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MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 1 Contração muscular esquelética Qual sistema nervoso será responsável pela inervação do músculo esquelético? Sabemos que o sistema nervoso será dividido em SNC e SNP. *Sistema nervoso central: encéfalo e medula espinhal. Esses tecidos estarão protegidos por uma estrutura óssea, o encéfalo pela caixa craniana e a medula pela coluna vertebral. *Sistema nervoso periférico: são as estruturas que estão fora dessa proteção das caixas cranianas. -Autônomo: responsável em transmitir a informação do SNC para os órgãos alvos, como vísceras e glândulas. Divide-se em simpático e parassimpátiico. -Somático: transmite informações do SNA para o músculo esquelético. É responsável pela inervação deste músculo esquelético através de uma via eferente. *Nós temos expressões de receptores nos nossos órgãos. Esses receptores conduzem a sinalização celular específica e isso é extremamente importante porque qualquer alteração que venha a comprometer essa via de sinalização poderá conduzir a problemas patológicos. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 2 Para esse tema estudamos a via do sistema motor somático. Temos um neurônio grande, um prolongamento axonal muito grande. O corpo celular tem origem dentro do sistema nervoso central e posteriormente teremos esse prolongamento do axônio até a terminação nervosa desse axônio que fará a inervação com o órgão alvo, que nesse caso é o músculo esquelético. Tecido muscular → Será um tecido com uma capacidade muito grande de gerar o movimento, sendo necessário um suprimento energético para isso. → Esse tecido transforma a energia química em movimento. TIPOS DE MÚSCULOS 1. Músculo esquelético: estará ligado ao esqueleto e permitirá os movimentos. • Trabalha de forma voluntária, logo precisamos da consciência para que ele trabalhe. • É estriado, o que está relacionado ao arranjo/ feixes filamentosos dentro das miofibrilas que permitem a visualização como estrias. 2. Músculo cardíaco: músculo próprio do coração para que esse funcione de forma adequada. Qualquer lesão na parede desse órgão teremos um dano no aparelho circulatório. • Atividade involuntária. • É estriado. 3. Músculo liso: compõe os nossos órgãos ocos e os nossos vasos sanguíneos. • Atividade involuntária. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 3 Os músculos esqueléticos ficam ligados aos ossos pelos tendões que são formados por tecido conjuntivo altamente denso rico em colágeno no qual se liga de um lado ao periósteo, camada de tecido conjuntivo presente nos ossos e do outro as camadas de tecidos conjuntivos que revestem o ventre muscular ou músculo propriamente dito, os fascículos e as fibras. E a ligação de um osso a outro ou outros é chamado de juntas ou articulações. O músculo esquelético e seu controle motor → Para que a gente realiza o movimento de flexionar o antebraço, necessitaremos de um arranjo estrutural. Precisamos de uma alavanca, de um ponto de apoio e da força/tensão gerada. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 4 • Alavanca: será o osso, nesse caso do braço e do antebraço. • Ponto de apoio: articulação. • Força/ tensão: o músculo. → Nesse caso precisaremos da atuação dada por pares, o que chamamos de músculos antagonistas. Isso porque enquanto um músculo contrai para flexionar, é preciso que o outro relaxe para que se tenha um correto funcionamento. → O músculo precisa estar inserido na estrutura óssea para trabalhar. E o músculo estará inserido na estrutura óssea através dos tendões, que são um tecido conjuntivo rico em colágeno que garante firmeza ao músculo inserido no osso. → O ponto de fixação próximo ao tronco será chamado de ponto de origem. → O ponto distal a ele, que vai estar próximo a articulação vai ser chamado de ponto de inserção. → Com esse conjunto de tecidos e órgãos, a partir do momento que este órgão sofrer um estímulo do SNC através da via eferente, teremos o processo da contração e de geração de força e iremos permitir a realização do movimento, alterando a angulação e obviamente podemos: • Através do processo de flexão aproximar os centros ósseos do antebraço com o braço, relaxando o músculo extensor. • Através da extensão afastar os centros ósseos do antebraço do braço, relaxando o músculo flexor. → Observamos que o músculo possui uma sequência de constituição: • Fascículo: constitui o músculo. • Fibras musculares: formam o fascículo. São células cilíndricas alongadas que serão responsáveis pelo funcionamento do músculo. � Além disso, essas fibras terão uma disposição no qual vai se permitir a visualização das estriações quando se faz um corte e se observa o tecido. � Estão envolvidas pelo endomísio (tecido conjuntivo). � A reunião das fibras (fascículo) é envolvida pelo perimísio. No perimísio estarão distribuídos os nervos e vasos sanguíneos para que se tenha a inervação e o suprimento de oxigênio e energia para essas células. • Miofibrila: constituem as fibras musculares. � São os feixes filamentosos nos quais teremos a distribuição dos filamentos finos/espessos. → O músculo estará formado através do epimísio quando eu tenho um tecido conjuntivo que MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 5 envolve todas essas estruturas e nas extremidades dos músculos o tecido conjuntivo da formação aos tendões e desta forma eu tenho uma estrutura bem funcional e rígida em relação a inserção no esqueleto. Controle da atividade → O sistema nervoso somático será responsável pela atividade, pelo controle da postura e do movimento através do nosso músculo esquelético. → O neurônio que vai inervar o músculo esquelético é chamado de neurônio motor e esse neurônio motor é o neurônio motor alfa (vai inervar as fibras extrafusais). • Esse neurônio motor terá seu corpo celular dentro do SNC, no corno ventral da medula espinhal e através da raiz ventral nós teremos o axônio emergindo e se direcionando para a periferia. Essa terminação nervosa axonal será ramificada e esta ramificação permitira a inervação de várias fibras musculates. Essas unidades motoras podem variar em tamanho de acordo com o objetivo de funcionamento daquele músculo esquelético. Nesse contexto, teremos uma unidade motora pequena, ou seja, o neurônio motor irá inervar poucas fibras musculares. Ou uma unidade motora grande, onde temos um neurônio motor inervando várias fibras musculares. Junção neuromuscular e placa motora *Na imagem vemos um neurônio motor mielinizado, ou seja, possui uma bainha de mielina para que a gente tenha uma condução rápida desse potencial de ação. O motor somático será um moto neurônio mielinizado. Nós teremos a sinapse desse motoneurônio com a fibra muscular. Essa sinapse é chamada de junção neuromuscular. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR: sinapse entre o motoneurônio com a fibra muscular. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 6 O motoneurônio será o neurônio pré-sináptico responsável pela condução do potencial de ação, que é o sinal que ta sendo enviado do SNC para a periferia. O baiacu é altamente tóxico, possui uma neurotoxina potente chamada de tetrodotoxina que está distribuída na sua pele, nas suas vísceras (principalmente gônadas e fígado). Essa toxina fará o bloqueio dessa resposta, ela impedirá a comunicação do motoneurônio com a fibra muscular. Assim, poucas mg dessa toxina conduzem o paciente a uma caso clínico severo. O paciente pode evoluir para fraqueza muscular, paralisia muscular e depressão respiratória e posteriormente para o óbito. O diafragma é constituído pelo músculo esquelético e se nãohá a comunicação entre o motoneurônio com a fibra muscular, o músculo não será ativado e começará uma dificuldade em respirar. A toxina afeta canais de sódio. Temos o motoneurônio realizando a sinapse com a fibra muscular que é rica em mitocôndria. Observaremos na membrana pós-sináptica à presença de valetas rasas, no caso da junção neuromuscular a membrana pós-sináptica será da fibra muscular. Nessas valetas temos uma alta concentração dos receptores nicotínicos da acetilcolina, e é exatamente está região que é determinada de placa motora. PLACA MOTORA: região da membrana muscular que vai conter altas concentrações dos receptores nicotínicos da acetilcolina. Então na membrana pós-sináptica o que vamos ter nas vesículas é acetilcolina. O motoneurônio já produziu a acetilcolina e armazenou nas vesículas, aguardando o potencial de ação para liberar o neurotransmissor das vesículas. RECAPTULANDO: o sinal/ a despolarização está transcorrendo no axônio através dos canais dependentes de voltagem. Quando chega no final da terminação axonal teremos a presença das vesículas sinápticas. Então eu já tive dentro do motoneruônio a produção da acetilcolina e posteriormente temos a liberação das vesículas pelo processo de exocitose (o sinal de cálcio permite a exocitose para a liberação do conteúdo da vesícula para a fenda sináptica). Como é uma sinalização química, precisamos dos receptores de reconhecimento que serão os receptores do tipo nicotínico. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 7 Neurotransmissão colinérgica Primeiramente, no neurônio motor/motoneurônio alfa terá a reação da acetil CoA + colina que através da colina acetiltransferase podemos catalisar essa reação e formar a acetilcolina que estará armazenada dentro das nossas vesículas. Necessitamos degradar a acetilcolina porque ela não pode ficar toda vida na fenda sináptica, se não ocorre uma ativação indeterminada daqueles receptores, quando isso ocorre temos uma resposta fisiológica/ uma alteração naquele tecido. Receptores da via colinérgica Estamos dentro de uma via colinérgica, o sistema nervoso periférico somático. Ele vai ter sua ação via acetilcolina. Esse sistema colinérgico será constituído pelos receptores nicotínicos e muscarínicos. RECEPTORES MUSCARÍNICOS → Serão receptores metabotrópicos, acoplados a proteína G. → M1/M3/M5: excitatórios, pois estão acoplados a proteína Gq. → M2/M4: inibitórios porque estão acoplados a proteína Gi. RECEPTORES NICOTÍNICOS → São receptores ionotrópicos, receptores do tipo canal dependente de ligante. → Nn: nicotínico neuronal. Distribuição mais neuronal, mais nos gânglios do sistema nervoso autônomo. → Nm: nicotínico muscular. Vai estar presente no músculo esquelético. Receptor da placa motora. Nm: receptor da placa motora. Ele que é responsável pela condução do sinal do sistema nervoso central para o músculo esquelético através de uma substância química que é a acetilcolina. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 8 Potencial de placa motora/ PPM: gera despolarização, a qual será suficiente para gerar o potencial de ação no músculo. O potencial de ação gerado no músculo permitirá que esta fibra muscular responda de forma microscópica para que o processo de contração ocorra. → O aumento da permeabilidade da membrana pós-juncional ao sódio e potássio causa o potencial de placa motora (PPM). → O PPM gera uma despolarização de áreas da membrana muscular adjacente à placa motora e gera o potencial de ação no músculo. Potencial de ação no neurônio motor gera uma despolarização no músculo pós-sináptico. O PPM é equivalente ao PPSE nuronial. Ou seja, eu tenho aquela despolarização, mas que não é o potencial de ação que é o tudo ou nada. *Sítios de degradação da acetilcolinesterase. Esses sítios para que ocorra uma sinalização via acetilcolina vão ser alvos de agentes farmacológicos. Temos sítios de ações de bloqueadores neuromusculares. Substâncias que ao bloquear esses receptores na nossa placa motora vão impedir a contração do músculo e vai favorecer o relaxamento e serão substâncias que vão ser utilizadas como adjuvantes anestésicos. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 9 Fisiologia clínica- 1 MIASTENIA GRAVE → Uma patologia que integra conhecimentos de • Fisiologia: porque eu vou ter o músculo esquelético sendo afetado na sua homeostase. • Imunologia: porque teremos um sistema imunológico que produz anticorpos/ imunoglobulinas contra os receptores da acetilcolina. • Farmacologia: quando eu uso uma substância que inibe a acetilcolinesterase, eu aumento a acetilcolina e permito que uma maior quantidade de acetilcolina fique presente na sinapse e aumento a possibilidade de interação com os receptores nicotínicos, os quais são afetados nessa patologia. → Causa fraqueza muscular. → Manifestações clínicas: ptose palpebral (pálpebra caída), fraqueza do sorriso e fraqueza corporal. → Na miastenia grave, o que temos é o anticorpo que o paciente produz contra ele mesmo, contra os receptores da acetilcolina na placa motora. Então ele produz anticorpos contra os receptores nicotínicos Nn. Assim eu não tenho ação da acetilcolina porque o receptor está bloqueado. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 10 Após a sinalização de ACh na placa motora, o que ocorrerá nas fibras musculares? Teremos um processo peculiar que será desenvolvido na placa motora que irá permitir o processo de contração muscular. Contração muscular esquelética → O músculo é o gerador de força, ele estará sendo responsável pela contração. Fibra muscular estriada esquelética → Teremos uma célula cilíndrica constituída de sarcolema (membrana plasmática da fibra muscular), núcleo, uma boa quantidade de mitocôndria para que possa ser gerada energia para o processo de contração. → Observamos nessa fibra, diversos miofilamentos como um arranjo característico do músculo esquelético. → Teremos também o túbulo transversal (Túbulo T) e as cisternas terminais do nosso retículo sarcoplasmático. → Porque essas estruturas de organelas e esse túbulo T são extremamente importantes? Porque através dessas estruturas, nós permitimos que o potencial de ação que está vindo do motoneurônio, o qual liberou acetilcolina do neurônio pré-sináptico e liberou substância química na junção neuromuscular e posteriormente teve ação da acetilcolina na placa motora, possa caminhar de forma adequada e mergulhar nessa membrana plasmática através desse túbulo T. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 11 • Esse túbulo T que vai permitir que o potencial de ação caminhe por essas estruturas aonde temos receptores específicos para que a gente possa liberar o sinal de cálcio dentro do sarcoplasma. → Temos uma tríade na fibra muscular, a qual é composta pelo túbulo T e as duas cisternas terminais do retículo sarcoplasmático. Túbulos transversos e retículo sarcoplasmático → A invaginação da membrana vai permitir que esse potencial de ação tenha o efeito adequado, para que ele possa chegar de forma adequada nas regiões que vão estar em contato com o retículo sarcoplasmático. → Por que eu preciso do potencial de ação chegando numa região que tem contato com o retículo sarcoplasmático? Primeira coisa, o retículo sacorplasmático é responsável pelo armazenamento de grande quantidade de íons cálcio. Isso será essencial já que no processo de contração, necessita-se de liberação de cálcio para o sarcoplasma para que se permita as interações entre os miofilamentos. Sarcômero e miofilamentos → O sarcômero será delimitado e teremos uma repetição desses sarcômeros.→ Os sarcômeros serão unidades muito complexas e neles temos a presença dos miofilamentos, que são constituídos pelos filamentos de miosina e de actina. • Temos a miosina com a calda e sua cabeça. A cabeça da miosina tem uma atividade ATPase. • Temos os filamentos delgados ou os filamentos finos que são filamentos de actina, onde não é actina pura. Temos actina, tropomiosina e a troponina. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 12 → DE FORA PARA DENTRO: • Sarcoplasma: citoplasma na fibra muscular. • Sarcolema: membrana da fibra muscular. • Núcleos. • Miofilamentos: entre os miofilamentos teremos � Retículo sarcoplasmático e paralelo a ele tem os túbulos T. � Estrutura de tríade. � Mitocôndrias. � Miofibrilas constituídas pelos filamentos delgados e pelos filamentos grossos. Organização do músculo esquelético → Estrutura e filamentos do músculo • Filamentos espessos � Serão constituídos por três estruturas:actina, tropomiosina e troponina. � Actina: proteína globular chamada de actina G, mas elas vão ficar em conformação filamentosa porque elas vão se unindo uma as outras. � Tropomiosina: circunda a estrutura filamentosa da actina e esconde os sulcos de ligação entre a actina e miosina. � Troponina: complexo protéico constituído por três proteínas (T, I e C) e essas proteínas possuem algumas funções particulares. • Filamentos delgados � Constituído por cauda e cabeça � Possuem cadeias pesadas filamentosas na cauda, formando uma estrutura helicoidal. � Cabeça: formada por cadeias leves globulares com atividade ATPase. Aqui temos a miosina, para que haja a contração (encurta o sarcômero) e posteriormente o relaxamento. Nessa imagem vemos a disposição dessas estruturas em um sarcômero. TROPONINA T: troponina de ligação a tropomiosina. TROPONINA I: ajuda no processo de inibição para esconder os sítios para que eu não tenha uma ligação indevida entre a cabeça da miosina e a estrutura da actina TROPONINA C: sensível ao cálcio. Altera a sua estrutura conformacional de forma que após a ligação do cálcio ocorra uma mudança na disposição estrutural e a partir disso a exposição dos sítios, permitindo formação das pontes cruzadas. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 13 • Sarcômero: é a unidade contrátil da fibra muscular, do miofilamento, que está disposto entre um disco Z e outro. Há uma delimitação do sarcômero e haverá uma repetição dessa unidade, o que vai fornecer um arranjo particular a estrutura do músculo esquelético. � No centro há filamentos grossos dispostos em paralelo. Esses filamentos possuem em seu centro a linha M, que delimita o centro do sarcômero. � Há uma disposição dos filamentos de actina, os quais são sustentados pelo disco Z. Esse disco também delimita o saarcômero. � Na linha Z, lateralmente a ela, temos uma zona chamada de zona vazia, onde só vemos os filamentos grossos, o que da uma característica de coloração escura. � A banda A será composta de filamentos grossos e finos, mas não em sua totalidade. Essa banda aparenta uma estrutura escura, o que a deixa bem delimitada. � Em cada lado temos as bandas I, que são as bandas no qual só temos filamentos finos, o que dá a característica clara. • Túbulos • Retículo sarcoplasmático Traz desde o músculo, o perimísio, o qual forma os fascículos musculares e posteriormente temos as fibras musculares sendo formadas pelos miofilamentos. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 14 Como esta estrutura das miofibrilas consegue ficar arrumadas assim? Fisiologia clínica – 2 → A importância de proteínas que estabelecem a arquitetura das miofibrilas. Além dos filamentos finos, dos filamentos delgados, da linha M central e da estrutura dos discos Z que delimitam o sarcômero, temos proteínas do citoesqueleto que vão gerar esse arcabouço, que vão permitir essa disposição perfeita. Para manter essa estrutura de numerosas fibras musculares, temos as proteínas auxiliares que atuam na manutenção das estruturas dos miofilamentos. → Distrofias musculares: são doenças causadas pelas alterações das proteínas estruturais. • Distrofia muscular de Duchenne: é uma distrofia relacionada à deficiência de uma proteína, a distrofina. Essa proteína ajuda a manter toda a estrutura dos miofilamentos presos à membrana. � Doença genética. � Afeta mais os meninos. � Acarreta uma fraqueza muscular intensa, quando adolescente pode precisar do uso de cadeira de MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 15 roda para manter o peso corporal. � Gera dificuldade na aprendizagem. � São pacientes que evoluem para um caso grave, e mais ou menos em torno dos 30/30 anos, esses podem morrer devido a insuficiência respiratória. � Doença relacionada as proteínas corporais que ajudam na manutenção dessa estrutura, porque caso ela não seja mantida, eu não tenho a contração muscular ocorrendo. � Tudo começa na distrofina. Então se o paciente tem dificuldade de síntese dessa proteína, eu não tenho essa estrutura formada. Distrofina: mantém a estrutura do miofilamento ligada à membrana e nós precisamos desta disposição para manter toda a estrutura que se repete. Titina: proteína estrutural muito importante que ajuda a sustentar esse filamento grosso no disco Z e possui na sua extremidade uma característica elástica. α-actinina: prende os filamentos finos ao disco Z, assim, ajuda a manter essa estrutura. Nebulina: delimita a disposição do filamento fino. Após a sinalização da ACh na placa motora, o que ocorrerá nas fibras musculares? Ocorrerá o processo de acoplamento excitação- contração. O botão terminal do nosso motoneurônio que foi estimulado por um potencial de ação para liberar suas vesículas contendo a acetilcolina. Esse neurotransmissor será liberado na fenda sináptica, na junção neuromuscular, a acetilcolina, substância química que precisa ser reconhecida pelos seus receptores nicotínicos. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 16 Após a abertura dos canais iônicos de soído e potássio vimos que temos a geração do potencial de ação da placa motora. Esse potencial acaba gerando uma despolarização da membrana desta fibra muscular no sarcolema. O potencial vai caminhar na membrana da fibra muscular e como de espaço em espaço temos as invaginações, o potencial vai descer e vai seguir a membrana da fibra, vai seguir o sarcolema. Essa região do túbulo T está em contato com o retículo sarcoplasmático e nós temos a formação da tríade, esse contato será realizado através de um receptor. A partir disso teremos a liberação do cálcio do retículo sarcoplasmático. Após o potencial de ação abrir os receptores, vamos ter o aumento do cálcio no sarcoplasma e a troponina C será sensível a esse íon e ao mudar de conformação, ela vai exibir os sítios escondidos na actina. Após essa exibição, vamos ter a ligação das cabeças da miosina à actina. Então a miosina vai ter a função de catraca. Temos a cabeça da miosina energizada, então ela tem uma capacidade de quebra de ATP. Após essa ligação, vamos ter a função de catraca da cabeça para que ela puxe os filamentos de miosina e o aproxime da linha M. O filamento de actina vai ficar próximo a linha M. Quando a miosina realiza isso, teremos o encurtamento dos sarcômeros. Este acoplamento excitação-contração será dependente de mais mecanismos. Vamos ter o potencial de ação caminhando e quando ele chega aos receptores presentes na tríade, esses receptores de di-hidropiridina (Dhp) MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 17 vão estar no túbuloT. Então esse receptor é sensível a voltagem e assim, a voltagem permite a mudança conformacional. Quando essa mudança conformacional ocorre no receptor dhp, ela faz com que eu mexa com um segundo receptor, o receptor rianodina. O receptor rianodina é o receptor do retículo sarcoplasmático. Entendeu por que é preciso da estrutura de túbulo T e retículo sarcoplasmático?! Porque esses terminais do túbulo T estão em comunicação via receptores. Então quando eu mexo com um receptor de dihidropiridina, perceba que ele está ligado ao receptor rianodina (RYR), assim há a abertura desse receptor. Quando temos a abertura de um receptor na membrana, deixamos um canal disponível e nesse caso é um canal de liberação de cálcio. Então esse canal se torna aberto e o retículo sarcoplasmático que é concentrado de cálcio vai colocar esse cálcio para fora e a gente aumenta muito a concentração de cálcio no sarcoplasma. E, o aumento de cálcio no sarcoplasma vai permitir a formação das pontes cruzadas. No relaxamento, ou seja, na repolarização, permite- se o relaxamento porque eu retorno o potencial de repouso dessa membrana e retorno o fechamento desse canal com o fechamento dos receptores de rianodina e obviamente temos o cálcio escondido novamente dentro do retículo sarcoplasmático. Além do fechamento do canal do receptor de rianodina, teremos a necessidade do funcionamento de uma bomba, a bomba de cálcio ATPase, também chamada de serca. Essa bomba é a bomba de cálcio do retículo sarcoplasmático. Então, nesse retículo temos duas estruturas importantes: o receptor de rianodina e a serca. Essa última faz com que o cálcio retorne para dentro do retículo sarcoplasmático contra o seu gradiente de concentração, já que o retículo está sempre muito cheio de cálcio. Logo, é preciso tirar o cálcio do sarcoplasma e enviar para dentro do retículo sarcoplasmático. Além disso, temos a calsequestrina, proteína que está dentro do retículo sarcoplasmático e ela possui uma afinidade pelo cálcio, então ela auxilia o retorno do cálcio para dentro do retículo, porque ela meio que aprisiona o cálcio ali dentro devido a sua afinidade química com ele, favorecendo a redução de cálcio no sarcoplasma, o que é fundamental para o relaxamento muscular. Após o aumento do cálcio, teremos uma mudança conformacional dessa estrutura troponina com a tropomiosina, o que agora expõe os sítios de ligação da actina com a cabeça da miosina. Fisiologia clínica 3 → Hipertemia maligna • Rigidez da musculatura esquelética (devido a uma manutenção de contração esquelética), hiperventilação, taquicardia e hipertemia. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 18 • Novamente a farmacologia integrada a fisiologia. Não temos o fármaco beneficiando o processo patológico. Estamos frente a fármacos que prejudicam o microambiente e causa um desequilíbrio nesse sistema. • Anestésico: halotano • Relaxante muscular: Succinilcolina (adjuvante anestésico- ela é um bloqueador neuromuscular e ao bloqueaar, impede o relaxamento). • Paciente com doença de base genética autossômica vai ser muito sensível. • Pacientes que têm distúrbios genéticos no receptor da rianodina, que tem déficit na produção desse receptor apresentam uma sensibilidade maior frente a anestésicos como halotano e a relaxantes musculares como succinilcolina. Quando o paciente tem contato com este fármaco, o receptor responde ao fármaco liberando mais e mais cálcio. Logo, percebe-se que há uma deficiência porque o receptor é mito sensível a essas substâncias. Ciclo das pontes cruzadas → Curva sigmóide que mostra a relação entre força no eixo Y e concentração do cálcio no sarcoplasma. Nessa relação observamos que quanto maior a concentração de cálcio no sarcoplasma, maior será a força exercida por esse músculo. → Esta liberação do cálcio será extremamente importante para o ciclo das pontes cruzadas que é quando eu tenho a miosina interagindo com a actina, quando a troponina C se torna sensível ao aumento de cálcio. Ou seja, basta o cálcio aumentar no mioplasma que ocorre uma alteração a estrutura conformacional da troponina C. → Para que eu tenha o desligamento da miosina com a actina, o retorno disso é dependente de ATP, há necessidade de ATP para que esta cabeça da miosina com atividade ATPase, após a ligação do ATP, se solte da actina e volte ao seu estado relaxado. Se isso não ocorrer, estaremos em um quadro de rigor mortis (é o ATP que vai desfazer as pontes cruzadas, para que assim ocorra o relaxamento muscular). MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 19 Como deve ficar o líquido miofibrilar depois da contração? → Precisamos que esse líquido miofibrilar fique pobre em cálcio para que se retorne ao relaxamento. → Teremos a participação da serca (bomba de cálcio ATPase) para que o cálcio retorne para o retículo sarcoplasmático e da calsequestrina que auxilia a aprisionar o cálcio devido sua afinidade com esse íon. Classificação funcional das fibras musculares esqueléticas → Fibras de contração lenta • Identificadas como fibra i. • São menores. • São oxidativas. • Entrará em um quadro de fadiga muito menos rápido, ou seja, demoram para entrar nesse quadro devido ao mecanismo oxidativo. • Por exemplo, nos ajuda a manter a postura. → Fibras glicolítico-oxidativa de contração rápida • Fibras do tipo 2A. • Rica em mitocôndria. • Fadigam com uma rapidez maior quando comparada a fibra de contração lenta. → Fibras glicolíticas de contração rápida • Fibras do tipo 2B. • Rica em mitocôndria. • Utilizam como energia apenas a atividade glicolítica. → Estudos mostram que as fibras têm uma diferença na expressão da serca. A serca 1 tem uma maior atividade cálcio ATPase. Assim, parece que as fibras de contração rápida possuem uma maior expressão da serca 1, o que ajuda a retornar rápido o músculo para seu estado relaxado, para que eu possa desenvolver rapidamente uma atividade. → Serca 2 Fibra 1 Fibra 2B Rica em mioglobina Pobre em mioglobina MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 20 Força de contração, somação e tétano SOMAÇÃO → Soma de abalos individuais para aumentar a intensidade da contração total. → Somação por fibras múltiplas: como se fosse uma forma do organismo economizar energia/atividade. • Recruta-se fibras diferentes para um trabalho de acordo com a necessidade de contração daquele músculo. • Ou seja, é uma somação de fibras múltiplas. • Vamos ativando neurônios frente a ordem de tamanho, quanto menor for a unidade motora, melhor será e excitação da fibra. Começamos a estimular fibras menores para deixar a fibra maior para um possível aumento da concentração. → Somação por freqüência: estímulo que o músculo sofre. • Quanto maior a freqüência e estimulação, maior é a sobreposição as contrações, diminuindo o intervalo entre elas e assim elas vão se somando a medida que a freqüência aumenta. • Isso é chamado de tetanização, onde a gente mantém concentração aumentada de cálcio no mioplasma e assim se mantem uma contração sustentada. Características da contração do músculo como um todo → Contração isotônica: contração onde e observamos após a geração a tensão, o encurtamento do músculo. O músculo como um todo vai ser encurtado para que se consiga mover o peso. • O músculo encurta durante a contração e sua tensão permanece constate. • Contrações isotônicas dependem da carga contra a qual o músculo se contrai. • Elemento elástico já está estirado. • Há deslizamento de actina e miosina. → Contração isomérica: gera-se a tensão no músculo, mas não gera movimento. A força necessária para mover o peso não é alcançada. • O músculo não se encurta durantea contração, havendo registro de força/ tensão gerada pela contração. • Sistema isométrico é comumente mais utilizado quando se comparam asa características funcionais dos diferentes tipos de músculos. • Deslizamento de actina e miosina. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 FISIOLOGIA - AMÉLIA 21 Agentes que afetam a transmissão neuromuscular
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