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Metodologia do ensino do atletismo

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Universidade Estácio de Sá 
Bruno Menezes De Oliveira 
MATRÍCULA: 201908441062 
PROFESSORª: EDELU KAWAHALA 
CURSO: LICENCIATURA EM ED. FISICA 
RIO DE JANEIRO\RJ 2020 
 ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 
 
 As desigualdades socioeconômicas e diferenças sócias: cuidados 
conceituais 
 Não precisamos fazer nenhum esforço para constatarmos a existência de uma 
enraizada desigualdade socioeconômica em nossa sociedade. Basta darmos uma 
volta pela cidade para percebermos as diversas formas – de sutis a escancaradas – 
que dão tom às relações socioeconômicas que caracterizam a sociabilidade no 
mundo capitalista. Mas como se exprimem essas desigualdades? Em termos de 
possibilidades de aquisição material, asseguradas pela ocupação profissional e pela 
origem social, que se refletem nas oportunidades de estudo e de fruição de bens 
simbólicos. Quando pensamos em termos de escolhas religiosas, de gênero 
(masculino e feminino), etnia, geração etc., devemos mobilizar um outro conceito: o 
de diferença. Diferença e desigualdade não são palavras sinônimas. O termo 
desigualdade é, muitas vezes, investido de uma carga valorativa que deve ser 
problematizada. Em outros termos, muitas vezes, quando empregamos a palavra 
desigual, construímos uma relação que subentende uma dicotomia, uma antinomia 
em que uma coisa é “melhor” do que outra. Desigual, em muitos casos, supõe uma 
relação de superioridade e inferioridade. Por outro lado, quando falamos em 
diferença, ao invés de desigualdade, deixamos de lado a carga valorativa e 
estabelecemos uma outra relação, desinvestida de um julgamento prévio em termos 
de “melhor” e “pior”, “inferior” e “superior”. O diferente não é desigual. 
 As diversas formas de desigualdades socioeconômicas 
 A existência de desigualdades socioeconômicas está vinculada ao modo específico 
como cada sociedade está organizada. Podemos destacar três formas clássicas de 
organização social que implicam formas de sociabilidade e de desigualdade 
distintas. São: O sistema de castas, Os estamentos e as Classes sociais: 
caracteriza se muitas formações sociais. No mundo antigo, a China e a Grécia 
estavam organizadas segundo esse sistema. Talvez o exemplo mais conhecido seja 
o da Índia, em que a organização está fundamentada na hereditariedade e nas 
profissões. Hoje em dia, o sistema de castas hindu convive com a existência de 
classes sociais, perfazendo uma organização híbrida. No entanto, vale chamarmos a 
atenção para as quatro castas que compõem a estrutura social na Índia: brâmanes 
Casta sacerdotal, superior às demais xátrias Casta formada por encarregados pela 
administração pública Casta dos comerciantes, artesãos e camponeses suas Casta 
inferior, composta por aqueles que desempenham trabalhos manuais, considerados 
2 
no sistema de castas não há mobilidade social, não podendo haver contato físico 
entre membros de castas diferentes. Entretanto, nenhum sistema é totalmente 
rígido. Os costumes, ritos e crenças dos brâmanes são adotados pelas castas 
inferiores e, embora seja proibida, a imitação faz com que emerja uma certa 
homogeneidade de costumes entre as castas. Casamentos entre membros de 
castas diferentes também podem acontecer, mostrando não haver total ausência de 
flexibilidade no sistema. Com o advento da industrialização e da urbanização, 
implicado na ideia de “ocidentalização” do mundo, o sistema de castas está 
gradativamente se arrefecendo, o que não significa dizer que as normas e costumes 
característicos desse sistema inflexível tenham desaparecido do cotidiano das 
pessoas. Os estamentos, também chamados de estados, são outro exemplo de 
estratificação social. O exemplo emblemático de sociedade fundamentada nesse 
sistema é o feudal. Também a França de fins do século XVIII, na iminência da 
Revolução, estava dividida em estamentos: nobreza, clero e o chamado terceiro 
estado (comerciantes, industriais, camponeses, trabalhadores urbanos etc.). Em 
linhas gerais, o que caracteriza um estamento é a existência de um conjunto de 
direitos e deveres, privilégios e obrigações não necessariamente outorgados, mas 
publicamente reconhecidos, reproduzidos e sustentados pelas autoridades oficiais. A 
possibilidade de mobilidade de um estamento para outro existia, mas não era 
recorrente. Alguns indivíduos chegavam a obter títulos de nobreza, mas o que 
definia o prestígio era a posse de terra. Por exemplo, no feudalismo, aqueles que 
não possuíam terra eram econômica e politicamente dependentes, além de 
socialmente inferiores. A dinâmica dos estamentos está fundamentada em uma 
relação de reciprocidade. Pensemos novamente na sociedade feudal: havia sempre 
um conjunto de obrigações dos servos para com os senhores (trabalho) e vice-versa 
(proteção), a despeito da intransponível barreira que os separava. ATENÇÃO Hoje 
em dia, a palavra estamento é utilizada para fazer menção a uma determinada 
categoria ou atividade profissional, por exemplo, o “estamento militar”. A utilização 
da referida expressão denota a permanência de traços das formações sociais 
divididas em estamentos. Assim, na sociedade atual, classificar determinada 
categoria como um estamento é sublinhar que ela está fundamentada em um código 
de honra e obediência, em regras precisas e rígidas. As classes sociais são a 
expressão do modo como as desigualdades estão estruturadas na sociedade 
capitalista. O primeiro estudioso a conferir preponderância analítica às classes 
sociais foi Karl Marx. No capitalismo, as relações entre as classes sociais são 
regidas pelas relações entre capital e trabalho assalariado, em que a propriedade 
privada é o fundamento e o bem maior a ser preservado. Assim, no capitalismo, os 
diferentes grupos sociais estão situados no contexto das classes sociais e, por 
conseguinte, na divisão social do trabalho e na produção e reprodução da vida 
social. Os estudos empreendidos por Marx acerca do capitalismo não dão conta de 
sua diversidade e amplitude. Isso porque o teórico recortou seu objeto de 
investigação, privilegiando apenas a dimensão fabril e as relações classistas a ela 
condizentes, no caso a burguesia e o proletariado. Por certo que a sociedade 
capitalista é muito mais plural e diversificada, não se reduzindo ao par antitético 
cristalizado na dualidade burguês x proletário. Por exemplo, a teoria de Marx não dá 
conta da explicação da existência do setor terciário, posto que sua análise está 
voltada para a edificação de uma teoria do valor. É necessário analisar a 
constituição histórica das classes sociais, o modo como elas se relacionam e como 
atuam no processo de produção da vida material e social. Falar em desigualdades 
socioeconômicas, nesse registro das classes, é levar em consideração aspectos 
fundamentais de nosso cotidiano, observáveis e práticos. Para constatá-las, basta 
olharmos ao nosso redor: de um lado veremos indivíduos dirigindo seus carros 
importados e, de outro, a maioria da população andando de ônibus, trens, bicicleta e 
mesmo a pé. Já Weber dá outra definição ao conceito de classe social. Para ele, 
3 
classe é todo grupo de pessoas que se encontram em uma situação de classe 
semelhante, ou seja, têm os mesmos acessos e possibilidades de aquisição material 
e posição social. Até o século XV, as explicações para a existência das 
desigualdades socioeconômicas giravam em torno de uma “herança natural”: os 
indivíduos nascem diferentes e, portanto, devem assumir essa condição. Assim, 
havia um direito desigual para os desiguais: os nobres contavam com o respaldo de 
uma legislação que lhes definia os direitos e deveres e era aplicável somente a eles. 
Os demais membros possuíam outra legislação – elaborada pela nobreza –, que 
explicitava seus parcos direitos. A partir do século XVI, com uma série de 
modificações estruturais nas nações europeias, começaram a adquirir relevância osquestionamentos acerca dos porquês da existência das desigualdades entre os 
homens, e muitas foram as tentativas de explicação da origem das desigualdades. 
Hobbes (1588-1679) afirmava que os homens são naturalmente iguais; Locke (1632- 
1704) defendia a existência de uma diferença natural entre os homens; Rousseau 
(1712-1778) afirmava que as desigualdades entre os homens não são de caráter 
natural, mas oriundas da convivência dos indivíduos em sociedade. Os direitos 
políticos, civis e sociais oriundos do ideário burguês universalista, gestado durante a 
Revolução Francesa, não atingiram a maior parte da população. A igualdade que 
prevê que “todos devem ser iguais perante a lei” buscou atribuir aos desiguais uma 
igualdade de direitos. Mas não parece contraditória a afirmação de uma igualdade 
de direitos em uma sociedade fundamentada justamente na desigualdade 
socioeconômica? Nos dias de hoje, assistimos cada vez mais à transformação dos 
direitos em privilégios. A educação, um direito, é transformada em um privilégio, e 
assim por diante. Com o crescimento da produção e do comércio na Inglaterra do 
século XVIII, houve uma grande demanda por mão de obra, e a pobreza e a miséria 
passaram a ser relacionadas à preguiça e à indolência dos indivíduos, à indisposição 
ao trabalho, uma vez que havia muita oportunidade de emprego. Opera-se, assim, 
uma vantajosa (para o sistema vigente) inversão, em que as grandes massas, como 
forma de não aceitação da pecha de indolente, submetiam se às precárias 
condições de trabalho. A teoria de Malthus (1776-1834) reiterava tal mecanismo 
perverso: a população cresce em progressão geométrica, enquanto os meios de 
subsistência em progressão aritmética. Assim sendo, a pobreza era atribuída ao 
número de filhos que uma determinada família sem posses apresentava. Ao invés de 
questionar a concentração de riqueza, a teoria malthusiana procura inverter a 
equação e culpa o indivíduo. Ainda hoje presenciamos remanescentes dessa linha 
de pensamento, apregoando o casamento tardio, a vasectomia (mesmo forçada) 
como formas de restringir o número de filhos para as famílias pobres e, assim, 
impedir a difusão da miséria. Nas sociedades anteriores à capitalista, os indivíduos 
nasciam desiguais e assim viviam. No capitalismo, a desigualdade existe desde o 
nascimento, mas há um discurso que afirma que todos são iguais perante a lei e, 
mais ainda, que o trabalhador pode prosperar e enriquecer. A igualdade formal 
(perante a lei) corresponde a uma desigualdade de fato, que se reproduz 
cotidianamente na sociedade capitalista. As desigualdades sociais no Brasil Nosso 
legado colonial denuncia o quão antiga é a existência das desigualdades 
socioeconômicas no Brasil. Os primeiros contatos dos portugueses com os 
autóctones estiveram fundamentados na construção de uma relação em que a 
diferença entre as etnias fora logo apreendida em termos de superioridade 
(portugueses) e inferioridade (diversas culturas indígenas). A própria existência, nos 
dias atuais, da tutela indígena ilustra bem o quanto estão enraizados os resquícios 
dessa relação. 
O processo de colonização, no Brasil, que tinha no trabalho escravo fonte de lucro 
primordial, é outro exemplo de que o “nosso passado nos condena”. A compreensão 
das formas veladas de desigualdade, ainda persistentes, podem ser mais bem 
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investigadas à luz da história brasileira. Com as transformações ocorridas desde a 
belle époque tropical (final do século XIX) até meados do século XX, a sociedade 
brasileira caminha rumo à industrialização e à urbanização. A cidade torna-se polo 
de atração de um significativo contingente populacional, que contribui para o 
esvaziamento das áreas rurais e para a crescente proletarização dos centros 
urbanos, para a formação dos subúrbios e das periferias. Essa massa de indivíduos 
destituídos de possibilidades efetivas de colocação profissional evidencia o modo 
pelo qual o capitalismo, em seu processo de desenvolvimento e consolidação, cria 
as desigualdades, que sob a forma de pobreza e miséria e, socialmente, sob a forma 
de exclusão, marginalização social, formas precárias de existência (saúde, 
habitação, educação). E quais seriam as possibilidades de transformação dessa 
realidade social? Uma mudança significativa desse quadro deveria ser iniciada 
através do investimento público em um amplo programa de educação básica. Em 
todos os países em que grande parte da população vive em condições dignas, as 
políticas e medidas governamentais têm como fito a extensão da educação básica 
para a maioria das crianças. A Coreia do Sul é um exemplo de que investimentos 
maciços e duradouros em educação básica, em educação profissionalizante para 
adultos e em saúde e saneamento concorrem para a modificação efetiva do 
panorama calamitoso gerado pelo capitalismo. Em contraposição, o Brasil gasta 
muito em projetos sociais, porém obtém resultados desvantajosos, pois os gastos 
com a burocracia e os desvios consomem grande parte dos recursos. 
 
 As desigualdades educacionais do bairro observado 
Em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, alunos, em sua grande maioria negros, se localizam 
em um contexto de violência urbana desenfreada, uso de drogas no interior das escolas e 
disputas de territórios. São jovens que também não engatam nas matérias escolares, se 
cercam de dilemas próprios à vida nas favelas e passam a ter suas biografias entrelaçadas 
pelo tráfico em alguns casos. Nos corredores da instituição retratada ali, vemos professores 
desmotivados, sobrecarregados e mal remunerados. São pessoas que não dispõem das 
referências necessárias para a ascensão social. Estão imóveis, inertes. Muitas vezes quem 
lhes atrapalha é o medo, dentro e fora de casa. Além disso, para os alunos falta 
alimentação em casa, transporte adequado e motivação para estudar. Temos aqui uma 
instituição refém de um projeto governamental reducionista pronto para não dar certo. Toda 
a perversidade da reprodução social por meio da educação está presente nesse longa-
metragem, fruto de quatro anos de pesquisa exaustiva. Se, por um lado, vemos que existem 
muitas pessoas talentosas e muitos sorrisos cheios de resiliência nos recantos mais 
distantes do nosso país, por outro nos entristecemos com a criatividade desperdiçada em 
uma geração, dentre muitas, que foi relegada ao segundo plano no Brasil. Os abismos entre 
um lado e outro da realidade apresentada são tantos que chegam a desanimar e 
desacreditar aquele espectador que se encanta com a riqueza nas narrativas dos indivíduos 
entrevistados. Como fugir dessa história? Que nação desejamos para o futuro? Certamente 
são muitos os pedagogos, sociólogos, cientistas políticos, gestores públicos, que em 
alguma medida refletiram sobre esse drama tupiniquim nas últimas décadas. Entretanto, o 
país continua sem ter completado o ciclo de alfabetização dos seus alunos, formando 
milhões de adolescentes que não possuem as competências básicas de matemática, leitura 
e ciências para a realização das principais avaliações. 
Tem-se aqui um problema que não é só de investimento nem de gerenciamento, mas de 
uma estrutura desigual no seu todo, que impacta na forma como os alunos acessam as 
escolas e nelas permanecem. O suporte que dá as condições para que um estudante 
consiga boas notas no colégio, se forme em uma universidade e tenha as condições de 
prolongar os seus estudos após isso – fazendo aumentarem as chances de disputar as 
melhores vagas de emprego – envolve mais do que salas de aula equipadas com ar 
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condicionado e data show, embora esses sejam cruciais como mostrados no documentário. 
Ele tem a ver também com um traçado que advém desde as relações primárias do sujeito, 
onde algumas das noções mais importantes que levaremos para a vida são adquiridas e 
irão interferir na forma como nos constituiremos em espaços sociais importantes como o 
escolar.Não a toa médicos, juízes, diplomatas e professores doutores muitas vezes vem de 
famílias onde tais profissões já se faziam presentes. Segmentos sociais distintos produzem 
diversos que se refletem na forma como crianças e adolescentes são socializados e lidam 
com os desafios educacionais. Por essa razão, atacar, em longo prazo, o dilema da 
concentração de renda no Brasil é tão crucial para produzir efeitos em escala nas mais 
diversas áreas, inclusive na educação, onde as distâncias campo-cidade, ricos-pobres e 
negros-brancos se encontram tão marcadas. 
 O modo de vida das pessoas que moram no bairro: Os modelos de referência 
que as pessoas têm no bairro... 
O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um contraponto 
a outro indicador muito utilizado, o PIB per capita, que considera apenas a dimensão 
econômica do desenvolvimento. O IDH pretende ser uma medida geral, sintética do 
desenvolvimento humano. Ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma 
população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras 
características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana 
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2010). 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa obtida pela média 
aritmética simples de três dimensões ou subíndices: longevidade (esperança de vida); 
educação (taxa de alfabetização de adultos e taxa de escolarização) e da renda (PIB per 
capita ajustado) e é uma forma padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma 
população. 
O índice varia de zero até 1, sendo considerado: 
muito alto, maior ou igual a 0,800 até 1,000 (1 município); 
alto, quando maior ou igual a 0,700 até 0,799 (57 municípios); 
médio, de 0,600 a 0,699 (34 municípios); baixo, entre 0,500 e 
0,599 (nenhum município); muito baixo, entre 0 e 0,499 
(nenhum município). 
O IDH de Duque de Caxias calculado em 2000, pelo IBGE, revela um IDH de 0,753, ocupando 
o 52º lugar no Estado do Rio de Janeiro onde o Município de Niterói tem o 1º maior valor de 
IDH (0,886). Mas se na virada do milênio, Duque de Caxias começava a expressar um 
crescimento econômico de fôlego, o mesmo não se vê em sua situação social. O IDH-M 
brasileiro em 2002 teve a media de 0,764. O IDH-M de Duque de Caxias teve no ano 2000 o 
valor de 0,753, estando em 56º lugar no estado e em 1796º no Brasil. 
Já IDH de Duque de Caxias calculado em 2010, ano do último censo completo do IBGE, 
revela um discreto aumento no IDH que subiu para 0,711, ocupando o 49º lugar no Estado 
do Rio de Janeiro e a modesta posição de 1574º no Brasil. Conforme podemos visualizar na 
figura 6, a tabela com o ranking do IDHM dos Municípios de 2010 (com dados dos Censos 
1991, 2000 e 2010). 
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Caracterização de indices de trabalho formal 
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), foi 
possível caracterizar o perfil do mercado de trabalho formal do município. As três 
principais atividades que empregam a população caxiense são: serviços, comércio e 
indústria de transformação, respectivamente (figura 4). Conforme podemos visualizar na 
figura 4, os principais setores econômicos e o percentual de empregabilidade por áreas, em 
06 de dezembro de 2010, Duque de Caxias 
Figura 3: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. 
 
Desde a emancipação do município, vários fatores econômicos e sociais contribuíram para o 
seu crescimento populacional que aumentou em 1.422% nas suas três primeiras décadas de 
existência. Na década de 1960, a instalação da Refinaria de Duque de Caxias (REDUC) e a 
formação de um complexo industrial composto por petroquímicas e distribuidoras de gás de 
cozinha e combustível tornaram-se atrativos à migração de habitantes do interior do Rio de 
Janeiro e de outros Estados. Outro fator que concorreu para o aumento populacional em 
Duque de Caxias, ainda na década de 1960, foi à especulação imobiliária na cidade do Rio 
de Janeiro, quando uma parcela da população carente deste município, em sua maioria de 
baixa escolaridade e sem qualificação profissional, transferiu-se para os municípios próximos, 
mantendo vínculo empregatício no centro da metrópole. Contudo, segundo Albuquerque, 
(1994:89) e Lago (2000), essa ocupação crescente não teria sido acompanhada de obras 
suficientes de infraestrutura urbana. 
Segundo IBGE, Duque de Caxias é o quarto município do Estado em população, com 
densidade demográfica alta e crescimento populacional, acelerado. A densidade demográfica 
do município é de 1800 pessoas por Km², a 8º do estado. A taxa média geométrica de 
crescimento anual para os anos de 91/96 foi de 1,38%, muito maior do que as médias do 
Estado (0,92%) e da região metropolitana (0,76%). A taxa de crescimento anual estimada de 
0,7% com esperança de vida ao nascer de 67,49 anos. A população residente estimada do 
município, em 2009, era de 872.762 habitantes. Conforme podemos visualizar na figura 5, o 
gráfico a seguir mostra o crescimento populacional de Duque de Caxias de 2000 a 2009. 
https://journals.openedition.org/espacoeconomia/docannexe/image/2061/img-3.png
https://journals.openedition.org/espacoeconomia/docannexe/image/2061/img-3.png
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Quanto à educação no município, podemos afirmar, segundo dados do Estudo 
Socioeconômico dos Municípios Fluminenses, elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado 
do Rio de Janeiro, o número total de matrículas nos ensinos infantil, fundamental e médio 
de Duque de Caxias, em 2009, foi de 209.209 alunos, tendo caído para 193.376 em 2010, 
apresentando variação de -7,6% no número de estudantes. 
Empresas de vários segmentos têm-se instalado em Duque de Caxias, tais como o Jornal O 
Globo e o Carrefour, aproveitando a privilegiada posição do município, próximo das 
principais rodovias brasileiras: Linha Vermelha, Linha Amarela, Rodovia Presidente Dutra, 
Rodovia Washington Luiz e Avenida Brasil, além da proximidade do Aeroporto Internacional 
Tom Jobim e a distância de apenas 17 km do Centro do Rio, levando seus produtos 
facilmente para grandes centros consumidores: São Paulo, Minas Gerais e Sul do Brasil. 
O maior parque industrial do Rio de Janeiro fica no município, tendo empresas cadastradas 
como Texaco, Shell, Esso, Ipiranga, White Martins, IBF, Transportes Carvalhão, Sadia, 
Ciferal, entre outras. O segmento está mais concentrado nos setores de química e 
petroquímica, estimulados pela presença da REDUC, a segunda maior do país que possui 
um Polo Gás-Químico e conta com a Usina Termelétrica (Leonel Brizola), conhecida como 
Termorio. 
A Refinaria de Duque de Caxias (REDUC) embora seja a maior empresa do setor 
petroquímico no município e a maior geradora de empregos, tem 70% de sua mão-de-obra 
importada de outros municípios do Estado, o que compromete a inserção na economia local 
da riqueza produzida pela empresa. Fica, portanto, a população local restrita a empregos 
indiretos gerados por empresas terceirizadas, cujas atividades são menos sofisticadas com 
níveis de remuneração menores. No cadastro industrial da Firjan, Duque de Caxias ocupa a 
segunda posição em número de empregados no Rio de Janeiro e a terceira em número de 
estabelecimentos, atrás apenas da própria capital e de Petrópolis. 
Os principais segmentos industriais são: químico, petroquímico, metalúrgico, gás, plástico, 
mobiliário, têxtil e vestuário. Apesar de um contexto que combina forte crescimento 
econômico nacional e consistente diversificação da economia fluminense, Duque de Caxias 
não experimenta um ciclo virtuoso caracterizado por elevados níveis de investimentos 
produtivos e em infraestrutura dentro do município, atraídos por suas vantagens 
comparativas. 
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Bibliografia : Barreto, Raylane Andreza Dias Navarro. Fundamentos antropológicos & 
sociológicos. / Raylane Andreza Dias Navarro Barreto. – Aracaju: UNIT, 2012. 
 As desigualdades educacionais Brasileiras.Título: Pro dia nascer feliz 
 Fernando Ribeiro Camaz, « Duque de Caxias-Rio de Janeiro: contradições entre 
crescimento econômico e desenvolvimento social », Espaço e Economia [Online], 
7 | 2015, posto online no dia 14 abril 2016. 
 
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