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ESTADO-E-SOCIEDADE-2 (4)

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 DEFININDO CONCEITOS: SOCIEDADE E ESTADO ................................ 3 
3 FAMÍLIA: BASE DA SOCIEDADE............................................................. 10 
3.1 A Família Constitucionalizada ............................................................ 11 
3.2 A Família Civilista e Estatutária .......................................................... 13 
3.3 Os Modelos Explícitos e Implícitos de Família ................................... 13 
3.4 Família e Afeto ................................................................................... 14 
4 INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA SOCIEDADE ............................................ 15 
4.1 Influência no Sentido Finalístico ......................................................... 16 
4.2 Influência no Sentido Operativo ......................................................... 17 
5 INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE NA FAMÍLIA ............................................ 21 
5.1 Na Gênese e Composição ................................................................. 22 
5.2 Nas Funções e Nas Relações ............................................................ 25 
5.3 Nas Tendências Atuais ....................................................................... 27 
6 A RELAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE.................................... 31 
7 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado Aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 DEFININDO CONCEITOS: SOCIEDADE E ESTADO 
 
Fonte: institutodegovernoaberto.com.br 
Existem duas teorias que procuram explicar o conceito de sociedade: 
Teoria Organicista - Entende o homem como um ser eminentemente social e, 
portanto, não pode viver fora da sociedade. Ela entende o indivíduo como parte 
“orgânica” da sociedade. Origem na filosofia grega. 
Teoria Mecanicista - Entende o homem como ser elementar que representa a 
si mesmo, de forma que todos os sistemas sociais se originam de derivados 
secundários. 
De acordo com Bonavides (2000) para os primeiros, a Sociedade é definida 
como “o conjunto das relações mediante as quais vários indivíduos vivem e atuam 
solidariamente em ordem a formar uma entidade nova e superior”. Por outro lado, os 
mecanicistas entendem que seja como um grupo proveniente de indivíduos que 
buscam objetivos comum, mas impossível de serem alcançados de forma individual. 
Para Medeiros (2015), os mecanicistas criticam essa visão "biologizante" da 
sociedade porque, segundo eles, há na sociedade ocorrências fenomenais sem 
 
4 
 
correspondente no corpo humano: como a imigração, a mobilidade social e o suicídio. 
E o autor, acrescentou: 
Além disso, dizem: as partes do organismo não vivem por si mesmas, sendo 
impossível imaginá-las fora do ser que a integram e nem podemos admiti-las 
noutra posição que não seja aquela que a natureza lhes determinou, bem 
diferente do que pode suceder com os indivíduos na sociedade (MEDEIROS, 
2015). 
Independentemente da perspectiva da Sociedade, seja ela mecânica ou 
orgânica, uma distinção deve ser feita entre a Sociedade e o Estado. O Estado é o 
produto da Sociedade, mas não deve ser confundido com ela. A sociedade está em 
primeiro lugar e o estado em segundo: o estado é a ordem política da sociedade “o 
Estado moderno se constitui de um conjunto de instituições públicas que envolvem 
múltiplas relações com o complexo social num território delimitado” (RODRIGUES, 
2011). Deste modo, o Estado deve ser compreendido como uma ordem jurídica que 
regula a instituição “fora” da Sociedade. 
 
 
Fonte: sabedoriapolitica.com.br 
 
5 
 
As ações do Estado são definidas por leis ou atos governamentais e têm por 
objetivo o desempenho de tarefas de interesse público, sendo desempenhadas pela 
administração pública. Este tipo de ordem social baseada em um sistema jurídico que 
garante as liberdades básicas deu origem ao Estado de Direito, e essa ordem social 
baseada no sistema de seguridade social deu origem ao Estado de Bem-Estar Social 
ou Welfare State, que garante que as pessoas tenham direitos como saúde, educação 
e moradia, como direitos de todo cidadão. 
Conforme Medeiros (2015), na modernidade, filósofos e pensadores políticos 
focalizaram muito de seu pensamento o Estado, de modo que é possível dizer que a 
história da política moderna e a história do Estado se embaralham. A teoria que 
comprova essa doutrina é uma tentativa de explicar a reflexão sobre a origem do 
Estado e como ele foi produzido. Além das teorias do liberalismo político/econômico 
e das teorias socialistas/comunistas, o Estado representa um dos principais pontos de 
divergência entre essas duas tendências ideológicas. 
Alguns autores defendem a visão de que o Estado representa os interesses 
comuns e gerais da sociedade. No entanto, essa ideia tem sido amplamente criticada 
pela teoria marxista, na qual “o Estado é um instrumento de domínio de uma classe 
social sobre a outra” (SELL, 2006). 
 
 
Fonte: sabedoriapolitica.com.br 
 
6 
 
Medeiros (2015) citou que Marx, concordava com Rousseau em certo sentido, 
pois Rousseau afirmou que o Estado nasceu como uma forma de posse da classe 
dominante, que primeiro conquistou o poder político por meio do Estado e expressou 
seus interesses como interesses gerais da sociedade. Portanto, Alexsandro 
continuou: 
Ora, é exatamente por isso que Rousseau afirma, em uma de suas 
passagens mais célebres, que o primeiro homem que cercou um lote de terra 
e disse “isto é meu”, provocou um dos maiores males para a sociedade, pois 
o Estado surge a partir de um contrato social, não para garantir o direito de 
todos, mas o direito daqueles que detém a propriedade privada. Por isso o 
filósofo genebrino afirma que este primeiro contrato não foi legítimo, pois 
apenas assegurou o direito dos “ricos”: dos que passaram a ter bens e posses 
(MDEDEIROS, 2015). 
Da mesma forma, Marx apontou em sua "Ideologia Alemã" (apud SELL, 2006) 
que o Estado adquiriu uma existência especial como forma de organização da 
burguesia para proteger sua propriedade e interesses. 
Refletindo sobre a compreensão moderna de Estado, especificadamente os 
"Estados nacionais", Habermas (2002) define juridicamente como sendo: 
“do ponto de vista objetivo, refere-se a um poder estatal soberano, tanto 
interna quanto externamente; quanto ao espaço, refere-se a uma área 
claramente delimitada, o território do Estado; e socialmente refere-se ao 
conjunto de seus integrantes, o povo do Estado” (HABERMAS, 2002) 
Essas teorias, bem como outras teorias envolvem basicamente a formação e a 
consolidação dos Estados como hoje é conhecido. Ao longo da história, o Estado tem 
alcançado características e elementos muito diferentes, mas emgeral, pode-se 
entende-lo como o poder central (estatal) que tem todo o poder em seu território. É 
possível identificar alguns “modelos de Estado” divergentes, sendo eles: o Estado 
Absolutista, o Estado Liberal-Democrático, o Estado Totalitário e o Estado de Bem-
Estar Social. 
Na história, a primeira forma adotada pelo Estado foi o modelo absolutista, 
durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Este modelo nasceu da 
transição de um modelo econômico feudal para uma economia capitalista: envolvendo 
em sua formação a centralização do poder territorial sob o comando do monarca para 
substituir a divisão política medível em vários feudos. 
 
7 
 
Como o nome sugere, no Estado Absolutista, o monarca tem poder absoluto. 
Medeiros (2015) lembra que “estas monarquias foram se constituindo historicamente 
por toda a Europa, desde Portugal, Espanha (com a unificação dos reinos de Aragão 
e Castela em 1476), França (a partir do reinado de Felipe IV 1285-1314) e a Inglaterra 
(com a monarquia dos Tudor) ”. Sob o domínio do Estado Absolutista, foi formado o 
conceito central do Estado Moderno, o conceito de "soberania". Este conceito foi 
apresentado por filósofos como Jean Bodin, Thomas Hobbes, Rousseau: “a soberania 
implica a ideia de que o Estado é o poder central de uma determinada sociedade sob 
a qual nenhum outro poder pode elevar-se” (SELL, 2006). 
A construção de um Estado Liberal-Democrático não é apenas marcada pela 
construção dos direitos civis e políticos, mas envolve também a submissão da 
monarquia autocrática do país ao poder parlamentar e a aprovação da constituição. 
Esta luta contra o absolutismo dos monarcas pode ser facilmente vista em pelo menos 
três grandes movimentos históricos: a Revolução Gloriosa, que foi a luta entre a 
família real britânica, o parlamento e a burguesia que ocorreu na Inglaterra no século 
17), a Revolução Americana, a independência das 13 colônias que afirmavam ser 
"Estados Unidos" em 1776) e a Revolução Francesa (o rei Luís XVI foi dissolvido e a 
"República Francesa" tomou posse). 
O ponto comum destas três revoluções é que todas elas proclamaram certos 
direitos dos cidadãos, ajudando no entendimento do Estado Liberal-Democrático. A 
primeira revolução proclamou a Bill of rights, a saber Lei dos Direitos Civis (1689), 
garante a proteção de todos perante o governo. A segunda organizou o Estado de 
acordo com a Declaração da Independência, que garantiu os direitos dos indivíduos e 
submeteu os poderes da Federação à Constituição de 1787. Já a terceira redigiu era 
a "Declaração dos Direitos dos Homens e dos Cidadãos" (1789) e ainda a Constituição 
de 1791, que submeteu o poder do rei ao Parlamento. Todas essas revoluções 
restringiram por lei o poder do monarca para salvaguardar a liberdade e proteger os 
direitos individuais. 
Essa garantia das liberdades individuais é o que dá origem ao conceito de um 
Estado Liberal. Além disso, com a garantia dos direitos individuais (civis e políticos), 
podemos dizer que foi a construção do Estado Liberal-Democrático que deu origem 
ao que é conhecido hoje como o “Estado democrático de direito”. 
Essa garantia de liberdade individual é a razão do conceito de um Estado 
 
8 
 
Liberal. Além disso, com a proteção dos direitos individuais - civis e políticos - pode-
se dizer que a construção de um Estado Liberal-Democrático deu origem ao chamado 
“Estado Democrático de Direito”. 
Apesar de todas essas campanhas, no sentido de proteger a liberdade 
individual e garantir os direitos plenos dos cidadãos, isso não impediu o surgimento 
de regimes totalitários no século XX, que intensificaram o conceito de soberania e 
tornaram os próprios indivíduos e a sociedade ao poder do Estado. Os Estados 
Totalitários se formaram na Itália, com Benito Mussolini, denominado de Fascismo; na 
Alemanha houve o Nacional-Socialismo ou Nazismo com Adolf Hitler e na Rússia, 
Josef Stálin promulgou o stalinismo. 
 Apesar das diferenças históricas, os estudiosos identificam nos 
movimentos e regimes totalitários algumas semelhanças estruturais que 
configuram suas características básicas. Entre elas podemos citar: 1) 
existência de um partido único de massa, fortemente hierarquizado; 2) 
ideologia autoritária, voltada para o culto do Estado, da força e da figura do 
poder político; 3) mobilização das massas através do uso de instrumentos de 
propaganda; 4) repressão e perseguição política a todas as formas de 
oposição política; 5) direção estatal e centralizada da economia (SELL, 2006 
apud MEDEIROS, 2015). 
O Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) parece preencher o vazio 
deixado pelo Estado Liberal-Democrático, ou seja, embora proteja uma série de 
direitos civis e políticos para os indivíduos, não estipula que os indivíduos recebam 
benefícios sociais básicos. Portanto, uma das características básicas da O Estado de 
Bem-Estar Social é a implementação de um conjunto de políticas sociais, que podem 
ser financiadas pelo Estado, por meio do Governo, para garantir a previdência social. 
Em 1806, a família real chegou ao Brasil, o que foi um importante primeiro 
passo para o estabelecimento de instituições nacionais. A chegada da família real 
trouxe uma série de mudanças ao Brasil, incluindo a criação de órgãos e 
departamentos governamentais. 
Em 1822 foi declarada a Independência e, em 1889, a Proclamação República, 
sendo dois importantes períodos históricos que estabeleceu o Estado no Brasil. 
 O primeiro momento apresenta características de um Estado 
“absolutista”, ou seja, uma monarquia com formato de governo mais um 
sistema parlamentar); 
 
9 
 
 O segundo momento ocorreu após a Proclamação da República. Alguns 
autores citam esse período como a gêneses do Estado Liberal-
Republicano no Brasil, onde o governo republicano atua aliada ao 
presidencialismo. Este período persistiu até 1930, originando assim, o 
Estado Nacional-desenvolvimentista. 
Entre as décadas de 1930 e 1980, o Estado brasileiro adotou o princípio básico 
de política de combinar o crescimento econômico com a promoção da industrialização 
e mudanças estruturais no sistema produtivo, das exportações agrícolas para o Brasil 
industrial e urbano. Foi nesse período que surgiram empresas estatais como a Vale 
do Rio Doce (minério) e a Petrobrás (combustíveis), onde o estado passou a controlar 
algumas indústrias básicas para acelerar o desenvolvimento econômico. 
Devido com o aumento da inflação e o aumento da dívida externa, que fora 
resultado de empréstimos adotados pelo governo militar para o desenvolvimento 
industrial, o Estado brasileiro iniciou um processo de crise, e uma série de medidas 
buscando a estabilidade financeira da economia brasileira. O que para Medeiros 
(2015), “este foi desde então o grande desafio dos governos a partir da década de 80: 
construir um novo modelo de Estado e retomar o crescimento econômico”. 
 
 
10 
 
3 FAMÍLIA: BASE DA SOCIEDADE 
 
Fonte: mundoeducacao.uol.com.br 
De acordo com Beltrão (1989), a família, tem sido compreendida como um 
“grupo social no qual os membros coabitam unidos por uma complexidade muito 
ampla de relações interpessoais, com uma residência comum, colaboração 
económica e no âmbito deste grupo existe a função da reprodução”. 
Assim, segundo essa visão, a família é considerada o primeiro grupo humano 
organizado, a unidade básica da sociedade. Portanto, as mudanças passadas e 
presentes nas características da família e sua estrutura, relações internas e externas 
são de grande importância (ANSHEN, 1967). Buscam encontrar uma explicação para 
o novo conceito de grupo familiar (ARDIGÓ, 1976) e atribuíram isso à mudança social. 
Obviamente, a representação significativa da evolução e mudanças do mundo 
atual não exclui a existência da família (MOORE, 1967). Embora a mudança social 
seja considerada um dos sistemas mais duráveis do tempo, ela temse refletido 
amplamente na família, atrasando-a desde o processo de industrialização e 
urbanização (SARACENO, 1976) para se adaptar à nova realidade. No entanto, dada 
a popularidade da família na sociedade, a sociedade também tenta ajustar o sistema 
de acordo com as necessidades da família. 
 
11 
 
Diante dessas circunstâncias, é impossível dizer que a influência entre família 
e sociedade é unilateral, mas mútua. 
Entender a família como fundamento da sociedade significa utilizá-la como 
fundamento do próprio direito. Sem ela, a complexidade de agrupar pessoas se 
tornará vaga, aleatória e sem sentido, seja por meio de parentes próximos, 
comunicação emocional ou simplesmente companheirismo. As pessoas são formadas 
em instituições familiares, desempenham suas funções sociais e atendem às suas 
necessidades econômicas. 
Para Farias (2013), as famílias estabelecem metas para a elaboração de leis e 
devem correr contra o tempo para perceber seu progresso e complexidade, envoltos 
em particularidades, causas, sentimentos, crenças, coragem e medo. 
Cyntia Mirella expôs que 
Não há quem não tenha família; não há quem tenha nascido sem a 
participação, voluntária ou não, feliz ou não, de uma personagem familiar 
sequer. E, ainda que venha a ser rejeitado pelos seus, todo ser humano 
tentará conquistar, convencionalmente ou não, sua própria família (FARIAS, 
2013). 
3.1 A Família Constitucionalizada 
 A primeira Constituição brasileira outorgada pelo Imperador Dom Pedro I foi 
inspirada na constituição britânica, sobre o modelo de família, a composição da família 
real foi descrita apenas nos artigos 105 a 115, seus direitos e deveres, entre os quais 
mulheres como princesas são consideradas objeto de direito (BRASIL, 2012). 
Farias (2013), recorda que a segunda carta foi emitida em 24 de fevereiro de 
1891, sem sequer mencionar a diferença entre homens e mulheres. A falta de menção 
ao gênero feminino reflete a falta de participação política das mulheres na época. De 
acordo com as condições laicas do país, recomenda-se reconhecer o casamento 
apenas por meio da execução dos contratos civis, e não se limitando aos atos 
religiosos celebrados pela Igreja Católica (FARIAS, 2013). 
A terceira “Constituição” promulgada em 1934 foi inspirada na lei alemã. No 
seu (re)conhecido Welfare State, onde as relações humanas buscam o maior 
benefício para a sociedade e procuram uma forma de minimizar as desigualdades 
entre as pessoas que desejavam assinar algum tipo de contrato (RODRIGUES e 
 
12 
 
FARIAS, 2010). Desataca-se a relevância que fora concedida ao Direito de Família, 
uma vez que, pela primeira vez, a Constituição de 1934 trouxe em seu Título V, 
Capítulo I, o casamento civil. 
Após o golpe de Getúlio Vargas, nasceu a Constituição de 1937. Segundo o 
direito da família, o casamento sempre foi um sistema indivisível e protegido pelo 
Estado. No entanto, a Constituição de 1937 inovou e expressou claramente a 
preocupação com os direitos da criança e do adolescente, dando conta da realidade 
de distinguir filhos legítimos de filhos nascidos fora do casamento; naturalmente e 
adotados. Farias (2013) apontou que ainda existem as limitações da forma de 
organização familiar, e a forma aparente permeia a organização familiar igualmente. 
A autora acrescentou: 
Marcada pela retomada da democracia, a Constituição de 1946 não 
introduziu mudanças efetivas na vida cotidiana dos cidadãos, já que, apesar 
de pregar a igualdade, não consignava expressamente os direitos e deveres 
das mulheres. Dentro de casa, elas eram ativas, fortes e detentoras de 
direitos e deveres. Fora, eram cidadãs que seguiam à sombra dos seus 
homens (FARIAS, 2013). 
Farias (2013) lembrou que em 1967, com o objetivo de institucionalizar o regime 
militar da ditadura, foi promulgado o primeiro nome a utilizar a Constituição da 
República Federal do Brasil. Neste momento histórico, a família é dominada pelo 
medo, e a igualdade entre homens e mulheres não se baseia no poder legal, mas na 
coragem. 
Considerando o grande número de emendas feitas em 1967, a Emenda 01 da 
Constituição de 1969 é considerada por muitos como uma constituição real. No 
entanto, no que diz respeito à família, limita-se a repetir o texto da constituição então 
em vigor. Em 1977, uma emenda constitucional adotou o sistema de divórcio para 
fazer grandes mudanças no ambiente social da família. Este casamento se tornará 
dissolúvel. 
Diante destas mudanças, Cyntia Mirella comentou: 
Com o advento da Constituição Federal de 1988, os direitos e deveres dos 
brasileiros foram renovados e ampliados. Devido às transformações políticas, 
econômicas e sociais por que passava o país, homens e mulheres foram 
equiparados e resguardados pelas chamadas cláusulas pétreas, ou seja, 
normas que somente uma nova Constituição poderá alterar. O artigo 5º, I, 
trouxe de maneira límpida esse posicionamento (FARIAS, 2013). 
 
13 
 
3.2 A Família Civilista e Estatutária 
Em consonância com a Constituição brasileira, a elaboração do “Código Civil” 
é minuciosa no lado familiar, dotando-o de vários capítulos. Ao dar dignidade às 
mulheres nos relacionamentos, o Código Civil de 2002 deu a ela uma voz positiva. O 
que antes parecia ser um crime social, agora se manifesta no uso de sua cidadania, 
incluindo o direito de optar por não se casar, não ter filhos e não amar o sexo oposto. 
É certo que sempre existirão relações à margem da lei. O que se procura é 
ordenar o passo para que o Estado possa albergar legal e legitimamente 
todos os seus filhos. Nesse sentido, o Estatuto das Famílias, ou Código das 
Famílias, de autoria do Instituto Brasileiro de Direito de Família, tem como 
meta a atualização das normas referentes ao Direito de Família, reunindo em 
um único volume a legislação pertinente, de modo a abranger todas as 
modalidades de entidade familiar, aproximando-se ao máximo da face 
concreta da realidade. (FARIAS, 2013). 
3.3 Os Modelos Explícitos e Implícitos de Família 
A família casamentária é o modelo padrão da constituição familiar e o único 
modelo que esteve presente em todas as constituições e leis de infraestrutura do 
Brasil (Farias, 2013). Conforme o artigo 1.511 do Código Civil, “o casamento 
estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos 
cônjuges”, sendo “defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir 
na comunhão de vida instituída pela família”. 
Sob quase os mesmos requisitos, outra estrutura familiar, de aliança estável, 
foi se desenvolvendo ao longo da história e recebendo tanto apoio social, devendo 
constar do artigo 226, parágrafo 3º da Constituição, como segue: “Para efeito da 
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como 
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. 
Fatores alheios à vontade do cônjuge, como guerra, morte, brigas, desavenças 
e abandono, fazem com que o núcleo familiar se modifique de acordo com o ambiente 
superior, originando a chamada família monoparental. 
Constituída por um grupo de pessoas com algum grau de parentalidade, 
consanguíneo e/ou colateral, a família anaparental se sustenta na relação de 
interesses mútuos, sem finalidade sexual, nem tampouco procriatória. 
Geralmente é formada por irmãos, desde que sem a presença de nenhum de 
seus ascendentes (Farias, 2013). 
 
14 
 
Farias (2013), salienta que ao longo da história, a concubina apareceu em 
muitas famílias, incluindo instruções especiais para patriarcas conservadores. Como 
o Brasil tem as características de uma família monogâmica, o apoio do concubinato 
se tornou efetivamente indefeso na lei e na sociedade. No entanto, quando filhos 
legais, ilegítimos, naturais e adotados são tratados de forma igual, a vida dos filhos 
dos casais em concubinato torna-se realidade, e seus direitos e obrigações também 
são discutidos no campo social e jurídico.Ainda que não legislada, a família homoafetiva vem ganhando destaque no 
mundo jurídico. Cidadãos regidos de direitos e deveres civis que desejem a 
vida em comum em detrimento de convenções sociais e legais respaldam-se 
nas garantias dos princípios constitucionais. Nessa modalidade, não se trata 
sobre o grau de parentesco ou formalidade, e sim de sua condição humana. 
(FARIAS, 2013). 
3.4 Família e Afeto 
Na era pós-moderna, as figuras afetuosas tornam-se visíveis, respeitadas e 
incentivadas. Assim como homens e mulheres não podem se separar de seu lado 
racional, não podem ser abstraídos de seus sentimentos. 
A emancipação feminina em muito contribuiu para a valoração do afeto. Ao 
lhe ser conferido o direito à igualdade, ela deu visibilidade à necessidade do 
afeto principalmente nas relações familiares. A afetividade familiar ganhou 
tamanha visibilidade no Direito que passou a ser causa de ações jurídicas 
(FARIAS, 2013). 
Portanto, na perspectiva da pessoa como um todo, as pessoas têm uma melhor 
compreensão do significado da família, e a partir disso conclui-se que a família não é 
criada por lei, mas apenas formalizada, e a felicidade se constrói na maior extensão 
do indivíduo. Com base na satisfação pessoal, com base no princípio da formação 
emocional interior. 
Devido às mudanças ocorridas nas últimas décadas, sejam elas econômicas, 
políticas ou culturais, as famílias passaram a adotar diferentes modelos de 
organização para se adaptar às mudanças, afetando assim o novo ambiente social. 
Essas leis moldaram as relações sociais, jurídicas e culturais de nosso país por meio 
de sua constituição, regulamentos e regras, e são uma forma eficaz de compreender 
os valores de cada época. 
 
15 
 
No campo da hermenêutica, a fonte do direito continua a se desenvolver, eles 
entendem os modos explícitos e implícitos da família, para que possam ser 
reconhecidos na sociedade com o reconhecimento de seus direitos e deveres. 
A família ganhou, entre outros aspectos fundamentais, o afeto como inerente 
a sua formação. Independente de sua composição, as famílias caminham 
para o reconhecimento de suas mais variadas modalidades, ainda que 
estranhas ao padrão definido pela sociedade. O Poder Judiciário, atento as 
demandas sociais, caminha, gradativamente, ao cumprimento dos objetivos 
e fundamentos constitucionais ao procurar albergar todos os cidadãos 
brasileiros, sem distinção, ao zelo de seus cuidados e proteção (FARIAS, 
2000). 
 
4 INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA SOCIEDADE 
 
Fonte: sociologiadodireitounesp.blogspot.com 
A família tem estado invariavelmente no centro da na vida da sociedade. A 
família deve continuar a se concentrar na vida social. Várias sugestões objetivas e a 
 
16 
 
própria motivação da família visam dotar a sociedade de meios para eliminar 
obstáculos, obstáculos institucionais, obstáculos esses que muitas vezes se opõem 
ao progresso, ao desenvolvimento e à realização plena e concreta da vida familiar. 
Por isso, Maria Olívia faz a seguinte afirmação: 
Assim, a sociedade não pode fugir à sua responsabilidade. A família exige e 
estimula o dever e a obrigação que a sociedade tem para consigo. A família 
sofreu as mudanças da sociedade, procurando adaptar-se e estruturar-se em 
função das novas realidades, novos problemas. Mas, efetivamente, a 
sociedade procurou estruturar e adaptar as suas funções, respondendo às 
novas realidades tanto estruturais como funcionais da família. (DIAS, 2000). 
 
Diante disso, é possível perceber dois tipos de influência na sociedade: 
influência no sentido finalístico e influência no sentido operativo. 
4.1 Influência no Sentido Finalístico 
Ao propor metas e objetivos a diversos órgãos, a família tem impacto. Embora 
considerando as ideologias existentes nos diferentes ambientes sociais, as famílias 
se interessam pelas escolhas inovadoras específicas e pela estabilidade dos agentes 
institucionais que têm influência social devido ao progresso. 
Ao falar sobre este fenômeno, se faz necessário discorrer sobre o compromisso 
com as escolhas econômicas, a escolha de áreas de interação social, a formulação e 
implementação de leis e regulamentos sociais e o planejamento de projetos urbanos 
que contribuam para a melhoria das condições de vida das famílias. 
Em relação aos compromissos e escolhas econômicas, esses objetivos são 
para o bem-estar e o funcionamento da família. A socioeconomia não pode questionar 
o direito da família de viver com dignidade. A família tem o direito de possuir pelo 
menos os bens principais para sobreviver e manter sua estabilidade, não só 
economicamente, mas também emocional e psicologicamente (ALMEIDA E 
GUERREIRO, 1993). 
A harmonia familiar passa por uma alimentação suficiente e saudável, uma 
boa educação e alojamento condigno para o agregado familiar. 
É a partir destes fatores que a família intervém na economia da sociedade, 
para que esta, através de uma aplicação correta das suas riquezas, satisfaça 
com orçamentos capazes as suas necessidades e possa servir o seu 
desenvolvimento e promoção económica, numa linha mais justa, mais 
igualitária e mais humana (DIAS, 2000). 
 
17 
 
Quanto à escolha no contexto midiático, pode comprovar a contribuição para 
mudar a mentalidade da opinião pública, mas é preciso aproveitar os valores 
familiares mais fortes. Para o rádio, a televisão, o cinema e outras comunicações, esta 
família não é destemida, e tem o direito e a obrigação de escolher a pessoa que 
melhor pode torná-la honrada e próspera neste campo. Portanto, a família 
desempenha um papel importante no planejamento e na programação proporcionada 
pela sociedade. 
De fato, a comunicação social, em todos os seus aspectos, principalmente 
familiar, pedagógico e pontual, bem como as modalidades relacionadas à 
complexidade da vida social e seus componentes, devem ser adaptados aos 
interesses da família. 
Uma maneira possível de realizar esse tipo de ação familiar seria buscar um 
melhor entendimento dos planos que são mais atraentes para aqueles que desejam 
ser atraídos. É por isso que essa família deve se interessar pela dignidade e não por 
procedimentos que a destruam. 
 
Também deve reconhecer-se que a família deve exercer a sua ação, 
revelando-se descontente com programas desfavoráveis à sua realização. 
Por conseguinte, deverá repudiar esses programas e contribuir para a 
programação e elaboração daqueles que transpareçam pela positiva e 
respondam às suas aspirações fundamentais. De fato, o contributo da família 
na mudança é importante, na defesa dos valores que lhe são peculiares 
(DIAS, 2000). 
Por outro lado, é imprescindível que a programação e a implementação das 
prescrições legais e sociais determinem as condições que tornem a instituição atual 
mais eficaz e a habilitem a realizar fins culturais naturais e sociais, atingir seus 
objetivos e prestar bons serviços à família. 
A sociedade deve idealizar e planejar projetos urbanos relacionados à 
habitação e casa para as famílias, que são construídos e construídos para atender às 
condições e requisitos de uma boa vida familiar. 
4.2 Influência no Sentido Operativo 
O significado do sentido de operação está relacionado ao fato de que a família 
pode propor meios para transformar a sociedade. A família não apenas orienta suas 
 
18 
 
próprias escolhas sociais e legislativas, mas também determina a adaptação e o 
funcionamento das diversas instituições sociais em funcionamento. 
É nesse entendimento que Dias, contribui: 
Encontramos exemplos onde a família exerce a sua ação: nas escolas, a 
diversos níveis; na empresa econômica; na produção dos bens que melhor 
satisfaçam as suas necessidades; nos vários serviços ou organismos 
públicos ou privados; nas instituições que têm funções sociais ou outras. Já 
a partir dos jardins de infância, até às escolas mais avançadas, a família 
desempenha um papel influenciador muito importante. Efetivamente,aquela 
tem uma participação ativa e cada vez maior, na vida organizacional destas 
instituições (DIAS, 2000). 
Normalmente, na escola, valores, normas, atitudes e comportamentos serão 
atendidos pela família. Na verdade, as escolas são a mídia social mais direta para a 
comunicação, onde os jovens internalizam e fazem escolhas pessoais, julgam e 
decidem muitas coisas que não podem ser fornecidas pelas famílias de hoje. Eles 
passam menos espaço e tempo em casa, portanto, passam mais tempo na instituição 
do que em casa. 
Portanto, os valores e comportamentos adquiridos pelos jovens por meio dos 
conhecimentos adquiridos na escola podem ser bons ou ruins, suficientes ou 
insuficientes. No entanto, são esses princípios que determinarão sua vida adulta e 
familiar desde a mais tenra idade. 
Dias, percebeu que essa situação tem se tornado frequente e esclarece que: 
É conhecida a função executiva da família na escola. A família atual está 
profundamente envolvida na organização educacional dos seus filhos. No 
entanto e embora conserve uma posição central, viu diminuir a própria 
importância na educação dos seus membros em detrimento da escola (DIAS, 
2000). 
Ocasionalmente, o papel institucional da escola é extremamente inadequado, 
por isso é muito importante enfatizar a função operacional em termos de benefícios, 
apoio e poder da família à instituição. Frequentemente, muda a estrutura educacional 
e também a função. 
Outra área de interferência da família ocorre no sistema de produção. A família 
determina a natureza e a qualidade de seu consumo. Isso envolve não apenas 
alimentos, mas também outras indústrias, como roupas ou outros produtos que 
proporcionam melhores condições de vida às famílias. 
 
19 
 
Dias, acrescenta que o impacto dessa influência se faz notória de forma que 
citou, 
De fato, a família participa na produção e faz com que tenhamos nas 
sociedades uma forte concorrência, quer industrial, quer comercial. A família 
escolhe aquilo que quer consumir e, por isso, a empresa industrial tem de se 
adequar às exigências que a família lhe solicita (DIAS, 2000). 
A família ainda intervém na qualidade de vários serviços. Por exemplo, a 
insatisfação é expressada a vários tipos de serviços públicos, hospitais, instituições 
religiosas e todos os tipos de organizações que visam o bem-estar familiar e social. 
O sistema de saúde atual possui uma relação institucional que permite às 
famílias participarem de uma atitude relacionada à saúde e ao adoecimento dos 
familiares. Essa relação é importante para o equilíbrio físico, mental e moral do 
paciente. Normalmente a comunicação entre o paciente e a família é mais fácil do que 
a comunicação com a equipe médica, não só porque a família também o conhece 
melhor, ela é a intermediária entre o paciente e a instituição médica. De acordo com 
a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a família faz parte da equipe 
de saúde. 
Esse tipo de intervenção familiar permite que as agências familiares organizem 
e desempenhem suas funções de maneira mais eficaz e eficiente. Portanto, quando a 
família não responder às funções e metas que criou, ela causará mudanças. 
Por um lado, a família tem também a sua influência em organizações, como 
sejam, por exemplo: os transportes, os hotéis, festas, religião, etc. Também 
estas, para responderem às suas funções, terão de se estruturar, organizar e 
funcionar de modo a que satisfaçam as exigências da família. A vida familiar 
opera mudanças adaptativas às suas próprias características nestas 
organizações (DIAS, 2000). 
Como uma instituição com direitos e obrigações na sociedade, o objetivo da 
família é fazer com que a sociedade muitas vezes corresponda aos seus objetivos. 
Em muitos casos, é a família que impulsiona a sociedade para lidar com o problema, 
caso contrário, se não for pelas ações da família, será mais difícil de resolver, às vezes 
até impossível. É por meio dela que são introduzidos princípios, valores e mecanismos 
que podem transformar a vida social. 
De acordo com sua natureza e finalidade, em uma sociedade que não é 
propícia à realização da família em muitos casos, a família se engaja em atividades 
 
20 
 
maiores e mais necessárias. A perda de consciência, dos valores humanos e sociais 
(Almeida et al., 1998) tem causado a preocupação das famílias, que têm tomado 
ações fundamentais e essenciais para melhorar o funcionamento das instituições 
sociais em diferentes áreas. 
Dias (2000) afirmou que a intervenção da família na sociedade envolve, 
portanto, uma série de funções complexas e multifacetadas por ela desempenhadas 
e, em certa medida, abrange diferentes áreas da vida social. 
Essa mudança não é simples nem fácil, principalmente porque cada vez mais 
famílias participam da gestão e da administração da sociedade, o que significa que as 
organizações muitas vezes têm que formular estratégias não planejadas desde o 
início, mas isso as obriga a essa mudança constante. Portanto, essas mudanças estão 
mais relacionadas à prática e menos conotações teóricas. 
Portanto, o estabelecimento de uma ponte entre a instituição e a sociedade 
global tornou-se um fator indispensável no desempenho de suas funções. Isso é muito 
importante para a promoção, o progresso e o desenvolvimento global, não só na 
família, mas também no nível cognitivo, cultural, social e econômico da sociedade, 
onde a relação uníssona é totalmente abolida e surge a relação bilateral, ou seja, 
existe uma relação recíproca. 
Posto isto, diversos setores da vida social têm hoje mais do que nunca de 
discernir aquilo que contribui para a preparação e o bem-estar da família. 
Devem revelar capacidade e sensibilidade na construção da sociedade que 
procuram e desejam. Esta será aquilo que as famílias quiserem. Não é a 
sociedade constituída pelas famílias? Não são as famílias as unidades 
básicas da construção da sociedade? (DIAS, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
5 INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE NA FAMÍLIA 
 
Fonte: sociologiadodireitounesp.blogspot.com 
O ponto de partida para estudar as mudanças na família e todos os aspectos 
da vida hoje se deve principalmente à composição da sociedade industrial. É difícil 
dizer qual instituição social sentiu esse impacto com mais clareza, ou qual setor da 
vida humana sofreu as mudanças mais profundas. Porém, é certo que as condições 
de vida da família e de seus membros participaram fundamentalmente dessa 
transformação (CRUZ, 1996). 
A sociedade mudou a família e este fenómeno torna-se bem visível: 
À família pertence agora o papel de projetar esta mudança e criar um novo 
espaço para os seus membros; isto porque elementos estruturais da 
sociedade produziram e continuam a produzir as suas consequências, 
trazendo mudanças mais ou menos acentuadas na família, segundo o tipo de 
organização estrutural da sociedade (DIAS, 2000). 
Portanto, a família é composta pela complexidade dinâmica das variáveis 
estruturais internas da família, e também é o resultado da realidade fora da família. 
 
22 
 
Portanto, a família experimentou a evolução das características marcantes do mundo 
atual em sua relação com o contexto social e cultural. Portanto, não pode ser visto 
fora deste pano de fundo e realidade. 
Anshen (1967) apontou que elementos dinâmicos são amplamente operados 
com o processo de industrialização e urbanização, e continuam existindo nesse grupo 
humano organizado, que é o alicerce básico da sociedade. 
No entanto, de uma perspectiva sociológica, o sistema familiar parece ter dois 
fenômenos especiais: persistência e transformação. Elementos em mudança e 
elementos duradouros (SARACENO, 1976). 
Historicamente, a família é um produto da sociedade; portanto, está 
estreitamente ligada à sua mudança. Assim, como esta se tem produzido 
através de um processo histórico, como fenómeno complexo, apresenta fases 
diferentes nos seus aspectos políticos, económicos, sociaise culturais. A 
família tem vindo, assim, a ser influenciada, mudando simultânea e 
contemporaneamente a sua estrutura e dinâmica interna e externa (DIAS, 
2000). 
Por outro lado, vemos que a sociedade encontrou múltiplos tipos ou modelos 
gerais de família que a representam em diferentes períodos históricos e os descreve 
como um todo. Esses modelos estão evoluindo e passando por mudanças, e essas 
mudanças podem ser explicadas por um determinado tipo de sociedade pertencente 
a um determinado período histórico. Porém, ao mesmo tempo, existem muitas outras 
tendências e manifestações específicas que tornam a realidade da família cada vez 
mais complexa. (ALMEIDA et al., 1998). 
5.1 Na Gênese e Composição 
Em todas as culturas, a construção de uma família é vista como uma realidade 
importante, não só a nível pessoal, mas também a nível social. Portanto, antes do 
nascimento da nova família, sempre houve alguma experiência (Beltrão,1989; 
AA.VV,1980). 
Nessa origem, de acordo com o modelo cultural, o papel do protagonista, o 
tempo de preparação de sua composição, o tipo de função que deveria ter e a 
burocracia final, existem rituais ou ritos relacionados (SILVA, 1986). 
 
23 
 
Na transição da sociedade pré-industrial para a sociedade industrial, a imagem 
da família sofreu profundas modificações em sua origem. Na sociedade pré-moderna, 
o surgimento da família parece visar atingir os seguintes objetivos: determinar a 
condição social das pessoas, o nascimento legal e obter o reconhecimento social por 
meio de relações sexuais estáveis. 
Na sociedade moderna, é principalmente voltado para atender às necessidades 
profundas das pessoas. A mesma função de produção tem um novo significado desde 
o início, e não é vista apenas como um serviço a um grupo social, mas também como 
uma fonte de satisfação e integração, uma necessidade emocional potencial, ao invés 
de uma continuação ou valorização do grupo social (BELTRÃO, 1989; AA.VV., 
1974a). 
A partir dessas ideias, pode-se dizer que a família começa no casamento. 
Depois disso, esposa, marido e filhos ou outros parentes estão sujeitos a direitos e 
obrigações legais, econômicas, parentais, religiosas, uma rede de proibições sexuais, 
conforme apropriado para o tipo de família ou casamento, e um conjunto variável e 
variado de sentimentos psicológicos, como amor, afeição e respeito. 
Dias (2000), recorda que, este assunto tem sido debate não apenas entre 
historiadores e sociólogos, mas em todas as ciências sociais e humanas, 
especialmente a Psicologia e a Antropologia, embora por vezes tenham visões 
diferentes e relativamente divididas sobre os princípios aparentemente divergentes 
neste domínio. 
Estas oscilações estão relacionadas ao tipo de modelo e a maneira como 
vivemos juntos. Na família pré-industrial, prevalecia o modelo de família patriarcal ou 
de família multigeracional, em que as formas e costumes relacionados à origem da 
família (ou seja, o casamento que deu origem a uma família) geralmente dependiam 
dos pais e da família dos noivos. Eram eles que planejaram a criação da nova família, 
independentemente do casal que pouco influenciou nesses preparativos. Foram os 
pais e a família que predispuseram todas as circunstâncias antes de se casar 
(BURGALASSI, 1974, BELTRÃO, 1989). 
O momento do noivado era um momento de relação mútua, mas muito limitada 
entre os noivos, muitas vezes subordinado a ocasiões que sancionavam as principais 
fases de todos os preparativos (BELTRÃO, 1989). Portanto, deve-se entender que as 
 
24 
 
relações na família se localizavam inicialmente em um componente estrutural muito 
inflexível, incluindo uma divisão muito rígida de papéis e responsabilidades. 
Internamente, a forte imposição reflete uma sociedade igualmente rígida e 
estagnada. Com a ascensão da sociedade moderna, ocorrem mudanças profundas 
no campo da autoridade em relação à origem familiar, o que a fragilizou. 
Num ponto de inclinação, surge a família moderna, que era uma família em 
transição em que o modelo de família nuclear era dominante (BELTRÃO, 1989; 
GOOD, 1973). A autonomia dos noivos é quase completa e eles programam o destino. 
O amor romântico substituiu a programação dos pais e se tornou a base do namoro. 
A escolha dos dois partners pressupõe um projeto económico conjunto para 
o futuro. Daí que esta família tenha uma origem mais espontânea e mais livre, 
tendo-se difundido depois da revolução industrial e urbana, com todas as 
suas fundamentações teóricas ao longo do século XIX e inícios do século XX, 
o que levou a uma maior consolidação deste novo modelo (DIAS, 2000). 
As pessoas compreenderam esta nova realidade. O que é interessante é que 
os familiares têm grande probabilidade de se envolverem em atividades sociais. 
Portanto, em comparação com algumas famílias, a relação que originalmente se 
limitava às famílias hoje tem um campo mais amplo e abrangente. 
Grosso modo, os quadros nos quais se processa a constituição da família 
estão essencialmente ligados: à variabilidade da família; ao ciclo de vida; à 
herança; à escolha do cônjuge; idade do matrimónio (hoje os jovens decidem 
casar mais tarde); ao papel desempenhado pelos membros da família, ao 
tempo e ao grau de dependência dos cônjuges (DIAS, 2000). 
Esses fatores variam de sociedade para sociedade com base nos hábitos e 
costumes de uso e, em alguns casos, desenvolvimento e influência social mais fortes 
do que outros. 
Em relação à composição, na passagem de uma sociedade pré-industrial para 
uma sociedade industrial moderna, a fisionomia da família obviamente mudou 
(BELTRÃO, 1989). Antes disso, a composição dos membros da família, ou seja, o 
número de membros da família era muito alto, tendo reduzido. 
Pode-se dizer que nas famílias tradicionais é importante ter muitas famílias. 
Isso porque quando a família é muito grande, não só econômica, mas também 
socialmente, seus valores são amplamente realizados. A família "deveria" ser grande, 
 
25 
 
especialmente porque deve prever o impacto da alta mortalidade infantil e da 
esperança média de vida relativamente baixa (BELTRÃO, 1989). 
Assim se justificava, visto que o grande número de descendentes era questão 
de prestígio e orgulho da própria família, e acima de tudo da mulher. Na verdade, 
mesmo entre as crianças pobres e famintas, eles eram ricos. Portanto, quando uma 
mulher tinha um grande número de filhos, valores como respeito e dignidade eram 
reconhecidos. A mulher estava feliz e orgulhosa por ter dado muitos filhos à sua família 
e à sociedade. 
Atualmente, a família, como resultado da relocação, geralmente inclui cônjuges 
e um a três filhos, e raramente mais de três, com algumas exceções, principalmente 
detectáveis em países menos desenvolvidos onde o número de filhos ainda é alto. 
5.2 Nas Funções e Nas Relações 
Nesse caso, é importante verificar que a posição social dos familiares é 
derivada de sua condição profissional e está significativamente relacionada a 
diferentes qualidades na relação e função do casamento, entre pais e filhos ou com 
outros membros da família. Portanto, a coesão entre os membros da família pode se 
tornar menor ou maior (GIDDENS, 1996). 
Embora existam diferentes direções para determinar e alterar as funções 
específicas da família, as pessoas chegaram a um consenso de que a família deve 
desenvolver as funções principais, e isso está comprovado em todas as sociedades. 
Desta forma, é possível definir os seguintes mais geralmente aceitos e 
relevantes, alguns mais vulneráveis do que outros: funções econômicas, biológicas, 
protetoras e funções educacionais e culturais (BELTRÃO,1989). No entanto, 
dependendo do tipo de família, seu número pode variar com substituição, exclusão ou 
inclusão (MURDOCK, 1949, MICHAEL, 1960; MARTINHO, 1981). 
Essas teorias têm fortalecido a influência da sociedade na mudança da família, 
indicando que a estrutura familiarperdeu em certa medida seu sistema universal e 
suas características estruturais, deixando alguns personagens em estado de pobreza 
e, portanto, tornando-se mais vulneráveis e debilitadas. Prática de operação das 
funções que lhe são atribuídas. 
 
26 
 
Desse modo, o mais universalmente aceito e relevante é que, por outro lado, a 
mobilidade social e profissional também está aumentando, a família perde o papel de 
estratificação, deixa de ser forte, a relação não é tão rica, ainda mais insuficiente para 
controlar efetivamente o comportamento de seus membros (BELLENZIER, 1977; 
SILVA,1986; CAMPANINI). Portanto, sua função é reduzida. 
Analisando sumariamente esta tipologia de funções, até porque são claras e 
fáceis de observar, recordemos ao menos as características em função da 
operacionalidade de cada uma. São elas que colocam a família numa 
participação ativa no mundo que a rodeia e a confinam a um espaço mais 
alargado, à medida que a sociedade vai determinando uma profunda 
mudança na sua dimensão, nas relações intra e extrafamilares, revestindo 
sinais evidentes de ruptura e de adaptação às novas situações familiares e 
sociais (DIAS, 2000). 
À medida que essa situação se desenvolve, cada departamento funcional 
fornece novas evidências e aponta para uma nova visão da realidade. Portanto, por 
uma questão de profissionalismo, a função econômica limita-se ao consumo e menos 
à produção, preparação da nova geração. A família atual não produz e consome mais 
coisas como as famílias tradicionais. 
A função biológica é caracterizada por uma tendência à redução do número de 
filhos e, segundo o princípio dos pais e mães responsáveis (BELTRÃO, 1989), 
seguindo a igreja ou outras instituições com visões diferentes, a sua função biológica 
tem sido reforçada. 
Quanto à função de proteção que pertence quase que exclusivamente à família, 
hoje pertence à organização. Portanto, à distância, o número reduzido de "seres 
humanos" se traduz em um número reduzido de "experiências humanas" na família 
moderna. Enfatiza especialmente que os momentos de nascimento, desenvolvimento 
e caracterização, velhice, doença, dor, sofrimento, morte, etc., os mantêm distantes 
de suas famílias e os entregam a órgãos especializados, que não fazem contribuições 
humanas como as famílias (CAMPANINI, 1970). 
Parsons e Bals (1974) acreditam que as famílias não apenas encontram ajuda 
e apoio na organização, mas também encontram concorrentes seja nas escolas, 
creches, lares de idosos, etc.; para a socialização da criança do jovem e do idoso. 
Em termos de educação, a família atual tem menos tempo dedicado aos seus 
membros, principalmente na educação para o cuidado dos filhos. Material e 
psicologicamente, por ter saído de casa para se dedicar ao trabalho profissional, a 
 
27 
 
mulher reduziu em certa medida seu tempo e passou a diminuir sua função 
educacional. 
Por seu turno, a função cultural é determinada essencialmente por ideias e 
valores que vão sendo expostos através dos meios de comunicação social, 
no plano da informação e dos condicionalismos (rádio, jornais, televisão e 
outros), na escola, em culturas por vezes contrastantes (como, por exemplo, 
através da mobilidade migratória ou emigratória), bem como noutros 
organismos com capacidade para contestar ou disputar a cultura tradicional, 
a ponto do controle social e da integração se tornarem mais difíceis (DIAS, 
2000) 
O papel e a função religiosa que ocorria mais ou menos conforme a sociedade, 
como fator de garantia, principalmente na qualidade de determinados casamentos e 
na dinâmica familiar, que parecia contribuir para a estabilidade da família. Nesse 
sentido, a religião é considerada um elemento de reconciliação em uma vida familiar 
estável. 
A estabilidade havia se tornado norma, por isso foi de grande importância a 
reconciliação da vida familiar. Hoje em dia, a religião é quase secundária, seja na 
orientação das escolhas matrimoniais, “quer na limitação dos nascimentos, divórcios, 
abortos e até o momento tradicionalmente religioso do nascimento de um filho e do 
casamento são laicizados” (AA. VV., 1974a). 
Apesar das mudanças o tempo todo, os membros da família ainda estão em 
busca de sua "identidade" para que possam viver seu relacionamento de uma forma 
mais significativa e obscurecer ou eliminar as restrições que prejudicam 
irracionalmente o significado da vida familiar. Por isso, as famílias continuam sendo 
obrigadas a responder a essa necessidade e a perceber que essa é a primeira 
condição para a socialização e a transmissão de valores, e por mais perfeita que seja 
uma instituição, ela não pode ser substituída. 
5.3 Nas Tendências Atuais 
Conforme indicado, resulta da dinâmica da sociedade, uma das referências 
básicas, a compreensão e o entendimento das mudanças que ocorrem na família, 
embora possa assumir diferentes contornos dependendo dos contextos sociais em 
que atua. 
 
28 
 
Portanto, enquadrado numa teoria social da família, poderíamos perguntar: 
será que esta evolução terminou? Como foi referido, o modelo tradicional que 
substancialmente acentua as funções essenciais da instituição familiar viu-se 
modificado no modelo nuclear, em consequência da mudança social (DIAS, 
2000). 
Na verdade, principalmente diante desse problema, as pessoas reconhecem 
que o modelo atual contém situações que ainda podem ameaçar a família e são 
encontrados nos conceitos de instabilidade, separação, irritação, entre outros fatores 
relacionados ao conceito materialista importo pela sociedade (LESLIE, 1967) que 
causou o desequilíbrio geral da família, mergulhando-a em uma crise restauradora. 
Hoje, as pessoas atribuem importância à função pessoal, por isso pode explicar 
parte do motivo da instabilidade do casamento (DONATI, 1972. Portanto, em geral, 
quando um conflito instável está envolvido, as pessoas imediatamente pensam em 
divórcio, mas o divórcio não é uma causa designada, mas uma consequência dessa 
instabilidade básica. O mesmo divórcio de natureza legal faz parte do sistema familiar. 
Porém, com a propagação da nova era, a convivência livre parece desatualizada, 
geralmente baseada em um sentimento de amor e esperança, e um cônjuge completo 
e possível que se recusa a fazer uma dedicação formal e legal a qualquer relação que 
se considere ter um fundamento. 
Dias (2000), mencionou que a influência da sociedade também faz parte 
dessas novas manifestações, que são contrárias aos tipos de famílias existentes e 
tendem a ser mais complexas e instáveis. Concentraram em contrastar com o modelo 
de família nuclear institucionalizado. Com efeito, a sociedade deu um contributo, pelo 
que as instituições familiares têm agora de enfrentar novos estilos de vida e problemas 
ainda mais graves. 
Desta forma, as chamadas “uniões livres”, podem ser propostos de diferentes 
maneiras em nossa opinião. Os mais comuns são: “uniões de fato”, as “uniões livres” 
e as “uniões abertas ou comunitárias” (FRANCESCATA, 1974). 
Na sociedade moderna, há cada vez mais casamentos de fato, ou seja, não há 
coexistência de contratos de casamento entre homens e mulheres (ROUSSEL E 
BOURGUIGNON, 1978). Trata-se de uma convivência sem estabilidade, flutuante, 
casamento quase experimental, e os jovens de hoje são os protagonistas. A duração 
varia de alguns meses a alguns anos, principalmente na ausência de perspectivas 
econômicas. A cerimônia de preparação quase desapareceu. 
 
29 
 
Roussel cita Burgess (1974) e usa a seguinte expressão para descrever esse 
fenômeno: “instituição de companionship”. Na verdade, o número de casamentos 
reduzido por esse motivo raramente é quantificado. Outras previsões neste sentido 
foram verificadas (BELTRÃO, 1989). O protagonista com tal experiência pode concluir 
um casamento legal ou interromper completamente o casamento experimental. 
Nas “uniões livres”, além das características anteriores, verifica-sea não 
existência da ideia de matrimónio estável, se bem que depois possa surgir o 
projeto, que pode ser só civil ou civil e religioso, mas que, inicialmente, não 
faz parte das perspectivas destas uniões (DIAS, 2000). 
Mas, neste tipo de união, o controle da natalidade é mais forte do que a união 
anterior. Eles enfatizam a autorrealização do indivíduo e, portanto, o elemento de 
autonomia da organização familiar na vida diária (DONATI, 972). 
Este tipo é especialmente característico em áreas urbanas onde a difusão e o 
contato com um complexo sistema de desenvolvimento e experiência facilitam 
caminhos abertos. 
 
As “uniões abertas ou comunitárias” caracterizam-se pela convivência de 
vários homens e mulheres que vivem junto sob o mesmo teto. Este fenómeno 
apareceu nos Estados Unidos nos inícios do séc. XVIII e foi-se consolidando, 
adquirindo particular importância nas sociedades modernas, não só nesse 
país, mas em todo o mundo mais desenvolvido (DIAS, 2000). 
Dias (2000) fez a distinção de dois tipos básicos: as comunidades microcosmo 
e as comunidades urbanas familiares. Ambos são vistos no contexto da contracultura 
e da crise da família nuclear. 
A comunidade do microcosmo abrange todos os aspectos da vida cotidiana, 
com ênfase na organização do trabalho, nas relações interpessoais e no ideal de 
integração entre as esferas pública e privada. Eles tendem a mudar o sistema 
coercitivo, como o atual, baseado em estruturas hierárquicas rígidas e competitivas, 
baseadas em adesões espontâneas, e possivelmente até estruturas. 
As comunidades familiares urbanas não propõem a criação de comunidades 
totalmente distintas do tecido social, mas tendem a criar uma organização 
diversificada do cotidiano, exonerando a mulher do papel exclusivo de dona de casa, 
permitindo-lhe contribuir igualmente para o trabalho produtivo e doméstico. 
 
30 
 
Na verdade, esse tipo de "relação" é um fenômeno raro que pode estar ligado 
a ideologias específicas. Porém, onde quer que esteja, tem repercussões tangíveis 
nos enfrentamentos da instituição familiar (FRANCESCATA, 1974). 
São essas novas tendências, segundo Beltrão (1989), que levam alguns 
estudiosos, além da justificada extrapolação de dados, a falar em "morte da família". 
Porém, há uma tendência abstrata nesta hipótese que não foi verificada no plano 
quantitativo, levando muitos outros autores a atribuírem pouca importância a ela 
(COOPER, 1972). Portanto, hoje, poucos ainda falam sobre a morte da família. 
Desta longa descrição, podemos concluir que a mudança na gênese, 
composição, funções e dinâmica foi essencialmente verificada. No entanto, não se 
deve esquecer que os fundamentos que garantem a unidade e a continuidade da 
instituição familiar são preservados (GOOD, 1973). Na prática, os componentes e 
funções estruturais não desaparecem sob a influência das mudanças na sociedade, 
mas apenas se enfraquecem ou se modificam, reduzindo suas possibilidades. 
Face a este quadro, várias são as previsões, em sentido lato, para o futuro 
da família. As mais radicais falam de um total desaparecimento; os que 
preveem fixar-se na forma nuclear; os que não excluem o reaparecimento das 
estruturas da família alargada; ou, ainda, permanecendo uma certa situação 
de fluidez estrutural, com elementos ou expressões do tipo companionship. 
Nenhuma destas considerações permite prever o que acontecerá. Mas, 
perante a insegurança e os inegáveis aspectos negativos que apresenta a 
convivência familiar, continua a reação mais fácil, mais difusa, a do 
pessimismo, para logo depois se procurar encontrar quem tem a culpa de tal 
situação. Pergunta-se a quem atribuir a responsabilidade: se à sociedade ou 
se encontrar também outros fatores que tenham contribuído para tornar cada 
mais complexa e problemática a mudança familiar (DIAS, 2000). 
Mas a família não é do passado, a família é do passado, é do presente e será 
do futuro, ainda que tenha de suportar crises sociais que por vezes a exauriram 
(ALMEIDA E GUERREIRO, 1993). 
Ressalta-se, portanto, que essa condição é o resultado ou consequência do 
próprio processo e dinâmica social, refletindo mudanças nas estruturas e nas relações 
que definem a família. 
 
31 
 
6 A RELAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE 
 
Fonte: fatosociologico.blogspot.com 
Somente por meio de uma compreensão crítica e expansiva das 
transformações da dinâmica social podemos perceber e naturalizar a “verdade” 
produzida no conceito de sociedade, referindo-se aos valores, interesses e ideais que 
a ela se relacionam. O ambiente que eles produzem. A naturalização dessa relação 
silencia, em certa medida, a contradição entre a possibilidade material da sociedade 
e sua efetiva organização. Em outras palavras, a possibilidade de transformação 
gradual é superada por tentativas de legitimar a ideologia. 
Ao apontar a relação dinâmica de interdependência entre os indivíduos e a 
sociedade, ao determinar sua escala por meio da dialética histórica, pode-se 
reconhecer a possibilidade de diferentes formas sociais a partir das possibilidades 
históricas. A construção social baseada em valores humanos, conceito ético que se 
sobrepõe a qualquer forma de organização da sociedade, não é mais inimaginável. 
 
32 
 
Com a compreensão da escala dos indivíduos e da sociedade, bem como a expansão 
e o registro das características históricas, as perspectivas dos pesquisadores 
sociológicos tornam-se cruciais. Sobre isso, apoiam Adorno e Horkheimer (1973), 
A sociologia converte-se em crítica da sociedade a partir do instante em que 
não se limita a descrever e examinar as instituições e os processos sociais, 
mas trata, além disso, de confrontá-los com esse substrato, a vida daqueles 
a quem essas instituições estão sobrepostas e dos quais elas próprias se 
compõem, nas mais diversas formas. Quando o pensamento sobre o caráter 
e a natureza da sociedade perde de vista a tensão entre instituições e vida, e 
procura resolver o social no natural, não orienta um impulso de libertação no 
que diz respeito à pressão das instituições, mas pelo contrário, corrobora uma 
segunda mitologia, a ilusão idealizada de qualidades primitivas que se 
referiria, na verdade, ao que surge através das instituições sociais. (ADORNO 
E HORKHEIMER, 1973). 
Para compreender, sobre os conceitos de indivíduo e de sociedade pode-se 
utilizar a ontogênese e a filogênese da sociedade humana. Em Totem e Tabu, Freud 
(1969a) especulou o surgimento da civilização com base na teoria da evolução das 
espécies de Darwin e na descrição antropológica dos povos primitivos. Segundo 
Freud (1969a), a vida social só é possível suprimindo o desejo sexual. Isso ocorre 
porque as pessoas certamente estão dispostas a remover os obstáculos para a 
satisfação da felicidade. Os pares, em essência, também são obstáculos para essa 
sensação de satisfação 
Para Alves & Álvaro (2006), a violência sexual apaixonada se manifesta quando 
o líder ciumento do grupo expulsa os homens concorrentes, e o líder masculino tem a 
sorte de ter mulheres, o que está sob seu controle. Em suma, o conflito que está sendo 
resolvido é a morte do macho dominante, outros machos são posteriormente 
expulsos, e o estabelecimento de tabus passa a regular a vida deste último. 
O sistema de tabu repressivo visa proteger os indivíduos e estabelecer relações 
sociais, porque a falha na repressão pode levar a novas disputas no domínio dos 
bandos. Um mecanismo de aplicação da lei foi estabelecido para manter a 
organização social a fim de prejudicar e sacrificar a satisfação das pessoas com os 
esportes. Porém, naquela época, era uma possibilidade de organização. No entanto, 
o primeiro passo é caminhar naturalmente para a organização e o controle, o que é 
radical demais. Esse domínio da natureza e a construção de uma cultura começaram 
a mudar o destino pulsante das pessoas. Portanto, a causa tem uma posição 
 
33 
 
fundamental: mantero contrato social, modificá-lo quando for o caso e protegê-lo de 
ataques brutais. 
A 'tendência natural dos homens para se causarem danos recíprocos' entra 
em conflito com as imposições da razão natural, que exige 'a preservação da 
vida e a possibilidade de cada um dos membros do grupo a conservar'. E 
esse conflito termina com o triunfo da razão, isto é, com o contrato que 
assegura a cada um a propriedade a determinados bens (ADORNO E 
HORKHEIMER, op. cit.) 
Alves & Álvaro (2006), salienta que, antes de tirar qualquer conclusão sobre os 
conceitos sociais, se deve estudar a ontologia humana. Um recém-nascido é uma 
criatura extremamente fraca, dependente de sua mãe. Isso não apenas fornece 
material para o bebê, mas também atua como um provedor simbólico da aquisição 
cultural da espécie; porque, em primeiro lugar, mesmo que não seja necessário, a 
criança não pode separar o mundo de si mesma. Os autores ainda, acrescentaram 
que “não há oposição, até então, entre eu e alteridade. Mas, na medida em que a 
maturação e as agruras se apresentam, ela passa a ter que reconhecer a sua situação 
de indivíduo, de mônada”. 
Antes do advento da civilização, essa pessoa “indefesa” se via insatisfeita, tão 
insatisfeita, talvez fosse menos provável que vivesse em grupos com seus irmãos, 
sendo que seus irmãos também eram ameaçados pelo pai castrador. Na civilização, 
ele teve que admitir repressão, leis, em troca de práticas culturais simbólicas e 
satisfação com a motivação do deslocamento. Desta forma última e mais frequente, 
indivíduos e sociedade se opõem e se forjam a partir dela. Em relação a natureza 
social do homem Freud afirma 
Algo mais está invariavelmente envolvido na vida mental do indivíduo, como 
um modelo, um objeto, um auxiliar, um oponente, de maneira que, desde o 
começo, a psicologia individual, nesse sentido ampliado, mas inteiramente 
justificável das palavras, é, ao mesmo tempo, psicologia social. (FREUD 
(1969b) 
Desse modo, Freud (1969b) propôs a decisão indivisível da outra parte sobre 
si e vice-versa. Da mesma forma, Hegel (1992) constatou em "Fenomenologia do 
Espírito”, sem dúvida, que a autoconsciência ocorre em oposição aos outros. Porque, 
para determinar o self, o não-self é necessário. Esta é a base do pensamento dialético, 
onde cada pólo tem seu próprio significado oposto em termos de sua negatividade e 
determinação mútua. Uma consciência só pode ser realizada em oposição a outra. 
 
34 
 
Isso mostra que o não-eu e a alteridade constituem uma sociedade oposta ao 
indivíduo. O relacionamento com os outros é um relacionamento social. 
Como vimos, os humanos não podem coexistir com outros em termos de 
ontologia e filogenia. As relações sociais começaram a determinar a essência da 
existência humana. Vale a pena mencionar que 
A vida humana é, essencialmente e não por mera casualidade, convivência. 
Com essa afirmação, põe-se em dúvida o conceito de indivíduo como unidade 
social fundamental. Se o homem, na própria base de sua existência, é para 
os outros, que são seus semelhantes, e se unicamente por eles é o que é, 
então a sua definição última não é a de uma indivisibilidade e unicidade 
primárias mas, outrossim, a de uma participação e comunicação necessárias 
com os outros. Mesmo antes de ser indivíduo o homem é um dos 
semelhantes, relaciona-se com os outros antes de se referir explicitamente 
ao eu; é um momento das relações em que vive, antes de poder chegar, 
finalmente, à autodeterminação (ADORNO E HORKHEIMER, 1973). 
 
No entanto, a discussão sobre o conceito de indivíduo e sociedade não termina. 
A determinação mútua não pode resolver as contradições existentes. Pelo contrário, 
significa que os participantes sociais gozam de relativa autonomia em relativa 
liberdade. 
Quer dizer que a penetração da cultura, da sociedade, no que determina o 
indivíduo, lhe dá uma medida do eu, que tem por base os próprios valores 
sociais estabelecidos. Deste fato, surgem as questões que se podem fazer a 
uma determinada contextura social. Quando esta se estabelece sobrepondo-
se aos indivíduos, às possibilidades existenciais que potencializam a 
liberdade e o gozo humano, há uma incongruência, um desequilíbrio entre as 
dimensões opostas que constituem o social. Justamente, por ser social, o 
homem vê-se seduzido pelas instituições, por isso pode naturalizar um estado 
de organização de suas relações (DIAS, 2000). 
De acordo Adorno e Horkheimer (1973) "a socialização é concebida na base 
da divisão do trabalho como meio para satisfazer as necessidades materiais de uma 
comunidade"; em outras palavras, o meio social é considerado necessário para 
regular as relações de interesse comum da humanidade e está destinado a atender 
ao máximo as necessidades humanas. Dependendo da influência cultural de cada 
sociedade, as regras são mais ou menos rígidas no sentido de permitir maior ou menor 
satisfação. 
Mas, devido à institucionalização de regras e à internalização de indivíduos, as 
sociedades tendem a se sobrepor. O motivo dessa sobreposição é que cada sujeito 
 
35 
 
deve obedecer à lei social. Caso contrário, eles serão insustentáveis e o destino se 
tornará bárbaros. O problema é que as submissões geralmente são emocionais e 
irracionais. Exceto para aqueles que não podem mais escolher devido a um estado 
de existência intolerável, a tolerância para a mudança não é alta. Sobre este ponto, o 
mesmo autor apontou, 
 
Assim se produziu uma revolta ideológica de extraordinário alcance: o fator 
secundário, a instituição, passa para o primeiro lugar, na cabeça dos homens 
que vivem sob tais instituições e que eliminam da sua consciência, em grande 
parte, o elemento verdadeiramente primordial, isto é, o seu efetivo processo 
vital (ADORNO E HORKHEIMER,1973). 
Ainda: 
(…) a socialização afeta o 'homem' como pretensa individualidade 
exclusivamente biológica, não tanto desde fora mas, sobretudo, na medida 
em que envolve o indivíduo em sua própria interioridade e faz dele uma 
mônada da totalidade social. Nesse processo, a racionalização progressiva, 
como padronização do homem, faz-se acompanhar de uma regressão 
igualmente progressiva. O que outrora talvez acontecesse aos homens de 
fora para dentro, têm eles agora de sofrê-lo também no seu íntimo (ADORNO 
E HORKHEIMER,1973). 
É necessário entender que a transformação social não é algo que seja 
considerada necessária para todos. A captura da ideologia pessoal faz parte do jogo 
político estabelecido por qualquer sociedade. Isso porque o atual estado de 
relacionamento sempre favorece uma determinada classe, um determinado grupo, e 
às vezes é muito restrito. Este grupo sempre mantém métodos de produção materiais 
e ideológicos e exerce amplo controle sobre outras partes da sociedade como um 
todo. O estabelecimento de um mecanismo de controle visa aliviar a tensão entre os 
indivíduos e a sociedade,"(…), o poder do mais forte, no estado natural, converte-se 
em poder de domínio, no estado legal" (ADORNO E HORKHEIMER,1973). 
E, de acordo com esses autores 
As leis históricas de determinada fase não constituem simples modos de 
manifestação de leis mais gerais mas, pelo contrário, todas as leis são 
instrumentos conceptuais criados com a finalidade de dominar as tensões 
sociais em suas origens teóricas (ADORNO E HORKHEIMER,1973). 
Esse tipo de controle de operação levou a um aumento nos dispositivos sociais. 
Cada vez mais as leis procuram abranger as múltiplas formas possíveis de expressão 
 
36 
 
dos indivíduos, regulando-as e recortando-as, de modo que no estado atual não se 
pode ver outras possibilidades. A complexidade do sistema revela apenas uma 
socialização extrema, o que dificulta a expressão criativa individual. Nesse ponto, a 
oposição entre o indivíduo e a sociedade está fortemente exposta. 
A dinâmica da sociedade como correlação funcional de homens expressa-se, 
no plano mais elevado, no fato de que o curso da Histórianos permite ajuizar, 
a tendência de socialização dos homens é para aumentar, isto é, em termos 
gerais, há cada vez mais sociedade (ADORNO E HORKHEIMER,1973). 
Diante disso, os objetivos básicos das ciências sociais: a relação entre 
indivíduos e instituições, a tensão entre liberdade e dominação se fazem presentes. 
"A interação e a tensão do indivíduo e da sociedade resumem, em grande parte, a 
dinâmica de todo o complexo" (ADORNO E HORKHEIMER,1973). 
A atitude edificante em relação a esse objetivo é a crítica, apontando as 
limitações estabelecidas e os sinais a serem superados. Isso significa que os 
indivíduos podem emergir entendendo sua própria situação, e isso deve levar em 
conta a história e o todo imediato, que pode compreender o mecanismo de captura 
subjetiva da máquina social e determinar que as regras sociais atuem como um dos 
pontos extremos da dinâmica dialética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
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