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ALFABETIZACAO-E-LETRAMENTO-FUNDAMENTOS-E-METODOLOGIA

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SUMÁRIO 
 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 5 
2.1 A diferença de alfabetização letramento .............................................. 7 
 TEORIAS DA APRENDIZAGEM ................................................................. 9 
3.1 Behaviorismo ...................................................................................... 11 
3.2 Cognitivismo ....................................................................................... 11 
3.3 Construtivismo .................................................................................... 12 
3.4 Interacionismo .................................................................................... 12 
 OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO QUE INFLUENCIARAM A 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA ........................................................................................ 13 
4.1 Analítico versus sintético: dissensões e contribuições ....................... 17 
4.2 Sobre as cartilhas ............................................................................... 19 
4.3 Método fônico ..................................................................................... 20 
4.4 Método Construtivista ......................................................................... 23 
4.5 Que caminho escolher?...................................................................... 27 
 CONCEPÇÃO SOBRE LEITURA E ESCRITA ......................................... 29 
 CONCEPÇÃO ATUAL DE EDUCAÇÃO ................................................... 31 
 O PAPEL DO EDUCADOR NO LETRAMENTO ....................................... 33 
 AMBIENTE ALFABETIZADOR ................................................................. 41 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 44 
 REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 46 
 SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 48 
 
4 
 
 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 
Fonte: www.wp-content.com.br 
Alfabetização é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever, é o processo pelo 
qual a pessoa adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler 
e escrever, ou seja, domínio de técnicas para exercer a arte e a ciência da escrita, e 
também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e interpretação e uso 
da linguagem de uma maneira geral. 
O surgimento do termo literacy (cujo significado é o mesmo de alfabetismo), 
nessa época, representou, certamente, uma mudança histórica nas práticas sociais: 
novas demandas sociais pelo uso da leitura e da escrita exigiram uma nova como 
educado, especialmente, para ler e escrever. para designá-las. Ou seja: uma nova 
realidade social trouxe a necessidade de uma nova palavra. 
Na verdade, estar alfabetizado é poder ir além do código escrito, é apropriar-se 
da função social constituinte dos atos de ler e escrever é fazer uso da leitura e da 
escrita no cotidiano, ser capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, estar apto a 
escrever com total compreensão, ou seja, saber o que está lendo e escrevendo sem 
somente juntar as silabas, é poder no mundo da cultura conseguir acessar 
informações e delas se utilizar com senso crítico. 
O conceito de alfabetização para Paulo Freire tem um significado mais 
abrangente na medida em que vai além do domínio do código escrito, ele tinha uma 
visão mais ampla desse conceito, enquanto prática discursiva que possibilita uma 
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leitura crítica da realidade. Ele defendia a idéia de que o ser humano aprende a ler o 
mundo bem antes de aprender a ler e escrever defendia que a leitura do mundo 
precede a leitura da palavra fundamentando se na antropologia: o ser humano, muito 
antes de inventar códigos linguísticos, já lia o seu mundo. 
Enfim, ser alfabetizado não é só ser capaz de juntar letras para formar sílabas, 
juntar sílabas para formar palavras e palavras para formar frases e frases para formar 
textos, e sim saber o que está lendo e escrevendo ter noção de concordância saber 
se o que está escrevendo tem coerência dizer que um sujeito é alfabetizado não é tão 
simples como parece. 
“Progredir alfabetização adentro não é uma jornada tranquila. Encontram-se 
muitos altos e baixos nesse caminho, cujos significados precisam ser 
compreendidos. Como qualquer outro conhecimento no domínio cognitivo, é 
uma aventura excitante, repleta de incertezas, com muitos momentos críticos, 
nos quais é difícil manter ansiedade sob controle. ” (FERREIRO, 2001, apud 
GUZZI, 2013, p. 5). 
Na maioria das vezes as crianças são alfabetizadas na escola, mas a escola 
precisa ir além do alfabetizar, ela tem como objetivo formar pessoas leitoras 
competentes e dar sentido ao ato de ler e escrever formar sujeitos amantes dos livros 
cidadãos alfabetizados e letrados. 
A alfabetização é um processo que não termina, pois no decorrer da vida o ser 
humano estará sempre em constante aprendizagem, seja na questão intelectual na 
escrita ou na fala, estar aprendendo é estar se alfabetizando. 
Tem-se tentado, ultimamente, atribuir um significado demasiado abrangente 
a alfabetização, considerando-a um processo permanente, que se estenderia 
por toda vida, que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita. 
É verdade que, de certa forma, a aprendizagem da língua materna, quer 
escrita, quer oral, é um processo permanente, nunca interrompido. (SOARES, 
2012, apud GUZZI, 2013, p. 5). 
Alfabetizar não é apenas ensinar códigos de língua escrita não deve de maneira 
alguma ser um processo mecânico hoje não basta apenas saber ler e escrever, mas 
que se saiba fazer uso da leitura e da escrita. 
Pode se concluir da discussão processo de alfabetização a respeito do 
conceito de alfabetização, que essa não é uma habilidade, é um conjunto de 
habilidades, o que a caracteriza como um fenômeno de natureza complexa, 
multifacetado. Essa complexidade e multiplicidade de facetas explicam 
porque o processo de alfabetização tem sido estudado por diferentes 
profissionais, que privilegiam ora estas ora aquelas habilidades, segundo a 
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área do conhecimento a que pertencem. (SOARES, 2012, apud GUZZI, 2013, 
p. 5). 
Alguns estudos sobre alfabetização e letramento vêm, contribuindo para a 
reflexão sobre novas possibilidades de ação pedagógica com a linguagem verbal, na 
perspectiva de repensarem-se metodologias de trabalho que favoreçam a construção 
crítica e a formação de sujeitos letrados. 
O letramento surge sempre envolvido no conceito de alfabetização, o que tem 
levado, a uma interpretação errônea desses dois procedimentos, sendo queo 
conceito de letramento prevalece sobre o de alfabetização, porém não se 
podem separar os dois processos, pois a princípio o estudo do aluno no universo da 
língua escrita se dá justamente por meio desses dois processos: a alfabetização, e 
pelo desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita, nas práticas sociais que 
envolvem a língua escrita , o letramento. 
A alfabetização deve seguir lado a lado com o letramento apesar de serem dois 
processos de significados diferentes deve ter como início da aprendizagem da escrita, 
como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas 
sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação ao 
aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento, devem ter tratamento 
metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da 
língua escrita, falada e contextualizada .O processo de letramento está associado ao 
papel que a linguagem escrita exerce na sociedade. Assim, o processo de letramento 
não se dá somente na escola. 
2.1 A diferença de alfabetização letramento 
A alfabetização é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a 
habilidade de ler e escrever, já o letramento desenvolve o uso competente da leitura 
e da escrita nas práticas sociais. 
Então, uma das principais diferenças está na qualidade do domínio sobre a 
leitura e a escrita. Enquanto o sujeito alfabetizado sabe codificar e decodificar o 
sistema de escrita, o sujeito letrado vai além, sendo capaz de dominar a língua no seu 
cotidiano, nos mais distintos contextos. 
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Fonte: diferenca.com/alfabetizacao-e-letramento/ 
O sujeito alfabetizado sabe ler e escrever, porém pode estar pouco habituado 
a usar essas habilidades no seu cotidiano. Já o indivíduo letrado, possui domínio da 
leitura e da escrita nas mais diversas situações e práticas sociais. 
A alfabetização é o processo de ensino e aprendizagem de um sistema 
linguístico e da forma como usá-lo para se comunicar com a sociedade. Através da 
alfabetização, o sujeito será capaz de codificar e decodificar uma língua, aprendendo 
a ler e escrever. Esse processo também habilita o sujeito a desenvolver diversos 
métodos de aprendizado da língua. 
Enquanto a alfabetização desenvolve a aquisição da leitura e da escrita, o 
letramento se ocupa da função social de ler e escrever. O letramento é o estado que 
um indivíduo ou grupo social alcança depois de se familiarizar com a escrita e a leitura, 
possuindo uma maior experiência para desenvolver as práticas do seu uso nos mais 
diversos contextos sociais. 
Um indivíduo letrado é capaz de se informar por meio de jornais, interagir, 
seguir receitas, criar discursos, interpretar textos, entre outros. Um indivíduo 
alfabetizado não significa necessariamente um indivíduo letrado. Do mesmo modo, 
um sujeito pode ser capaz de realizar determinadas atividades em seu cotidiano que 
necessitem do letramento, como preencher um recibo, sem que ele seja alfabetizado. 
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 TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
 
Fonte: learnspace.com.br 
 
De um modo geral, a teoria pode ser entendida como uma interpretação 
sistemática de uma área de conhecimento, uma maneira particular de ver as coisas, 
de explicar observações, de resolver problemas. A aprendizagem é um processo 
contínuo, que pode ocorrer em qualquer situação. Nesse sentido, podemos dizer que 
um dos fatores essenciais do aprendizado é a cultura, pois ela molda o sujeito por 
meio de suas relações com o meio. Existem vários tipos de aprendizagem dentre elas 
podemos citar: 
1. Aprendizagem cognitiva: é aquela que resulta no armazenamento 
organizado de informações na mente do ser que aprende 
2. Aprendizagem afetiva: é aquela que resulta de sinais internos ao 
indivíduo e pode ser identificada como experiências tais como prazer e 
dor, satisfação ou descontentamento, alegria ou ansiedade. 
3. Aprendizagem psicomotora: é aquela que envolve respostas musculares 
adquiridas mediante treino e prática. 
 Desta forma, a teoria da aprendizagem é uma tentativa de interpretar 
sistematicamente, de reorganizar, de prever, conhecimentos sobre aprendizagem. 
Aspectos básicos (muito relacionados) de uma teoria de aprendizagem: 
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1. representa o ponto de vista de um autor/ pesquisador sobre como interpretar 
o tema aprendizagem, quais as variáveis independentes, dependentes e 
intervenientes, quais os fenômenos e perguntas mais relevantes; 
2. procura resumir uma grande quantidade de conhecimentos sobre 
aprendizagem em uma formulação bastante compacta; 
3. tenta, de maneira criativa, explicar o que é aprendizagem e porque funciona 
como funciona. 
 Muitas pessoas confundem construção de conhecimento com aprendizagem. 
Entretanto, aprender é algo muito mais amplo, pois é a forma de o sujeito aumentar 
seu conhecimento. Nesse sentido, a aprendizagem faz com que o sujeito se 
modifique, de acordo com a sua experiência. 
 Neste sentido, o ser humano passa por mudanças que não se referem à 
aprendizagem e sim aos processos maturativos, tais como: aquisição da linguagem, 
engatinhar, andar ou até mudanças em decorrência de doenças físicas ou 
psicológicas. Sendo assim, a aprendizagem é uma mudança significativa que ocorre 
baseada também nas experiências dos indivíduos. Todavia, para ser caracterizada 
como tal, é necessária a solidez, ou seja, ela deve ser incorporada definitivamente 
pelo sujeito. 
Os estudos das Teorias da aprendizagem procuram investigar, sistematizar e 
propor soluções relacionadas ao campo do aprendizado humano. Esta área de 
investigação remonta à Grécia Antiga. Neste período, o processo pelo qual uma 
pessoa adquire conhecimento já era tema de investigação dos filósofos gregos. 
Entretanto, a área de estudo ganhou destaque a partir do século XX, quando se deu 
o advento da psicologia. 
O principal fator que diferencia uma teoria de outra é o ponto de vista sob o 
qual cada uma trabalha. Existem as teorias que abordam a aprendizagem a partir do 
comportamento, outras a partir do aspecto humano ou, ainda, aquelas que 
consideram apenas a capacidade cognitiva de cada um. Como o campo da 
investigação do conhecimento humano é bastante vasto, algumas teorias obtiveram 
destaque ao longo do século, servindo como base teórica para os estudos nesta área. 
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3.1 Behaviorismo 
Behaviorismo, também chamado de Comportamentalismo e Psicologia 
Comportamental, é um termo que abrange diversas teorias da psicologia que tem 
como principal objeto de estudo o comportamento. Essa escola de psicologia foi 
fundada por John B. Watson baseada na crença de que os comportamentos podem 
ser medidos, treinados e mudados. Behaviorismo foi estabelecido com a publicação 
do trabalho clássico de Watson “A psicologia como o behaviorista a vê” (1913). 
O behaviorismo contempla o comportamento como uma forma funcional e 
reacional de organismos vivos. Esta corrente psicológica não aceita qualquer relação 
com o transcendental, com a introspecção e aspectos filosóficos, mas pretende 
estudar comportamentos objetivos que podem ser observados. O estudo do meio que 
envolve um indivíduo possibilita a previsão e o controle do comportamento humano. 
No âmbito da educação, o behaviorismo remete para uma alteração do 
comportamento dos elementos envolvidos no processo de aprendizagem, sendo que 
essa mudança nos professores e alunos poderia melhorar a aprendizagem. Sendo a 
educação um importante elemento capaz de transformar a conduta de indivíduos.Para os seres humanos se desenvolverem é necessário aprender coisas novas a todo 
o momento. Sejam habilidades motoras, idiomas ou cálculos matemáticos: todos 
possuem seus próprios métodos para processar a informação transformá-la em 
conhecimento. 
Investigar, analisar e sistematizar estes métodos é a tarefa da área da 
psicologia denominada psicologia da educação. Esta área é a responsável por 
pesquisar sobre as teorias da aprendizagem, que abordam a desenvolvimento 
cognitivo humano por diferentes pontos de vista. 
3.2 Cognitivismo 
Esta teoria defende que, a capacidade do aluno em aprender coisas novas 
depende diretamente dos conhecimentos prévios que ele possui. Para estes teóricos, 
é necessário investigar quais os saberes do aluno acerca do assunto que será 
ensinado. Depois, deve-se auxiliar o aluno para que ele consiga sistematizar e 
organizar os novos conhecimentos, através de associações com o seu conhecimento 
prévio. 
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3.3 Construtivismo 
O construtivismo é uma abordagem psicológica desenvolvida a partir da teoria 
da epistemologia genética, elaborada por Jean Piaget. Nesta teoria, o indivíduo 
aprende a partir da interação entre ele e o meio em que ele vive. O professor é visto 
como um mediador do conhecimento. 
Jean Piaget desenvolveu sua teria a partir de várias outras existentes no 
período, como a do cognitivismo. Para ele, o desenvolvimento da aprendizagem em 
crianças ocorre pelas seguintes etapas: 
1) Sensório–motor (0 a 2 anos): as ações representam o mundo para a criança. 
Chorar, chupar o dedo, morder. 
2) Pré-operatório (2 a 7 anos) a criança lida com imagens concretas 
3) Operações concretas (7 a 11 anos): a criança já é capaz de efetuar operações 
lógicas. 
4) Operações formais (11 em diante) a criança já efetua operações lógicas com 
mais de uma variável. 
3.4 Interacionismo 
A teoria interacionista foi desenvolvida por Lev Vygotsky. Em sua abordagem, 
o conhecimento é, antes de tudo, impulsionado pelo desenvolvimento da linguagem 
no ser humano. Sua teoria também considera que a interação entre o indivíduo e o 
meio em que ele está inserido são essenciais ao processo de aprendizagem e, 
inclusive, entra em acordo com as etapas do desenvolvimento propostas por Jean 
Piaget na teoria construtivista. 
Entretanto, para Vygotsky, é o próprio movimento de aprender e buscar 
conhecimento que irá gerar a aprendizagem efetiva. Este processo deve ocorrer de 
fora para dentro, ou seja, do meio social para o indivíduo. 
Todas estas teorias exerceram (e ainda exercem) profundas influências na 
maneira como organizamos os processos educacionais em todo o mundo. Ao longo 
dos anos, cada teoria foi mais adequada para as necessidades de seu tempo, visto 
que a escola e o mundo do trabalho também sofreram grandes mudanças. 
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 OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO QUE INFLUENCIARAM A EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA 
 
Fonte: loja.isesp.edu.br 
Uma das maiores preocupações para o desenvolvimento de uma nação está 
relacionada à educação, precisamente a educação escolar, pois são nos espaços 
escolares que o indivíduo se constitui como cidadão, tendo em vista seu pleno 
desenvolvimento intelectual e social, tudo isso de acordo com a lei norteadora da 
educação, Lei de Diretrizes e Base da Educação – LDBEN 9394/96. Contudo o 
Ministério da Educação e da Cultura – MEC, tem se importado em analisar como 
acontece o processo de ensino e aprendizagem nas escolas públicas do país. A 
mudança na legislação educacional, referente ao ensino fundamental de nove anos, 
gerou discussão entre educadores e estudiosos sobre a antecipação do processo de 
alfabetização, agora aos seis anos. 
A mudança do ensino fundamental de nove anos, faz com que se repense o 
trabalho a ser realizado, considerando-se as suas características. Ou seja, a 
proposta pedagógica precisa ter como ponto de referência as peculiaridades 
infantis, as características de desenvolvimento e aprendizagem e a realidade 
do contexto socioeconômico e cultural no qual os educandos encontram-se 
inseridos. (RAPOPORT et al, 2009, apud ROSA, 2013, p. 12.). 
Isso dá espaço para outra questão antiga, mas que ainda se encontra presente 
no meio educacional, como alfabetizar? Por onde começar? Pelos nomes das letras, 
pelos sons das letras, pelas sílabas, por palavras-chaves, por sentenças ou por 
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14 
 
histórias? Essas são algumas das preocupações em debate entre educadores. São 
vários os autores que discorrem sobre o assunto, defendem ou criticam teorias, entre 
eles destacam-se Fernando Capovilla, com sua teoria sobre o método fônico; Telma 
Weisz, defende sua concepção construtivista e não se pode deixar de discutir também 
sobre outro conceito de alfabetização o letramento abordado por Emília Ferreiro e 
Magda Soares. 
Vale ressaltar que essas teorias se encaixam dentro de um mesmo referencial, 
podendo ser denominadas como linhas pedagógicas ou como as abordagens do 
processo, sendo que esse referencial comum sempre objetiva a priori: o objeto, o 
sujeito, ou na interação de ambos. Pode-se considerar 5 abordagens: 
Tradicional – Onde o conhecimento é restrito ao professor, cujo tem o dever de 
transmitir, e o aluno o dever de decorar, pois só “aprende” aquele que reproduz o 
conteúdo assim como é dado. Tem como metodologia a aula expositiva, onde o 
professor apresenta o conteúdo e não considera as diferenças no ritmo de 
aprendizagem dos alunos. 
Comportamentalista – Tem o conhecimento como base da experiência. A 
educação tem como propósito nessa abordagem a transmissão cultural, baseada no 
condicionamento, onde reforça determinado conteúdo, assim como o método de 
Skinner associado ao behaviorismo, que responde de maneira previsível á certos 
estímulos. 
Humanista – Díspar do tradicional, onde o centro do conhecimento está no 
professor sendo o aluno considerado uma tábua rasa, nessa teoria liberdade é palavra 
chave, o aluno desenvolve sua personalidade de acordo com suas capacidades, o 
professor não age como transmissor e sim como facilitador da aprendizagem. O aluno 
determina seu ritmo e auto avalia-se, pois só ele sabe da sua capacidade e objetivo. 
Não segue uma metodologia específica, cada professor deve analisar a necessidade 
de cada aluno para desenvolver seu trabalho. 
Cognitivista – Tem Jean Piaget como um dos grandes pensadores dessa linha. 
O conhecimento é tratado como uma construção contínua, trabalhado a partir do meio, 
o social. Tudo o que se aprende é assimilado por uma estrutura já existente e provoca 
uma restruturação. Nesse processo o conhecimento é o meio entre o sujeito e o objeto 
de estudo. Sociocultural – Essa linha tem como principais teóricos Lev Vygotsky e no 
Brasil Paulo Freire. O conhecimento é desenvolvido a parti de problematização e do 
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diálogo, para inserir o aluno em sua realidade, a escola é vista como espaço cultural, 
a aprendizagem acontece com a inter-relação, em debates, analisa-se sua própria 
existência e vivencia-se em grupos. 
Desde a década de 1890, após a Proclamação da República, o Brasil começou 
a preocupar-se com a educação escolar de todas as crianças, ou seja, procurou 
ensinar as crianças a ler e a escrever, pois até então este ensino era privilégio de 
poucos. Com a necessidade de ter mão de obra qualificada para atender o meio 
profissional e aos ideais do Estado Republicano, as escolas assumiram um importante 
papel de instrumento de modernização. 
Estudos que se seguiram demostraram que a alfabetização se impôs como um 
problema estratégico para criar soluções urgentes que conseguisse mobilizar 
administradores públicos, legisladores do ensino e intelectuaisde diferentes áreas de 
ensino. 
[...] desde essa época, observam-se repetidos esforços de mudança, a partir 
da necessidade de superação daquilo que, em cada momento histórico, 
considerava-se tradicional nesse sentido e fator responsável pelo fracasso. 
Por quase um século, esses esforços se concentraram, sistematicamente, na 
questão dos métodos de ensino da leitura e escrita, e muitas foram as 
disputas entre os que se consideravam portadores de um novo e 
revolucionário método de alfabetização e aqueles que continuavam a 
defender os métodos considerados antigos e tradicionais [...]. 
(MORTATTI,2000, apud FRANCIOLI, 2013, p.3). 
Historicamente, o ensino no Brasil teve a influência de diferentes métodos de 
alfabetização. Entre o final do Império no século XIX até a década de 1970, no século 
XX, a alfabetização passou por três diferentes métodos denominados genericamente 
como métodos tradicionais de alfabetização. Sob essa denominação encontra-se o 
método sintético, o analítico e o misto. Um método sucumbia quando outro se firmava 
entre os educadores e isto acontecia pelo surgimento de novas ideias e novas 
concepções teóricas. 
O primeiro método que influenciou a alfabetização brasileira era denominado 
de método sintético. Este método priorizava a leitura utilizando as “Cartas do ABC” e 
só depois se introduzia a cópia de documentos manuscritos. 
 [...] métodos de marcha sintética (da ‘parte’ para o ‘todo’): da soletração 
(alfabético), partindo do nome das letras; fônico (partindo dos sons 
correspondentes as letras); e da silabação (emissão de sons), partindo das 
sílabas. Sempre de acordo com certa ordem crescente de dificuldade. Quanto 
à escrita, esta se restringia à caligrafia e ortografia, e seu ensino, a cópias, 
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ditados e formação de frases, enfatizando o desenho correto das letras 
(MORTATTI, p. 2006, apud FRANCIOLI, 2013, p.4). 
Este método também se baseava na associação de estímulos visuais e 
auditivos, priorizando a memorização como recurso didático. Sendo considerado um 
dos mais rápidos, simples e antigo método de alfabetização, podia ser aplicado a 
qualquer tipo de criança. 
 A maior crítica a este método, é que ele ensinava as partes isoladas, sem 
significação, impedindo desta forma uma melhor compreensão e análise, 
consequentemente prejudicava a produção de textos. Em sua defesa destacava-se 
que os alunos alfabetizados através do método sintético, adquiriam uma perfeita 
ortografia, por ser um ensino de regras e repetições. Contrapondo-se ao método 
sintético, com a reforma da instrução pública no Estado de São Paulo, surgem os 
defensores do chamado “método analítico” que ao contrário do método anterior partia 
do todo para as partes, ou seja, a alfabetização era iniciada por palavração, por 
historietas e setenciação para depois chegar às partes (sílabas e letras). 
As disputas ocorridas nesse segundo momento fundam uma nova tradição: 
no ensino da leitura envolve enfaticamente questões didáticas, ou seja, o 
como ensinar, a partir da definição das habilidades visuais, auditivas e 
motoras da criança a quem ensinar; o ensino da leitura e escrita é tratado, 
então, como uma questão de ordem didática subordinada as questões de 
ordem psicológica da criança (MORTATTI, 2006, apud FRANCIOLI, 2013, 
p.4). 
Nessa disputa o que diferenciava o método analítico era que por uma forte 
influência da pedagogia norte-americana, baseava-se em princípios didáticos 
derivados de uma nova concepção de caráter da criança, onde do ponto de vista 
comum de seus defensores consistia na necessidade de se adaptar o ensino da leitura 
a essa nova concepção. 
Esse segundo método estendeu-se aproximadamente até meados de 1920, 
onde, a discussão continuava sobre o ensino da leitura. Nessa década surgem as 
primeiras discussões a respeito de um novo método de alfabetização que buscava 
conciliar os métodos anteriores, o que deu origem ao denominado “método misto”. 
Esse método consistia na sistematização dos métodos sintéticos e analíticos. 
Essa tendência de relativação da importância do método decorreu 
especialmente da disseminação, repercussão e institucionalização das então 
novas e revolucionárias bases psicológicas da alfabetização contidas no livro 
Testes ABC para a verificação a maturidade necessária ao aprendizado da 
leitura e da escrita (LOURENÇO FILHO, 1934 apud MORTATTI, 2006. p. 7). 
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A partir desse momento, as cartilhas foram elaboradas com base no método 
misto, onde o ensino se subordina ao nível de maturidade das crianças e a escrita 
continuava sendo entendida como habilidade de caligrafia e ortografia, que seria 
ensinada simultaneamente à habilidade da leitura. O aprendizado de ambas consistia 
em exercícios de discriminação, coordenação visomotora e auditivomotora, dentre 
outros. 
Esse terceiro momento se estendeu aproximadamente até o final da década de 
1970. Na década de 1980 educadores brasileiros tiveram contato com a obra de Emília 
Ferreiro e Ana Teberosky, intitulada Psicogênese da Língua Escrita (1999), que foi 
produzida sob o aporte teórico construtivista. Na ânsia de resolver os problemas do 
fracasso escolar, essa obra é apresentada não como um novo método, mas como 
uma revolução conceitual. 
4.1 Analítico versus sintético: dissensões e contribuições 
A educação até os anos 80 nos apresenta três métodos diferentes de 
alfabetização infantil para guiar os profissionais docentes, são eles: sintético, analítico 
e misto, porém iremos frisar uma maior atenção no Sintético e Analítico. 
O método sintético é o mais antigo, com mais se 2000 anos de existência, 
perdurou por toda a antiguidade e chegou também na Idade Média, quando foi 
adotado também em países da Europa, como, por exemplo, a França, que utilizava 
esse método para ensinar incialmente o Latim, para depois inserir a língua materna. 
Os métodos sintéticos seguem a marcha que vai das partes para o todo, ou 
seja, primeiro a criança internaliza as unidades menores (fonemas), para depois 
gradativamente chegar às unidades maiores. Em outras palavras, primeiro se aprende 
o processo de codificação e decodificação para, em uma fase mais avançada, passar 
à compreensão da leitura e da escrita. 
Esse método se divide em três processos: alfabético, fônico e silábico. Já no 
método Alfabético a criança aprende o nome das letras nas formas maiúsculas e 
minúsculas, a sequência do alfabeto e encaixa as letras entre si, formando sílabas ou 
palavras. 
O método alfabético ou de soletração caracteriza-se pela aplicação através 
de uma sequência fixa baseada nos estímulos auditivos e visuais, sendo a 
memorização o único recurso didático utilizado, pois, de acordo com Carvalho 
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(2010, p.22), “[...] o nome das letras é associado à forma visual, as sílabas 
são aprendidas de cor e com elas se formam palavras isoladas. [...]”. Esse 
método tem como objetivo a combinação entre letras e sons. (ALMEIDA 2008 
apud FONTES e BENEVIDES, 2012, p. 3). 
No método fônico o processo se dá de outra forma, em que a criança começa 
pelo som das letras, unindo som da consoante ao da vogal, pronunciando a sílaba 
formada. A atenção está direcionada à dimensão sonora da língua, assim, inicia-se o 
processo ensinando a forma e o som das vogais, depois das consoantes, em seguida, 
cada letra é aprendida como um fonema que, unindo a outro, formam-se as sílabas e 
depois as palavras. 
No processo silábico ou silabação, a criança aprende a fazer a análise das 
sílabas, para formar as palavras. São propostas palavras chave em cartilhas com a 
finalidade de apresentar as sílabas e consequentemente formar as frases. O 
desenvolvimento dessa técnica segue uma sequência com base em uma ordem de 
apresentação das sílabas mais fáceis para as mais difíceis, destacadasde palavras-
chave e estudadas sistematicamente em famílias silábicas que, ao juntá-las, formam 
novas palavras. Já o método analítico teve uma grande influência da pedagogia norte-
americana 
[...] baseava-se em princípios didáticos derivados de uma nova concepção — 
de caráter biopsicofisiológico — da criança, cuja forma de apreensão do 
mundo era entendida como sincrética. A despeito das disputas sobre as 
diferentes formas de processuação do método analítico, o ponto em comum 
entre seus defensores consistia na necessidade de se adaptar o ensino da 
leitura a essa nova concepção de criança. (MORTATTI, 2016, apud RANGEL, 
2017, p. 500). 
O desenvolvimento do método Analítico dava-se a partir do processo intuitivo, 
ou seja, iniciando-se do simples para o profundo. Esse método tem como ponto de 
partida unidades linguísticas maiores como palavras, frases ou pequenos textos para 
depois conduzir a análise das partes menores que as constituem, como as letras e as 
sílabas, supondo que, no reconhecimento global como estratégia inicial defendendo 
que a leitura é um ato global e audiovisual e que também está dividida em três 
processos: Palavração, Sentenciação e Global. 
 No processo de palavração, palavras significativas são apresentadas em 
agrupamento retiradas de um texto ou de uma história e os alunos aprendem a partir 
da visualização e pela configuração gráfica, ou seja, o mesmo faz a relação da palavra 
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com a imagem elaborando uma análise dos dois elementos. Esse processo se dá da 
seguinte maneira: 
[...] a criança é colocada diante de uma lista de palavras ditas e 
compreendidas num processo oral, usando, assim, a técnica da 
memorização, para o reconhecimento global de certa quantidade de palavras 
da lista em combinações diferentes, para construírem sentenças 
significativas e, na sequência, trabalhar as sílabas/letras até a criança se 
tornar capaz de fazer, de forma automática, as conversões letras/sons. 
(MORAIS, 2008 apud RANGEL, 2017, p. 500). 
 
Já no processo da sentenciação, o alfabetizador utiliza a comparação das 
palavras, no entanto, ele isola os elementos conhecidos dela ampliando, assim, o 
vocabulário. Dessa forma, irá surgir novas palavras e fazer a leitura delas. Na 
sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em 
palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Quanto ao 
processo global, ele parte de pequenas histórias, em seguida decompõem-se do texto 
frases, as frases em palavras, as palavras em sílabas, para no final, a formação de 
novas palavras com as sílabas estudadas. 
Esses métodos também são conhecidos como tradicionais ou cartilhescos, pois 
são expressos apenas por cópias, ditados, lista e exercícios da conformidade de 
seguir o modelo. Dessa maneira quando o professor solicitava aos alunos que lessem 
o alfabeto (todos liam) e ao pedir para escreverem ou formar uma palavra, esses não 
sabiam. Percebe-se aí, que o (re) conhecimento das letras que formavam as famílias 
silábicas eram decoradas na sua ordem. 
4.2 Sobre as cartilhas 
No século XVI, com a necessidade de materiais didáticos que propiciassem o 
processo de ensino de leitura e escrita, surge o silabário, a primeira versão de cartilha. 
As primeiras cartilhas Brasileiras foram importadas de Portugal, como por exemplo, a 
Cartinha para Aprender a Ler do escritor João de Barros. 
As cartilhas traziam como teor o alfabeto escrito de várias formas, tendo a grafia 
como item fundamental na escrita. Umas das cartilhas que se tornou destaque na 
época foi a Cartilha Maternal, do Poeta João de Deus, que era contra métodos de 
alfabetização que utilizassem a soletração e silabação para o ensino da leitura. 
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 Este sistema funda-se na língua viva: não apresenta os seis ou oito 
abecedários do costume, senão um, do tipo mais frequente, e não todo, mas por 
partes, indo logo combinando esses elementos conhecidos em palavras que se digam, 
que se ouçam, que se entendam, que se expliquem; de modo que, em vez de o 
principiante apurar a paciência numa repetição néscia, se familiarize com as letras e 
os seus valores na leitura animada das palavras inteligíveis. 
(...) Esses longos exercícios de pura intuição visual constituem uma violência, 
uma amputação moral, contrária à natureza: seis meses, um ano, e mais, de 
vozes sem sentido, basta para imprimir num espírito nascente o selo do 
idiotismo (SÃO PAULO, 2011 apud DEUS, 2005, p. 5). 
No Brasil, as primeiras cartilhas foram produzidas por professores fluminenses 
e paulistas, iniciando com o método sintético para posteriormente, chegarem ao 
método analítico. Em 1892, foi publicado o 1º Livro de leitura do autor Felisberto de 
Carvalho, abordando o processo de silabação. Em 1907, é lançado a cartilha Analytica 
de Arnaldo Barreto, marcando a ascensão do método analítico. Nos anos seguintes, 
surgem as cartilhas Sodré (1940), de Benedita Stahl Sodré, e caminho Suave (1948) 
de Branca Alves de Lima, da qual é proposta a silabação dentro do método sintético 
no processo da leitura e escrita. 
4.3 Método fônico 
Antes da década de 80, o método de alfabetização predominante no Brasil era 
o Método Fônico, pelo qual a criança era reconhecida como uma “tábula rasa” ou um 
“vaso vazio” a ser preenchido, visão típica da teoria Empirista, que tem como principal 
representante Jonh Locke e que se expressa em um modelo de aprendizagem 
conhecido como de “estímulo resposta”, ou seja, a criança é um aprendiz que depende 
de estímulos externos para produzir respostas que, repetidas, levariam a 
aprendizagem da língua escrita. 
O empirismo apresenta dois enfoques pedagógicos: o tradicional e o 
comportamentalista”. No enfoque tradicional, destacam-se as lições 
proferidas verbalmente pelo professor, e no comportamentalista, a ênfase 
está nas contingências de reforço e de estímulo. (MOLL 1996 apud 
GUIMARÃES, 2015, p. 495). 
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O certo é que, os dois enfoques, primam por um saber pronto e acabado, 
reproduzido pelo professor, que é considerado o detentor do saber, ao aluno, em um 
tempo estabelecido. 
O processo de alfabetização foi desenvolvido através das cartilhas durante um 
grande período, mas com a evolução de outros métodos de alfabetização, essa 
metodologia tornou-se insuficiente para suprir as exigências sociais. 
Nos dias atuais não basta o sujeito codificar e decodificar sinais, pois não é o 
suficiente para a produção textual, existe a necessidade de uma comunicação 
profunda por meio da escrita, e com a utilização de diversos tipos de discurso. Dessa 
maneira, torna-se primordial aproveitar cada processo da criança e estimulá-la a 
contar histórias como ponto primordial de desenvolvimento de produção textual. 
Nessa concepção, o aluno precisa memorizar e fixar informações – as mais 
simples e parciais possíveis e que devem ir se acumulando com o tempo. Assim, 
primeiro ensinavam-se as letras, depois juntavam-se as letras para formar sílabas e, 
só depois, a turma entendia que a junção de todos esses elementos poderia formar 
palavras. Era como se fosse um processo linear, que não reconhecia a capacidade 
da criança de pensar em tudo, de usar todas as estruturas mentais. 
O modelo típico da famosa “cartilha” está baseado nisso. A cartilha supõe a 
escrita como um espelho da língua que se fala, ou seja, ela vê a língua como pura 
fonologia. Ela introduz o aluno no mundo da escrita apresentando-lhe um texto que, 
na verdade, é apenas um agregado de frases desconectadas, do tipo: “o bebê baba 
na babá”, “o boi bebe”, “Didi dá o dado a Dedé”. A função do material escrito numa 
cartilha é apenas ajudar o aluno a desentranhar a regra de geração do sistema 
alfabético: que b com a dá ba, e por aí a fora. 
Essas atividades eram sem sentido, porque demorava a chegar ao significado. 
Na verdade, o modelo supõe apenasa acumulação de informações por parte do 
aprendiz. A língua (conteúdo) é vista como transcrição da fala, a aprendizagem se dá 
pelo acúmulo de informações e o ensino deve investir na memorização, não levando 
em consideração, a individualidade do sujeito que aprende e o contexto sóciocultural 
em que o aluno está inserido. 
Portanto, o que é preciso desmistificar é a ideia de aprendizagem sem lógica. 
Ou de aprendizagem sem prazer, sem desejo, ou sem que ela se apresente 
como um valor para a pessoa que aprende. É preciso desmistificar uma 
aprendizagem pela percepção ou pelo exercício motor, isto é, em que a 
memória funciona como um depósito de informações que entrariam pelos 
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sentidos ou pelo movimento, sem nenhuma interferência de aspectos lógicos. 
Outrossim, não queremos cair no extremo de dizer que aprender é só 
estabelecer relações lógicas, como se estas não fossem imbricadas na 
dramática dos desejos e na esfera do perceptivo-motor. A matéria-prima da 
lógica são as percepções, os movimentos, as palavras e os afetos (GROSSI, 
2002, apud SANTOS, 2018, p.3). 
Poderíamos dizer, então, que na Teoria Empirista, o conhecimento está fora do 
sujeito e é internalizado através dos sentidos. O sujeito da aprendizagem seria vazio 
na sua origem, sendo preenchido pelas experiências que tem com o mundo, ou seja, 
não há lugar para o papel da ação do sujeito no conhecimento do mundo. 
O Método Fônico ou fonético enfatiza a relação direta entre fonema e grafema, 
ou seja, ente o som da fala e a escrita. Surgiu como uma reação às críticas ao método 
de soletração, sendo mencionado em 1719, na França, por Vallange; na Alemanha, 
em 1803, por Enrique Stefhanie; trabalhado por Montessori, na Itália, em 1907. 
Países como Estados Unidos, Inglaterra, Grã-Bretanha, Israel e França 
utilizam-no como método oficial de ensino, obtendo êxito na alfabetização. A partir de 
estudos comparativos do Brasil em relação a outros países e o grande número da 
defasagem da alfabetização nacional, alguns autores afirmam que trabalhar a 
alfabetização fônica, através da correspondência entre grafema e fonema o que é uma 
das características do método, propicia uma maior competência de leitura e 
compreensão de texto no final de 1º ano de alfabetização. 
 [...] O ensino das correspondências entre os grafemas e fonemas tem grande 
impacto sobre o desenvolvimento da leitura, da escrita e da compreensão de 
texto por parte de crianças com dificuldades de aprendizagem e de crianças 
com baixo nível sócio econômico. (CAPOVILLA & SEABRA, 2010, apud 
SANTOS, 2017, p.4). 
Os estudos destes autores recebem críticas no sentido de como estes 
estabelecem os passos do método no modo da delineação do caminho a ser seguido 
por meio da imposição através do uso do verbo deve na descrição das sequências 
das atividades o que para muitos, impossibilita o uso da criatividade do professor no 
desenvolvimento de sua prática. 
Cita-se este aspecto para atentar para a cautela que se deve ter em relação à 
análise de qualquer obra, é preciso discernimento para extrair o que é realmente 
relevante, suas atividades, não se pode seguir uma metodologia sem exercer a 
criticidade, a seleção e a criatividade, isto faria com que a práxis pedagógica resulta-
 
23 
 
se em uma mera ação alienada e descontextualizada de ensino sendo esvaziados os 
princípios éticos, políticos e estéticos. 
O desenvolvimento da consciência fonêmica requer experiências, ou seja, 
instruções formais que explicitem as regras de mapeamento dos sons da fala 
na escrita alfabética. Logo, o desenvolvimento da consciência fonêmica 
requer instruções fônicas. Assim, para que consiga ser capaz de identificar 
fonemas individuais, a criança precisa receber instrução explicita sobre as 
correspondências entre os elementos fonêmicos da fala e os elementos 
grafêmicos do texto (JENKINS & BOWEN, et al apud CAPOVILLA & 
SEABRA, 2010, p.79). 
A utilização inadequada do Método Fônico gerou um amplo número de 
repetência, lembrando que o método utilizado no Brasil antes dos anos 80 não era o 
Fônico, mas o Alfabético Silábico que consistia no ensino repetitivo de sílabas, não 
tendo nada a ver com o Método Fônico fundamentado no ensino dinâmico do código 
alfabético. Alguns autores asseguram que o Método Fônico é inteligente, lúdico e 
dinâmico. 
As crianças acabam sendo bem alfabetizadas em quatro ou seis meses, 
quando passam a ler textos cada vez mais complexos e variados possuindo alta 
eficácia na compreensão e produção de textos porque, de modo sistemático e lúdico, 
fortalece o raciocínio e a inteligência oral. 
4.4 Método Construtivista 
A ideia de que o a teoria da psicogênese seria algo novo para a alfabetização, 
foi tomado como princípio de uma proposta que se alastrou rapidamente para todo o 
país. Desde então, o campo da pesquisa sobre alfabetização foi dominado pela teoria 
construtivista que se consagrou entre os educadores brasileiros como a resolução 
revolucionária do problema do analfabetismo, pois deslocava o eixo do “como se 
ensina” adotado pelos métodos, então em vigor, para o “como se aprende”, 
característica da concepção de aprendizagem sustentada pela teoria construtivista. 
O construtivismo constitui-se num ideário epistemológico, psicológico e 
pedagógico, fortemente difundido no interior das práticas e reflexões 
educacionais [...] não podemos negar a existência dessa corrente, pelo 
simples fato do grande número de publicações de autores auto definidos 
como construtivistas (ROSSLER, 2000, apud FRANCIOLI, 2013, p. 6). 
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O construtivismo ganhou a adesão de muitos simpatizantes, que ao entender, 
perdura até os dias atuais entre os educadores. Isso se deve principalmente à 
fundamentação construtivista dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e sua 
implementação em todo o território nacional. Como o cerne da teoria da psicogênese 
da língua escrita é um sujeito cognoscente que ativamente busca aprender por si só 
e por meio de suas ações sobre o mundo, compreende-se que esse é um princípio 
que está diretamente ligado a outro dessa concepção teórica, ou seja, o de que a 
aprendizagem deve ser espontânea. O sujeito cognoscente não é um sujeito o qual 
espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de 
benevolência. 
Contrapondo a Teoria Empirista, existe a Teoria da Psicogênese que defende 
a ideia de que a criança tem papel ativo no processo de aprendizagem, por isso é 
capaz de aprender a partir da convivência com os textos e pessoas alfabetizadas. 
As cartilhas perseguem direta e imediatamente, o cerne do sistema de escrita 
que é a constituição de sílabas, por meio de letras, numa perspectiva 
alfabética. Nelas se ignora que, antes de compreender isto, há uma 
caminhada muito longa em que o sujeito analisa e explica o sistema de 
escrita, à luz de elementos mais primitivos, logicamente mais acessíveis a um 
iniciante nesta aprendizagem. É importante assinalar que aprender não é 
passar de um estado de ignorância total sobre um assunto a um estado de 
conhecimento integral sobre ele. Aprender é passar por etapas sucessivas. 
Em cada uma delas já se sabe algo sobre o assunto, e este algo, embora 
incompleto, está organizado em nós de maneira a resolver provisoriamente 
os problemas que envolvem o assunto em questão, ou melhor, os conceitos 
nele imbricados (GROSSI, 2002, apud SANTOS, 2017, p.4). 
A citação remete ao Construtivismo, derivado da Teoria da Psicogênese, de 
Piaget e ampliada por Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Segundo essa teoria, o aluno 
passou a ser visto como participante ativo da aprendizagem e todas as práticas do 
professor devem ser orientadas por essa ideia. 
O trabalho de educar não deve se limitar a transmitir conteúdos, mas favorecer 
a atividade mental do aluno. É preciso confiar na capacidade da criança, pois desde 
cedo, antes de serem capazes deler textos, elas possuem critérios para admitir se 
uma marca gráfica pode ou não ser lida - ou seja, distinguem letras e números de 
simples grafismos. 
O desafio é estabelecer uma negociação cognitiva, a partir do que ela já sabe, 
das suas hipóteses, das suas necessidades e do que é capaz de problematizar. Como 
sujeito ativo e construtor do seu próprio conhecimento, a criança determina o seu 
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conhecimento sobre a leitura e a escrita, que inicia através do seu meio social, 
ultrapassando o ambiente escolar. 
Esse conhecimento acontece seguindo etapas que estabelecem uma relação 
entre o ensino sistemático e os conhecimentos abordados de acordo com cada fase, 
envolvendo a maturidade e o grau de interesse de cada criança. Sendo ela estimulada 
através de diferentes mecanismos de leitura, seu desenvolvimento, junto com a 
escrita, acontece em quatro fases distintas, em idades pré-determinadas: pré-silábico, 
silábico, silábico-alfabético e alfabético. 
Na fase pré-silábica, inicialmente a escrita da criança não é interpretável pelo 
adulto. As tentativas das crianças acontecem no sentido da reprodução dos traços 
básicos dos registros com que elas se deparam no cotidiano. O que importa é a 
intenção, embora o traçado seja semelhante, cada um lê em seus rabiscos aquilo que 
quis escrever, interpreta sua escrita, elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é 
proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo. Nesse sentido, 
URSO deve ter muitas letras ou ser escrito com letras enormes enquanto FORMIGA 
deve ter poucas letras ou ser escrito com letras pequenas. 
A etapa silábica é um momento especialmente propício à escrita, porque cria a 
hipótese de que cada sílaba pode ser escrita por uma letra. Descobre-se que, o que 
se escreve é a palavra e não o objeto. Nessa etapa, ela utiliza qualquer letra para 
identificar o som, mas considera a existência da sílaba. Assim, TOMATE pode se 
escrever HPL, GBN ou JUV, enfim três letras quaisquer que a criança conheça. 
 A fase silábico-alfabética é uma fase de transição. A criança começa a 
perceber que uma sílaba não corresponde apenas uma grafia, mas ainda pensa 
silabicamente. O conflito que se estabeleceu entre uma exigência interna da própria 
criança e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que ela procure 
soluções. Percebe que escrever é representar progressivamente as partes sonoras 
das palavras, ainda que não o faça corretamente. Na escrita da palavra TOMATE já 
aparecem letras da própria palavra, tipo TMT, TAE e mais adiante, algumas sílabas 
aparecem: TOMT, TMAT, TOMAT. 
 Não há esquecimento da criança, mas momento de desenvolvimento da 
compreensão do código; já há muita reflexão envolvida. Quando a criança atinge a 
compreensão de cada um dos caracteres da escrita, consegue identificar as sílabas, 
compreende a existência de regras e elementos para formar a representação de 
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inúmeras sílabas, dizemos que ela está na fase alfabética. Isso não quer dizer que ela 
está alfabetizada, já que ainda tem muito que pensar sobre a língua escrita. 
Há toda a ortografia a compreender, há o texto com que se preocupar, a 
coerência, a coesão, a lógica estrutural de um texto para a comunicação escrita. E 
isto é um longo processo até o final do Ensino Fundamental. 
[...] a perspectiva psicogenética alterou profundamente a concepção do 
processo de construção da representação da língua escrita, pela criança, que 
deixa de ser considerada como dependente de estímulos externos para 
aprender o sistema de escrita – concepção presente nos métodos de 
alfabetização até então em uso, hoje designados “tradicionais” – e passa a 
ser sujeito ativo capaz de progressivamente (re) construir esse sistema de 
representação, interagindo com a língua escrita em seus usos e práticas 
sociais, isto é, interagindo com material “para ler”, não com material 
artificialmente produzido para “aprender a ler”; os chamados pré-requisitos 
para a aprendizagem da escrita, que caracterizariam a criança “pronta” ou 
“madura” para ser alfabetizada – pressuposto dos métodos “tradicionais” de 
alfabetização – são negados por uma visão interacionista que rejeita uma 
ordem hierárquica de habilidades, afirmando que a aprendizagem se dá por 
uma progressiva construção do conhecimento, na relação da criança com o 
objeto “língua escrita”; as dificuldades da criança , no processo de construção 
do sistema de representação que é a língua escrita – consideradas 
“deficiências” ou “disfunções”, na perspectiva dos métodos tradicionais – 
passam a ser vistas como “erros construtivos”, resultado de constantes 
reestruturações (SOARES, 2004, 2017, apud SANTOS, 2017, p. 6). 
A criança é levada a encontrar respostas a partir de seus próprios 
conhecimentos. E esse conhecimento é construído no dia a dia, a partir de suas 
descobertas, quando em contato com o mundo e com os objetos, pois toda 
aprendizagem tem seu habitat no convívio com o outro, ou seja, ela constrói esse 
conhecimento experimentando e vivenciando com a família, com o professor, com os 
seus colegas, de acordo com as suas possibilidades e interesses, pois o saber não é 
algo que está concluído, pronto e encerrado e sim um processo em incessante 
construção e criação. 
Por isso, esse método enfatiza a importância do erro, não como um tropeço, 
mas como um salto na rota da aprendizagem, isto é, os erros são essenciais como 
parte desse processo de aquisição do conhecimento pelo aluno. Dessa forma, o 
objetivo é formar pessoas com autonomia. Gente que interage com o meio, que tem 
ideias próprias e é capaz de criar e recriar, com uma visão particular do mundo. 
As obras de Emília Ferreira e Ana Teberosky chegaram ao Brasil em 1980, 
causando um impacto sobre a concepção de alfabetização e até hoje exerce uma 
grande influência no cenário da educação brasileira, em 1996 passa a vigorar a 
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proposta educacional nacional constituída utilizando-se do referencial teórico do 
construtivismo. 
Esta teoria inspirou uma prática educativa que tem como objetivos o respeito 
ao conhecimento prévio e a realidade do aluno tornando-os como ponto de partida 
para a contextualização da ação de ensino. As interações do professor e aluno e 
alunos entre si são promovidas e vistas como uma forma de construir o conhecimento. 
O trabalho por níveis de desenvolvimento da escrita permite direcionar a ação 
pedagógica havendo a variação de atividades ou sobre uma atividade de acordo com 
nível de escrita dos alunos. A manipulação de diversos gêneros textuais desde o 
princípio da alfabetização visa o letramento das crianças no sentido de fomentar o 
comportamento leitor e escritor e a partir dos mesmos, produzir estimulações 
linguísticas e atividades de leitura e escrita. 
[...] “alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao 
contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever 
no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o 
indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado” (SOARES, 
1998, apud SANTOS, 2018, p. 6) 
A intervenção do professor é evidenciada como facilitadora da aprendizagem e 
é desenvolvida de acordo com a realidade da aprendizagem do aluno que passa a ter 
um papel ativo na construção de seu próprio conhecimento. 
4.5 Que caminho escolher? 
Existem críticas tanto ao método fônico quanto ao método construtivista. Com 
a influência de Jean Piaget, na reflexão sobre alfabetização no Brasil, há uma 
mudança de paradigma, onde a alfabetização passa a ser entendida como parte de 
um todo do desenvolvimento do ser humano. 
 Por esse motivo, muitos estudiosos criticam o Método fônico, alegando não ser 
mais possível, nos dias atuais, diante de tudo o que já foi apresentado sobreo 
desenvolvimento do pensamento do ser humano, compreender a criança como um 
saco vazio, que vai sendo preenchido, ao longo das experiências adquiridas no 
decorrer do tempo. 
 Entretanto, nas últimas décadas também, dados alarmantes vêm mostrando o 
baixo desempenho escolar das nossas crianças. Por influência das avaliações 
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nacionais, que vêm apontando índices significativos de alunos não alfabetizados ou 
semialfabetizados tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, há sempre 
uma polêmica que, responsabiliza o construtivismo pelo fracasso das crianças na 
aprendizagem da leitura e da escrita, sugerindo a retomada do método fônico como 
solução para esse fracasso. 
Sobre isso é importante ressaltar o que um momento como este é, sem dúvida 
desafiador, porque estimula a revisão dos caminhos já trilhados e a busca de novos 
caminhos, mas é também ameaçador, porque pode conduzir a uma rejeição simplista 
dos caminhos trilhados e a propostas de solução que representem desvios para 
indesejáveis caminhos. É necessário considerar todos os caminhos percorridos e os 
avanços alcançados e não atribuir o fracasso do ensino ao construtivismo, uma vez 
que ele, em geral, não vem sendo bem aplicado. 
A assimilação dos princípios construtivistas e a transposição didática deles não 
são fáceis. Mais saudável do que apontar qual dos dois métodos ganha em eficiência, 
é identificar as problemáticas, de cada um e a partir disso organizar a prática 
pedagógica. A perspectiva do método fônico é pautada numa concepção de ensino e 
aprendizagem já superada, porém nem por isso, atividades que exijam da criança a 
reflexão sobre o som das palavras devam ser esquecidas. 
É preciso dar importância à consciência fonológica. Por outro lado, a 
alfabetização contextualizada, proposta pelo construtivismo, prepara a criança, desde 
o início da aprendizagem, para ser usuária da escrita. O ideal é mesclar o que há de 
eficiente nas duas correntes metodológicas, uma pedagogia que trabalhe com o 
letramento, o que, na prática, implica mostrar à criança os diferentes usos sociais da 
palavra escrita, simultaneamente ao desenvolvimento da consciência fonológica nos 
pequenos. 
O que não pode existir é a ausência total de ensino. Conhecer profundamente 
as diferentes linhas de alfabetização é essencial. Primeiro, para separar o que está 
ultrapassado do que funciona. Segundo, para escolher as práticas mais eficientes 
para cada aluno e cada ocasião. Neste contexto, vale ressaltar a importância da 
formação continuada dos professores alfabetizadores para que se apropriem das 
novas discussões referentes à aquisição da língua oral e escrita. 
 Muitos desconhecem as inovações na área da alfabetização e insistem em 
utilizar velhas práticas de decodificação e memorização, desprovidas de significado 
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para as crianças. Com base nisso, pode-se concluir que um professor, atualizado e 
consciente do seu papel e de sua prática, é essencial nesse processo de aquisição 
da leitura e da escrita, pois a sua prática pedagógica está intimamente ligada ao seu 
conhecimento e a sua formação. 
Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo 
de conceber o processo de aprendizagem. São provavelmente essas práticas 
(mais do que métodos em si) que têm efeitos mais duráveis, a longo prazo, 
no domínio da língua escrita como em todos os outros domínios. Conforme 
se coloque a relação entre sujeito e objeto de conhecimento e conforme se 
caracterize ambos, certas práticas aparecerão como normais ou aberrantes 
(FERREIRO, 1987, apud GUIMARÃES, 2015, p. 497-498). 
Um professor competente e que tem conhecimento dos mais diversos métodos 
não se sente aprisionado a diferentes enfoques, pelo contrário, eles veem nisso, uma 
gama maior de opções para ensinar. 
 CONCEPÇÃO SOBRE LEITURA E ESCRITA 
 
Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br 
A importância do ato de aprender a ler e a escrever está fundamentada na ideia 
de que o homem se faz livre por meio do domínio da palavra. O uso da linguagem é 
tão importante que a linha do tempo divide a história em antes e depois da escrita. A 
partir de então, o homem pôde registrar sua cultura, as descobertas, as emoções, sua 
poesia, enfim, sua maneira de ver o mundo. Isso não quer dizer que o homem não 
manifestasse o desejo de se expressar no mundo antes de desenvolver a escrita. Ele 
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se comunicava por meio do desenho e da pintura, mas foi com a escrita que ampliou 
sua habilidade comunicativa e socializou o registro através de um sistema 
convencional de sinais fechados. 
O ensino de língua está relacionado aos modos como o homem compreende 
a si mesmo, a linguagem, o universo em que se situa, e disso decorrem as 
diferentes concepções de linguagem, de língua, de ensino (...) que foram 
produzidas ao longo da história (AMOP, 2010, apud HOPPE, 2013, p. 6). 
No entanto, aprender a ler e a escrever é mais do que uma simples 
decodificação de símbolos. Para o sujeito construir a habilidade de escrever e ler é 
necessário que compreenda a sua própria existência. É preciso ter consciência de que 
a escrita tem por função registrar fatos criados e vividos pelo homem. 
Deve-se também esclarecer que a escrita é vista como um processo de 
aperfeiçoamento do homem, um enriquecimento exterior, um desenvolvimento 
intelectual e cultural do ser humano. O domínio da língua oral e escrita é fundamental 
para a participação social efetiva, pois é por meio dele que o homem se comunica, 
tem acesso a informações, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói 
visões de mundo, produz conhecimentos. Por isso, a escola deverá cumprir sua 
função de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos, 
necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. 
Estatísticas sobre a educação brasileira mostram que há um número muito 
grande de alunos deixando a escola sem as habilidades comunicativas de ler e 
escrever. A evasão escolar significa a exclusão do indivíduo do exercício da cidadania, 
pois é na escola que se desenvolvem as habilidades de registro básico para o 
indivíduo inscrever-se em seu grupo social como cidadão, e ser cidadão significa 
participar conscientemente da construção cultural e comprometer-se com a 
construção da cidadania do grupo social ao qual se pertence. 
Constata-se, assim, que ler e escrever bem requer esforço e dedicação do 
aluno, mas também a orientação e a mediação segura do professor. Para se construir 
compreensão do ato de ler e escrever cabe, pois, avaliar o papel do aluno na 
construção da leitura e da escrita e sua percepção do processo, bem como o papel 
do professor e sua percepção no desenvolvimento da habilidade de escrever e ler e 
no processo de produção textual na escola. 
Tais fatos merecem uma reflexão por parte dos professores. Numa época em 
que para predominar a oralidade, válida e rica sob todos os aspectos, não se pode 
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esquecer também a importância da expressão escrita, saber expor devidamente suas 
ideias oralmente e por escrito e argumentar com eficácia é fator inquestionável no 
sucesso pessoal no grupo social da criança. 
Portanto, escola é um ambiente no qual se busca o desenvolvimento de um 
grande número de competências. As habilidades de construção da escrita e da leitura 
não poderiam ser excluídas das informações e das competências a serem trabalhadas 
no processo de ensino-aprendizagem. 
 Algumas das prováveis razões das dificuldades para redigir pode ser o fato de 
a escola colocar a avaliação do produto como objetivo da escrita, de privilegiar 
aspectos gramaticais, de impor tópicos a serem desenvolvidos, de não fornecer 
comentários ou até de mostrar pouco interesse pela escrita, privilegiando, por 
exemplo, a leitura de forma mecânica, que nãooferece desenvolvimento criativo para 
a criança, e a fala do professor na sala de aula. 
 CONCEPÇÃO ATUAL DE EDUCAÇÃO 
 
Fonte: revistaeducacao.com.br 
“Cidadania”, do latim, civitas, “cidade” é o conjunto de direitos e deveres ao qual 
um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. A escola tem função 
primordial na formação de pessoas cidadãs, transmitindo a noção de cidadania de 
forma significativa para que atuem no contexto social de maneira crítica e consciente. 
 
32 
 
O sistema capitalista influência as sociedades em todo o mundo, no Brasil 
observa-se a partir da década de 90 diversas políticas que estimulam o fortalecimento 
das empresas privadas, o neoliberalismo comercial e o avanço das diversas 
tecnologias, visando o progresso econômico. A sociedade muda gradativamente, 
necessitando adapta-se as novas problemáticas existenciais causadas por essa forma 
de organização econômica, onde a competitividade no mercado de trabalho entre os 
indivíduos faz com que se busque constantemente a atualização profissional, de 
acordo com as demandas do mercado. 
O contexto educacional brasileiro teve de se adaptar para pleitear estas 
demandas oriundas deste tipo de organização econômica, sua concepção 
educacional apresentada nos PCNs elaborada a partir da teoria construtivista aponta 
para a relevância da educação no desenvolvimento de competências e habilidades 
como o “aprender a aprender”, a construção globalizada dos conhecimentos pelo 
indivíduo e diversas outras que visam à preparação do educando para este tipo de 
organização social vigente onde, a evolução dos meios de produção e tecnologias 
tende a serem constantes, exigindo das pessoas diversas aptidões para assimilarem 
esta gama de informações, caso contrário, estas serão excluídas do campo de 
trabalho sofrendo assim as feridas da exclusão social. 
A escola passou a ser vista como uma válvula de escape para os problemas 
contemporâneos advindos do capitalismo. Desta forma foi atribuída a educação 
funções que extrapolam a área da transmissão assimilação do conhecimento 
sistematizado, englobando aspectos educacionais que antes eram vistos como de 
responsabilidade fundamental da família assim como, a resolução das incertezas 
relacionais atuais entre os indivíduos, as consequências da industrialização maciça 
sobre o meio ambiente e outros tantos aspectos, que tornaram a educação sinônima, 
em alguns momentos de assistencialismo, tornando menos importante sua função 
social, primeira premissa para a transformação da realidade através de cidadãos 
críticos, conscientes e elaboradores do saber. 
Na contemporaneidade são altos os índices de crianças e jovens com 
dificuldades de aprendizagem nas instituições escolares por todo o país, o 
analfabetismo diminui, mas em contrapartida a qualidade do ensino está baixa em 
todos os níveis. São muitos os casos de educandos que necessitam de uma 
intervenção especializada na ação de aprendizagem, mas não a tem, devido à 
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burocracia das políticas públicas que mutila o desenvolvimento acadêmico e social de 
muitos e alimentam ano após ano o círculo vicioso dos baixos índices da educação. 
 Há muitas falhas durante o processo que envolve a educação sistematizada e 
não se pode apontar somente uma área especifica da mesma responsável por tais 
resultados haja vista que o todo escolar é composto por diversas extensões que 
deveriam funcionar de maneira articulada em busca de um objetivo comum oferecer 
uma educação de qualidade a todo cidadão. 
Na gestão em sala de aula o professor precisa buscar flexibilidade e postura 
empreendedora, se aperfeiçoar constantemente se apropriando de conhecimentos de 
diferentes áreas, como a tecnológica, visando uma melhoria na qualidade de sua aula, 
trazendo a torna a criatividade e a postura de investigador e pesquisador, buscando 
sempre se atualizar, atendendo assim as demandas sociais que cada vez mais 
exigem competência e inovação constante do educador. Atrair a atenção e despertar 
a curiosidade e o desejo de aprender do aluno deve ser um objetivo constante na 
pratica pedagógica. O respeito é palavra chave em todo o processo educacional, o 
profissional da educação precisa ter a premissa de criar oportunidades e incluir de 
forma ativa e qualitativa a pluralidade de indivíduos respeitando seus limites e 
ressaltando suas potencialidades. 
 O PAPEL DO EDUCADOR NO LETRAMENTO 
 
Fonte: www.conhecimentopratico.com.br 
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O educador que se dispõe a exercer o papel de professor letrador deve 
considerar que o ato de educar não é uma doação de conhecimento do professor aos 
educandos, nem transmissão de ideias, mesmo que estas sejam consideradas muito 
boas. Ao contrário, é uma contribuição no processo de humanização. Processo este 
de fundamental papel no exercício de educador que acredita na construção de 
saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento humano, e que para isso se 
torna um instrumento de cooperação para o crescimento dos seus educandos, 
levando-os a criar seus próprios conceitos e conhecimento. 
Mas se faz necessário que o educador, principalmente o que já se encontra há 
anos exercendo o papel de professor alfabetizador e que confia plenamente na mera 
aquisição de decodificação, aceite romper paradigmas e acreditar que as 
transformações que ocorrem na sociedade contemporânea atingem todos os setores, 
assim como também a escola e os saberes do educador, pois métodos que 
aprenderam há décadas podem e devem ser aprimorados, atualizados ou até mesmo 
modificados. O conhecimento não pode manter-se estagnado, pois ele nunca se 
completa ou se finda. 
Então, antes de o professor querer exercer esse papel de professor letrador é 
necessário que ele se conscientize e busque ser letrado, domine a produção escrita, 
as ferramentas de busca de informação e seja um bom leitor e um bom produtor de 
textos. Mas para que se torne capaz de letrar seus alunos, é preciso que conheça o 
processo de letramento e que reconheça suas características e peculiaridades. 
Os cursos de formação de professores, em qualquer área de conhecimento, 
devem centrar seus esforços na formação de bons leitores e bons produtores de texto 
naquela área, e na formação de indivíduos capazes de formar bons leitores e bons 
produtores de textos naquela área. 
Percebe-se que a ineficácia na formação dos professores reflete na formação 
de um sujeito que seja um bom leitor e produtor de textos. Sobre o papel do professor 
letrador, ao analisar a prática do letramento alguns dos passos para o desempenho 
desse papel é relevante citar: 
1) investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, 
adequando-as à sala de aula e ao conteúdo a serem trabalhados; 
2) planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e 
como o aluno poderá utilizá-la; 
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3) desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de 
diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da 
sociedade; 
4) incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma 
criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, 
como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam; 
5) recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento 
daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de 
tudo, esse conhecimento; 
6) não julgar, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa 
sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e 
linguagens diferentes; 
7) avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de 
cada indivíduo; 
8) trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a autoestima e a 
alegriade conviver e cooperar; 
9) ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser 
professor aprendiz tanto quanto os seus educandos; 
10) reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de 
aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização. 
Esses passos devem servir como norteadores à prática dos professores que 
buscam exercer verdadeiramente o papel de professor letrador. 
 
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 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 
Fonte: revistaeducacao.com.br 
 
Alfabetização e letramento são conceitos frequentemente confundidos ou 
sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante também 
aproximá-los: a distinção se faz necessária porque a introdução, no campo da 
educação, do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade 
do processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não 
só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-
se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele 
A alfabetização tem demasiadamente um significado abrangente, pois: 
 Esta é considerada um processo permanente que se estenderia por toda vida 
e que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita, pois atribui 
um significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a 
especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização de sua natureza, 
na configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição das 
competências de alfabetizar. (SOARES, 201, apud SILVA, 2012, p. 3). 
Toma-se, por isso, a alfabetização em seu sentido próprio, especifico: processo 
de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita. Em relação ao 
conceito de alfabetização o debate básico desenvolve-se em torno de dois pontos de 
vistas que, estão presentes no duplo significado do verbo ler e escrever. Esse duplo 
significado dos verbos ler e escrever não implica veracidade ou falsidade de um ou 
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outro significado, assim, os dois pontos de vistas do conceito de alfabetização não 
implicam veracidade ou falsidade de um ou outro conceito, pois sem dúvida a 
alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, mas é 
também um processo de compreensão/expressão de significados por meio de código 
escrito. Já que uma pessoa não é considerada alfabetizada apenas se for capaz de 
decodificar símbolos visuais ou símbolos sonoros, lendo, por exemplo, sílabas ou 
palavras isoladas, como também não se consideram alfabetizada uma pessoa incapaz 
de usar adequadamente o sistema ortográfico de sua língua, ao expressar-se por 
escrito. 
E também, o processo de alfabetização é essencialmente um processo de 
natureza linguística, pois do ponto de vista propriamente linguístico, o processo de 
alfabetização, é fundamentalmente, um processo de transferência da sequência 
temporal da fala para a sequência espaço-direcional da escrita, e de transferência da 
forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita. Entretanto, é necessário 
diferenciar o processo de aquisição da língua (oral e escrita) de um processo de 
desenvolvimento da língua (oral e escrita), sendo este último tido como o que nunca 
é interrompido. 
Nas quais, o termo alfabetização designe tanto ao processo de aquisição da 
língua escrita quanto o de seu desenvolvimento, em que etimologicamente o termo 
não ultrapassa o significado de levar à aquisição do alfabeto, ou seja, ensinar o código 
da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever. Sem dúvida atribuir um 
significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhes a 
especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização de sua natureza, na 
configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição da competência 
em alfabetizar. Por isso, a alfabetização em seu sentido próprio específico é o 
processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita, sendo 
também um conjunto de habilidades, o que a caracteriza como um fenômeno de 
natureza complexa, multifacetado, o que implica no seu estudo por vários 
pesquisadores específicos do seu campo de pesquisa, tornando-a com uma visão 
reducionista, fragmentada e com incoerência nas análises e interpretações propostas, 
possuindo a necessidade de uma articulação e integração dos estudos e pesquisas a 
respeito de suas diferentes facetas. 
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 Ser alfabetizado, isto é, aprender, a saber, ler e escrever, tem se revelado 
condição insuficiente para responder adequadamente as demandas atuais. Há pouco 
tempo bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, hoje, saber ler e escrever de 
forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos 
de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar 
sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes 
contextos. 
Tem se tentado, ultimamente, atribuir um significado demasiado abrangente 
a alfabetização, considerando-a um processo permanente, que se estenderia 
por toda a vida, que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita. 
É verdade que, de certa forma, a aprendizagem da língua materna, quer 
escrita, quer oral, é um processo permanente, nunca interrompido. (SOARES, 
201, apud SILVA, 2012, p. 4). 
Até muito recente, considerava-se que a entrada da criança no mundo da 
escrita se fazia apenas pela alfabetização, pelo aprendizado das primeiras letras, pelo 
desenvolvimento das habilidades de codificação e de decodificação. A escrita infantil 
segue uma linha de evolução surpreendentemente regular, através de diversos meios 
culturais, situações educativas e diversas línguas. Assim sendo, a alfabetização trata 
da escrita, ou seja, a relação entre as letras e os sons da fala. 
 O casamento entre letras e sons nem sempre é monogâmico, o modelo ideal 
do sistema alfabético é o de que cada letra corresponda a um som a uma letra, mas 
essa relação ideal só se realiza aos poucos. As passagens pelos estágios pré-silábica, 
silábica e alfabética se dá pela descoberta de que a escrita tem relação com a fala. 
No entanto, não caracterizam com clareza como a criança constrói suas hipóteses 
após sua elaboração alfabética de escrita, já que para que a criança possa evoluir 
para construções ortográficas é necessário perceber que a escrita não é fiel à sua 
oralização. 
As relações entre sons da fala e as letras do alfabeto são encontradas em três 
tipos: relação de uma para um, cada letra com seu som e cada som cm sua letra; 
relação de um parta mais de um, determinadas a partir da posição, onde cada letra 
com um som numa posição é cada som com uma letra numa posição, e, relações de 
concorrência, onde mais de uma letra para o mesmo som na mesma posição. Há que 
se dizer que existe uma gradação entre essas relações. 
Muitas crianças não compreendem os sons que compõem as palavras porque 
estão presas ao significado, dessa forma, as primeiras dificuldades da criança na 
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escrita correta é conceber as palavras enquanto sequência de sons independentes de 
seu significado. Porém, a outra grande dificuldade são as múltiplas representações de 
um mesmo som pelas letras. 
A escola deve colaborar na aquisição da escrita correta provocando reflexões 
sobre a língua, relacionando ortografia e significado. Através do estudo dos processos 
que envolvem a aquisição da leitura podemos distinguir três tipos de problemas 
significativos na aprendizagem de leitura: as crianças que encontram dificuldades para 
aprender a ler, as crianças que leem de forma passiva e as crianças que têm 
dificuldades na compreensão. 
Considerando tais fatos, é abordado na aprendizagem de leitura um conjunto 
de fatores cognitivos, sociais e pedagógicos,

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