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© et al, 2019. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei n.º 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. REVISÃO Maria Lígia Chaltein Almeida Ribeiro Zenaira Mariana Pereira Martins da Cruz CAPA, DIAGRAMAÇÃO Mario de Almeida SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO Franciorlys ViannZa e Mario de Ameida 1ª Edição Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A153 Letras, Academia Castanhalense de. 10 Anos: História e Memória. 1ª Ed. – São Paulo: Editora Garcia, 2019. 110 f. ISBN 1. Literatura Brasileira. 2. Poesia. I Titulo. CDD – B869.91 CDU – 821.134.3(81)-1 Sumário Apresentação ................................................................................................ 06 José Maria Azevedo Costa ........................................................................ 09 Castanhal - Dádiva da Seca ......................................................................... 10 Zoraide Alves ............................................................................................. 13 Cantei Palavras ............................................................................................. 14 Podre de Corrupção ...................................................................................... 15 Caminhando... .............................................................................................. 16 O poeta ou a Poesia? .................................................................................... 17 Zenaira Martins ......................................................................................... 18 Memória Viva .............................................................................................. 19 Destino ......................................................................................................... 20 Poeta, eu? ..................................................................................................... 21 Por Favor! .................................................................................................... 22 Evalmir Neves da Paixão ........................................................................... 23 Brasil ............................................................................................................ 24 O trem .......................................................................................................... 25 Atriz ............................................................................................................. 26 Coisas ao meu redor ..................................................................................... 27 Andréia Rocha Ávila.................................................................................. 28 O Sentido da Vida ........................................................................................ 29 Frases Soltas para Refletir ............................................................................ 30 Hugo Luiz de Souza ................................................................................... 31 Eu vazio ....................................................................................................... 32 Noite de nós dois .......................................................................................... 35 Objeção ........................................................................................................ 36 Bella ............................................................................................................. 37 Mario de Almeida ....................................................................................... 38 Morte na Praça ............................................................................................. 39 Amor Mortal ................................................................................................ 40 Castanhal ...................................................................................................... 41 Morte ............................................................................................................ 42 José Lopes Guimarães ............................................................................... 43 Um tributo a Raimundo Holanda Guimarães ............................................... 44 Rita Silva - Índia do Brasil ........................................................................ 49 Tu me conheces SALMO 139 ...................................................................... 50 É o fim .......................................................................................................... 51 Amor e Poesia .............................................................................................. 52 Cuidado Paterno ........................................................................................... 53 Walber Pereira ........................................................................................... 54 Poesia I ........................................................................................................ 55 Poesia II ....................................................................................................... 56 Poesia III ...................................................................................................... 57 Poesia IV ...................................................................................................... 58 José Leonel dos Santos Silva ..................................................................... 59 Namê ............................................................................................................ 60 Missionário um valente cumpridor da missão ............................................. 61 Missões uma vivência sem volta .................................................................. 62 A Força da Missão ....................................................................................... 63 Geovane Belo .............................................................................................. 65 As pessoas cansam ....................................................................................... 66 Dias de Solidão ............................................................................................ 67 Coração de cimento ...................................................................................... 69 Lígia Chaltein ............................................................................................. 70 Criação ......................................................................................................... 71 Ao criador e as criaturas Dizer… como? ..................................................... 73 Arcas e Baús ................................................................................................ 74 Raimundo Silva da Luz Júnior ................................................................. 75 Amor-Amizade de Pai Para Filho ................................................................ 76 Filo/Poética .................................................................................................. 77 O melhor da vida .......................................................................................... 78 Sou jovem estudante .................................................................................... 79 José Luiz Tavares da Silva ........................................................................ 80 A Casa da Escritora ...................................................................................... 81 Lua ............................................................................................................... 82 Desencontros ................................................................................................ 84 José Victor ...................................................................................................85 Desculpa para Olívia .................................................................................... 86 Braile ............................................................................................................ 87 Pássaros urbanos .......................................................................................... 88 Mítica ........................................................................................................... 89 Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira ................................................... 90 Os humilhados foram exaltados! ................................................................. 91 Você nasceu para vencer! ............................................................................. 92 Anjo Meu.. ................................................................................................... 94 Maria Mariane ........................................................................................... 95 Memórias ..................................................................................................... 96 Não Somos Mais .......................................................................................... 97 Ponto e Fim .................................................................................................. 98 Lembranças .................................................................................................. 99 Franciorlys ViannZa ................................................................................ 100 Indecifrário ................................................................................................. 101 Mito ............................................................................................................ 102 Autorretrato ................................................................................................ 103 Verme ......................................................................................................... 104 Téia Alves .................................................................................................. 105 Chuva de Novo .......................................................................................... 106 Coisa é a Chuva linda ................................................................................ 107 Delícia de Tarde ......................................................................................... 108 Estava Nublada .......................................................................................... 109 APRESENTAÇÃO “Todas as esferas da atividade humana, por mais va- riadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua, que sempre ocorre por meio de textos, por meio dos quais interagimos na comunicação” (BAKHTIN, 1997, p. 279). Uma Academia de Letras na cidade pressupõe um grupo de imortais que se perpetuam através de seus feitos de cunho literário e linguístico. E quando esse grupo, formado pela Aca- demia Castanhalense de Letras, completa dez anos de fundação e de dedicação à cultura, presenteia a sociedade com a Antologia Poética: HISTÓRIA E MEMÓRIA – Edição Especial, no cultivo da língua e literatura a fim de conservar e relembrar experiências e/ou vivências relacionadas com sua história de vida. No decorrer de dez anos, valorizando a arte da palavra, novos escritores surgiram, outros estão (re)surgindo, estimulan- do a produção literária local ao selecionar, recolher, coligir de- terminadas composições em uma tal diversidade de vozes poéti- cas – na preservação da memória e da literatura –, que traduz um encantamento dinâmico em temas, conteúdos e estilos poéticos, que por sua vez, multiplicam-se e fragmentam-se, quando os au- tores/confrades, arriscam-se no campo da subjetividade atem- poral. Coletânea essa, utilizada para a distribuição dos textos de 20 autores, que sentem o prazer em ler e escrever, poetizando a arte de expressar sentimentos, imagens, sensibilidade, sensa- ções, críticas, revoltas, histórias e memórias, por meio de uma linguagem carregada de significados, em que se apropriam com criatividade e maestria de versos, poemas e crônicas; sons e rit- mos; prantos e sátiras, oferecendo nova visão de mundo aos seus leitores. Há dez anos chegamos, e hoje estamos para contar a sua, a nossa história viva na memória nesta Antologia Poética que agrega uma exposição representativa de 70 textos, dos mais va- riados gêneros literários e estilos, distribuídos em 110 páginas, onde os autores utilizam palavras de encanto, prazer, riqueza, beleza e sabedoria, a fim de envolvê-lo num trilho literário “dos castanhais”. Confira! Boa leitura! Zenaira Martins Presidente ACL Biênio 2017/2019 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA Imortais Fundadores 9 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA, nascido em Santa Izabel do Pará, vivido em tantos outros lugares, hoje vivendo em Castanhal-PA. Marido, pai, avô, bisavô, contador e Escritor. Membro da Academia Itaitubense de Letras (primeira Academia de Letras muni- cipal do Estado do Pará); membro da Academia Castanhalense de Letras (se- gunda Academia de Letras do Estado do Pará); membro da Academia de Letras do Bra- sil – Seção de Bragança-PA; membro Correspondente Literário para o Município de Castanhal da Academia Paraense de Letras. * OBRAS MUSICAIS: 22 músicas (dois CDs) em par- ceria com o músico Manoel Osmeira. * OBRAS LITERÁRIAS - Série ESCOMBROS: Umas Histórias de José, Outras de Maria – Tomo I (Contos). Umas Histórias de José, Outras de Maria – Tomo II (Contos). VILA ESPERANÇA (Romance). BRANCO (Contos). Umas Endóge- nas, Outras Nem Tanto (Poesia em prosa e em verso). Série PA- REDES NOVAS: Tijolos de Castanhal – Tomo I (historiografia castanhalense); Tijolos de Castanhal–Tomo II (historiografias castanhalense); Falas dos Castanhais – Tomo I (crônicas contex- tualizadas em Castanhal–PA); Série PORTA PRINCIPAL – A Educação (Ensaio). * REVISTAS – Organização e coedição da revista TIJO- LOS DE CASTANHAL I e II, para a ACIC (sem ônus). Edição da Revista MEMORIAL - 60 Anos do Colégio São José(sem ônus). CRÔNICAS: Inúmeras crônicas publicadas em jornais que circulam e circularam em Castanhal e em Itaituba. ANTO- LOGIAS: I Antologia Poética de Itaituba; Antologia Literária Cidade – Volume I; Cidade Velha Cidade Viva. 10 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA CASTANHAL – DÁDIVA DA SECA Toda história tem seus “se nãos” e seus “senãos” e a his- tória de como Castanhal se fez, não é diferente. Assim, se não fosse a escassez de castanheiras, onde hoje é a nossa cidade, e a abundância dessas, em outras locali- dades amazônicas, as poucas existentes aqui, que se dizia “tem uma aqui outra acolá”, provavelmente não tivesse denominado a localidade exclusivamente ou somente de Castanhal, talvez até pejorativamente, porque em outras localidades onde havia castanheiras em abundância, que tornava a atividade extrativista viável economicamente, eram denominadas de Castanhal, seguido de outro ou outros substantivos, adjetivos, ou outras palavras que completavam a denominação, por exemplo: Castanhal do Coronel Jacó, Castanhal do Rio Jacaré, Castanhal Jacaré-Açu, Castanhal do Macaco, Castanhal Grande . . . Assim, se não fosse a Estrada de Ferro de Bragança, não ter chegado ao núcleo colonial Castanhal, em até 1880, teria ha- vido um refluxo habitacional, como houve em Santa Izabel do Pará, onde nordestinos, lá assentados porque já existia a via fer- roviária, voltaram,quase a maioria para o Nordeste, pois lá vol- tou a chover, como também começaram a executar dois projetos ferroviários, que ofereciam empregos com salários razoáveis, para a época e região. Assim, se não fosse a “seca dos três oitos” (1888) nossa região não teria sofrido o fluxo migratório que deu base à atual sociedade castanhalense. E foi nesse período que surgiram as colônias Iracema, Santa Terezinha, Frejo (hoje pertenceao mu- nicípio de Santa Izabel do Pará). Assim, se não fosse a bravura do povo castanhalense (natos e adotivos), o Interventor Federal Magalhães Barata, não 11 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA teria revogado o Decreto Estadual nº 565 de 30 de dezembro de 1931, da sua autoria, que tornava Castanhal colônia de Santa Izabel do Pará. Logo, publicando o Decreto-Lei nº 600, de 28 de janeiro de 1932, criando o Município de Castanhal. Assim, se não fosse a bravura dos nordestinos, que aqui chegaram entre uma seca e uma aguada, e de seus descendentes, aqui já nascidos, que com seus braços fortes supriram a falta de máquinas e implementos no plantio da pimenta-do-reino, não teríamos alavancando o ciclo econômico mais importante da nossa região: a pimenta-do-reino (PIPER NIGRUN). Assim, se não fosse a atual seca que assola o Nordeste brasileiro, nossa economia, que estava em estágio de estagnação, hoje estaria esfacelada, explico: por incrível que pareça, hoje a farinha d’ água está entre os mais importantes suportes da nossa economia, pois antigos exportadores de pimenta do reino estão negociando a farinha produzida por nossos colonos (nordestinos e descendentes), com os estados do Nordeste, onde tudo está escasso. Somos um ponto no trajeto entre o rio Pará, grande for- mador da Baia de Guajará, qual margem fica em Santa Maria de Belém, capital do Estado do Pará, e o município de Bragan- ça, extremo litorâneo do Nordeste paraense, e senão fosse essa nossa privilegiada posição geográfica, em um corredor entre o litoral oceânico e o rio Guamá, não teríamos uma estrada federal que nos interliga à capital do estado e a grandes centros de pro- dução e habitação do Brasil! Muitos vindos vieram e fizeram, mas também alguns vin- dos vieram, nada fizeram e desfizeram os feitos, até roubaram, até saquearam, até levaram vantagens, contrariando interesses gerais, senão, hoje, Castanhal exerceria sua verdadeira vocação de conurbador e seria verdadeiramente o Município Modelo do Estado do Pará. 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 12 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA PS Originalmente, este texto foi escrito em máquina de dati- lografia, no início dos anos oitenta do século XX. Tenho dúvidas se já foi publicado ou é inédito, mas a reconstituição foi de um rascunho que encontrei entre os escombros da minha casa, após incêndio, em fevereiro de 2007. As fontes, referentes às citações geográficas e históricas, que usei na época, não consegui identi- ficá-las. Declaro, sob responsabilidade, que não são invencioni- ces, com certeza, elas existiam, mas como tantos outros itens e milhares de livros, foram consumidos pelo fogo. 13 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZORAIDE DO SOCORRO ALVES DIAS nasceu na cidade de Castanhal. É membro da Academia Castanhalense de Letras, atual vice presidente, ocu- pante da 4ª cadeira, cujo patrono é Alonso Rocha (O príncipe dos poetas paraenses). Graduada em Letras pela Universidade Federal do Pará. Espe- cialista em Língua Portuguesa e Lin- guística pela Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA. Especialista em Ges- tão Escolar pela UFPA. OBRAS: Momentos de poesia – 2004 O Desabrochar de Minh’alma Perdida (sonetos) - 2006 Anjo de Mim- 2007 A Rosa que se Chama Poesia - 2008 Livros Falantes – 2016 PARTICIPAÇÃO: A NOITE É UMA PALAVRA – publicação da Fundação Cul- tural do Pará ESCRITORA INTEGRANTE: I ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHALENSE DE LETRAS – PALAVRA POR PALAVRA I – 2016. 14 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZORAIDE ALVES Cantei palavras Cantei palavras da vida Cantei tantas que esqueci Cantei palavras de louvor Cantei tantas que escrevi. Cantei palavras que gostei Cantei palavras que chorei Cantei palavras que errei Cantei tantas das tantas que amei. Cantei palavras de amor Cantei palavras de dor Cantei palavras de alegria Cantei tantas e tantas escrevendo poesia. Cantei palavras que eu quis Cantei palavras que recebi Cantei palavras que sorri Cantei tantas e tantas e com elas sou feliz. 15 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZORAIDE ALVES Podres de corrupção São podres esses homens Que roubam nossas consciências Que varrem nossos lares com suas vassouras indecorosas. São podres esses homens Que não tem alma Que vivem em função da matéria. São podres esses homens Que não se envergonham do que fazem Que riem de nós. São podres esses homens Que comem as nossas custas Que se enojam do nosso suor. São podres esses homens Que se julgam poderosos Que lamentam a nossa existência. São podres, porque vivem a roubar Nossas vidas divididas Nas idéias de se modificar. 16 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZORAIDE ALVES Caminhando... Vivo nessa vida construindo o meu passo no meu pedaço que é feito arena que tem esquema onde encontro gente com um sorriso que afaga meu coração. No meu caminho encontro o rosto da solidão mas encontro também a paz que me pressagia quando decifra meu coração. Caminho perguntando porque a solidão é suicida porque não se desfaz e deixa em paz meu coração. É tão profunda essa incerteza que me rodeia que me indaga a alma que mexe com meu coração. Mas vivo na certeza de amanhã eu ser o que ontem não fui de encontrar meu tempo e minha vida viver longe da solidão e afagar meu coração. 17 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZORAIDE ALVES O poeta ou a poesia? Quem chegou primeiro, o poeta ou a poesia? Você diria: Foi o poeta pra escrever a poesia. Mas eu poeta, digo que não, foi a poesia que chegou ao poeta pra ele sentir alegria. Quem é poeta sente agonia e passa por esse estágio de ser coroado com a poesia. E depois disso nasce o poema com muitos ou poucos versos todos bem adversos chegados em grande dia pra dizer que o poeta faz poesia. quem chegou primeiro, o poeta ou a poesia? 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 18 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZENAIRA MARIANA PEREIRA MARTINS DA CRUZ, atual Presi- denteda Academia Castanhalense de Letras - Biênio 2017 a 2019, ocu- pante da cadeira nº 05, tem como patrono David Maria Amorim Sá. É amante da língua portuguesa e li- teratura... leitura e escrita. Sempre procurou motivar seus educandos num processo de criação, ensino-aprendiza- gem e valorizar o potencial de cada um no universo das palavras, objetivando o maior alcance na “leiturização” de vida, apontando os valores cultu- rais e a ludicidade como um caminho a ser explorado. Graduada em Letras e Artes, especialista em Língua Portuguesa e Gestão Escolar pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e, extensão em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Castanhal (FCAT). Começou a vida profissional como Instrutora dos cursos de Redação, Comunicação e Literatura Infantil para professores do magistério. Funcionária pública concursada da SEDUC/Pa, atuou no ensino de Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Artes do ensino médio, posteriormente, assumiu cargo de direto- ra na mesma Unidade de Ensino. Também desempenhou função de Professor Colaborador na Universidade do Estado do Pará (UEPA/2003) e no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA/2010). Recentemente, em 2018, desenvolveu capa- citação de Alfabetização e Letramento para professores e alunos do campo na cidade de Uberlândia/MG, pela UFU (Universida- de Federal de Uberlândia). Sua grande realização literária se deu com a publicação da literatura: “O CASAMENTO DO TEXTO COM A PRINCESA GRAMÁTICA”-Livro que compõe Projeto “Senta pra Ler” da Editora Cromos, lançado na XXI Feira Pa- namazônica do Livro. Também coautora da Antologia da Aca- demia Castanhalense de Letras – Palavra por Palavra I. Ambos em 2016. 19 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZENAIRA MARTINS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA O TEMPO... HÁ DEZ ANOS - EMARANHADO VIVO NA MEMÓRIA MEMÓRIA VIVA Vai e vem... Águas lembranças,Movimentam, Alimentam pensamentos... Dez anos! Memória viva De um novo ciclo Inesperado, mas não tardio. Juramento mais uma vez Cumprimento inesgotável No alicerce das palavras, Assento concreto do meu eu Eu juro! Tempo, tempo E ainda no sentir... Olha pra trás, É verdadeiro meu desejo Finito querer de iludir É mania de fugir Não de fingir Caminhos virtuosos Cheios de complicação Sim, a vida nos surpreende Mas passa, tudo passa! 20 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZENAIRA MARTINS DESTINO Decidi, como se quisesse dar rumo ao destino. Já não era sem tempo. Lembrança de um menino triste, sentado na calçada da solidão, de sorriso falso e pensamento vago. Buscava, muitas vezes, em milésimos de segundo, um olhar, um toque, ou mesmo um abraço, que contemplasse a existência do ser. E eu, envolvi- da no silêncio conflitante, continuava caminhando, e, perceben- do ou não, estava deixando a liberdade leve e solta para trás. Era uma opção!? Eis a questão, eu queria! Estava presa, amarrada ao sentimento forte e já traçado, mesmo na incerteza do vivido. É vida que segue com desafios... na certeza de se ter o arrependi- mento do não feito, jamais do que alimentara a alma. Era inócua aos meus medos. Mas determinada na busca da felicidade, ah, migalhas de felicidades... sim, as tinha, intensas, mas momen- tâneas, nas expectativas, inspirações e alegrias que os momen- tos sonhados, roubados, censurados, carregados de prazer, nos saciavam. Mas o medo do fim teve outro início. Contudo (...) início. Noite iluminada, coisa de cinema, em meio ao campo, melodia, flores, olhares, bem, olhares de toda espécie, mas en- volvidos no vermelho do vestido e do batom, nos três corações e nas bênçãos celestiais que contagiara a relação. Naqueles olhos marejados, não mais conflitantes, mas confiantes. Nos sorrisos sinceros estampados. Em tudo se via a tal da felicidade. Depois de dezesseis, a certeza de um novo recomeço. Sim! Enfim, enca- rar o futuro, seguir destino. Há cerca de dez anos!!! 21 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZENAIRA MARTINS O TEMPO... PRESENTE - LUZ E LIBERDADE POETA, EU? Quisera ser poeta Pra fingir o vivido Correr montanhas Voar alto, mas tão alto Pra sentir a brisa suave Num contentamento De luz e liberdade Quisera ser poeta... Pra embalar dores e sabores Sem nada importar Num sonhar mágico e (in)consequente De Luz e liberdade Quisera ser poeta... Sim, sou poeta No encantamento do sorriso e do vinho Que banha minh’alma Num despertar... Mesmo que austero Mas que alimenta fantasia De luz e liberdade. Sim, sou poeta! 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 22 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ZENAIRA MARTINS Por favor! Não precisa por favor As coisas acontecem Simples acontecem, Levemente, acontecem Ou deixam de acontecer Com o entardecer Ou mesmo no amanhecer, Amanhã outro dia... Lindo dia! Literal, literário Pra onde seguir? Te reinventa sem cautela Abra o livro da poesia Da vida adiante Mira o horizonte Caminha em frente 23 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA EVALMIR NEVES DA PAIXÃO nas- ceu 15 de novembro de 1972 em Casta- nhal – Pará. Escreve poemas, textos. É ator, filósofo, palhaço circense (pa- lhaço Risadinha), Pseudônimo Na- thãn Brasil. Participou da Antologia Del’Secchi XII e XIII. Professor Li- cenciado na Graduação de Pedagogia pela Universidade Regional do Cariri – URCA, e graduado em Serviço Social pela Universidade do Paraná – UNOPAR, Especialista em Matemática Fundamental pela Universidade federal do Pará – UFPA. Curso de formação de Ator pela Universidade Federal do Pará- UFPA e Curso Li- vre de Filosofia pela o ISEFECH. Professor da rede Municipal, equipe pedagógica, atuando como Contador de História no Gru- po Japim. 24 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA EVALMIR PAIXÃO Brasil Brasil, Brasil, terra de Guarani Brasil, Brasil, terra de colonos Brasil, Brasil, terra de gigantes Brasil, Brasil, terra de estrangeiros Brasil, Brasil, terra do mundo Todos te querem As riquezas te levam O mundo de olhos Brasil que não cresce Dos homens gigantes 25 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA EVVALMIR PAIXÃO O trem O trem que passava do lado de minha casa… Ao longe se via, O apito da Maria Fumaça Que tudo seria, com suas rodas pesadas Ringindo nos trilhos, Da vida passada Na substação o trem chegava, Com carga ou não, Na guerra pesada, Colonos que vem, Colonos que vão, O trem que passava, Tudo levava Tudo em vão, Tudo ilusão O trem que passava na substação 26 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA EVALMIR PAIXÃO Atriz Garota com jeitinho De uma atriz Bonita e perfumada Com o cheiro de lírios. O sorriso de uma paixão Ardente no coração De uma artista De televisão 27 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA EVVALMIR PAIXÃO Coisas ao meu redor Quem eu sou... poeta, pintor, cantor, músico ou escritor? Já não sei quem eu sou Ao meu redor vejo coisas, Que significam um cenário, Que cenário? É um quarto ou uma sala, não importa, é uma escrivaninha! Se olho para frente, Vejo uma porta, um quadro, um bufê cheio De livros e papéis, e uma prateleira cheia De troféus e mais um quadro de um Pintor famoso 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 28 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA IMORTAL: ANDRÉIA ROCHA ÁVI- LA Cadeira: 09 PATRONO: Raimun- do Édson de Souza Franco. Nascida no dia 26-11-1973 na cida- de de Castanhal-PA, filha de Cecílio Carvalho Ávila e Maria Rocha Ávila. Caçula de uma família de 12 filhos, estudou seu primário no Colégio São José, e o Ensino Médio na Es- cola Modelo, onde depois de forma- da atuou como Psicóloga. No ano de 1997 trabalhou no Fórum de Castanhal, como Oficial de Justiça ha doc. até o ano 2000. Ingressou na Universidade da Ama- zônia em 1997 no Curso de Psicologia, forman- do-se como Psicóloga; Ingressou no Sistema Penal, atuando como Psicóloga no Centro de Recuperação Regional de Castanhal em 2001. Especializou-se em Saúde Mental e Justiça pela Universida- de de São Paulo (USP). Cursou Pós-Graduação em Defesa Social e Cidadania, concluído no ano de 2004 pela Universidade Federal do Pará. Em 2005 foi nomeada como Vice-Diretora da Cadeia Pú- blica de Castanhal (CRRC), pedindo seu afastamento em Abril de 2007. Em 2008 especializou-se em Psicologia Organizacional e do Trabalho, por notório saber, concurso feito pelo Conselho Federal de Psicologia; Em 2013 obteve o Título de Psicóloga do Trânsito sendo aprovada em Concurso pelo Conselho Federal de Psicolo- gia. Ainda no ano de 2013 Especializou-se em Acupuntura sen- do aprovada com a nota máxima exigida para tal Pós-Graduação. Foi professora dos Cursos de Pós-Graduação da Faculdade Brasil Amazônia (FIBRA) e do Instituto INTA; Na área da Defesa Social fez parte do corpo de Psicólogos credenciados na Polícia Federal fazendo Avaliação para Porte de Arma de fogo desde o ano de 2005 até 2011. É Palestrante Motivacional e Psicóloga do Clube de Fu- tebol Joinville Esporte Clube no Estado de Santa Catarina. Seus primeiros escritos ficaram conhecidos em 2005, quando colaborou com o jornal Expresso numa coluna intitulada, Para Refletir. Foi a primeira mulher a ser presidente da Academia Castanhalense de Letras, em seu mandato lançou a I Semana Cultural da Academia Castanhalense de Letras e o I Prêmio Mariza Costa de Excelência Escolar em 2014. Tornou-se referência no Sul do Brasil com suas Palestras sobre Autoconhecimento e faz Mentoria de Carreira a di- versos profissionais. 29 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ANDRÉIA ÁVILA 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA O SENTIDO DA VIDA Estamos num momento de consumismo extremo, onde uma enxurrada de comerciais e de redes sociais nos mostram coisas, fatos, costumes e jeitos de ser que aos poucos vão ditan- do padrões onde tentamos nos encaixar. Diante de tantas infor- macões surge a pergunta:Qual o sentida da sua vida? Pois bem, acordar todos os dias, executar uma série de tarefas na vida familiar, profissional e ainda dar conta dos rela- cinamentos, nos deixa na maioria das vezes atarefados demais pra refletir o porque de nossa existência. Mas é necessário parar e pensar no porque que realmente todos os dias fazemos isso. Alguns podem ser bastante práticos e dizer que fazem o que tem que ser feito, já outros dizem que todos fazem a mesma coisa, mas a questão maior, que gera a dúvida que todos temos, acaba sendo:Viver para quê? E por quê? Obviamente que as respostas são variadas, porém, antes de começar a tentar respondê-las, é importante esclarecer duas coisas. Sentido de vida é diferente de propósito de vida. Vários autores falam que “sentido” é sempre o que esta na nossa histó- ria, em algo exterior...e ele é descoberto e não inventado. Já o propósito inventamos, é algo posto por nós. Complicado? Não, reflexivo. Nós Psicoterapeutas, estamos sempre ajudando as pes- soas a buscarem seja o propósito ou o sentido de sua vida. E digo-lhe, não é nada fácil ensinar o caminho. O famoso filósofo Jean-Paul Sartre defendia de que de- vemos aceitar e suportar o que nos acontece. Eu discordo. Sou defensora de que, se vivemos num ciclo que nos desagrega de nossos valores, que nos tira de nossa paz, porque suportar? Mi- nha orientação a quem não esta feliz em alguma área de sua vida é: Saia. Reaja, seja protagonista de uma nova fase, dê um novo sentido, crie uma nova história. 30 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ANDRÉIA ÁVILA Busque dentro de você as respostas para suas próprias perguntas sem economizar nos questionamentos, nas críticas construtivas, no reconhecimento das falhas. Mas não se acovarde pra sua vida, não seja lascivo, incrédulo, opressor de sua própria existência. Treine em seus pensamentos o que você sonha ter ou ser, para que, diante desse treinamento aconteça de forma efetiva e você consiga dar propósito. Mas atente, num cenário de consumismo intenso, não é de se surpreender que muitas vezes a aquisição de bens materiais seja entendida como propósito de vida. Propósito de vida tem a ver com autocohecimento. Tudo que você tem deve ser questionado, pois de nada adiante ter as melhores coisas materias se sua vida interior está destruída por sentimentos hostis como: mágoas, ódios, rancores, ira, vingança ou traições. Faz um teste. Pergunta a alguém muito rico e doen- te, se ele trocaria tudo que tem pela saúde plena? A resposta com certeza seria SIM. Eis aí o sentido da vida sendo confundi- do com o propósito. Tudo que somos é treinamento, seja para uma fase da vida ou para um momento escolhido de mudança, mas é treina- mento. Estamos o tempo todo treinando, somos mutantes, é por isso que não sabemos de nossas reações. Compicado não é ? Num mundo onde somos informados de tudo a tempo real nos distraimos e esquecemos de nos ouvir, nos avaliar, nos conhecer, nos escutar, isso mesmo, escutar a si próprio, escutar seu silêncio, sua dor, ou sua alegria. Assim nos damos a chan- ce de tomar consciência da nossa própria sombra. Esse aspecto considero de fundamental importância na análise de nossa exis- tência. Isso é um bom treinamento. Hoje percebo que as pessoas não reconhecem a liberda- de de ser, a responsabilidade por si mesmas, de fazer algo e de se tornar alguém. Elas exigem do outro, mas não olham pra si. Elas sobrepõem no outro suas falhas, seus anseios, mas tem 31 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ANDRÉIA ÁVILA medo de assumir suas fraquezas, ou seja, limitam sua própria liberdade. Falta amadurecimento, por isso que hoje vemos relacionamentos acabados por justificativas invasivas, fúteis, por decisões imaturas. Porém, somos produtos das escolhas que fazemos e das decisões que diariamente somos obrigados a tomar. A liberdade de enfrentar quaisquer condições adversas esta sempre ao nosso alcançe. Enfim, aprofundar-se na descoberta de si próprio traz a necessidade de mudar, e com isso surge a dúvida: Será que você esta preparado pra mudança? Escolha. Mudar, requer coragem mas tem também dor. Porém, o que seria de nós se viver não fosse essa aventura gostosa de ir e vir, chegar e sair, estar e deixar marcas, seja elas positivas ou negativas na vida do outro. Treine pra que sejam sempre marcas positivas. Viver de qualquer jeito é pra muitos, mas viver com propósito é apenas para uma pequena parcela da população que já entendeu o sentido de sua própria existência. 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 32 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA ANDRÉIA ÁVILA FRASES SOLTAS PARA REFLETIR “Seremos sempre virtuosos quando aprendermos a valorizar o outro que consequentemente faz parte de nós.” “Arquive-se nas suas mais diversas forma de viver e terás a mais doce das promessas feitas a ti: o perdão.” “Esvazie-se das dores que te atormentam quando pensas no passado, elas são marcas deixadas para te lembrar que és forte e corajoso.” “Assim se fazem homens bons: papel, caneta, sonhos e uma vontade exorbitante de divagar nos pensamentos positivos.” “Diante das mazelas da vida se enxerga a verdadeira capacidade de autoconherce-te e seu verdadeiro poder.” “Reflita sempre sobre seus medos, eles existem e não devem ser negligenciado diante do erro, o saber falhar e acertar te trazem sabedoria para evoluir. 33 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA HUGO LUIZ DE SOUZA nasceu em Porto Velho, Rondônia, no dia 15 de janeiro de 1957, é o terceiro filho de sete irmãos. Aportou com seus pais Luiz Vicente de Souza e Ana Andrade Braga de Sou- za, em Belém, depois rumou à cida- de de Castanhal quando tinha apenas um ano de idade. Assistente social, escritor. Membro vice-presidente da Academia Castanhalense de Letras, cadeira nº 10. Livros publicados 1ª edição: total: 7 livros: “Elisa” (romance), 1ª edição, ano 2007, editora Nelpa (SP); “Interior a força dos sentimentos positivos” (autoestima); 1ª edi- ção 2009, Gráfica Modelo (Castanhal); “Castanhal e suas raízes - Evolução de uma cidade” (história do Brasil); 1ª edição ano 2011, editora Graf-Set (Castanhal-PA); “Castanhal e suas raí- zes – Outras histórias” (história do Brasil); 1ª edição ano 2012, editora Graf-Set (Castanhal-PA); “Castanhal e suas raízes – O passado presente” (história do Brasil), 1ª edição 2013, Gráfica São José, Castanhal (PA); “O tempo, o vento e outros versos” (poesia) – livro premiado no 1º Concurso Literário de Casta- nhal “Joaquim Amoras”, 1ª. Edição, ano 2014. “Quase sonetos” (poesia), 1ª. edição 2018 – Gráfica São José – Castanhal – Pará. Participação: Antologia I Palavra por palavra (Contos, Poesias e Crônicas), da Academia Castanhalense de Letras, 2016, editora Gregory (SP). 2ª edições dos livros, publicados: 4 livros: “Elisa” (romance), ano 2015, editora Gregory (SP); “Interior a força dos sentimentos positivos” (autoestima), ano 2015, editora Gre- gory (SP); “Castanhal e suas raízes - Evolução de uma cidade” (história do Brasil), ano 2015, editora Gregory (SP); “Castanhal e suas raízes – Outras histórias” (história do Brasil), ano 2017, Gráfica São José (Castanhal - PA). Prêmio: 1º Concurso Literá- rio de Castanhal “Joaquim Amoras”, com o livro de poemas “O tempo, o vento e outros versos”. Homenagens: Personalidade do ano (escritor), em 2015, conce- dido pela FUNCAST – Fundação Cultural de Castanhal e Prefei- tura Municipal de Castanhal; Mérito Legislativo (Cultura), ano 2019, por relevantes serviços prestados ao Município de Casta- nhal, na área da Cultura. 34 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA HUGO LUIZ DE SOUZA Eu vazio O vazio do mar eu sou. No vazio desse mar estou À tua espera ver chegar O sol, ou a lua ou a tua imagem, Osom da tua voz feito um rio Quisera vir aqui me abraçar. Sim, sou eu esse vazio, - Sou sim esse mar, rio também, Que se confunde com o mar, Neste dia frio, muito frio. Oxalá viesses me abraçar! 35 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA HUGO LUIZ DE SOUZA Noite de nós dois Eu respiro você, sabia? Eu adoro estar com você. E tenho uma noite p’ra nós dois. Essa noite é só de nós dois, E de ninguém mais. Desejo ouvir só a sua voz, Numa canção minha e sua, Esquecer o mundo lá fora. Das batidas dos nossos corações, Fazer-se uma pura canção. Nessa canção eu vou suspirar, Respirar a sua voz na minha voz, Em canção que é você minha amada, E todo o universo encantado Em nós dois, numa noite enluarada. Uma noite só de nós dois. Você será minha linda princesa. E eu o seu mágico de Oz. Vamos trilhar essa estrada? 36 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA HUGO LUIZ DE SOUZA Objeção Entre deveras intranquilidades, O amor seria de todo ilusão, E de sobressaltados corações. Proclamaria ao mundo aflição Da vida sem os sentimentos Do amor vivendo antes a paixão; Seria a dicotomia de corpos Separados desaquecidos da razão. Não fosse a luta contra a desilusão. Não fosse o olhar afetuoso, Não fosse o abraço caloroso. Não fosse a oposição ao rancor, Não fosse o interesse pelo amor. Não fosse o sorriso carinhoso. Não fosse a busca pela felicidade. 37 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA HUGO LUIZ DE SOUZA Bella Estava ela lá bela, Igualmente o céu Estrelado, Acalorado pelo amarelo do sol; Ou serena pelo branco da lua... Ia-se Bella igual ao inteiro universo; Faça-se esse a estrela cintilando, Ou riscando o céu; Faça-se esse universo, Pelo voar imponente do falcão peregrino; Faça-se ele pelo verde mar dos sete mares; Ou pelo verde encantador das florestas. Ou faça-se ela bela no seu olhar, Ou pelo esvoaçar dos seus cabelos ao vento, Que aos meus olhos usufruídos De tanta beleza que é o seu corpo, E de todo complexo universo. 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 38 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MARIO DE ALMEIDA nascido no último dia do mês de fevereiro, de mil novecentos e setenta e oito, nas paragens da cidade de Castanhal. Veio ao mundo pelas mãos de uma parteira do bairro da Cohab, dando grande alegria a seu pai Edmício Moreira de Almeida e sua bela mãe Luzia Pinheiro de Almeida. Com o passar dos dias, foi pegando gosto pelo imagínario, pela natureza, pela vida e numa tarde de sol brando, avis- tou um Beija Flor beijando as flores de uma goiabeira, encantado com aquela cena rabiscou seu primeiro poema: O Beija Flor. Seu pai, vaqueiro afamado, amansador de burro bravo, sempre trabalhando em fazendas, juntamente com sua mãe, foram seu grande exemplo de humildade, de alegria, de felicidade. E, numa dessas fazendas, Mario de Almeida se deparou com uma biblioteca nunca vista por ele, abandonada em uma sede. Ali naquela biblioteca, escondido, viajou mundos no pó de pirlimpimpim, na companhia de Pedrinho e Emília, junto de Ceci e Peri viveu o puro amor, nas aventuras de Zorro aprendeu a lutar pelos mais necessitados e lendo José de Alencar com esmero alimentou o sonho de lançar um livro. No ano de dois mil e um conseguiu realizar seu sonho ao lançar seu pri- meiro livro: Lindos Poemas de Amor, uma tiragem de duzentos exemplares que se foi em uma semana, o que o incentivou a lançar mais, outros, o que ocorreu várias vezes lhe dando hoje o título de 36 livros lançados. E no tempo, exato no mês de agosto de dois mil e doze, participou ao lado de sua mãe, sua irmã Márcia Almeida, do cunhado Carlos, da sua formatura em Língua Portuguesa e suas Respectivas Literaturas. Mario de Almeida vindo do centro de uma sociedade vil, sofredora, carente de tudo, sem nunca deixar de sonhar, sonhou com um mundo de cores, de letras e sonhando tornou-se membro perpetuo, imortal da Academia Castanhalen- se de Letras, a qual ajudou a fundar, ocupa a cadeira nº 11 e tem como patronesse a escritora Eneida de Moraes. 39 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MARIO DE ALMEIDA 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MORTE NA PRAÇA Era noite estrelada de luar, em pleno inverno chuvoso. Noite atípica para aquela estação do ano. Paula aproveitou e saiu rumo ao centro. Ela morava na periferia, seu bairro o mais vio- lento da cidade, para ela era normal ouvir a notícia de assaltos, assassinatos, roubos de tudo. Passou meia hora esperando o bu- são, veio lotado, ficou em pé ao lado de um tatuado arrogante que tentou passar a mão nela. Só que ele se arrependeu da graça. Paula ao vê-lo tentar apalpar suas nádegas, deu um chute nas suas partes baixas. Ele gritou de dor caindo de joelhos. Minu- tos depois levantou e ficou quieto com os olhos vermelhos de ódio. Foram vinte minutos até a praça central da cidade. Desceu, estava lotada. Naquele dia havia a festa da cidade com bandas nacionais. Caminhou ao palco, onde havia uma banda tocando rock pesado. Ficou apreciando a música que tocava. Não sou louco Nem um pouco Só gosto de rock De caveira De horror De preto De dor E me chamam de louco Mas não sou louco Nem um pouco Posso morrer agora Não vou lamentar Já vi o bastante Não vou chorar Ela pulou bastante, dançou o quanto pôde, estava feliz. Depois de alguns minutos a banda encerrou sua apresentação. Então se ouviu um estopim. Foi um alvoroço, todos corriam, gritavam apavorados. Foram três disparos, um atrás do outro. Certeiros, não deu chance de fugir, reagir. Ao acalmar os âni- mos se viu um corpo estirado ao chão, corpo inerte, juvenil de uma jovem e ao lado algemado estava um tatuado gritando: - Sua merda, me chuta agora! O corpo imóvel trazia na face um sorriso, um ar angeli- cal e todos que a viam dizia: mataram um anjo.......................... 40 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MARIO DE ALMEIDA Amor mortal Quero beijar-te, Tocando teus lábios nos meus Abraçando teu corpo, Sentindo entre nós O amor de Julieta e Romeu Quero olhar nos teus olhos Para sentir o sentimento teu Que é tão profundo Quanto os teus olhos Que encaram os meus Quero abraçar o corpo teu Para sentir o sentimento Que sentiu Romeu Na hora que descobriu Que Julieta Morreu 41 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MARIO DE ALMEIDA Castanhal... Castanhal das castanheiras A beira do igarapé Que deu nome a esta linda Cidade mulher Castanhal da Maria Fumaça Que todos os dias passava Acordando os moradores Que ali moravam Quando sua voz apitava Castanhal do Cônego Leitão Que deu grande lição No centro da cidade Construindo homem cidadão Castanhal do Mercado Central A frente da prefeitura municipal Que vendido pelo prefeito “mau” Encheu de tristeza o povo de Castanhal Castanhal do Cristo Redentor Uma réplica doada com amor 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 42 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MARIO DE ALMEIDA Morte Os homens te choram De novo o tempo é passado Numa cena obscura do fim Finado É o fogo ardente que queima a alma Daqueles que te contempla Na face moribunda Destinada num caixão frio Entre desejos em lava Sagaz do destino O morto chora o fim do tempo Inerte, em brasa Deixando A morte linda Em lágrimas correntes nas faces Perdidas de culpa Na falta das palavras Não ditas 43 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA José Lopes Guimarães escritor e historiador. Mem- bro fundador da Academia Castanhalense de Letras – ACL – Cadeira nº 12. Nasceu em Castanhal, estado do Pará, no dia 16 de outubro de 1942. Estudou na Escola Cônego Leitão e Escola Estadual La- meira Bittencourt, onde concluiu o 2º Grau. Membro fundador do MDB, em Castanhal, no ano de 1969. Ex-vereador (temporário). Filho de Casemiro Marques Guimarães e Alexandrina Lopes Guimarães, descendentes de nordestinos. Obraspublicadas: “Castanhal um pouco de sua história”, em parceria com o pesquisador Pedro Coelho da Mota Filho (1982); “História do Povo Castanhalense”, em parceria como escritor Carlos Araújo – CARUJO (1984). 44 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ LOPES GUIMARÃES Um tributo a Raimundo Holanda Guimarães – escri- tor, jornalista, político e juiz de direito. Por JOSÉ LOPES GUI- MARÃES. Do signo de Aquário, exatamente no dia 22 de Janeiro de 1935, três anos depois da concretização do sonho maior do povo Castanhalense, a conquista da autonomia municipal, no aconchegante e belo distrito do Apeú, em um sítio às margens da extinta estrada de ferro de Bragança, nasceu o pequeno gran- de homem RAIMUNDO HOLANDA GUIMARÃES, que logo cedo, com menos de um ano de idade perdera o pai. Sua mãe ISABEL que só teve ele, portanto, filho único, passou a amargar o pão que o diabo amassou para garantir-lhe a criação, o sustento e a educação. Na verdade, não sabia aquela pobre, meiga e brava mu- lher, que havia dado a luz àquele que mais tarde viria se tornar um dos mais respeitados e maiores intelectuais do torrão que lhe servira de berço. A supremacia divina e a força do destino fizeram com que HOLANDA GUIMARÃES não chegasse a conhecer o pai verdadeiro, mas também colocaram no difícil trajeto de sua ben- dita mãe, aquele que com muita dignidade e honradez, desper- tara no eu da mesma a confiança e o desejo de uma nova união para que através da qual pudesse dar ao menino a condição de uma vida mais condigna e confortável. Tal aconteceu ao lado do novo companheiro HUGO MARQUES GUIMARÃES, que num ato de pura grandeza o adotou como filho. Mesmo na con- dição de humilde servidor público municipal HUGO assumiu pra valer a grande responsabilidade, o compromisso moral de fazer do menino um grande homem, e foi feito, cujos primeiros passos foram sem dúvida a escola. Emociono-me, a cada momento que me faz lembrar quando conversávamos descontraidamente cujo papo era de muita cultura. HOLANDA dizia-me em tom de elogios e puro reconhecimento, que tio HUGO, era dono de uma grande inte- ligência por isso, havia lucrado muito com seus ensinamentos. Como todos nascemos com destino traçado ou direcionado para 45 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ LOPES GUIMARÃES alguma coisa no decorrer da vida, já estava determinado que HOLANDA haveria de passar por tudo que passou incluindo o segundo momento mais difícil que foi a perda do seu pai adotivo em pleno início da adolescência fazendo que sua heróica mãe, se desdobrasse através de sua estimada máquina de costurar, para continuar lhe proporcionando um futuro promissor. Tal esforço começou a ser recompensado a partir do momento em que o en- tão menino deu início a sua brilhante trajetória já fazendo parte de uma das tantas gerações que passaram pelo velho casarão do grupo escolar (atual escola Cônego Leitão), onde notado por todos já demonstrava seu talento para o mundo das letras. Essa tendência ou vocação para escrever, tornou-se realidade quando ainda muito jovem passou a integrar o quadro funcional do mais importante jornal do estado na então época, a folha do norte. No citado órgão de imprensa, HOLANDA notabilizou-se por sua brilhante atuação como secretário geral e grande redator. Tor- nou-se respeitado pela postura e estilo com que escrevia seus artigos e crônicas que manteve até seus últimos dias de vida. Além da folha do norte, atuou com o mesmo brilhantismo e in- tegridade em outros grandes jornais, tendo contribuído para or- ganização e fundação de alguns. No início dos anos 50 (cinquenta), visando a necessidade que já se fazia presente de um órgão de imprensa local. HO- LANDA fundou a Gazeta de Castanhal, que mais tarde (1957), tornou-se o instrumento importante para levar bem longe a cam- panha que ele próprio desencadeou para que se criasse com ur- gência uma escola de ensino médio (ginásio em Castanhal). Essa campanha foi amplamente divulgada na imprensa paraense, através de seus artigos bastante pesados sobre alguns segmentos do governo e aqueles que por motivos políticos e outros fatores, pressionavam para que o citado curso, não fosse de imediato im- plantado neste município. Fato que tem muito a ver com a cria- ção e instalação da escola estadual “Lameira Bittencourt”. A ele, portanto, o grande mérito, por tão importante conquista. No ano seguinte (1958), mais um sonho realizado a criação da biblioteca e arquivo público do município cujo anteprojeto foi elaborado por ele, que teve aprovação unânime da câmara de Vereadores 46 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ LOPES GUIMARÃES tendo a respectiva Lei sido sancionada em 31 de julho de 1958, pelo então prefeito VICENTE PEREIRA LIMA. Os grandes feitos, não pararam por aí em 1967, a amarga derrota do candidato que havia indicado às eleições municipais de 1966 e com o objetivo de continuar combatendo os grupos vi- toriosos que ao longo dos anos vinham se mantendo no poder e mais ainda e mais ainda reforçados pela ditadura fruto do golpe militar de 1964, HOLANDA com a inteligência e a coragem que o mestre lhe deu, sem medir as possíveis consequências, convi- dou o também castanhalense da gema e bravo lutador MANUEL FRANCISCO (MOACIR SILVA), que aceitou enfrentar o gran- de desafio e juntos fundaram o jornal A tribuna de Castanhal, que muito influenciou para com as mudanças fazendo com que surgisse o grupo liderado por ele como presidente e fundador do MDB – Movimento Democrático Brasileiro, partido de oposi- ção do qual faziam parte outros bravos companheiros fundado- res como: ARMINDO MIRANDA, FERNANDO MOURÃO, FRANCISCO PEREIRA LAGO PIFITI, DEOCLECIANO MACEDO, MANOEL MARQUES, FELIZBERTO COSTA, JOSÉ CARNEIRO, MANUEL CARNEIRO ( seu DUCA do ci- nema), o próprio MOACIR SILVA, JOSÉ GUIMARÃES, JOSÉ ROMÃO, RAIMUNDO BRAGA (ZÉ PINDÓ), RAIMUNDO MACÁRIO, JUVENAL ANDRADE, TEODORO MONTEI- RO, que por força de um trabalho perfeito, tornou-se vitorioso nas eleições municipais de 1970. Uma conquista que nos faz lembrar também a figura respeitada e saudosa de JOÃO BENE- DICTO MONTEIRO (DANDÃO) que contrariando a ideologia e os princípios partidários dos seus companheiros situacionistas, numa atitude corajosa e democrática, aderiu abraçando pra valer a luta de HOLANDA mais precisamente quanto àquilo que fazia com perfeição, o difícil e importante trabalho de articulação e ser bastante criativo. Sua participação ativa na campanha vito- riosa de 1970, muito contribuiu para que a história política e administrativa deste município se modificasse. Na verdade, a trajetória política de HOLANDA GUI- MARÃES, começou mesmo a partir dos anos 50, se destacando no que sabia fazer com muita competência em termos de orga- 47 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ LOPES GUIMARÃES nização partidária, diretórios, organizar e comandar uma cam- panha eleitoral enfim, tudo relacionado, com a parte burocrática que envolve desde o cartório aos tribunais regionais e superior eleitoral. Esse conjunto de conhecimentos e amor a sua terra, fez com que se tornasse responsável por lançamento de várias candidaturas, algumas vitoriosas tendo como exemplo maior a vitória de ALMIR LIMA em 1970, na condição de prefeito e JOSÉ ESPINHEIRO como vice para o mandato tampão 1971 – 72 pelo MDB. Enfrentando todos os obstáculos, pressão por parte dos que queriam calar sua voz, sem, o apoio que esperava, sem re- cursos lançou se candidato a deputado estadual e sem sair de castanhal devido a falta dos citados recursos e tempo, obteve votos em todo o estado. No entanto, segundo ele, prejudicado pelo mapismo, que lhe tirou a possível vitória. Essa “campanha da carroça” que ele fez surgir e colocou em prática, movimentou a cidade, sendo um dos episódios mais significativos e mais empolgantes da política castanhalense. Com o apoio da juventude ele formou um comitê suprapartidá- rio cujo slogan – “EmSão Paulo: O tostão contra o Milhão; em Castanhal: A carroça contra o caminhão”. Puxada pelo cavalo do amigo ZECA APRÍGIO, tanto a carroça como o cavalo eram enfeitados de ramos de plantas, palmeiras de açaí etc, era uma festa que abrilhantava os comícios. Nas ruas por onde passava causava a mais agradável das impressões afinal, se tratava de algo jamais registrado na história política do município. Um dos seus maiores sonhos era ser prefeito de Casta- nhal, para colocar em prática os inúmeros projetos que tinha em mente que segundo ele iriam dar um novo aspecto urbanístico a cidade dentre eles, o da construção da Praça Redonda que in- cluiria todo o complexo da Estação ferroviária sem precisar que esta fosse demolida e do antigo estádio de futebol do castanhal esporte clube etc. Esses detalhes inclusive os de sua vida política e diferente dela, estão contados no livro “cidade perdida” (saga de tarimbeiro), que ele escreveu e publicou. Para ilustrar ainda mais sua trajetória pautada de bons serviços que muito contribuíram para o desenvolvimento desta 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 48 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ LOPES GUIMARÃES terra, mais precisamente nas áreas da política e da cultura, não poderia deixar de inserir nesta justa e merecida homenagem, a grande batalha que o tornou vitorioso, que foi seu ingresso no mundo da magistratura. Com a sapiência que o grande mestre lhe dera, por onde atuou como juiz, exerceu suas funções com muita dignidade e probidade. Lembro-me de um dia em que chegamos à cidade de Marapanim, um policial devidamente fardado prontamente lhe prestou continência. Na volta, ainda impressionado com o que havia presenciado não me contive e ao comentarmos sobre tal ele então me disse quando juiz no citado lugar e em outros por onde havia passado, festas tinham horários para terminar, presos por badernas e simples bebedeiras eram liberados com uma boa lição de moral; de menores, não perambulavam pelas ruas as tantas da noite inclusive, ele próprio saia para verificar a pre- sença dos mesmos em bares e bilharitos, para depois tomar as devidas providências e assim por diante. Isso, fez com que conquistasse a confiança, o respeito e a amizade das populações. Além das atividades jornalísticas tendo como ainda re- cente e último de sua vida o lançamento do “Novo Jornal”, que circulou de janeiro a junho de 2004, HOLANDA GUIMARÃES, deixou também três obras primas publicadas: CHIBÉ, CIDADE PERDIDA, E A COR DA SAUDADE que vale a pena ser lidas como importantes fontes de pesquisas. HOLANDA GUIMA- RÃES chegou a contrair matrimônio com a também juíza hoje desembargadora doutora MARTA INÊS, cuja união perdurou por pouco tempo. Vou ficando por aqui meu caro e saudoso pri- mo, dizendo a todos que isto, é apenas um resumo de tudo que fi- zestes em prol desta terra teu berço querido que defendeste com unhas e dentes até os últimos dias de tua preciosa existência. Quem sabe, um dia, sejas lembrado, portanto, digno de merecida homenagem por parte dos poderes constituídos deste município 49 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA MARIA RITA DOS SANTOS SILVA é natural de Castanhal-Pará, nome poeta – “Índia do Brasil» em ho- menagem ao seu pai que era índio. No ano de 2001 foi contem- plada com o primeiro lugar num con- curso de poesia alusivo aos 69 anos da cidade de Castanhal com o tema “Declare seu amor por Castanhal”. Participou com a poesia “LEMBRAN- ÇAS DE CASTANHAL”. Também em 2001 participou da Antologia Poética Poe- mas e Pensamentos da Shan Editora de Porto Alegre com quatro poesias. Em 2002 participou da Antologia Del Secchi volume XII DE Vassouras Rio de Janeiro com duas poesias. Em 2008 recebeu um certificado de destaque literário com a poesia “A vida é assim” da ALPAS XXI num concurso literário internacio- nal “A PALAVRA DO SECULO XXI”. Em 2009 a publicação do seu primeiro livro “UM POUCO DE TUDO”, poesias, em 2011 a publicação do segundo livro “CAMINHANDO COM A RIMA NAS LEMBRANÇAS DE CASTANHAL” poesias em homenagem a Castanhal e É PURA POÉTICA. Em abril de 2010 tomou posse na ACL, Academia Castanhalense de Letras “membro fundador”, onde ocupa a cadeira de nº 17 da ACL, tem como Patronesse a escritora paraense Adalcinda Camarão. Par- ticipa do Jornal literário “Letras Santiaguense” de Santa Maria do Rio Grande do Sul e também do jornal literário “Literatura e Arte” Vitória-ES. 50 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL TU ME CONHECES SALMOS 139 Senhor tu me sondas e me conheces Senhor tu sabes tudo de mim Sabes quando me assento e me levanto Não quero ficar longe de ti. Tu esquadrinhas meu pensamento Tu conheces meu caminhar A palavra ainda não está na boca Mas tu já sabes o que vou falar. Tu me cercas por traz e por diante Sobre mim está a tua Mão Tal conhecimento é maravilhoso Senhor tu conheces meu coração. Para onde irei Senhor? Se me detenho nos confins dos mares La me guiará a tua mão A tua destra me sustenta Tu és Senhor a minha porção. Tu me formaste no seio materno Maravilhosamente me teceste Senhor Tuas obras são admiráveis Tuas mãos têm poder e amor. Os teus olhos me viram ainda informe No teu livro estão todos os dias meus Escritos e determinados Quão preciosos são os teus decretos Senhor. Os teus pensamentos são preciosos Como é grande a soma deles Senhor Eles excedem aos grãos de areia Grandioso és DEUS no teu grande amor. Sonda-me meu DEUS Pois tu conheces o meu coração Prova-me os meus pensamentos Guia-me Senhor na tua unção. 51 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL É O FIM? O mar furioso engole a terra, A terra sem força se lança no mar, Os vulcões que dormiam acordam nervosos, Expelem sua fúria na terra e no ar. A terra está em grande agonia, Estremece, se parte mostrando sua dor, As geleiras que eram tão firmes e lindas, Estão derretendo pois é grande o calor. Os oceanos enlouquecem e agiganta suas ondas, Os ventos devastam com fúria e terror, Cidades inteiras são destruídas, Os homens não tem de DEUS o temor. Há gente no mundo morrendo de frio, Em outros lugares quem mata é o calor, O homem egoísta a tudo assiste, Dessas tragédias ele é o causador. O clima da terra está mui confuso. Onde era inverno agora é verão. A primavera não tem data certa, O futuro da terra qual será meu irmão? As guerras aumentam a cada instante, Homens bombas explodem causando horror, A violência domina os pobres e os ricos, Ela não discrimina raça nem cor. A ganância do homem é sem medida, Só pensam em grandezas e naquilo que têm, A vida humana,por nada é trocada, O amor esfriou, ninguém ama ninguém. Meu DEUS meu Senhor socorre a terra, A violência caminha ligeira demais, São pais desalmados matando os filhos, São filhos rebeldes matando seus pais. O fim se aproxima real e ligeiro, Mas ainda existe uma solução, JESUS te espera de braços abertos, Ele ama o homem e quer lhe dá seu perdão 52 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL AMOR E POESIA Sou tudo o que você pensa vê e escreve, Estou presente em todos os seus momentos, Na sua dor e agonia estou sempre a seu lado, Na sua alegria estou dentro de você. No seu momento mais íntimo sou o prazer do seu coração. Estou presente na brisa que lhe refresca o rosto, No calor dos raios de sol que lhe aquece o corpo. Estou presente na magia das estrelas, Na sinfonia do vento quando farfalha entre as folhas, Na melodia do canto das aves no amanhecer. Sou o sentimento mais pleno entre dois corações apaixonados, Sou a beleza dos jardins floridos nas manhas de verão. Sou as lembranças de um romance vivido. Sou o encanto de um olhar. Sou o carinho de um abraço Sou o calor de duas mãos se apertando. Sou a paixão de dois corpos se amando. Souo dulçor dos beijos dos namorados. Sou a ternura de um sorriso. Sou eu e você Metade um do outro. Sou a mais pura inspiração. Como já disse; Sou tudo que você vê pensa e escreve, Sou o amor em forma de poesia. 53 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA RITA SILVA -ÍNDIA DO BRASIL CUIDADO PATERNO FILHO... Nunca desista dos seus ideais, Caminhe pra frente, não olhes atrás. Realize seus sonhos você é capaz. A vida nos traz muitas surpresas, Tenha certeza você vai vencer, Estude trabalhe, em paz e alegria, Quem trava batalha vitória há de ter. A vida em si é um grande mistério Não cabe a nós querer desvendar. Confie naquele que manso nos diz, Teu fardo meu filho te ajudo a levar. Olhai para as aves que voam nos céus, Lhe dou o sustento delas estou a cuidar, As flores eu visto com belas roupagens, A ti dou coragem pra continuar. Presta atenção nas minhas palavras, A qual te ensinas o que deves fazer, Nunca te esqueças dos meus mandamentos, É balsamo suave para o teu viver. Pra se comer os frutos da terra, Primeiro é preciso a terra lavrar, Nos sulcos abertos se lança a semente, Tu plantas e regas,eu a faço brotar. Depois se espera o tempo devido, Têm que haver paciência para os fruto colher, Eu cuido de tudo que existe no mundo, Meu filho... eu sempre vou cuidar de você. Por isso repito, Nunca desista dos seus ideais, Caminhe pra frente,não caminhes pra traz. Realize seus sonhos, Você é capaz. 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 54 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA WALBER PEREIRA pode ser denomi- nado como escritor de vários estilos: MÓRBIDO, ROMÂNTICO, UFO- LÓGICO, ESTRANGEIRO, NEAN- DERTHÁLICO e muitos outros. Ou seja, reveste-se de várias faces para construir sua proposta poética. Ele é natural de Castanhal-Pa, onde é mem- bro imortal da Academia Castanhalen- se de Letras. Academicamente ele é graduado em Le- tras, e pós graduado em Linguística e Docência do Ensino Superior. Já escreveu algumas obras como: DE MULIERIBUS (2005), SEARCHING FOR INSPIRATION, RHYME AND RHYTHM ), O LIVRO DA MALTA 1,2,3 (2008), NEANDER- THALIS POETICVS: UM TRIBUTO À POESIA PRÉ-HISTÓ- RICA (2001). e pretende publicar brevemente TUMBAS EM- POEIRADAS: O LIVRO(5 estilos) e O TREM DAS ALMAS PERDIDAS. Walber Pereira também é pesquisador no campo ufológi- co, advindo daí seu gosto especial por poesias espaciais. Este poeta escritor também faz parte do grupo Malta de Poetas Folhas e Ervas, e é simpatizante ao extremo do grupo Extremo Norte de escritores de Belém. É professor de Línguas (Uepa e Ifpa) e poliglota em vários idiomas.Tentar entender a obra desse escritor e poeta, é também mergulhar em um verda- deiro labirinto de gostos, que são tantos. 55 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA WALBER PEREIRA 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA Ah, como eu queria prostrar-me ao vento E sentir tormento das almas que por aqui Transluzem... Ah, como o vento é traiçoeiro e ilude As bocas, roucas de paixão de outrora. A aurora já se faz vidente (já vi isso...) Passos apressados anunciam entre Vagões Que uma alma reviveu a outra. Oh, multidões de vampiros gelados, Acuados e que não conseguem Entrar neste trem... Não digam a ninguém, Mas abrirei a porta para vocês. E cada pescoço sugado, eu quero Estar alado...e voar com vocês também... 56 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA WALBER PEREIRA O trem penetra mais e mais Em montanhas infestadas de ossos Lua opaca que não assusta as almas Desconsoladas nos vagões... Trilhos escuros, tragados pela Madrugada que avança noite à dentro Vento não há dentro das montanhas, Túnel enegrecido, estrelas apertadas... Piuiii, Piuiii ! Tenta-se o traço mais tenro de Bebida escondida O pássaro se satisfaz com pouco, Retrógrada é a luz, pulso sinistro Que insiste em dilacerar as almas neste trem 57 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA WALBER PEREIRA Oh, o trem parou por um instante Como se quisesse expulsar todas As almas errantes. Ah, um fóssil surgiu em seu caminho. Querendo agora o trem voltar ao passado Não dá mais, não dá mais A paz que se busca é algo improvável E a flor que se pega no chão... Até os vermes querem experimentar Olhar, saciar, brincar Mas o corredor tortuoso é breve E a madrugada longínqua é insana... E logo virão os vampiros da noite Querendo a carne das almas inexistente Percebo agora fumaça por trás Trilhos ferventes... PIUIII PIUIII...! 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA 58 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA WALBER PEREIRA Inquieto-me Passo-me Fundo-me Castigo-me e entrelaço-me Entre almas que se fundem aqui. Em meio a vagões de madeira sólida... Como uma bólide que se faz vidente Como uma nave que passa bem rente E o trem prossegue em seu ritmo Intermitente... PIUII PIUIII...! Olhos pragmáticos me espreitam Aves da noite prosseguem seus leitos E bocas geladas ainda sugam O néctar derramado do trem.. (é tudo perfeito) PIUIII PIUIII...! 59 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA JOSÉ LEONEL DOS SANTOS SILVA, é pastor Batista da CBB, é casado com a missionária Ana Lídia Leonel, possui graduação em Ciências Sociais ênfase em Antropologia pela UFPA (2004) e Bacharel em Teologia – STBE (1998), Fez validação em Teologia pela FA- CETEN (2008), Bacharel em Ciên- cias da Religião, Licenciado Pleno em Letras (UFPA), Licenciado Pleno em Filosofia (FAERPI), Licenciado Pleno em História (FAMEP), Licenciado Pleno em Pedagogia (UEPA), Bacharel em Ciências Contábeis (FECR), Bacharel em Serviço Social (FACIG), Cursando Bacharel em Administração, Cursando Licenciatura em Geografia, Doutor e Mestre em Teologia pelo Instituto Teológico Gamaliel, Bacha- rel em Missiologia, Mestre e Doutor em Missões Transculturais (Instituto de Missiologia Macedônia). Atualmente é professor na SEDUC/PA (Disciplina Sociologia e Filosofia), e professor da Universidade do Estado do Pará, como também na Faculdade Teológica Batista Equatorial e diretor e coordenador de teolo- gia do Instituto Batista do Nordeste do Pará. É especialista em: Ciências da Religião, História, Docência do Ensino Superior, Estudos Linguísticos e Análise Literária, História Africana e In- dígena, Antropologia Social, Gestão e Supervisão Escolar, a arte pregação expositiva, missiologia e intercuturalidade, formado também em psicanálise. É membro da Academia Castanhalen- se de Letras (ACL), autor dos livros “Demonologia, Historici- dade dos Batistas, Povos Minoritários, Pregação Expositiva em contexto animista e John Gill: o príncipe dos teólogos batistas”. Criador do projetor Vocação e Ação, projeto Mapéri e projeto Namê 60 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA LEONEL DOS SANTOS SILVA Namê Tu embelezas as manhãs Com teu jeito gracioso Beija-flor! Beija as flores Tua multidão de amores. Sob a luz do amanhecer Tua beleza irradia Sob a forte luz do sol Enches os prados de harmonia. Oh, meu lindo colibri Embelezas os jardins Acaricias as rosas, As Hortências e os jasmins. Com teu bico longo e fino Tu sugas o néctar Que te dá muita energia Que Te faz pairar no ar. És majestosa Namê Nas belas tardes de verão Tu encantas os meus olhos E também meu coração. Tens as cores do arco-íris Meu pequeno beija-flor Namê és obra de Deus Que te fez com muito amor. Das aves da natureza Tu és a menor de todas Porém és tão magnífica Em beleza és grandiosa. Beija as flores, beija-flor Sai beijando por aí Levando muita alegria Por esse mundo sem fim. 61 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA LEONEL DOS SANTOS SILVA Poema de Índia do Brasil em referência a Ana Lídia Leonel. uma eterna Namê... Missionário um valente cumpridor da missão Não há missões sem que haja, O agente missionário, Deus convoca entre seus filhos, Um valente voluntário, Para seguir um roteiro, No meio de um mundo contrário. O missionário sonha, Com grande empreendimento, Seguindo um caminho incerto, Desprovido no momento, É preciso muita fé, Para obter suprimento. A missãoé preciso cumprir, Para viver em comunhão, O caminho não é fácil, Mas a garantia é certa, Pois quem garante a missão, É general da Palavra. Missão é plano de Deus, Só ele tem o poder, Ele conta com seus filhos, A todos quer envolver, Para gerar novos filhos, Com alegria e prazer. Fazer missões para Deus, É algo fenomenal, É a promoção do bem, Contra a bandeira do mal, Porém nossa recompensa, É no juízo final. 62 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA LEONEL DOS SANTOS SILVA Missões uma vivência sem volta! Missões se faz com vontade Missões sem faz sem vontade Missões se faz pedindo a Deus Que me dê vontade de fazer missões. Missões é compromisso Missões é ação Missões é viver a vontade de Deus De forma definitiva fazendo missões. Missões é vida na vida Missões é chamado no chamado Missões é tudo no tudo de Deus Com determinação fazendo missões. Missões é uma ida sem volta Missões é cumprir o chamado Missões é fazer Deus conhecido É viver espelhando missões. 63 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA LEONEL DOS SANTOS SILVA A FORÇA DA MISSÃO É a força da missão que supera o ódio, Faz o ferido conceder perdão; Faz o mais fraco ser o campeão E subir no mais alto lugar do pódio! É a força da missão que muda o episódio, Faz uma nova história acontecer; É essa força da missão que existe dentro do ser Que nos faz vencedor, mesmo serôdio. Donde vem essa força da missão que é soberana? De que parte do universo ela emana Pra ter tanto poder nos atos meus? ... Essa força da missão que está dentro da gente, Ah ela vem de um ser onipotente! ... Sim, ela vem das mãos do nosso Deus! Ele é a força da missão.... 64 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA Imortais Pós-Fundadores 65 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA GEOVANE BELO (1985) Em 2013, venceu o Prêmio Dalcí- dio Jurandir de Literatura da Fundação Cultural do Pará na categoria Crônica com o livro Pequenas Divagações no Tempo (2014). Seu primeiro traba- lho foi lançado aos 20 anos com o título Enquanto meu corpo chorava, a cama rangia (2005). Possui Dou- torado em Educação pela UFPA na linha Educação, Cultura e Sociedade e Mestrado em Artes pela mesma univer- sidade. É graduado em Letras pela Univer- sidade do Estado do Pará e atua como docente na Universidade Federal Rural da Amazônia. Produziu contos, crônicas e poesias publicadas em diversas plataformas. Participou como recitador do projeto “A noite é uma palavra” e do Circuito Literário Banco da Amazônia. Como compositor musical, recebeu treze prêmios no FEMUC (Festival de Música Castanhalense) em seis edições do evento. É também membro da Academia Castanhalense de Letras. 66 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA GEOVANE BELO As pessoas cansam Já falei. As pessoas cansam. Há implicância severa com a bondade e futilidades mascaradas de sutilezas. Há cuidados fingidamente generosos, mas feitos do mais ardil interesse. Há um ódio à toa porque qualquer diferença. Qualquer coisa fora do frasco merece ira. Os loucos es- tão banais. Os artistas perdidos em salas refrigeradas. Os geniais da literatura continuam sem leitores, enquanto boçais disputam feiras e debocham do estilo moderno. Os amantes estão toscos, enfileirados na falsa ética, nas máscaras de menininhos de bem. Ah! As pessoas cansam mes- mo. Querem armas. Querem controlar o desejo, as bocas e os cus. Querem censurar, ridicularizar, performatizar o que são, o que comem, o que bebem, o que vestem. Nosso gosto é ques- tionado. Nosso emprego diminuído. Conta mesmo é possuir e fingir-se príncipe. “Todos príncipes na vida!” Já dizia Pessoa. Conta é estandardizar a vida! Ninguém está errado, ninguém pode ser questionado. Ninguém pode estudar ou ler em demasia porque até conheci- mento virou coisa desprezível. Que cansaço! Que fadiga! Que preguiça das pessoas. Estou um chato ou é esta gente que pesa demais sobre os meus ombros? E o Drummond dizia: “Teus om- bros suportam o peso do mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança?”. Drummond não conhecia essa gente de bem com mãos de chumbo e olhos envenenados. 67 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA GEOVANE BELO Dias de Solidão Em meio ao vago-mundo do silêncio e na ausência de sentidos, esperanças tão antigas se tornam ameaças de quase morte. São mágicos os dias de densa solidão, uma primavera perdida em cada folha caída, mas uma primavera oca, uma pun- gente beleza secando. É uma tristeza consentida de estar só e saber-se só, em meio ao ritmo programado do dia a dia. Todavia, na contramão destes prenúncios, vez ou outra, outras esperanças muito recentes despontam e de tão jovenzinhas não sabem ainda como ficar em pé. Quantas divagações e dores sorvemos em nome dos céus de algodão em que pairamos! Quantas! E agora lastimamos os paraísos artificiais perdidos, a ignorância encantada e a sauda- de agridoce em nossa boca. Hoje, ainda mentimos e cremos em anjos, plumas e véus celestiais. Só que agora existem espelhos ao redor e, além da magia, avistamos coisas finitas, dias inúteis, lamúrias e correntes. Tudo misturado a este fastio de amar sem libertação. Em outro tempo, quando estávamos amparados nas melhores utopias, nos contratos imaginários, sobrevivíamos aos desmoronamentos, às pequenas tragédias cotidianas, aos dias agudos, mas hoje, sem saber o que ainda nos une, perecemos, sem qualquer dialética. Até em dias amenos, sem motivo, geme- mos e nos atraiçoamos. É mentira, quando dizes que ainda podes ser feliz, esplendidamente, feliz. Eu conheço tua mentira. E ainda assim, tua falsa felicidade me despovoa. Sei bem, atropelamos memórias nesta incredulidade de palavras e o passado ainda continua perdido em algum lugar inalcançável para nós. Minha menina, tão verdadeiramente dissimulada, tão obscuramente confusa, tão cálida nos beijos infiéis e tão burra nas alegrias fingidas. Menina, não negues que nosso amor está escasso, 68 ANTOLOGIA DA ACADEMIA CASTANHELENSE DE LETRAS 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA GEOVANE BELO que ele se borra de medo de sair porta afora. Minha menina, as interrogações têm colocado angústias na nossa varanda e as pegadas do rancor mancharam nosso tapete preferido. Haverá ainda como regar flores invisíveis se até os vasos estão quebrados? Pode uma companhia nova enfiar-se entre os lençóis e arremessar novos sóis nestas madrugadas vermelhas? Pode invadir a casa e mudar os móveis de lugar? Pode costurar no presente outra cena com novos botões, novas cores, novos broches de fantasia? Como não ver os teus olhos de outrora em alguém chegando neste drama escuro? Como não pôr o coração empoeirado nestas perguntas torpes, perguntinhas vãs sem des- tino nenhum? Nossa alegria foi acusada de não ter sido feliz, mas a de- núncia veio do vão, do que não tem sombra, do que é sem risco, riso ou lágrima qualquer, veio de lá, veio daqui, da esquisita e ingênua falta de fé que vem ligeira e se assenta no pensamento. Não veio de nós, mas é parte de nossa sincera mentira. Estes dias de solidão comem meus minutos e no silêncio do céu paira uma paz, uma paz inquieta e triste. As nossas asas continuam quebradas, mas eu sinto, minha menina, que, a qualquer hora, saltaremos daqui, rumo ao chão ou rumo ao infinito. 69 10 ANOS HISTÓRIA E MEMÓRIA GEOVANE BELO Coração de cimento Pedro trabalhava erguendo casas, fazendo reformas no Bairro do Milagre. Tinha mãos ásperas e um coração de cimento. Muito jovem perdeu o pai. Na Companhia Têxtil de Castanhal, o velho Rubens teve a mão direita triturada por uma máquina, depois uma infecção hospitalar o consumiu as últimas forças. A mãe enlutada mergulhou no silêncio, no álcool e em tristezas sem cura. Meses após perder o marido, entregou-se também à vida noturna no bar da Conceição, onde foi vista pela última vez em 1990. Pedro cresceu com a avó materna, Dona Ana, mulher amarga e calada. Pedro, meio atordoado e cabisbaixo, resistiu. Ainda na adolescência
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