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Farmacocinética: Absorção e Distribuição

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Vitória Barbosa Turma XIII – 2020.1 
 
FARMACOCINÉTICA 
 
➢ A farmacocinética corresponde a área da farmacologia que se dedica ao estudo e/ou a análise dos processos que fa-
çam referência à ingestão (absorção, fixação, transformação e eliminação) de certos medicamentos por um ser vivo 
• Atenção: não é a forma que o fármaco age no indivíduo, mas sim a forma como o indivíduo processa o fármaco, 
uma vez que, as características individuais levam a alterações farmacológicas distintas 
• Macete: farmacoCinética é a ação da Corpo sobre a droga 
➢ Fatores que constituem a farmacocinética: absorção, distribuição, metabolização e excreção 
➢ As moléculas do fármaco movem-se pelo organismo de duas maneiras: fluxo de massa (corrente sanguínea, fluido 
linfático ou cerebroespinhal) e difusão (molécula a molécula, cobrindo distâncias curtas) 
 
ABSORÇÃO 
 
➢ Objetivos da absorção: transferir o fármaco do local de administração até os fluídos circulantes 
➢ A absorção corresponde ao processo pelo qual o agente terapêutico é transportado para o plasma sanguíneo 
➢ Esse processo irá sofrer influência da osmolaridade do meio, da difusão passiva/ativa, da lipossolubilidade do 
fármaco (coeficiente de partição óleo/água: quanto maior o coeficiente, maior será a absorção do fármaco e vice-
versa), do pH e da área/ superfície de contato (quanto maior a área, maior a absorção) 
• O pH: o fármaco irá atravessar a membrana mais facilmente se ele 
estiver não ionizado, logo, fármacos de caracte-rística ácida são 
melhor absorvidos em meios ácidos (estômago) uma vez que há 
predomínio da sua forma não ionizada, já os fármacos básicos são 
melhor absorvidos em meios básicos (intestino gelgado) pois já 
que haverá deslocamento da equação em direção à forma não 
ionizada 
• Como cai na prova: Analisando o gráfico ao lado, responda, quem 
possui característica ácida e quem possui característica básica? - 
Resposta: Z possui característica ácida uma vez que ele se 
encontra na forma ionizada no pH alcalino e D básico visto que se 
encontra na forma molecular no pH alcalino 
• Fluxo de sangue: como o fluxo de sangue para o intestino é muito maios do que o fluxo para o estômago, a 
absorção no intestino será maior 
• Implicação clínica com relação ao pH: paciente diabético, cetoácidotico, em uso de fármaco com característica 
ácida apresentará maior absorção deste 
• Implicação clínica com relação a área: pacientes que passam por um processo de redução do estomago 
apresen-tam interferência no processo de absorção, uma vez que houve redução da superfície de contato 
➢ A absorção dos fármacos via membrana exige que essas moléculas sejam pequenas, apolares e sem carga elétrica; 
já a absorção alternativa exige que as moléculas sejam grandes, polares e com carga elétrica, essa absorção é 
mediada por canais, poros ou sistemas especiais de transportes (fagocitose, pinocitose ou endocitose mediada por 
receptor) 
➢ Em administrações medicamentosas endovenosas não há o processo de absorção, visto que, o medicamento cai 
diretamente na corrente sanguínea. Nas demais administrações, com exceção da sublingual, ocorre o processo de 
absorção, porém nenhuma consegue alcançar os 100%, isso se dá devido ao metabolismo de 1ª passagem, esse 
processo consiste na transformação do fármaco para excretá-lo antes do mesmo chegar na circulação sistêmica, e 
por tanto, o estado condicional desse processo é exatamente ter absorção 
➢ Principais mecanismos de absorção: 
• Difusão passiva: o fármaco passa da região de maior concentração (lúmen intestinal) para o de menor comcen-
tração (citosol das células entéricas. Neste mecanismo não há uso de transportador, logo, os fármacos hidrosso-
lúveis atravessam a partir dos poros e os lipossolúveis atravessam a partir da sua dissolução 
• Difusão facilitada: ocorre através de proteínas transportadores sem gasto de energia 
• Transporte ativo: ocorre através de proteínas contra o gradiente de concentração, logo, possui gasto de ATP 
• Endocitose: reservado para fármacos que são excepcionalmente grandes 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
➢ Consiste no processo em que o fármaco deixa a corrente sanguínea, passando para os tecidos 
➢ À medida que o fármaco vai indo para o sangue, ele vai se ligando a proteínas; no caso de princípios ativos básicos 
eles se ligam a α-1-glicoproteina ácida e princípios ativos ácidos se ligam a albumina 
• 80% do fármaco encontra-se ligado, e 20% encontra-se livre 
𝐻𝐴+ ↔ 𝐻+ + 𝐴− 
➢ A distribuição é feita a partir do fármaco que se encontra na forma livre, essa distribuição é responsável por ocasionar 
o efeito no organismo 
• Implicação clínica: um indivíduo que ingere um anticoagulante (varfarina) terá esse fármaco interagindo com 
tudo, 80% dele encontra-se ligado a albumina e 20% encontram-se livres. Tendo-se como exemplo, um paciente 
que faz uso de varfarina e resolve administrar cetoconazol para tratar uma micose, terá essas duas substâncias 
em competição para ligar-se a albumina, no entanto, essa proteína possui mais afinidade pelo cetoconazol 
ligando-se então a ele. Dessa forma, a varfarina aumentará o seu estado livre e consequentemente o seu efeito, 
podendo gerar assim um quadro de hemorragia. Em resumo, o cetoconazol potencializa o efeito da varfarina! 
➢ Os fatores que influenciam a distribuição são os mesmos que influenciam a absorção, o único diferencial é que na 
distribuição o pH não apresenta contribuição tão forte. O fator que apresentará essa maior influência é a 
concentração de proteínas céricas 
➢ Alguns tecidos acabam sendo mais perfundidos do que outros, logo, o fármaco será mais bem distribuído para esses 
tecidos (coração, rim, cérebro, pulmão, fígado, intestino). Em contrapartida, tecidos poucos perfundidos conseguem 
acumular mais os fármacos, e por isso, são conhecidos como reservatórios (ex: osso e tecido adiposo) 
• Implicação clínica: fármacos que são acumulados nos tecidos reservatórios e demoram a serem excretados 
podem gerar uma intoxicação medicamentosa 
 
METABOLIZAÇÃO 
 
➢ A metabolização ou biotransformação é a reação em que se converte um fármaco de característica lipossolúvel em 
um fármaco de característica hidrossolúvel, para que assim, seja possível realizar a excreção; esse processo pode 
ocorrer tanto no fígado ou nos tecidos 
➢ A metabolização pode ser dividida em duas fases: 
• 1º - reação de funcionalização: é a reação 
responsável por transformar um composto ativo 
em um composto inativo a partir da ação de 
enzimas 1, essas enzimas realizam a exposição de 
grupos funcionais hidrossolúveis dificultando as-
sim o seu processo de distribuição. Essa fase con-
siste em processos de oxidação, redução e/ou hi-
drólises 
• 2º - reação de conjugação: após a inativação do 
composto ele irá sofrer ação da enzima 2 a qual 
irá associá-lo ao ácido glicurônico (na reação, 
possui ação carboxílica) 
• O pró-fármaco é um composto inativo que irá se 
tornar ativo a partir da atuação de enzimas 1, no 
organismo eles possuem certa vantagem pois 
apresentam maior meia-vida melhorando assim 
a adesão farmacológica por parte dos pacientes 
(necessitam menores ingestões do medicamento) 
• Implicação clínica: a ação de dois fármacos onde um deles estimula a ação da enzima 1 acaba provocando maior 
inativação do outro composto reduzindo assim o seu efeito (ex: fenobarbital); em contrapartida, se um deles 
realizar a inativação da enzima 1 isso acabará provocando aumento do efeito do outro composto (ex: cetoco-
nazol). No entanto, se essa interação ocorrer com pró fármacos a atuação será inversa. 
➢ O processo de metabolização ocorre a partir de uma família enzimática conhecida como citocromo p450, onde as 
mais importantes são a CYP3A4, CYP2D6 e CYP2E1 
• A CYP3A4 é responsável pela metabolização de 60% de todos os fármacos e a CYP2D6 é responsável pela meta-
bolização de 30% de todos os fármacos 
• A CYP2E1 permite a metabolização do paracetamol (composto hepatotóxico) e do álcool (atuacomo indutor em 
casos de etilismo crônico e como inibidor em consumos agudos) 
• Mulheres apresentam metabolismo farmacológico mais lento do que os homens, isso se dá por conta da atuação 
de certos hormônios que acabam inibindo a atuação de algumas CYP’s (ex: estrogênio) 
 
EXCREÇÃO 
 
➢ Corresponde ao processo de eliminação do fármaco e seus metabólitos 
➢ A excreção ocorre de várias formas diferentes onde as duas de maior relevância são: 
• Excreção hepática realizada pelas fezes (constitui cerca de 10% da excreção dos fármacos) 
• Excreção renal/urinária (constitui cerca de 90% da excreção dos fármacos) 
➢ Tome nota: fármacos lipossolúveis que possuem excreção urinária necessitam realizar a transformação hepática para 
um composto hidrossolúvel 
• Implicações clínicas: indivíduos hepatopatas que fazem uso de fármacos hidrossolúveis conseguem realizar a sua 
eliminação, e em contrapartida, em uso de fármacos lipossolúveis o paciente não consegue realizar a conversão 
podendo assim gerar um quadro de toxicidade medicamentosa 
➢ A excreção irá depender ainda do pH: Implicações clínicas: se no interior do néfron o pH do meio é ácido e o fármaco 
possui característica acida ele é mais reabsorvido, reduzindo assim a excreção e aumentando a reabsorção. Por outro 
lado, se o meio é ácido e o fármaco possui característica básica ele será mais excretado 
 
➢ OBSERVAÇÃO GERAL: A quantidade de fármaco (fármaco ligado + fármaco livre) que o indivíduo possui no sangue é 
conhecida como biodisponibilidade. A metabolização e a excreção são responsáveis pela redução da biodisponilidade 
no organismo, em contrapartida se o indivíduo apresenta uma alta taxa de absorção possuirá maior biodisponibilida-
de o que facilitará o processo de distribuição 
• A biodisponibilidade sofre influência da biotransformação hepática de 1ª passagem, solubilidade do fármaco, ins-
tabilidade química e a natureza da formulação do fármaco 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
➢ Ao se escolher a via de administração é necessário elevar alguns pontos em consideração, tais como: 
• Efeito desejado: local ou sistêmico 
• Propriedades do fármaco (lipo ou hidrossolúveis) e forma administrada 
• Idade do paciente 
• Tempo do tratamento 
• Adesão terapêutica 
➢ Via oral: é a via mais comum, sendo a opção para fármacos sólidos (comprimidos, capsulas e dráge-as) ou líquidos 
(suspensões e soluções) 
➢ Via sublingual (SL): apresenta uma absorção mais rápida que a via oral, não apresenta metabolização hepática de 
1ª passagem e por tanto apresentam uam fração biodisponível maior e efeito mais rápido 
➢ Via parenteral: injeção de medicamentos diretamente num compartimento ou cavidade do corpo, a fim de evitar os 
obstáculos da pele e das mucosas; possui vantagens para administração em paciente não colaborativos, inconsciente 
e intolerantes a dieta oral (náuseas, vômitos), em contrapartida, requer pessoal treino, corresponde a um método 
mais invasivo o qual geralmente requer ambiente hospitalar 
• Principais vias parenterais: intramuscular (IM), subcutânea (SC), intravenosa (IV) 
➢ Via retal: representa uma alternativa a via oral, apresenta ação sistêmica; recomendada para pacientes nauseados, 
comatosos e crianças – quando inseridos em regiões mais baixas, não possuem metabolização de 1ª passagem 
• Enema: são soluções/suspensões com ação local/sistêmica onde a sua principal ação é estimular a evacuação e 
aplicar contrastes 
• Supositórios: se dissolvem nas secreções retais, possuindo assim efeito local/sistêmico 
➢ Via tópica: utilizada quando o principal objetivo é atingir efeitos locais 
➢ Via transdérmica: utilizada quando o principal objetivo é atingir efeitos sistêmicos 
➢ Via inalatória: utilizada geralmente para atingir efeitos sistêmicos ou atuação diretamente na árvore respiratória; 
utilizada para tratamento de DPOC’s, indução anestésica – não apresentam metabolização hepática de 1ª passagem 
• A eficácia terapêutica depende do tamanho das partículas (deve estar entre 2-5 µm) 
➢ Via intratectal: administração direta no esPaço subaracnóideo (realizado a partir da punção lombar, entre a L2-L5) 
➢ Via intraóssea: é considerada a via alternativa das alternativas, consiste na administração de fármacos em regiões 
proximais ao joelho; geralmente utilizada em crianças <6 anos 
➢ Via vaginal: utilizada geralmente para atingir efeito local; fatores dificultadores para obter efeito sistêmico: ciclo 
menstrual, composição das secreções e volume das secreções 
➢ Via intrauterina: geralmente prescrito para utilização de DIU (a base de progestágeno ou cobre) 
 
SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS 
 
➢ Objetivo: garantir grau maior de especificidade ao atingir tecidos-alvo 
 
Pró fármacos: 
➢ São substâncias, geralmente inativas, que devem ser transformadas após sua administração, de forma que o seu 
produto metabólico seja ativo e provoque a resposta farmacológica desejada 
➢ Vantagens: 
• Modificar a solubilidade, a estabilidade, o gosto ou o odor 
• Modificar o metabolismo, distribuição, toxicidade ou resistência bacteriana (aumento da eficácia) 
• Reduzir dor ou irritação no local da injeção 
• Proteger um grupamento funcional reativo, como agentes alquilantes, agente carcinogênicos e toxinas 
• Direcionar a droga para seu alvo tecidual específico 
 
Lipossomos: 
➢ São vesículas artificiais transportadores de fármacos 
➢ Compostos de uma ou mais camadas bilipídicas 
➢ Utilizados para melhorar a absorção e diminuir a toxicidade 
➢ Remoção via sistêmica reticuloendotelial

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