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VT 1 - respondido

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1
RESPOSTAS DO VT ANTERIOR À V1 (sobre a matéria da V1)
 
1) NO ÂMBITO DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL, DISCORRA SOBRE FONTES FORMAIS E MATERIAIS, PRINCÍPIOS GERAIS E O CONFLITO ENTRE A SOBERANIA DOS ESTADOS E A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NOS DANOS AMBIENTAIS TRANSNACIONAIS:
	A proteção do meio ambiente passou a figurar como objeto das normas jurídicas a partir do momento em que os impactos negativos das atividades antrópicas começaram a interferir na saúde humana e no equilíbrio ambiental.
	No decorrer da década de 1960, o movimento ambientalista ganhou força com as inúmeras manifestações populares ao redor do mundo.
	Descobertas científicas, como a do “buraco” na camada de ozônio, alavancaram as discussões internacionais acerca da proteção ambiental.
	Paralelamente aos alertas apresentados pela ciência, acidentes e catástrofes tornaram-se constantes e ressoavam como ecos para denunciar a gravidade dos riscos e a necessidade de reforçar a ação internacional no domínio da proteção do meio ambiente.
	Movimentos populares em defesa de melhor qualidade de vida, resistentes às tragédias ambientais causadas pelo homem, eclodiram, sobretudo, no Japão, na Europa e nos Estados Unidos.
	Tais acontecimentos, considerados fontes materiais do Direito Ambiental, foram fundamentais para a elaboração dos primeiros princípios de proteção ambiental.
	Pressionados, em 1972, os governantes de cento e treze países se reuniram na Suécia para discutir as principais questões ambientais da época.
	A Declaração de Estocolmo, documento elaborado a partir dos debates travados durante a Conferência, qualifica-se como uma das primeiras e mais relevantes tentativas de estabelecimento de normas internacionais de proteção ambiental, fonte formal do Direito Ambiental.
	Também são consideradas importantes fontes formais do Direito Ambiental os documentos produzidos na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD, realizada em 1992 no Rio de Janeiro (ECO 92) e na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável realizada também na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2012 (Rio + 20).
	Importante destacar que a Declaração do Rio (ou Carta do Rio), elaborada na ECO 92, endossa o conceito fundamental de desenvolvimento sustentável, que associa as aspirações compartilhadas por todos os países ao progresso econômico e social com a necessidade de uma consciência ecológica.
	O documento proclama ainda que os Estados têm o direito soberano de aproveitar seus próprios recursos e a responsabilidade de zelar pela proteção do meio ambiente.
	Não obstante a soberania de cada Estado para a utilização dos recursos naturais em seu território, a cooperação entre os povos, um dos princípios do Direito Ambiental, deve ser observada, uma vez que fenômenos poluidores geralmente ultrapassam a fronteira de uma nação, atingindo outro território. 
	Cumpre destacar, por fim, que a incidência do princípio da cooperação entre os povos não importa em renúncia à soberania do Estado. Cooperação e soberania assumem, assim, contornos conciliáveis.
2) IDENTIFIQUE TRÊS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL QUE PODEM SER EXTRAÍDOS DO ART. 225, “CAPUT”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
	Ao impor ao Poder Público o dever de defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado, a Constituição materializa o princípio da obrigatoriedade de atuação estatal (ou princípio da natureza pública da proteção ambiental). A atuação obrigatória do Estado decorre da natureza indisponível do meio ambiente, cuja proteção é reconhecida como indispensável à dignidade e à vida de toda pessoa, núcleo essencial dos direitos fundamentais.
	Todavia, a preservação do meio ambiente não é dever exclusivo do Poder Público. Nos termos do art. 225 da Constituição de 1988, impõe-se tal exigência também à coletividade, fundamento do princípio democrático (ou da participação comunitária). A democracia, hoje, não se satisfaz apenas com as instâncias deliberativas dos representantes eleitos e de corpos burocráticos fiéis aos comandos legais. Exigem-se, complementarmente, meios de participação direta do povo ou da comunidade tanto em sede de macro decisões (plebiscito, referendo e iniciativa legislativa popular), quanto em processos decisórios de extensão setorial (decisões administrativas, condominiais, empresariais, por exemplo), na medida em que essas deliberações afetam, direta ou indiretamente, os indivíduos. Há uma diversidade de mecanismos para proteção do meio ambiente que possibilitam a efetiva aplicação do princípio da participação comunitária, como as audiências públicas no procedimento de licenciamento ambiental e o ajuizamento de Ação Popular ambiental.
	Extrai-se, ainda, do supra referido artigo constitucional, o princípio do desenvolvimento sustentável, na medida em que a determinação de manutenção da qualidade ambiental para as presentes e futuras gerações só poderá efetivar-se a partir do equilíbrio entre as medidas necessárias ao crescimento econômico, à preservação ambiental e à equidade social. A harmonização dos três pilares do princípio do desenvolvimento sustentável é essencial para a efetivação da qualidade intergeracional prevista no caput do art. 225 da Constituição de 1988.
3) COM BASE NO ART 225, “CAPUT”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E NO ART. 3º, INCISO I, DA LEI Nº 6.938/1981 (LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE), DISSERTE SOBRE OS PRINCÍPIOS DA PRECAUÇÃO E DO POLUIDOR-PAGADOR, ESTABELECENDO A DIFERENÇA ENTRE ELES.
	Tanto a defesa quanto a preservação do meio ambiente, previstas no caput do artigo 225 da Constituição da República de 1988, dependem da implementação de medidas para evitar a concretização de danos e para a reparação do meio ambiente degradado. 
	No sentido de evitar que os danos ao meio ambiente se concretizem e, seguindo a tendência das normas de Direito Ambiental internacional que priorizam a preservação à recuperação, o princípio da precaução determina que, nos casos de perigo de dano grave e irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como razão para postergar a adoção de medidas eficazes para impedir a degradação do meio ambiente.
A ausência de certeza científica não tem o condão de adiar a adoção de medidas efetivas para evitar a degradação ambiental. Desse modo, o ônus de provar que as intervenções pretendidas não são perigosas ou poluentes incumbe ao interessado, eis que a incerteza científica milita em favor do ambiente.
	Importa lembrar que há inúmeras situações nas quais o dano ambiental não pode ser evitado. Nesses casos, deve ser aplicado o princípio do poluidor-pagador, em sua acepção reparatória. Aquele que polui deve pagar. Ao poluidor impõem-se todas as consequências derivadas do dano ambiental, incluindo recuperação ou indenização do meio ambiente degradado. Vale observar, nesse ponto, que o princípio do poluidor-pagador não prevê apenas a reparação dos danos ambientais, mas também determina a adoção de medidas para evitar que o dano se materialize. Trata-se, nesse caso, de incentivo negativo destinado àqueles que pretendem praticar conduta lesiva ao meio ambiente (função dissuasiva, e não restitutiva). Qualquer pessoa, física ou jurídica, que pretende utilizar recursos naturais deve suportar as despesas de prevenção do dano ambiental. O princípio do poluidor-pagador pode ser entendido, portanto, como um instrumento econômico que exige do poluidor, uma vez identificado, suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais. 
4) DISSERTE, OBJETIVAMENTE, SOBRE AS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA AMBIENTAL, SEUS CONFLITOS, CRITÉRIOS DOUTRINÁRIOS E LEGAIS PARA RESOLVÊ-LOS.
	A competência administrativa (também conhecida por material ou, ainda, executória) em matéria ambiental é comum a todos os entes da federação, nos termos do art. 23, III, VI e VII da Constituição da República de 1988. Assim, União, Estados, Distrito Federal e Municípios são competentes para promover a execução de diretrizes, políticas e preceitos relativos à proteçãoambiental, bem como para exercer o poder de polícia. Trata-se, portanto, de competência material repartida entre os entes da federação para o cumprimento de tarefas em forma de cooperação.
	Não obstante a definição constitucional de competências materiais, cumpre registrar que conflitos (negativos e positivos) de competência são recorrentes em seara ambiental, como nos casos de licenciamento de atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.
	Na tentativa de solucionar tais conflitos, a Constituição de 1988, no parágrafo único do artigo 23, dispõe que leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Em matéria ambiental, foi editada a Lei Complementar 140/2011, que apresenta critérios de definição de competências, delineando os campos de atuação administrativa dos entes federados. Ademais, a Resolução CONAMA 237/1997 apresenta critérios de definição de competências em relação ao procedimento de licenciamento ambiental.
	Todavia, ainda que a Lei Complementar 140/2011 apresente uma lista de ações de cooperação de competência de cada ente federado, conflitos poderão subsistir, em razão da competência comum em matéria ambiental. Nesses casos, a doutrina apresenta critérios de definição de competência, como o da preponderância (ou predominância) do interesse, que deverá ser analisado caso a caso, de acordo com as situações fáticas verificadas.
5) A RESPEITO DAS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA AMBIENTAL E DO PODER DE POLÍCIA PARA A APURAÇÃO DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS, REDIJA UM TEXTO DISSERTATIVO ATENDENDO ÀS DETERMINAÇÕES A SEGUIR:
INFORME OS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS REFERENTES AO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS ESPECÍFICAS PELOS ENTES FEDERATIVOS (UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS), BEM COMO A LEI INFRACONSTITUCIONAL QUE FIXOU AS NORMAS DE COOPERAÇÃO PARA ESSE EXERCÍCIO.
	
	De acordo com o art. 23, caput, e incisos III, VI e VII da CRFB/1988, é competência comum da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; preservar as florestas, a fauna e a flora. Prevê o parágrafo único do art. 23 da CFRB/1988 que lei complementar fixará normas de cooperação entre os entes federativos, considerando-se o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. No âmbito infraconstitucional, a Lei Complementar 140/2011 fixa normas para a cooperação entre os entes federativos nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência administrativa comum ambiental.
6) JOÃO LUIZ DA SILVA, AOS 80 ANOS DE IDADE, POSSUIDOR HÁ MAIS DE 50 ANOS DE GRANDE ÁREA DE TERRAS QUE ABRANGEM RIOS, MATAS E ENCOSTAS MONTANHOSAS, GOSTARIA DE PRESERVAR AS MATAS QUE RESTARAM EM SUAS TERRAS, PARTE DELAS CONTIDAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL, E RECUPERAR A VEGETAÇÃO FLORESTAL QUE DESTRUIU AO LONGO DOS ANOS DE EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA ÁREA. PARA ISSO PRETENDE LIMITAR O USO DE PARTE DO IMÓVEL.
À LUZ DA LEI DA PNMA (LEI 6.938/1981), QUE DISPÕE SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, COM AS MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI 12.651/2012 (CÓDIGO FLORESTAL):
A) INDIQUE O INSTRUMENTO LEGAL À DISPOSIÇÃO DE JOÃO LUIZ DA SILVA PARA PRESERVAR, CONSERVAR OU RECUPERAR OS RECURSOS NATURAIS EXISTENTES EM SUAS TERRAS;
	João Luiz da Silva, possuidor de imóvel rural, poderá limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental, nos termos do art. 9º-A da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1991). Institui-se a servidão, portanto, sobre o excedente de áreas protegidas no imóvel rural (Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Reserva Legal), que poderá ser negociado com os proprietários ou possuidores das terras deficitárias.
	A instituição desse instrumento econômico de proteção ambiental, previsto no art. 9º, XIII da Lei 6.938/1981, deve ser realizada por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Para efeito de comprovação da servidão ambiental, tanto o instrumento de sua instituição quanto o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental devem ser averbados na matrícula do imóvel no registro de imóveis competente. Nos termos do artigo 9º-B, parágrafo 1º da Lei 6.938/1981, a servidão ambiental pode ser estabelecida por prazo determinado (temporária) ou não (pérpetua). No caso de servidão ambiental temporária, o prazo mínimo de sua vigência é de quinze anos.
B) APRESENTE, SE HOUVER, O MODO DE INSTITUIÇÃO E SEUS LIMITES LEGAIS.
	A execução de ações administrativas ambientais atribuídas a um ente federado pode ser delegada a outro mediante convênio, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado para a execução das ações delegadas e de Conselho de Meio Ambiente, nos termos do disposto no art. 5º, caput, da LC 140/2011.
7) DISCORRA SOBRE O LICENCIAMENTO AMBIENTAL, ABORDANDO SUA NATUREZA JURÍDICA, CARACTERÍSTICAS, COMPETÊNCIA E NORMATIZAÇÃO.
	O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo cujo intuito é licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. O licenciamento integra a tutela administrativa preventiva do meio ambiente, que apresenta como objetivo primário a preservação dos recursos naturais, seja evitando a ocorrência de impactos negativos ao meio ambiente, seja mitigando-os ao máximo com a imposição de condicionantes ao exercício da atividade ou a construção de empreendimentos. As licenças ambientais estabelecem, sob o enfoque das necessidades da coletividade, as condições mínimas de exercício da atividade econômica, além das contrapartidas exigidas do particular para alcançar esse fim.
	Trata-se de instrumento da política nacional do meio ambiente, previsto no artigo 9º, inciso IV da Lei 6.938/1981, regulamentado pela Resolução CONAMA 237/1997 e pela Lei Complementar 140/2011. O licenciamento apresenta, como uma de suas principais características, a natureza jurídica de procedimento administrativo, o que denota a existência de um conjunto de formalidades e etapas definidas pelas normas ambientais a serem observadas pelo interessado para que obtenha um resultado final e conclusivo da Administração Pública sobre o consentimento da utilização de recursos naturais.
	Todos os entes federados são competentes para realizar o licenciamento ambiental, tendo em vista tratar-se de atividade administrativa, de competência comum, nos termos do artigo 23, incisos VI e VII da Constituição de 1988. No entanto, em cada caso concreto, a competência específica para o licenciamento ambiental é atribuída a apenas um ente federado específico, tendo em vista não haver possibilidade de licenciamento ambiental simultâneo ou duplo. Nos termos da Lei Complementar 140/2011, os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo. A própria Lei Complementar supracitada encarrega-se de apresentar critérios de definição de competências para o licenciamento ambiental.
8) ACERCA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL, RESPONDA DE FORMA FUNDAMENTADA:
A) QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA LICENÇA AMBIENTAL?
	A licença ambiental apresenta, para grande parte da doutrina, natureza jurídica sui generis, na medida em que apresenta características tanto de licença quanto de autorização, institutos do Direito Administrativo. A anuência da autoridade ambiental, para alguns, deve ser concedida ao empreendimento que cumprir todas as exigências previstas em lei, característica licença, uma vez que sesubsume num ato administrativo vinculado. Por outro lado, apresenta também natureza de ato administrativo discricionário, na medida em que o administrador preenche o vazio da norma a partir de dados técnicos apresentados no caso concreto. Além disso, trata-se a licença ambiental de ato administrativo com prazo determinado. Ora, discricionariedade e precariedade são características das autorizações administrativas.
	
B) O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE UM ATERRO SANITÁRIO PODE SER CONCEDIDO INDEPENDENTEMENTE DA REALIZAÇÃO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AO MEIO AMBIENTE (EIA/RIMA)?
	O licenciamento ambiental de um aterro sanitário depende de apresentação, ao órgão ambiental licenciador, do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA). Trata-se de atividade modificadora do meio ambiente, expressamente elencada no rol do artigo 2º da Resolução CONAMA 01/1986, que relaciona as atividades cujo licenciamento depende de elaboração de EIA/RIMA.
C) QUAL A COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE UM EMPREENDIMENTO LOCALIZADO EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA), INSTITUÍDA PELA UNIÃO FEDERAL, ABRANGENDO O TERRITÓRIO DOS MUNICÍPIOS DE BELO HORIZONTE E NOVA LIMA?
	Um empreendimento localizado em Área de Proteção Ambiental (APA), instituída pela União Federal, abrangendo o território dos Municípios de Belo Horizonte e Nova Lima, ambos localizados no Estado de Minas Gerais, deve ser licenciado pelo órgão ambiental estadual competente. A Lei Complementar 140/2011 instituiu tratamento especial às APA’s, especialmente no tocante ao licenciamento ambiental, definindo critérios específicos pré - estabelecidos em seus artigos 7º, 8º e 9º. Assim, no caso da APA, o órgão ambiental competente para licenciar uma atividade não será, necessariamente, o órgão ambiental do ente federado que instituiu a unidade de conservação. No caso sob análise, em uma APA federal em que seja necessário o licenciamento de uma atividade que cause ou possa causar impacto ambiental em território de dois municípios do mesmo Estado, a competência será do órgão ambiental estadual.
D) CONSIDERANDO QUE A INSTALAÇÃO DE DETERMINADO EMPREENDIMENTO MINERÁRIO DEPENDA DA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO AVANÇADO E MÉDIO DE REGENERAÇÃO DE MATA ATLÂNTICA, INFORME QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA A PRÁTICA DE TAL ATIVIDADE?
	Nos termos do artigo 32 da Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006), a supressão de vegetação secundária em estágio avançado e médio de regeneração para fins de atividades minerárias somente será admitida mediante:
a) Licenciamento ambiental, condicionado à apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA, pelo empreendedor, e desde que demonstrada a inexistência de alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto; e
b) Sejam adotadas medidas compensatórias que incluam a recuperação de área equivalente à área do empreendimento, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica, independentemente do pagamento da compensação ambiental prevista no artigo 36 da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9.985/2000).
9) DISCORRA SOBRE O DIREITO ADQUIRIDO À LICENÇA AMBIENTAL, ABORDANDO A POSSIBILIDADE OU NÃO DE APLICAÇÃO DE NOVAS REGRAS A EMPREENDIMENTOS EFETIVA E POTENCIALMENTE POLUIDORES JÁ CONSOLIDADOS.
	Não há que se falar em direito adquirido à licença ambiental, sendo possível, inclusive, a aplicação de novas exigências ambientais a empreendimentos já licenciados. Inicialmente, vale lembrar que não existe licença ambiental por prazo indeterminado. As licenças ambientais não são perenes, ou seja, têm prazos de validade e precisam ser revisadas ou renovadas. Assim, periodicamente, as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras devem comprovar sua adequação às normas ambientais em vigor e aos novos padrões de qualidade ambiental, que podem ser alterados de acordo com as inovações tecnológicas e científicas. 
	Novas regras ambientais podem, portanto, ser exigidas do empreendedor no momento da renovação da licença ambiental. Não há que se falar em direito adquirido a causar degradação ambiental. Em determinadas situações, existe ainda a possibilidade de modificação, suspensão ou cancelamento da licença ambiental antes mesmo de findo o seu prazo de validade, momento em que adviria sua extinção natural. Tais hipóteses estão elencadas no artigo 19 da Resolução CONAMA 237/1997 e relacionam-se ao interesse da coletividade na manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, à má - fé do empreendedor ou à superveniência de irregularidades de atividades já licenciadas. São elas:
a) Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;
b) Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; e
c) Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
10) A RESPEITO DAS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA AMBIENTAL E DO PODER DE POLÍCIA PARA A APURAÇÃO DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS, REDIJA UM TEXTO DISSERTATIVO ATENDENDO ÀS DETERMINAÇÕES A SEGUIR:
APONTE O ÓRGÃO AMBIENTAL (FEDERAL, ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL) QUE, NO ÂMBITO DO PODER DE POLÍCIA, É COMPETENTE PARA LAVRAR AUTO DE INFRAÇÃO E INSTAURAR PROCESSO ADMINISTRATIVO COM VISTAS À APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA AMBIENTAL ENVOLVENDO ILÍCITO AMBIENTAL CAUSADO POR EMPREENDIMENTO LICENCIADO.
	Nos termos do artigo 17, caput, da Lei Complementar 140/2011, compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização de um empreendimento ou atividade lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental, cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
11) A RESPEITO DAS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA AMBIENTAL E DO PODER DE POLÍCIA PARA A APURAÇÃO DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS, REDIJA UM TEXTO DISSERTATIVO ATENDENDO ÀS DETERMINAÇÕES A SEGUIR:
APRESENTE A SOLUÇÃO JURÍDICA PREVISTA NA LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA EVITAR A PUNIÇÃO DOBRADA MOTIVADA PELA MESMA INFRAÇÃO (PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM), COMO OCORRE, POR EXEMPLO, QUANDO MAIS DE UM ÓRGÃO AMBIENTAL LAVRA AUTO DE INFRAÇÃO SOB O MESMO FUNDAMENTO E EM FACE DA MESMA IRREGULARIDADE CAUSADA PELA ATIVIDADE LICENCIADA.
	Determina o parágrafo 3º do artigo 17 da Lei Complementar 140/2011 que, no caso de autuação de mais de um órgão ambiental, sob o mesmo fundamento e em face da mesma irregularidade causada pela atividade licenciada, prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado por aquele órgão que detenha a atribuição de licenciamento, em atenção ao princípio do nom bis in idem.

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