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Sumário Módulo 1 ............................................................................................................. 4 Introdução ...................................................................................................... 4 A importância da visitação de Áreas Protegidas para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento da educação ................................................... 5 A Educação Ambiental e a Interpretação Ambiental ........................................ 6 A Interpretação Ambiental e as Unidades de Conservação .............................. 9 A Interpretação Ambiental e as Trilhas Interpretativas .................................. 11 Principais abordagens das Trilhas Interpretativas ......................................... 12 Objetivos e impactos das Trilhas Interpretativas ........................................... 19 Externalidades Positivas .............................................................................. 19 Externalidades Negativas ............................................................................. 20 Módulo 2 ........................................................................................................... 21 Critérios para avaliação das localidades baseados em suas características atrativas ....................................................................................................... 21 Características biofísicas da trilha ................................................................ 22 O Planejamento da Trilha Interpretativa ........................................................ 29 Avaliação do potencial interpretativo da trilha .............................................. 31 Conclusões com o uso do IAPI ..................................................................... 34 Considerações Finais ................................................................................... 35 Módulo 3 ........................................................................................................... 36 Importância dos elementos gráficos e textuais para as Trilhas Interpretativas .................................................................................. 36 Sinalização de entrada ................................................................................. 37 Sinalização de percurso ............................................................................... 38 Sinalização de destino.................................................................................. 39 Sinalização educativo-regulatória ................................................................ 40 Sinalização interpretativa ............................................................................. 40 Confecção das placas interpretativas ........................................................... 42 Referências ....................................................................................................... 45 4 Módulo 1 Introdução Pela riqueza de sua biodiversidade e de sua diversidade cultural, o Brasil possui um vasto conjunto de áreas naturais com elevado potencial para fortalecer o ecoturismo do país. Dentre elas estão as Unidades de Conservação (UCs), que, dentro de suas características e finalidades, proporcionam a possibilidade de visitação, recreação e Interpretação Ambiental (IA). A Interpretação Ambiental passou a integrar o planejamento e gestão em UCs a partir da década de 1970 devido ao aumento do interesse pelas atividades recreativas em áreas públicas, principalmente nos Parques Nacionais. Sendo assim, os programas de Interpretação Ambiental passaram a integrar os Planos de Manejo das UCs. Historicamente a Interpretação Ambiental aparece pela primeira vez no Regulamento de Parques Nacionais em 1979, sendo depois incluída como um dos objetivos do Sistema Nacional de UCs da Natureza (SNUC). Somente no ano de 2006, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu uma definição para Interpretação Ambiental: (...) uma maneira de representar à linguagem da natureza, os proces- sos naturais, a inter-relação entre o homem e a natureza, de maneira que os visitantes possam compreender e valorizar o ambiente e a cultura local (MMA, 2006). O ICMBIO, a partir de 2017, adota o conceito seguinte: (...) a Interpretação Ambiental é um conjunto de estratégias de co- municação destinadas a revelar os significados dos recursos am- bientais, históricos e culturais, a fim de provocar conexões pessoais entre o público e o patrimônio protegido (ICMBIO, 2017). 5 Quanto às UCs, a IA é atualmente descrita nas “Diretrizes para Visitação em UCs” (BRASIL, 2006), documento que estabelece princípios, recomendações e normas objetivando organizar a visitação em UCs e que enfatiza a importância da visitação como vetor de desenvolvimento e também como instrumento de sensibilização da sociedade por meio da IA. NOTANOTA A importância da visitação de Áreas Protegidas para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento da educação As UCs, além de locais de preservação de ecossistemas, são espaços de relações socioambientais historicamente configurados, possibilitam a realização de ações voltadas à educação ambiental. Assim, além da sensibilização e IA, a Educação Ambiental (EA) desenvolvida em áreas protegidas, trabalha o senso crítico e o sentimento de pertencimento ao ambiente natural. As visitas escolares em áreas protegidas são oportunidades de se realizar atividades práticas, através das quais os estudantes têm uma experiência direta com um material presente fisicamente, um fenômeno ou dados brutos provenientes do mundo natural ou social, como o estudo do meio, a experimentação e a visita com observações (Palmieri & Massabni). Nessas atividades, há possibilidade de promover o interesse dos alunos pela Ciência. Os programas de EA das UCs almejam objetivos abrangentes: a proteção da unidade; envolvimento e valorização da comunidade local; promoção do contato direto com a natureza; proteção dos recursos naturais; desenvolvimento de atividades escolares; desenvolvimento de projetos de capacitação; melhoria da qualidade de vida da população; e o exercício da cidadania. 6 Refletir sobre educação ambiental e a visitação em UCs permite estabelecer uma proposta para um processo que seja contínuo, que clarifique os efetivos interesses da ação educativa sendo para tanto, necessário a utilização de metodologias educacionais sistematizadas, e, que como todo e qualquer outro meio educativo, vise à promoção de relações de ensino-aprendizagem, na qual os indivíduos participantes obtenham valiosos resultados. Portanto, a educação ambiental como ferramenta promissora para a visitação às UCs, de ser vista como investimento no potencial transformador que dispõe o contato dos estudantes e do público geral com a natureza, inferindo-se de modo sutil, sem perder o caráter lúdico, atividades educativas voltadas à contemplação, à interpretação, bem como a experiência dos sujeitos com a natureza e distantes do conforto de seus cotidianos. IMPORTANTEIMPORTANTE A Educação Ambiental e a Interpretação Ambiental A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) foi instituída pela Lei n° 9.795/1999, e em seu primeiro artigo conceitua: Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art. 1º.). A IA possui estreita relação com a EA, pois ambas almejam a uma mudança de postura das pessoas perante o ambiente que as cercam. A IA pode ser vista como uma das abordagens da EA, ela acontece em um momento específico e de curta duração, enquanto o visitante permanece no local onde se faz a IA, em ambientes não formais, enquanto a EA tem caráter continuado eacontece em ambientes formais ou não formais. 7 É necessário, aqui, distinguir três tipos de modelos educacionais: o formal, o infor- mal e o não formal. A educação formal é hierarquicamente estruturada, desenvol- vida em escolas; já na educação informal, o aprendizado acontece de forma es- pontânea, não sistematizada e não organizada e o aprendizado se dá no processo de vivência e socialização. A educação não formal, por sua vez, é a educação or- ganizada e sistemática fora do ambiente formal de ensino, ela acontece quando há intencionalidade na criação de um ambiente de aprendizado fora da instituição escolar. Freeman Tilden, considerado um dos pioneiros do estudo da interpretação, formulou os seguintes princípios apresentados na Figura 1, que permitem caracterizar as atividades como de cunho interpretativo. 8 ImpecabilidadeObjetividade É de suma importância estabelecer relações entre o que está sendo interpretado com o cotidiano ou a experiência do visitante, permitindo que este se identifique com os temas abordados. Dessa forma, é possível sensibilizar e tornar a interpretação relevante e significativa ao visitante. 1 É uma arte que combina com muitas outras artes, além de se basear nos conceitos científicos. Para atingir e tocar o visitante, a interpretação deve ser prazerosa e clara, utilizar uma linguagem simples e se apropriar de diversos recursos para a transmissão da informação, tais como sons, música, histórias, placas, figuras, jogos, dinâmicas, movimento, humor e vídeo. 2 3 Seu objetivo não é exatamente o aprendizado, mas sim de buscar sensibilizar o visitante e estimular a sua curiosidade e seu interesse. 4 Não se deve limitar em transmitir informações, conteúdos. Ela deve revelar aquilo que não está explícito, tais como as relações de interdependência, os diferentes níveis de percepção de um mesmo fenômeno ou ambiente e os significados do tema trabalhado. Além disso, provocar a reflexão e o pensamento crítico do visitante, despertando o interesse e comprometimento do mesmo com local visitado e o meio ambiente. 5 Na interpretação os temas devem ser trabalhados de forma holística e interligada, de forma a ressaltar as inter-relações existentes entre os elementos que compõe o meio ambiente. 6 A Interpretação Ambiental e o planejamento da atividade devem, portanto, ser diferenciadas em função do público alvo, pois as vivências e experiências de cada visitante são distintas. As atividades devem ser planejadas de forma a abranger o maior número de possibilidades sem prejuízo ao meio ambiente ou riscos ao visitante. Por exemplo, oferecer oportunidades para aqueles que querem percorrer a trilha sozinhos (trilhas autoguiadas); promover a acessibilidade e também a possibilidade de interpretação a pessoas portadoras de deficiência; permitir a visitação de alunos de diversos níveis escolares, leigos e pesquisadores, oferecendo diferentes abordagens; encaixar-se no conceito de desenho universal, entre outros. Figura 1: Princípios da Interpretação Ambiental Fonte: Adaptação do autor de Ikemoto, 2008. A IA é um instrumento educativo capaz de agregar valor à experiência do observador, de contribuir para a formação de uma consciência ambiental, no ordenamento da visitação e na minimização de seus impactos negativos. Segundo Tilden, a IA em áreas naturais baseia-se em estratégias diversas para cativar o público. Os recursos educativos e sensibilizadores visam revelar as 9 inter-relações do ambiente com os seres vivos que vivem no local interpretado. Sendo assim, é possível envolver o público e contribuir para conscientizá-lo de sua responsabilidade na preservação das áreas naturais visitadas. A Interpretação Ambiental e as Unidades de Conservação A IA é considerada como estratégica dentro do planejamento e manejo das UCs pela sua importância educativa e social. A IA deve ser considerada um instrumento estratégico para a promoção da EA em UCs (Ikemoto, 2008). Os visitantes, além de procurarem estas áreas para o descanso e inspiração, podem ter interesse em aprender sobre seus recursos naturais e culturais. A Interpretação é uma forma de comunicação, que vincula o público das UCs com os recursos e está relacionada com o lúdico, à recreação, visitação e interação com os espaços livres. Há diversos recursos que podem ser utilizados para realizar a IA, e a escolha destes deve levar em consideração diversos fatores, tais como o público-alvo e o tema a ser trabalhado. Os meios de Interpretação devem atender às expectativas do visitante e sua linguagem agregar qualidade e valor à visitação. Para chamar a atenção do visitante e para poder sensibilizá-lo, é fundamental que sejam atrativos, compreensíveis e acessíveis. O custo de implantação, operação e manutenção do meio de interpretação também deve estar dentro das possibilidades da UC. O Projeto Doces Matas (2002) enfatiza que o processo interpretativo, baseado em ferramentas e abordagens adequadas adapta-se ao público-alvo para melhor conscientização do objeto interpretado. Desta maneira, transformará a linguagem técnica em informação acessível ao leigo, inovando num canal de transmissão de dados, possibilitando assim melhor compreensão aos visitantes. As qualidades propostas pelo Projeto Doces Matas para os processos interpretativos estão ilustradas na Figura 2, e são apresentadas a seguir: Conectividade: mostrar informações conectadas entre si e aproveitar ilus- trações; 10 Criatividade: utilizar situações imaginárias e elaborar histórias que enfo- quem um ator principal, empregando analogias para facilitar a compreen- são do visitante; Impecabilidade: sorrir e ser compreensivo; Interatividade: buscar a participação dos ouvintes; Ludicidade: usar linguagem simples e lúdica, com exemplos didáticos e próximos da realidade; Objetividade: valer-se de textos pequenos evitando o excesso de informa- ções e procurar associar os fatos apresentados a uma história humana; Receptividade: ter uma expressão facial relaxada e convidativa, e um tom de voz afável, servir-se de verbos ativos. A interpretação é uma forma de traduzir a linguagem, transforma o assunto trabalhado em algo curioso e de fácil compreensão, ou seja, acessível. Interpretação Ambiental Conectividade Criatividade Impecabilidade InteratividadeLudicidade Objetividade Receptividade Figura 2: Características fundamentais da interpretação ambiental Fonte: Adaptação do autor do Projeto Doces Matas, 2002. 11 Os programas de Interpretação conferem destaque às UCs, possibilitando o reconhecimento de sua existência e importância pelos visitantes. Ao oferecerem espaços de lazer e recreação com riqueza de estímulos sonoros, auditivos, táteis e cinestésicos que tem efeitos físicos e psíquicos na saúde e na qualidade de vida do ser humano, as UCs cumprem sua função social. A qualidade da interpretação oferecida pode garantir um recurso tangível às UCs, possibilitando uma fonte de arrecadação para garantir sustentabilidade econômica para conservação dessas áreas. A Interpretação Ambiental e as Trilhas Interpretativas As trilhas são o grande alvo da visitação e da Interpretação Ambiental, sendo o espaço de interação entre o visitante e o meio ambiente natural. As trilhas inter- pretativas reiteram valores histórico-culturais, estéticos, ecológicos, científicos e cênicos. As trilhas, uma vez bem planejadas e manejadas, além de cumprirem a sua função utilitária, permitem o contato e recreação da sociedade e possuem enorme potencial educativo, podendo contribuir para a sensibilização e a conscientização ambiental através de um programa adequado de Interpretação Ambiental. Dessa forma, são instrumentos de grande importância para o planejamento e manejo da atividade turística e conservação dos recursos ambientais. Dentre as trilhas nas quais se desenvolvem atividades educativas, pode-se citar as trilhas interpretativas e recreativas. As trilhas que apresentem placas ou guias que transmitam informaçõespontuais e desconectadas, mesmo que bem formuladas, não podem ser classificadas como interpretativas, e sim como recreativas. As trilhas interpretativas são temáticas e multidisciplinares. Para Costa et al: As trilhas interpretativas são caracterizadas por serem temáticas e organizadas, e acima de tudo, por buscarem associar o conteúdo com a experiência e vivência do visitante, promover o questionamento e a reflexão através de recursos didáticos diversos. (Costa et al, 2019) 12 A Trilha Interpretativa possui trajeto de curta distância (500 a 1.500 metros) e percurso de no máximo 45 minutos, nos quais o objetivo é despertar e manter o interesse do visitante, apresentando diversidade de elementos ao longo da trilha, não devendo ser visualmente monótona. Segundo Guimarães, a trilha interpretativa: Visa a aperfeiçoar a compreensão das características naturais e culturais da sequência paisagística determinada pelo seu traçado, com finalidades ludo-pedagógicas direcionadas à educação ambiental, ou à humanização de terapias, funcionando como fator de integração ou reintegração, de adaptação e de valoração, de tomada de consciência em relação ao meio ambiente. (GUIMARÃES, 2003). Uma Trilha Interpretativa bem concebida deve ser curta e com poucos, mas signi- ficativos pontos de parada/interpretação. Percursos longos tornam-se cansativos e monótonos, e o excesso de paradas prolonga ainda mais o tempo de percurso, saturando o visitante. Os pontos de parada e interpretação devem ser atrativos e bem delimitados, devendo ser a trilha alargada para comportar simultaneamente o grupo de visitantes sem prejudicar a visibilidade dos atrativos ou da explicação do condutor. Principais abordagens das Trilhas Interpretativas As trilhas ecológicas interpretativas se enquadram em percursos interpretativos orientados metodologicamente. É importante que elas sejam educativas, sensibili- zadoras e informativas. As trilhas podem ser, quanto aos recursos de IA, de duas maneiras: guiadas e autoguiadas. As trilhas guiadas são realizadas com acompanhamento de um guia/ condutor, tecnicamente capacitado para estabelecer um bom canal de comunicação entre o ambiente e o visitante. As trilhas autoguiadas permitem o contato do visitante e o meio ambiente sem a presença de um guia. Recursos visuais, gráficos e outros orientam a caminhada, com informações de direção, distância, elementos a serem destacados e os temas desenvolvidos. 13 Confira alguns métodos de Trilhas Interpretativas, caracterizadas como: guiadas, autoguiadas, autoguiadas com placas/painéis interpretativos e autoguiadas com folhetos interpretativos. As trilhas interpretativas ainda são divididas de acordo com a metodologia de aplicação. Trilhas autoguiadas Trilhas com pontos de parada marcados, onde o visitante, auxiliado por placas, pai- néis ou folhetos, explora o percurso sem guia Trilhas autoguiadas com placas ou painéis interativos Tema desenvolvido por mensagens gra- vadas em placas ou painéis colocados em pontos estratégicos Trilhas autoguiadas com folhetos interpretativos Tema é desenvolvido em um folheto expli- cativo, contendo referência aos pontos de parada. Os folhetos podem conter men- sagens mais detalhadas do que as placas, sendo possível que temas diferentes pos- sam ser desenvolvidos nos mesmos pon- tos de parada. Fonte: Adaptado de Vasconcellos, 2006. Outro ponto necessário para que as Trilhas Interpretativas cumpram sua função social, é que sejam inclusivas, sempre que possível. Os professores, guias e profissionais que irão trabalhar Educação Ambiental com esta parcela da sociedade em trilhas, devem ser preparados pedagogicamente nesta área, pois há a necessidade de um atendimento especializado para as pessoas com deficiência. As trilhas devem propiciar o máximo de mobilidade, as Figuras 4, 5, 6 e 7 exemplificam trilhas interpretativas inclusivas. 14 Figura 4: Percepção tátil do caule de uma árvore com Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006) in Cavalcante (2014). Figura 5: Fio-guia, apoio para locomoção. Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006) in Cavalcante (2014) Figura 6: Placas interpretativas em braile. Fonte: Nascimento (2017) 15 Figura 7: Trilha do Pilão, Rio de Janeiro. Fonte: http://www.funbio.org.br Para cumprir sua finalidade educacional, sensibilizadora e informacional é necessário que as trilhas sejam planejadas de forma a agregar o máximo de valor para esses atributos. A Figura 8 exemplifica uma abordagem interdisciplinar. O título “Vidas Secas” faz alusão ao romance brasileiro de Graciliano Ramos e a narrativa conta o processo adaptativo das plantas assim como suas características fisiológicas. Figura 8: Sinalização interpretativa no Parque Nacional Fonte: Acervo ICMBIO. A Figura 9 e 10 ilustram os três aspectos das Trilhas Interpretativas, sensibilizam através de inter-relações com o cotidiano do público, educam com informações científicas e informam a partir de experiências na natureza. http://www.funbio.org.br 16 Essa terapia é utilizada a algumas décadas no Japão e é conhecida como “shinrin-yoku” que significa “absorver a atmosfera da floresta”. Shinrin-yoku é um termo que significa “tomar banho na floresta”. Foi desenvolvido no Japão durante a década de 1980 e tornou-se um dos pilares da medicina preventiva e da cura na medicina japonesa. Pesquisadores, principalmente no Japão e na Coreia do Sul, estabeleceram um corpo robusto de literatura cientifica sobre os benefícios para a saúde de passar o tempo sob o dossel de uma floresta vida. Agora a pesquisa científica está ajudando a estabelecer o shinrin-yoku e terapia florestal em todo o mundo. Com o auxílio do guia local foram selecionados 10 indivíduos arbóreos ao longo da trilha Jequitibá-Cristais, relacionando-os com as propriedades fitoterápicas. O demonstrativo a seguir é apenas um exemplo de propriedades comparadas a alguma pesquisa acadêmica relacionada a espécie: O banho de floresta Evapotranspiração com fitocinídios Figura 9: Sinalização interpretativa do Jequitibá, Rio de Fonte: Assis, 2020 Angico Branco: Anadenanthera colubrina Árvores que cuidam de você! Propriedades: Ação depurativa, adstringente, cocatrizante e emulsificante peitoral. Pau Jacaré: Piptadenia gonoacantha Propriedades: Combate asma e bronquite. Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3 Pau de alho: Gallesia integrifolia Propriedades: Rejuvenesce e hidrata a pele, usado para banhos. Bícuiba: Bicuiba oleifera Propriedades: A casca da árvore é usada interna e externamente como adstringente, para combater as diarreias. Trecho 4 Trecho 5 Cafezinho do mato: Cordia ecalyculata Propriedades: Depurativas, anti-reumáticas tônicas e sudoríficas. Ipê roxo: Handroanthus impetiginosus Propriedades: Usado durante a gripe e a estação fria e para expectorar e aliviar a tosse. Cedro rosa: Cedrela fissilis Propriedades: Combate a febre, feridas e úlceras. Espinheira santa: Maytenus ilicifolia Propriedades: Banhos como cicatrizante das inflamações da pele. Jequitibá: Cariniana legalis Propriedades: Combate problemas nos ovários e no útero. Guapuruvu: Schizolobium parahyba Propriedades: Combate problemas nos ovários e no útero. Figura 10: Sinalização interpretativa do Jequitibá, Rio de Fonte: Assis, 2020 17 Há diversos recursos que podem ser utilizados para realizar as trilhas interpretativas e a escolha deve se basear em fatores como o público alvo e o tema a ser trabalhado. Os meios de Interpretação devem atender às expectativas do visitante e sua linguagem precisa agregar qualidade e valor à visitação. Ainda no sentido de atrair o interesse do visitante para a interpretação, deve haver preocupação com o ‘’layout’’ das placas e suas ilustrações, para os quais são necessários profissionais específicos (artistas gráfico e plástico). No sentido de minimizar a mão de obra e custos relacionados com a manutenção da trilha interpretativa, deve haver cuidado com a qualidade e resistênciados materiais utilizados para confecção das placas, com o emprego de materiais adequados para exposição a ambientes externos e ainda uma estrutura de fixação que se harmonize ao local. A Figura 11 ilustra a importância da qualidade visual. 18 Figura 11: Exemplos de placas implantadas na Trilha da Barra, Bonito, Mato Grosso do Sul. Fonte: Pellin et al, 2010. Para chamar a atenção do visitante e para poder sensibilizá-lo é fundamental que os meios selecionados sejam atrativos, compreensíveis e acessíveis. O custo de implantação, operação e manutenção do meio de interpretação também deve estar dentro das possibilidades da UC. 19 Objetivos e impactos das Trilhas Interpretativas As Trilhas Interpretativas têm o propósito de sensibilizar a sociedade quanto à importância da conservação da natureza e das áreas protegidas, melhorar a qualidade da experiência do visitante e qualificar a visitação com fins educacionais. Pode-se dizer que as Trilhas Interpretativas se propõem a revelar significados e inter-relações por meio de uso de objetos originais, do contato direto com os recursos e de meios ilustrativos. A organização e o planejamento permitem que as mensagens sejam repassadas de forma direcionada, o trabalho em temáticas clarifica ao público o objetivo da interpretação. O planejamento e gestão da visitação em áreas protegidas com elevado valor patrimonial em biodiversidade almeja à sensibilização da sociedade para a conservação dessas áreas e para que elas se tornem vetores de desenvolvimento local e regional. As Trilhas Interpretativas são, pois, uma oportunidade de desenvolvimento humano, já que estimulam a capacidade investigadora das pessoas e fazem com que elas repensem seu modo de ver e sentir o planeta como um todo, a partir da leitura e da percepção da realidade ambiental. O ordenamento da visitação objetiva direcionar as ações do homem sobre o território de forma a minimizar os impactos da visitação. Externalidades Positivas Como externalidades positivas pode-se afirmar que as Trilhas Interpretativas colaboram de forma evidente no desenvolvimento de ações conservacionistas: (...) ao propiciar práticas cooperativas, socialização, interatividade e conciliação das formas de conhecimento empírico, técnico-científico e saberes tradicionais, gerando novas mediações e padrões de inter- relacionamentos entre uma comunidade ou grupo (Lima-Guimarães 2010). A autora reitera que os programas desenvolvidos corroboram para criação de políticas públicas na área de gestão ambiental com foco na educação ambiental. 20 Ao considerarmos o aumento de visitação de uma UC como vetor de desenvolvimento local, os números recentes trazem a dimensão econômica do que pode acontecer se mais incentivos à melhora da qualidade dos serviços prestados sejam realizados, tanto pelo governo, como através de parcerias com a iniciativa privada. O índice de visitação em UCs estabeleceu um novo recorde em 2017 com mais de 10,7 milhões de visitas, um aumento de 30% (2,5 milhões de visitas) em relação ao recorde anterior de 8,2 milhões, em 2016. Os visitantes gastaram cerca de R$ 2 bilhões nos municípios de acesso às UCs. A contribuição total desses gastos para a economia nacional foi de cerca de 80 mil empregos, R$ 2,2 bilhões em renda, R$ 3,1 bilhões em valor agregado ao PIB e R$ 8,6 bilhões em vendas (ICMBIO 2020). Externalidades Negativas Os ecossistemas sensíveis são suscetíveis a serem comprometidos com a presença dos visitantes. Como exemplos de externalidades negativas há a questão do lixo, de pisoteio, barulho excessivo e do fluxo acima da capacidade de carga, problemas que podem ser solucionados através do monitoramento e sensibilização. A educação de mínimo impacto é uma das técnicas importantes para gerenciar a recreação em áreas naturais. Sua aplicação combinada com outros métodos pode minimizar o impacto ambiental. Trata-se de uma questão de atitude e consciência, mais do que de regras e regulamentos (Barros, 2003). 21 Módulo 2 Critérios para avaliação das localidades baseados em suas características atrativas As Trilhas Interpretativas deverão funcionar, segundo Vasconcellos (2006), como instrumentos educativos para os diversos públicos visitantes, sendo constituídos por um conjunto de estratégias planejadas e desenvolvidas para atingir o objetivo maior. A autora cita os passos básicos para o planejamento de um Programa Interpretativo como mostra a Figura 12 a seguir: Figura 12: Perguntas pertinentes para a elaboração do programa de interpretação. Fonte: Adaptado de Vasconcellos, 2006. Como apresentado na Figura 12, o Programa de IA inicia-se com o diagnóstico do local em que se está planejando, de acordo com os aspectos tangíveis (recursos naturais e culturais) e intangíveis (inter-relações, processos, história) da área e seu entorno. A interpretação nas trilhas pode incluir atividades dinâmicas e participativas em que o público recebe informações sobre recursos naturais, exploração racional, conservação, aspectos culturais, históricos, econômicos, arqueológicos e outros. 22 As Trilhas Interpretativas são um importante instrumento pedagógico onde áreas naturais são transformadas em salas de aula ao ar livre, possibilitando formas diferenciadas de aprendizado. As trilhas abordam ecologia tanto com finalidades acadêmicas para o ensino fundamental, médio e superior, como em atividades de pesquisa e investigação científica, além de oferecer conhecimento à sociedade como um todo. O diagnóstico pode ser realizado a partir da análise documental a respeito da área a ser interpretada, o Plano de Manejo. Caso haja a possibilidade, a realização de uma análise SWOT elucida a visualização das potencialidades, pontos fracos, oportunidades e ameaças ao Programa Interpretativo. A escolha do tema de IA é o ponto básico do Programa, pois através das mensagens transmitidas ao público, os resultados esperados serão alcançados. Para tal, a escolha das estratégias para o desenvolvimento eficaz do tema selecionado se faz indispensável. Outro ponto imprescindível é o conhecimento sobre as características do visitante. Esse conhecimento é fundamental para a pertinência do programa interpretativo. Algumas características como a idade, nível cultural, procedência, tempo disponível e interesses podem ser alavancadas. Ao conhecer todos os aspectos relatados, cabe ao planejador de Trilhas Interpretativas despertar a curiosidade do visitante sobre os recursos existentes nas trilhas, visando à constante melhoria da qualidade da experiência da visitação. Isto pode ser atingido com a consideração dos valores estéticos e outros atributos existentes nos locais selecionados para interpretação. Tais aspectos serão apresentados a seguir. NOTANOTA Características biofísicas da trilha As características estruturais e biofísicas são imprescindíveis no planejamento de Trilhas Interpretativas. É preciso instalar estruturas que minimizem os impactos negativos da visitação e maximizem as potencialidades da trilha, com segurança aos diferentes tipos de público, visando facilitar a acessibilidade (IKEMOTO, 2008). 23 Em seguida são expostos os pontos estruturais básicos: Temática: presença de eixo temático, tópicos e a condução da interpretação (introdução, desenvolvimento e conclusão); Pontos interpretativos: caracterização qualitativa dos pontos; Presença ou não de recursos interpretativos variados: conteúdo, clareza, harmonia com o meio, acessibilidade, relevância; Sinalização (placas e painéis): conteúdo, clareza, acessibilidade, harmonia com o meio, relevância; Modalidade: guiada, autoguiada ou guiada com outras programações; Diferenciação: grau de oferta de atividades para vários tipos de públicos- alvo; Atualização: se há e qual a periodicidade da reformulação ou aprimoramento dos temas interpretativos; Manutenção: de quanto em quanto tempo é realizada a manutenção da trilha. A partir dos dados estruturais gerados é importanteverificar se a Trilha Interpretativa aborda os conceitos de interpretação estabelecidos por Tilden (1977), esquematizada no primeiro módulo do curso, no qual a IA busca: sensibilizar o visitante, estimulando a sua curiosidade e interesse; ser prazerosa e clara, utilizando diversos recursos educativos; estabelecer relações entre o que está sendo interpretado e o cotidiano do visitante; promover a reflexão e pensamento crítico; oferecer atividades diferenciadas em função do público alvo; trabalhar o conhecimento de forma holística e interligada e ser uma atividade planejada com princípio, meio e fim. Para as características biológicas, a metodologia de Takahashi (2001) propõe uma abordagem conhecida como Análise do Corredor, ou seja, através da coleta de dados físicos e ambientais por locais de amostragem ao longo de seções equidistantes ao longo da trilha. Assim sendo, a trilha é dividida em seções equidistantes e em cada 24 seção são coletados dados referentes aos indicadores de qualidade ambiental. Para a medição da distância parcial e total da trilha utiliza-se uma trena. Cuidados devem ser tomados para diminuir a imprecisão da medição, tais como manter a fita rente ao solo, respeitar o traçado da trilha e contabilizar as áreas com degraus. Os dados coletados nas seções devem ser armazenados em fichas de campo, sendo medidos ou contabilizados os seguintes parâmetros, segundo metodologia adaptada de Costa (2006): Largura (Lrg) medida (em metros) a ser tomada entre duas estacas de madeira fincadas nas extremidades da trilha com auxílio de trena; Declividade paralela (Dpl) medida (em graus) a ser tomada ao longo da trilha, no sentido de caminhamento com auxílio do clinômetro; Declividade perpendicular (Dpp) medida (em graus) a ser tomada no sentido transversal de caminhamento da trilha com auxílio do clinômetro; Altimetria (Alt) medida (em metros) da altitude do local selecionado através do uso do altímetro; Número de bifurcações (Nbi) medida do número de bifurcações existentes nas proximidades da trilha; Revestimento do solo foi avaliado pela análise visual local a área (em cm) do corredor da trilha que apresenta: solo exposto (SE), ou seja, sem vegetação; cobertura vegetal viva (CV); serapilheira (litter – Lit) e/ou presença de afloramento rochoso (AR); 25 Lixo (Lx) número de fragmentos residuais de material inorgânico (latas, sacos plásticos, garrafas pet etc.) encontrados na trilha e seu entorno, na área delimitada para a coleta de dados; Vandalismo (Vd) presença de fogueiras, desmatamento, pichações em rochas ou árvores, animais mortos ou vestígios de caça etc.; Erosão (Er) análise visual da presença de algum dos tipos de erosão no solo: erosão lateral (Lat) – provocada pela drenagem pluvial), erosão laminar (Lam – superficial) e erosão em sulcos (SC) – mais profunda, como ravinamentos) nas seções da trilha; Proximidade de drenagem (Dre) presença de corpos d’água (rios) nas laterais, cruzando ou próximo da trilha; Calhas ou canaletas de drenagem (CA) presença de canais de drenagem ou calhas pluviais nas laterais ou cruzando a trilha. 26 A seguir a ficha (Figura 13) de campo com os parâmetros acima são apresentadas para exemplificar como podem ser utilizadas, na prática, as informações. Figura 13: Ficha de campo de caracterização ambiental Fonte: Ikemoto (2008), adaptado de Costa (2006). Para a análise do design da trilha quanto ao perfil de usuários, os parâmetros estabelecidos por Lechner (2006) são indicados na Figura 14: Figura 14: Design de trilhas Fonte: Lechner (2006). De acordo com as suas características biofísicas, as trilhas são classificadas segundo quatro variáveis: Esforço Físico: avalia o nível de esforço físico necessário para cumprir o percurso em função de parâmetros específicos; 27 Exposição ao Risco: avalia a dificuldade do trajeto em relação ao nível e à frequência de exposição a riscos; Orientação: avalia o grau de dificuldade para o usuário manter-se orientado na trilha; Insolação: avalia o percentual de exposição ao sol na trilha. Para a determinação do grau de dificuldade da trilha, o critério escolhido pode ser o da rampa média ao longo do trecho principal, elaborado por Rocha et al.(2006), sendo consideradas as seguintes classes: 0 – 10% - Leve; 10 – 20% - Média; 20 – 50% - Difícil; 50 – 100% - Muito Difícil; > 100% - Alpinismo. No caso das Trilhas Interpretativas o grau de dificuldade raramente perpassa a categoria Leve. A acessibilidade da trilha interpretativa é imprescindível para que o monitoramento e a segurança sejam possíveis. Alguns aspectos devem ser considerados na escolha do trecho: Acessibilidade: proximidade de vias de amplo acesso (estradas ou rodovias) ou de transporte público coletivo até o local; Frequência de visitação significativa: grande fluxo de visitação; Potencial histórico, cultural, ambiental e riqueza paisagística: presença de atrativos de grande relevância; Monitoramento: passível de entrevistar ou estudar os visitantes; Viabilidade logística de deslocamento e acesso: presença de infraestrutura no local que atenda às necessidades do pesquisador. Um estudo exploratório inicial da trilha, através do levantamento de suas caracte- rísticas e o pré-levantamento de seus atrativos, fundamenta a seleção de indica- dores de atratividade. Para avaliá-los alguns aspectos precisam estar elencados: Proximidade (primeiro plano, médio plano e pano de fundo): consideram-se os elementos que permitem ao visitante contato direto ou toque como em primeiro plano; próximos ao leito da trilha, mas sem contato direto ou toque 28 como em médio plano; e elementos distantes do leito da trilha como em pano de fundo; Espaço disponível: representa quantas pessoas a trilha comporta em determinado atrativo, sem que se prejudique a qualidade de uma visita guiada; Visibilidade (inferior médio e superior): este indicador refere-se à posição do atrativo em relação aos olhos do observador; Estímulos sensoriais: consideram-se os estímulos visuais, auditivos, táteis e olfativos que os atrativos proporcionam. Na sequência do estudo preliminar, uma ficha de campo própria para a trilha em estudo deve ser criada. Logo após, os indicadores devem ser estabelecidos através de um consenso da equipe, os valores de atratividade de cada elemento resultam da multiplicação do peso com a intensidade ou abundância relativa do atrativo. A soma total corresponde ao valor da atratividade de um ponto interpretativo, ou seja, a soma da atratividade dos elementos presentes em um mesmo local ou em uma mesma distância. A combinação das características biofísicas e estruturais com conhecimentos relacionados à cultura local podem trazer estímulos mais complexos aos visitantes, fazendo da experiência algo valoroso. Como características culturais pode-se considerar, por exemplo, a presença de comunidades tradicionais e povos autóctones, quilombolas e povos indígenas. As presenças de estórias sobre as áreas, como mitologias, lendas, rituais assim como o uso de espécies de plantas da região, podem agregar valor à experiência do visitante. A partir das considerações sobre essas características biofísicas e estruturais, assim como culturais, um método para estabelecer os pontos atrativos será necessário para o Programa de Interpretação. 29 O Planejamento da Trilha Interpretativa O planejamento eficaz de uma trilha interpretativa demanda um programa interpre- tativo eficaz, para isso alguns passos são sugeridos por diversos autores ao longo das últimas décadas. Apesar de que o foco ao se planejar uma Trilha Interpretativa reside na determinação das oportunidades interpretativas, estas devem advir do conhecimento da área a ser interpretada, da identificação e conhecimento do pú- blico-alvo e de um levantamento cuidadoso das várias técnicas de comunicação disponíveis (VASCONCELLOS, 2006). Para Vasconcellos o planejamento deve contar com seis passos, nos quaisa identificação das oportunidades e necessidades da área, assim como do público- alvo, é fundamental. São eles: identificação das oportunidades e necessidades; identificação do público alvo; identificação dos objetivos ou resultados esperados para cada público; escolha do tema ou mensagem; seleção das atividades, meios, métodos e técnicas (estratégias) a serem utilizados na transmissão das mensagens; e avaliação dos resultados e reformulação do programa, caso necessário. Ao considerarem-se diferentes abordagens, adotou-se neste curso a metodologia proposta por Gonçalves e Canto-Silva (2018), que propõe a elaboração do roteiro interpretativo da trilha a partir de seis etapas, apresentadas a seguir: 1. Identificação das oportunidades e necessidades do Parque ou área; Para identificar as oportunidades e necessidades da área onde a trilha será implementada é necessário estabelecer contato com a equipe gestora, realizar visitas à trilha a ser interpretada, com o objetivo de obter informações prévias para posterior realização do inventário interpretativo. O mapeamento da área com o auxílio de um sistema de posicionamento geográfico (GPS) auxilia na visualização espacial do percurso. Para finalizar essa primeira etapa, há necessidade de uma revisão bibliográfica e documental das informações referentes à área, com destaque ao seu Plano de Manejo, no caso das UCs. 2. Identificação do público-alvo; O conhecimento do público-alvo é decorrente dos contatos realizados com os gestores de Parques, os quais informam os usuários predominantes das trilhas, 30 assim como o seu perfil. Caso as informações sobre os visitantes não existam, seria interessante criar questionários com o perfil socioeconômico. 3. Definição dos objetivos e do tema; Os objetivos para a trilha serão definidos em função da demanda dos gestores, de acordo com aqueles estabelecidos no Plano de Manejo do Parque, em seu subprograma de Educação e IA. Para a definição do tema da trilha serão observados os objetivos propostos e o levantamento prévio realizado na trilha, buscando-se formular uma mensagem simples, direta e de fácil compreensão para o público- alvo. A escolha do tema de interpretação de uma trilha é fundamental, já que este define e direciona o conteúdo que será trabalhado, relacionando as diversas informações em uma mensagem principal, para que a atividade seja significativa ao público. 4. Realização do inventário interpretativo; Em função dos objetivos, do público-alvo e do tempo necessário para a realização das atividades interpretativas na trilha, um número máximo de pontos interpretativos deve ser estabelecido. Para a seleção desses pontos, o método Indicador de Atratividade de Pontos Interpretativos (IAPI), proposto por Magro e Freixêdas (1998), caracteriza-se como a opção mais comumente aplicada e será explicado mais detalhadamente no próximo tópico deste módulo. 5. Análise das oportunidades interpretativas; Após a definição dos pontos interpretativos que serão abordados, uma análise das oportunidades interpretativas oferecidas por eles deve ser estabelecida. Ao final, é apresentada uma síntese das oportunidades interpretativas associadas a cada ponto, sob a forma da definição de subtemas para estes. 6. Seleção das estratégias interpretativas e proposição do roteiro. Com base na análise das oportunidades interpretativas oferecidas em cada ponto selecionado são estabelecidas estratégias, constituídas por conteúdos informati- vos a serem abordados e atividades a serem conduzidas pelos intérpretes. Tais es- tratégias são apresentadas sob a forma de um roteiro, sendo utilizada a linguagem informal a ser empregada no momento da atividade interpretativa. 31 Na Figura 15 há um exemplo de como um ponto interpretativo é colocado em um roteiro. Figura 15: Exemplo de descrição de um ponto interpretativo Fonte: Gonçalves & Canto-Silva (2018) É possível explorar e valorizar não só os organismos de médio e grande porte, como também os elementos e fenômenos de menor escala. O estudo da percepção dos visitantes sobre a área é fundamental para o sucesso do plano de Uso Público, por permitir conhecer as expectativas, as necessidades e os fatores que aumentam a qualidade da visita e enriquecem a experiência do turista. Outros aspectos importantes a serem retratados são a infraestrutura e os serviços disponíveis, devendo ser bem estruturados para que os visitantes fiquem satisfeitos. Segundo Magro & Freixêdas (1998), no planejamento de Trilhas Interpretativas, encontram-se dificuldades em distribuir a emoção do visitante durante todo o percurso, ou mesmo em incentivá-lo a apreciar a área visitada como um todo. Para facilitar o planejamento e o tornar mais eficaz, as autoras propuseram uma metodologia conhecida como Índice de Atratividade dos Pontos Interpretativos que será apresentada no próximo tópico. Avaliação do potencial interpretativo da trilha O Índice de Atratividade dos Pontos Interpretativos (IAPI) é um método que busca facilitar a escolha de pontos de interpretação ao longo de trilhas com fins educativos e interpretativos, principalmente naquelas que possuem vários pontos com características interpretativas semelhantes. 32 A metodologia do IAPI é composta por cinco fases: Fase 1: Levantamento dos pontos potenciais para a interpretação O estudo exploratório inicial da trilha através do levantamento de suas características e o pré-levantamento de seus atrativos permite ao pesquisador levantar os dados que fundamentam a segunda fase do método. Fase 2: Levantamento e seleção de indicadores A partir das características dos recursos ambientais, culturais e construídos levantados são escolhidos indicadores de atratividade. A seguir, na Figura 16, há uma ilustração sobre indicadores: Figura 16: Indicadores de atratividade e respectivas pontuações adotadas na seleção dos pontos interpretativos. Fonte: GONÇALVES, P.; CANTO-SILVA C (2018). 33 Fase 3: Elaboração da Ficha de Campo para a trilha em estudo Cada potencial ponto para interpretação conta com uma ficha de campo que contempla indicadores e ainda elementos complementares como disposição de elementos em linha vertical ou horizontal, nível do elemento observado em relação ao observador, distância do elemento em relação ao observador, sons ou sensações no local. Fase 4: Uso da Ficha de Campo Os valores ou “pesos” atribuídos a cada indicador são atribuídos pelos observadores, e buscam representar a relevância considerada dos elementos para a qualidade da experiência do visitante na área. Fase 5: Análise dos Dados Os dados obtidos serão organizados e analisados através da elaboração de gráficos e do ordenamento dos atrativos. O gráfico seguinte (Figura 17) exemplifica a análise dos dados. No Programa Interpretativo abaixo, a elaboração da trilha contou com a participação de cinco guias e uma equipe multidisciplinar de acadêmicos. Figura 17: Análise de dados interpretativos Fonte: IKEMOTO et al (2009). 34 No exemplo da Figura 17 existe um consenso sobre os pontos interpretativos pré- definidos, porém, pode-se perceber uma variação e a identificação de inúmeros outros atrativos entre os guias. Os pontos A, B e C, por exemplo, são considerados altamente atrativos por alguns observadores, e poderiam ser explorados como pontos consensuais e alternativos de interpretação pelos condutores. Conclusões com o uso do IAPI O método IAPI não é inovador na sua concepção, uma vez que a análise de recursos estéticos é conhecida e utilizada há vários anos; porém, é considerada uma técnica para a escolha de pontos interpretativos, simples e útil (MAGRO & FREIXÊDAS, 1998). O tempo total empregado para a seleção de pontos interpretativos com a utilização do IAPI é menor do que quando se a escolha fosse realizada de modo aleatório. Isto se deve ao menor número de visitas ao campo, uma vez que a atuação dos observadores é padronizada, aumentando sua independência e eficiência (IKEMOTO,2018). A aplicação do método IAPI resulta em uma trilha bem planejada com pontos inter- pretativos dinâmicos apresentando diferentes picos de atratividade, que estimulam a atenção do visitante durante todo o percurso, incentivando-o a apreciar a área como um todo. Para o melhor aproveitamento das atratividades e dos pontos interpretativos identificados no IAPI são importantes as medidas adequadas de manejo, para que os impactos não comprometam o patrimônio interpretativo, ressaltando que outras metodologias podem ser aplicadas, como o estudo da capacidade de carga turística do local, o que possibilitará uma maior monitoria das atividades praticadas nas áreas protegidas, além de outras modificações nos níveis de impactos dos atrativos identificados. IMPORTANTEIMPORTANTE 35 Considerações Finais As metodologias atualmente empregadas no diagnóstico das trilhas, tais como o IAPI, são de suma importância tanto para inventariar as atratividades e os aspectos físico-ambientais e sociais. A partir do momento em que estas informações são disponibilizadas, o manejo mais eficiente irá promover a correção dos impactos e atender uma eficaz visitação, não comprometendo o patrimônio interpretativo da trilha. A trilha interpretativa é uma ferramenta educativa dinâmica, portanto, sempre novos pontos de atratividade poderão ser adicionados, em acordo com a percepção dos visitantes, o que qualifica a trilha interpretativa como colaborativa. A trilha é uma estratégia adequada e um importante instrumento ao ensino, favorecendo ao processo de construção de conhecimentos contextualizados ao lugar onde os visitantes vivenciam suas experiências. Esta proposta de aprendizagem permite ao visitante vivenciar um ensino humaniza- do, garantindo a ele ser agente transformador de seu próprio conhecimento a partir de sua visão de mundo experienciado. Com isso, os conteúdos oferecidos pela in- terpretação terão maior significado ao público e o tornará mais responsável e parti- cipativo nas decisões de interesse coletivo. Não há como dissociar a IA de outras práticas relacionadas ao plano de uso público da Unidade de Conservação. Por exemplo, um projeto de instalação turística adequada reflete no projeto de visitação, auxiliando conjuntamente na conservação e na valorização dos recursos naturais e culturais. Além de criar receita para a Unidade. NOTANOTA 36 Módulo 3 Importância dos elementos gráficos e textuais para as Trilhas Interpretativas No Brasil, os caminhos bandeirantes eram marcados com cortes de facão em árvores ou, em regiões onde não havia florestas, marcos de pedra esculpida. Seja como for, desde tempos imemoriais, sempre que houvesse possibilidade de dúvida quanto à direção a ser seguida, adotou-se algum tipo de sinalização. Após os pontos interpretativos serem estabelecidos pelo processo de IAPI, um mapa com os pontos é traçado com ajuda de GPS. O traçado da trilha será o caminho mais adequado em termos de interesse dos atra- tivos, segurança e acessibilidade. A Figura é o desenho de uma trilha interpretativa. Figura 18: Trilha Interpretativa do Caju. Fonte: Blengini et al (2019). 37 A seguir serão apresentadas algumas das principais formas de sinalização de trilhas, para que as diferenças entre elas e a sinalização interpretativa se tornem evidentes. Mesmo no caso de haver uma trilha interpretativa, essas sinalizações ilustradas também deverão estar presentes: • Sinalização de entrada; • Sinalização de percurso; • Sinalização de destino; • Sinalização educativo-regulatória; • Sinalização de emergência em alguns casos especiais, somente para advertir o visitante em caso de emergência real, como presença de deslizamentos, animais como abelhas ou qualquer outra situação passageira. Confira os detalhes sobre cada uma delas a seguir. Sinalização de entrada Os pontos de entrada em uma trilha que tenham acesso para veículos e que possam ser utilizados como pontos de entrada alternativos são comumente sinalizados com placas que trazem um conjunto de informações mais denso para o visitante. As placas de entrada de trilha devem ser bilíngues (português e inglês) e seu objetivo é informar aos visitantes as características mais importantes da trilha como sua distância, duração, nível de exigência física, atrativos ao longo do percurso e explicações sobre a sinalização adotada, além de informações regulatórias e de segurança para os usuários, como uma lista de contatos de emergência (Samu, bombeiros, polícia, administração da unidade etc.). 38 Figura 19: Placa base com mapa de trilhas no Parque Nacional da Montanha da Mesa (África do Sul) Fonte: ICMBIO (2018). Outra função das placas de entrada de trilha é a de ser um meio oficial para advertir os usuários sobre os riscos associados ao percurso da trilha. Há outras nomenclaturas para a sinalização de entrada de trilha, como placa mãe, placa base ou placa de cabeça de trilha. Placas são utilizadas na sinalização de entrada de trilhas para passar informação de conteúdo educativo, regulatório, informativo e interpretativo, podendo ter dimensões variadas, conforme o conteúdo de informação que se quer passar. Além da informação, é conveniente que a placa traga a logomarca da trilha, da área protegida, da agência responsável e de eventuais reconhecimentos internacionais (Sítio do Patrimônio Mundial Natural, Reserva da biosfera, Sítio Ramsar etc.). Sinalização de percurso Esta é a classe de sinalização que auxilia e proporciona confiança ao visitante para que se mantenha no percurso escolhido. A sinalização de percurso forma, juntamente com a placa base da trilha, o conjunto mínimo e essencial de sinalização de uma trilha. 39 Para garantir que essa sinalização esteja sempre presente para prover segurança aos visitantes, ela deverá ser o mais simples possível de se manter. Este tipo de sinalização é pintado sobre rochas, troncos de árvores ou outras superfícies duráveis encontradas na trilha. A sinalização de percurso deverá estar presente, ainda que existam outras formas mais complexas de sinalização na mesma trilha como as interpretativas. A Figura 20 ilustra a sinalização de percurso: Figura 20: Exemplo de sinalização de percurso Fonte: ICMBIO (2018) Sinalização de destino Um destino é um ponto notável ao longo da trilha, que pode ser um atrativo, um equipamento de apoio aos visitantes ou uma feição topográfica que seja de passagem desejável ou obrigatória pelo visitante na trilha, como um mirante, uma cachoeira ou uma ponte, por exemplo. 40 Esta sinalização indica as distâncias entre o ponto sinalizado e um ou mais destinos ao longo do percurso da trilha. Essa sinalização não é obrigatória, mas desejável, pois contribui para a sensação de segurança do visitante ao percorrer a trilha. Caso se decida utilizar este tipo de sinalização, ela deverá estar presente de forma bem visível e a intervalos regulares, pois esta será a expectativa do visitante. NOTANOTA Sinalização educativo-regulatória Essa classe de sinalização busca estimular no visitante um determinado comporta- mento ou atitude, informando um perigo, induzindo uma conduta ou estabelecendo a proibição de certas ações. Preferencialmente, a informação educativo-regulatória deverá ser passada com o uso de pictogramas padronizados de interpretação uni- versal e/ou com frases curtas e diretas, evitando-se textos longos. Sinalização interpretativa A sinalização interpretativa é uma classe de sinalização que tem como objetivo apresentar aspectos culturais ou naturais da unidade de conservação aos visitantes, podendo ser utilizada em atividades com condução obrigatória ou facultativa. Visa transmitir mensagens que provocam conexões emocionais entre a natureza e o público. Necessitam de um projeto interpretativo específico, independente do projeto de sinalização geral e das orientações previstas no manual geral de sinalização. Podem fazer parte deste tipo de sinalização placas e outros meios de exposição,contendo, por exemplo, desenhos e/ou fotografias da fauna e flora local, mapas, infográficos e croquis de sítios arqueológicos, dentre outros conteúdos possíveis. As placas interpretativas ficam na entrada das trilhas e precisam conter o tema escolhido para o local e os pontos de atratividade que serão encontrados na trilha. É interessante que esse tipo de placa contenha o mapa da trilha, tempo de caminhada e distância, bem como a classificação para instruir o visitante sobre aspectos do 41 terreno. É conveniente reservar um espaço para procedimentos obrigatórios como, “não fazer fogueiras” ou “não alimentar os animais” e itens recomendados como, “levar água” e “não caminhar sozinho”. A Figura 21 exemplifica uma placa de entrada com todas as informações pertinentes listadas acima e foi retirada do Manual de Sinalização de trilhas do ICMBIO: Figura 21: Exemplo de recomendações na sinalização de entrada. Fonte: ICMBIO (2019) A seguir uma placa interpretativa com qualidade visual. A interpretação nesse caso se baseia nas relações ecológicas do palmiteiro. O layout claro, contendo diversas imagens, garante a apreciação dos visitantes. Figura 22: Exemplo de painel explicando as relações ecológicas do Palmito Jussara, trilha do Salto Morato. Fonte: https://conexaosul2010.wordpress.com/2010/07/18/rppn-salto-morato/ 42 A Figura 23 propõe uma abordagem interpretativa baseada no valor arqueológico da área. Apesar de fictícia, a placa exemplifica como as logomarcas e a disposição dos símbolos deve ser realizada. Figura 23: Placa interpretativa fictícia baseada em características geológicas Fonte: ICMBIO (2018) Para finalizar essa exposição de placas, a última delas (Figura 24), está na entrada do Jardim Botânico da Vale, e se caracteriza como uma iniciativa que aborda o conceito completo de interpretação pois assim como desenvolvido no módulo um, a IA trabalha os sentidos para tornar a experiência de visitação completa. Figura 24: Trilha ecológica dos sentidos Fonte: www.vale.com Confecção das placas interpretativas As placas devem ser confeccionadas com os materiais que estiverem disponíveis, podendo ser de madeira, metal ou material sintético. A informação pode ser pintada, adesivada ou entalhada na placa. É importante obter garantia que a tinta ou adesivos http://www.vale.com 43 utilizados sejam resistentes à água e à radiação solar. Quando estiverem em local de fácil acesso na unidade de conservação, a identidade visual das placas de entrada de trilha deverá seguir o previsto no manual geral de sinalização do ICMBIO. A Figura 25 a seguir, traz uma placa base antes de receber as informações a serem inseridas. Figura 25: Exemplo de placa de base para entrada de áreas de preservação. Fonte: ICMBIO (2018) Para resumir, as trilhas interpretativas são classificadas com duas possibilidades de realização (Cf. VASCONCELLOS, 1998): 1) as trilhas guiadas, aquelas com a presença de um guia com o devido treinamento que, durante o percurso, irá acompanhar o visitante e trazer informações, levando- os a observar, sentir, experimentar, questionar e descobrir os fatos relacionados ao tema estabelecido; 2) as trilhas autoguiadas, que são aquelas nas quais o visitante faz o percurso com pontos de parada marcados por placas, painéis ou por folhetos contendo informações em cada ponto, e o percurso é explorado sem o acompanhamento de um guia. As duas possibilidades de realização podem também se complementar, como a realização de trilhas guiadas onde existem placas, por exemplo; nesse caso, o guia pode, além de trabalhar com os temas das placas, trazer novos elementos únicos 44 daquele momento, como uma pegada, uma floração de alguma espécie, entre inúmeras outras possibilidades (BLENGINI et al, 2019). A trilha interpretativa é uma oportunidade para trabalhar temas que diversas vezes não são conhecidos pelos visitantes que não tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência em uma área natural, principalmente em contextos atuais, nos quais a vida cotidiana se passa, majoritariamente, em áreas urbanas. 45 Referências ASSIS, J. R.; SILVA, A.. Dissertação: Trilhas ecológicas do Jequitibá: um instrumento no resgate da identidade e da diversidade ambiental. 10.13140/RG.2.2.22670.10567. 2020 BARROS M.I.A., Caracterização da visitação dos visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recreativos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia, Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2003. BLENGINI, I.A.D.; LIMA, L.B.; SILVA, I.S.M.; RODRIGUES, C. Trilha Interpretativa como Proposta de Educação Ambiental: Um Estudo na RPPN do Caju (SE). Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, V.12, n.1, fev./abr. 2019. BRASIL. 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Cadernos de Conservação, ano 3, nº 4, 2006. _GoBack Módulo 1 Introdução A importância da visitação de Áreas Protegidas para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento da educação A Educação Ambiental e a Interpretação Ambiental A Interpretação Ambiental e as Unidades de Conservação A Interpretação Ambiental e as Trilhas Interpretativas Principais abordagens das Trilhas Interpretativas Objetivos e impactos das Trilhas Interpretativas Externalidades Positivas Externalidades Negativas Módulo 2 Critérios para avaliação das localidades baseados em suas características atrativas Características biofísicas da trilha O Planejamento da Trilha Interpretativa Avaliação do potencial interpretativo da trilha Conclusões com o uso do IAPI Considerações Finais Módulo 3 Importância dos elementos gráficos e textuais para as Trilhas Interpretativas Sinalização de entrada Sinalização de percurso Sinalização de destino Sinalização educativo-regulatória Sinalização interpretativa Confecção das placas interpretativas Referências
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