Buscar

PSICOPATOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 362 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 362 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 362 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICOPATOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
MACAÉ
PSICOPATOLOGIA: Módulo 1
OBJETIVOS:
1. Levar o aluno a conhecer a
história de fundação da
psicopatologia;
2. Discriminar as concepções
de normalidade e patologia
em psicopatologia;
3. Apresentar as principais
escolas psicopatológicas;
4. Apresentar os princípios
gerais da classificação
diagnóstica em
psicopatologia.
Alguns conceitos iniciais...
• Psicopatologia é um ramo
da ciência que trata da
natureza essencial da
doença mental, suas
causas, as mudanças
estruturais e suas formas
de manifestação. Ela pode
ser definida, em uma
acepção mais ampla,
como: conjunto de
conhecimentos referentes
ao adoecimento mental
do ser humano.
Alguns conceitos iniciais...
Semiologia médica: estudo dos sintomas e
sinais da doença, que permite identificar
alterações físicas e mentais, ordenar os
fenômenos observados, formular
diagnósticos e empreender terapêuticas.
De um modo geral, a semiologia, ou
semiótica, é a ciência dos signos:
• O signo é um tipo de sinal, como por
exemplo, na semiologia médica, a
febre pode ser um sinal/signo de uma
infecção ou inflamação;
• A fala extremamente rápida e fluente
pode ser um sinal/signo de uma
síndrome maníaca.
O signo transcende a esfera da
língua: gestos, atitudes,
comportamentos não verbais, etc.
A semiologia psicopatológica
trata particularmente dos signos
que indicam a existência de
sofrimento mental, transtornos e
patologias.
Os signos de maior interesse para
a psicopatologia são os sinais
comportamentais objetivos, as
vivências subjetivas relatadas pelo
paciente e suas queixas.
Alguns conceitos iniciais...
Alguns conceitos iniciais...
Síndrome: agrupamento/conjunto de sinais e sintomas relativamente
constantes e estáveis.
– Sinais: objetivos, observáveis e mensuráveis; dados elementares;
– Sintomas: vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas,
aquilo que o sujeito experimenta e comunica a alguém; não é
mensurável.
Entidades nosológicas, ou transtornos
são fenômenos mórbidos nos quais se
podem identificar ou presumir
determinados fatores:
etiologia (causas);
curso de desenvolvimento
homogêneo;
estados terminais típicos;
mecanismos psicológicos e
psicopatológicos característicos;
antecedentes genético e familiares
específicos e;
respostas ao tratamento previsíveis.
Alguns conceitos iniciais...
Alguns conceitos iniciais...
...o sentido e o valor de um signo
dependem necessariamente das relações
que ele mantém com os outros signos do
sistema total, por exemplo da ausência
ou presença de outros.
Em psicopatologia essa análise não pode
prescindir de uma análise do universo
cultural do paciente e do profissional.
Fundamental é a observação minuciosa,
atenta e perspicaz do comportamento do
paciente, o conteúdo do seu discurso e o
seu modo de falar, sua mimica, postura,
vestimenta, a forma como reage, seu
estilo de relacionamento com o
entrevistador, com outros pacientes e
com seus familiares.
“A Psicopatologia é o conhecimento que visa ser científico, não 
inclui critérios de valor, nem aceita dogmas ou verdades a 
priori. O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, 
busca apenas observar, identificar e compreender os diversos 
elementos da doença mental. O psicopatólogo rejeita 
qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, 
psicológico ou biológico; o conhecimento que busca está 
permanentemente sujeito a revisões, críticas e 
reformulações” (Dalgalarrondo, 2000: p22).
Lembre-se
Forma e Conteúdo dos Sintomas
Podemos organizar os sintomas
psicopatológicos em dois grupos básicos:
– a forma do sintoma, isto é, sua estrutura
básica, relativamente semelhante nos
diversos pacientes (alucinação, delírio,
etc.) e,
– seu conteúdo, ou seja, aquilo que
preenche (o recheio) a alteração
estrutural (conteúdo de culpa, religioso,
de perseguição, etc.).
O conteúdo geralmente é mais pessoal e
depende da história de vida do paciente
De um modo geral, os conteúdos dos
sintomas estão relacionados aos temas
centrais da existência humana, como a
sobrevivência, segurança, sexualidade,
dinheiro, poder e prestígio, buscando prazer
e/ou segurança e controle sobre o outro
O que é normal?
O conceito de normalidade em psicopatologia é
uma questão de grandes controvérsias, pois a
normalidade pode variar, e muito, com a cultura,
a ideologia e a vivência de cada indivíduo.
Casos extremos, onde as alterações
comportamentais e mentais são de intensidade
acentuada e de longa duração, o delineamento
das fronteiras entre o normal e o patológico não é
tão problemático.
Por outro lado, há muitos casos nos quais a
delimitação entre o normal e o patológico é
bastante difícil.
– Há vários critérios de normalidade e
anormalidade em psicopatologia, e a adoção
de um ou de outro depende, entre muitas
coisas, das opções filosóficas, ideológicas e
pragmáticas do profissional, além de variarem
consideravelmente em função dos fenômenos
específicos com os quais trabalhamos
Principais Critérios de
“Normalidade” em Psicopatologia
Normalidade como ausência de doença:
– A saúde é o silêncio dos órgãos;
– Ausência de sinais e sintomas de
doenças.
Normalidade ideal - utopia:
– Estabelece-se arbitrariamente o que é
sadio e evoluído.
Normalidade estatística:
– Identifica norma e frequência. Aplica-se a
fenômenos quantitativos, com
determinada distribuição estatística na
população.
Normalidade como bem-estar:
– OMS: saúde é o estado completo de
bem-estar físico, mental, social e
espiritual
– Conceito vasto e impreciso
Normalidade funcional:
– Baseia-se em aspectos funcionais. O fenômeno é considerado
patológico a partir do momento que se torna disfuncional.
Normalidade como processo:
– considera aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
estruturações, desestruturações e reestruturações, crises e mudanças
próprias a idade (muita utilidade para pediatria e geriatria)
Normalidade subjetiva:
– É dado ênfase na percepção do indivíduo em relação a seu estado de
saúde.
Normalidade como liberdade
– A doença mental seria
a perda da liberdade existencial
Principais Critérios de
“Normalidade” em Psicopatologia
Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Descritiva:
– interessa-se pela forma das
alterações psíquicas, a estrutura dos
sintomas, aquilo que caracteriza a
vivência patológica como sintoma
mais ou menos típico. De uma
maneira geral, podemos dizer que a
função da psicopatologia descritiva
seria a de descrever e rotular os
sintomas.
Psicopatologia Dinâmica:
– interessa-se pelo conteúdo das
vivências, os movimentos internos
dos afetos, desejos e temores do
indivíduo, sua experiência particular
e pessoal, não necessariamente
classificável em fenômenos
previamente descritos como na
descritiva.
“
Psicopatologia Médica:
– noção de homem centrada no
corpo, no ser biológico;
– a doença mental seria apenas um
mau funcionamento do cérebro.
Psicopatologia Existencial:
– O doente é visto como “existência
singular”; o ser é construído pela
experiência particular de cada
sujeito, na sua relação com outros
sujeitos;
– A doença é vista como um modo
particular de existir, uma forma
trágica de ser no mundo, um modo
particularmente doloroso de ser
com os outros.
Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Comportamental-Cognitiva:
– As representações conscientes são vistas
como essenciais ao funcionamento mental,
normal e patológico.
– Os sintomas resultam de comportamentos
e representações cognitivas disfuncionais,
aprendidas e reforçadas pela experiência
sociofamiliar.
Psicopatologia Psicanalítica:
– Os sintomas são considerados formas de
expressão de conflitos,
predominantemente inconscientes, de
desejos que não podem ser realizados, de
temores a que o indivíduo não tem acesso.
– O sintoma é uma formação de
compromisso, um arranjo entre o desejo
inconsciente, as normas e as permissões
culturais eas possibilidades reais de
satisfação desse desejo.
Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Operacional-
Pragmática:
– Os transtornos mentais e dos
sintomas são formuladas e
tomadas de modo arbitrário, em
função de sua utilidade
pragmática, clínica ou para
pesquisa
– Modelo adotado pelas
classificações atuais: DSM-V TR e
CID-10.
Psicopatologia Biológico:
– Baseada em princípios
neuroquímicos ou
neurofisiológicos das doenças e
dos sintomas mentais.
Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO
• O estudo da doença mental inicia-se pela
observação cuidadosa de suas manifestações.
• A observação articula-se dialeticamente com a
ordenação dos fenômenos:
– isto supõe que para observarmos, precisamos produzir
definições, classificações, interpretar e ordenar.
Para a Psicopatologia existem três tipos de fenômenos:
– Fenômenos semelhantes em todas as pessoas
• Todo homem sente medo de um animal perigoso, a ansiedade
perante uma prova difícil, o desejo por alguém amado, etc.
– Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes
• São os fenômenos que o homem comum experimenta, mas que
apenas em parte é semelhante ao que o doente mental
experimenta.
• Ex.: todo homem sente tristeza, mas a alteração profunda que
um paciente deprimido sente é qualitativamente diferente e novo
para o sujeito
– Fenômenos qualitativamente novos
• Fenômenos novos, próprios apenas de certas doenças e estados
mentais patológicos: alucinações, delírios, turvação da
consciência, etc.
ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO
Consciência, 
atenção e 
orientação: 
principais 
características e 
alterações
PSICOPATOLOGIA: Módulo 2
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
OBJETIVOS
1. Levar o discente a conhecer as principais
definições psicológica, neuropsicológica e
ético-filosófica de consciência;
2. Proporcionar ao discente o conhecimento
das alterações normais e patológicas
(síndromes associadas ao rebaixamento do
nível de consciência; alterações qualitativas
da consciência);
3. Apresentar definição psicopatológica
clássica do fenômeno da atenção;
discriminação da sua perspectiva
psicológica contemporânea e principais
anormalidades;
4. Levar o discente a discriminar orientação
espacial e temporal e conhecer os vários
tipos de desorientação.
LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO
DE FUNÇÕES PSÍQUICAS ISOLADAMENTE
A separação da vida mental em
funções e áreas distintas é um
procedimento essencialmente
teórico:
– Útil: porque permite o
estudo detalhado e
aprofundado de
determinados fatos normais
e patológicos;
– Arriscado: facilmente
acreditamos na autonomia
dos fenômenos, como se
tivessem vida própria.
É sempre a pessoa que adoece, e não parte
dela:
– Os sintomas são ligados estruturalmente
entre si;
– A psicopatologia centra-se na pessoa, nas
síndromes e não apenas nos sintomas.
As alterações de funções isoladas
constituiriam objeto da neurologia, da
neuropsicologia ou da neurofisiologia, da
psicopedagogia:
– Exemplo: as alucinações durante as
intoxicações não são iguais às do
esquizofrênico, do histérico, ou as que
aparecem no extremo cansaço.
Há uma relação dialética e complexa entre o
conhecimento do elementar e do global
LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO
DE FUNÇÕES PSÍQUICAS ISOLADAMENTE
A CONSCIÊNCIA E SUAS 
ALTERAÇÕES
DEFINIÇÕES BÁSICAS
LATIM:
– Consciência = cum (com) + scio
(conhecer)
PORTUGUÊS
– Definição neuropsicológica:
• estado vigil, estado de estar
desperto, acordado, vigilante, lúcido
– Definição psicológica:
• soma total das experiências
conscientes de um indivíduo em um
determinado momento;
• dimensão da atividade psíquica que
se volta para a realidade
Definição ético-filosófica:
• capacidade de conhecer e compreender os direitos e
deveres éticos e morais de uma determinada cultura;
• atributo do homem desenvolvido e responsável, engajado
na dinâmica sociocultural na qual está inserido
• Uma psicologia voltada para o dualismo: mente-corpo, considera
a consciência como algo passivo, um local onde estariam
impressas as marcas dos objetos do mundo
• Em oposição estaria uma psicologia mais dinâmica, como um
conceito de consciência ativo que produz sentido para os objetos
que se lhe apresentam através dos sentidos
– A consciência seria sempre a consciência de algo,
necessariamente dependente da inter-relação homem-mundo
DEFINIÇÕES BÁSICAS
SARA
Sistema Ativador Reticular Ascendente
• O conceito de sistema reticular ativador (SRAA) ou SARA, desenvolvido
por Moruzzi e Magoun (1949), afirma que a capacidade de estar desperto
e agir conscientemente de pende da atividade do tronco cerebral e do
diencéfalo, os quais exercem poderosa influência sobre os hemisférios
cerebrais, ativando e mantendo o tônus necessário para seu
funcionamento.
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=sistema+reticular+ativador+ascendente+%E2%80%93+sraa&source=images&cd=&cad=rja&docid=W1Xx9wyxxxNgAM&tbnid=eawg62ZReXxHaM:&ved=0CAUQjRw&url=http://aspectosorganicos.blogspot.com/2011/02/conteudo-2_11.html&ei=4O8zUaj-G4HA9QSDzIHQCA&bvm=bv.43148975,d.dmQ&psig=AFQjCNEyLy-fvtD7GJ1EOdjpaaDuHPfKqQ&ust=1362444617607895
DEFINIÇÕES BÁSICAS
O conceito de consciência
divide-se em dois grandes
grupos:
– Campo: foco ou parte
central mais iluminada;
– Margem: franja ou
umbral – periferia
menos iluminada =
inconsciente
• Onde ocorrem os
automatismos
mentais e os estados
subliminares.
Para a Psicanálise o inconsciente seria
determinante para a vida psíquica e a
Estrutura mental mais importante do
psiquismo humano:
– CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO
INCONSCIENTE:
1. atemporalidade;
2. isenção de contradição;
3. princípio do prazer;
4. processo primário.
– Não é deste conceito de
inconsciente que trata a
Psicopatologia: inconsciente para a
psicopatologia é a ausência de
consciência relacional
DEFINIÇÕES BÁSICAS
ALTERAÇÕES NORMAIS
SONO NORMAL:
– Estágio I: leve e superficial;
– Estágio II: menos superficial;
– Estágio III: sono profundo com EEG mais lentificado;
– Estágio IV: sono mais profundo.
– Sono REM:
– “...não se encaixa em nenhuma dessas quatro fases. Sua
duração total em uma noite perfaz de 20 a 25% do tempo
total de sono. É um estágio peculiar, cujo padrão do EEG é
semelhante ao estágio I. O sono REM não é, entretanto, nem
um sono leve nem profundo, mas um tipo de sono
qualitativamente diferente. Caracteriza-se por uma
instabilidade do sistema nervoso autônomo simpático, com
variações das frequências cardíaca e respiratória, pressão
arterial, débito cardíaco e fluxo sanguíneo cerebral” (p.93)
ALTERAÇÕES NORMAIS
SONHO:
– Alteração normal da consciência;
– Experiência humana fascinante e
enigmática;
– Ao contrário do que se pensava no
passado, sonhar não é algo raro:
• A maioria das pessoas sonha várias vezes
durante uma noite, apenas não lembra da
grande parte dos seus sonhos (acordar
após 8 min do sono REM, normalmente não
haverá lembrança do sonho);
• São vivências basicamente visuais,
raramente envolvem os outros sentidos.
• O significado envolve controvérsias.
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA
CONSCIÊNCIA: rebaixamento do nível de
consciência:
1. Obnubilação ou turvação:
rebaixamento de leve a moderado
• Diminuição da clareza dos
sentidos, lentidão da
compreensão e dificuldade de
concentração
• O paciente tem dificuldade de
integrar as informações
sensoriais oriundas do ambiente
• O pensamento pode estar
levemente confuso
2. Sopor: turvação da consciência na
qual o paciente só desperta por fortes
estímulos:
• O paciente presenta-se
sonolento, baixo poder de
reação e incapacidade de
espontaneidade
3. Coma: não há possibilidade de
atividade voluntária consciente:
• Reflexos oculares errantes,
aleatórios, cabeça de boneca,
etc.
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS 
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Delirium:quadro confusional
agudo:
• OBS: O delirium diz respeito, portanto,
aos vários quadros com rebaixamento
leve a moderado do nível de
consciência, acompanhados de
– Desorientação temporo-espacial;
– Dificuldade de concentração;
– Agitação ou lentificação
psicomotora;
– Perplexidade;
– Ansiedade em graus variáveis;
– Ilusões ou alucinações;
– Variação ao longo do dia, piora ao
anoitecer.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Estado Onírico: estado
semelhante a um sonho vívido:
– Atividade alucinatória visual
com caráter cênico
– Cenas complexas
– Carga emocional marcante
(angústia, terror e pavor), por
vezes com sudorese intensa
– Amnésia consecutiva
– Causas: psicoses tóxicas,
síndromes de abstinência
(delirium tremens), quadros
febris tóxico-infecciosos
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: estados alterados com
alteração parcial ou focal do campo da consciência:
– Transtornos focais ou do conteúdo da consciência:
1. Estados crepusculares: estreitamento transitório do campo,
afunilamento da consciência com atividade psicomotora mais ou menos
coordenada, permitindo atos automáticos (frequência de atos
explosivos)
2. Estado segundo: Estado patológico transitório semelhante ao estado
crepuscular, caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada,
a qual, entretanto permanece estranha a personalidade do sujeito
acometido e não se integra a ela. Atos extravagantes, incongruentes e
contradição com a educação recebida pelo sujeito.
– Quadros histéricos agudos, pacientes epilépticos e intoxicações:
3. Dissociação da consciência: fragmentação ou divisão do campo da
consciência, o paciente “desliga “ da realidade para parar de sofrer.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Transtornos focais ou do conteúdo da
consciência:
3. Transe: dissociação com atividade
motora automática, estereotipada
acompanhada de suspensão parcial
dos movimentos voluntários, com
presença de sugestionabilidade:
1. Transe religioso: culturalmente
contextualizado e sancionado;
2. Transe histérico: estado
dissociativo da consciência
relacionados a conflitos
interpessoais e transtornos
psicopatológicos.
4. Estado hipnótico: estado reduzido e
estreitado, com atenção concentrada:
– Presença de sugestionabilidade;
– Atenção concentrada no
hipnotizador.
ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES: Módulo 3
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
ATENÇÃO
DEFINIÇÃO: é a direção da consciência; “estado de concentração
da atividade mental sobre determinado objeto”(p.102). A
atenção se refere ao conjunto de processos psicológicos que torna
o ser humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações
em unidades controláveis e significativas.
• Mecanismos neuronais da atenção:
– lobos frontais;
– estruturas límbicas mesotemporais;
• Há interesse afetivo: atração, motivação e carga emocional.
Para Dalgalarrondo (2008) há certo consenso de que os aspectos
motivacionais e afetivos da atenção, mobilizados em áreas
límbicas, devam interagir com aspectos de seleção e
hierarquização da atividade consciente, elaborados em áreas pré-
frontais e parietais, produzindo um vetor final, a saber: a atividade
atencional do indivíduo.
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Tipos básicos de atenção:
– Atenção voluntária
• É a concentração ativa e intencional da
consciência sobre um objeto.
– Atenção espontânea
• Interesse momentâneo, incidental, que
desperta este ou aquele objeto;
• Aumentado nos estados mentais nos quais há
um descontrole voluntário da atividade
mental.
Direção da atenção
– Atenção externa: projetada para fora do mundo
subjetivo, voltada para o mundo exterior ou para o
corpo (natureza mais sensorial);
– Atenção interna: direcionada para os processos
mentais do próprio indivíduo; mais reflexiva,
introspectiva e meditativa.
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Amplitude:
– Atenção focal: se mantém concentrada sobre um campo determinado
e relativamente delimitado e restrito da consciência
– Atenção seletiva: capacidade de selecionar estímulos e objetos
específicos:
• Estabelecimento de prioridades da atividade consciente do
indivíduo diante de um conjunto amplo de estímulos
ambientais.
– Atenção sustentada: manutenção da atenção seletiva sobre
determinado estímulo ou objeto, permitindo a execução de tarefas
específicas e a consecução de objetivos pré-fixados.
‒ Tenacidade: capacidade de
fixação sobre determinada área
ou objeto (estímulo);
‒ Vigilância: qualidade que
permite a mudança de foco de
um objeto para outro;
– Atenção dispersa: não há
concentração em um campo
determinado, espalha-se por
vários campos sem
reter/concentrar em um
específico.
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Atenção flutuante:
– Objeto de trabalho de psicólogos e
psicanalistas;
– Estado onde não há privilégio prévio de
nenhum elemento da fala ou do
comportamento do paciente;
– Funcionamento livre da atividade
mental do profissional, suspendendo ao
máximo as motivações, os desejos e
planos de si;
– Estado artificial, cultivado por
necessidade técnica do processo:
• Envolve também a ética profissional
– Estado que permite que a atenção
esteja livre para a experiência do aqui e
agora e tudo o que surge deste
momento de experiência mútua.
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
APROSEXIA:
– Abolição da capacidade de atenção.
HIPOPROSEXIA:
– Perda básica da capacidade de
concentração, com fadigabilidade
aumentada;
– Dificulta a percepção dos estímulos
ambientais e a compreensão
• Lembrança difícil e imprecisa, com
dificuldade crescente em todas as
atividades psíquicas complexas.
HIPERPROSEXIA:
– Estado exacerbado, com tendência
incoercível e obstinação a se manter fixada
sobre determinado objeto com
infatigabilidade.
DISTRAÇÃO:
– Não há déficit, mas
superconcentração ativa sobre
determinados conteúdos ou objetos,
com a inibição do resto:
• Hipertenacidade e hipovigilância.
DISTRAIBILIDADE:
– Estado patológico de instabilidade
marcante e mobilidade acentuada da
atenção voluntária;
– Dificuldade ou incapacidade para se
fixar em qualquer atividade que
implique esforço produtivo.
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
OBS: Transtornos do humor (depressão e transtorno bipolar), transtorno
obsessivo-compulsivo(TOC), esquizofrenia e transtorno de déficit de
atenção (TDHA) são os que mais apresentam alterações de atenção.
Diminuição da Atenção voluntária
Aumento da Atenção espontânea:
Hipervigilância
Hipotenacidade
Diminuição geral Atenção geral 
(hipoprosexia):
Hipertenacidade
Hipovigilância
MANIA DEPRESSÃO
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
– No Transtorno obsessivo compulsivo (TOC):
apresenta atenção ou vigilância excessiva e
desregulada. O paciente demonstra alterações no
controle executivo, na memória de trabalho e na
seleção de respostas.
– Na esquizofrenia: o déficit de atenção é central. A
filtragem da informação irrelevante geralmente
consiste em uma dificuldade importante. Pacientes
esquizofrênicos costumam ter dificuldade em anular
adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes
enquanto realizam determinada tarefa.
– No transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
(TDAH): há dificuldade marcante de prestar atenção
a estímulos internos e externos, pois o paciente tem
a capacidade prejudicada em organizar e completar
tarefas e dificuldade de controlar comportamentos
e impulsos.
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES: Módulo 4
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor 
Jefferson Cabral Azevedo
ORIENTAÇÃO
Definições básicas: “A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e a ambiente
é um elemento básico da atividade mental. A avaliação da orientação é um
instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência.
Muitas vezes verifica-se que a consciência está turva, levemente rebaixada, ao se
investigar a orientação do indivíduo” (Dalgalarrondo, p.109)
— Tudo o que impede a apreensão
de dados objetivos e sua
incorporação à experiênciaé
causa de desorientação;
— Alguns distúrbios em outras
funções psíquicas podem resultar
em desorientação, sem que haja
comprometimento do nível de
consciência;
— Pode ocorrer uma experiência de
dupla orientação: vivência
simultânea de dois mundos o real
e o psicótico (desorientação
delirante).
ORIENTAÇÃO
ORIENTAÇÃO
Tipos de orientação:
– Autopsíquica: em relação a si
mesmo;
– Alopsíquica: em relação ao mundo:
• Temporal: indica se o paciente
sabe em que momento
cronológico estamos vivendo, a
hora do dia, se é manhã ou tarde,
o dia da semana, o dia do mês, o
mês do ano, o ano em que
estamos, o ano em que nasceu;
• Espacial: compreensão do local
onde está, a instituição onde
ocorre a entrevista, o andar, o
bairro, a cidade, o estado o país.
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
Desorientação: “desorientação ocorre
primeiramente quanto ao tempo, e só após o
agravamento do transtorno é que o indivíduo
desorienta-se quanto a espaço e quanto a si
mesmo” ( p. 110)
Tipos de desorientação:
– Torporosa ou Confusa: redução do nível de
consciência;
– Amnéstica: déficit de memória de fixação;
– Apática ou Abúlica: apatia ou desinteresse
profundos;
– Delirante;
– Oligofrênica: por déficit intelectual;
– Por desagregação: estados psicóticos
graves e crônicos.
Senso-percepção Módulo 5
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
Senso-percepção: definições básicas 
e principais alterações 
OBJETIVO: Proporcionar ao discente o
conhecimento de:
1. noções discriminatórias dos
fenômenos da sensação e percepção;
2. delimitação dos conceitos de imagem
e representação;
3. diferenciação entre os fenômenos
ilusórios e alucinatórios;
4. aprofundamento do saber sobre os
vários tipos de alucinação, suas
principais características e correlações
com alguns Transtornos Mentais;
CONCEITOS BÁSICOS
ESTÍMULOS AMBIENTAIS
OLFATO – AUDIÇÃO – TATO – PALADAR – VISÃO - EQUILIBRIO
RECEPTORES NEURAIS
SENSAÇÕES
CONCEITOS BÁSICOS
Definições básicas: O ambiente fornece constantemente informações sensoriais
ao organismo, que, por intermédio delas, auto regula-se e organiza suas ações
voltadas à sobrevivência ou à interação social. (p.118)
SENSAÇÃO: Fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou
biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem
alterações nos órgãos receptores, estimulando-os.
PERCEPÇÃO:
– Tomada de consciência do estímulo sensorial;
– Engloba as dimensões neuropsicológica e psicológica.
APERCEPÇÃO:
– Processo através do qual um novo conteúdo se articula a conteúdos
semelhantes já dados - reconhecimento pleno.
CONCEITOS BÁSICOS
IMAGEM PERCEPTIVA REAL: o fenômeno em si. O
elemento básico do processo sensorial é a imagem.
Características:
• Nitidez – a imagem é nítida e seus contornos
são precisos;
• Corporeidade - a imagem tem luz, brilho e
cores vivas;
• Estabilidade – a imagem não muda de uma hora
para outra.
• Extrojeção – a imagem vinda do exterior e
perceba neste espaço.
• Ininfluenciabilidade – o indivíduo não consegue
alterar de forma voluntária a imagem percebida;
• Completude – a imagem apresenta desenho
completo com todos os detalhes diante do
observador.
IMAGEM REPRESENTATIVA OU MNÊMICA:
recordação/imaginação do fenômeno.
Representação é a reapresentação de uma
imagem na consciência, sem a presença do real,
externa, do objeto que, em um primeiro
momento, gerou uma imagem sensorial.
Características:
• Pouca nitidez - os contornos são borrados;
• Pouca corporeidade – não apresenta vida
de uma imagem real;
• Instabilidade – a representação aparece e
desaparece;
• Introjeção – é percebida no espaço interno;
• Incompletude – a representação
demonstra contornos indeterminados e
falta detalhes.
CONCEITOS BÁSICOS
Subtipos: imagem eidética (memória) e 
pareidolia (fantasia):
– Imagem Eidética:
• É considerado a evocação de uma 
imagem guardada na memória, ou seja, 
de uma representação, de forma muita 
precisa, com características semelhantes 
à percepção.
– Imagem Pareidolia:
• São imagens visualizadas 
voluntariamente a partir de estímulos 
imprecisos do ambiente. Ao olhar uma 
nuvem e poder ver nela uma gato ou um 
elefante. Olhar uma folha com manchas 
imprecisas e visualizar um determinado 
objeto.
CONCEITOS BÁSICOS
CONCEITOS BÁSICOS
IMAGINAÇÃO: atividade psíquica voluntária
que evoca imagens; não há estímulos
sensoriais.
FANTASIA: uma produção imaginativa; é um
produto da imaginação organizado (começo-
meio-fim)
– Frequente em crianças;
– Dominantes em personalidade histriônicas;
– Quando funcional ajuda a lidar com
frustrações, situações difíceis e situações
que exijam criatividade.
• “O mais vivo pensamento é ainda inferior à
mais embotada das sensações” (p.121)
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS:
– Hiperestesia: percepção anormalmente
aumentada.
• Quando surge? Intoxicações por drogas
alucinógenas, epilepsia, enxaqueca,
hipertireoidismo, esquizofrenia
(principalmente na fase aguda) e mania;
– Hipoestesia: percepção anormalmente reduzida
• Quando surge? Quadros depressivos e
intoxicações por drogas imunodepressoras:
– Analgesia, Parestesias (alterações táteis sem dor)
disestesias (alterações táteis)
• Quando surgem? Alterações neurológicas e
em pacientes histéricos, hipocondríacos,
somatizadores e pacientes sob estado de
estresse intenso (agudo ou crônico)
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS: ILUSÕES E
ALUCINAÇÕES
– ILUSÕES:
• Percepção deformada, alterada, de um
objeto real e presente por fatores
patológicos diversos ou situações adversas.
• Quando surgem?
– Estados de rebaixamento de
consciência;
– Fadiga grave ou intenção;
– Estados afetivos intensos;
• Tipos mais comuns:
– Visuais
– Auditivas
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALUCINAÇÕES:
• Percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de um estímulo sensorial real
• Tipos mais comuns:
–Auditivas
» Sonorização do pensamento
» Eco do pensamento
» Publicação do pensamento
ALUCINAÇÕES:
– Musicais: audição de tons
musicais, ritmos e
harmonias. são encontradas
geralmente em mulheres
idosas, mas são raras.
– Visuais: podem ser:
• Visuais complexas – incluem
imagens de pessoas vivas ou
mortas ou de entidades.
• Visuais cenográfica: quarto
pegando fogo...
• Visuais liliputiana: vê cenas
com personagens diminutos.
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALUCINAÇÕES:
– Táteis - O paciente sente espetadas, choques ou insetos andando pelo corpo.
Encontra-se principalmente na esquizofrenia. Podem ser também:
• Cenestésicas e cinestésicas - alteração da percepção de órgãos e vísceras.
Ex. sente o cérebro diminuir.
– Olfativas e gustativas – São raras. Ex. sentir odor de coisas podres ou sentir
gosto de sangue na boca.
– Funcionais - Diferem da ilusão por serem apenas desencadeadas por
estímulos reais, não são distorções
– Combinadas – Combinas várias modalidades de alucinação.
– Hipnagógicas (adormecendo) e hipnopômpicas (acordando) – na transição
do estanho sono-vigília.
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALUCINAÇÕES:
– ALUCINOSES:
• O paciente não crê nas suas
alucinações;
• O paciente permanece consciente
de que aquilo é um fenômeno
estranho, patológico;
• Comum em quadros psico-
orgânicos;
• O nível de consciência se mantém
preservado e o paciente tem boa
crítica em relação a sua vivência
alucinatória;
Memória e suas alterações
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
Memória e suas alterações
• A memória é a capacidade
de registrar manter e evocar
as experiências e os fatos
ocorridos. A capacidade de
memorizar relaciona-se
intimamente com o nível de
consciência, com atenção e
com o interesse afetivo.
Tudo que a pessoa aprende
em sua vida depende
intimamente da capacidade
de memorização.
MEMÓRIA
O conceito de memória prende-se com a capacidade de armazenar,
processar e recuperar informações que vêm do exterior. Por outras
palavras, ela é um sistema de armazenamento e recuperação deinformação.
Tipos de memória: No campo de estudo da
memória biológica humana, podem-se distinguir,
de modo genérico, os seguintes memórias:
– Memória cognitiva: É a atividade altamente
diferenciada do sistema nervoso, que permiti ao
indivíduo registrar, conservar e evocar, a
qualquer momento, os dados aprendidos da
experiência.
– Memória genética: Conteúdos de informações
biológicas adquiridos ao longo da história
filogenética.
– Memória imunológica: Informações registradas
e potencialmente recuperáveis pelo sistema
imunológico.
– Memória coletiva: Conhecimentos e práticas
culturais
Memória e suas alterações
Como um processo, a memória refere-se aos mecanismos dinâmicos
associados à retenção e à recuperação da informação sobre a
experiência passada.
Sistema formado por três fases:
- CODIFICAÇÃO: consiste em transformar a informação que nos
chega através dos sentidos em representações mentais
armazenadas;
PROCESSO DA MEMÓRIA
- ARMAZENAMENTO: consiste na conservação da informação
durante um certo tempo, variável em função da necessidade que se
tem dessa informação;
PROCESSO DA MEMÓRIA
- EVOCAÇÃO: consiste na recuperação da informação previamente 
armazenada.
PROCESSO DA MEMÓRIA
ARQUITETURA DA MEMÓRIA
Três tipos de armazenamento da memória:
1) Armazenamento Sensorial – retenção extremamente breve
das informações e limitação a uma modalidade sensorial.
2) Armazenamento de curto prazo ou de trabalho – de
capacidade muito limitada.
3) Armazenamento de longo prazo – capacidade essencialmente
ilimitada (retenção de informações por períodos de tempo
extremamente longos).
MEMÓRIA 
MEMÓRIA 
SENSORIAL
MEMÓRIA 
DE TRABALHO
MEMÓRIA DE 
LONGO-PRAZO
Informação 
descartada
Esquecimento Esquecimento
Inf. Entrada Atenção Codificação
Recup
Repetição
Nossa capacidade para armazenar memórias de longo prazo é
essencialmente ilimitada. Por uma estimativa meticulosa, o adulto
médio tem cerca de um bilhão de informações na memória.
Descontando tudo o que o cérebro deve fazer para codificar, arquivar,
recuperar e manipular essas informações, a capacidade de
armazenamento é provavelmente de mil a um milhão de vezes maior.
Armazenamento da Memória de Longo Prazo 
EXPLÍCITA IMPLÍCITA
EPISÓDICA SEMÂNTICA
PROCESSO
CONTEÚDO
PROCESSO
CONTEÚDO
http://www.epub.org.br/cm/n01/memo/slide3a_p.gif
http://www.epub.org.br/cm/n01/memo/slide3a_p.gif
Estudos de pacientes com lesão cerebral revelaram dois tipos de
memória:
Memórias explícitas processadas pelo hipocampo.
Memórias implícitas processadas por outras regiões do cérebro como
amígdala, núcleo accunbens.
Armazenando memórias Implícitas e Explícitas
A memória explícita se refere a fatos e eventos, ao lado de sua
percepção consciente de sabê-los: sou um mamífero, hoje é
segunda-feira, Lucio da seleção tem sobrancelhas grossas.
Memória Explícita 
As memórias explícitas são aquelas sobre as quais podemos falar
como foi o jantar de ontem a noite ou a data de um acontecimento
histórico. Tais memórias envolvem o pensamento consciente.
Memória Explícita 
EXPLÍCITA IMPLÍCITA
EPISÓDICA SEMÂNTICA
PROCESSO
CONTEÚDO
PROCESSO
CONTEÚDO
A memória semântica representa o nosso
conhecimento de fatos triviais ou
importantes independentes da experiência
pessoal.
A memória episódica se refere às nossas
experiências passadas.
Em 1972, Endel Tulving introduziu uma outra distinção na memória
explícita: memória semântica e memória episódica.
Memória Semântica
Quando aprendemos os significados das palavras, cavalo, casa etc,
ou quando aprendemos os nomes das pessoas. A memória
semântica trabalha com CONCEITOS – idéias as quais uma pessoa
pode associar várias características e com as quais ela pode conectar
várias outras idéias.
Memória Explicita ou Declarativa
Memória Episódica
Usamos a memória episódica quando precisamos lembrar algo que
nos ocorreu em um determinado tempo ou num determinado
contexto.
Por exemplo, se eu precisasse lembrar meu primeiro dia na
faculdade.
Memória Explicita ou Declarativa
EXPLÍCITA IMPLÍCITA
EPISÓDICA SEMÂNTICA
PROCESSO
CONTEÚDO
PROCESSO
CONTEÚDO
Memória Implícita 
As memórias implícitas processuais têm a
ver com habilidades e hábitos, com fazer
coisas mesmo sem ter de pensar
conscientemente nelas: mudar as
marchas do carro, andar de bicicleta.
Prof. Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ 
A AMNÉSIA É UM DÉFICIT NA MEMÓRIA DE 
LONGO PRAZO
A amnésia se refere a déficits na memória de longo prazo,
resultantes de doenças, lesão cerebral ou trauma psicológico.
Existem, essencialmente, dois tipos de amnésia: retrógrada e
anterógrada.
Amnésia retrógrada – as pessoas perdem memórias passadas de 
eventos, fatos, pessoas ou mesmo informações pessoais.
Ex: Pessoa que acorda de um coma sem saber quem ela é.
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ 
Amnésia anterógrada – as pessoas perdem a capacidade de formar 
novas memórias. Exemplo clássico de HM, pacientes com lesão nos 
lobos temporais mediais.
Síndrome de Korsakoff – uma forma grave de perturbação da
memória associada ao alcoolismo crônico. O abuso de álcool
prolongado pode levar ao déficit de vitaminas que resulta em dano
talâmico e, subseqüentemente, amnésia.
Amnésia global – Os eventos ocorridos antes e após o trauma não 
são lembrados. 
COMO AS LEMBRANÇAS SÃO DISTORCIDAS
Pesquisas mostram claramente que a memória humana é
tendenciosa, imperfeita e distorcida.
Criptomnésia – Um exemplo fascinante de atribuição errada da
fonte, ocorre quando as pessoas pensam que tiveram uma idéia
nova, quando na verdade recuperaram da memória uma antiga
idéia, deixando de atribuir a idéia à sua fonte correta.
Ex: Plágio em trabalhos acadêmicos.
Criptomnésia
Ex: George Harrison, ex Beatle sua música “My Swet Lord” é
espantosamente semelhante à música “He’s So Fine”, gravada em
1962 pelos Chiffons. https://www.youtube.com/watch?v=0kNGnIKUdMI e
https://www.youtube.com/watch?v=rinz9Avvq6A
https://www.youtube.com/watch?v=0kNGnIKUdMI
https://www.youtube.com/watch?v=rinz9Avvq6A
Amnésia da Infância - parecem associadas à falta de capacidade
linguística, lobos frontais e hipocampo imaturos.
Criando falsos reconhecimentos – O evento realmente aconteceu
ou a pessoa imaginou? Problema de monitoramento da fonte.
Confabulação – Alguns tipos de lesão cerebral estão associados à
falsa recordação de uma memória episódica, o que é chamado de
confabulação.
“Mentir honestamente” Morris Moscovitch (1995).
A pessoa não tem nenhuma intenção de enganar e não está
consciente da falsidade de sua história.
Confabulação
Confabulação
Pacientes como H.W. recordam fatos equivocados e, quando
questionados, tentam dar sentido às suas recordações
acrescentando fatos que tornem a história coerente.
Síndrome de Capgras
Um exemplo dramático de confabulação ocorre com a Síndrome de
Capgras, em que os pacientes têm a crença delirante de que os
membros de sua família foram substituídos por impostores.
Nenhuma evidência os convence de que seus irmãos, pais, cônjuges
e filhos são genuínos. Os pacientes com Capgras geralmente
apresentam lesões nos lobos frontais e nas regiões cerebrais
límbicas.
AFETIVIDADE E VONTADE – MÓDULO 6
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
AFETIVIDADE E VONTADE – MÓDULO 6
OBJETIVO:
1. fornecer base teórica
para o aluno
conhecer e entender
as principais
alterações, tanto no
âmbito da
normalidade quanto
no da patologia,
desses fenômenos
psíquicos;
Afetividade é um termo genérico, que compreende
várias modalidades de vivências afetivas, como o humor,
as emoções e os sentimentos. (155)
Afetividade: humor, emoções e sentimentos
– Afeta a totalidade individual e por isso reações
somáticas estão envolvidas.
– Reações somáticas: neurovegetativas, motoras,
hormonais, viscerais e vasomotoras.
– CATATIMIA: influência que a vida afetiva, o estado
de humor, as emoções, sentimentos e paixões
exercem sobre as demais funções psíquicas(159)
• “O humor e as emoções sãoexperiências psíquicas e
somáticas ao mesmo tempo, revelam sempre a
unidade psicossomática básica do ser humano” (155)
AFETIVIDADE E VONTADE 
Humor ou estado de ânimo:
1. estado emocional basal e difuso no
qual se encontra a pessoa em
determinado momento;
2. disposição afetiva de fundo que
penetra toda a experiência psíquica
3. lente afetiva;
Emoções:
1. reações afetivas agudas,
momentâneas, desencadeadas por
estímulos significativos;
2. estado afetivo intenso de curta
duração, reativo a excitações internas
ou externas, conscientes ou
inconscientes.
AFETIVIDADE E VONTADE 
Sentimentos:
1. estados e configurações afetivas estáveis;
2. mais tênues em intensidade e menos
reativos a estímulos passageiros;
3. “não há” relação com o soma;
4. relação cultural e conteúdos culturais.
Afetos:
1. componente emocional de uma ideia.
2. qualidade e tônus emocional que
acompanham uma ideia.
Paixão:
1. estado afetivo extremamente intenso, que
domina a atividade psíquica como um todo;
2. direciona a atenção e o interesse a uma só
direção.
AFETIVIDADE E VONTADE 
CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIMENTOS
TRISTEZA ALEGRIA
1. Melancolia
2. Saudade
3. Nostalgia
4. Vergonha
5. Impotência
6. Aflição
7. Culpa
8. Remorso
9. Autodepreciação
10. Autopiedade
11. Sentimento de inferioridade
12. Infelicidade
13. Tédio
14. Desesperança
15. Etc.
1. Euforia
2. Júbilo
3. Satisfação
4. Confiança
5. Gratificação
6. Esperança
7. Etc.
CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIMENTOS
AGRESSIVIDADE PERIGO
1. Raiva
2. Revolta
3. Rancor
4. Ciúme
5. Ódio
6. Ira
7. Inveja
8. Vingança
9. Repúdio
10. Nojo
11. Desprezo
12. Etc.
1. Temor
2. Receio
3. Desamparo
4. Abandono
5. Rejeição
6. Etc.
Na tradição do pensamento ocidental, a emoção se
opõe frontalmente à razão; segundo esta tradição,
a emoção cega o homem e o impede de pensar com
clareza e sensatez . (159)
– Emoção inferior a razão;
– Emoção distancia o homem da realidade;
– Emoção seria uma dimensão inferior do
homem;
Contrários a tal concepção, vários autores
afirmam que a dimensão emocional pode
contribuir (e não atrapalhar) no contato do
homem com a realidade. Nesse sentido, o
homem seria dotado ‘de um certo tipo de
compreensão afetiva que se faz por uma
sintonização empática’, o homem compreenderia
também se emocionando, sentindo afetivamente
os fenômenos da realidade.
AFETIVIDADE E VONTADE 
A vida afetiva é sempre
contextualizada/reativa, variando de
um momento para outro na medida em
que os eventos e as circunstâncias da
vida se sucedem.
– Sintonização afetiva: capacidade
de sermos influenciados por
estímulos externos;
– Irradiação afetiva: capacidade de
influenciarmos os outros.
– Rigidez afetiva: dificuldade ou
impossibilidade de sintonizar e/ou
irradiar afetos
AFETIVIDADE E VONTADE 
ALTERAÇÕES
PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE
DISTIMIA: alteração básica do
humor, tanto no sentido da inibição
quanto no da exaltação. De acordo
com o CID10 e o DSM-V é um
transtorno depressivo leve.
– Hipotímica: depressão
– Hipertímica: mania
• Euforia ou alegria patológica
• Elação: sensação de grandeza
e poder (expansão do eu)
– Disforia: mal humor (irritação,
amargura, desgosto ou
agressividade)
Puerilidade e Moria: vida afetiva superficial, ausente
de afetos profundos, consistentes e duradouros.
• O indivíduo ri ou chora por motivos banais
Êxtase: experiência de beatitude, de
compartilhamento íntimo do estado afetivo interior
com o mundo exterior, muitas vezes com colorido
hipertímico e expansivo
• Circunscrito a contexto religioso ou místico –
cultural;
• Condições psicopatológicas: transe histérico,
esquizofrenia ou mania.
Irritabilidade patológica: hiper-reatividade
desagradável, hostil, agressiva
• Primária: transtornos de humor
• Secundária: consequências de transtornos outros.
ALTERAÇÕES
PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE
ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO
ANSIEDADE: estado de humor
desagradável, apreensão negativa em
relação ao futuro.
– Manifestações somáticas e
fisiológicas: dispneia, taquicardia,
vasoconstrição ou dilatação, tensão
muscular, parestesias, tremores,
sudorese, tontura, etc.
ANGÚSTIA: sensação de aperto no
peito e na garganta, de compressão, de
sufocamento.
MEDO: refere-se a um objeto mais ou
menos preciso
– Medo é sempre direcionado (objetos,
coisas, situações, pessoas, ao próprio
medo, etc.)
ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO
ESCOLA PSICANALÍTICA:
– Angústia de castração: relativo a perda de
algo do ponto de vista narcísico (Freud);
– Angústia de morte ou de aniquilamento: é a
sensação intensa de angustia perante perigo
real ou fantasia (Klein);
– Ansiedade depressiva: ansiedade vivida por
um sujeito que teme perder seus objetos
bons(Klein);
– Ansiedade persecutória ou paranoide:
ansiedade vivida como temor de
retaliação(Klein);
– Angústia de separação: Seriam reações
emocionais vividas pela criança quando
separadas da mãe (Spitz, Bowlby).
ESCOLA EXISTENCIAL:
– Angústia existencial: a filosofia existencialista,
a angustia não seria apenas um sintoma
patológico, mas antes de tudo um estado
anímico básico, constituinte do ser humano.
ESCOLAS COMPORTAMENTALISTAS E
COGNITIVAS:
– Ansiedade de desempenho: é a reação
associada a temores em relação a execução de
uma tarefa, à possibilidade de ser avaliado
criticamente por pessoas que considera
importante.
– Ansiedade antecipatória: é a ansiedade vivida
antes da ocorrência de uma situação
estressante.
ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO
Apatia: É a diminuição da excitabilidade
emotiva e afetiva. Trata-se de um estado
afetivo dos quadros depressivos, apesar de
ocorrer de forma inespecífica em alguns casos.
Hipomodulação do afeto: incapacidade do
paciente de modular a resposta de acordo com
a situação existencial. Rigidez na sua relação
com o mundo.
Paratimia ou inadequação do afeto: reação
completamente incongruente a situações
existenciais.
Pobreza de sentimentos e distanciamento
afetivo: perda progressiva e patológica das
vivências afetivas. Ocorre principalmente nas
demências e algumas formas de esquizofrenia.
ALTERAÇÕES DAS
EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS
Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda
profunda de todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário
da apatia o embotamento é observável constatável por
meio da mímica e da postura do paciente. Ocorre em
alguns casos de esquizofrenia.
Sentimento de falta de sentimento: incapacidade para
sentir emoções, experimentadas de forma muito penosa
pelo paciente.
Anedonia: incapacidade total ou parcial de obter e
sentir prazer com determinadas atividades e
experiências da vida.
Labilidade afetiva e incontinência afetiva: são estados
nos quais ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de
humor, sentimentos e emoções. O indivíduo oscila de
forma abrupta, rápida e inesperada de um estado
afetivo para outro.
ALTERAÇÕES DAS
EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS
Ambivalência afetiva: descreve sentimentos opostos
em relação a um mesmo estímulo ou objeto,
sentimento que ocorrem de modo absolutamente
simultâneo.
Neotimia: designação para sentimentos e experiências
afetivas inteiramente novos vivenciados por pacientes
em estado psicótico.
Medo: medo não é uma emoção patológica. Entretanto,
quando vivida de forma progressiva pode ser tornar
abundante e trazer comportamentos patológicos.
Fobias: São medos determinados
psicopatologicamente, desproporcionais e
incompatíveis com as possibilidades de perigo real.
Pânico: é uma reação de medo intenso, pavor
relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte
iminente, descontrole ou desintegração.
ALTERAÇÕES DAS
EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS
VONTADE E SUAS ALTERAÇÕES 
MÓDULO 7
VONTADE 
E 
SUAS 
ALTERAÇÕES
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
VONTADEINSTINTOS
AFETOS
COGNIÇÃO
CULTURA: CONJUNTO DE 
VALORES, HÁBITOS E 
NORMAS
A vontade envolvem aspectos relacionados 
as esferas instintivas, afetivas e intelectuais.
Instinto: definido como o modo 
relativamente organizado, fixo e 
complexo de respostas comportamentais 
de determinada espécie;
Desejo: é um querer, um anseio denatureza consciente ou inconsciente;
Necessidade: relativas a sobrevivência do 
indivíduo ou da espécie; 
Inclinação: é a tendência a desejar, 
buscar, gostar;
Motivação: comportamento iniciado, 
dirigido e sustentado.
DEFINIÇÕES
DEFINIÇÕES
O ato volitivo ou de vontade: é uma dimensão
complexa da vida mental. É um processo
composto de quatro etapas:
1. Intenção ou propósito: tendências básicas
do indivíduo, inclinações e interesses;
2. Deliberação: ponderação consciente,
tomando-se em conta os motivos e os
móveis implicados – análise básica;
3. Decisão propriamente dita: instante que
demarca o início da ação;
4. Execução: fase final onde os atos são
postos em funcionamento;
Ação voluntária: ato de vontade pautado por
ponderação, análise e reflexão, anteriores a
ação motora
ALTERAÇÕES DA VONTADE
HIPOBULIA/ABULIA:
diminuição ou abolição da
atividade volitiva
– Associada a apatia
(indiferença afetiva)
ATARAXIA: estado de
indiferença volitiva e afetiva
desejada e buscada
ativamente pelo indivíduo.
Trata-se do estado de
imperturbabilidade almejada
por místicos.
IMPULSO E COMPULSÃO
ATO IMPULSIVO: Em oposição à
ação voluntária, há os atos
impulsivos, que são uma espécie
de curto circuito do ato
voluntário. O ato impulsivo abole
abruptamente as fases de
intenção, deliberação e decisão
tanto da intensidade dos desejos
ou temores inconscientes.
– Impulsos patológicos: tipos de
atos impulsivos nos quais
predominam as ações
psicomotoras automáticas
– Incoercíveis, incontroláveis
ATO IMPULSIVO
– Características:
1. abolição das fases de intenção,
deliberação e decisão, em função da
intensidade dos desejos e temores;
2. egossintônico, o indivíduo não percebe
o ato como inadequado e o ato em si
não contraria os valores morais e
desejos de quem o pratica;
3. há uma desconsideração dos desejos e
necessidades alheias e está geralmente
associado a impulsos patológicos
inconscientes ou a incapacidade de
tolerância a frustração e necessária
adaptação a realidade objetiva.
IMPULSO E COMPULSÃO
ATO COMPULSIVO: difere do
ato impulsivo por ser
reconhecido pelo indivíduo
como indesejável e
inadequado, assim como pela
tentativa de refreá-lo ou adiá-
lo.
– É tido pelo indivíduo como
indesejável e inadequado
– Há tentativas frequentes
de refrear ou adiar o ato
em si
– Ações motoras complexas
IMPULSO E COMPULSÃO
ATO COMPULSIVO
– Características:
1. vivência frequente de desconforto
subjetivo;
2. Egodistônico isto é experienciados
como indesejáveis;
3. há tentativa de resistir o ato;
4. há sensação de alívio ao realizar o
ato, porém logo a sensação é
substituída por novo desconforto
5. associam-se frequentemente a
ideias obsessivas e ocorrem na
tentativa de “neutralizar tais
pensamentos.
IMPULSO E COMPULSÃO
AGRESSIVAS - AUTO E HETEROAGRESSIVAS:
Automutilação: É um impulso (ou
compulsão) seguido de comportamento de
autolesão voluntária.
Frangofilia: Impulso patológico de destruir
objetos que circundam o indivíduo.
Piromania: É o impulso de atear fogo a
objetos, prédios e lugares. Ocorre
principalmente em indivíduos com
transtornos de personalidade.
Impulso ou ato suicida: Tal impulso ocorre
quase sempre associada a outros sintomas
mentais e condições ferais como humor
depressivo.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
INGESTÃO DE DROGAS OU ALIMENTOS:
Tais impulsos estão presentes em
algumas formas de abuso de
substâncias.
Dipsomania: impulso ou compulsão
para a ingestão de grande quantidade
de álcool.
Bulimia: impulso ou compulsão de
ingerir rapidamente alimentos em
grande quantidade.
Potomania: É a compulsão de beber
água ou outros líquidos sem que haja
sede.
Polidipsia: sede exagerada. É observada
principalmente em esquizofrênicos.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
DESEJO E COMPORTAMENTO SEXUAL: são
diversos os atos impulsivos e compulsivos de
natureza sexual.
Fetichismo: é o impulso e o desejo sexual
concentrada a parte da vestimenta ou corpo da
pessoa desejada.
Exibicionismo: é o impulso de mostrar os órgãos
genitais, geralmente contra a vontade da pessoa
que observa.
Voyeurismo: é o impulso de obter prazer pela
observação visual de uma pessoa que está tendo
relação sexual, ou que está nua ou despindo.
Pedofilia: é o desejo sexual por crianças ou
púberes do sexo oposto. OBS: Pedofilia é crime é
deve ser denunciado.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
Pederastia: é o desejo por crianças ou
adolescentes do mesmo sexo.
Gerontofilia: é o desejo por pessoas
idosas.
Zoofilia: é o desejo sexual dirigido a
animais.
Necrofilia: é o desejo sexual por
cadáveres.
Cropofilia: é a busca de prazer com o
uso de excrementos no ato sexual.
Ninfomania: é o desejo sexual muito
aumentado na mulher.
Satiríase: é o desejo sexual muito
aumento no homem.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
– Outros atos impulsivos.
Poriomania: é o impulso por anda a esmo.
(Forrest Gump)
Cleptomania: Também chamado de roubo
patológico. É o impulso ou compulsão de roubar,
precedido geralmente de intensa ansiedade e
apreensão.
Compulsão por compras: é o ato de comprar
exageradamente.
Compulsão por trabalho: é o ato de trabalhar de
forma compulsiva e exagerada.
Compulsão por internet: apresenta uso
inadequado e exagerado da internet.
Dependência Digital.
Jogo patológico: é a compulsão por jogos de azar.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
Negativismo: á a oposição do
indivíduo às solicitações do meio
ambiente.
– Ativo: o paciente faz o oposto
do solicitado.
– Passivo: o paciente não faz
nada do que foi solicitado.
Mutismo seletivo ou
generalizado: é uma forma de
negativismo verbal.
Sitiofobia: é a recusa sistemática
de alimentos. Pode estar
presentes em quadros delirantes.
Obediência automática: é o
oposto do negativismo.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
Fenômenos em eco: repete
as últimas palavras do
entrevistador.
– Ecolalia
– Ecopraxia
– Ecomimia
– Ecografia
Automatismos: refere-se
aos sintomas psicomotores
como movimentos de lábios,
língua, deglutição abotoar e
desabotoar roupas.
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
Agitação psicomotora: aceleração e exaltação
de toda atividade motora do indivíduo
– Acompanha taquipsiquismo
– Muito frequente nos serviços de saúde
– Acompanha hostilidade e heteroagressão
– Associa-se a quadros: maníacos,
esquizofrênicos agudos, psico-orgânicos
agudos, paranóides e síndromes
demenciais
Lentificação psicomotora: reflete a lentidão
psíquica.
Estupor: é a perda total da atividade
espontânea.
Catalepsia: é um acentuado exagero do tônus
postural com grande redução da mobilidade.
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Flexibilidade cerácea: quando parte do corpo é
colocada em determinada posição, mesmo que
desconfortável, e assim permanece como se
fosse de cera.
Cataplexia: é a perda abrupta do tônus muscular
geralmente acompanhada de queda.
Estereotipias motoras: são repetições
automáticas de determinado ato motor.
Maneirismo: é um tipo de estereotipia motora
caracterizado por movimentos bizarros e
repetitivos.
Tiques: são atos coordenados, repetitivos,
resultantes de contradições súbitas.
Conversão: surgimento abrupto de sintomas
físicos como paralisias, anestesias e cegueira.
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
ALTERAÇÕES DA MARCHA:
– O padrão de marcha do
paciente psiquiátrico
deve ser comparado, a
título de diagnóstico
diferencial, com os
principais padrões de
marcha alteradas das
doenças neurológicas.
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Pensamento e 
suas Alterações – Módulo 8
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
OBJETIVOS:
1. levar o aluno a conhecer e identificar as
várias alterações do pensamento e suas
implicações no funcionamento mental;
2. levar o aluno a diferenciar erro de juízo e
delírio;
3. apresentar a relevância dos aspectos
socioculturais a serem considerados na
avaliação de juízo;
4. levar o aluno a reconhecer as distinções
básicas entre delírio primário e delírio
secundário;
5. apresentar as dimensões da atividade
delirante, seus mecanismos de manutenção
e os tipos de delírios maisfrequentes.
Pensamento e Juízo e 
suas alterações
DEFINIÇÕES BÁSICAS
• “...o pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais,
que, embora não sejam propriamente intelectivos, podem
fornecer substrato para o processo do pensar: são as imagens
perceptivas e as representações” (Dalgalarrondo, p. 193)
PENSAMENTO
Elementos 
constitutivos:
Conceito
Juízo
Raciocínio
Processo do 
pensar:
Curso
Forma
Conteúdo
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
CONCEITOS:
– Não tem elementos de sensorialidade
– Elemento puramente cognitivo,
intelectivo
– Para formar um conceito é preciso:
• eliminação dos caracteres de
sensorialidade
• generalização
JUÍZOS:
– É o estabelecimento de relações
significativas entre os conceitos
básicos
RACIOCÍNIO: ligação entre conceitos.
– Relaciona os juízos entre si
– Liga os conceitos e sequencia os juízos
– Capacidade de concluir a partir da
articulação entre os juízos
DIMENSÕES DO PROCESSO DE PENSAR
O processo de pensar possui
três aspectos:
CURSO:
– É o modo como o
pensamento flui, sua
velocidade e ritmo ao longo
do tempo.
FORMA:
– Estrutura básica, esqueleto.
Preenchidas pelos mais
variados conteúdos.
CONTEÚDO:
– Os temas predominantes, os
assuntos prevalentes.
ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS
ALTERAÇÕES DOS CONCEITOS:
– Desintegração: os conceitos perdem seu
significado original. Normalmente o
sujeito passa a utilizar palavras que só
tem significado palra ele ou muda o
significado.
• Esquizofrenia e Síndromes
demenciais.
– Condensação dos conceitos: dois ou
mais conceitos são fundidos e formam-
se neologismos
JUÍZOS:
– Juízo deficiente ou prejudicado: juízo
falso ou simplista.
– Alterações do juízo de realidade: delírios.
RACIOCÍNIO:
– Pensamento mágico: segue os desígnios
dos desejos e fantasias;
• adéqua a realidade ao pensamento e
não o contrário.
– Pensamento derreísta: semelhante ao
mágico, volta-se muito mais ao mundo
interno, suas fantasias e sonhos.
– Pensamento concreto ou concretismo: o
indivíduo não consegue utilizar metáforas ;
as dimensões abstratas e simbólicas estão
completamente prejudicadas.
– Pensamento inibido: inibição do raciocínio,
com diminuição da velocidade e do número
de conceitos, juízos e representações.
ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS
– Pensamento vago: raciocínio impreciso.
– Pensamento prolixo: o indivíduo não consegue chegar a conclusões,
não há objetividade.
– Tangencialidade: respostas irrelevantes e que apenas de longe
correspondem ao tema da pergunta.
– Circunstancialidade: dá várias voltas até chegar ao ponto principal.
ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS
– Pensamento deficitário: pensamento
de estrutura pobre e rudimentar.
Preso aos aspectos literais.
– Pensamento demencial:
pensamentos pobres mais não
homogêneo. Em alguns aspectos
podem ser sofisticados mais
irregulares.
– Pensamento confusional: turvação da
consciência.
– Pensamento desagregado:
radicalmente incoerente.
– Pensamento obsessivo: pensamento
persistente e incontrolável.
Curso:
— Aceleração: o pensamento flui de
forma muito rápida.
— Lentificação: o pensamento
progride lentamente. Há certa
latência entre as perguntas e as
respostas.
— Bloqueio: há uma interrupção no
processo de pensamento. Uma
parada repentina.
— Roubo do pensamento: é um tipo
de bloqueio. Entretanto, o sujeito
tem a impressão que o
pensamento foi roubado.
ALTERAÇÕES PROCESSUAIS
FORMA:
– Fuga de ideias: acentuada aceleração do
pensamento. As associações deixam de ter
uma lógica.
– Dissociação: os pensamentos passam a não
seguir uma sequência lógica e bem
organizadas.
– Afrouxamento das associações: embora haja
concatenação lógica entre as ideias nota-se o
afrouxamento das associações.
– Descarrilhamento: o pensamento passa a
extraviar-se de seu curso normal, toma
atalhos colaterais, pensamentos supérfluos.
– Desagregação: profunda e radical perda dos
enlaces associativos e perda da coerência.
ALTERAÇÕES PROCESSUAIS
CONTEÚDO: A importância de tais conteúdos tem a ver com a
constituição social e histórica do indivíduo, com o universo cultural
no qual ele se insere, assim como a estrutura psicológica e
neuropsicológica. (p203). O conteúdo tem haver com a temática do
pensamento.
Principais:
— Principais:
• Depreciativos
• Religiosos
• Persecutórios (perseguição)
• Sexuais
• De poder, riqueza ou grandeza
• De ruína
• Hipocondríacos
ALTERAÇÕES PROCESSUAIS
DELÍRIO:
O JUÍZO DE 
REALIDADE E 
SUAS 
ALTERAÇÕES
O juízo e suas Alterações
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
ALTERAÇÕES NORMAIS
Juízo: vem do termo ajuizar que quer dizer julgar. Todo juízo implica,
certamente um julgamento, que, por um lado é subjetivo, individual e,
por outro, social e histórico.
— Distinção entre Erro x Delírio
Erro simples
– O erro origina-se da ignorância, do julgar apressado e do raciocínio
baseado em premissas falsas.
Preconceito: tipo de erro por julgamento a priori.
Crenças culturais e superstições: compartilhadas por um grupo
cultural.
Ideias prevalentes: ideias que por conta da importância afetiva que
tem para o indivíduo, adquirem uma predominância enorme sobre os
demais pensamentos.
Delírio: os delírios são juízos
patologicamente falsos. Desta forma o
delírio é um erro do ajuizar que tem
origem nos transtornos mentais. Sua base
é mórbida, pois é motivado por fatores
patológicos.
São juízos patologicamente falseados
• Tipos:
– Primário: não tem raízes anteriores
na experiência psíquica, uma
transformação qualitativa
– Secundário: se origina de alterações
profundas em outras áreas da
atividade mental
ALTERAÇÕES NORMAIS
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
Características essenciais:
1. convicção extraordinária;
2. o delírio é irremovível: impossível a modificação do delírio pela
experiência objetiva;
3. o conteúdo é impossível (ou a forma como foi construído);
4. é uma produção “associal”, não aceita pelo grupo cultural do doente;
Indicadores de gravidade:
1. convicção;
2. extensão;
3. bizarrice;
4. desorganização;
5. Pressão ou preocupação;
6. resposta afetiva;
7. comportamento desviante;
ESTRUTURA DOS DELÍRIOS
Simples: ideias em torno de
apenas um conteúdo, de um
único tema.
Complexos: englobam vários
temas. Ex. envolvem conteúdos
de perseguição, místico- religioso.
Não sistematizados: sem
concatenação consistente. Os
conteúdos variam de momento
para momento.
Sistematizados: bem organizados,
histórias ricas e consistentes
Surgimento e evolução:
– Período pré-delirante: o humor delirante, o paciente experimenta
aflição e ansiedade intensas, sente como se algo terrível, pavoroso,
estivesse por acontecer. Podem ser agudos e crônicos
– Constituição: é uma construção complexa, como uma tentativa de
reorganização do funcionamento mental para lidar com a
desorganização que a doença mental de fundo produz.
ESTRUTURA DOS DELÍRIOS
ESTRUTURA: MECANISMOS 
FORMADORES E MANTENEDORES
Mecanismos constitutivos: para a
formação do delírio, podem contribuir
diversos fatores e tipos de vivências.
— Interpretação: distorção radical na
interpretação de fatos e vivências.
— Imaginação: O indivíduo imagina
determinado episódio ou
acontecimento.
— Intuição Afetividade: o indivíduo intui o
delírio de repente, pois capta de forma
imediata novo sentido nas coisas.
— Memória: o delírio é construído por
recordações e elementos da memória.
— Alteração de Consciência: são delírios associados
a quadros de turvação da consciência.
— Alteração Sensoperceptiva: são constituídas a
partir de experiências alucinatórias.
— Percepção do Delirante: parte de uma percepção
normal. É vivenciada como uma revelação. Ex. o
sujeito entra em uma sala vê um lenço amarelo
sobre a mesa e associa que o lenço esta ali é para
matá-lo.
MECANISMOS DE MANUTENÇÃO:
1. Inércia – em mudar as próprias ideias.
2. Pobreza de comunicação interpessoal
3. Comportamento agressivo
4. Inaceitação e/ou inabilidade do grupo em
lidar com o paciente
ESTRUTURA: MECANISMOS 
FORMADORES E MANTENEDORES
Perseguição: o indivíduo acredita que
é vítima de um complô e esta sendo
perseguido.Referência ou auto referência: diz ser
vítima de depreciações, calúnias,
fofocas, olhares e etc.
Relação: constrói conexões
significativas(delirantes) entre fatos
normalmente percebidos.
Influência ou controle: está sendo
controlado por forças, pessoas, ou
entidades externa.
Grandeza: o indivíduo acredita ser
extremamente especial.
TIPOS DE DELIRIOS
Reforma ou salvacionismo: o
sujeito sente-se destinado a salvar,
reformar, redimir o mundo.
Ciúmes ou infidelidade: o sujeito
se sente traído pelo parceiro de
forma vil e cruel. Afirma que o
outro tem centenas de amantes.
Erótico (erotomania): o sujeito
afirma que uma pessoa com
destaque social está totalmente
apaixonada por ele.
TIPOS DE DELIRIOS
Reivindicação: está sempre
desproporcionalmente sendo
injustiçado. Normalmente envolve-
se em disputas jurídicas
intermináveis.
Invenção ou descoberta: mesmo o
sujeito sendo leigo na ciência ou na
área tecnológica acredita ter
descoberto uma grande teoria que
irá mudar o mundo.
Delírio Místico Religioso: o sujeito
afirma ser ou estar em comunhão
permanente com Deus. O paciente
sente que tem poderes místicos.
TIPOS DE DELIRIOS
• De conteúdos depressivos e associados a estados
depressivos
Ruína: o sujeito vive em um mundo repleto de desgraças e
está condenado a miséria.
Culpa ou auto-acusação: o sujeito afirma ser culpado por
tudo de ruim que acontece no mundo e na vida das pessoas.
Negação de órgãos: o sujeito experimenta profundas
alterações corporais. Ex. Seu corpo está apodrecendo e não
possui sangue.
Hipocondríaco: crença intensa de que tem uma doença
grave, incurável e que ninguém descobre.
Cenestopático: animais ou objetos estão dentro de seu
corpo.
Infetação: o sujeito acredita que seu corpo, principalmente a
pele, está infestado por pequenos organismos.
TIPOS DE DELIRIOS
Linguagem e suas Alterações – Módulo 9
CURSO DE PSICOLOGIA 
PROF. Doutor Jefferson Cabral Azevedo
LINGUAGEM
Linguagem: é a representação do
pensamento por meio de sinais
que permitem a comunicação e a
interação entre as pessoas.
• É o uso de um meio organizado de 
combinar as palavras para fins de 
comunicação. A comunicação 
implica sempre, também, meios 
não verbais e elementos 
contextuais.
Para esclarecer...
Linguagem é todo e qualquer veículo que comunique algo a 
alguém como:
Símbolos: O termo "símbolo", com origem no (grego),
designa um tipo de signo em que o significante (realidade
concreta) representa algo abstrato por força de
convenção, semelhança ou contiguidade semântica. Ex.: O
leão é o símbolo da coragem.
LINGUAGEM
• Ícones - Ícone, para a
Semiologia e a Semiótica, é um
signo visual (uma imagem) que
representa outro objeto por
força de semelhança. Ícones são
signos substitutivos (podem ser
usados no lugar da coisa
representada) de conteúdo
derivativo: a foto de uma
paisagem, por exemplo,
representa a própria paisagem, o
mapa de uma região representa a
própria região, etc.
LINGUAGEM
Sinais – Indício, marca, vestígio. 
Ex.: Fumaça é sinal de fogo. 
Signos - Para Barthes, o signo é
composto de um significante e de um
significado, conforme prenunciou
Saussure, e ele acrescenta que “o
plano dos significantes constitui o
plano de expressão e o dos
significados o plano de conteúdo.
1. Significante: representação acústica
2. Significado: representação psíquica
de uma “coisa” e não a “coisa” em si.
Ex.: Paisagem
LINGUAGEM
Cognição
Cognição é o ato ou processo da aquisição do conhecimento que
se dá através da percepção, da atenção, memória, raciocínio,
juízo, imaginação, pensamento e linguagem. A palavra Cognitione
tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles.
• É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento na
classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento
através do raciocínio para o aprendizado de determinados
sistemas e soluções de problemas.
• De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a
forma como A MENTE percebe, aprende, apreende, recorda e
pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos.
COGNIÇÃO - É o processo de conhecer 
e envolve os seguintes aspectos:
Atenção: concentração da mente no
objeto selecionado. Pode ser involuntária,
passiva e espontânea (ocasionada por
estímulos externos) ou controlada,
voluntária e dirigida (causada pela intenção
do indivíduo);
Percepção: apreensão dos objetos comuns
ao indivíduo (como uma rua, uma casa, uma
árvore) assim que são percebidos através
do sistema sensorial;
Memória: conhecimento inferido de
objetos captados de percepções ou
emoções passadas.
Juízo: ato mental de armar ou negar um
conteúdo armável;
Raciocínio: habilidade de conectar
juízos;
Imaginação: reanimação de objetos de
percepções anteriores (imaginação
reprodutiva) e combinação dos mesmos
em novas unidades (imaginação criativa);
Pensamento: capacidade de pensar os
objetos da intuição sensível. O
pensamento é a origem dos conceitos
que unificam a multiplicidade dos
sentidos no processo de percepção;
Discurso: comunicação ordenada do
pensamento ou poder de pensar
logicamente.
COGNIÇÃO - É o processo de conhecer 
e envolve os seguintes aspectos:
Transtorno específico da leitura é caracterizado pela dificuldade de
reconhecimento de letras, decodificação e soletração de palavras.
• Estas alterações são provenientes de comprometimento no
desenvolvimento de habilidades fonológicas. Este mal atinge 3 a 4%
das pessoas em idade escolar e afeta mais meninos do que meninas.
• A dislexia compromete a função de atividade de análise, por meio da
qual se faz a associação letra-som e o reconhecimento de palavras
com acesso a seu significado. A partir daí fica comprometido também
o processo de construção, no qual ocorre a formação de frases com
acesso a seus significados, a compreensão dos enunciados e a relação
com conhecimentos prévios.
Alterações da Linguagem - Dislexia
• Esta síndrome se manifesta através da leitura lenta, dificuldade em ler legendas
ou entender enunciados e frases, além de déficit na escrita, comprometida com
inversões, troca ou omissão de letras e erros de concordância verbal.
• Possivelmente, não tendo estudos concretos quanto a isso, há um funcionamento
peculiar do cérebro no que diz respeito à área da leitura e escrita. Acredita-se que
exista uma disfunção cerebral em que funções de percepção, repetição,
armazenamento, nomeação, recuperação e acesso à informação estão
comprometidas.
Alterações da Linguagem 
Disortografia
• Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas 
porque a relação com os sons e palavras impressas ainda não estão 
dominadas por completo. Porém, após estas séries, se as trocas 
ortográficas persistirem repetidamente, é importante que o professor 
esteja atento já que pode se tratar de uma disortografia. 
• A característica principal de um sujeito com disortografia são as confusões 
de letras, sílabas de palavras, e trocas ortográficas já conhecidas e 
trabalhadas pelo professor. 
Principais Caraterísticas: 
 Troca de letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo, 
porta/borta. 
 Confusão de sílabas como: encontraram/encontrarão. 
 Adições: ventitilador. 
 Omissões: cadeira/cadera, prato/pato. 
 Fragmentações: en saiar, a noitecer. 
 Inversões: pipoca/picoca. 
 Junções: No diaseguinte, sairei maistarde.
Alterações da Linguagem 
Disartria
Disartria: Tem como característica
principal a fala lenta e arrastada devido a
alterações dos mecanismos nervosos
que coordenam os órgãos responsáveis
pela fonação.
— A disartria de origem muscular é
resultante de paralisia ou ataxia dos
músculos que intervêm nesta
articulação.
— A disartria pode ter origem em lesões
no sistema nervoso o que altera o
controle dos nervos provocando uma má
articulação.
Alterações da Linguagem - Discalculia
Dicalculia: A matemática para algumas pessoas ainda é um bicho de sete
cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora
passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para
somar, diminuir ou multiplicar;não sabem nem o que o problema está
pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as
expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá.
Alterações da Linguagem - Disgrafia
Disgrafia: é também chamada de
letra feia. Isso acontece devido a
uma incapacidade de recordar a
grafia da letra. Ao tentar recordar
este grafismo escreve muito
lentamente o que acaba unindo
inadequadamente as letras,
tornando a letra ilegível.
— Alguns indivíduos com disgrafia
possui também uma disortografia
amontoando letras para esconder
os erros ortográficos. Mas não são
todos disgráficos que possuem
disortografia
— A disgrafia, porém, não está
associada a nenhum tipo de
comprometimento intelectual.
Alterações da Linguagem - Dislalia
Dislalia: Consiste na má pronúncia das palavras,
seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando
um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A
falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer a
nível de fonemas ou de sílabas. Assim sendo, os
sintomas da Dislalia consistem em omissão,
substituição ou deformação os fonemas.
— De modo geral, a palavra do dislálico é fluida,
embora possa ser até ininteligível, podendo o
desenvolvimento da linguagem ser normal ou
levemente retardado. Não se observam
transtornos no movimento dos músculos que
intervêm na articulação e emissão da palavra. Em
muitos casos, a pronúncia das vogais e dos ditongos
costuma ser correta, bem como a habilidade para
imitar sons. Não há disfonia nem ronqueira.
Alterações da Linguagem - Dislalia
• Quando não se encontra nenhuma alteração orgânica
a que possa ser atribuído a Dislalia, esta é chamada
de Dislalia Funcional. Nesses casos, pensa-se em
hereditariedade, imitação ou alterações emocionais
e, entre essas, nas crianças é comum a Dislalia típica
dos hipercinéticos ou hiperativos. Também nos
deficientes mentais se observa uma Dislalia, às vezes
grave ao ponto da linguagem ser acessível apenas ao
grupo familiar.
• Até os quatro anos, os erros na linguagem são
normais, mas depois dessa fase a criança pode ter
problemas se continuar falando errado. A Dislalia,
troca de fonemas (sons das letras), pode afetar
também a escrita. Na prática o personagem
Cebolinha, de Maurício, é um exemplo de criança
com Dislalia. Ele troca o som da letra R pelo da letra L.
Alterações da Linguagem - Afasia
Afasia: Uma lesão cerebral de extensão
limitada no hemisfério esquerdo de uma pessoa
destra poderá fazê-la perder a capacidade de
utilizar a linguagem como meio de comunicação
e como meio de representação simbólica: o
indivíduo não poderá se exprimir oralmente ou
por escrito de uma forma inteligível; ele não
mais decifra as mensagens que recebe sob a
forma de linguagem falada ou escrita.
• Afasia pode ser entendida como uma
perturbação da linguagem caracterizada pela
perda parcial ou total da faculdade de exprimir
os pensamentos por sinais e de compreender
esses sinais. Alguns autores referem a Afasia
como a perda da memória dos sinais pelos
quais se realiza a troca ideias. De qualquer
forma, o fato dominante na Afasia é a
incompreensão da palavra falada e a
impossibilidade, em grau variável, de ler ou de
escrever.
Afasia de Broca
A Afasia de Broca: é caracterizada pelo fenômeno
da redução da linguagem. O paciente fala muito
pouco e, quando solicitado, se expressa a
contragosto. O portador de Afasia de
Broca emprega um pequeno número de palavras
cujo encadeamento em frases está reduzido ao
mínimo. As alterações da articulação
frequentemente se associam a esta redução.
• Paralelamente à alteração da expressão, observa-se
uma alteração da compreensão da linguagem oral,
mais acentuada para as frases ou ordens complexas
do que para as palavras relativamente bem
conhecidas. As alterações de expressão e de
compreensão, observadas na linguagem oral,
surgem igualmente durante a exploração da
linguagem escrita.
Afasia de Wenicke
Afasia de Wenicke: a expressão oral é fluida,
espontânea, abundante, ao contrário da Afasia
de Broca, porém sem muito significado devido ao
uso inadequado de palavras ou fonemas
(parafasias). As parafasias podem surgir
acidentalmente na linguagem espontânea ou
existir de forma permanente.
• Em outros casos, a linguagem espontânea
na Afasia de Wenicke se caracteriza pela
imprecisão dos termos, utilização de
circunlocuções de aproximações sucessivas e o
paciente costuma manter-se relativamente
consciente de seus erros. A alteração da
compreensão pode ser grave ou simplesmente
moderada e mostra-se mais acentuada para as
palavras isoladas do que para as frases onde há
uma facilitação pelo contexto.
Alterações da Linguagem - Disfemias
Disfemias: São perturbações intermitentes
na emissão das palavras, sem que existam
alterações dos órgãos da expressão. Neste
grupo de transtornos da linguagem o
distúrbio mais importante é a gagueira
(tartamudez). A Disfemia é uma desordem
da comunicação humana que vem
despertando a curiosidade de
fonoaudiólogos, foniatras, psicólogos,
psiquiatras e outros profissionais afins, além
de leigos que lidam com indivíduos
portadores de gagueira . Caracteriza-se por
hesitação, silabação, precedida ou
intercalada dos fonemas qui, que, ga, gue. A
gagueira revela a tendência de aumentar ou
diminuir sob a influência da emoção.
Alterações da Linguagem - Disfonias
• Não se trata, propriamente, de
alteração da linguagem, mas de
defeitos da voz consequentes a
perturbações orgânicas ou funcionais
das cordas vocais ou, ainda, como
consequência de uma respiração
defeituosa. Seria então, a disfonia, um
distúrbio da voz, como rouquidão,
soprosidade ou aspereza.
A disfonia é subdividida em:
— disfonia Funcional: Alteração da voz
resultante de abuso vocal ou mal uso.
Não apresenta qualquer causa física ou
estrutural.
— disfonia Orgânica: Alteração da voz,
causada ou relacionada a algum tipo de
condição laringiana ou doença.
Alterações da Linguagem - Logorréia
Logorréia: Diz Antoine Porot que a arte de falar muito e
não dizer nada não é atributo apenas de alguns tipos de
enfermos mentais.
• A disposição hipomaníaca pode representar um estado
permanente, de forma moderada, compatível com a vida
social. Assim, um indivíduo de tipo hipomaníaco pode
despertar a atenção sobre sua pessoa pela maneira
incessante como fala, não dando oportunidade ao
interlocutor para contestá-lo, falando em tom de voz
elevado, gesticulando muito e, sobretudo, logorreico. Na
excitação maníaca verifica-se o fluxo incessante e
incoercível de palavras, emitidas sem coesão lógica, que
se acompanha de aceleração do ritmo psíquico e de
elevação do estado de ânimo.
• A logorréia é comum em todos os casos de excitação
psicomotora, principalmente nos estados maníacos e
hipomaníacos, na embriaguez alcoólica; em casos de
demência senil, a logorréia está reduzida, muitas vezes, a
um verbigeração incoerente.
Alterações da Linguagem - Bradilalia
Bradilalia: Consiste numa diminuição da velocidade de
expressão, como resultado da lentidão dos processos
psíquicos e do curso do pensamento. Observa-se no
parkinsonismo pós-encefalítico, em casos de epilepsia
pós-traumática.
Alterações da Linguagem
Verbigeração
Verbigeração: É a repetição incessante durante dias,
semanas e até meses, de palavras e frases
pronunciadas em tom de voz monótono, declamatório
ou patético. É observada nos estados demenciais, em
psicoses confusionais e na esquizofrenia,
especialmente na forma catatônica.
Alterações da Linguagem 
Mutismo
Mutismo é a ausência de linguagem oral.
O mutismo tem origem e mecanismos os
mais variados. Nas doenças mentais, é
observado nos estados de estupor da
confusão mental, da melancolia e da
catatonia; nos estados demenciais
avançados, na paralisia geral e na
demência senil.
• Na esquizofrenia, o mutismo adquire uma
importante significação. Pode decorrer,
nesse caso, de interceptação do
pensamento, de perda de contato com a
realidade, de alucinações imperativas ou
de ideias delirantes de culpabilidade. Com
muita frequência, os catatônicos não
falam nem respondem ao interrogatório,
dando-nos a impressão

Outros materiais