sempre evidentemente sonolento.
- estado de marcante turvação da consciência, no qual pode ser 
despertado apenas por estímulo energético (principalmente de natureza 
dolorosa)
- o paciente pode apresentar reações de defesa, mas é incapaz de 
qualquer ação espontânea.
• Coma:
- grau mais profundo de rebaixamento do nível da consciência.
- não é possível qualquer atividade voluntária consciente
Síndromes psicopatológicas associadas ao 
rebaixamento do nível de consciência:
• Delirium: rebaixamento do nível de 
consciência, desorientação 
tempoespacial, ansiedade, agitação ou 
lentificação psicomotora, ilusões e 
/alucinações visuais.
Alterações qualitativas da consciência
• Estados crepusculares: 
- estreitamento transitório do campo da consciência, afunilamento da consciência, 
com a conservação de uma atividade psicomotora global mais ou menos 
coordenada.
• Dissociação da consciência:
- fragmentação ou divisão do campo da consciência, ocorrendo perda da unidade 
psíquica comum do ser humano.
- o indivíduo “desliga” da realidadepara parar de sofrer.
- ocorre nos quadros de crises histéricas de tipo dissociativo, podendo ocorrer 
também em quadros de ansiedade intensa.
• Transe:
- estado de dissociação da consciência que se assemelha a um sonho acordado, 
mas no qual há presença de atividade motora automática e estereotipada com 
suspensão parcial dos movimentos voluntários.
- ocorre em contextos religiosos culturais. 
• Estado hipnótico: 
- estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada.
- pode ser induzido por outra pessoa (hipnotizador)
- estado semelhante ao transe.
ALTERAÇÕES DA ATENÇÃO
Definições básicas:
• Atenção: direção da consciência, estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto.
• A atenção pode ser discriminada quanto à sua:
• Natureza: 
- Atenção voluntária: exprime a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto. 
- Atenção espontânea: tipo de atenção suscitado pelo interesse momentâneo, incidental que um 
ou outro objeto desperta. Este tipo de atenção geralmente encontra-se aumentado nos estados mentais nos 
quais o indivíduo tem pouco controle voluntário sobre sua atividade mental.
• Direção: 
- Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito, voltada para o mundo 
exterior ou para o corpo. Geralmente é de natureza mais sensorial, utilizando-se dos órgãos dos sentidos.
- Atenção interna: se volta para os processos mentais do próprio indivíduo. É mais reflexiva, 
introspectiva e meditativa. 
• Amplitude: 
- Atenção focal: matem-se concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado 
e restrito da consciência. 
- Atenção dispersa: não se concentra em um campo determinado, espalhando-se por um campo 
menos delimitado.
• Atenção seletiva: capacidade de seleção de estímulos e objetos específicos.
• Atenção sustentada: manutenção da atenção seletiva sobre determinado estímulo ou objeto.
• Tenacidade: capacidade de fixar a atenção sobre determinada área ou objeto.
• Vigilância: qualidade da atenção que permite mudar o foco de um objeto para outro.
• Atenção flutuante: estado de como deve funcionar a atenção do psicanalista durante uma sessão analítica.
Alterações da atenção
• Hipoprosexia: alteração mais comum e menos específica da 
atenção. Consiste na diminuição global da atenção.
• Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção, mesmo que os 
estímulos sejam fortes e variados.
• Hiperprosexia: estado de atenção exacerbada.
• Distração: consiste num sinal de superconcentração ativa da 
atenção sobre determinados conteúdo ou objetos e inibição de 
tudo o mais. 
• Distratibilidade: a atenção é facilmente desviada de um objeto para 
outro. É um estado patológico que se exprime por instabilidade 
marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com 
dificuldade ou incapacidade para se fixar ou se manter em qualquer 
coisa que implique esforço produtivo. 
• Exemplos de estados em que ocorre alterações da atenção: estados 
depressivos, estados maníacos, esquizofrenia, etc. 
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
Definições básicas
• Orientação é a capacidade de situar-se quanto a 
si mesmo e ao ambiente.
• A orientação consiste num elemento básico da 
atividade mental.
• Distúrbios da orientação: tradicionalmente, são 
separados segundo tempo, lugar e pessoa.
• Orientação autopsíquica: orientação em relação a 
si mesmo.
• Orientação alopsíquica: capacidade de orienta-se 
em relação ao mundo. Envolve a orientação 
temporal e a orientação espacial. 
Orientação autopsíquica
• É a orientação do indivíduo em relação a si 
mesmo.
• Revela se o indivíduo sabe quem ele é, como 
se chama, que idade tem, qual a sua 
nacionalidade, estado civil, religião, etc.
• Alterações / anormalidades da orientação 
autopsíquica geralmente estão presentes em 
quadros mais graves.
Orientação espacial
• É a capacidade de orientar-se quanto ao 
espaço.
• Indica se o paciente sabe o lugar onde ele se 
encontra, a instituição, o andar do prédio, o 
bairro, a cidade, o estado, o país, etc. 
Orientação temporal
• É a capacidade de orientar-se quanto ao tempo.
• Indica se o paciente sabe em que momento 
cronológico estamos vivendo.
• É um tipo de orientação mais sofisticada que a 
espacial e a autopsíquica. Requer a integração de 
estímulos ambientais de forma mais elaborada, 
depende de uma adequada percepção da 
passagem do tempo, da capacidade de apreender 
o passado e “antever” o futuro, etc.
• Adquirida mais tardiamente na evolução da 
criança. 
Perguntas que podem ser feitas para 
investigar essas funções:
• Orientação autopsíquica: Quem é o senhor(a)? 
Qual o seu nome? O que faz? Qual a sua 
profissão? Quem são seus pais? Qual a sua 
idade?
• Orientação temporal: Que dia é hoje (semana, 
mês, ano)? Que horas do dia são agora?
• Orientação espacial: Onde estamos? Em que 
cidade estamos? E o bairro? Quanto tempo leva 
para vir de sua casa até aqui? Qual o caminho? 
Que edifício é este? Qual o andar?
Prejuízos da capacidade de orientação
Geralmente, aparecem na 
seguinte ordem:
Geralmente, desaparecem na 
ordem inversa:
TEMPO LUGAR PESSOA PESSOA LUGAR TEMPO
Alterações da orientação
• Desorientação por redução do nível de consciência 
(desorientação torporosa ou confusa).
• Desorientação por déficit de memória de fixação 
(desorientação amnéstica). 
• Desorientação demencial.
• Desorientação por apatia e/ou desinteresse profundos.
• Desorientação delirante.
• Desorientação oligofrênica.
• Desorientação histérica.
• Desorientação por desagregação.
• Desorientação quanto a própria idade.
ALTERAÇÕES NAS VIVÊNCIAS DE 
TEMPO E ESPAÇO
Tempo objetivo e tempo subjetivo:
Tempo 
objetivo
Tempo exterior
Tempo 
cronológico, 
mensurável.
Tempo 
subjetivo
Tempo interior
Tempo vivenciado 
internamente por 
cada sujeito.
Anormalidades da vivência do tempo e ritmo 
psíquico nas síndromes depressivas e maníacas
• Estados depressivos: a passagem do tempo é 
percebida como lenta e vagarosa.
• Estados maníacos: a passagem do tempo é 
percebida como rápida e acelerada.
• Depressão: há uma lentificação de todas as 
atividades mentais. 
• Mania: há uma aceleração de todas as funções 
psíquicas (pensamento, motricidade, linguagem, etc.)
Exemplos de anormalidade da vivência do 
tempo:
• Ilusão sobre a duração do tempo: deformação 
acentuada da percepção da duração do tempo, típica 
de intoxicações por alucinógeno e psicoestimulante.
• Atomização do tempo: típica dos estados de exaltação 
e agitação maníaca (geralmente acompanhados de 
fuga de ideias e distratibilidade intensa)
• Inibição da sensação de fluir do tempo: falta da 
sensação do “avançar subjetivo” do tempo, perda do 
sincronismo entre o fluir dos acontecimentos objetivos 
e o fluir de seu tempo interno.
Exemplos de anormalidades da vivência do 
espaço:
• Estado de êxtase: perda das fronteiras entre o eu e o mundo 
externo. O paciente sente-se fundido ao mundo exterior. 
• Estado maníaco: espaço extremamente dilatado e amplo, 
invade o espaço das outras pessoas (desconhece as fronteiras 
espaciais).
• Quadros depressivos: o espaço externo pode ser vivenciado 
como encolhido, pouco penetrável pelo indivíduo e pelos 
outros. 
• Quadro paranóide: o paciente vivencia o seu espaço interno 
como invadido por aspectos ameaçadores, perigosos e hostis 
do mundo. 
• Agorafobia: o espaço externo é percebido como sufocante, 
pesado, perigoso.
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
Definições básicas
• Sensação: fenômeno elementar gerado por 
estímulos físicos, químicos ou biológicos 
variados, originados fora ou dentro do 
organismo, que produzem alterações nos 
órgãos receptores, estimulando-os. 
• Percepção: tomada de consciência, pelo 
indivíduo, do estímulo sensorial.
Fenômeno imagem ≠ Fenômeno 
representação
• Imagem perceptiva real (imagem): é o 
elemento básico do processo de 
sensopercepção.
• Imagem representativa ou mnêmica: 
revivescência de uma imagem sensorial 
determinada, sem que esteja presente oobjeto original que a produziu.
Imagem ≠ Representação
Imagem perceptiva real 
• Nitidez
• Corporeidade
• Estabilidade
• Extrojeção
• Ininfluenciabilidade
voluntária
• Completitude
Imagem representativa
• Pouca nitidez
• Pouca corporeidade
• Instabilidade
• Introjeção
• Incompletude
• “Todos admitirão sem hesitar que existe uma 
considerável diferença entre as percepções da mente 
quando o homem sente a dor de um calor excessivo ou o 
prazer de um ar moderadamente tépido e quando 
relembra mais tarde essa sensação ou a antecipa pela 
imaginação. Essas faculdades podem remedar ou copiar 
as percepções dos sentidos, mas jamais atingirão a força 
e a vivacidade do sentimento original. O máximo que 
podemos dizer delas, mesmo quando operam com todo o 
seu vigor, é que representam o seu objeto de maneira tão 
viva que quase se poderia que os vemos ou sentimos [...] 
O mais vivo pensamento é ainda inferior à mais 
embotada das sensações” (Hume, D. 1973)
Subtipos de imagem representativa
• Imagem eidética (eidetismo): 
- Evocação de uma imagem guardada na memória 
(representação) de forma muito precisa, com 
características semelhantes a uma percepção.
- É experimentada por alguns indivíduos.
• Pareidolias: 
- Imagens visualizadas voluntariamente a partir de 
estímulos imprecisos do ambiente.
- Ex.: Criança ao olhar uma nuvem e poder ver nela 
um gato ou elefante. / Olhar uma folha com manchas 
impressivas e, pelo esforço voluntário, visualizar nessas 
manchas determinados objetos.
As alterações da sensopercepção incluem:
• Alterações quantitativas:
- As imagens perceptivas têm uma intensidade 
anormal, para mais ou para menos.
- Hiperestesia
- Hipoestesia
- Analgesia de partes do corpo e disestesias
corporais.
• Alterações qualitativas:
- São as mais importantes em psicopatologia.
- Compreendem: ilusões, alucinações, alucinose e 
pseudo-alucinação.
Ilusão Alucinação Alucinose Pseudo-alucinação
• Percepção deformada 
de um objeto real e 
presente.
• Ocorre, basicamente, 
em três condições:
- Rebaixamento do nível 
de consciência.
- Fadiga grave ou 
inatenção marcante.
- Certos estados afetivos, 
em que o afeto deforma o 
processo de 
sensopercepção.
• Tipos mais comuns: 
visuais e sonoras.
• Percepção clara e 
definida de um objeto 
(voz, ruído, imagem) sem 
a presença do objeto 
estimulante real.
• Desafio conceitual: 
como então falar de 
percepção sem objeto?
• A clínica registra 
indivíduos que percebem 
perfeitamente uma voz e 
uma imagem sem a 
presença real do objeto.
• Fenômeno pelo qual o 
paciente percebe a 
alucinação como estranha 
à sua pessoa.
• Falta a crença de que 
comumente o paciente 
tem em sua alucinação.
• Alucinose auditiva: a 
mais comum é a alucinose
alcoólica.
• Alucinose visual: maior 
frequência em pacientes 
com déficits visuais 
graves, tumores, 
intoxicações por 
alucinógeno.
• Embora pareça com a 
alucinação, não apresenta os 
aspectos vivos e corpóreos de 
uma imagem perceptiva real.
• Possui características de 
uma imagem representativa. 
• O paciente relata que 
“parece uma voz (ou 
imagem)” ou que “é como se 
fosse uma voz (ou imagem)”.
• Fenômeno semelhante à 
imagem pós-óptica. 
Atenção! 
• Fantasia
• Produção imaginativa, produto minimamente 
organizado da imaginação.
• Função psicológica: ajuda o indivíduo a lidar 
com frustrações, com o desconhecido e com 
seus conflitos.
Alucinações auditivas
• São as mais frequentes.
• Dentre elas, a mais encontrada é a alucinação 
audioverbal, na qual o paciente escuta vozes sem 
qualquer estímulo real.
• Sonorização do pensamento: vivência de ouvir o 
pensamento, no momento mesmo em que ele está 
sendo pensado ou de forma repetida logo após ter sido 
pensado.
→ Dois tipos básicos:
- Sonorização do próprio pensamento; e 
- Sonorização de pensamentos como vivência 
alucinatório-delirante.
Alucinações musicais
• Tipo de alucinação que é relativamente raro.
• Audição de tons musicais e melodias sem o 
correspondente estímulo auditivo externo.
• Comumente associadas a déficits auditivos, 
doenças neurológicas, etc.
Alucinações visuais
• Visões nítidas que o paciente experimenta, 
sem a presença de estímulos visuais.
• Podem ser simples (fotopsias) e complexas 
(pessoas, partes do corpo, entidades, etc.).
• Podem ocorrer em qualquer psicose, sendo 
mais frequentes nas síndromes psicorgânicas
agudas e psicoses desencadeadas por drogas. 
Alucinações táteis
• O paciente sente espetadas, choques, insetos 
correndo sobre sua pele.
• É frequente no delirium tremens e nas 
psicoses tóxicas produzidas por cocaína.
• Pacientes esquizofrênicos sentem, de forma 
passiva, que forças estranhas tocam, cutucam 
ou penetram seus genitais. 
Alucinações olfativas e gustativas
• Relativamente raras.
• Olfativas: o paciente sente cheiro de coisas 
podres, de cadáver, de fezes, etc.
• Gustativas: o paciente sente na boca o sabor 
de ácido, de sangue, de urina, etc.
• Muitas vezes, ocorrem em conjugação. 
Alucinações cenestésicas e cinestésicas
• Cenestésicas: sensações incomuns e 
claramente anormais em diferentes partes do 
corpo (cérebro encolhendo, fígado 
despedaçando).
• Cinestésicas: sensações alteradas de 
movimentos do corpo (corpo encolhendo e 
afundando, braço se levantando, etc.).
Etiologia das alucinações 
• Ainda são controversas as suas possíveis 
causas e mecanismos fisiológicos, 
neuropsicológicos e psicológicos.
• Existem algumas teorias, tais como: 
psicodinâmicas e afetivas, neuroquímica, 
distúrbio da linguagem interna. 
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
Definições básicas
• Elementos constitutivos do pensamento ≠ Dimensões do processo de pensar.
• Elementos constitutivos do pensamento: desde Aristóteles, dividem-se em três 
operações básicas:
- Conceito: formam-se a partir das representações, ao contrário das 
percepções. É um elemento puramente cognitivo, intelectivo, não tem elementos de 
sensorialidade (não é possível ouvi-lo, senti-lo, vê-lo). 
- Juízo: consiste, a princípio, na afirmação de uma relação entre dois 
conceitos. Por exemplo, “cadeira” e “utilidade”. Juízo → “a cadeira é útil”. 
- Raciocínio: função que relaciona os juízos. Representa um modo especial 
de ligação entre conceitos, de sequência de juízos, de encadeamento de 
conhecimentos. 
• Processo do pensar: forma de analisar o pensamento que distingue os seguintes 
aspectos ou momentos do pensamento:
- Curso do pensamento: modo como o pensamento flui, sua velocidade e 
ritmo ao longo do tempo.
- Forma ou estrutura do pensamento: estrutura básica do pensamento, sua 
“arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo.
- Conteúdo ou temática do pensamento: aquilo de dá substância ao 
pensamento, seus temas predominantes, o assunto em si. 
Alterações dos elementos 
constitutivos do pensamento
Alterações dos conceitos
• Desintegração dos conceitos:
- Perda do significado original dos conceitos.
- A ideia de determinado objeto e a palavra que normalmente a designa 
passam a não mais coincidir.
- É comum o sujeito utilizar as palavras de forma totalmente pessoal e 
idiossincrática.
- Ex.: “ateu”: “descrente de Deus” → “ateu”: “a teu comando”, ‘a comando 
de Deus”, “crente”.
- Bastante característica da esquizofrenia, podendo ocorrer também nas 
síndromes demenciais.
• Condensação dos conceitos: 
- Quando dois ou mais conceitos são fundidos.
- O paciente involuntariamente condensa duas ou mais ideias em um único 
conceito que se expressa por uma nova palavra.
• No plano da linguagem, as desintegrações e condensações dos conceitos são 
designadas neologismos: palavras inteiramente novas ou palavras conhecidas 
recebendo significados novos. 
Alterações dos juízos
• Juízo deficiente ou prejudicado:
- Tipo de juízo falso devido à elaboração prejudicada dos juízos pela 
deficiência intelectual, pela pobreza cognitiva do indivíduo.
- Os conceitos são inconscientes e o raciocínio é pobre e defeituosos.- Os juízos são muito simplistas, concretos e sujeitos à influência do 
meio social.
- Juízo deficiente ≠ delírio
- Os juízos deficientes não são persistentes e irredutíveis. Mudam 
com facilidade e variam a sua temática de um momento para outro. 
• Delírio: 
- Alterações do juízo de realidade.
- São as alterações do juízo mais importantes em psicopatologia.
Alterações do raciocínio e do estilo de pensar
• Pensamento mágico: fere os princípios da lógica formal e não respeita os indicativos e imperativos 
da realidade.
• Pensamento derreísta: semelhante ao pensamento mágico, o pensar volta-se muito mais ao mundo 
interno do sujeito, suas fantasias e sonhos, manifestando-se como um devaneio, no qual tudo é 
possível e favorável ao indivíduo. Crenças baseadas em desejo e não em fatos. 
• Pensamento concreto ou concretismo: o indivíduo não consegue entender metáforas, o 
pensamento é muito “aderido” ao nível sensorial da experiência.
• Pensamento inibido: ocorre inibição do raciocínio.
• Pensamento vago: o paciente expõe um pensamento muito ambíguo, podendo mesmo parecer 
obscuro. 
• Pensamento prolixo: o paciente não consegue chegar a uma conclusão sobre o tema de que está 
tratando, dá longas voltas, mistura o essencial com o supérfluo.
• Tangencialidade: o paciente dá respostas que apenas tangenciam aquilo que foi perguntado.
• Circunstancialidade: o paciente “roda em volta do tema”, sem entrar nas questões essenciais, mas 
eventualmente alcança o objetivo de seu raciocínio. 
• Pensamento deficitário (ou oligofrênico): pensamento de estrutura pobre e rudimentar.
• Pensamento demencial: o pensamento também é pobre, porém, o empobrecimento é desigual.
• Pensamento confusional: devido à turvação da consciência. 
• Pensamento desagregado: pensamento radicalmente incoerente. “Salada de palavras”
• Pensamento obsessivo: predominam ideias ou representações que impõem-se à consciência de 
modo persistente e incontrolável, apesar de terem um conteúdo absurdo ou repulsivo para o 
indivíduo. 
Alterações do processo de pensar
Curso do pensamento
• Aceleração do pensamento: 
- O pensamento flui de forma muito acelerada.
- Uma ideia sucede à outra rapidamente.
- Ex.: quadros de mania, alguns quadros esquizofrênicos, estados de ansiedade 
intensa, psicoses tóxicas, principalmente por anfetamina e cocaína, etc.
• Lentificação do pensamento:
- O pensamento progride lentamente, de forma dificultosa.
- Há certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas.
- Ex.: depressões graves, alguns quadros de rebaixamento do nível de consciência, 
algumas intoxicações por substâncias sedativas e alguns quadros psicorgânicos. 
• Bloqueio ou intercepção do pensamento:
-Pode ser verificado quando o paciente, no meio de uma conversa, interrompe brusca 
e repentinamente o que estava relatando, sem qualquer motivo aparente. 
- O paciente relata que, sem saber por que “o pensamento para”, é bloqueado.
- É uma alteração quase que exclusiva da esquizofrenia.
• Roubo do pensamento:
- Vivência que é frequentemente associada ao bloqueio do pensamento.
- O paciente tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente 
(por uma força ou ente estranho, por uma máquina, por uma antena, etc.)
- É um tipo de vivência de influência.
- É uma alteração típica da esquizofrenia.
Forma do pensamento
• Fuga de ideias:
- Alteração da estrutura do pensamento secundária a uma acentuada aceleração do 
pensamento.
- Uma ideia segue à outra de forma extremamente rápida, perturbando-se as associações 
lógicas entre os juízos e conceitos.
- Alteração muito característica das síndrome maníacas. 
• Dissociação do pensamento:
- Designação cunhada por Bleuler para a desorganização do pensamento.
- O pensamento passa progressivamente a não seguir uma sequência lógica e bem 
organizada, os juízos não se articulam bem uns com os outros. 
- Encontrada em certas formas de esquizofrenia.
• Descarrilhamento do pensamento:
- O pensamento passa a extraviar-se de seu curso normal, tomando desvios e retornando 
aqui e acolá ao curso original.
- Observado na esquizofrenia e nas síndromes maníacas.
• Desagregação do pensamento:
- Profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do 
pensamento.
- Restam apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e ideias fragmentadas, muitas vezes, 
irreconhecíveis.
- Não se percebe uma linha diretriz e uma finalidade no ato de pensar.
- Alteração típica de formas avançadas de esquizofrenia e de quadros demenciais.
Conteúdo do pensamento
• Alguns autores classificam os delírios como alterações do conteúdo do 
pensamento. Para Dalgalarrondo, isso não é correto. 
• Conteúdo do pensamento → aquilo que preenche a estrutura do processo de 
pensar, correspondendo à temática do pensamento.
• Principais conteúdos que preenchem os sintomas psicopatológicos:
1. de perseguição
2. depreciativos
3. religiosos
4. sexuais
5. de poder, riqueza ou grandeza
6. de ruína ou culpa
7. conteúdos hipocondríacos
• Esses conteúdos de pensamento são temas de interesse ao ser humano. Para 
Dalgalarrondo, não são os conteúdos do pensamento que se encontram 
patologicamente alterados num caso de psicose, por exemplo. E sim, o juízo de 
realidade. 
ALTERAÇÕES DO JUÍZO DE REALIDADE
Definições básicas
• As alterações do juízo de realidade são alterações do pensamento.
• Ajuizar → julgar
• Juízos falsos: podem ser produzidos de diversas formas, podendo ser patológicos 
ou não.
• Erro não determinado por processo mórbido ≠ juízos falsos determinados por 
transtorno mental.
• Erro simples X delírio:
- O erro origina-se da ignorância, do julgar apressado e baseado em 
premissas falsas.
- Os erros são passíveis de ser corrigidos pela experiência, pelas provas e 
dados que a realidade oferece.
- Boa parte dos erros de ajuizamento são determinados por situações 
afetivas intensas ou dolorosas, nas quais o indivíduo não analisou a experiência de 
forma objetiva e lógica.
- Tipos de erros mais comuns (não necessariamente determinados por 
transtornos mentais): preconceitos, crenças culturalmente sancionadas, superstições e 
ideias prevalentes.
- O delírio é caracterizado, dentre outros aspectos, pela 
incompreensibilidade. Não se pode compreender psicologicamente o delírio. 
Alterações patológicas do juízo
• Delírio ou ideias delirantes: 
- Segundo Jaspers, são juízos patologicamente falseados. Erro do ajuizar.
- Tem origem na doença mental, sua base é mórbida, é motivado por fatores patológicos.
- Características essenciais do delírio, segundo Jaspers: 1) convicção extraordinária, certeza
subjetiva praticamente absoluta; 2) é impossível sua modificação pela experiência; 3) seu conteúdo é 
impossível.
- Delírio ≠ crenças culturais: o delírio, geralmente, é uma convicção de um só homem, é 
uma produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural do doente.
- Indicadores da gravidade do delírio, segundo Kendler e colaboradores (1983): convicção, 
extensão, bizarrice, desorganização, pressão, resposta afetivae comportamento desviante .
- Classificação dos delírios quanto à estrutura: delírios simples, delírios complexos, delírios 
não-sistematizados, delírio sistematizados.
- Classificação dos delírios quanto ao curso: delírios agudos e delírios crônicos.
- Mecanismos constitutivos do delírio: deve-se pensar o delírio como uma construção 
inserida em um processo de tentativa de reorganização do funcionamento mental. O aparelho psíquico 
empreende um esforço no sentido de lidar com a desorganização que a doença de fundo produz. 
- Estado pré-delirante: geralmente, o delírio surge após um período pré-delirante, 
denominado humor delirante. Este é um período caracterizado por aflição e ansiedades intensas, como 
se algo terrível, pavoroso, estivesse para acontecer, mas sem saber exatamente o quê. Predomínio de 
grande perplexidade, estranheza radical e uma sensação de fim do mundo. O humor delirante cessa 
quando o paciente “configura” o delírio(“descobre o que de fato está acontecendo”) 
Conteúdos e tipos mais frequentes do delírio
1. Delírio de perseguição (ou 
persecutório)
2. Delírio de referência (de alusão ou 
autoreferência)
3. Delírio de relação
4. Delírio de influência (vivências de 
influência)
5. Delírio de grandeza (de 
enormidade)
6. Delírio de reivindicação (ou 
querelância)
7. Delírio de invenção ou descoberta
8. Delírio de reforma (ou 
salvacionismo)
9. Delírio místico ou religioso
10. Delírio de ciúmes e delírio de 
infidelidade
11. Delírio erótico (erotomania)
12. Delírio de ruína (ou niilista)
13. Delírio de culpa e de 
autoacusação
14. Delírio de negação de órgãos
15. Delírio hipocondríaco
16. Delírio cenestopático
17. Delírio de infestação (síndrome 
de Ekbom)
18. Delírio fantástico ou 
mitomaníaco
ALTERAÇÕES DA AFETIVIDADE
Definições básicas
• Afetividade: termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas como 
o humor, as emoções e os sentimentos.
• Cinco tipos básicos de vivências afetivas:
1) Humor ou estado de ânimo: tônus afetivo do indivíduo, estado emocional de base e 
difuso no qual ele se encontra em determinado momento. Trata-se da disposição afetiva de 
fundo que penetra toda sua experiência psíquica, da lente afetiva que dá cor às suas vivências a 
cada momento, ampliando ou reduzindo o impacto das vivências reais. Em boa parte o humor é 
vivido corporalmente. 
2) Emoções: são reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por 
estímulos significativos. Trata-se de um estado afetivo intenso de curta duração. 
Frequentemente, acompanham-se de reações somáticas mais ou menos específicas..
3) Sentimentos: estados e configurações afetivas estáveis, são mais atenuados em sua 
intensidade e menos reativos a estímulos passageiros. Geralmente, são associados a conteúdos 
intelectuais, valores, representações. Constituem fenômeno muito mais mental do que somático.
4) Afetos: qualidade e tônus emocional que acompanham uma ideia ou representação 
mental. Componente emocional de uma ideia. 
5) Paixões: estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica 
como um todo, captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo numa só direção.
Alterações patológicas da afetividade
Alterações do humor
• Distimia: termo que, em psicopatologia geral, designa a alteração básica do humor. Não se 
deve confundir o sintoma distimia com o transtorno distimia (que é um transtorno 
depressivo leve e crônico).
• Humor triste e ideação suicida: frequentemente relacionado com o humor depressivo, 
principalmente quando acompanhado de desesperança e muita angústia. Deve ser sempre 
investigada, cuidadosamente, em pacientes com humor triste. 
• Disforia: distimia que é acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-
humorada.
• Hipotimia: termo que faz referência à base afetiva de toda síndrome depressiva.
• Hipertimia: humor patologicamente alterado no sentido da exaltação e da alegria.
• Euforia: alegria patológica, humor morbidamente exagerado, no qual predomina um estado 
de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias.
• Elação: além da alegria patológica, há uma expansão do eu, sensação subjetiva de grandeza 
e poder.
• Puerilidade: alteração do humor que se caracteriza por seu aspecto infantil, simplório, 
“regredido”.
• Moria: alegria muito pueril, ingênua, “boba”. 
• Estado de êxtase: experiência de beatitude, sensação de dissolução do eu no todo 
• Irritabilidade patológica: hiperatividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a 
estímulos do meio exterior (ainda que leves)
Alterações da emoções e dos sentimentos
• Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva.
• Hipomodulação do afeto: incapacidade de modular a resposta afetiva de acordo com a situação 
existencial. Indica rigidez do indivíduo na relação com o mundo.
• Inadequação do afeto ou paratimia: reação completamente incongruente a situações existências ou 
a determinados conteúdos ideativos. Contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva.
• Pobreza de sentimentos: perda progressiva e patológica das vivências afetivas.
• Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. É 
observável, constatável pela mímica, postura e atitude do paciente, diferentemente da apatia (que 
é basicamente subjetiva). 
• Sentimento de falta de sentimento: vivência de incapacidade para sentir emoções, experimentada 
de forma muito penosa.
• Anedonia: incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinas atividades e 
experiências da vida. 
• Labilidade afetiva e incontinência afetiva: estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e 
imotivadas do humor, sentimentos e emoções. 
• Ambivalência afetiva: sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou objeto e que 
ocorrem de modo absolutamente simultâneo. 
• Neotimia: sentimentos e experiências afetivas inteiramente novas vivenciadas por pacientes em 
estado psicótico. Afetos muito estranhos e bizarros para a própria pessoa que os experimenta.
• Medo: a rigor, não é uma emoção patológica. 
• Fobias: medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as 
possibilidades de perigo real oferecidas pelos objetos ou situações desencadeantes. 
• Pânico: reação de medo intenso, de pavor, relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte 
iminente, descontrole ou desintegração. 
ALTERAÇÕES DA VOLIÇÃO
Definições básicas
• Ato volitivo: 
- Traduzido pelas expressões típicas: “eu quero” ou “eu 
não quero”.
- De um modo geral, se dá como um processo.
• Processo volitivo: 
- Fase de intenção ou propósito
- Fase de deliberação
- Fase de decisão propriamente dita
- Fase de execução
• Ação voluntária: ato de vontade pautado pelas quatro fases 
acima. É o ato de vontade no qual a ponderação, análise e 
reflexão precedem a execução motora. 
Alterações da vontade
• Hipobulia: diminuição da atividade volitiva.
• Abulia: abolição da atividade volitiva.
• Abulia ≠ Ataraxia (estado de indiferença 
volitiva e afetiva desejada e buscada 
ativamente pelo indivíduo, como no caso de 
místicos, que almejam um estado de 
imperturbabilidade)
Atos impulsivos e atos compulsivos
• Ato impulsivo: 
- Ato que abole abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão, tanto em 
função da intensidade dos desejos ou temores inconscientes quanto da fragilidade das instâncias 
psíquicas implicadas na reflexão, análise, contenção e refreamento dos impulsos e desejos. 
- De modo geral, é realizado de forma egossintônica.
- Geralmente é associado a impulsos patológicos, de natureza inconsciente, ou à 
incapacidade de tolerância à frustração e à necessária adaptação à realidade objetiva.
- Impulsos patológicos: tipos de atos impulsivos nos quais predominam as ações 
psicomotoras automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévias, de tipo instantâneo e 
explosivo. 
• Ato compulsivo: 
- Difere do ato impulso, pois o indivíduo o reconhece como indesejável e inadequado 
e tenta refreá-lo ou adiá-lo.
- Egodistônico.
- Há tentativa de “resistir” ou adiá-lo.
- Há sensação de alívio ao realizá-lo.
- Frequentemente associados a ideias obsessivas muito desagradáveis, muitas vezes 
representando tentativas de “neutralizar” esses pensamentos.
Tipos de impulsos e compulsões 
patológicas
• Impulsos e compulsões agressivas auto ou 
heterodestrutivas
• Impulsos relacionados à ingestão de drogas ou 
alimentos
• Atos e compulsões relacionadas ao desejo 
sexual
• Outros impulsos e compulsões: poriomania, 
cleptomania, compulsão a comprar.
Outras alterações da vontade
• Negativismo: oposição do indivíduo às solicitações do meio ambiente. Na forma ativa, o indivíduo 
faz o oposto do solicitado. Na forma passiva, simplesmente nada faz ao ser solicitado pelo 
ambiente. 
• Obediência automática: oposto ao negativismo. O indivíduo obedece automaticamente, como um 
robô teleguiado, às solicitações de pessoas que entrem em contatocom ele. 
• Fenômenos em eco: revelam acentuada perda do controle da atividade voluntária e sua 
substituição por atos automáticos, “sugeridos” pelo ambiente circundante. 
- Ecopraxia
- Ecolalia
- Ecomimia
- Ecografia
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Definições básicas
• Assim como o ato motor é o componente final 
do ato volitivo, as alterações da 
psicomotricidade são, frequentemente, a 
expressão final de alterações da volição.
Agitação psicomotora
• Uma das alterações da psicomotricidade mais 
freqüentes.
• Aceleração e exaltação de toda atividade motora do 
indivíduo.
• É um sinal psicopatológico extremamente freqüente 
e relativamente inespecífico.
• Associado a: quadros maníacos, episódios 
esquizofrênicos agudos, quadros psicoorgânicos 
agudos (intoxicação por drogas, síndromes de 
abstinência, traumas craioencefálicos, etc.)
Lentificação psicomotora
• Lentificação de toda a atividade psíquica 
(bradipsiquismo)
• Toda a movimentação voluntárias torna-se lenta e 
difícil, “pesada”, podendo haver um período de 
latência entre uma solicitação ambiental e a resposta 
motora do paciente.
• Inibição psicomotora: estado acentuado e profundo 
de lentificação psicomotora, com ausência de 
respostas motoras adequadas, sem que haja 
paralisias ou déficit motor primário.
Estupor
• Perda de toda atividade espontânea, que atinge o 
indivíduo globalmente, na vigência de um nível de 
consciência aparentemente preservado e da 
capacidade sensitivo-motora para reagir ao 
ambiente. 
• Envolve toda a atividade voluntária, incluindo a 
comunicação verbal (mutismo), não-verbal, mímica, 
olhar, gesticulação e marcha.
• As reações do indivíduo ficam como que congeladas.
• Tipicamente, o indivíduo fica restrito ao leito, 
acordado, porém sem reagir ao ambiente.
Catalepsia
• Acentuado exagero do tônus postural, com grande 
redução da mobilidade passiva dos vários segmentos 
corporais e com hipertonia muscular.
Flexibilidade cerácea
• O indivíduo ou uma parte de seu corpo é 
colocado pelo examinador em determinada 
posição e o paciente mantém essa posição, 
como se fosse um homem de cera, moldável 
por outra pessoa.
• A catalepsia e flexibilidade cerácea são 
sintomas freqüentes na esquizofrenia 
catatônica.
Estereotipias motoras
• Repetições automáticas e uniformes de determinado 
ato motor complexo, geralmente indicando marcante 
perda do controle voluntário sobre a esfera motora.
• O paciente repete mecanicamente o mesmo gesto 
com as mãos dezenas ou centenas de vezes em um 
mesmo dia.
• São observadas na esquizofrenia, em particular nas 
formas crônicas e catatônicas e em alguns deficientes 
mentais.
Maneirismo
• Tipo de estereotipia motora caracterizada por 
movimentos bizarros e repetitivos, geralmente 
complexos, que perseguem um certo objetivo, 
mesmo que esdrúxulo.
• A harmonia normal de conjunto de gestos é 
substituída por posturas e movimentos estranhos, 
exagerados, afetados ou bizarros.
• Ocorrem na esquizofrenia, principalmente 
catatônica, formas graves de histeria e deficientes 
mentais. 
Conversão
• Surgimento abrupto de sintomas físicos de 
origem psicogênica, tais como: paralisias, 
anestesias, parestesias, cegueira, etc.
• Conversão motora: ocorre geralmente em 
uma situação estressante, de ameaça ou 
conflito intrapsíquico ou interpessoal 
significativos para o indivíduo.
Alterações da marcha
Pacientes histéricos
• Marcha descrita como irregular, mutável, bizarra. Mas 
raramente revela um padrão preciso e estável de determinada 
“marcha neurológica”. 
• Camptocormia: caminhar com o tronco fletido para frente. 
• Hemiplegia histérica: arrasta o pé para frente sobre o solo, 
diferentemente da marcha ceifante do hemiplégico orgânico. 
• Disbasia histérica: o paciente apresenta-se totalmente incapaz 
de se levantar e andar, apesar de não apresentar qualquer 
paralisia ou ataxia de origem orgânica. 
Pacientes esquizofrênicos
• Marcha marcadamente bizarra, com 
maneirismos e estereotipias variadas.
• Distonia de tronco ou membros: quando estão 
usando neurolópticos tradicionais, podem ser 
apresentadas revelando uma marcha bizarra 
pelo componente distônico de sua postura.
Apragmatismo (ou hipopragmatismo)
• Dificuldade ou incapacidade de realizar condutas 
volitivas e psicomotoras minimamente complexas 
(cuidar da higiene pessoal, limpar o quarto, etc.)
• Resulta de alterações básicas das esferas volitivas e 
afetivas, não havendo incapacidade neuropsicológica 
de realizar os atos motores complexos.
• Não deve ser confundido com apraxia, que é uma 
perda da atividade gestual complexa por lesão 
neuronal.
Alterações motoras relacionadas ao uso de 
psicofármacos e a doenças neurológicas
• No diagnóstico diferencial das alterações psicomotoras 
próprias dos transtornos mentais deve-se considerar dois 
grandes grupos de alterações motoras:
1) os decorrentes do uso de psicofármacos: principalmente 
os neurolépticos de primeira geração (haloperidol, 
clorpromazina, etc.) produzem uma série de alterações do 
tônus muscular, da postura e da movimentação voluntária e 
involuntária.
2) os transtornos decorrentes de doenças neurológicas: a 
semiologia neurológica descreve uma série de movimentos 
involuntários decorrentes de lesões neuronais.
Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais(DSM-5). 5. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2014.
Transtornos de Ansiedade
Transtornos de Personalidade
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Agorafobia
Transtorno do Pânico
Fobia Específica
Fobia Social
Transtorno da Ansiedade Generalizada
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Agorafobia
A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas 
(ou mais) das cinco situações seguintes:
1. Uso de transporte público.
2. Permanecer em espaços abertos.
3. Permanecer em locais fechados.
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a 
uma multidão.
5. Sair de casa sozinho.
B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações 
devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou 
de que o auxílio pode não estar disponível no caso de 
desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas 
incapacitantes ou constrangedores.
C. As situações agorafóbicas quase sempre 
provocam medo ou ansiedade.
D. As situações agorafóbicas são ativamente 
evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são 
suportadas com intenso medo e ansiedade.
E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao 
perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao 
contexto cultural.
F. O medo, ansiedade ou esquiva é 
persistente, geralmente durando mais de seis 
meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa 
sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras 
áreas importantes da vida do indivíduo. 
H. Se outra condição médica está presente, o 
medo, ansiedade ou esquiva é claramente 
excessivo.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais 
bem explicado pelos sintomas de outro transtorno 
mental.
Transtorno de Pânico
A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um 
surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em 
minutos e durantes o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
2. Sudorese.
3. Tremores ou abalos.
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
5. Sensações de asfixia.
6. Dor ou desconforto toráxico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
11. Desrealização ou despersonalização.
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”
13. Medo de morrer.
B. Pelo menos ou dos ataques foi seguido de um 
mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes 
características:
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca 
de ataques de pânico adicionais ou sobre suas 
consequências.
2. Uma mudança desadaptativa significativa no 
comportamentorelacionada aos ataques.
C. A perturbação não é consequência dos efeitos 
psicológicos de uma substância ou de outra condição 
médica.
D. A perturbação não é mais bem explicada por 
outro transtorno mental.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
A. Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de 
desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem 
apego, evidenciando por três (ou mais) dos seguintes aspectos:
1. Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de 
afastamento de casa ou de figuras importantes de apego.
2. Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de 
perigos envolvendo figuras importantes de apego, tais como doença, ferimentos, 
desastres ou morte.
3. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à 
separação de uma figura importante de apego (p. ex., perder-se, ser sequestrado, 
sofrer um acidente, ficar doente).
4. Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a escola, 
o trabalho ou a qualquer outro lugar, em virtude do medo da separação.
5. Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem as 
figuras importantes de apego em casa ou em outros contextos.
6. Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir sem 
estar próximo a uma figura importante de apego.
7. Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação.
8. Repetidas queixas de sintomas somáticos (p., ex., cefaleias, dores 
abdominais, náuseas ou vômitos) quando a separação de figuras de apego ocorre ou é 
prevista.
B. O medo, a ansiedade ou a esquiva é persistente, durando 
pelo menos quatro semanas em crianças e adolescentes e geralmente 
seis meses ou mais em adultos.
C. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo 
ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro 
transtorno mental, como a recusa em sair de casa devido à resistência 
excessiva à mudança no transtorno do espectro autista; delírios ou 
alucinações envolvendo a separação em transtornos psicóticos; recusa 
em sair sem um acompanhante confiável na agorafobia; preocupações 
com doença ou outros danos afetando pessoas significativas no 
transtorno de ansiedade generalizada; ou preocupações envolvendo 
ter uma doença no transtorno de ansiedade de doença. 
Fobia Específica
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, 
tomar uma injeção, ver sangue).
Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, 
imobilidade ou comportamento de agarrar-se.
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou 
ansiedade.
C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou 
sofrimento.
D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou 
situação específica e ao contexto sociocultural.
E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses.
F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo 
medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas 
incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no transtorno 
obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de estresse pós-traumático); 
separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações 
sociais (como no transtorno de ansiedade social). 
Especificar Estímulo Fóbico:
Animal
Ambiente natural
Sangue-injeção-ferimentos
Transtorno de Ansiedade Social 
(Fobia Social)
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais 
em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos 
incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não 
são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de 
desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem 
seus pares, e não apenas em interações com adultos.
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que 
serão avaliados negativamente (i. é., será humilhante ou constrangedor; provocará a 
rejeição ou ofenderá os outros).
C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com 
ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo ou 
fracassando em falar em situações sociais.
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou 
ansiedade.
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela 
situação social e o contexto sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de 
seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo.
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos 
fisiológicos diretos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de 
outra condição médica.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas 
de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico
corporal ou transtorno do espectro autista.
J. Se outra condição médica (p. e., doença de Parkinson, obesidade, 
desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou 
esquiva é claramente não relacionado ou excessivo.
Especificar se:
Somente desempenho: se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar 
em público. 
Transtorno de Ansiedade Generalizada
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), 
ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos 
eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) 
dos seguintes sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria 
dos dias nos últimos seis meses).
Nota: Apenas um item é exigido para crianças.
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação o sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou 
sono insatisfatório e inquieto).
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam 
sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma 
substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica 
(p. ex., hipertireoidismo).
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno 
mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânicos no 
transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social 
[fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-
compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de 
separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-
traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno 
de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno 
dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de 
doença ou o conteúdo de crenças delirantesna esquizofrenia ou transtorno 
delirante). 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, 
lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das 
seguintes formas:
1. Vivenciar diretamente o evento traumático.
2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático 
ocorrido com outras pessoas.
3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar 
ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça 
de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o 
evento tenha sido violento ou acidental.
4. Ser exposto de forma repetia ou extrema a detalhes 
aversivos do evento traumático.
B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas 
intrusivos associados ao evento traumático, começando 
depois de sua ocorrência:
1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e 
involuntárias do evento traumático.
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o 
conteúdo e/ou sentimento do sonho estão relacionados ao 
evento traumático.
3. Reações dissociativas (. Ex., flashbacks) nas quais o 
indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse 
ocorrendo novamente.
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a 
exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou se 
assemelhem a algum aspecto do evento traumático.
5. Reações fisológicas intensas a sinais internos ou 
externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto 
do evento traumático.
C. Evitação persistente de estímulos 
associados ao evento traumático, começando após 
a ocorrência do evento, conforme evidenciado por 
um ou ambos dos seguintes aspectos:
1. Evitação ou esforços para evitar 
recordações, pensamentos ou sentimentos 
angustiantes acerca de ou associados de perto ao 
evento traumático.
2. Evitação ou esforços para evitar lembranças 
externas que despertem recordações, pensamentos 
ou sentimentos angustiantes acerca de ou 
associados de perto ao evento traumático. 
D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas 
ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência de 
tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes 
aspectos:
1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do 
evento traumático.
2. Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas 
a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo.
3. Cognições persistentes a respeito d causa ou das 
consequências do evento traumático que levam o indivíduo a culpar a 
si mesmo ou aos outros.
4. Estado emocional negativo persistente.
5. Interesse ou participação bastante diminuída em atividades 
significativas.
6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos 
outros.
7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas.
E. Alterações marcantes na excitação e na 
reatividade associadas ao evento traumático, começando 
ou piorando após o evento, conforme evidenciado por 
dois (ou mais) dos seguintes aspectos:
1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva 
geralmente expressos sob a forma de agressão verbal ou 
física em relação a pessoas e objetos.
2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo.
3. Hipervigilância.
4. Resposta de sobressalto exagerada.
5. Problemas de concentração.
6. Perturbação do sono.
F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de 
um mês.
G. A perturbação causa sofrimento clinicamente 
significativo e prejuízo social, profissional ou em outras 
áreas importantes da vida do indivíduo.
H. A perturbação não se deve aos efeitos 
fisiológicos de uma substância ou outra condição médica.
Determinar o subtipo:
Com sintomas dissociativos: 
1. Despersonalização / 2. Desrealização.
Especificar se:
Com expressão tardia.
Transtorno Obsessivo-compulsivo
A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas:
Obsessões:
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes 
que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como 
intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada 
ansiedade ou sofrimento.
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos 
ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação.
Compulsões:
1. Comportamentos repetitivos ou atos mentais que o indivíduo se 
sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com 
regras que devem ser rigidamente aplicadas.
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir 
a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; 
entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão 
realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. 
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo ou 
causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo.
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem 
aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição 
médica.
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos 
sintomas de outro transtorno mental.
Especificar se:
Com insight bom ou razoável
Com insight pobre
Com insight ausente/crenças delirantes
Relacionado ao tique
Transtornos da Personalidade
Transtorno da Personalidade Paranóide
Transtorno da Personalidade Esquizóide
Transtorno da Personalidade Esquizotípico
Transtorno da Personalidade Dependente
Transtorno da Personalidade Borderline
Transtorno da Personalidade Histriônica
Transtorno da Personalidade Antissocial
Transtorno da Personalidade Narcisista
Transtorno da Personalidade 
Paranóide
A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa 
dos outros, de modo que suas motivações são 
interpretadas como malévolas, que surge no início da 
vida adulta e está presente em vários contextos, 
conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar 
sendo explorado, maltratado ou enganado por outros.
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca 
da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios.
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo 
infundado de que as informações serão usadas 
maldosamente contra si. 
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou 
ameaçadores em comentários ou eventos benignos.
5. Guarda rancores de forma persistente.
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que 
não são percebidos pelos outros e reage com raiva ou 
contra-ataca rapidamente.
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca 
da fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de 
esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com 
sintomas psicóticos ou outro transtorno psicótico e não é 
atribuível aos efeitos fisiólógicos de outra condição 
médica. 
Transtorno da Personalidade 
Esquizoide
A. Um padrão difuso de distanciamento das 
relações sociais e uma faixa restrita de expressão de 
emoções em contextos interpessoais que surgem no 
início da vida adulta e estão presentes em vários 
contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos 
seguintes:
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, 
inclusive ser parte de uma família.
2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter 
experiências sexuais com outra pessoa.
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes 
em nenhuma.
5. Não tem amigos próximos ou confidentes 
que não sejam os familiares de primeiro grau.
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica 
de outros.
7. Demonstra frieza emocional, 
distanciamento ou embotamento afetivo.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso 
de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo 
com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico 
ou transtorno do espectro autista e não é atribuível 
aos efeitos psicológicos de outra condição médica. 
Transtorno da Personalidade 
Esquizotípica
A. Um padrão difuso de déficits sociais e 
interpessoais marcado por desconforto agudo e 
capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além 
de distorções cognitivas ou perceptivase comportamento 
excêntrico, que surge no início da vida adulta e está 
presente em vários contextos, conforme indicado por 
cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Ideias de referência.
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que 
influenciam o comportamento e são inconsistentes com 
as normas subculturais. 
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões 
corporais.
4. Pensamento e discurso estranhos.
5. Desconfiança ou ideação paranoide.
6. Afeto inadequado ou constrito.
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica 
ou peculiar.
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que 
não sejam parentes de primeiro grau.
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o 
convívio e que tende a estar associada mais a temores 
paranoides do que a julgamentos negativos sobre si mesmo.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de 
esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas 
psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do 
espectro autista.
Transtorno da Personalidade 
Dependente
Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado 
que leva a comportamento de submissão e apego que 
surge no início da vida adulta e está presente em vários 
contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos 
seguintes:
1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas 
sem uma quantidade excessiva de conselhos e 
reasseguramento de outros.
2. Precisam que outros assumam responsabilidade 
pela maior parte das principais áreas de sua vida.
3. Tem dificuldades em manifestar desacordo com 
outros devido a medo de perder apoio ou aprovação.
4. Apresenta dificuldade em iniciar projetos 
ou fazer coisas por conta própria.
5. Vai a extremos para obter carinho e apoio 
de outros, a ponto de voluntariar-se para fazer 
coisas desagradáveis.
6. Sente-se desconfortável ou desamparado 
quando sozinho devido a temores exagerados de 
ser incapaz de cuidar de si mesmo.
7. Busca com urgência outro relacionamento 
como fonte de cuidado e amparo logo após o 
término de um relacionamento íntimo.
8. Tem preocupações irreais com medos de 
ser abandonado.
Transtorno da Personalidade 
Borderline
Um padrão difuso de instabilidade das relações 
interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade 
acentuada que surge no início da vida adulta e está presente 
em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou 
mais) dos seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou 
imaginado. 
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais 
instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre 
extremos de idealização e desvalorização.
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada 
e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo.
4.Impulsividade em pelo menos duas áreas 
potencialmente autodestrutivas.
5. Recorrência de comportamento, gestos ou 
ameaças suicidas ou de comportamento 
automutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma 
acentuada reatividade de humor.
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade 
em controlá-la.
9. Ideação paranoide transitória associada a 
estresse ou sintomas dissociativos intensos. 
Transtorno da Personalidade 
Histriônica
Um padrão difuso de emocionalidade e busca de 
atenção em excesso que surge no início da vida adulta e 
está presente em vários contextos, conforme indicado 
por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Desconforto em situações em que não é o 
centro das atenções.
2. A interação com os outros é frequentemente 
caracterizada por comportamentos sexualmente 
sedutor inadequado ou provocativo.
3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial 
das emoções. 
4. Usa reiteradamente a aparência física 
para atrair a atenção para si.
5. Tem um estilo de discurso que é 
excessivamente impressionista e carente de 
detalhes.
6. Mostra autodramatização, teatralidade e 
expressão exagerada das emoções.
7. É sugestionável.
8. Considera as relações pessoais mais 
íntimas do que na realidade são. 
Transtorno da Personalidade 
Antissocial
A. Um padrão difuso de desconsideração e 
violação dos direitos das outras pessoas que ocorre 
desde os 15 anos de idade, conforme indicado por 
três (ou mais) dos seguintes:
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais 
relativas a comportamentos legais, conforme 
indicado pela repetição de atos que constituem 
motivos de detenção.
2. Tendência à falsidade, conforme indicado 
por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou de 
trapaça para ganho ou prazer pessoal. 
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos 
para o futuro.
4. Irritabilidade e agressividade, conforme 
indicado por repetidas lutas corporais ou agressões 
físicas.
5. Descaso pela segurança de si ou de outros.
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme 
indicado por falha repetida em manter uma 
conduta consistente no trabalho ou honrar 
obrigações financeiras.
7. Ausência de remorso, conforme indicado 
pela indiferença ou racionalização em relação a ter 
ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de 
idade.
C. Há evidências de comportamento 
antissocial com surgimento anterior aos 15 anos 
de idade.
D. A ocorrência de comportamento 
antissocial não se dá exclusivamente durante o 
curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar.
Transtorno da Personalidade 
Obsessivo-compulsiva
Um padrão difuso de preocupação com ordem, 
perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de 
flexibilidade, abertura e eficiência que surge no início da vida 
adulta e está presente em vários contextos, conforme 
indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, 
ordem, organização ou horários a ponto de o objetivo 
principal da atividade ser perdido.
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na 
conclusão de tarefas.
3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à 
produtividade em detrimento de atividades de lazer e 
amizades.
4. É excessivamente consciencioso, 
escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de 
moralidade, ética ou valores.
5. É incapaz de descartar objetos usados ou 
sem valor mesmo quando não têm valor 
sentimental.
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com 
outras pessoas a menos que elas se submetam à 
sua forma exata de fazer as coisas.
7. Adota um estilo miserável de gastos em 
relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo 
a ser acumulado para futuras catástrofes.
8. Exibe rigidez e teimosia. 
Transtorno da Personalidade Narcisista
Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou 
comportamento), necessidade de admiração e falta de 
empatia que surge no início da vida adulta está presente em 
vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos 
seguintes:
1. Tem uma sensação grandiosa da própria 
importância.
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, 
poder, brilho, beleza ou amor ideal.
3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser 
somente compreendido por, ou associado a, outras pessoas 
(ou instituições) especiais ou com condição elevada.
4. Demanda admiração excessiva.
5. Apresenta um sentimento de possuir 
direitos.
6. É explorador em relações interpessoais.
7. Carece de empatia: reluta em 
reconhecer ou identificar-se com os sentimentos 
e as necessidades dos outros.
8. É frequentemente invejoso em relação 
aos outros ou acredita que os outros o invejam.
9. Demonstra comportamentos ou atitudes 
arrogantes e insolentes.

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