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Métodos e Ferramentas de Gestão da Qualidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.a Me. Elaine Aparecida Araújo Revisão Textual: Prof.a Me. Luciene Oliveira da Costa Santos Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade • Qualidade e Evolução; • Qualidade Padrão Classe Mundial: Seis Sigma; • Ações Estratégicas para a Qualidade – Parte 1; • Ações Estratégicas para a Qualidade – Parte 2; • Ações Comportamentais para a Qualidade; • Ações Operacionais para a Qualidade. · Conhecer os processos de melhoria da qualidade e suas ações orga- nizacionais. OBJETIVO DE APRENDIZADO Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Qualidade e Evolução Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images A evolução da qualidade está ligada à construção de maquinários que, a partir do século XIX, com a Revolução Industrial, deu-se necessária para o apoio e construção das normas para facilitar a inspeção dos processos em seu produto final. Em 1940, após a Segunda Guerra Mundial as indústrias também buscavam a evolução da qualidade para o seu controle total, e o método utilizado foram as técnicas estatísticas de Walter Shewhart, um excelente matemático. “A perfeição não deve ser um ato, mas deve ser um hábito.” Aristóteles – 350 a.C. Conheça um pouco da biografia de Walter Andrew Shewhart: https://goo.gl/TkE7qK Ex pl or Segundo Deming, a qualidade é um processo de melhoria constante em que fazemos baseados nos conhecimentos de nossas tarefas profissionais, de educação, na sociedade e em nós mesmos. Foi Deming quem popularizou a utilização do ciclo PDCA: Planejar; Executar; Verificar; e Agir Corretivamente. Já Duram considera a estatística como uma mera ferramenta, diferente de Deming, que vê tal abordagem quase como um processo gerencial. Foi Duram quem sugeriu a utilização da Trilo- gia da Qualidade: Planejamento, Melhoria e Controle. 8 9 Tabela 1 – Sistematização da Evolução do Conceito de Qualidade Período Visão Foco Base do Desempenho Técnica Prioritária Base Conceitual Metodologia Personalidade 1900/1960 Visão Setorial e Regional na Produção Produtividade Eficiência Inspeção Administração Científica Frederick Taylor Henri Ford 1961/1990 Visão Organi- zacional Global no Negócio Qualidade (não conformi- dades) Eficácia Controle Estatís- tico e Garantia da Qualidade Total Quality Management (TQM) Walter Shewhart Edwards Deming Joseph Juran Kaoru Yshikawa Armand Feigenbaum A partir 1991 Visão Global Ambiental, Social e Inter- disciplinar Qualidade Seis Sigma ou Excelência Efetividade Gerenciamento Estratégico da Qualidade Seis Sigma Robert Galvin Bill Smith Jack Welch Fonte: RODRIGUES , M. Ações para a Qualidade, 2012 , p. 09. Podemos perceber que a utilização adequada da Qualidade e seus métodos, sem- pre respeitados pelos segmentos, ou produtos, acompanhados pela tecnologia que nós apoiamos para o sucesso total da qualidade em diversas ações da organização. Tabela 2 – Estudo de Caso da Evolução da Qualidade no Século XX Década Tendências, Momentos Importantes ou Surgimento de Novos Conceitos nos Processos de Melhoria da Qualidade Idealizador ou Responsável País ou Empresa Pioneira 00-10 Qualidade com Foco na Produtividade Formação dos Conceitos de Administração Científica e Produtividade Frederick Taylor Midavale Steel Co. 20 Qualidade com Foco na Produtividade Formulação dos Conceitos de Controle da Qualidade Sistematização dos Processos de Produção em Massa Henri Ford Ford Motors 30 Qualidade com Foco na Produtividade Formulação dos Conceitos de Controle Estatístico do Processo – CEP Walter Shewhart Lab. Bell Telephone 40 Qualidade com Foco na Conformidade Utilização das Técnicas de Controle nas Indústrias Bélicas Norte-Americanas Vários EUA Estudos sobre o Custo da Qualidade Joseph Jurua Várias 50 Qualidade com Foco na Produtividade Formulação dos Conceitos de Falha H. A. Watson Várias Sistematização do Programa 5S Várias Japão Concepção das Teorias Motivacionais Hierarquia das Necessidades Abraham Maslow Várias Teoria dos dois fatores Frederick Herzberg Várias Formulação do Conceito Teoria X e Y Douglas McGregor Várias 9 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Década Tendências, Momentos Importantes ou Surgimento de Novos Conceitos nos Processos de Melhoria da Qualidade Idealizador ou Responsável País ou Empresa Pioneira 60 Qualidade com Foco no COntrole Formulação do Conceito Zero Defeito Philip Crosby Várias Sistematização dos Círculos de Controle da Qualidade Kaoru Ishikawa Japão Formulação do Conceito Just-in-Time Taiichi Ohno Toyota 70 Qualidade com Foco no Produto Final Influência do Modelo Japonês no Ocidente Vários Várias Utilização de Técnicas Estatísticas nos Processos de Qualidade Joseph Juran e Edwards Deming Várias Sistematização de Sistema de Qualidade Empresarial Edwards Deming Várias Sistematização da Trilogia da Qualidade: Planejamento, Custo e Controle Joseph Juran Várias Concepção da Técnica Desdobramento da Função Qualidade – QFD Yoji Akao Mitsubishi 80 Qualidade com Foco nos Processos Concepção da Metodologia/Prêmio Malcolm Baldrige Ronald Reagan EUA Concepção da Primeira Versão da ISO 9000 Vários Europa Sistematização dos Conceitos de Reengenharia de Processos Michael Hammer FordMotors Sistematização dos Conceitos de Benchmarking Robert Camp Xerox Concepção da Metodologia Seis Sigma Robert Galvin Motorola Utilização e Adaptação de Conceitos de Produção das Organização Japonesas no Ocidente: Just-in-Time; Manutenção Produtiva Total; Produção Celular; Times de Trabalho Vários Várias 90 Qualidade com Foco no Cliente Sistematização e Integração dos Conceitos de Estratégias, Estrutura, Comprometimento, Processos Produtivos e Mercado Jack Welch GE Utilização da Análise de Valor nos Porcessos de Qualidade Vários Ford Motors Utilização de Técnicas de Análise de Experimentos nos Processos de Qualidade Vários Várias Concepção da Segunda Versão da ISO 9000 Vários Europa Adaptação e Utilização dosConceitos de Falhas e Confiabilidade aos Processos Empresariais Vários Várias Utilização da Rede/Internet para Integrar a Cadeia de Suprimento Vários Várias Utilização da TI nos Processos de Qualidade Vários Várias Fonte: RODRIGUES, M. Ações para a Qualidade, 2012, p. 10-12 10 11 Qualidade Padrão Classe Mundial: Seis Sigma Figura 2 Fonte: iStock/Getty Images Importante! A Metodologia Seis Sigma não consiste em um único projeto, e sim em uma sequência de projetos bem-sucedidos, disseminados ao mesmo tempo em toda a organização. Importante! Neste tópico, vamos abordar como o administrador pode utilizar Seis Sigma como padrão para atingir a qualidade, através de gráficos para medir a melhoria do desempenho, evitando o desperdício, aumentando a produtividade e consequente- mente o lucro. Portanto vejamos quais as ações delimitadas para projetos da qualidade dos Seis Sigma, TQM – Total Quality Management, GEIG – Gestão Integrada para a Qualidade. 11 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Tabela 3 – Projetos e Delimitações: TQM – Seis Sigma – GEIQ Processo do Negócio – Adequação das Ações Estratégicas; – Adequação das Ações Estruturais; – Adequação das Ações Comportamentais; – Otimização da Cadeia de Suprimento. GEIQ Ações para Identificar e Eliminar as Não Conformidades – Análise dos processos; – Identificação dos processos críticos; – Concepção dos indicadores; – Capacitação de técnicos nas ferramentas para otimização dos processos; – Identificação dos problemas crônicos e das causas; – Solução dos problemas crônicos. TQM SEIS SIGMAAções para o Projeto Seis Sigma – Capacitação de especialistas em análise estatística e ferramentas avançadas para otimização dos processos; – Formação de equipes Seis Sigma; – Disseminar a metodologia Seis Sigma na organização; – Identificar as necessidades e expectativas do cliente; – Relacionar o processo produtivo ao negócio; – Projetos para a redução da variabilidade do processo (3,4 ppm) e consequente redução dos custos. Fonte: RODRIGUES, M. Ações para a Qualidade, 2012, p. 13 Detalhando nossa tabela 3, podemos perceber que o TQM da origem do termo em inglês Total Quality Management no Brasil, o método é chamado de Gestão da Qualidade Total. Ele diz respeito a uma estratégia usada pelo setor de adminis- tração para que todos tenham consciência da importância de agregar qualidade aos processos organizacionais. Seis Sigma rigorosamente utilizada para mediar e melhorar o desempenho operacional, por meio da estatística para eliminação dos defeitos e desperdícios organizacionais. Geig – Gestão Integrada para a Qualidade tem o objetivo de padronizar a meto- dologia Seis Sigma através de um sistema integrado de gestão. O papel da GEIQ é agregar valores aos conceitos utilizados na Metodologia Seis Sigma. Importante! Origem Metodológica Seis Sigma Em 1981, sob o comando de Bob Galvin, a Motorola estabeleceu como meta aumentar seu desempenho 10 vezes e 5 anos. O engenheiro Bill Smith estudou a correlação entre falhas dos produtos no processo de manufatura com falhas para o cliente e estruturou, em 1987, uma metodologia para a Motorola alcançar o desempenho Seis Sigma. Importante! Seis Sigma é uma metodologia sistêmica. Ela atua na organização como um todo e não somente nas não conformidades dos processos. A diferença da metodologia 12 13 Seis Sigmas para as outras metodologias é atuar exatamente na questão do desperdício. O sucesso dessa metodologia está firmado por dois tópicos reduzir custos ou agregar valores. “O Seis Sigma nos ofereceu a ferramenta exata de que necessitamos para o treinamento generalizado em gestão, uma vez que ele aplica tanto, a um centro de atendimento ao cliente como a uma fábrica. Seis Sigma é uma linguagem universal”. Jack Welch – Ex-Presidente da GE Tabela 4 – Redução dos Custos com os Projetos Seis Sigma Ganhos de algumas empresas brasileiras com a Metodologia Seis Sigma Aços Villares Retorno de cerca de 30 vezes o valor do investimento. Fonte: Revista Banas Qualidade, junho/2006. AGCO Retorno financeiro de R$ 7 milhões entre 2004 e 2005. Fonte: Revistas Banas Qualidade, junho/2006 América Latina Logística (ALL) Resultados financeiros dos projetos dos 9 primeiros Black Belts treinados: R$ 70,00 para cada R$ 1,00 investido. Fonte: Seminário Seis Sigma à Brasileira, Werkema Consultores e Revista Banas Qualidade. Tupy Fundições Ganho anual de R$ 12,7 milhões com projetos de 21 Black Belts e 30 Green Belts. Fonte: Seminário Seis Sigma à Brasileira, Werkema Consultores e Revista Banas Qualidade. Villares Metais Relação de R$ 70,00 de ganho para cada R$ 1,00 investido, obtida com 3 projetos Black Belt e 7 projetos Green Belt. Fonte: Revista Banas Qualidades, maio 2006. Votorantim Cimentos Ganho real anual de R$ 31,2 milhões com os primeiros 143 projetos concluídos. Fonte: Revista Falando de Qualidade, junho 2005. Votorantim Metais Retorno Financeiro de R$ 98 milhões com os primeiros 134 projetos certificados. Fonte: Fórum Seis Sigma, outubro/2005. Fonte: Werkema Consultores – http://www.wekemaconsultores.com Claramente, podemos analisar que a metodologia Seis Sigma contribui para as organizações, aumentando a rentabilidade dos negócios e reduzindo os custos. Importante! A metodologia Seis Sigma não consiste em um único projeto, e sim em uma sequência de projetos bem- sucedidos, disseminados ao mesmo tempo em toda a organização. Importante! Ações Estratégicas para a Qualidade – Parte 1 As ações estratégicas para a qualidade iniciam-se no ambiente externo. Vamos abordar, neste tópico, a análise de cenário e suas tendências setoriais e ameaças do ambiente competitivo, pontos fortes e pontos fracos. Analisando a figura 3, vejamos que o ambiente externo pode ser divido em: Macro- ambiente, que não troca energia diretamente com a organização, é onde se encon- 13 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade tram as forças político-legais, as econômicas, as tecnológicas e as sociais; Ambiente da Organização, onde podemos encontrar as forças que têm origem nos clientes, fornecedores, concorrentes e nas ações das comunidades vizinhas à organização. MACROAMBIENTE Forças Político-Legais Ameaça dos Produtos Substitutos Poder dos Fornecedores Grau de Rivalidade entre Organizações Concorrentes AMBIENTE INTERNO DA ORGANIZAÇÃO AMBIENTE DA ORGANIZAÇÃO Poder dos Clientes Ameaça de Novos Concorrentes Forças Econômicas Forças Sociais Forças Tecnológicas Figura 3 Fonte: Adaptado de Rodrigues, 2012 Para controlar o Macroambiente, é preciso conhecer a implicações de suas forças no Ambiente da Organização, tais como forças político-legais, forças eco- nômicas, forças tecnológicas e forças sociais, e entender as características de cada uma. Vejamos: Tabela 5 Forças do Macroambiente Forças Político-Legais Forças Econômicas Forças Tecnológicas Forças Sociais São forças que têm como origem ações legislativas, judiciais e decisões, ou normas, definidas por comissões de classe ou pelo Governo. São forças que surgem com o impacto do Produto Interno Bruto (PIB), taxas de juro, taxas de inflação e variação do câmbio. São forças vinculadas às melhorias e inovações científicas diante do desenvolvimento e da capacitação tecnológica da organização. São forças associadas às tradições, aos valores, às tendências e expectativas sociais diante do negócio ou ações da organização na sociedade. Fonte: RODRIGUES, M. Ações para a Qualidade, 2012, p. 37 O ambiente da organização é a maior influência para apoiar e determinar procedimentos. O método mais utilizado é do Porter, que faz análise das cinco forças, vejamos: 1. A ameaça de novos concorrentes que ingressam no setor; 2. A intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes; 3. A ameaça de bens ou serviços substitutos; 4. O poder de barganha dos clientes; 5. O poder de barganha dos fornecedores. 14 15 Tabela 6 Forças doAmbiente da Organização Ameaças de Entrada Produtos Substitutos Poder do Cliente Poder do Fornecedor Rivalidade entre Concorrentes São forças que estão relacionadas com a probabilidade de novas organizações entrarem no setor e a eficácia das barreiras de entrada. São forças que surgem devido a produtos alternativos, satisfatórios às necessidades dos clientes, apresentados por organizações de outros setores. São forças vinculadas ao poder e volume de compras por um cliente empresarial ou pessoal diante das condições do setor. São forças decorrentes do domínio do fornecedor, em um setor ou ambiente, para aumentar sua lucratividade e dominar os clientes. São forças associadas à competição em organizações de um determinado setor e em um ambiente delimitado. Fonte: RODRIGUES , M. Ações para a Qualidade, 2012, p. 37 Tabela 7 – Estudo de Caso da Ambev – Ações Estratégicas para a Qualidade Exemplo 3: Ambev Missão Criar vínculos fortes e duradouros com os consumidores e clientes, fornecendo-lhes as melhores marcas, produtos e serviços. Visão Ser a melhor empresa de bebidas do mundo em um mundo melhor. Valores/Princípios Sonho Nosso sonho nos motiva a trabalhar juntos com um único objetivo: ser a melhor empresa de bebidas em um mundo melhor. Gente Pessoas excelentes, com liberdade para crescer em velocidades condizentes com seus talentos e recompensadas adequadamente, são os ativos mais valiosos da nossa companhia. Cultura – Nunca estamos completamente satisfeitos com os nossos resultados. Foco e tolerância zero ajudam a garantir uma vantagem competitiva e duradoura. – O consumidor é o patrão. Nós nos relacionamos com os consumidores por meio de experiências significativas das nossas marcas, unindo tradição e inovação, sempre de forma responsável. – Somos uma companhia de donos. Donos assumem resultados pessoalmente. – Acreditamos que bom senso e simplicidade orientam melhor que sofisticação e complexidade. – Gerenciamos nossos custos rigorosamente para liberar mais recursos e assim suportar nosso crescimento no mercado. – Liderança pelo exemplo pessoal é o melhor guia para nossa cultura. Fazemos o que falamos. – Não pegamos “atalhos”. Integridade, trabalho duro e consistência são a chave para construir nossa Companhia. Fonte: http://www.ambev.com.br, em 16/04/2012 Objetivos Objetivos Gerais Objetivos Específicos Representam o que a organização pretende alcançar a médio ou longo prazo e como vai orientar seus esforços e recursos. Representam objetivos restritos, muitas vezes são apresentados de forma setorial e quantificados. Estratégia São os caminhos ou planos definidos pela alta administração, alinhados com a missão, visão e valores, para atingir resultados eficazes de acordo com os objetivos definidos. Etapas das estratégias: formulação; implementação e controle. Fonte: RODRIGUES , M. Ações para a Qualidade, 2012, p. 40 15 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Ações Estratégicas para a Qualidade – Parte 2 Neste tópico, vamos abordar as ações que as organizações aderem para uma estrutura organizacional com busca para a qualidade total tanto no ambiente inter- no, como externo. Portanto, vejamos, segundo o autor Rodrigues (2012), as funções básicas das estruturas organizacionais que merecem destaque: • Operacionalizar e viabilizar a base do sistema organizacional; • Viabilizar e realizar processos e produtos organizacionais; • Minimizar ou reduzir as influências das variáveis individuais sobre a organização; • Determinar um contexto onde o poder é exercido, as decisões tomadas e são executadas as atividades das organizações. Muito bem! Como o próprio autor menciona, estes são alguns pontos neces- sários para desenvolver uma estrutura organizacional com estratégias focadas na qualidade. Mas não podemos deixar de abordar a flexibilidade e o dinamismo, que também são fatores decisivos para o sucesso dos processos, juntamente com os aspectos cultural e social da organização. Vejamos, na tabela 8, quatro fatores que têm condicionado o tipo de estrutura organizacional: o tamanho, a tecnologia, o ambiente e a estratégia. Tabela 8 Fatores Estruturais e seus Componentes Tamanho Tecnologia Ambiente Estratégia Capacidade Física Tecnologia de Operação Ambiente do Mercado Estratégia Corporativa Pessoal Disponível Tecnologia de Material Ambiente Físico Estratégia Operacional Volume de Insumos/ Produtos Tecnologia de Conhecimento Ambiente Ecológico Estratégia Produto/ Mercado Recursos Disponíveis Tecnologia de Recursos Humanos Ambiente Social Estratégia Ambiental/ Social Fonte: RODRIGUES , M. Ações para a Qualidade, 2012 , p. 40 Em 1990, as empresas utilizavam os macroprocessos com o intuito de aperfei- çoar a habilidade, o conhecimento, e integrar seus colaboradores. Quando falamos de estruturas, é fácil entender o que é globalizado, possibilitando maior agilidade, disseminando poder e responsabilidade nos diversos níveis organizacionais. Como, por exemplo: cadeia de suprimentos – fornecedores – empresa – clientes, entre outros. É necessária esta interação para melhoria da qualidade e desempenho eficaz dos produtos e processos de uma organização que se deseja manter competi- tiva, eliminando, assim, desperdício, retrabalho, ou falhas na cadeia de suprimentos. 16 17 Ações Comportamentais para a Qualidade Dentro das ações comportamentais para a qualidade, temos um fator fundamen- tal: é o comprometimento de uma equipe preparada. Buscar o comprometimento do colaborador diante de causas e objetivos definidos pela organização e preparar o colaborar para atender um processo volátil de mudança e ainda fazer com que ele tenha uma visão de empreendedor. Portanto, veremos neste tópico como você, futuro administrador, vai buscar trazer para sua equipe este comprometimento que fará com que ela cumpra etapas propostas para atingir a qualidade de forma adequada dentro da organização. Figura 4 Fonte: iStock/Getty Images A qualidade de vida no trabalho QVT tem como objetivo proporcionar para a equipe o bem-estar no ambiente organizacional. Consequentemente, podemos entender que uma equipe motivada devolve para a organizacionação uma melhor produtividade e qualidade. E a QVT também se compromete a alinhar as expectativas do colaborador com o objetivo da organização. Sobre a implantação da QVT, ou manutenção de seus programas, devemos ter alguns pontos como principais: • realinhamento da cultura organizacional; • projeto do cargo; • valorização do homem e do capital; • realinhamento estrutural e filosófico; • integração organizacional e social; • organização do trabalho; • resultados organizacionais. 17 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Tabela 9 – Para a implantação da QVT, ou manutenção de seus programas, devemos ter alguns pontos como importantes Utilizando a escala abaixo, identificar em que níveis as proposições estão de acordo com sua realidade. 0 1 2 3 4 5 6 Discordo Concordo Totalmente Parcialmente Ligeramente Neutro Ligeiramente Parcialmente Totalmente Quanto ao Cargo 0 1 2 3 4 5 6 1. Meu cargo está de acordo com minhas habilidades 2. Meu cargo é reconhecido como significativo na organização em que trabalho 3. Tenho responsabilidade para determinar o ritmo e a forma de trabalho 4. O cargo que exerço agrega tarefas conjuntas 5. O meu cargo possui uma identidade própria Total de Pontos (T 1) Quanto à Cultura da Organização 0 1 2 3 4 5 6 1. Minha organização incentiva o respeito, o reconhecimento e a justiça 2. Sempre tomo ex-dirigentes como referência de trabalho ou de vida 3. O treinamento de novos funcionários é planejado 4. Existem momentos especiais de comemorações e atividades sociais 5. Considero importantes as antigas histórias de sucesso da organização Total de Pontos (T 2) Quanto à Estrutura e à Filosofia Organizacionais 0 1 2 3 4 5 6 1. Conheço e me identifico com a missão de minha organização 2. A organizaçãotem filosofia que busca o sucesso e o bem-estar da sociedade 3. Concordo com os princípios básicos e normas de minha organização 4. A estrutura de minha organização permite agilidade nas decisões 5. A estrutura da organização facilita o meu desenvolvimento profissional Total de Pontos (T 3) Quanto à Organização do Trabalho 0 1 2 3 4 5 6 1. Os processos de trabalho de minha organização são coerentes e eficazes 2. O trabalho que realizo tem várias tarefas distintas 3. As tarefas que realizo são potencialmente motivadoras 4. Minhas atividades possuem um baixo grau de rotinização 5. Tenho uma relação profissionalmete boa com a supervisão Total de Pontos (T 4) Quanto à Relação Homem e Capital 0 1 2 3 4 5 6 1. A organização em que trabalho tem um programa de desenvolvimento e crescimento profissional 2. A organização em que trabalho me fornece status e me valoriza diante de minha comunidade 3. Sinto-me seguro e confio na organização em que trabalho 18 19 Quanto à Relação Homem e Capital 0 1 2 3 4 5 6 4. Quanto mais a organização em que trabalho cresce, mais aumentam meus benefício financeiros 5. Minhas expectativas pessoais são atendidas pela organização em que trabalho Total de Pontos (T 5) Quanto à Integração Organizacional e Social 0 1 2 3 4 5 6 1. A organização estimula as atividades sociais/esportivas fora do ambiente de trabalho 2. Participo de um grupo de trabalho que valoriza a ajuda mútua 3. Participo das decisões relativas à minha área de trabalho 4. O ambiente de trabalho possui um clima de relacionamento amistoso entre colegas e supervisão 5. Existe um bom fluxo de informações na organização em que trabalho Total de Pontos (T 6) Qaunto aos Resultados Organizacionais 0 1 2 3 4 5 6 1. Procuro fazer meu trabalho com o máximo de perfeição possível 2. A organização me fornece todas as condições necessárias para o bom desempenho 3. Tenho treinamentos periódicos para melhoria do desempenho e conhecimento de novas técnicas 4. Periodicamente recebo incentivos financeiros por minha produtividade 5. Participo ativamente dos programas ou grupos de qualidade Total de Pontos (T 7) Fonte: RODRIGUES , M. Ações para a Qualidade, 2012, p. 54-55 Ações Operacionais para a Qualidade Zona de Mudança (Instabilidade Emocional) Grau de Empreendedorismo Zona de Empreendedorismo (Crescimento) Zona de Conforto (Acomodação) Ní ve l d e Q ua lid ad e d e V id a n o T ra ba lh o Reinício, novo processo de mudança Figura 5 Fonte: Adaptado de Rodrigues, 2012 19 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade De acordo com a figura, podemos avaliar alguns pontos. Segundo o autor Ro- drigues (2012), vejamos: 1 etapa: zona de conforto • Apresentação: Organizar grupos de 15 a 20 colaboradores, de preferência do mesmo nível hierárquico, e que atuem no mesmo processo, ou em processos vinculados. Esta dinâmica deverá durar em média de 2 a 3 horas. • Objetivo: Promover o autoconhecimento do colaborador no nível pessoal e profissional. • Ferramentas: A Janela Johari e as dinâmicas com pequenos grupos são instrumentos eficazes para atingir o objetivo nesta etapa. • Conteúdo Básico: Esta etapa deve levar o colaborador a responder para si mesmo e conscientizar-se diante dos seguintes questionamentos: » Quem você é? » Em que setor você trabalha? » Que tarefas você realiza? » Por que suas tarefas são necessárias? » Quem mais realiza tarefas semelhantes? » O que ocorreria se suas tarefas não fossem realizadas? » Que conhecimentos você utiliza para desempenhar suas tarefas? » Que grau de conhecimento ou competência profissional você não utiliza plenamente para desempenhar suas tarefas? 2 etapa: zona de mudança • Apresentação: De preferência, deve-se organizar o mesmo grupo da etapa anterior, depois de uma ou duas semanas. Esta dinâmica deve durar de 3 a 4 horas e ser dividida em dois momentos. » O primeiro momento deverá ser conduzido por dirigentes da organização, onde serão apresentados os novos objetivos, planos, estrutura, tecnologias ou fluxos produtivos da organização, sempre tomando como justificativa as mudanças, as crescentes exigências do mercado e as ameaças da concorrência. O segundo momento deverá ser conduzido por instrutor com postura técnica/empresarial. Neste momento, deve ser feita uma reflexão com os participantes sobre as mudanças apresentadas, no momento anterior, pelo dirigente da organização. • Objetivo: Conscientizar o colaborador do novo momento que as organizações estão vivendo, diante das constantes mudanças do mercado e da consequente necessidade interior e do novo contexto, como se encontra a adaptação ou realinhamento do colaborador em relação ao seu conhecimento, habilidade, postura, ações e motivação. 20 21 • Ferramentas: Exposição e dinâmicas simulando as novas tendências profissio- nais e organizacionais. • Conteúdo Básico: Esta etapa deve levar o colaborador a questionar sua postura organizacional nos diversos aspectos: comportamentais, gerenciais, técnicos e operacionais. Seguem alguns questionamentos norteadores: » Faça um estudo de você mesmo, em relação à sua postura dentro da organização. » Análise seu nível de conhecimento e informação. » Analise o atual contexto organizacional. » Identifique suas vantagens competitivas (forças) e desvantagens (fraquezas) diante do novo contexto organizacional. » Analise as ameaças e oportunidades no atual contexto diante de suas forças e fraquezas. » Identifique seu posicionamento competitivo dentro de sua empresa. » Identifique seu grau de empregabilidade no mercado. 3 etapa – zona de empreendedorismo • Apresentação: De preferência, deve-se organizar o mesmo grupo da etapa anterior, depois de uma a duas semanas. Esta dinâmica deve durar de 3 a 4 horas. Esta etapa deve ser conduzida por um instrutor com postura comporta- mental e com habilidade de trabalhar a instabilidade emocional e insegurança dos participantes, gerada na etapa anterior. • Objetivo – resgatar o colaborador, dando a oportunidade e condições para que o mesmo se engaje no processo de mudança, buscando uma nova postura na organização, através de uma visão empreendedora. • Ferramentas: exposição e estudos em grupos. • Conteúdo básico: está etapa deve levar o colaborador a identificar os ca- minhos para que ele aproveite as novas oportunidade da organização e do mercado, e motivá-lo a participar de processos de capacitação. Seguem alguns questionamentos norteadores: » Identifique todas as suas vantagens competitivas. O que o torna competitivo? » Que outras tarefas você poderia realizar na organização? » Em que outros setores da organização você poderia atuar profissionalmente? » Em que outras organizações você poderia atuar profissionalmente? » Que conhecimento ou informações você precisa ter para se tornar mais competitivo dentro ou fora da organização? O autor aposta nesta metodologia para levar o colaborador a questionar a flexibilidade seus valores e postura, dando, assim, uma oportunidade para aceitar novos posicionamentos apresentados pela organização. 21 UNIDADE Metodologia para Melhoria dos Processos e da Qualidade Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Qualidade Total – Documentário Completo https://youtu.be/GZ0w2s4D6fY Leitura Programa 8S: A Base da Filosofia Seis Sigma ABRANTES, J. Programa 8S: a base da filosofia Seis Sigma. Rio de Janeiro: Inter- ciência, 2001. http://www.cpfl.com.br 16/04/2012 Utilização do Método Seis Sigma para Melhoria do Processo de Atendimento de uma Empresa de Serviços: Estudo de Caso em uma Empresa do Setor Alimentício https://goo.gl/a2e26E 22 23 Referências PORTER, M. E. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1989. DEMING, W.E. A revolução da administração. Rio De Janeiro: Marques Saraiva, 1990. RODRIGUES, M.V. Ações para a qualidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. ________. Qualidade de vida no trabalho:uma análise no nível gerencial. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. ________. Ritos e excelência nas empresas. Petrópolis: Vozes, 2002. ________. Entendendo, aprendendo, desenvolvendo qualidade padrão Seis Sigma. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. 23
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