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Diagnostico Imagem

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Anatomia radiológica e diagnóstico por imagem 
Antes de iniciar o estudo das técnicas de imagem, é fundamental entender as 
orientações anatômicas básicas. 
Posição anatômica básica – como se a pessoa estivesse de pé, com a cabeça, o olhar e 
os dedos voltados anteriormente (para frente), braços ao lado do corpo, com as 
palmas voltadas anteriormente e membros inferiores próximos, com pés paralelos. 
Planos: 
Mediano (sagital mediano) - divisão do corpo em duas metades: direita e esquerda. 
Plano sagitais: planos que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano. 
Planos frontais (coronais): planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos 
retos com o plano mediano, dividindo corpo em anterior e posterior. 
Planos transversos: corta o corpo em sentido latero-lateral, dividindo o corpo em 
região superior e inferior. 
Eixos: 
Sagital, longitudinal e transversal (laterolateral).* 
Termo de relação e comparação: Medial, intermédio e lateral - quando falamos de 
antebraço, usamos os termos ulnar e radial; para perna, usamos tibial e fibular; 
Anterior (ventral) e posterior (dorsal) – falando de mão, podemos usar os termos 
palmar e dorsal e para pé, plantar e dorsal; Superior (cranial), médio e inferior 
(caudal); Proximal, médio e distal (termos usados, por exemplo, para dividir um osso 
longo. Fala-se em relação à origem do membro do osso); Superficial e profundo; 
Interno e externo. 
Essa terminologia comparativa e relações espaciais básicas de anatomia são de 
extrema importância para o correto entendimento de exames de imagem, bem como 
no exame físico do paciente. Como formar imagens para visualizar estruturas internas 
do corpo humano? Existem diversas técnicas. 
Telerradiografia (raio x) 
RAIOS X – são uma forma de energia radiante, semelhante aos raios luminosos, 
diferindo desses raios pelo comprimento de onda. Roentgen em 1895, descobre os 
raios X ao realizar experiência com um aparelho que emitia raios X. 
A imagem é formada em uma placa de anteparo para os raios-X, contendo um filme 
radiográfico em um recipiente especial, o chassi (placa que o técnico em radiologia 
coloca o filme radiográfico). 
Porque a imagem se forma em contrastes diferentes (cores diferentes): porque há 
diferenças entre os tecidos e substâncias expostas aos raios-X, que podem ser 
divididas entre substâncias radiopacas e radiotransparentes (radiodensidades relativas 
das substâncias). 
Quanto mais raio chegar ao filme, mais escura será a imagem (o que significa que a 
região/substância em que incidiram os raios-X quase não foram absorvidos) – 
radiotransparentes ou hipertransparentes. 
Quanto menos raios-X chegarem ao filme, mais clara será a imagem, o que significa 
que boa parte dos raios foram absorvida pela região incidida – radiopacas ou 
hipotransparentes. 
 
FORMA DA IMAGEM 
A imagem gerada pelo exame de raioX é bidimensional: a partir do objeto 
tridimensional projeta-se uma silhueta do que se viu com contrastes diferentes num 
plano (bidimensional). Por esse motivo, para visualizar mais detalhes fazse necessário, 
muitas vezes, RX em duas incidências (geralmente PA e perfil). 
Lembrar também que Imagens mais próximas sofrem menos distorções. Dessa 
maneira, se eu quero estudar a coluna, eu tenho que colocar a ampola na frente e o 
filme atrás. Entretanto, se eu quero estudar coração e grandes vasos, eu faço o 
contrario – coloco a ampola atrás e o filme na frente. 
INCIDÊNCIAS 
PA (póstero-anterior): tubo de raio-X atrás e o filme na frente do paciente. Os raios-X 
atravessam o paciente de trás para frente. 
AP (ântero-posterior): geralmente feita com aparelho portátil, para pacientes muito 
doentes que não conseguem se erguer da cama. Diferente do raio-X em PA: aumenta a 
sombra do coração e faz costelas posteriores parecerem mais horizontais, diafragma 
mais alto e volume pulmonar parecerá menor do que em um paciente em pé. 
 
 
Perfil ou raio-x de incidência lateral: marcada com D (direita) ou E (esquerda) de 
acordo com o lado do paciente que estava contra o filme. 
 
QUALIDADE DA IMAGEM 
A técnica para realização dos exames telerradiográficos são importantes e 
estabelecidas por convenção: clavículas devem estar simétricas e o técnico deve saber 
a quantidade de raio-X a que o paciente deve ser submetido para visualizar a região 
desejada (penetração dos raios-X: imagem mal ou bem penetrada).) 
 
Tomografia Computadorizada 
 Este exame radiológico também tem a radiação ionizante como princípio básico de 
funcionamento. Entretanto, como a quantidade de radiação ionizante efetivamente 
absorvida (medida em unidade Sievert-sV) muito superior ao raio-X, deve-se evitar a 
sua utilização sempre que possível. 
Fornece imagens radiográficas de um corte transversal do paciente, sem sobreposição 
de imagens. 
Emissão de radiação movendo-se em círculos, podendo utilizar-se também o contraste 
endovenoso a base de iodo para individualizar certas estruturas (ex.: aneurisma, 
secção aórtica, etc.) 
Os aparelhos já possuem diversas gerações, sendo os mais modernos utilizados 
atualmente os de 3ª e 4ª geração – há também o TC helicoidal (5ª geração). A 
diferença entre essas gerações está na nitidez da imagem e no tempo de realização do 
exame. 
VANTAGENS DA TC: estudo de estruturas diferentes com uma maior nitidez e 
dependendo da qualidade do equipamento, consigo fazer uma reconstrução em 3D da 
estrutura. Baixo custo e fácil acesso. 
DESVANTAGENS: utilização de radiação ionizante e meio de contraste (necessidade de 
ter uma infraestrutura caso haja reação alérgica do paciente contra o contraste). 
Planos de corte limitados em equipamentos mais antigos. 
 
Ultrassonografia 
Utiliza feixes de ultrassom, emitido por um cristal piezoeléctrico, mais ou menos como 
funcionam os sonares. Diferenças entre a impedância acústica de cada tecido 
produzem ecos diferente. Quanto maior a frequência, mais nítida a imagem. 
Limitações: ar e ossos não são visualizados por conta de reflexão da onda sonora. Este 
exame é mais adaptado 
para vísceras 
parenquimatosas – órgãos sólidos são ecogênicos. Coleções de líquidos ou cistos 
parecem livres de eco, sendo ecotransparentes ou anecoicos. 
Produz imagens bidimensionais. O cristal, dentro do transdutor, movimenta-se o 
tempo todo. A imagem uni ou bidimensional é formada pela captação dos ecos 
recebidos o transdutor e emissor e receptor, processados por meio de computação 
gráfica 
Efeito doppler: como se percebe a frequência de uma onda com a velocidade do 
movimento. Efeito doppler é a mudança aparente de percepção de uma frequência de 
onda entre a fonte emissora e o observador. Utilizado para ver direção e velocidade de 
fluxo sanguíneo, exemplo. Ondas que se aproximam: vermelho; ondas que se afastam: 
violeta. 
 
 
Ressonância Magnética 
O campo magnético provoca o alinhamento dos núcleos de hidrogênio. Núcleos que se 
alinham no mesmo sentido do campo magnético são considerados núcleos de baixa 
energia e os que se alinham no sentido oposto, núcleos de alta energia. Energia de 
radiofrequência é então emitida por uma bobina que funciona de maneira 
intermitente. Os núcleos de baixa energia excedentes absorvem a energia de 
radiofrequência. Quando a bobina de radiofrequência é desligada, esses núcleos 
liberam a energia absorvida que será captada por uma bobina receptora, que converte 
a energia em corrente elétrica. Aparelho escaneia dessa maneira o corpo, em fatias. 
A frequência de ressonância diz respeito a frequência que cada núcleo de hidrogênio 
absorve bem. Quanto mais alto o campo magnético, maior a frequência de 
ressonância. Aplico isso às diferentes frequências de ressonâncias para obter a 
imagem. 
VANTAGENS: não necessitam de radiação ionizante, não utiliza contrastes e planos de 
corte não necessitam do reposicionamento do paciente. A diferenciação das estruturas 
é muito nítida. 
DESVANTAGENS: alto custo,dificuldade de identificar pequenas calcificações patológicas dos tecidos e tem 
contraindicações absolutas (marcapasso, projetil alojado). 
 
São contraindicações absolutas para a realização do exame: 
• “Clips” de aneurismas cerebrais 
• Marcapasso cardíaco 
• Proteses ferromagnéticas cocleares ou ossiculares. 
• Claustrofobia, síndrome do pânico (já existe RM de campo aberto) 
• Pacientes com monitorização intensiva 
• Ferimentos por arma de fogo

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