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ANTOLOGIA POETICA 2019

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© et al, 2019. 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer 
forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito do autor. 
A violação dos Direitos Autorais (Lei n.º 9610/98) é crime estabelecido pelo 
artigo 184 do Código Penal.
REVISÃO
Maria Lígia Chaltein Almeida Ribeiro
Zenaira Mariana Pereira Martins da Cruz
CAPA, DIAGRAMAÇÃO
Mario de Almeida
SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Franciorlys ViannZa e Mario de Ameida
 
1ª Edição
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A153
Letras, Academia Castanhalense de. 10 Anos: História e Memória. 
1ª Ed. – São Paulo: Editora Garcia, 2019. 110 f.
 
 ISBN
 1. Literatura Brasileira. 2. Poesia. I Titulo.
 CDD – B869.91
CDU – 821.134.3(81)-1
Sumário
Apresentação ................................................................................................ 06
José Maria Azevedo Costa ........................................................................ 09
Castanhal - Dádiva da Seca ......................................................................... 10
Zoraide Alves ............................................................................................. 13
Cantei Palavras ............................................................................................. 14
Podre de Corrupção ...................................................................................... 15
Caminhando... .............................................................................................. 16
O poeta ou a Poesia? .................................................................................... 17
Zenaira Martins ......................................................................................... 18
Memória Viva .............................................................................................. 19
Destino ......................................................................................................... 20
Poeta, eu? ..................................................................................................... 21
Por Favor! .................................................................................................... 22
Evalmir Neves da Paixão ........................................................................... 23
Brasil ............................................................................................................ 24
O trem .......................................................................................................... 25
Atriz ............................................................................................................. 26
Coisas ao meu redor ..................................................................................... 27
Andréia Rocha Ávila.................................................................................. 28
O Sentido da Vida ........................................................................................ 29
Frases Soltas para Refletir ............................................................................ 30
Hugo Luiz de Souza ................................................................................... 31
Eu vazio ....................................................................................................... 32
Noite de nós dois .......................................................................................... 35
Objeção ........................................................................................................ 36
Bella ............................................................................................................. 37
Mario de Almeida ....................................................................................... 38
Morte na Praça ............................................................................................. 39
Amor Mortal ................................................................................................ 40
Castanhal ...................................................................................................... 41
Morte ............................................................................................................ 42
José Lopes Guimarães ............................................................................... 43
Um tributo a Raimundo Holanda Guimarães ............................................... 44
Rita Silva - Índia do Brasil ........................................................................ 49
Tu me conheces SALMO 139 ...................................................................... 50
É o fim .......................................................................................................... 51
Amor e Poesia .............................................................................................. 52
Cuidado Paterno ........................................................................................... 53
Walber Pereira ........................................................................................... 54
Poesia I ........................................................................................................ 55
Poesia II ....................................................................................................... 56
Poesia III ...................................................................................................... 57
Poesia IV ...................................................................................................... 58
José Leonel dos Santos Silva ..................................................................... 59
Namê ............................................................................................................ 60
Missionário um valente cumpridor da missão ............................................. 61
Missões uma vivência sem volta .................................................................. 62
A Força da Missão ....................................................................................... 63
Geovane Belo .............................................................................................. 65
As pessoas cansam ....................................................................................... 66
Dias de Solidão ............................................................................................ 67
Coração de cimento ...................................................................................... 69
Lígia Chaltein ............................................................................................. 70
Criação ......................................................................................................... 71
Ao criador e as criaturas Dizer… como? ..................................................... 73
Arcas e Baús ................................................................................................ 74
Raimundo Silva da Luz Júnior ................................................................. 75
Amor-Amizade de Pai Para Filho ................................................................ 76
Filo/Poética .................................................................................................. 77
O melhor da vida .......................................................................................... 78
Sou jovem estudante .................................................................................... 79
José Luiz Tavares da Silva ........................................................................ 80
A Casa da Escritora ...................................................................................... 81
Lua ............................................................................................................... 82
Desencontros ................................................................................................ 84
José Victor ...................................................................................................85
Desculpa para Olívia .................................................................................... 86
Braile ............................................................................................................ 87
Pássaros urbanos .......................................................................................... 88
Mítica ........................................................................................................... 89
Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira ................................................... 90
Os humilhados foram exaltados! ................................................................. 91
Você nasceu para vencer! ............................................................................. 92
Anjo Meu.. ................................................................................................... 94
Maria Mariane ........................................................................................... 95
Memórias ..................................................................................................... 96
Não Somos Mais .......................................................................................... 97
Ponto e Fim .................................................................................................. 98
Lembranças .................................................................................................. 99
Franciorlys ViannZa ................................................................................ 100
Indecifrário ................................................................................................. 101
Mito ............................................................................................................ 102
Autorretrato ................................................................................................ 103
Verme ......................................................................................................... 104
Téia Alves .................................................................................................. 105
Chuva de Novo .......................................................................................... 106
Coisa é a Chuva linda ................................................................................ 107
Delícia de Tarde ......................................................................................... 108
Estava Nublada .......................................................................................... 109
APRESENTAÇÃO
 “Todas as esferas da atividade humana, por mais va-
riadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização 
da língua, que sempre ocorre por meio de textos, por meio dos 
quais interagimos na comunicação” (BAKHTIN, 1997, p. 279).
Uma Academia de Letras na cidade pressupõe um grupo 
de imortais que se perpetuam através de seus feitos de cunho 
literário e linguístico. E quando esse grupo, formado pela Aca-
demia Castanhalense de Letras, completa dez anos de fundação 
e de dedicação à cultura, presenteia a sociedade com a Antologia 
Poética: HISTÓRIA E MEMÓRIA – Edição Especial, no cultivo 
da língua e literatura a fim de conservar e relembrar experiências 
e/ou vivências relacionadas com sua história de vida.
No decorrer de dez anos, valorizando a arte da palavra, 
novos escritores surgiram, outros estão (re)surgindo, estimulan-
do a produção literária local ao selecionar, recolher, coligir de-
terminadas composições em uma tal diversidade de vozes poéti-
cas – na preservação da memória e da literatura –, que traduz um 
encantamento dinâmico em temas, conteúdos e estilos poéticos, 
que por sua vez, multiplicam-se e fragmentam-se, quando os au-
tores/confrades, arriscam-se no campo da subjetividade atem-
poral. 
Coletânea essa, utilizada para a distribuição dos textos 
de 20 autores, que sentem o prazer em ler e escrever, poetizando 
a arte de expressar sentimentos, imagens, sensibilidade, sensa-
ções, críticas, revoltas, histórias e memórias, por meio de uma 
linguagem carregada de significados, em que se apropriam com 
criatividade e maestria de versos, poemas e crônicas; sons e rit-
mos; prantos e sátiras, oferecendo nova visão de mundo aos seus 
leitores.
Há dez anos chegamos, e hoje estamos para contar a sua, 
a nossa história viva na memória nesta Antologia Poética que 
agrega uma exposição representativa de 70 textos, dos mais va-
riados gêneros literários e estilos, distribuídos em 110 páginas, 
onde os autores utilizam palavras de encanto, prazer, riqueza, 
beleza e sabedoria, a fim de envolvê-lo num trilho literário “dos 
castanhais”. Confira! Boa leitura!
Zenaira Martins
Presidente ACL
Biênio 2017/2019
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
Imortais Fundadores
9
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA, 
nascido em Santa Izabel do Pará, vivido 
em tantos outros lugares, hoje vivendo 
em Castanhal-PA. Marido, pai, avô, 
bisavô, contador e Escritor. Membro 
da Academia Itaitubense de Letras 
(primeira Academia de Letras muni-
cipal do Estado do Pará); membro da 
Academia Castanhalense de Letras (se-
gunda Academia de Letras do Estado do 
Pará); membro da Academia de Letras do Bra-
sil – Seção de Bragança-PA; membro Correspondente Literário 
para o Município de Castanhal da Academia Paraense de Letras. 
* OBRAS MUSICAIS: 22 músicas (dois CDs) em par-
ceria com o músico Manoel Osmeira. 
* OBRAS LITERÁRIAS - Série ESCOMBROS: Umas 
Histórias de José, Outras de Maria – Tomo I (Contos). Umas 
Histórias de José, Outras de Maria – Tomo II (Contos). VILA 
ESPERANÇA (Romance). BRANCO (Contos). Umas Endóge-
nas, Outras Nem Tanto (Poesia em prosa e em verso). Série PA-
REDES NOVAS: Tijolos de Castanhal – Tomo I (historiografia 
castanhalense); Tijolos de Castanhal–Tomo II (historiografias 
castanhalense); Falas dos Castanhais – Tomo I (crônicas contex-
tualizadas em Castanhal–PA); Série PORTA PRINCIPAL – A 
Educação (Ensaio). 
* REVISTAS – Organização e coedição da revista TIJO-
LOS DE CASTANHAL I e II, para a ACIC (sem ônus). Edição 
da Revista MEMORIAL - 60 Anos do Colégio São José(sem 
ônus). CRÔNICAS: Inúmeras crônicas publicadas em jornais 
que circulam e circularam em Castanhal e em Itaituba. ANTO-
LOGIAS: I Antologia Poética de Itaituba; Antologia Literária 
Cidade – Volume I; Cidade Velha Cidade Viva.
10
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA
CASTANHAL – DÁDIVA DA SECA
Toda história tem seus “se nãos” e seus “senãos” e a his-
tória de como Castanhal se fez, não é diferente.
Assim, se não fosse a escassez de castanheiras, onde 
hoje é a nossa cidade, e a abundância dessas, em outras locali-
dades amazônicas, as poucas existentes aqui, que se dizia “tem 
uma aqui outra acolá”, provavelmente não tivesse denominado 
a localidade exclusivamente ou somente de Castanhal, talvez 
até pejorativamente, porque em outras localidades onde havia 
castanheiras em abundância, que tornava a atividade extrativista 
viável economicamente, eram denominadas de Castanhal, 
seguido de outro ou outros substantivos, adjetivos, ou outras 
palavras que completavam a denominação, por exemplo: 
Castanhal do Coronel Jacó, Castanhal do Rio Jacaré, Castanhal 
Jacaré-Açu, Castanhal do Macaco, Castanhal Grande . . . 
Assim, se não fosse a Estrada de Ferro de Bragança, não 
ter chegado ao núcleo colonial Castanhal, em até 1880, teria ha-
vido um refluxo habitacional, como houve em Santa Izabel do 
Pará, onde nordestinos, lá assentados porque já existia a via fer-
roviária, voltaram,quase a maioria para o Nordeste, pois lá vol-
tou a chover, como também começaram a executar dois projetos 
ferroviários, que ofereciam empregos com salários razoáveis, 
para a época e região.
Assim, se não fosse a “seca dos três oitos” (1888) nossa 
região não teria sofrido o fluxo migratório que deu base à atual 
sociedade castanhalense. E foi nesse período que surgiram as 
colônias Iracema, Santa Terezinha, Frejo (hoje pertenceao mu-
nicípio de Santa Izabel do Pará).
Assim, se não fosse a bravura do povo castanhalense 
(natos e adotivos), o Interventor Federal Magalhães Barata, não 
11
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA
teria revogado o Decreto Estadual nº 565 de 30 de dezembro de 
1931, da sua autoria, que tornava Castanhal colônia de Santa 
Izabel do Pará. Logo, publicando o Decreto-Lei nº 600, de 28 de 
janeiro de 1932, criando o Município de Castanhal. 
Assim, se não fosse a bravura dos nordestinos, que aqui 
chegaram entre uma seca e uma aguada, e de seus descendentes, 
aqui já nascidos, que com seus braços fortes supriram a falta de 
máquinas e implementos no plantio da pimenta-do-reino, não 
teríamos alavancando o ciclo econômico mais importante da 
nossa região: a pimenta-do-reino (PIPER NIGRUN).
Assim, se não fosse a atual seca que assola o Nordeste 
brasileiro, nossa economia, que estava em estágio de estagnação, 
hoje estaria esfacelada, explico: por incrível que pareça, hoje a 
farinha d’ água está entre os mais importantes suportes da nossa 
economia, pois antigos exportadores de pimenta do reino estão 
negociando a farinha produzida por nossos colonos (nordestinos 
e descendentes), com os estados do Nordeste, onde tudo está 
escasso.
Somos um ponto no trajeto entre o rio Pará, grande for-
mador da Baia de Guajará, qual margem fica em Santa Maria 
de Belém, capital do Estado do Pará, e o município de Bragan-
ça, extremo litorâneo do Nordeste paraense, e senão fosse essa 
nossa privilegiada posição geográfica, em um corredor entre o 
litoral oceânico e o rio Guamá, não teríamos uma estrada federal 
que nos interliga à capital do estado e a grandes centros de pro-
dução e habitação do Brasil! 
Muitos vindos vieram e fizeram, mas também alguns vin-
dos vieram, nada fizeram e desfizeram os feitos, até roubaram, 
até saquearam, até levaram vantagens, contrariando interesses 
gerais, senão, hoje, Castanhal exerceria sua verdadeira vocação 
de conurbador e seria verdadeiramente o Município Modelo do 
Estado do Pará.
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
12
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA
PS
Originalmente, este texto foi escrito em máquina de dati-
lografia, no início dos anos oitenta do século XX. Tenho dúvidas 
se já foi publicado ou é inédito, mas a reconstituição foi de um 
rascunho que encontrei entre os escombros da minha casa, após 
incêndio, em fevereiro de 2007. As fontes, referentes às citações 
geográficas e históricas, que usei na época, não consegui identi-
ficá-las. Declaro, sob responsabilidade, que não são invencioni-
ces, com certeza, elas existiam, mas como tantos outros itens e 
milhares de livros, foram consumidos pelo fogo.
13
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZORAIDE DO SOCORRO ALVES 
DIAS nasceu na cidade de Castanhal. É 
membro da Academia Castanhalense 
de Letras, atual vice presidente, ocu-
pante da 4ª cadeira, cujo patrono é 
Alonso Rocha (O príncipe dos poetas 
paraenses). Graduada em Letras pela 
Universidade Federal do Pará. Espe-
cialista em Língua Portuguesa e Lin-
guística pela Faculdade Integrada Brasil 
Amazônia - FIBRA. Especialista em Ges-
tão Escolar pela UFPA.
OBRAS:
Momentos de poesia – 2004
O Desabrochar de Minh’alma Perdida (sonetos) - 2006
Anjo de Mim- 2007
A Rosa que se Chama Poesia - 2008
Livros Falantes – 2016
PARTICIPAÇÃO:
A NOITE É UMA PALAVRA – publicação da Fundação Cul-
tural do Pará 
ESCRITORA INTEGRANTE: 
I ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHALENSE DE 
LETRAS – PALAVRA POR PALAVRA I – 2016.
14
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZORAIDE ALVES
Cantei palavras
Cantei palavras da vida
Cantei tantas que esqueci
Cantei palavras de louvor
Cantei tantas que escrevi.
Cantei palavras que gostei
Cantei palavras que chorei
Cantei palavras que errei
Cantei tantas das tantas que amei.
Cantei palavras de amor
Cantei palavras de dor
Cantei palavras de alegria
Cantei tantas e tantas escrevendo poesia.
Cantei palavras que eu quis
Cantei palavras que recebi
Cantei palavras que sorri
Cantei tantas e tantas e com elas sou feliz.
15
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZORAIDE ALVES
Podres de corrupção
São podres esses homens
Que roubam nossas consciências
Que varrem nossos lares com suas vassouras indecorosas.
São podres esses homens
Que não tem alma
Que vivem em função da matéria.
São podres esses homens
Que não se envergonham do que fazem
Que riem de nós.
São podres esses homens
Que comem as nossas custas
Que se enojam do nosso suor.
São podres esses homens
Que se julgam poderosos
Que lamentam a nossa existência.
São podres, porque vivem a roubar
Nossas vidas divididas
Nas idéias de se modificar.
16
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZORAIDE ALVES
Caminhando...
Vivo nessa vida construindo o meu passo
no meu pedaço
que é feito arena
que tem esquema onde encontro gente
com um sorriso que afaga meu coração.
No meu caminho encontro o rosto da solidão
mas encontro também a paz
que me pressagia quando decifra meu coração.
Caminho perguntando
porque a solidão é suicida
porque não se desfaz
e deixa em paz meu coração.
É tão profunda essa incerteza que me rodeia
que me indaga a alma
que mexe com meu coração.
Mas vivo na certeza
de amanhã eu ser 
o que ontem não fui
de encontrar meu tempo e minha vida
viver longe da solidão
e afagar meu coração.
17
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZORAIDE ALVES
O poeta ou a poesia?
Quem chegou primeiro,
o poeta ou a poesia? 
Você diria:
Foi o poeta
pra escrever a poesia.
Mas eu poeta, digo que não,
foi a poesia que chegou ao poeta
pra ele sentir alegria.
Quem é poeta sente agonia
e passa por esse estágio
de ser coroado com a poesia.
E depois disso nasce o poema
com muitos ou poucos versos
todos bem adversos
chegados em grande dia
pra dizer que o poeta
faz poesia.
quem chegou primeiro,
o poeta ou a poesia? 
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
18
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZENAIRA MARIANA PEREIRA 
MARTINS DA CRUZ, atual Presi-
denteda Academia Castanhalense de 
Letras - Biênio 2017 a 2019, ocu-
pante da cadeira nº 05, tem como 
patrono David Maria Amorim Sá. 
É amante da língua portuguesa e li-
teratura... leitura e escrita. Sempre 
procurou motivar seus educandos num 
processo de criação, ensino-aprendiza-
gem e valorizar o potencial de cada um 
no universo das palavras, objetivando o maior 
alcance na “leiturização” de vida, apontando os valores cultu-
rais e a ludicidade como um caminho a ser explorado. Graduada 
em Letras e Artes, especialista em Língua Portuguesa e Gestão 
Escolar pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e, extensão 
em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Castanhal 
(FCAT). Começou a vida profissional como Instrutora dos cursos 
de Redação, Comunicação e Literatura Infantil para professores 
do magistério. Funcionária pública concursada da SEDUC/Pa, 
atuou no ensino de Língua Portuguesa, Literatura, Redação e 
Artes do ensino médio, posteriormente, assumiu cargo de direto-
ra na mesma Unidade de Ensino. Também desempenhou função 
de Professor Colaborador na Universidade do Estado do Pará 
(UEPA/2003) e no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do 
Pará (IFPA/2010). Recentemente, em 2018, desenvolveu capa-
citação de Alfabetização e Letramento para professores e alunos 
do campo na cidade de Uberlândia/MG, pela UFU (Universida-
de Federal de Uberlândia). Sua grande realização literária se deu 
com a publicação da literatura: “O CASAMENTO DO TEXTO 
COM A PRINCESA GRAMÁTICA”-Livro que compõe Projeto 
“Senta pra Ler” da Editora Cromos, lançado na XXI Feira Pa-
namazônica do Livro. Também coautora da Antologia da Aca-
demia Castanhalense de Letras – Palavra por Palavra I. Ambos 
em 2016.
19
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZENAIRA MARTINS
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
O TEMPO... 
HÁ DEZ ANOS - EMARANHADO
VIVO NA MEMÓRIA
MEMÓRIA VIVA
Vai e vem...
Águas lembranças,Movimentam,
Alimentam pensamentos...
Dez anos!
Memória viva
De um novo ciclo
Inesperado, mas não tardio.
Juramento mais uma vez 
Cumprimento inesgotável
No alicerce das palavras,
Assento concreto do meu eu
Eu juro!
Tempo, tempo 
E ainda no sentir...
Olha pra trás,
É verdadeiro meu desejo
Finito querer de iludir
É mania de fugir
Não de fingir
Caminhos virtuosos
Cheios de complicação
Sim, a vida nos surpreende
Mas passa, tudo passa!
20
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZENAIRA MARTINS
DESTINO
Decidi, como se quisesse dar rumo ao destino. Já não era 
sem tempo. Lembrança de um menino triste, sentado na calçada 
da solidão, de sorriso falso e pensamento vago. Buscava, muitas 
vezes, em milésimos de segundo, um olhar, um toque, ou mesmo 
um abraço, que contemplasse a existência do ser. E eu, envolvi-
da no silêncio conflitante, continuava caminhando, e, perceben-
do ou não, estava deixando a liberdade leve e solta para trás. Era 
uma opção!? Eis a questão, eu queria! Estava presa, amarrada ao 
sentimento forte e já traçado, mesmo na incerteza do vivido. É 
vida que segue com desafios... na certeza de se ter o arrependi-
mento do não feito, jamais do que alimentara a alma. Era inócua 
aos meus medos. Mas determinada na busca da felicidade, ah, 
migalhas de felicidades... sim, as tinha, intensas, mas momen-
tâneas, nas expectativas, inspirações e alegrias que os momen-
tos sonhados, roubados, censurados, carregados de prazer, nos 
saciavam. Mas o medo do fim teve outro início. Contudo (...) 
início. Noite iluminada, coisa de cinema, em meio ao campo, 
melodia, flores, olhares, bem, olhares de toda espécie, mas en-
volvidos no vermelho do vestido e do batom, nos três corações e 
nas bênçãos celestiais que contagiara a relação. Naqueles olhos 
marejados, não mais conflitantes, mas confiantes. Nos sorrisos 
sinceros estampados. Em tudo se via a tal da felicidade. Depois 
de dezesseis, a certeza de um novo recomeço. Sim! Enfim, enca-
rar o futuro, seguir destino. Há cerca de dez anos!!!
21
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZENAIRA MARTINS
O TEMPO... 
 PRESENTE - LUZ E LIBERDADE
POETA, EU?
Quisera ser poeta 
Pra fingir o vivido
Correr montanhas 
Voar alto, mas tão alto
Pra sentir a brisa suave 
Num contentamento 
De luz e liberdade
Quisera ser poeta...
Pra embalar dores e sabores 
Sem nada importar
Num sonhar mágico e (in)consequente
De Luz e liberdade
Quisera ser poeta...
Sim, sou poeta
No encantamento do sorriso e do vinho
Que banha minh’alma
Num despertar...
Mesmo que austero
Mas que alimenta fantasia
De luz e liberdade.
Sim, sou poeta!
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
22
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ZENAIRA MARTINS
Por favor!
Não precisa por favor
As coisas acontecem
Simples acontecem,
Levemente, acontecem
Ou deixam de acontecer
Com o entardecer 
Ou mesmo no amanhecer,
Amanhã outro dia...
Lindo dia! 
Literal, literário 
Pra onde seguir?
Te reinventa sem cautela
Abra o livro da poesia
Da vida adiante
Mira o horizonte 
Caminha em frente
23
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
 EVALMIR NEVES DA PAIXÃO nas-
ceu 15 de novembro de 1972 em Casta-
nhal – Pará. Escreve poemas, textos. 
É ator, filósofo, palhaço circense (pa-
lhaço Risadinha), Pseudônimo Na-
thãn Brasil. Participou da Antologia 
Del’Secchi XII e XIII. Professor Li-
cenciado na Graduação de Pedagogia 
pela Universidade Regional do Cariri 
– URCA, e graduado em Serviço Social 
pela Universidade do Paraná – UNOPAR, 
Especialista em Matemática Fundamental 
pela Universidade federal do Pará – UFPA. Curso de formação 
de Ator pela Universidade Federal do Pará- UFPA e Curso Li-
vre de Filosofia pela o ISEFECH. Professor da rede Municipal, 
equipe pedagógica, atuando como Contador de História no Gru-
po Japim.
24
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
EVALMIR PAIXÃO
Brasil
Brasil, Brasil, terra de Guarani
Brasil, Brasil, terra de colonos
Brasil, Brasil, terra de gigantes
Brasil, Brasil, terra de estrangeiros
Brasil, Brasil, terra do mundo
Todos te querem
As riquezas te levam
O mundo de olhos
Brasil que não cresce
Dos homens gigantes
25
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
EVVALMIR PAIXÃO
O trem
O trem que passava do lado de minha casa…
Ao longe se via,
O apito da Maria Fumaça
Que tudo seria, com suas rodas pesadas
Ringindo nos trilhos,
Da vida passada
Na substação o trem chegava,
Com carga ou não,
Na guerra pesada,
Colonos que vem,
Colonos que vão,
O trem que passava,
Tudo levava
Tudo em vão,
Tudo ilusão
O trem que passava na substação 
26
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
EVALMIR PAIXÃO
Atriz 
Garota com jeitinho
De uma atriz
Bonita e perfumada
Com o cheiro de lírios.
O sorriso de uma paixão 
Ardente no coração
De uma artista
De televisão
27
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
EVVALMIR PAIXÃO
Coisas ao meu redor
Quem eu sou... poeta, pintor, cantor,
músico ou escritor?
Já não sei quem eu sou
Ao meu redor vejo coisas,
Que significam um cenário,
Que cenário?
É um quarto ou uma sala,
não importa, é uma escrivaninha!
Se olho para frente,
Vejo uma porta, um quadro, um bufê cheio
De livros e papéis, e uma prateleira cheia
De troféus e mais um quadro de um
Pintor famoso
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
28
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
IMORTAL: ANDRÉIA ROCHA ÁVI-
LA Cadeira: 09 PATRONO: Raimun-
do Édson de Souza Franco.
Nascida no dia 26-11-1973 na cida-
de de Castanhal-PA, filha de Cecílio 
Carvalho Ávila e Maria Rocha Ávila. 
Caçula de uma família de 12 filhos, 
estudou seu primário no Colégio 
São José, e o Ensino Médio na Es-
cola Modelo, onde depois de forma-
da atuou como Psicóloga. No ano de 
1997 trabalhou no Fórum de Castanhal, 
como Oficial de Justiça ha doc. até o ano 
2000. Ingressou na Universidade da Ama-
zônia em 1997 no Curso de Psicologia, forman-
do-se como Psicóloga; Ingressou no Sistema Penal, atuando como 
Psicóloga no Centro de Recuperação Regional de Castanhal em 
2001. Especializou-se em Saúde Mental e Justiça pela Universida-
de de São Paulo (USP). Cursou Pós-Graduação em Defesa Social 
e Cidadania, concluído no ano de 2004 pela Universidade Federal 
do Pará. Em 2005 foi nomeada como Vice-Diretora da Cadeia Pú-
blica de Castanhal (CRRC), pedindo seu afastamento em Abril de 
2007. Em 2008 especializou-se em Psicologia Organizacional e do 
Trabalho, por notório saber, concurso feito pelo Conselho Federal 
de Psicologia; Em 2013 obteve o Título de Psicóloga do Trânsito 
sendo aprovada em Concurso pelo Conselho Federal de Psicolo-
gia. Ainda no ano de 2013 Especializou-se em Acupuntura sen-
do aprovada com a nota máxima exigida para tal Pós-Graduação. 
Foi professora dos Cursos de Pós-Graduação da Faculdade Brasil 
Amazônia (FIBRA) e do Instituto INTA; Na área da Defesa Social 
fez parte do corpo de Psicólogos credenciados na Polícia Federal 
fazendo Avaliação para Porte de Arma de fogo desde o ano de 2005 
até 2011. É Palestrante Motivacional e Psicóloga do Clube de Fu-
tebol Joinville Esporte Clube no Estado de Santa Catarina. Seus 
primeiros escritos ficaram conhecidos em 2005, quando colaborou 
com o jornal Expresso numa coluna intitulada, Para Refletir. Foi 
a primeira mulher a ser presidente da Academia Castanhalense de 
Letras, em seu mandato lançou a I Semana Cultural da Academia 
Castanhalense de Letras e o I Prêmio Mariza Costa de Excelência 
Escolar em 2014. Tornou-se referência no Sul do Brasil com suas 
Palestras sobre Autoconhecimento e faz Mentoria de Carreira a di-
versos profissionais.
29
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ANDRÉIA ÁVILA
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
O SENTIDO DA VIDA
Estamos num momento de consumismo extremo, onde 
uma enxurrada de comerciais e de redes sociais nos mostram 
coisas, fatos, costumes e jeitos de ser que aos poucos vão ditan-
do padrões onde tentamos nos encaixar. Diante de tantas infor-
macões surge a pergunta:Qual o sentida da sua vida?
Pois bem, acordar todos os dias, executar uma série de 
tarefas na vida familiar, profissional e ainda dar conta dos rela-
cinamentos, nos deixa na maioria das vezes atarefados demais 
pra refletir o porque de nossa existência. Mas é necessário parar 
e pensar no porque que realmente todos os dias fazemos isso. 
Alguns podem ser bastante práticos e dizer que fazem o que tem 
que ser feito, já outros dizem que todos fazem a mesma coisa, 
mas a questão maior, que gera a dúvida que todos temos, acaba 
sendo:Viver para quê? E por quê? 
Obviamente que as respostas são variadas, porém, antes 
de começar a tentar respondê-las, é importante esclarecer duas 
coisas. Sentido de vida é diferente de propósito de vida. Vários 
autores falam que “sentido” é sempre o que esta na nossa histó-
ria, em algo exterior...e ele é descoberto e não inventado. Já o 
propósito inventamos, é algo posto por nós. Complicado? Não, 
reflexivo. 
Nós Psicoterapeutas, estamos sempre ajudando as pes-
soas a buscarem seja o propósito ou o sentido de sua vida. E 
digo-lhe, não é nada fácil ensinar o caminho. 
O famoso filósofo Jean-Paul Sartre defendia de que de-
vemos aceitar e suportar o que nos acontece. Eu discordo. Sou 
defensora de que, se vivemos num ciclo que nos desagrega de 
nossos valores, que nos tira de nossa paz, porque suportar? Mi-
nha orientação a quem não esta feliz em alguma área de sua vida 
é: Saia. Reaja, seja protagonista de uma nova fase, dê um novo 
sentido, crie uma nova história. 
30
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ANDRÉIA ÁVILA
Busque dentro de você as respostas para suas 
próprias perguntas sem economizar nos questionamentos, nas 
críticas construtivas, no reconhecimento das falhas. Mas não se 
acovarde pra sua vida, não seja lascivo, incrédulo, opressor de 
sua própria existência. Treine em seus pensamentos o que você 
sonha ter ou ser, para que, diante desse treinamento aconteça de 
forma efetiva e você consiga dar propósito. Mas atente, num 
cenário de consumismo intenso, não é de se surpreender que 
muitas vezes a aquisição de bens materiais seja entendida como 
propósito de vida. 
Propósito de vida tem a ver com autocohecimento. Tudo 
que você tem deve ser questionado, pois de nada adiante ter as 
melhores coisas materias se sua vida interior está destruída por 
sentimentos hostis como: mágoas, ódios, rancores, ira, vingança 
ou traições. Faz um teste. Pergunta a alguém muito rico e doen-
te, se ele trocaria tudo que tem pela saúde plena? A resposta 
com certeza seria SIM. Eis aí o sentido da vida sendo confundi-
do com o propósito.
Tudo que somos é treinamento, seja para uma fase da 
vida ou para um momento escolhido de mudança, mas é treina-
mento. Estamos o tempo todo treinando, somos mutantes, é por 
isso que não sabemos de nossas reações. Compicado não é ?
Num mundo onde somos informados de tudo a tempo 
real nos distraimos e esquecemos de nos ouvir, nos avaliar, nos 
conhecer, nos escutar, isso mesmo, escutar a si próprio, escutar 
seu silêncio, sua dor, ou sua alegria. Assim nos damos a chan-
ce de tomar consciência da nossa própria sombra. Esse aspecto 
considero de fundamental importância na análise de nossa exis-
tência. Isso é um bom treinamento. 
Hoje percebo que as pessoas não reconhecem a liberda-
de de ser, a responsabilidade por si mesmas, de fazer algo e de 
se tornar alguém. Elas exigem do outro, mas não olham pra 
si. Elas sobrepõem no outro suas falhas, seus anseios, mas tem 
31
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ANDRÉIA ÁVILA
medo de assumir suas fraquezas, ou seja, limitam sua própria 
liberdade. 
Falta amadurecimento, por isso que hoje vemos 
relacionamentos acabados por justificativas invasivas, fúteis, 
por decisões imaturas. Porém, somos produtos das escolhas 
que fazemos e das decisões que diariamente somos obrigados 
a tomar. A liberdade de enfrentar quaisquer condições adversas 
esta sempre ao nosso alcançe. 
Enfim, aprofundar-se na descoberta de si próprio traz a 
necessidade de mudar, e com isso surge a dúvida: Será que você 
esta preparado pra mudança? Escolha.
Mudar, requer coragem mas tem também dor. Porém, o 
que seria de nós se viver não fosse essa aventura gostosa de ir 
e vir, chegar e sair, estar e deixar marcas, seja elas positivas ou 
negativas na vida do outro. Treine pra que sejam sempre marcas 
positivas. 
Viver de qualquer jeito é pra muitos, mas viver com 
propósito é apenas para uma pequena parcela da população que 
já entendeu o sentido de sua própria existência. 
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
32
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
ANDRÉIA ÁVILA
FRASES SOLTAS PARA REFLETIR
“Seremos sempre virtuosos quando aprendermos a 
valorizar o outro que consequentemente faz parte de nós.”
“Arquive-se nas suas mais diversas forma de viver e 
terás a mais doce das promessas feitas a ti: o perdão.”
“Esvazie-se das dores que te atormentam quando 
pensas no passado, elas são marcas deixadas para te lembrar que 
és forte e corajoso.” 
“Assim se fazem homens bons: papel, caneta, sonhos e 
uma vontade exorbitante de divagar nos pensamentos positivos.”
“Diante das mazelas da vida se enxerga a verdadeira 
capacidade de autoconherce-te e seu verdadeiro poder.”
“Reflita sempre sobre seus medos, eles existem e não 
devem ser negligenciado diante do erro, o saber falhar e acertar 
te trazem sabedoria para evoluir.
33
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
HUGO LUIZ DE SOUZA nasceu em Porto 
Velho, Rondônia, no dia 15 de janeiro de 
1957, é o terceiro filho de sete irmãos. 
Aportou com seus pais Luiz Vicente de 
Souza e Ana Andrade Braga de Sou-
za, em Belém, depois rumou à cida-
de de Castanhal quando tinha apenas 
um ano de idade. Assistente social, 
escritor. Membro vice-presidente da 
Academia Castanhalense de Letras, 
cadeira nº 10.
Livros publicados 1ª edição: total: 7 
livros: “Elisa” (romance), 1ª edição, ano 
2007, editora Nelpa (SP); “Interior a força 
dos sentimentos positivos” (autoestima); 1ª edi-
ção 2009, Gráfica Modelo (Castanhal); “Castanhal e suas raízes 
- Evolução de uma cidade” (história do Brasil); 1ª edição ano 
2011, editora Graf-Set (Castanhal-PA); “Castanhal e suas raí-
zes – Outras histórias” (história do Brasil); 1ª edição ano 2012, 
editora Graf-Set (Castanhal-PA); “Castanhal e suas raízes – O 
passado presente” (história do Brasil), 1ª edição 2013, Gráfica 
São José, Castanhal (PA); “O tempo, o vento e outros versos” 
(poesia) – livro premiado no 1º Concurso Literário de Casta-
nhal “Joaquim Amoras”, 1ª. Edição, ano 2014. “Quase sonetos” 
(poesia), 1ª. edição 2018 – Gráfica São José – Castanhal – Pará. 
Participação: Antologia I Palavra por palavra (Contos, Poesias e 
Crônicas), da Academia Castanhalense de Letras, 2016, editora 
Gregory (SP). 2ª edições dos livros, publicados: 4 livros: “Elisa” 
(romance), ano 2015, editora Gregory (SP); “Interior a força 
dos sentimentos positivos” (autoestima), ano 2015, editora Gre-
gory (SP); “Castanhal e suas raízes - Evolução de uma cidade” 
(história do Brasil), ano 2015, editora Gregory (SP); “Castanhal 
e suas raízes – Outras histórias” (história do Brasil), ano 2017, 
Gráfica São José (Castanhal - PA). Prêmio: 1º Concurso Literá-
rio de Castanhal “Joaquim Amoras”, com o livro de poemas “O 
tempo, o vento e outros versos”. 
Homenagens: Personalidade do ano (escritor), em 2015, conce-
dido pela FUNCAST – Fundação Cultural de Castanhal e Prefei-
tura Municipal de Castanhal; Mérito Legislativo (Cultura), ano 
2019, por relevantes serviços prestados ao Município de Casta-
nhal, na área da Cultura.
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
HUGO LUIZ DE SOUZA
Eu vazio
O vazio do mar eu sou.
No vazio desse mar estou
À tua espera ver chegar
O sol, ou a lua ou a tua imagem,
Osom da tua voz feito um rio
Quisera vir aqui me abraçar.
Sim, sou eu esse vazio,
- Sou sim esse mar, rio também,
Que se confunde com o mar,
Neste dia frio, muito frio.
Oxalá viesses me abraçar!
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
HUGO LUIZ DE SOUZA
Noite de nós dois
Eu respiro você, sabia?
Eu adoro estar com você.
E tenho uma noite p’ra nós dois.
Essa noite é só de nós dois,
E de ninguém mais.
Desejo ouvir só a sua voz,
Numa canção minha e sua,
Esquecer o mundo lá fora.
Das batidas dos nossos corações,
Fazer-se uma pura canção.
Nessa canção eu vou suspirar,
Respirar a sua voz na minha voz,
Em canção que é você minha amada,
E todo o universo encantado
Em nós dois, numa noite enluarada.
Uma noite só de nós dois.
Você será minha linda princesa.
E eu o seu mágico de Oz.
Vamos trilhar essa estrada?
36
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
HUGO LUIZ DE SOUZA
Objeção
Entre deveras intranquilidades,
O amor seria de todo ilusão,
E de sobressaltados corações.
Proclamaria ao mundo aflição
Da vida sem os sentimentos
Do amor vivendo antes a paixão;
Seria a dicotomia de corpos
Separados desaquecidos da razão.
Não fosse a luta contra a desilusão.
Não fosse o olhar afetuoso,
Não fosse o abraço caloroso.
Não fosse a oposição ao rancor,
Não fosse o interesse pelo amor.
Não fosse o sorriso carinhoso.
Não fosse a busca pela felicidade.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
HUGO LUIZ DE SOUZA
Bella
Estava ela lá bela,
Igualmente o céu
Estrelado, 
Acalorado pelo amarelo do sol;
Ou serena pelo branco da lua...
Ia-se Bella igual ao inteiro universo;
Faça-se esse a estrela cintilando,
Ou riscando o céu;
Faça-se esse universo,
Pelo voar imponente do falcão peregrino;
Faça-se ele pelo verde mar dos sete mares;
Ou pelo verde encantador das florestas.
Ou faça-se ela bela no seu olhar,
Ou pelo esvoaçar dos seus cabelos ao vento,
Que aos meus olhos usufruídos 
De tanta beleza que é o seu corpo,
E de todo complexo universo.
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MARIO DE ALMEIDA nascido 
no último dia do mês de fevereiro, 
de mil novecentos e setenta e oito, nas 
paragens da cidade de Castanhal. 
Veio ao mundo pelas mãos de uma 
parteira do bairro da Cohab, dando 
grande alegria a seu pai Edmício 
Moreira de Almeida e sua bela mãe 
Luzia Pinheiro de Almeida. Com o 
passar dos dias, foi pegando gosto 
pelo imagínario, pela natureza, pela 
vida e numa tarde de sol brando, avis-
tou um Beija Flor beijando as flores de 
uma goiabeira, encantado com aquela cena 
rabiscou seu primeiro poema: O Beija Flor. 
Seu pai, vaqueiro afamado, amansador de burro 
bravo, sempre trabalhando em fazendas, juntamente com sua 
mãe, foram seu grande exemplo de humildade, de alegria, de 
felicidade. E, numa dessas fazendas, Mario de Almeida se 
deparou com uma biblioteca nunca vista por ele, abandonada 
em uma sede. Ali naquela biblioteca, escondido, viajou mundos 
no pó de pirlimpimpim, na companhia de Pedrinho e Emília, 
junto de Ceci e Peri viveu o puro amor, nas aventuras de Zorro 
aprendeu a lutar pelos mais necessitados e lendo José de Alencar 
com esmero alimentou o sonho de lançar um livro. No ano 
de dois mil e um conseguiu realizar seu sonho ao lançar seu pri-
meiro livro: Lindos Poemas de Amor, uma tiragem de duzentos 
exemplares que se foi em uma semana, o que o incentivou a 
lançar mais, outros, o que ocorreu várias vezes lhe dando hoje o 
título de 36 livros lançados. 
E no tempo, exato no mês de agosto de dois mil e doze, 
participou ao lado de sua mãe, sua irmã Márcia Almeida, do 
cunhado Carlos, da sua formatura em Língua Portuguesa e suas 
Respectivas Literaturas. 
Mario de Almeida vindo do centro de uma 
sociedade vil, sofredora, carente de tudo, sem nunca deixar de 
sonhar, sonhou com um mundo de cores, de letras e sonhando 
tornou-se membro perpetuo, imortal da Academia Castanhalen-
se de Letras, a qual ajudou a fundar, ocupa a cadeira nº 11 e tem 
como patronesse a escritora Eneida de Moraes.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MARIO DE ALMEIDA
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MORTE NA PRAÇA
Era noite estrelada de luar, em pleno inverno chuvoso. 
Noite atípica para aquela estação do ano. Paula aproveitou e saiu 
rumo ao centro. Ela morava na periferia, seu bairro o mais vio-
lento da cidade, para ela era normal ouvir a notícia de assaltos, 
assassinatos, roubos de tudo. Passou meia hora esperando o bu-
são, veio lotado, ficou em pé ao lado de um tatuado arrogante 
que tentou passar a mão nela. Só que ele se arrependeu da graça. 
Paula ao vê-lo tentar apalpar suas nádegas, deu um chute nas 
suas partes baixas. Ele gritou de dor caindo de joelhos. Minu-
tos depois levantou e ficou quieto com os olhos vermelhos de 
ódio. Foram vinte minutos até a praça central da cidade. Desceu, 
estava lotada. Naquele dia havia a festa da cidade com bandas 
nacionais. Caminhou ao palco, onde havia uma banda tocando 
rock pesado. Ficou apreciando a música que tocava.
Não sou louco
Nem um pouco
Só gosto de rock
De caveira
De horror
De preto
De dor
E me chamam de louco
Mas não sou louco
Nem um pouco
Posso morrer agora
Não vou lamentar
Já vi o bastante
Não vou chorar
Ela pulou bastante, dançou o quanto pôde, estava feliz. 
Depois de alguns minutos a banda encerrou sua apresentação. 
Então se ouviu um estopim. Foi um alvoroço, todos corriam, 
gritavam apavorados. Foram três disparos, um atrás do outro. 
Certeiros, não deu chance de fugir, reagir. Ao acalmar os âni-
mos se viu um corpo estirado ao chão, corpo inerte, juvenil de 
uma jovem e ao lado algemado estava um tatuado gritando:
- Sua merda, me chuta agora!
O corpo imóvel trazia na face um sorriso, um ar angeli-
cal e todos que a viam dizia: mataram um anjo.......................... 
40
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MARIO DE ALMEIDA
Amor mortal
Quero beijar-te, 
Tocando teus lábios nos meus
Abraçando teu corpo,
Sentindo entre nós 
O amor de Julieta e Romeu
Quero olhar nos teus olhos
Para sentir o sentimento teu
Que é tão profundo 
Quanto os teus olhos
Que encaram os meus
Quero abraçar o corpo teu
Para sentir o sentimento
Que sentiu Romeu
Na hora que descobriu
Que Julieta Morreu
41
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MARIO DE ALMEIDA
Castanhal...
Castanhal das castanheiras
A beira do igarapé
Que deu nome a esta linda
Cidade mulher
Castanhal da Maria Fumaça
Que todos os dias passava
Acordando os moradores
Que ali moravam
Quando sua voz apitava
Castanhal do Cônego Leitão
Que deu grande lição
No centro da cidade
Construindo homem cidadão
Castanhal do Mercado Central
A frente da prefeitura municipal
Que vendido pelo prefeito “mau”
Encheu de tristeza o povo de Castanhal
Castanhal do Cristo Redentor
Uma réplica doada com amor
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MARIO DE ALMEIDA
Morte
Os homens te choram
 De novo o tempo é passado
Numa cena obscura do fim
Finado
 É o fogo ardente que queima a alma
 Daqueles que te contempla 
Na face moribunda
Destinada num caixão frio
 Entre desejos em lava
 Sagaz do destino 
O morto chora o fim do tempo
Inerte, em brasa
 Deixando 
 A morte linda
Em lágrimas correntes nas faces
Perdidas de culpa 
 Na falta das palavras
 Não ditas
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
José Lopes Guimarães 
escritor e historiador. Mem-
bro fundador da Academia 
Castanhalense de Letras – 
ACL – Cadeira nº 12. Nasceu 
em Castanhal, estado do Pará, 
no dia 16 de outubro de 1942. 
Estudou na Escola Cônego 
Leitão e Escola Estadual La-
meira Bittencourt, onde concluiu 
o 2º Grau. Membro fundador do 
MDB, em Castanhal, no ano de 1969. 
Ex-vereador (temporário). Filho de Casemiro Marques 
Guimarães e Alexandrina Lopes Guimarães, descendentes de 
nordestinos. 
Obraspublicadas:
“Castanhal um pouco de sua história”, em parceria com 
o pesquisador Pedro Coelho da Mota Filho (1982);
“História do Povo Castanhalense”, em parceria como 
escritor Carlos Araújo – CARUJO (1984).
44
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ LOPES GUIMARÃES
Um tributo a Raimundo Holanda Guimarães – escri-
tor, jornalista, político e juiz de direito. Por JOSÉ LOPES GUI-
MARÃES.
Do signo de Aquário, exatamente no dia 22 de Janeiro 
de 1935, três anos depois da concretização do sonho maior do 
povo Castanhalense, a conquista da autonomia municipal, no 
aconchegante e belo distrito do Apeú, em um sítio às margens 
da extinta estrada de ferro de Bragança, nasceu o pequeno gran-
de homem RAIMUNDO HOLANDA GUIMARÃES, que logo 
cedo, com menos de um ano de idade perdera o pai. Sua mãe 
ISABEL que só teve ele, portanto, filho único, passou a amargar 
o pão que o diabo amassou para garantir-lhe a criação, o sustento 
e a educação.
Na verdade, não sabia aquela pobre, meiga e brava mu-
lher, que havia dado a luz àquele que mais tarde viria se tornar 
um dos mais respeitados e maiores intelectuais do torrão que lhe 
servira de berço.
A supremacia divina e a força do destino fizeram com 
que HOLANDA GUIMARÃES não chegasse a conhecer o pai 
verdadeiro, mas também colocaram no difícil trajeto de sua ben-
dita mãe, aquele que com muita dignidade e honradez, desper-
tara no eu da mesma a confiança e o desejo de uma nova união 
para que através da qual pudesse dar ao menino a condição de 
uma vida mais condigna e confortável. Tal aconteceu ao lado 
do novo companheiro HUGO MARQUES GUIMARÃES, que 
num ato de pura grandeza o adotou como filho. Mesmo na con-
dição de humilde servidor público municipal HUGO assumiu 
pra valer a grande responsabilidade, o compromisso moral de 
fazer do menino um grande homem, e foi feito, cujos primeiros 
passos foram sem dúvida a escola.
Emociono-me, a cada momento que me faz lembrar 
quando conversávamos descontraidamente cujo papo era de 
muita cultura. HOLANDA dizia-me em tom de elogios e puro 
reconhecimento, que tio HUGO, era dono de uma grande inte-
ligência por isso, havia lucrado muito com seus ensinamentos. 
Como todos nascemos com destino traçado ou direcionado para 
45
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ LOPES GUIMARÃES
alguma coisa no decorrer da vida, já estava determinado que 
HOLANDA haveria de passar por tudo que passou incluindo o 
segundo momento mais difícil que foi a perda do seu pai adotivo 
em pleno início da adolescência fazendo que sua heróica mãe, se 
desdobrasse através de sua estimada máquina de costurar, para 
continuar lhe proporcionando um futuro promissor. Tal esforço 
começou a ser recompensado a partir do momento em que o en-
tão menino deu início a sua brilhante trajetória já fazendo parte 
de uma das tantas gerações que passaram pelo velho casarão 
do grupo escolar (atual escola Cônego Leitão), onde notado por 
todos já demonstrava seu talento para o mundo das letras. Essa 
tendência ou vocação para escrever, tornou-se realidade quando 
ainda muito jovem passou a integrar o quadro funcional do mais 
importante jornal do estado na então época, a folha do norte. No 
citado órgão de imprensa, HOLANDA notabilizou-se por sua 
brilhante atuação como secretário geral e grande redator. Tor-
nou-se respeitado pela postura e estilo com que escrevia seus 
artigos e crônicas que manteve até seus últimos dias de vida. 
Além da folha do norte, atuou com o mesmo brilhantismo e in-
tegridade em outros grandes jornais, tendo contribuído para or-
ganização e fundação de alguns. 
No início dos anos 50 (cinquenta), visando a necessidade 
que já se fazia presente de um órgão de imprensa local. HO-
LANDA fundou a Gazeta de Castanhal, que mais tarde (1957), 
tornou-se o instrumento importante para levar bem longe a cam-
panha que ele próprio desencadeou para que se criasse com ur-
gência uma escola de ensino médio (ginásio em Castanhal). Essa 
campanha foi amplamente divulgada na imprensa paraense, 
através de seus artigos bastante pesados sobre alguns segmentos 
do governo e aqueles que por motivos políticos e outros fatores, 
pressionavam para que o citado curso, não fosse de imediato im-
plantado neste município. Fato que tem muito a ver com a cria-
ção e instalação da escola estadual “Lameira Bittencourt”. A ele, 
portanto, o grande mérito, por tão importante conquista. No ano 
seguinte (1958), mais um sonho realizado a criação da biblioteca 
e arquivo público do município cujo anteprojeto foi elaborado 
por ele, que teve aprovação unânime da câmara de Vereadores 
46
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ LOPES GUIMARÃES
tendo a respectiva Lei sido sancionada em 31 de julho de 1958, 
pelo então prefeito VICENTE PEREIRA LIMA.
 Os grandes feitos, não pararam por aí em 1967, a amarga 
derrota do candidato que havia indicado às eleições municipais 
de 1966 e com o objetivo de continuar combatendo os grupos vi-
toriosos que ao longo dos anos vinham se mantendo no poder e 
mais ainda e mais ainda reforçados pela ditadura fruto do golpe 
militar de 1964, HOLANDA com a inteligência e a coragem que 
o mestre lhe deu, sem medir as possíveis consequências, convi-
dou o também castanhalense da gema e bravo lutador MANUEL 
FRANCISCO (MOACIR SILVA), que aceitou enfrentar o gran-
de desafio e juntos fundaram o jornal A tribuna de Castanhal, 
que muito influenciou para com as mudanças fazendo com que 
surgisse o grupo liderado por ele como presidente e fundador do 
MDB – Movimento Democrático Brasileiro, partido de oposi-
ção do qual faziam parte outros bravos companheiros fundado-
res como: ARMINDO MIRANDA, FERNANDO MOURÃO, 
FRANCISCO PEREIRA LAGO PIFITI, DEOCLECIANO 
MACEDO, MANOEL MARQUES, FELIZBERTO COSTA, 
JOSÉ CARNEIRO, MANUEL CARNEIRO ( seu DUCA do ci-
nema), o próprio MOACIR SILVA, JOSÉ GUIMARÃES, JOSÉ 
ROMÃO, RAIMUNDO BRAGA (ZÉ PINDÓ), RAIMUNDO 
MACÁRIO, JUVENAL ANDRADE, TEODORO MONTEI-
RO, que por força de um trabalho perfeito, tornou-se vitorioso 
nas eleições municipais de 1970. Uma conquista que nos faz 
lembrar também a figura respeitada e saudosa de JOÃO BENE-
DICTO MONTEIRO (DANDÃO) que contrariando a ideologia 
e os princípios partidários dos seus companheiros situacionistas, 
numa atitude corajosa e democrática, aderiu abraçando pra valer 
a luta de HOLANDA mais precisamente quanto àquilo que fazia 
com perfeição, o difícil e importante trabalho de articulação e 
ser bastante criativo. Sua participação ativa na campanha vito-
riosa de 1970, muito contribuiu para que a história política e 
administrativa deste município se modificasse.
Na verdade, a trajetória política de HOLANDA GUI-
MARÃES, começou mesmo a partir dos anos 50, se destacando 
no que sabia fazer com muita competência em termos de orga-
47
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ LOPES GUIMARÃES
nização partidária, diretórios, organizar e comandar uma cam-
panha eleitoral enfim, tudo relacionado, com a parte burocrática 
que envolve desde o cartório aos tribunais regionais e superior 
eleitoral. Esse conjunto de conhecimentos e amor a sua terra, 
fez com que se tornasse responsável por lançamento de várias 
candidaturas, algumas vitoriosas tendo como exemplo maior a 
vitória de ALMIR LIMA em 1970, na condição de prefeito e 
JOSÉ ESPINHEIRO como vice para o mandato tampão 1971 – 
72 pelo MDB.
Enfrentando todos os obstáculos, pressão por parte dos 
que queriam calar sua voz, sem, o apoio que esperava, sem re-
cursos lançou se candidato a deputado estadual e sem sair de 
castanhal devido a falta dos citados recursos e tempo, obteve 
votos em todo o estado. No entanto, segundo ele, prejudicado 
pelo mapismo, que lhe tirou a possível vitória.
Essa “campanha da carroça” que ele fez surgir e colocou 
em prática, movimentou a cidade, sendo um dos episódios mais 
significativos e mais empolgantes da política castanhalense. 
Com o apoio da juventude ele formou um comitê suprapartidá-
rio cujo slogan – “EmSão Paulo: O tostão contra o Milhão; em 
Castanhal: A carroça contra o caminhão”. Puxada pelo cavalo 
do amigo ZECA APRÍGIO, tanto a carroça como o cavalo eram 
enfeitados de ramos de plantas, palmeiras de açaí etc, era uma 
festa que abrilhantava os comícios. Nas ruas por onde passava 
causava a mais agradável das impressões afinal, se tratava de 
algo jamais registrado na história política do município.
Um dos seus maiores sonhos era ser prefeito de Casta-
nhal, para colocar em prática os inúmeros projetos que tinha em 
mente que segundo ele iriam dar um novo aspecto urbanístico 
a cidade dentre eles, o da construção da Praça Redonda que in-
cluiria todo o complexo da Estação ferroviária sem precisar que 
esta fosse demolida e do antigo estádio de futebol do castanhal 
esporte clube etc. Esses detalhes inclusive os de sua vida política 
e diferente dela, estão contados no livro “cidade perdida” (saga 
de tarimbeiro), que ele escreveu e publicou.
Para ilustrar ainda mais sua trajetória pautada de bons 
serviços que muito contribuíram para o desenvolvimento desta 
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
48
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ LOPES GUIMARÃES
terra, mais precisamente nas áreas da política e da cultura, não 
poderia deixar de inserir nesta justa e merecida homenagem, a 
grande batalha que o tornou vitorioso, que foi seu ingresso no 
mundo da magistratura. Com a sapiência que o grande mestre 
lhe dera, por onde atuou como juiz, exerceu suas funções com 
muita dignidade e probidade.
Lembro-me de um dia em que chegamos à cidade de 
Marapanim, um policial devidamente fardado prontamente lhe 
prestou continência. Na volta, ainda impressionado com o que 
havia presenciado não me contive e ao comentarmos sobre tal 
ele então me disse quando juiz no citado lugar e em outros por 
onde havia passado, festas tinham horários para terminar, presos 
por badernas e simples bebedeiras eram liberados com uma boa 
lição de moral; de menores, não perambulavam pelas ruas as 
tantas da noite inclusive, ele próprio saia para verificar a pre-
sença dos mesmos em bares e bilharitos, para depois tomar as 
devidas providências e assim por diante.
Isso, fez com que conquistasse a confiança, o respeito e a 
amizade das populações.
Além das atividades jornalísticas tendo como ainda re-
cente e último de sua vida o lançamento do “Novo Jornal”, que 
circulou de janeiro a junho de 2004, HOLANDA GUIMARÃES, 
deixou também três obras primas publicadas: CHIBÉ, CIDADE 
PERDIDA, E A COR DA SAUDADE que vale a pena ser lidas 
como importantes fontes de pesquisas. HOLANDA GUIMA-
RÃES chegou a contrair matrimônio com a também juíza hoje 
desembargadora doutora MARTA INÊS, cuja união perdurou 
por pouco tempo. Vou ficando por aqui meu caro e saudoso pri-
mo, dizendo a todos que isto, é apenas um resumo de tudo que fi-
zestes em prol desta terra teu berço querido que defendeste com 
unhas e dentes até os últimos dias de tua preciosa existência. 
Quem sabe, um dia, sejas lembrado, portanto, digno de merecida 
homenagem por parte dos poderes constituídos deste município
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
MARIA RITA DOS SANTOS 
SILVA é natural de Castanhal-Pará, 
nome poeta – “Índia do Brasil» em ho-
menagem ao seu pai que era índio.
No ano de 2001 foi contem-
plada com o primeiro lugar num con-
curso de poesia alusivo aos 69 anos 
da cidade de Castanhal com o tema 
“Declare seu amor por Castanhal”. 
Participou com a poesia “LEMBRAN-
ÇAS DE CASTANHAL”. Também em 
2001 participou da Antologia Poética Poe-
mas e Pensamentos da Shan Editora de Porto Alegre com quatro 
poesias. Em 2002 participou da Antologia Del Secchi volume 
XII DE Vassouras Rio de Janeiro com duas poesias. Em 2008 
recebeu um certificado de destaque literário com a poesia “A 
vida é assim” da ALPAS XXI num concurso literário internacio-
nal “A PALAVRA DO SECULO XXI”. Em 2009 a publicação 
do seu primeiro livro “UM POUCO DE TUDO”, poesias, em 
2011 a publicação do segundo livro “CAMINHANDO COM 
A RIMA NAS LEMBRANÇAS DE CASTANHAL” poesias 
em homenagem a Castanhal e É PURA POÉTICA. Em abril de 
2010 tomou posse na ACL, Academia Castanhalense de Letras 
“membro fundador”, onde ocupa a cadeira de nº 17 da ACL, tem 
como Patronesse a escritora paraense Adalcinda Camarão. Par-
ticipa do Jornal literário “Letras Santiaguense” de Santa Maria 
do Rio Grande do Sul e também do jornal literário “Literatura e 
Arte” Vitória-ES.
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL
TU ME CONHECES SALMOS 139 
Senhor tu me sondas e me conheces 
Senhor tu sabes tudo de mim
Sabes quando me assento e me levanto
Não quero ficar longe de ti.
Tu esquadrinhas meu pensamento
Tu conheces meu caminhar
A palavra ainda não está na boca
Mas tu já sabes o que vou falar.
Tu me cercas por traz e por diante
Sobre mim está a tua Mão
Tal conhecimento é maravilhoso
Senhor tu conheces meu coração.
Para onde irei Senhor?
Se me detenho nos confins dos mares
La me guiará a tua mão
A tua destra me sustenta
Tu és Senhor a minha porção.
Tu me formaste no seio materno
Maravilhosamente me teceste Senhor
Tuas obras são admiráveis
Tuas mãos têm poder e amor.
Os teus olhos me viram ainda informe
No teu livro estão todos os dias meus
Escritos e determinados
Quão preciosos são os teus decretos Senhor.
Os teus pensamentos são preciosos
Como é grande a soma deles Senhor
Eles excedem aos grãos de areia
Grandioso és DEUS no teu grande amor.
Sonda-me meu DEUS 
Pois tu conheces o meu coração
Prova-me os meus pensamentos
Guia-me Senhor na tua unção.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL
É O FIM?
O mar furioso engole a terra,
A terra sem força se lança no mar,
Os vulcões que dormiam acordam nervosos,
Expelem sua fúria na terra e no ar.
A terra está em grande agonia,
Estremece, se parte mostrando sua dor,
As geleiras que eram tão firmes e lindas,
Estão derretendo pois é grande o calor.
Os oceanos enlouquecem e agiganta suas ondas,
Os ventos devastam com fúria e terror,
Cidades inteiras são destruídas,
Os homens não tem de DEUS o temor.
Há gente no mundo morrendo de frio,
Em outros lugares quem mata é o calor,
O homem egoísta a tudo assiste,
Dessas tragédias ele é o causador.
O clima da terra está mui confuso.
Onde era inverno agora é verão.
A primavera não tem data certa,
O futuro da terra qual será meu irmão?
As guerras aumentam a cada instante,
Homens bombas explodem causando horror,
A violência domina os pobres e os ricos,
Ela não discrimina raça nem cor.
A ganância do homem é sem medida,
Só pensam em grandezas e naquilo que têm,
A vida humana,por nada é trocada,
O amor esfriou, ninguém ama ninguém.
Meu DEUS meu Senhor socorre a terra,
A violência caminha ligeira demais,
São pais desalmados matando os filhos,
São filhos rebeldes matando seus pais.
O fim se aproxima real e ligeiro,
Mas ainda existe uma solução,
JESUS te espera de braços abertos,
Ele ama o homem e quer lhe dá seu perdão
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL
AMOR E POESIA 
Sou tudo o que você pensa vê e escreve,
Estou presente em todos os seus momentos,
Na sua dor e agonia estou sempre a seu lado,
Na sua alegria estou dentro de você.
No seu momento mais íntimo sou o prazer do seu coração.
Estou presente na brisa que lhe refresca o rosto,
No calor dos raios de sol que lhe aquece o corpo.
Estou presente na magia das estrelas,
Na sinfonia do vento quando farfalha entre as folhas,
Na melodia do canto das aves no amanhecer.
Sou o sentimento mais pleno entre dois corações apaixonados,
Sou a beleza dos jardins floridos nas manhas de verão.
Sou as lembranças de um romance vivido.
Sou o encanto de um olhar.
Sou o carinho de um abraço
Sou o calor de duas mãos se apertando.
Sou a paixão de dois corpos se amando.
Souo dulçor dos beijos dos namorados.
Sou a ternura de um sorriso.
Sou eu e você
Metade um do outro.
Sou a mais pura inspiração.
Como já disse;
Sou tudo que você vê pensa e escreve,
Sou o amor em forma de poesia.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL
CUIDADO PATERNO
FILHO...
Nunca desista dos seus ideais,
Caminhe pra frente, não olhes atrás.
Realize seus sonhos você é capaz.
A vida nos traz muitas surpresas,
Tenha certeza você vai vencer,
Estude trabalhe, em paz e alegria,
Quem trava batalha vitória há de ter.
A vida em si é um grande mistério
Não cabe a nós querer desvendar.
Confie naquele que manso nos diz,
Teu fardo meu filho te ajudo a levar.
Olhai para as aves que voam nos céus,
Lhe dou o sustento delas estou a cuidar,
As flores eu visto com belas roupagens,
A ti dou coragem pra continuar.
Presta atenção nas minhas palavras,
A qual te ensinas o que deves fazer,
Nunca te esqueças dos meus mandamentos,
É balsamo suave para o teu viver.
Pra se comer os frutos da terra,
Primeiro é preciso a terra lavrar,
Nos sulcos abertos se lança a semente,
Tu plantas e regas,eu a faço brotar.
Depois se espera o tempo devido,
Têm que haver paciência para os fruto colher,
Eu cuido de tudo que existe no mundo,
Meu filho... eu sempre vou cuidar de você.
Por isso repito,
Nunca desista dos seus ideais,
Caminhe pra frente,não caminhes pra traz.
Realize seus sonhos,
Você é capaz.
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
WALBER PEREIRA pode ser denomi-
nado como escritor de vários estilos: 
MÓRBIDO, ROMÂNTICO, UFO-
LÓGICO, ESTRANGEIRO, NEAN-
DERTHÁLICO e muitos outros. Ou 
seja, reveste-se de várias faces para 
construir sua proposta poética. Ele é 
natural de Castanhal-Pa, onde é mem-
bro imortal da Academia Castanhalen-
se de Letras.
Academicamente ele é graduado em Le-
tras, e pós graduado em Linguística e Docência do Ensino 
Superior. Já escreveu algumas obras como: DE MULIERIBUS 
(2005), SEARCHING FOR INSPIRATION, RHYME AND 
RHYTHM ), O LIVRO DA MALTA 1,2,3 (2008), NEANDER-
THALIS POETICVS: UM TRIBUTO À POESIA PRÉ-HISTÓ-
RICA (2001). e pretende publicar brevemente TUMBAS EM-
POEIRADAS: O LIVRO(5 estilos) e O TREM DAS ALMAS 
PERDIDAS.
Walber Pereira também é pesquisador no campo ufológi-
co, advindo daí seu gosto especial por poesias espaciais.
Este poeta escritor também faz parte do grupo Malta de 
Poetas Folhas e Ervas, e é simpatizante ao extremo do grupo 
Extremo Norte de escritores de Belém. É professor de Línguas 
(Uepa e Ifpa) e poliglota em vários idiomas.Tentar entender a 
obra desse escritor e poeta, é também mergulhar em um verda-
deiro labirinto de gostos, que são tantos.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
WALBER PEREIRA
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
Ah, como eu queria prostrar-me ao vento
E sentir tormento das almas que por aqui
Transluzem...
Ah, como o vento é traiçoeiro e ilude
As bocas, roucas de paixão de outrora.
A aurora já se faz vidente (já vi isso...)
Passos apressados anunciam entre
Vagões
Que uma alma reviveu a outra.
Oh, multidões de vampiros gelados,
Acuados e que não conseguem
Entrar neste trem...
Não digam a ninguém,
Mas abrirei a porta para vocês.
E cada pescoço sugado, eu quero
Estar alado...e voar com vocês também...
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
WALBER PEREIRA
O trem penetra mais e mais
Em montanhas infestadas de ossos
Lua opaca que não assusta as almas
Desconsoladas nos vagões...
Trilhos escuros, tragados pela
Madrugada que avança noite à dentro
Vento não há dentro das montanhas,
Túnel enegrecido, estrelas apertadas...
Piuiii, Piuiii !
Tenta-se o traço mais tenro de 
Bebida escondida
O pássaro se satisfaz com pouco,
Retrógrada é a luz, pulso sinistro
Que insiste em dilacerar as almas neste trem
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
WALBER PEREIRA
Oh, o trem parou por um instante
Como se quisesse expulsar todas
As almas errantes.
Ah, um fóssil surgiu em seu caminho.
Querendo agora o trem voltar ao passado
Não dá mais, não dá mais
A paz que se busca é algo improvável
E a flor que se pega no chão...
Até os vermes querem experimentar
Olhar, saciar, brincar
Mas o corredor tortuoso é breve
E a madrugada longínqua é insana...
E logo virão os vampiros da noite 
Querendo a carne das almas inexistente
Percebo agora fumaça por trás
Trilhos ferventes...
PIUIII PIUIII...!
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
WALBER PEREIRA
Inquieto-me
Passo-me
Fundo-me
Castigo-me e entrelaço-me
Entre almas que se fundem aqui.
Em meio a vagões de madeira sólida...
Como uma bólide que se faz vidente
Como uma nave que passa bem rente
E o trem prossegue em seu ritmo 
Intermitente...
 
PIUII PIUIII...!
Olhos pragmáticos me espreitam
Aves da noite prosseguem seus leitos
E bocas geladas ainda sugam
O néctar derramado do trem..
(é tudo perfeito)
PIUIII PIUIII...!
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
JOSÉ LEONEL DOS SANTOS SILVA, 
é pastor Batista da CBB, é casado com 
a missionária Ana Lídia Leonel, possui 
graduação em Ciências Sociais ênfase 
em Antropologia pela UFPA (2004) e 
Bacharel em Teologia – STBE (1998), 
Fez validação em Teologia pela FA-
CETEN (2008), Bacharel em Ciên-
cias da Religião, Licenciado Pleno em 
Letras (UFPA), Licenciado Pleno em 
Filosofia (FAERPI), Licenciado Pleno 
em História (FAMEP), Licenciado Pleno em 
Pedagogia (UEPA), Bacharel em Ciências Contábeis (FECR), 
Bacharel em Serviço Social (FACIG), Cursando Bacharel em 
Administração, Cursando Licenciatura em Geografia, Doutor e 
Mestre em Teologia pelo Instituto Teológico Gamaliel, Bacha-
rel em Missiologia, Mestre e Doutor em Missões Transculturais 
(Instituto de Missiologia Macedônia). Atualmente é professor na 
SEDUC/PA (Disciplina Sociologia e Filosofia), e professor da 
Universidade do Estado do Pará, como também na Faculdade 
Teológica Batista Equatorial e diretor e coordenador de teolo-
gia do Instituto Batista do Nordeste do Pará. É especialista em: 
Ciências da Religião, História, Docência do Ensino Superior, 
Estudos Linguísticos e Análise Literária, História Africana e In-
dígena, Antropologia Social, Gestão e Supervisão Escolar, a arte 
pregação expositiva, missiologia e intercuturalidade, formado 
também em psicanálise. É membro da Academia Castanhalen-
se de Letras (ACL), autor dos livros “Demonologia, Historici-
dade dos Batistas, Povos Minoritários, Pregação Expositiva em 
contexto animista e John Gill: o príncipe dos teólogos batistas”. 
Criador do projetor Vocação e Ação, projeto Mapéri e projeto 
Namê
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
LEONEL DOS SANTOS SILVA
Namê
Tu embelezas as manhãs
Com teu jeito gracioso
Beija-flor! Beija as flores
Tua multidão de amores.
 Sob a luz do amanhecer
Tua beleza irradia
Sob a forte luz do sol
Enches os prados de harmonia.
Oh, meu lindo colibri
Embelezas os jardins
Acaricias as rosas,
As Hortências e os jasmins.
 Com teu bico longo e fino
 Tu sugas o néctar
 Que te dá muita energia
 Que Te faz pairar no ar.
És majestosa Namê
Nas belas tardes de verão
Tu encantas os meus olhos
E também meu coração.
 Tens as cores do arco-íris
 Meu pequeno beija-flor
 Namê és obra de Deus
 Que te fez com muito amor.
Das aves da natureza
Tu és a menor de todas
Porém és tão magnífica
Em beleza és grandiosa.
 Beija as flores, beija-flor
 Sai beijando por aí
 Levando muita alegria
 Por esse mundo sem fim.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
LEONEL DOS SANTOS SILVA
Poema de Índia do Brasil em referência a Ana Lídia 
Leonel. uma eterna Namê...
 Missionário um valente cumpridor da missão
Não há missões sem que haja,
O agente missionário,
Deus convoca entre seus filhos,
Um valente voluntário,
Para seguir um roteiro,
No meio de um mundo contrário.
O missionário sonha,
Com grande empreendimento,
Seguindo um caminho incerto,
Desprovido no momento,
É preciso muita fé,
Para obter suprimento.
A missãoé preciso cumprir,
Para viver em comunhão,
O caminho não é fácil,
Mas a garantia é certa,
Pois quem garante a missão,
É general da Palavra.
Missão é plano de Deus,
Só ele tem o poder,
Ele conta com seus filhos,
A todos quer envolver,
Para gerar novos filhos,
Com alegria e prazer.
Fazer missões para Deus,
É algo fenomenal,
É a promoção do bem,
Contra a bandeira do mal,
Porém nossa recompensa,
É no juízo final.
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
LEONEL DOS SANTOS SILVA
Missões uma vivência sem volta!
Missões se faz com vontade 
Missões sem faz sem vontade
Missões se faz pedindo a Deus 
Que me dê vontade de fazer missões.
Missões é compromisso
Missões é ação
Missões é viver a vontade de Deus
De forma definitiva fazendo missões.
Missões é vida na vida
Missões é chamado no chamado
Missões é tudo no tudo de Deus
Com determinação fazendo missões.
Missões é uma ida sem volta
Missões é cumprir o chamado
Missões é fazer Deus conhecido
É viver espelhando missões.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
LEONEL DOS SANTOS SILVA
A FORÇA DA MISSÃO
É a força da missão que supera o ódio,
Faz o ferido conceder perdão;
Faz o mais fraco ser o campeão
E subir no mais alto lugar do pódio!
É a força da missão que muda o episódio,
Faz uma nova história acontecer;
É essa força da missão que existe dentro do ser
Que nos faz vencedor, mesmo serôdio.
Donde vem essa força da missão que é soberana?
De que parte do universo ela emana
Pra ter tanto poder nos atos meus? ...
Essa força da missão que está dentro da gente,
Ah ela vem de um ser onipotente! ...
Sim, ela vem das mãos do nosso Deus!
Ele é a força da missão.... 
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
Imortais 
Pós-Fundadores
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
GEOVANE BELO (1985)
Em 2013, venceu o Prêmio Dalcí-
dio Jurandir de Literatura da Fundação 
Cultural do Pará na categoria Crônica 
com o livro Pequenas Divagações no 
Tempo (2014). Seu primeiro traba-
lho foi lançado aos 20 anos com o 
título Enquanto meu corpo chorava, 
a cama rangia (2005). Possui Dou-
torado em Educação pela UFPA na 
linha Educação, Cultura e Sociedade e 
Mestrado em Artes pela mesma univer-
sidade. É graduado em Letras pela Univer-
sidade do Estado do Pará e atua como docente na Universidade 
Federal Rural da Amazônia. Produziu contos, crônicas e poesias 
publicadas em diversas plataformas. Participou como recitador 
do projeto “A noite é uma palavra” e do Circuito Literário Banco 
da Amazônia. Como compositor musical, recebeu treze prêmios 
no FEMUC (Festival de Música Castanhalense) em seis edições 
do evento. É também membro da Academia Castanhalense de 
Letras.
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ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
GEOVANE BELO
As pessoas cansam 
Já falei. As pessoas cansam. Há implicância severa com 
a bondade e futilidades mascaradas de sutilezas. Há cuidados 
fingidamente generosos, mas feitos do mais ardil interesse. Há 
um ódio à toa porque qualquer diferença.
Qualquer coisa fora do frasco merece ira. Os loucos es-
tão banais. Os artistas perdidos em salas refrigeradas. Os geniais 
da literatura continuam sem leitores, enquanto boçais disputam 
feiras e debocham do estilo moderno. 
Os amantes estão toscos, enfileirados na falsa ética, nas 
máscaras de menininhos de bem. Ah! As pessoas cansam mes-
mo. Querem armas. Querem controlar o desejo, as bocas e os 
cus. Querem censurar, ridicularizar, performatizar o que são, o 
que comem, o que bebem, o que vestem. Nosso gosto é ques-
tionado. Nosso emprego diminuído. Conta mesmo é possuir e 
fingir-se príncipe. “Todos príncipes na vida!” Já dizia Pessoa. 
Conta é estandardizar a vida!
Ninguém está errado, ninguém pode ser questionado. 
Ninguém pode estudar ou ler em demasia porque até conheci-
mento virou coisa desprezível. Que cansaço! Que fadiga! Que 
preguiça das pessoas. Estou um chato ou é esta gente que pesa 
demais sobre os meus ombros? E o Drummond dizia: “Teus om-
bros suportam o peso do mundo e ele não pesa mais que a mão 
de uma criança?”.
Drummond não conhecia essa gente de bem com mãos 
de chumbo e olhos envenenados.
67
10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
GEOVANE BELO
Dias de Solidão
Em meio ao vago-mundo do silêncio e na ausência de 
sentidos, esperanças tão antigas se tornam ameaças de quase 
morte. São mágicos os dias de densa solidão, uma primavera 
perdida em cada folha caída, mas uma primavera oca, uma pun-
gente beleza secando. É uma tristeza consentida de estar só e 
saber-se só, em meio ao ritmo programado do dia a dia. Todavia, 
na contramão destes prenúncios, vez ou outra, outras esperanças 
muito recentes despontam e de tão jovenzinhas não sabem ainda 
como ficar em pé.
Quantas divagações e dores sorvemos em nome dos céus 
de algodão em que pairamos! Quantas! E agora lastimamos os 
paraísos artificiais perdidos, a ignorância encantada e a sauda-
de agridoce em nossa boca. Hoje, ainda mentimos e cremos em 
anjos, plumas e véus celestiais. Só que agora existem espelhos 
ao redor e, além da magia, avistamos coisas finitas, dias inúteis, 
lamúrias e correntes. Tudo misturado a este fastio de amar sem 
libertação. Em outro tempo, quando estávamos amparados nas 
melhores utopias, nos contratos imaginários, sobrevivíamos aos 
desmoronamentos, às pequenas tragédias cotidianas, aos dias 
agudos, mas hoje, sem saber o que ainda nos une, perecemos, 
sem qualquer dialética. Até em dias amenos, sem motivo, geme-
mos e nos atraiçoamos. 
É mentira, quando dizes que ainda podes ser feliz, 
esplendidamente, feliz. Eu conheço tua mentira. E ainda 
assim, tua falsa felicidade me despovoa. Sei bem, atropelamos 
memórias nesta incredulidade de palavras e o passado ainda 
continua perdido em algum lugar inalcançável para nós. Minha 
menina, tão verdadeiramente dissimulada, tão obscuramente 
confusa, tão cálida nos beijos infiéis e tão burra nas alegrias 
fingidas. Menina, não negues que nosso amor está escasso, 
68
ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
GEOVANE BELO
que ele se borra de medo de sair porta afora. Minha menina, 
as interrogações têm colocado angústias na nossa varanda e as 
pegadas do rancor mancharam nosso tapete preferido.
Haverá ainda como regar flores invisíveis se até os vasos 
estão quebrados? Pode uma companhia nova enfiar-se entre os 
lençóis e arremessar novos sóis nestas madrugadas vermelhas? 
Pode invadir a casa e mudar os móveis de lugar? Pode costurar 
no presente outra cena com novos botões, novas cores, novos 
broches de fantasia? Como não ver os teus olhos de outrora em 
alguém chegando neste drama escuro? Como não pôr o coração 
empoeirado nestas perguntas torpes, perguntinhas vãs sem des-
tino nenhum?
Nossa alegria foi acusada de não ter sido feliz, mas a de-
núncia veio do vão, do que não tem sombra, do que é sem risco, 
riso ou lágrima qualquer, veio de lá, veio daqui, da esquisita e 
ingênua falta de fé que vem ligeira e se assenta no pensamento. 
Não veio de nós, mas é parte de nossa sincera mentira. Estes 
dias de solidão comem meus minutos e no silêncio do céu paira 
uma paz, uma paz inquieta e triste. As nossas asas continuam 
quebradas, mas eu sinto, minha menina, que, a qualquer hora, 
saltaremos daqui, rumo ao chão ou rumo ao infinito.
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10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA
GEOVANE BELO
Coração de cimento
Pedro trabalhava erguendo casas, fazendo reformas no 
Bairro do Milagre. Tinha mãos ásperas e um coração de cimento. 
Muito jovem perdeu o pai. Na Companhia Têxtil de Castanhal, 
o velho Rubens teve a mão direita triturada por uma máquina, 
depois uma infecção hospitalar o consumiu as últimas forças. 
A mãe enlutada mergulhou no silêncio, no álcool e em tristezas 
sem cura. Meses após perder o marido, entregou-se também à 
vida noturna no bar da Conceição, onde foi vista pela última vez 
em 1990. Pedro cresceu com a avó materna, Dona Ana, mulher 
amarga e calada. Pedro, meio atordoado e cabisbaixo, resistiu. 
Ainda na adolescência

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