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Os Dez mandamentos para os dias atuais EDIÇÃO DIGITAL ESPECIAL PR. ROMILTON LOURENÇO Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense Ano 17 - n° 69 - 2T2021 Sumário Revista evangélica trimestral da Convenção Batista Fluminense. O intuito desta revista é servir de material de educação religiosa acerca do que é ensinado na Palavra de Deus, pela leitura e interpretação dos escritores destas lições. Esta revista não é um manual para a vida cristã, é apenas um material de auxílio educacional. Antes de tudo leia a Bíblia, que é a Palavra de Deus. Publicada pela Convenção Batista Fluminense, sob cuidado do Departamento de Educação Religiosa e produção do DECOM (Departamento de Comunicação). (21) 2620-1515 contato@batistafluminense.org.br Rua Visconde de Morais, 231 Ingá, Niterói/RJ - CEP 24210-145 Nota Especial5 Primeiras Palavras7 Palavra do Redator9 Apresentação – Quem Escreve11 Notas Técnicas74 14 Lição 1 Uma sociedade que Desconsidera os Mandamentos Divinos 56 Lição 10 Mentiras Piedosas, Falsos Testemunhos em Confronto com a Verdade 18 Lição 2 Relacionamento Perigoso 22 Lição 3 A Imagem do Deus Invisível 26 Lição 4 O Nome que Está Sobre Todo Nome 30 Lição 5 Jesus é o Senhor do sábado 36 Lição 6 Código de Honra 42 Lição 7 Estancando o Sangue 46 Lição 8 Adúlteros e Adultério na Balança de Deus 52 Lição 9 Obter Algum Valor por Nada em Troca 62 Lição 11 Olhos Cobiçosos 70 Lição 13 O Segundo Grande Mandamento 66 Lição 12 O Grande Mandamento Clique no item abaixo para ir até a página Novidade! 4 5 Nota Especial Rio Bonito, 23 de março de 2021. Queridos pastores, diretores, professores de EBD e mui amados irmãos. Como deve ser do conhecimento de todos, estamos com grande difi- culdade em distribuir as edições da Revista Palavra e Vida, de forma im- pressa, o que se intensificou no ano passado com a crise da pandemia e a consequente queda de ofertas e do Plano Cooperativo. Para temos uma noção da dimensão das dificuldades, as despesas com a revista superaram em quase 50 por cento em relação às receitas, o que naturalmente inviabiliza a distribuição impressa de forma gratuita, além de produzir resultado negativo em nossas contas. Pedimos que todos nos ajudem ofertando especificamente para a Re- vista Palavra e Vida a fim de que possamos cobrir o custeio dessa edi- ção impressa ou virtual, que os irmãos receberam, ou receberão, para o segundo trimestre. A nossa Revista tem abençoado muitas vidas tanto em nosso campo fluminense, quanto no Brasil e até no mundo, através da versão digital, as vídeo aulas e o áudio books para deficientes visuais, recursos amplamente usados gratuitamente em todos os países e igrejas de língua portuguesa no mundo, especialmente na África. Nossa Revista é missionária, por isso, já distribuímos mais de 7 milhões de exemplares gratuitamente. Você pode ajudar a cobrir esse cus- to que impacta negativamente nossas contas desde o ano passado. Faça livre- mente a sua oferta agora, através do PIX 07026815000199 (CNPJ), através do QR code, TED para a conta corrente da CBF (c/c 12523-7 – ag. 2376 – Bradesco), ou ainda por boleto gerado no site de nos- sa Convenção: www.batistafluminense. org.br Deus te abençoe poderosamente! Muito obrigado! Pr. Amilton Ribeiro Vargas Diretor Executivo da CBF 6 Embora ainda existam alguns indi- ferentes, a maioria sofre, e todos os que têm compaixão estão sofrendo com a pandemia. Muitos estão mor- rendo, o número de pessoas passando por necessidades aumentou, o núme- ro de empregos diminuiu, os trabalha- dores informais praticamente sumiram do mercado, empresas acumulam prejuízos, escolas fecham suas portas, neste momento faltam vacinas (salvo exceções), os idosos têm a ansiedade como companheira, famílias desestru- turadas sofrem com a intensificação do convívio gerado pelo isolamento social, mas existe uma Esperança real: Jesus conosco! Quando Jesus estava prestes a dei- xar o convívio terreno presencial com seus discípulos, disse “estou convos- co”, declarando que não ficaríamos sós. Ele deixou a certeza de que diante das alegrias, dos sofrimentos ou dos problemas, Ele estará conosco. Em dias difíceis como os dessa Pandemia, ele está comigo e com você, meu ir- mão! Lembre-se que em sua promes- sa ele usou o verbo no presente: “es- tou convosco”. Sejam quais forem as circunstâncias, Ele está conosco! Não apenas por um tempinho, mas “todos os dias”. Preciso agradecer a você, pois sua generosidade chegou a milha- res de pessoas que, através das or- ganizações e departamentos de sua Convenção, foram assistidos, espe- cialmente por nossa OPBBFL e pelo Departamento de Evangelismo e Mis- sões, mas principalmente por você e sua igreja. Muitíssimo obrigado! Nessa pandemia, embora haja mui- tos templos com portas fechadas, a Igreja de Cristo não está fechada, pois continua sendo assistida pela presen- ça de Jesus e pelo Espírito Santo, sus- tentando e confortando seus filhos e filhas através de uma comunhão que não pode ser impedida. Não só saiba, mas sinta reconfortante e maravilhosa presença. Continue orando por nós! Glórias a Deus! Jesus está presente sempre! Pr. Amilton Ribeiro Vargas Diretor Executivo da CBF Você Não Está Só “Estou convosco todos os dias.” Mateus 28,20b 7 Primeiras Palavras “Felizes os que guardam os man- damentos de Deus e Lhe obedecem de todo o coração!” Salmo 119.2 O salmista observa o resultado na vida daqueles que guardam e obedecem aos mandamentos de Deus: Eles são felizes! Há diversas passagens na Bíblia que mostram a felicidade dos que refletem sobre a perfeição da Lei do Senhor e obe- decem aos seus mandamentos. A lei do Senhor é perfeita, e para o nosso bem. Assim, todos os que a obser- vam são felizes, mesmo quando se paga um alto preço pela obediência aos seus princípios. Neste trimestre, estaremos estu- dando sobre os Dez Mandamentos para os dias atuais. Todas essas li- ções foram preparadas ainda em 2019 para serem estudadas no se- gundo trimestre de 2020. Porém, por conta da Pandemia do novo Coronavírus e das consequentes di- ficuldades de distribuição naquele período, essas lições só puderam ser estudadas agora. Por conseguinte, encerramos o modelo usado nos três últimos tri- mestres, com vários autores e au- toras que nos abençoaram com preciosas lições. A partir deste tri- mestre, voltaremos à continuidade do projeto original da revista. Desejo expressar aqui a minha profunda gratidão ao trabalho ex- traordinário do PR. Marcos Zumpi- chiate, como então redator desta edição, bem como pelo trabalho realizado ao longo desses anos como redator da nossa revista. Te- nho certeza de que muitos frutos serão colhidos pela instrumentali- dade desse gentil e generoso servo. Nossa sincera gratidão também ao Pr. Romilton Lourenço, por ter escrito essas preciosas lições, que falam profundamente aos nossos corações. Certamente, os princípios emanados das Santas Escrituras, especialmente contidos nos Dez Mandamentos, são afirmações vitais para os nossos dias. Esperamos que você, ao estudar cada uma dessas lições, possa reafirmar aqueles prin- cípios para Glória de Deus. Que o Senhor te abençoe e te guarde! 9 Pr. Alonso Colares Pastor da Igreja Batista de Vera Cruz, Campos dos Goytacazes (RJ) e Diretor da FABERJ Palavra do Redator 11 Apresentação Quem Escreve Você seria capaz de descrever o mundo atual em uma só palavra? Nos faltam adjetivos para caracteri- zar o estado social do nosso planeta. Dias desses, estava parado em- baixo do semáforo e respeitando o sinal vermelho, quando vi uma cena, não rara, mas que me chamou a atenção. À minha frente uma faixa para pedestres. Do meu lado direito foi possível observar que no semá- foro de pedestre, o verde se apagou e a luz vermelha começou a oscilar. Muitos pedestres apressaram os passos na faixa de travessia. Do meu lado esquerdo o automóvel estava sendo guiado por umrapaz, sem o cinto de segurança. Ele olhava para o semáforo sobre nós e ao mesmo tempo em que acelerava fundo, dando mais torques no motor e buzi- nava com veemência. Foi exatamen- te neste momento que um senhor apoiado em seu andador, pôs os pés no início da faixa e começou a sua travessia. Logo que vi a cena, retirei o pé da embreagem e com os olhos preocupados acompanhei a longa travessia deste senhor. Foi possível ouvir o som, quase que ensurdece- dor, das buzinas que se misturavam às palavras de baixo calão, soando atrás de mim. O moço do meu lado esquerdo estava em desespero. Ao final da travessia deste senhor, o se- máforo indicou sinal vermelho para todos nós, nos impossibilitando de continuar o trajeto. São as leis do Pastor da Igreja Batista Central em Praça da Bandeira, São João de Meriti – RJ, Bacharel em Te- ologia pelo Seminário Teológico Batista da Pavuna, graduado em Pedagogia pela Universidade de Uberaba, pós graduado em Teo- logia Contemporânea pelo STBP, casado com Mariélia Souza Quei- roz, pai de Yuri Queiroz Lourenço e Laura Queiroz Lourenço e avô de Alice Vieira Queiroz Lourenço. Pr. Romilton Lourenço 12 trânsito. As leis foram feitas para quem? No caso acima, você entende que a lei foi feita para mim, ou para o rapaz ansioso do meu lado? É fácil responder: as leis foram elaboradas para aqueles que não amam, que não respeitam o próximo. Leis são mandamentos. As Leis são princípios e normas que foram criadas para es- tabelecer como devemos nos com- portar. Na Bíblia, em especial no Livro do Êxodo, encontramos um povo recém liberto da escravidão que ain- da não era uma nação. Os hebreus, embora caminhassem livres rumo à Terra Prometida, eram ágrafos e anômicos, ou seja, não tinham uma escrita definida, tampouco tinham leis sobre si. Yahweh, não apenas foi o libertador de Israel, da sua servi- dão aos egípcios, mas era também o seu legislador. Mesmo livres, o povo de Israel, para ser uma nação, teria que admitir um código legal e divi- namente inspirado, a saber, os dez mandamentos (Êx 20.3-17; Dt 5.7-21). Permita-me algumas sugestões: releia os dez mandamentos; estu- de também o sermão da montanha registrados nos capítulos 5, 6 e 7 do evangelho de Mateus; agregue à sua memória os dois grandes manda- mentos de Jesus em que devemos amar a Deus e ao próximo (Mt 22.37- 40). Assim, possibilitará a você des- cobrir nestas lições, se a sociedade atual desconhece ou descumpre a todos os princípios da Lei divina. 13 Os historiadores cristãos dividem a trajetória humana, desde a Criação até os dias atuais, em longos perío- dos de tempo: Pré-História humana que compreende entre o Jardim do Éden até o início da escrita; Antigui- dade, período entre 4000 a.C. a 476 d.C.; Idade Média entre 476 d.C. a 1453 d.C. que marcou a queda de Constantinopla; a Idade Moderna que compreende o período de 1453 d.C. até 1789 d.C ano do início da Re- volução Francesa; A Pós-moderni- dade tem seu início em 1989 com a queda do Muro de Berlim e durou até 2001 que marcou a queda das Torres Gêmeas nos EUA. De 2001 até os dias atuais, não há uma definição em que período estamos da nossa História. O sociólogo Zygmunt Bauman defende que o período atual é de uma socie- dade líquida que insiste nas decisões individualistas, pois tudo é relativo. A sociedade atual defende que o pluralismo de ideias deve ser res- peitado e que a tolerância necessita estar sempre acima da lei de Deus e dos homens. Os homens tornaram-se amantes de si mesmos (2Tm 3.1-5). Deus e os princípios morais divinos, deixam de ser o centro, o início e o fim de tudo. Na sociedade atual, não há espaço para os princípios imutáveis constantes nas Escrituras Sagradas. O homem de hoje, com seu ego infla- do, ocupa todos os espaços. Nos dias atuais, não há mais espaço para Deus na consciência humana, promoven- do, assim, o desprezo pelo sagrado, o desrespeito pelas leis e a redução do Ser de Deus a um mero mordomo, ávido para servir e atender aos mais absurdos desejos humanos. Texto base: Oseias 4.6 Uma Sociedade que Desconsidera os Mandamentos Divinos 14 Data do estudo Lição 1 O Senhor Jesus nos exorta a bus- car a Deus e a sua justiça antes de tudo (Mt 6.33). Jesus nos diz que de- vemos fazer do governo soberano de Deus e do nosso responsável relacio- namento com o Criador, a mais alta prioridade da nossa vida. Na escala de valores desta vida, classificamos que o corpo vale mais do que o ves- tuário, a vida vale mais do que o que comemos. Entretanto acima de todas estas coisas terrenas, devemos bus- car a comunhão com Deus. Quem opta por entregar a Deus o primeiro lugar da sua vida, desfrutará do cui- dado divino (Rm 8.32) 1. O desconhecimento dos princípios morais de Deus O profeta Oseias nos assegura que o povo de Deus não é destruído pelo inimigo, pois dele podemos lutar, resistir e até fugir na tentativa de so- breviver; não somos destruídos pelas pragas e doenças deste mundo, pois o cuidado com a saúde e o avanço da ciência tende a nos fazer mais sau- dáveis. O povo de Deus é destruído pela ignorância, pela falta de conhe- cimento. O que nos destrói definitiva- mente é a ausência de conhecimen- to de Deus e dos seus caminhos. O povo de Israel estava sendo aniqui- lado por falta de conhecimento que vem através da Sua Lei (Os 4.1,2). Os próprios sacerdotes, interpretes da Lei, estavam recusando o aprendiza- do e ensino da Lei. Observe que Deus diz: “o meu povo...”. A nação de Israel estava per- dendo o relacionamento com Deus por conta da falta de observação da Lei moral de Deus. Ao rejeitar o co- nhecimento de Deus e aos seus ca- minhos, estavam cavando as suas próprias sepulturas. Fé, conhecimen- to e obediência a Deus são indisso- ciáveis. Alguns dizem que pecar é errar o alvo. Entretanto podemos errar o alvo tentando acertar. Pecar é de- sobedecer às leis de Deus (1Jo 3.4). São complexas e muito extensas as leis de Deus, por isso foi dado a Moi- sés a bênção em resumi-las em dez grandes Mandamentos. São Man- damentos e não recomendações ou sugestões. Certamente você já se deparou com uma prova de múltiplas escolhas. Nesse tipo de avaliação, você poderá optar pelas questões mais fáceis para responde-las. Se a média escolar for 6, 7 ou 8, conve- nhamos que não será muito difícil. Muitos de nós confundem os Dez Mandamentos como provas escola- res. Pensam que Deus, quando nos deu seus Mandamentos, disse a nós: “Escolham, meus filhos, e obedeçam a alguns dos Mandamentos”. Contrário a isso, Deus quer que cumpramos to- dos os seus Mandamentos (Êx 24.7). O Novo Testamento é claro em nos dizer que a salvação não vem da Lei, mas da fé em Jesus. A lei no pas- sado nos serviu de placas indicativas até que a humanidade chegasse ao Cristo Salvador (Gl 3.23-25). A função disciplinar da Lei no passado, cessou com a vinda do Senhor Jesus (Rm 10.4). Entretanto a Lei ainda opera, principalmente nos corações dos pe- cadores com a finalidade de desper- ta-los para Cristo. 15 2. Consequências da desobediência da Lei divina Desde que a humanidade optou por ignorar as Leis morais de Deus, o caos foi instaurado. Adolf Hitler é o fi- lho gerado pela sociedade moderna. A humanidade que desconhece as Leis divina, experimentou duas gran- des Guerras Mundiais. Se sairmos da visão caótica que apenas amplia momentos de trevas na história e entramos nos dramas internos desta sociedade veremos o número cres- cente da violência contra a mulher. Enquanto poucos conseguem, pelo menos, três refeições diárias, existem muitos adultos, jovens e crianças re- mexendo latas de lixo em busca de algo para comer. Hoje a noite alguns terão um colchão e um cobertor para descansar, mas existem pessoas cujo teto sobre si é uma marquise e o úni- co bem que possui, além de poucas roupas, é um pedaço de papelão para repousar o seu corpo. Muitos que dormem sob as marquises, não é pela consequência do usode drogas ou do álcool, mas por causa do de- semprego e da miséria. A crescente e incurável epidemia da Aids é uma triste realidade. As armas de grosso calibre, que deveriam apenas serem utilizadas pelas forças armadas em defesa da sociedade, estão espalha- das nas mãos de homens maus que ameaçam, saqueiam e matam uma população indefesa e acuada. As no- tícias de que homens-bomba assas- sinaram inocentes por causa de suas insanidades, parece não mais alar- mar, tamanha rotina no Oriente Mé- dio. Quantas crianças, jovens, adultos e idosos arriscam suas vidas sobre perigosas embarcações na travessia de mares e rios na tentativa de se re- fugiarem em outros países em busca de paz? Crescemos mundialmente. Somos 7 bilhões de habitantes que cresce a cada dia. Temos fama de que vivemos, mas estamos mortos (Ap 3.1). A humanidade tem colhido os frutos amargos por causa de sua desobediência (Dt 28.15). 3. O amor e a lei Durante a Segunda Guerra mun- dial e na agonia do holocausto dos judeus, dentro do campo de concen- tração, existia um acordo, algo tácito: as judias que engravidassem dos sol- dados nazistas tinham direito à liber- dade levando consigo, não apenas o filho no ventre, mas também os filhos judeus. Em nome do amor aos filhos, afim de amenizar seus sofrimentos, muitas judias se prostituíam. Será que esse amor pela família ultrapas- sa qualquer objeção a lei moral? Será que a fornicação e o sexo ilícito são perdoados por causa do amor? Tal- vez, por causa desse pseudo amor, a humanidade tem encontrado justifi- cativa para relacionamento sexual de indivíduos do mesmo sexo que cons- ta na certidão de nascimento, entre- tanto é uma prática condenada pela lei de Deus (Rm 1.25-27). Toda atitude sem amor, tende a ser ofensiva. Con- tudo, o aborto para salvar apenas a mãe e a eutanásia que toma o lugar de Deus para decidir quem vive ou quem morre jamais podem ser con- siderados atos de amor sem antes esbarrar no limite da lei de Deus que diz: “não matarás” (Êx 20.13). Alguns 16 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária Mateus 22.37-40 Salmos 37.30-31 Gálatas 3.23-25 Romanos 2.12-15 Mateus 5.17-18 Romanos 13.8-10 Mateus 19.17 homens estão distorcendo o enten- dimento do que é o amor, alegando que “não estamos sob a lei, mas sob a graça” (Rm 6.14). Tomam como exemplo a decisão do Senhor Je- sus em perdoar uma mulher pega em adultério, mas mesmo assim a perdoou (Jo 8.1-11). Erroneamente, estão se apossando do amor para legalizar seus pecados, afinal, há quem diga que Moisés nos trouxe a Lei que já está ultrapassada, mas Cristo é a única lei. Com isso, muitos estão justifi- cando seus erros e pecados, sobre- pujando a lei em nome do amor. Até cristãos estão trocando de esposas por causa desse pseudo amor. Je- sus não veio para revogar a lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17). Ao confron- tar os acusadores da mulher pega adulterando, precisamos observar a frase final dita por Jesus: “... vá e não peques mais.” (Jo 8.11). Ainda que te- nha perdoado, Jesus faz questão de afirmar que houve pecado. Para pensar e agir Quando você pensa no antigo código moral de Deus, conhecido como os Dez Mandamentos, não vem a sua mente a figura de Moisés segurando duas tábuas de pedras, uma em cada mão? Porventura, não lhe dá a sensação de que tal figura é antiquada, na verdade um símbolo ultrapassado? É justamente o que a sociedade ao longo do tempo foi in- ternalizando: as leis morais de Deus são retrógradas. Não parece estra- nho, saber que Jesus defendeu as Leis, além de cumpri-las? Nas pa- redes dos tribunais humanos, juízes têm sobre si uma figura do Cristo estereotipada numa escultura fixa- da, mas grande parte dos magistra- dos dos dias atuais, consultam suas leis, mas ignoram as de Deus em suas decisões. O Decálogo não deve ser com- parado às peças de um museu. Na verdade, os Dez mandamen- tos sempre nos oferecerão solu- ções práticas para nossos dilemas existenciais e sociais. Você pode imaginar um mundo sem leis? Bu- zinaríamos em frente aos hospitais. Não reduziríamos a velocidade no perímetro escolar. Não teríamos um guarda corpo na estrada e to- dos nós estaríamos em perigo por causa do desfiladeiro em uma cur- va da montanha, por exemplo. Os Dez mandamentos não são instru- ções, meios ou planejamentos para deixar a servidão no Egito. Os Dez Mandamentos são normas para que possamos viver livres (Jo 14.15). 17 A parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32) é mais do que uma história, mas trata-se de um alerta do Senhor Jesus aos seus discípulos. A narrativa é entorno de um filho que rompe a sua intimidade fraternal e vai em bus- ca de outros relacionamentos. Pode- mos conjecturar que o pai exortou ao seu filho, mas este, colocando as mãos sobre suas orelhas, tenha dito: “não quero ouvir, apenas deixe-me ir! O desejo do Filho Pródigo era sair em busca de novos relacionamen- tos. Novas aventuras. Abandonar o seu pai e desejar o mundo, era mais do que um objetivo do Filho Pródi- go, mas era uma obsessão. Algum tempo depois o Filho Pródigo colhe as consequências de sua decisão in- sensata. Ao voltar para casa ele trazia no corpo e na alma as humilhações dos relacionamentos ocasionados pelo mundo. Foi por isso que Deus nos escreveu o Primeiro Mandamento. Na verdade, este Mandamento é uma advertên- cia que nos transmite uma profunda preocupação do Senhor com a nossa integridade, física, moral, psíquica e espiritual. Sua intenção é nos adver- tir do perigo que existe em nos rela- cionarmos com quem quer que seja diferente dEle. Quão grande é o risco de entregar nossa fidelidade e dedi- cação a deuses, que na verdade nun- ca existiram. O primeiro mandamento é a manifestação do amor de Deus ao seu povo. O primeiro mandamen- to é um alerta: se optarmos por Deus, teremos guarda, carinho e salvação, mas se O substituirmos por algo ou alguém, estes nos trarão falsas e momentâneas alegrias, pois fora de Texto base: Êxodo 20.1-3 Relacionamento Perigoso O Primeiro Mandamento “Não terás outros deuses diante de mim” Êx 20.3 18 Data do estudo Lição 2 Deus teremos humilhação, desespe- rança e condenação. 1. Relacionamento com Deus e “deuses” na Bíblia A intensão da Bíblia é clara em provar que só existe um Único Deus (Is 43.10; 1Co 8.6). Não existem deu- ses. Entretanto, no período do antigo povo de Israel, muitas nações adora- vam seus ídolos. Os filisteus suplica- vam a Dagon por prosperidade em suas colheitas. Moloque era adorado pelos amorreus que exigia crianças como sacrifício. Uma abertura na estátua de Moloque fora transforma- da em fornalha e ali os bebês eram lançados sobre a chama ardente e sacrificados. Em troca, os amorreus acreditavam que Moloque lhes con- cederia vitória sobre seus inimigos nas guerras. Uma deusa comumente adorada, em especial pelos fenícios era Astarote, que consentia, segundo suas devoções, a fertilidade. Quan- do Deus chama Abrão para sua jor- nada de fé, lhe assegura que será o seu Deus e irá protege-lo (Gn 12.1-3). Após livrar o povo da servidão no Egito, Deus lembra ao seu povo que foi Ele quem os tirou da escravidão e reafirma: “Eu sou o Senhor teu Deus...” (Êx 20.2). Deus exige de nós exclusividade: “não tenha outros deuses!”. Alguns in- terpretam este Primeiro Mandamen- to como uma arrogância divina. Uma rápida análise diria que Deus quer tudo para sua glória. Mas o que é ar- rogância? Arrogante é aquele ser que exige aquilo que não é ou não pode ser. Imagine alguém nos dizer: “não tomem mais remédio, vou curar todos vocês. Não trabalhem mais, eu vou sustentar vocês”. Será que alguém ou algo é capaz de ordenar isto e cum- prir? Jamais! Mas e Deus é capaz? Sim, claro! Então, Deus não é arro- gante, mas poderoso, pois promete e cumpre. Entretanto, Deus não pode- ria ser mais humilde, possibilitando- -nos outros relacionamentos? Deus certamente é humilde, pois se rela- ciona conosco. O que Deus não tem é a falsa humildade.Imaginem Cris- tiano Ronaldo, jogador português, eleito melhor jogador do mundo por várias vezes, em uma entrevista dizer: “Ah, bondade de vocês, pois não jogo tanta bola assim, não. Aliás sou quase um perna-de-pau”. Trata-se de uma falsa modéstia, uma enganosa hu- mildade. Em Deus você não encon- trará falsidade. Os relacionamentos com ídolos podem nos trazer danos futuros terríveis. Por isso é segu- ro crer em Deus e seguir o primeiro mandamento. Não coloque nada na frente de Deus (Mt 6.33). Deus quer prioridade. 2. Relacionamento com “deuses” no passado e nos dias atuais No passado, muito mais pessoas se inclinavam diante dos ídolos, ape- sar de encontrarmos muitos povos, nações e tribos que ainda adoram deuses de madeira, pedra e metal. O avanço do cristianismo fez com que esta prática relacional e religiosa, 19 tenha diminuído. Entretanto, os dias atuais têm em seu leque criativos, no- vos deuses. Por exemplo, o dinheiro – que o Novo Testamento chama de “Mamón” (Mt 6.24). Também, O após- tolo Paulo, dá destaque para a avare- za, considerando-a uma idolatria (Cl 3.5). Além do dinheiro, o sexo, a comi- da, a bebida e o poder ocupam o lu- gar principal na vida de muitos seres humanos, pois seus relacionamentos com tais “deuses” são interesseiros, apenas interessa alimentar o ventre, ou seja, a carne (Fl 3.19). Por que será que nos dias dos grandes clássicos de futebol regional, em especial nos jogos de decisão de campeonato, os nossos cultos a Deus nos templos, sentimos falta de alguns irmãos? Os “deuses” ainda ocupam espaço nos corações e mentes humanas. A sociedade atual colhe frutos amargos dos relacionamentos com seus deuses. A adoração desenfrea- da ao sexo, trouxe ao mundo o vírus da AIDS. O site da Revista Veja, re- gistra que “em 2010 existiam no Brasil cerca de 43 mil novos casos de aids. Já em 2015, esse número subiu para 44 mil. Entre 2010 e 2015, essa popu- lação saltou de 700 000 para 830 000 pessoas. O aumento foi de 18%. Hoje, a doença é a causa de 15 000 mortes por ano no país”. A ciência não des- cobriu a cura da AIDS, mas Deus afir- ma que a cura para esta pandemia é abandonar os “deuses”, se arre- pender e voltar imediatamente para um exclusivo relacionamento com o Único Deus. A erradicação da AIDS só será possível quando a sociedade obedecer a Deus, venerando-O com o matrimônio honrado (Hb 13.4) e adorando ao Senhor, respeitando os valores familiares. Os amantes do dinheiro (1Tm 6.10), não apenas financiam incentivos para a prática da fornicação, fabricando em laboratórios métodos contra- ceptivos, mas também esperanças paliativas para que mantenham vivos e ativos os portadores de doenças sexualmente transmissivas, até que a vacina da cura venha a existir. O di- nheiro financia o poder político e bé- lico. Os homens-bomba não repre- sentam apenas a vingança contra o capitalismo, mas é a justiça descabi- da dos fracos. Para proteger do fana- tismo que mata inocentes, o dinhei- ro concede poder aos políticos que criam armas capazes de aniquilarem seus alvos terroristas a milhares de distância. É o mundo em guerra. A sociedade atual precisa, urgen- temente, abandonar a adoração aos seus ídolos que não são apenas de pedra, madeira e bronze, mas de es- cravidão ao dinheiro, sexo e poder e conceder soberania a Deus em sua vida e atitudes. 3. Ofertas dos falsos deuses nos dias atuais No Livro do Profeta Daniel, quatro jovens se recusaram as ofertas dis- poníveis no palácio do Rei Nabuco- donosor. Muito provavelmente nos dias de hoje, os adoradores de deu- ses diriam que neste ato, estariam recebendo suas recompensas, afinal 20 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária João 14.8-12 Lucas 12.31 Sofonias 2.3 1Crônicas 16.11 Jeremias 29.11 Salmos 25.14 Jeremias 33.3 estavam saboreando finas iguarias. Os babilônicos podiam mudar as vestes, os nomes, a habitação, os en- sinamentos e até o cardápio de Da- niel, Hananias, Misael e Azarias, mas não conseguiriam mudar o coração deles. Eles só tinham um Deus, o Se- nhor, Deus dos seus pais (Dn 2.23). Até ao Senhor Jesus foi lhe ofe- recido falsas recompensas. Satanás oferece ao Cristo uma recompensa, na verdade um atalho sem sacrifí- cio, sem cruz, sem, sem dor e sem a humilhação. A única exigência de Satanás, seria que Jesus abando- nasse o Primeiro Mandamento e se prostrar diante dele. Entretanto, Je- sus não apenas o enfrenta negando insana possibilidade, mas também nos ensina que não basta recusar as ofertas dos falsos deuses, também é necessário adorar a Deus (Dt 6.13). Muitos nos dias de hoje estão rejei- tando os falsos deuses. Cumprem parcialmente o Primeiro Mandamen- to: “Não terás outros deuses diante de mim”, mas estão substituindo ídolos pelo vazio existencial. Pessoas aban- donam o vício, pagam suas contas em dia, não adulteram, não se pros- tituem, mas esquecem de adorar a Deus. É necessário entender bem o Primeiro Mandamento: não basta re- cusar a ofertas dos falsos deuses, é imprescindível oferecer a Deus, por meio de Jesus, nosso sacrifício de louvor (Hb 13.7). Para pensar e agir Nas lições a seguir vamos parti- lhar sobre os outros Mandamentos. Observe que se este Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”, não estivesse em primeiro lu- gar na lista do Decálogo, os outros mandamentos seriam apenas bons conselhos ou regras de conduta mo- ral. Se você tem certeza que obede- ce aos outros nove Mandamentos, mas ainda declina no Primeiro Man- damento, afirmo que você apenas conhece os Mandamentos, mas não os obedece. Se você entende que basta cumprir e obedecer do Segun- do ao Décimo Mandamento e com isso alcançará a bondade e a graça de Deus, também lhe asseguro que você está cometendo um grande en- gano. Só é possível cumprir todo os princípios do Decálogo se você cum- prir o Primeiro Mandamento. Responda para si mesmo: Deus ocupa o primeiro lugar na minha vida e adoração? É exatamente sobre isso que trata o Primeiro Mandamento. Nossa vida só tem sentido se Deus estiver em primeiro lugar. Deus é o nosso porto seguro (Is 41.10). 21 Quando era criança, meu filho, ao me ver arrumar as malas, correu até o seu quarto e me trouxe seu avião- zinho de brinquedo e me perguntou: “papai, você vai viajar em um desse?” – “Sim”, respondi com certa ironia. “- E você cabe aqui papai?”. No dia do meu embarque, ele foi comigo ao aeroporto. No caminho ele viu vários aviões no céu e os comparou ao seu aviãozinho. Não passava na cabeça dele como seu pai caberia em uma aeronave. Quando chegamos ao ae- roporto, logo depois do meu check- -in, levei-o até uma grande janela de vidro de frente à pista de pouso e decolagem. Seus olhos arregalaram. Sua mente ainda ingênua, tentava comparar a gigantesca aeronave a sua frente com seu aviãozinho. Da ja- nela ele observava o plano inverso: o avião era imenso, e as pessoas eram pequeninas. Foi então que ele me fez uma pergunta que nunca esque- ci: “Pai, você vai encolher para entrar dentro do avião?” Não cabe na mente das crianças a dimensão das grandezas, por isso elas tendem a reduzir o tamanho de quase tudo. O Segundo Mandamento é um alerta às mentes dos adultos que insistem a raciocinar como as das crianças. Este mandamento impede o homem esculpir ídolos ou fazer imagens para representar a Deus. A proibição é óbvia: qualquer tentativa de esculpir Deus em madeira, ges- so, latão, ainda que bem adornados com o mais raro metal deste mundo, o artesão apenas estaria reduzindo o tamanho de Deus e comparando-O à dimensão humana. Texto base: Êxodo 20.4-6 A Imagem do Deus Invisível O Segundo Mandamento “Não farás para ti imagem de escultura” Êx 20.3 22 Data do estudo Lição 3 Meu filho ao se aproximar da ae- ronave descobriu a sua grandeza e seguramente pode perceber que a imagem de seu aviãozinho em nada representava o que seus olhos es- tavam testemunhando. O Segundo mandamento é uma advertência doCriador: se você idolatra imagens, mesmo que a intenção seja de que esta se assemelhe a Deus, você in- correrá em um grande pecado, pois a imagem é morta e o Deus a qual servimos é vivo. Quanto mais distante de Deus, mais o reduzimos o seu esplendor. Quanto mais perto de Deus, mais observamos e tememos a sua gran- deza. 1. Por que o homem tende a fazer esculturas e contraria o Segundo Mandamento? A idolatria a imagens é mais anti- ga que a adoração ao próprio Deus. O homem sempre encontrou prazer neste tipo de veneração. O apóstolo Paulo já advertia sobre tal pecado em Rm 1.21-23, onde os homens insanos estariam trocando a glória do Deus imortal por imagens mortas. O pro- feta Isaias esclarece que o Segundo Mandamento adverte que Deus é irrepresentável, pois nenhum símbo- lo ou imagem o representa (Is 42.8). Quem se relaciona com imagens e esculturas tem relacionamentos su- perficiais. Deus quer de nós um rela- cionamento profundo. Israel fez para si um bezerro de ouro. Esqueceram o que Deus lhes fi- zera libertando-os das garras do Egi- to, além lhes de abrir o Mar Vermelho. No século VIII, surge o movimento iconoclasta (movimento dedicado à destruição de imagens). As imagens, ícones e pinturas foram apagadas nas igrejas, em especial no Oriente. Entretanto no Segundo Concílio de Nicéia, em 787 d.C. onde fora reali- zado o Sétimo Concílio Ecumênico, tornou legítimo a veneração de ima- gens de santos católicos romanos e declarou herético todo o movimento iconoclasta. A partir desta data, não apenas a idolatria à imagens, mas cresceu a veneração às relíquias chamadas de sagradas. A igreja de Constantinopla, atual Istambul, dizia possuir a cabeça de João Batista e o corpo de Estêvão, primeiro mártir, o que lhes garantia a proteção da ci- dade. A Reforma Protestante em 1517, tem como uma de suas prerroga- tivas, o cumprimento do Segundo Mandamento, ainda que na paróquia de Lutero, como em algumas lutera- nas nos dias atuais, existissem pin- turas que registrem cenas bíblicas, embora quase nenhuma imagem. Calvino afirmava, citando Gregório, que as imagens são para incultos e que imagens e esculturas que ten- tam representar Deus, são mentiras e vaidades humanas. Os símbolos da fé cristã, por sé- culos, não são necessariamente imagens que contrariam o Segundo Mandamento. A cruz, a Bíblia e os elementos da Ceia do Senhor são ícones que despertam a fé. Em es- 23 pecial, os batistas, entendem como princípios que tais símbolos não con- ferem graça. O homem, durante séculos, acre- ditou que as imagens eram media- doras para que pudesse ter acesso ao Deus invisível. O Segundo Man- damento é uma advertência: não há imagens entre nós e Deus que possa validar algum tipo de mediação ou intercessão. Só existe um Mediador entre Deus e o homem, a saber, Jesus Cristo (1Tm 2.4-6), pois o próprio Cris- to é a imagem do Deus vivo (Cl 1.15). 2. Consequências da desobediência ao Segundo Mandamento Para os que insistem na idolatria, o Segundo Mandamento tem uma dura sentença: a aflição até a quarta geração (Êx 20.5). Nos assusta quan- do Deus afirma ser “zeloso”. O sentido mais próximo para entendimento da palavra “zeloso” é ter ciúme da noiva amada. E o castigo, pelo descumpri- mento do Segundo Mandamento, é o sofrimento da terceira até a quarta geração por causa dos pecados dos pais no passado. Uma leitura superficial deste texto pode parecer que Deus é vingativo e sua sentença aos que o trai, é o so- frimento aos pais e que este alcança os seus filhos, netos, bisnetos e tata- ranetos. Entretanto o que está escrito no Segundo Mandamento é que as gerações irão sofrer é a “iniquidade dos pais”, ou seja, a adoração a ima- gens promove um canal que desa- gua na depravação humana. Quando o homem troca a glória de Deus por imagens de aves e répteis ou coisa semelhante, na verdade está come- tendo iniquidade, onde tal erro abre as portas da violência, da desigual- dade, malícia, avareza, maldade, in- veja, homicídio, contenda, engano, malignidade (Rm 1.23-29). A sociedade atual vive atolada na lama da iniquidade. Colhe os frutos amargos da herança dos seus peca- dos de idolatria. Pais hoje olham para o futuro e se perguntam que mundo deixarão para os seus filhos, quando na verdade deveriam se preocupar de outra forma: quais os filhos deixa- rão para este mundo? Que possamos afirmar como Josué que advertiu ao seu povo e fez valer o Segundo Man- damento, cancelando a adoração aos ídolos e preocupado com sua geração afirmou que serviriam ape- nas ao Senhor (Js 24.15). 3. Benefícios aos que adoram apenas a Deus O segundo Mandamento pode ser resumido como uma ordem contra toda e qualquer profanação e tentati- va de representar a imagem de Deus seja por escultura ou pintura e por estas criar um acesso ao Criador. Nosso relacionamento com Deus sempre parte do princípio de Causa e Efeito. Por isso o salário do pecado (causa) é a morte (efeito). Entretanto, servimos ao Deus que é perfeito em amor. Sabemos que Ele é justo, mas também é amor. Jesus nos apresen- tou o desdobramento desse Amor: Misericórdia e Graça. A misericórdia 24 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária Romanos 8.1 Salmos 97.7-9 João 4.23-24 1Tm 2.4-6 Salmos 115.1-8 Tiago 1.25 Deuteronômio 4.15-19 de Deus, retira de nós os efeitos da causa (Ef 2.3-5). A graça nos presen- teia com favores de Deus, ainda que não sejamos merecedores. A miseri- córdia retira o castigo que merece- mos. Ao cumprir o Segundo Manda- mento, Deus nos concede misericór- dia até mil gerações. Veja que Deus tem mais prazer em nos conceder misericórdia, pois a estende até mil das nossas gerações, do que impor a sua justiça, pois esta última sentença, alcança até a quarta geração dos de- sobedientes. A ampliação deste entendimen- to, em que Deus tem prazer em nos conceder misericórdia e não justiça pelos delitos dos nossos antepassa- dos, fica claro em Ezequiel 18.14-20. Jesus com a obra da cruz, nos trouxe misericórdia cancelado qualquer dí- vida do passado oriunda, porventura, dos nossos antepassados (Cl 2.13-15). Para pensar e agir Você consegue perceber que na atual sociedade existe adoração a imagem? Será que o horóscopo é um exemplo que fere diretamente o Segundo Mandamento? Será que na igreja evangélica desses nossos dias, existem imagens e idolatria que materializam a fé e estão sendo uti- lizadas como mediadora ao Deus in- visível? Se o Segundo Mandamento nos adverte a não adorar a Deus através de imagens e tampouco por elas pro- duzir um acesso a Deus, qual seria a forma correta de adorar ao Senhor? A Bíblia diz que somos imagem e semelhança de Deus, nem por isso podemos cometer a autoidolatria. Deus nos dotou de capacidade cria- tiva e de liderança, pois somos ca- pazes de raciocinar, analisar, plane- jar e visualizar o futuro. Nós criamos literatura, arte, música e poesia. Nós somos, de certa forma, muito limita- damente, semelhantes a Deus. Mas em outras áreas nós, como huma- nidade, estamos longe de ser como Ele. Nosso caráter tende à fraqueza. Não amamos como Deus ama. En- tendemos muito pouco do plano es- piritual. Contudo nenhum outro ser neste mundo se assemelha a Deus como nós. Qual então, seria nosso exemplo perfeito da imagem de Deus? A res- posta é Jesus: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14.9). E diz que devemos buscar essa mesma semelhança (Rm 8.29). Se Cristo é a imagem do Deus vivo, nós, iguais a Cristo, refletiremos a imagem do Deus vivo. Como isso se dará? A resposta está em 1Co 15:50- 53 - 1 João 3.2. 25 Dias desses, em uma visita pas- toral, uma irmã reclamava de enor- me buraco em frente a sua resi- dência. O que mais me chamou a atenção foi a expressão que ela usou para lamentar sobre a perigo- sa cratera: “Só Jesus na causa, pas- tor!”. Nesse dia, à noite, quando eu estava meditando sobre o Terceiro Mandamento, a seleção brasileira estava em campo vencendo por 1 x 0,em um importante campeona- to. Lá pelos 45 minutos do segundo tempo, o jogo já entrando em seus acréscimos, a seleção adversária teve um escanteio a seu favor. Ob- servei alguns dedinhos cruzados na sala e o que mais me chamou a atenção foram os clamores: “Ai, meu Deus do Céu! E agora? Tira essa bola daí, Jesus!”. Grande problema da humanida- de, que desconhece a importância e os desdobramentos do Terceiro Mandamento, é a intenção do uso mágico do nome. Parece que, pelo simples ato de mencionar o nome de Deus, a situação tende a ser re- vertida ou controlada. O Senhor Jesus, nos ensinou a reverenciar o nome de Deus, por exemplo na oração modelo, quando disse: “...santificado seja o Teu nome” (Mt 6.9). Entretanto advertiu os fa- riseus quando usavam o nome de Deus em vão nos seus juramentos (Mt 5.33-36), mesmo que não pro- nunciassem o nome de Deus, mas o substituísse pelos termos Reino dos Céus, terra e até pela cidade de Jerusalém. O que Jesus nos ad- vertiu é que o Terceiro Mandamen- Texto base: Êxodo 20.7 O Nome que Está Sobre Todo Nome O Terceiro Mandamento “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” Êx 20.7 26 Data do estudo Lição 4 to não trata de pronunciar ou não o nome de Deus e até expressões como “sangue de Jesus tem poder; Jesus toma conta”, mas empregar seu nome em situações banais de forma leviana e imprópria. O Novo Testamento, em espe- cial nos imperativos de Jesus, nos autoriza a utilizar o nome de Deus (Mt 28.18,19). Enquanto os judeus te- miam e não pronunciavam o nome de Deus para não correrem o risco de pecar, Jesus nos permite fazer menção o nome de Deus. Contudo, é necessário observar que o nome de Deus é santo quando nós o pro- nunciamos com reverência e temor. A geração passada, tinha uma espécie de juramento quase que in- falível. Quando alguém jurava “pela mãe mortinha”, servia como ga- rantia de que aquilo que se estava falando era verdadeiro, pois quem colocaria a vida da sua própria mãe em risco? Os tribunais requeriam das testemunhas seus juramentos com a mão sobre a Bíblia Sagrada e com a frase: “juro em nome de Deus dizer nada mais além da verdade”. Será que nos dias atuais alguém acreditaria nos juramentos endos- sados por tais argumentos? 1. A importância do nome Quando os filhos nascem, pais se apressam ao cartório, não apenas para registrar a criança, mas o mais importante neste processo é que a criança tenha também o seu nome. Quão frustrante é para os que em suas certidões de nascimento não consta o nome do pai. Intensa é a luta dos filhos e filhas na busca pe- los pais ausentes. Em muitos casos a procura se dá, não pelo resgate da afetividade perdida, mas pela inclu- são do nome do pai em sua identi- dade mesmo que tardia. Muitos de nós também, mesmo que tardiamente, tivemos nosso nome registrado no Cartório Celes- tial (Ap 3.5). A obra do Cristo possi- bilitou nossa adoção (Ef 1.5). Outrora tínhamos um pai que nos abando- nou, a saber, Adão que nos deixou uma herança de pecados. Nossa certidão espiritual não continha o nome do pai. Mas Jesus nos conce- deu um novo nome (Ap 2.17), escre- veu nosso nome no Livro da Vida e nos deu Pai (Rm 8.15). Por todo este sacrifício e pela maravilhosa graça da conquista de ter Deus como pai, em nossas vidas é existe o Terceiro Mandamento. A obra custou o sangue precioso de Jesus. A graça não é barata. Não a compramos com dinheiro, mas pa- gamos um alto preço e demonstrar que a Graça de deus nos alcançou. Tal demonstração se dá pelo fato de não utilizar o nome de Deus em vão (Ml 1.6). 27 2. Consequências em usar o nome de Deus em vão O nome de uma pessoa repre- senta o seu caráter e reputação. Ve- nho de uma geração que bastava o pai assinar um bilhete ou empenhar sua palavra, para que o crédito fos- se aprovado na mercearia do bairro. Mais do que isso, os compromissos assumidos eram saldados. Confiá- vamos na palavra e o sobrenome da família era devidamente preser- vado. Nos dias de hoje, o SPC e o Serasa, são instituições que regis- tram os inadimplentes. De certa forma, estas instituições registram os nomes de pessoas que não são confiáveis, claro com raríssimas ex- ceções de quem é arrolado por um erro ou má fé. Se é honroso preser- var nosso nome, por que não pre- servar o nome de Deus, se Ele é a maior autoridade em todo Univer- so? Nenhuma punição direta é im- posta aos que pecarem contra Deus usando o seu nome em vão. Todavia, quando lemos o terceiro Mandamento, encontramos o re- gistro: “... porque o Senhor não terá como inocente o que tomar o seu nome em vão”. Então, fica devida- mente entendido que quem usa o nome de Deus em vão, não esca- pará do castigo divino. Qual a pena? Não sabemos, por isso é bom não arriscar. Talvez o maior castigo seja a vergonha. Tomemos como exem- plo uma passagem bíblica, onde homens judeus estavam tentando exorcizar um espírito maligno em Atos 19.13 e para isso utilizaram o nome de Jesus em vão, pelo sim- ples fato de terem visto o apostolo Paulo agir assim. Estes judeus não se relacionavam com Jesus. A re- preensão não veio de Deus, tam- pouco dos apóstolos, mas do pró- prio espírito maligno: “Conheço a Jesus, e sei quem é Paulo, mas vós quem sois?”. O nome de Deus não é mágico, antes deve-se ter temor e reverência ao utilizá-lo, pois a igno- mínia pode ser o maior castigo aos que o utilizam em vão o nome do Senhor. 3. Como usar o nome do Senhor de forma digna? É muito comum encontrar cris- tão utilizando-se de certas expres- sões: “Se Deus quiser! Graças a Deus! Deus te abençoe!”. Tais frases do nosso cotidiano são forças de se expressar. Melhor seria definir essas citações como expressões da for- ça de Deus. São expressões de fé; expressões da autoridade de Deus. Ao dizer essas frases, não estamos utilizando do nome de Deus em vão, não é algo dito da boca para fora. Quando utilizamos o nome do Senhor, não feito por desleixo, aca- bamos por expressar a fé e a alegria em abençoar ao nosso próximo (Ml 4.2). O batismo é uma forma de utili- zar o nome do Senhor dignamente 28 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária Salmos 83.18 Salmos 105.1 Isaias 42.8 Lucas 11.2 João 12.28 Marcos 7.6 Malaquias 1.6 (Mt 28.19). O batismo é um símbolo do sepultamento e da ressurreição de uma nova criatura, um novo filho ou filha que traz consigo um novo nome (Cl 2.12). Outra maneira honrada de uti- lizar o nome de Deus é através da pregação da Sua Palavra. Jesus diz que pelos frutos conheceremos os verdadeiros obreiro (Mt 7.15,16), pois o que é dito, precisa necessaria- mente, concordar com o que Deus diz de fato (Mc 7.6). Quando não vivemos de forma digna ou quando não vivemos de maneira honrosa cumprindo os nossos compromissos cristãos na adoração e na busca da santida- de, nós representamos mal a Deus. Da mesma forma que nos esforça- mos para não arrastar o nosso so- brenome para a lama do escárnio e da vergonha, devemos também obedecer ao terceiro Mandamento e honrar o nome do Senhor. Exis- tem falsos cristãos nos dias atuais que não zelam pelo nome do Deus a quem serve (Rm 2.24): políticos prometem em nome de Deus; fal- sos sacerdotes utilizam o nome de Deus para enriquecer; diante de doenças, muitos fazem promessas e não cumprem (Ec 5.4,5). Para pensar e agir Os apóstolos pregaram que o nome de Jesus Cristo é que garante a redenção eterna aos que creem (1Jo 3.23,24). É preciso crer e ob- servar o nome do Messias Salvador com respeito e reverência. É ne- cessário entender que não há outro maior que o de Jesus (Fl 2.9). Neste caso não seria melhor repreender as expressões chulas acerca do nome do Senhor e crer que através da invocação do nome de Jesus, podemos alcançar a sal- vação (At 2.21)? Se o Primeiro Mandamento, nos encoraja a amar e coloca-lO no centro da nossa vida e o Segundo Mandamento nos exorta que nada pode substituí-lO em imagens, tampouco em esculturas, então o TerceiroMandamento nos diz que devemos honrar o nome do Senhor e que temos em nossas atitudes um nome a zelar, que é o próprio nome do nosso Deus. O nome do Senhor é santo. Portanto, neste nome há salvação, o que não encontraremos em nenhum outro nome (At 4.12). 29 O dia do descanso é exigido em muitos seguimentos religiosos e concedidos no mercado de traba- lho. O mulçumano, por exemplo descansa na sexta feira; o judeu, no sábado; o cristão, no domingo; o pastor trabalha no sábado, no domingo e com raríssimas exce- ções, descansa na segunda-feira com sua família; os trabalhadores que têm escala de 12h x 36h, fol- gam dia sim, dia não; plantonistas de 24h tem um descanso de 5 dias. Então, cada religião ou trabalhador têm seu dia de descanso. Existem alguns seguimentos re- ligiosos que são ritualistas em seus princípios. Em algumas dessas re- ligiões, Jesus é um ser importante, entretanto, idêntico a Rainha da In- glaterra, o Filho de Deus é apenas uma figura, mas não é soberano, pois o que importa mesmo são os preceitos da lei. Para essas cren- ças, Jesus e Moisés, por exemplo, estão no mesmo plano, sendo que a lei mosaica deve prevalecer sempre. A questão do descanso começa em Gênesis 2.2, onde está o regis- tro do sétimo dia, mas não neces- sariamente o sábado. A tradução diz que Deus descansou. Será que o Criador relaxou vislumbrando sua criação e disse: “vou tirar um cochilo!”? Jesus disse que o Pai trabalha sem parar (Jo 5.17). O sal- mista afirma que Deus não cochila Texto base: Êxodo 20.8 Jesus é o Senhor do Sábado O Quarto Mandamento “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” Êx 20.8-11 30 Data do estudo Lição 5 (Salmos 121.4). Há alguma diver- gência entre o texto de Gênesis e os do Novo Testamento? Na ver- dade, não há. A menção de Jesus ao Deus Criador é que Ele não dor- me, tampouco descansa. O Quarto Mandamento foi escrito para nós e não para Deus. A palavra sábado ou Shabāt é o mesmo que cessar, repouso ou pausa. Em Gênesis 2.2 o termo descansar é cessar. O termo he- braico aqui é ו ִיַ ּ ֹבְׁש shavāt) ou seja) תּ Deus cessou, terminou sua cria- ção; mesmo termo hebraico usado em Jeremias 7.34. O descanso do Criador nada tem a ver com fadiga. Trata-se da calmaria que ocorre logo após que a ordem assume o lugar de onde só existia o caos (Gn 1.1,2). Quando a luz, a água, o ar e a terra, passaram a existir, Deus viu que tudo isso era bom e suficiente para sua satisfação (Gn 1.10). O Quarto Mandamento é a pos- sibilidade de perguntarmos ao Criador se existe algo a fazer de- pois que Ele criou tudo, mais eis que Deus nos responderá sempre: “Não, não há nada que você precise fazer, apenas descanse e desfrute da Minha Criação”. 1. Os aspectos da Lei no Antigo Testamento Existem duas questões, muito importantes, implícitas na Lei do Antigo Testamento. A forma pela qual devemos observar a Lei é a partir de dois pontos de vista in- terpretativos, a saber, o aspecto cerimonialista e o aspecto moral. No que diz respeito às leis ceri- moniais, elas já tiveram seus mo- mentos importantes na história do povo de Israel, mas ficou para trás e não são mais necessárias. O sa- crifício de animais para expiação dos pecados humanos foi abolido pelo sacrifício de Jesus, por nós na cruz do Calvário (Jo 1.29; 1Tm 2.6). Por que nas cerimônias Deus exi- gia o sacrifício de animais inocen- tes? O que eles teriam feito de er- rado, para pagar um preço tal alto pelos pecados dos humanos? A resposta é que no âmago da ceri- mônia existia também um aspecto moral: os animais eram inocentes e morriam por aqueles que eram culpados. Jesus foi conduzido ao madeiro e por ser inocente, sem pecados, sem culpa e voluntaria- mente se entregou em sacrifício por nós (2Co 5.21). Os aspectos cerimoniais da Lei já passaram, ou seja, não sacrificamos mais ani- mais (Hb 10.1-16), mas os aspectos morais devem ser cumpridos. As cerimônias passam, mas as leis morais nunca passam. 31 2. Consciência moral humana O decálogo está intrínseco na consciência humana (Rm 2.14,15), pois sabemos muito bem que é errado diante de Deus e diante dos homens: matar e roubar, por exemplo. Todos nós sabemos que se trabalharmos interruptamente, sem descanso, morreremos venci- dos pelo cansaço. Por isso, a pró- pria consciência humana reconhe- ce que precisamos de pelo menos um dia, para repor as energias do corpo. O Quarto Mandamento é um elo natural entre o que é moral e o que é religioso. • Aspecto Moral: trabalhe seis dias e descanse no sétimo dia; • Aspecto religioso: escolha o sábado para isso. Nisso entendemos que o con- ceito moral do Quarto Mandamen- to nos diz que se trabalharmos direto, morreremos. Já no concei- to ritualista deste mandamento é: tenha um dia para consagrar sua vida ao Senhor. Nos dias atuais, parece que há um consenso de que 24 horas por dia, já não são mais suficientes para realização de todas as tare- fas. Mundo empresarial, competi- tivo e movido pela ganância tem criado alguns Workaholic (alguém viciado em trabalho; um trabalha- dor compulsivo). Existem pessoas que não conseguem se desligar do trabalho. Além de trabalharem na empresa, levam trabalho para casa. A mente destes viciados em trabalho não descansa nun- ca. Por outro lado, existem os que não querem absolutamente nada com o trabalho. Todavia, não po- demos esquecer dos desempre- gados que querem trabalhar, mas não encontram espaço no merca- do. O que há de comum nos dias atuais é o descumprimento moral do Quarto Mandamento, pois tra- balhadores e desempregados não separam um dia para consagrar a sua vida a Deus. Certa irmã clamava ao Senhor por um filho e milagrosamente Deus a ouviu. Durante o período da sua súplica, era muito regular nos cultos, inclusive no período da gestação. Quando seu filho nas- ceu, ela não mais comparecia aos cultos. Certo dia a visitei e minha curiosidade, além de saber sobre sua saúde e do bebê, era desco- brir o porquê, não mais compare- cia na comunhão da igreja? Eis a resposta: “Não tenho mais tempo, pastor! Nem para mim, tampou- co para Deus!”. As suas tarefas de 32 mãe haviam sequestrado o seu descanso e consequentemente sua consagração a Deus. 3. Vendo mal onde não existe Por que os cristãos não guar- dam mais o sábado? Quando foi que esta cerimônia foi extinta? O Novo Testamento nos esclare- ce que todas as cerimônias eram como um símbolo que iria se con- cretizar no futuro (Lv 23.1-8; Hb 10.1). Compreendemos que um dia as cerimônias não seriam mais necessárias, bem como o sábado, a Páscoa (não celebramos a Pás- coa dos judeus, mas a ressurreição de Jesus, por ocasião da Páscoa), primeiro fruto, festa dos taberná- culos ou Yon Kipur. Todas estas fizeram parte da Antiga Aliança. Nisto compreendemos que as fes- tas cerimoniais não teriam mais sentido de existir. Findaram-se os aspectos cerimoniais destas, mas não os aspectos morais. Vejamos: • Oseias 2.11 – Deus já comuni- cava ao seu povo que cessaria as cerimônias. • Cl 2.16,17 – Cumpre-se este comunicado com a vinda de Jesus • Hb 8.6,7 e 13 – Estamos na Nova Aliança (1Co 11.24,25) A grande pergunta ainda na atualidade é: por que será que, se fica claro que as cerimônias foram extintas, apenas o sábado ainda gera dúvida e é respeitado por al- guns seguimentos religiosos? Fica claro que, se estamos em uma Nova Aliança, então as cerimônias também são outras. Qual o ensino de Jesus para os dias atuais? Jesus foi muito per- seguido pelos judeus exatamente por causa da cerimônia do sábado. O Filho de Deus nos esclarece que o sábado do Quarto Mandamen- to foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sá- bado (Mc 2.27). Seria o mesmo que dizer o seguinte: o carro foi feito para servir a família. E não a família servir ao carro. Apesar de guardar o veículo na garagem e abastecê- -lo de suas necessidades, a priori- dade não é o carro, mas a família. 4. A igreja e o dia dodescanso (shabāt) O início da caminha da Igreja Primitiva, alguns irmãos ainda sa- crificavam animais e iam ao Tem- plo de Jerusalém. As cerimônias deixaram de existir por causa de dois fatos importantíssimos: A res- surreição de Jesus e o derramar do Espírito Santo no Pentecostes. 33 No dia da ressurreição de Je- sus, os discípulos estavam reuni- dos em uma casa; todos estavam temerosos com os desdobramen- tos da crucificação de Jesus. Afinal eram seguidores do Cristo. Qual seria suas sentenças? Será que o Império Romano iria crucifica-los? Como Deus os julgaria por terem abandonado o seu Filho? Em meio a este turbilhão de dúvidas, eis que surge Jesus ressurreto e se põe entre eles dizendo: “paz seja convosco” (Jo 20.19). O evangelista João detalha o dia em isso acon- teceu: “no primeiro dia da semana”, ou seja, exatamente no domingo. Quanto ao Pentecostes, dia da fes- ta da Colheita judaica, era calcula- do da seguinte forma: seriam 7 sá- bados x 7 semanas após a Páscoa. O que resultaria em 49 dias, faltaria 1 dia para o total de 50 dias. O ter- mo penta é um designativo de cin- co ou cinquenta. Então qual o dia após o sábado? Claro, o domingo! Portanto o dia que compreende- mos que aconteceu a descida do Espírito Santo foi exatamente no domingo (At 2.1). No decorrer da história da Igreja Primitiva, vamos identificando que o domingo passou a ser o dia do Senhor. Observe que, quando o apóstolo Paulo esteve em Trôade, foi exatamente em um domingo que ele prega àquele povo e ain- da ministra a Ceia do Senhor (At 20.7). Foi se tornando um habito, algo muito comum os primeiros crentes se reunirem para presta- rem culto ao Senhor Jesus sempre aos domingos (1Co 16.1,2). Por isso entendemos que o dia do Senhor é o domingo e não mais o sábado. Nos dias atuais é muito comum os crentes desejarem o repouso em casa ao invés buscarem des- canso no dia do Senhor. O artigo X da nossa Declaração Doutrinária, destaca que o domingo é o dia do Senhor como princípio doutrinário. O domingo deve ser para os cris- tãos um dia de repouso em que “pela frequência aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedi- cado à oração, à leitura bíblica e outras atividades religiosas, eles estarão se preparando para aquele descanso que resta para o povo de Deus”. O Quarto Mandamento, lon- ge de ser um motivo para várias e intermináveis discussões inter- pretativas, é uma bênção para os filhos de Deus. O Senhor abençoa o trabalho, mas exige para o nosso próprio bem um período de des- canso. E o descanso sempre será nos braços do Salvador (Mt 11.28). 34 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária Hebreus 4.9-10 Romanos 14.5-6 Isaias 1.10-15 João 5.16-17 Lucas 13.14-16 Mateus 12.11-12 Marcos 2.27-28 5. Jesus é o Senhor do sábado e de tudo que há na Criação Durante todo o seu ministério terreno, o Senhor Jesus demons- trou ser soberano a tudo. O Filho de Deus subjugou a natureza re- volta, os demônios e os planos de satanás. Jesus foi superior às en- fermidades. Cristo foi maior que a vida e a morte; e por que não seria superior à cerimônia do sábado? Foi no sábado, que pelos ritos judaicos nada poderia se fazer, que Jesus expulsou um demônio de um homem (Mc 1.21-28); curou a sogra de Pedro (Mc 1.29-31); curou um paralítico junto ao tanque de Betesda (Jo 5.1-18); curou um ho- mem com uma mão deformada (Mc 3.1-6); restaurou uma mulher aleijada (Lc 13.10-17); curou um ho- mem que tinha os braços e as per- nas inchadas (Lc 14.1-6); curou um cego de nascença (Jo 9.1-16). Para os judeus e os ritualistas da atualidade, o sábado é um far- do pesado, uma imposição. Pela religiosidade do sábado nada se pode fazer. Jesus é o Senhor do sábado, do domingo e de todos os dias da semana. Jesus cita Davi que em um tempo de necessida- de, comeu pães sagrados de que não era lícito comer (Mt 12.2-8). O que mais importa para Deus, de acordo com o Quarto Mandamen- to, são as pessoas e não os ritos. Para pensar e agir Trabalhamos 6 dias da semana para conquistar o nosso sustento e dedicamos apenas 1 dia em con- sagração para conquistar o sus- tento pelas mãos de Deus. Será que se invertermos esta disposi- ção e Deus dispor seus cuidados a nós em apenas 1 dia, sobrevive- ríamos? Na sua opinião, qual o dia do Senhor? Apenas um domingo? Somente no sábado? Ou todos os dias devem ser dedicados ao Se- nhor? Quando suplicamos a Deus pelo pão nosso de cada dia, ape- nas no sábado não temos o direito de pedir? Viver em Jesus e atra- vés de Jesus é viver todos os dias como se fosse um shabāt. 35 Sem tempo para cuidar dos pais, certo filho decidiu envia- -los para um asilo. Em menos de um ano na casa de acolhimento, seu pai veio a falecer. Os meses se passaram. A rotina intensa do filho, o impedia de visitar a sua mãe. Certo dia, o filho recebe uma ligação da casa de amparo, onde foi informado que sua mãe esta- va falecendo. Com medo de não conseguir se despedir da mãe, como aconteceu com o seu pai, largou seus inúmeros afazeres e foi até o asilo. Ao reencontrar sua mãe, perguntou: — Mãe, o que quer que te faça? Então ela respondeu: — Quero que você compre e instale ventilador em todo os quartos e no refeitório. Ah! Quero que compre uma geladeira para o abrigo. Os ventiladores são para tentar aliviar o intenso calor, já a geladeira é para conservação dos alimentos. Não foram poucos os dias em que eu dormi com fome porque a comida tinha estragado. O filho surpreso, indagou: — Mas, minha mãe, por que só agora está me pedindo estas coi- sas? Por que não pediu antes? A mãe, já em seus últimos sus- piros, respondeu: — Meu filho, o seu pai não re- Texto base: Êxodo 20.12 Código de Honra O Quinto Mandamento “Honra teu pai e tua mãe” Êx 20.12 36 Data do estudo Lição 6 sistiu, mas eu consegui me acos- tumar com o intenso calor e su- portei os dias de fome. Mas minha maior preocupação é você não suportar quando seus filhos en- viarem você para cá, no dia em que estiver mais velho. Os Dez Mandamentos divi- dem-se em dois grupos. Os qua- tro primeiros Mandamentos do Decálogo, apontam para uma boa relação com Deus, onde os três primeiros Mandamentos são exigências do Senhor para o nos- so próprio bem e, consequente- mente, nossa felicidade. O Quarto Mandamento é uma cerimônia e uma condição moral: se alguém trabalhar direto, certamente ha- verá fadiga, ou seja, trabalhe, mas folgue. A cerimônia é o shabāt (cesse de trabalhar) e nesse dia do seu descanso, consagre a sua vida a Deus. A partir do Quinto Mandamento temos o outro grupo de manda- mentos extremamente morais. O primeiro grupo de quatro manda- mentos nos instrui como adorar e nos relacionar com o Criador. Já o segundo grupo, formado por outros seis mandamentos, nos ensina como interagir, respeitar e se relacionar com o nosso pró- ximo. O objetivo dos seis últimos Mandamentos é o bem-estar de todos. Na transição dos grupos de Mandamentos está o Quinto Man- damento que fala do respeito aos pais e principalmente em honrá- -los. Os termos do Quinto Manda- mentos são bem claros: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que te- nha vida longa na terra que o Se- nhor, o teu Deus, te dá” (Êx 20.12). Nas famílias bem estruturadas e de pais tementes ao Senhor, não existe nenhuma dificuldade em acatar a instrução do Quinto Man- damento. Honrar pai e mãe em famílias tradicionais e bem ajus- tadas, não há nenhum problema. No lar em que tudo é perfeito, em um lar cristão, por exemplo, é fácil honrar pai e mãe. Entretanto, para as famílias cujo os pais são desajustados, o Quinto Mandamento tem gosto amargo. Pense em um pai espíri- ta ordenando o filho evangélico a frequentar o terreiro espírita com ele? Imagine um filho ou filha que foram violentados, molestados sexualmente pelo pai ou pelo padrasto? Reflita sobre a atitu- de de uma mãe que acoberta os desvios morais do pai? Considere um lar onde o pai é um alcóolatra, ou idólatra?Nestes casos, como 37 cumprir o Quinto Mandamen- to? Talvez a resposta seria: “cabe aqui, para estes últimos casos de pais descompromissados com os Mandamentos do Senhor, obede- cer a Deus e não os pais”. Pode até ser. Entretanto, a desobediência ao Quinto mandamento acarreta em perda da promessa de uma vida prolongada. Inegavelmente, há uma verdade no Quinto Man- damento: independentemente das circunstâncias, pai e mãe me- recem nossa honra. Existem três princípios que de- vem ser cuidadosamente analisa- dos. 1. Primeiro princípio do código de honra é: A PROMESSA O que significa uma vida longa prometida no cumprimento do Quinto Mandamento? Existem, pelo menos, três possibilidades: • A primeira possibilidade é um sentido literal e histórico » Na época do Antigo Testa- mento, a desobediência aos pais tinha como sentença a pena de morte: Ex 21.17 – Lv 20.9 – Dt 21.18-21 – o desobe- diente morreria. » Em um sentido mais amplo, quem obedecesse estaria livre da morte, mas quem cometes- se desonra aos pais, pagaria com a própria vida. • A segunda possibilidade dessa promessa é espiritual » Isto implica em dizer que aqueles que obedecem ao Quinto Mandamento, viverá mais tempo na terra. Deus ob- serva a obediência e prolonga a vida do filho obediente. » E quanto àqueles filhos que eram obedientes ao Quinto Mandamento, mas morreram prematuramente? Não há res- posta humana que satisfaça esta pergunta, somente Deus sabe as razões. Cabe a nós, em momento algum, desviar o princípio do código de hon- ra aos pais. A vida pode até ter sido prematuramente ceifada, mas a promessa se cumpre em uma vida espiritual prolon- gada e cuidada pela Senhor, pois Deus ao obediente pro- mete ser companheiro e cui- dar da alma (Dt 8.11-25). 38 • A terceira possibilidade é física, ou de uma vida longa de qualidade » Deus sabe quem obede- ce, mesmo com pais iníquos, prolonga a vida com saúde. O maior exemplo da Bíblia em obediência está em Cristo. Veja se a promessa da obediência aos pais não se cumpriu em sua es- sência na obra do Cristo. Afinal, Jesus ao obedecer ao Pai, não só foi ressuscitado, mas vive eterna- mente. 2. Segundo princípio é ter uma geração vitoriosa É necessário ressaltar que nos- sos pais não são perfeitos (Rm 3.23). Todos nós, incluindo nossos pais, estão destituídos da glória de Deus. Isto quer dizer que todos nós estamos muito distantes e somos incapazes em cumprir a lei de Deus e não nos submetemos a sua vontade. Deus não espera que nossos pais estejam sempre certos. O Quinto Mandamento não é uma ordem que pressu- põe que nossos pais sempre es- tarão certos em seus preceitos e que por isso devemos sempre honrá-los. Nossos pais não são merecedores da honra, pela qual só devemos dar apenas a Deus. Só o Senhor é digno de honra. O código de honra aos pais envolve o amor. O imperativo do Quinto Mandamento consiste em orien- tar a amar aos nossos pais, pois mesmo que estes não mereçam, o amor deve ultrapassar os méri- tos. A honra é devida porque os pais são indispensáveis. Os filhos são o prolongamento da vida dos pais. Os pais cuidam dos filhos e com o passar dos anos, são os filhos que devem cuidar dos pais. Filhos necessitam de bons relaciona- mentos com os pais para que haja desenvolvimento, conhecimento e aplicação de uma vida ética, preservando os conceitos morais e os princípios divinos. Pais prepa- ram os filhos para a vida (Sl 127). Nossa sociedade entende que a mãe faz parte da capitação de recursos financeiros para o sus- tento da família. Cada vez mais a mulher adquire o direito de ajudar a compor financeiramente, junto com seu marido, o salário que a família necessita para seu susten- to. O cuidado dos pais deve sem- pre estar no cuidado e na atenção do desenvolvimento dos filhos. Mas em que isso acarreta? Pais atuais, trabalham de 8 a 10 horas por dia. Perdem quase 4 horas 39 nas conduções que os levam para o serviço e os trazem de volta ao lar. Pais e mães chegam exaustos. Deram quase tudo de si no tra- balho e na volta para casa. Mas o que dão aos filhos quando che- gam em casa? O resto de quem trabalhou o dia inteiro, intensa- mente pela família? Os pais estão apenas entregando aos filhos que sobra de deles? Talvez esta seja a resposta para os dias de hoje. Queremos que os nossos filhos sejam príncipes e princesas no futuro, mas estamos tratando-os como mendigos existenciais, pois o que lhes oferecemos quando chegamos em casa é o apenas o que resta em nós (1Tm 5.8). Nossa geração só será vitorio- sa, se entendermos que o Quin- to Mandamento é um código de honra que começa primeiro na obrigação dos pais e depois no recebimento da honra. Mas tam- bém de uma geração de filhos que, a despeito do tratamento, amor, dedicação e cuidado dos pais, deseja o melhor para os seus próprios filhos. 3. Terceiro princípio é ser bom fruto a despeito da árvore que o gerou Os pais devem sempre se em- penhar para merecer a honra dos seus filhos (Ef 6.4). Nossos pais nos corrigem por pouco tempo, até que cheguemos aos anos da nossa maturidade. Devemos aos nossos pais a nossa vida física. Entretanto, a Deus devemos nos- sa parte imortal (Hb 12.9,10). Não existe pais perfeitos (Sl 106.6), por isso os pais precisam se esfor- çar para fazer jus a devida honra. O esforço dos pais consiste em amar, cuidar, educar, motivar e principalmente incentivar os filhos nos retos caminhos do Senhor (Pv 22.6). Obedecer a pai e mãe, agra- da ao Senhor (Cl 3.20). Entretan- to, como obedecer aos pais que não são perfeitos? Honrar a pai e mãe, implica em ser bom fruto a despeito da criação. Uma árvore seca, que não tem formosura, cuja casca grossa, enrugada, pode ge- rar bons frutos. Visitei um jovem que estava preso por seus deli- tos. Indaguei o porquê, pois tão jovem perdeu a sua liberdade. Ele me disse que se tornou violento por causa do seu pai. Seu pai era um bêbado, um viciado, iracundo. Seus maus tratos à mãe, que não o denunciava, e o desprezo pela família o levaram a cometer pe- quenos roubos para seu próprio sustento até ser preso. Perguntei 40 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária Lucas 18.20 Marcos 7.10-13 Mateus 15.4-6 Deuteronômio 5.16 Marcos 10.19 Mateus 19.19 Provérbios 19.26 sobre sua família. Ele me disse que tinha um irmão gêmeo. Fui ate o endereço do irmão dele. Para minha surpresa o local onde encontrei seu irmão era em um escritório de advocacia. Seu irmão era advogado e iria lhe defender. Perguntei ao irmão o que incen- tivou ser um advogado? Ele me respondeu: “Meu pai foi meu maior incentivo. Estou honrando meu pai produzindo um fruto que ele não gerou em mim, mas vou gerar em meus filhos”. Quem não honra pai e mãe é com uma lâmpada que se apaga nas trevas. Para pensar e agir Se quisermos a bênção de Deus sobre nossas vidas, se faz necessário honrar os nossos pais. Precisamos atentar que este é o primeiro Mandamento com pro- messa (Ef 6.2). Aqueles que um dia são filhos, só poderão exigir o cumprimento do Quinto Man- damento em suas vidas, se hoje obedecem a este código de hon- ra. Honrar pai e mãe descrentes, implica em uma árdua obediência ao Quinto Mandamento, por parte dos filhos. Honrar a pais desobe- dientes aos princípios bíblicos não é ser solidário a estes. Uma das formas de honrar pai e mãe que são infiéis ao Senhor, é se conver- ter a Jesus Cristo. A última palavra registrada no Antigo Testamento é maldição. Entretanto o ultimo versículo do Antiga Aliança retrata a família. Quando é que Deus levanta mal- dição na terra? Quando o coração dos pais não está convertido aos filhos, quando o coração dos fi- lhos não está convertido aos pais e quando ambos não se conver- tem a Deus (Ml 4.6). Uma família cujos princípios estão firmados no Quinto Manda- mento geram paz, harmonia, gra- ça, bênçãos e amor para a nação. Contudo ao ferir o código de hon- ra as famílias tornam-separte do mal desta sociedade. 41 60 pessoas são assassinadas a cada hora, segundo os dados da Or- ganização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, o Sexto Mandamento nos deixa bem claro: matar, contra- ria os princípios do Criador. Assassi- nar é pecado. Desde a descoberta do Brasil, nossa nação vive em um banho de sangue. Uma pesquisa do Datafolha em 2017, registrou que um em cada três brasileiros já teve um amigo ou um parente que foi assassinado. En- quanto isso, o Sexto Mandamento nos adverte: Matar é pecado. 2 mi- lhões de pessoas morrem de forma violenta a cada ano no mundo. Esti- ma-se que uma pessoa cometa sui- cídio a cada 40 segundos; 1 pessoa morre a cada minuto de forma vio- lenta; e 35 pessoas são mortas por hora decorrente das guerras. Cada vez mais, os exércitos, po- liciais e bandidos estão se armando até os dentes. A pergunta que não cala é: “Por que será que a humani- dade insiste em ferir o Sexto Man- damento? Talvez não passe pela sua cabeça fazer mal a alguém, tam- pouco matar. Entretanto, por que será que Jesus, não apenas alertou sobre este Mandamento, mas o po- tencializou: “Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás; [...] Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão esta- rá sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará su- jeito ao inferno de fogo” (Mt 5.21,22). Proferir um insulto, odiar ou cuspir Texto base: Êxodo 20.13 Estancando o Sangue O Sexto Mandamento “Não matarás” Êx 20.13 42 Data do estudo Lição 7 é tal letal quanto o efeito de matar. No coração de Deus, no interior do Senhor, não cabe o ódio. O que Jesus quer nos dizer? Por qual motivo, o Senhor nos faz en- tender o real motivo do Sexto Man- damento? Jesus sabe que dentro de nós habita a velha criatura. Todos nós temos dentro de nós uma fera indomável. Se não a alimentarmos ela tende a enfraquecer de inani- ção. Contudo, uma arma na cintura, pode levar um ser desequilibrado ao ápice da violência. Certa vez um rapaz me contou que estava muito angustiado. Seus punhos estavam cerrados. Seu rosto, vermelho de raiva. Ao indaga-lo do porquê, ele me disse que alguém bateu em seu automóvel e não parou para nego- ciar o conserto. Ele perseguiu o veí- culo por vários quarteirões, mas o outro motorista é habilidoso e fugiu. Ele me disse que se estivesse arma- do, algo de pior poderia ter aconte- cido. Eu lhe disse que o pior estava acontecendo, pois o motorista que causou o acidente tinha ido embora da cena do crime, mas ainda estava dentro do peito da vítima o fazendo sofrer e elaborar os mais sórdidos planos de vingança. Jesus espera mais dos seus discípulos do que da lei. Por que a sociedade atual vio- lenta este mandamento? Por que ainda se mata tanto. As respostas a seguir, são as interpretações mais prováveis e uma vez compreendida, podem servir de estanque desta hemorrágica violência. 1. O pecado como causa principal A morte não é um castigo de Deus, mas uma consequência do pecado humano (Rm 6.23). Graças à bondade do Senhor, tal salário não é pago antecipadamente. As primeiras mortes acontecem no Éden. Adão é Eva, não caem, mas devido ao seu pecado, morrem diante da credibilidade do Criador. Logo depois mais duas mortes são registradas: “E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de pe- les, e os vestiu” (Gn 3.21). Certamen- te, os animais de quem Deus tirou as peles para fazer tecer as roupas para Adão e Eva, foram as primeiras vítimas do pecado. Isso implica em dizer que quando pecamos, inocen- tes pagam por tal desvio. Também fica claro que, sem derramamen- to de sangue, não há remissão de pecados (Hb 9.22). A morte põe fim ao pecado. A morte encerra a pos- sibilidade de pecar. Se Adão e Eva permanecem no Éden, comeriam do fruto da Árvore da Vida e seriam pecadores eternos. Do lado de fora do Éden e longe do fruto da Árvore que lhes daria vida, teriam oportuni- dade de se salvar arrependendo-se. Em permanecendo no Éden, Adão e Eva, manchariam a Glória de Deus. Portanto, todo pecador terá que morrer, seja naturalmente ou por doenças, assassinado ou até por suicídio. O pecado condenou a hu- manidade à morte (Gn 9.6). Todavia, nunca podemos esquecer que o 43 dom da vida e a sentença da mor- te pertencem a Deus. Quando Caim assassina seu irmão (Gn 4.8-16) e se arrepende, percebendo a gravida- de do seu ato, Deus o livra da morte (Gn 4.15). Ninguém tem o direito de matar. 2. É necessário diferenciar matar de assassinar “Quem derramar o sangue do ho- mem, pelo homem o se sangue será derramado; porque Deus fez o ho- mem conforme a sua imagem” (Gn 9.6). Jesus alertou a Pedro: “... Em- bainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt 26.52). Davi matou Golias, a ameaça viva do seu povo. A palavra hebraica usada no Sex- to Mandamento (Êx 20.13 e Dt 5.17) é “ratsach”, que traduzida quer dizer “assassinar”. Ratsach, quer dizer, li- teralmente, um assassinato pre- meditado violento de um inimigo pessoal. Assassinar é matar pre- meditadamente. Então, se pudés- semos traduzir literalmente o Sexto Mandamento diríamos que está es- crito assim, para melhor entendi- mento: “Não assassinarás premedi- tadamente”. Há profissionais que dialogam com a morte em suas rotinas de tra- balho. Por exemplo, um bombeiro civil que se lança em um prédio em chamas na tentativa de salvar al- guém, mas acaba morrendo no sal- vamento. O bombeiro, não tirou sua própria vida, premeditadamente. Da mesma forma um policial militar, arrisca a sua vida perseguindo me- liantes quase sempre. Se por ven- tura falecer em combate, o policial militar não premeditou sua morte. Todavia, se um PM desferir tiros contra um bandido com ódio ou por vingança, na verdade, ele está co- metendo pecado e ferindo o Sexto Mandamento. Vários servos de Cristo e missio- nários do Reino de Deus, deram suas próprias vidas na luta para anunciar as Boas Novas. Mesmo sabendo dos riscos de morte, ainda assim dedicaram suas vidas (Rm 8.36), não cabe aqui a auto aniquilação. Aliás o suicídio é um crime diante dos ho- mens e uma afronta diante de Deus por ser premeditado. 3. Não há exceções no Sexto Mandamento Não existe nenhuma exceção. O Sexto Mandamento inaugura uma proibição absoluta: “Não Matarás”. Contudo, será que há, por exemplo, exceções para o aborto ou a euta- násia? O aborto é descontinuação da gravidez, com ou sem a expulsão do feto que resulta na morte do feto. A Bíblia esclarece que o nasci- turo se torna um ser vivo no ventre materno (Jr 1.5; Salmos 139.13-16; Is 49.1). Davi afirma que alguém, mesmo sendo pecado, pode gerar filhos (Sl 51.5). Alguns movimentos insistem em afirmar que no Sexto 44 DOM SÁB SEX QUI QUA TER SEG Leitura Diária João 11.17-27 1Samuel 2.6 Atos 3.15 Mateus 19.18 Lucas 18.20 Romanos 13.9 Tiago 2.11 Mandamento há exceções para o aborto, pois: • A mulher tem direito sobre seu próprio corpo » Sim, mas o nascituro não é uma extensão do seu corpo, mais um ser vivo que nele habita. • A não autorização do abor- to, muitas mulheres recorrem a clínicas clandestinas para o aborto, acarretando problemas graves de saúde. » Um erro não justifica o outro. Clinicas clandestinas são casos de polícia. • As mães pobres são força- das a dar à luz aos seus filhos. » Existem métodos contracepti- vos e campanha do Ministério da Saúde que doam anticoncepcio- nais e alertam contra a má utiliza- ção desses métodos. Portanto, realizar um aborto, ou ajudar alguém a realiza-lo é homi- cida, da mesma para a eutanásia (conduta de retirar a vida de alguém em estado terminal, beirando à morte, ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos): “... e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio” (Êx 23.7). A vida pertence a Deus. Ele é o doador da vida.
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