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Rafael de Sena Souza Data: 02/06/2019 Calangotec Baja Senai CIMATEC Plano de estudo - Estrutura O estudo e desenvolvimento estrutural de um veículo da categoria BAJA é de grande importância e de fundamental qualificada realização para a eficiência de todo o projeto, já que sem ele, não há o chassi, componente do veículo que sustenta todos os outros componentes e piloto. Nesta etapa do projeto, é analisado basicamente a composição, organização, posicionamento e propriedades dos componentes(tubos) do chassi e os esforços impostos a estes de forma a resistir a todos esses esforços durante as competições, atender ao regulamento e favorecer os demais subsistemas e à ergonomia planejada para o veículo. Estrutura a atender o regulamento No RATBSB (Regulamento administrativo e técnico BAJA SAE BRASIL), são apresentados os posicionamentos e intervalos dimensionais requeridos para cada membro do chassi, o que deve ser seguido pela equipe para possibilitar e otimizar seu desempenho na competição. A exemplo de partes que devem ter no chassi, temos o plano atrás do piloto para colocação da parede corta-fogo, que evita o contato de fogo com o piloto em caso de incêndio no motor, além disso, há o envelope de capotamento, que se trata de componentes do chassi em volta do motor que impossibilitam dano no mesmo por colidir com o chão no caso do veículo capotar, outro ponto de encontro do subsistema estrutura com algum outro, neste caso suspensão, são os olhais para fixação da suspensão no chassi. Vale salientar que a estrutura deve permitir fácil manutenção desses equipamentos acoplados a ela se for necessário na competição, principalmente no enduro. Cargas impostas aos componentes do chassi: 1. Cargas Axiais: São todas as cargas que agem de forma a tracionar ou comprimir algum membro no sentido longitudinal. Estas cargas podem ser impostas ao chassi de um veículo BAJA durante a prova de tração, em que o veículo deve puxar um dispositivo que tem seu peso aumentado gradativamente, o qual aplica uma força contrária à imposta pelo veículo, exercendo assim, um esforço axial sobre o veículo como um todo(conjunto de componentes). 2. Cargas transversais: Como próprio nome já diz, é uma carga aplicada no sentido transversal ao eixo longitudinal do corpo, podendo provocar tanto a flexão quanto o cisalhamento da peça, um exemplo da ação de cargas transversais no chassi de um veículo BAJA pode ocorrer ainda no teste de tração, no ponto de reboque traseiro, no qual está conectado o dispositivo tracionado, pois para situações em que o ponto de reboque seja em chapa, por exemplo, o membro que sustenta-lo, sofrerá flexão. Figura 3: Flexão de componente que sustenta o ponto de reboque Observação: Cisalhamento pode ser entendido tanto como duas chapas se interceptando em um plano e com forças atuando em cada uma em separado, com o mesmo sentido e direções contrárias, quanto como um impacto gerado por algum corpo ao “cortar” ou “perfurar” outro corpo, a exemplo, segue uma foto de ensaio de cisalhamento de parafuso, utilizado para quantificar a resistência deste. Figura 4: Ensaio de cisalhamento de parafuso. Fonte: PUC Goiás 3. Binárias Por último, tem-se as cargas binárias, que são aquelas que impõem o corpo que sofrer essa carga a situação de torção ou flexão. Propriedades estudadas para adequamento do chassi: Linhas de zebra: Permitem uma visualização de mudanças mínimas na estrutura que não podem ser vistas a olho nu. Tais mudanças podem representar rugosidades , trincado ou defeitos na estrutura analisada, que podem gerar problemas não imaginados pela equipe se não tiverem sido analisadas as linhas de zebra. As linhas de zebra podem ser utilizadas no software SolidWorks, e simula o reflexo de longas tiras de luz no corpo estudado, avaliando qual o limite entre duas ou mais superfícies de do corpo. Figura 5: Análise das linhas de zebra de um corpo no SolidWorks Fonte: SolidWorks Um exemplo de estudo que pode ser feito a partir das linhas de zebra é sobre a facilidade de torção de algum componente do chassi ao veículo executar uma curva. Rigidez Torcional: Se trata de quanto momento torsor precisa ser aplicado ao eixo longitudinal de um corpo para que esse corpo sofra uma torção de uma determinada angulação. A principal situação em que os cálculos da rigidez torcional de um veículo deve se atentar são as curvas, já que quando realizada uma curva para a direita, por exemplo, a grande maioria do peso do veículo é transferida para o lado esquerdo do mesmo, e pela ação da suspensão, essa carga é transferida para o chassi do veículo, que pode torcer se não houver a rigidez necessária. Este exemplo se aplica mais a carros que alcançam alta velocidade, porém, para veículos como o baja pode se pensar em algum terreno inclinado, no qual o peso do carro tenderá para uma direção. Para calcular a rigidez torcional, podem ser utilizados softwares que realizem essa atividade, como o ANSYS, ou realizar na prática, por meio do método de fixar o veículo em pontos específicos e aplicar uma força em outro local, visando deformar os componentes entre essas posições, dessa forma, calcula-se qual o ângulo da deformação e a força aplicada, coloca estes valores na fórmula a seguir e encontra-se o valor de rigidez torcional da estrutura do veículo em análise. Kt = T / θ Kt = Rigidez torcional; T = Torque; θ = Ângulo da deformação Tabela 1: Valores característicos de rigidez torcional para diferentes veículos Fonte: Barbosa (2005) A tabela acima aborda apenas uma média da rigidez torcional dos veículos dessas categorias, não abrangendo uma restrição. Rigidez à flexão: Refere-se ao quanto uma estrutura resiste a fletir ao sofrer uma carga transversal à estrutura, evitando, desta maneira, sofrer deformação e garantindo uma boa estabilidade. A análise adequada dessa propriedade fornece apoio a outros subsistemas, principalmente à suspensão, e à ergonomia e conforto do piloto. Para realizar o cálculo de rigidez à flexão, geralmente são utilizados softwares, em destaque o ANSYS, porém, para calcular manualmente, utiliza-se : M = Rigidez à flexão; E = Módulo da elasticidade. Ik = Momento de inércia da seção transversal de uma viga(no caso se refere ao componente do chassi) em torno do eixo de interesse. Referências: http://dspace.unipampa.edu.br/bitstream/riu/2066/1/Guilherme%20Augusto %20Marques%20de%20Andrade%20-%202017 http://help.solidworks.com/2012/portuguese-brazilian/solidworks/sldworks/c_ zebra_stripes.htm https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/139256/000865419.pdf? sequence=1.pdf http://saebrasil.org.br/wp-content/uploads/2020/03/RATBSB_emenda_03.pd f
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