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MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 1 Terceira semana do desenvolvimento → Aparecimento da linha primitiva. → Desenvolvimento da notocorda. → A mãe percebe o atraso menstrual. → Há formação do sistema nervoso (provém do ectoderma e essa diferenciação ocorre através dos somitos e da notocorda) e cardiovascular. → Diferenciação das três camadas germinativas, a qual irá ocorrer até o final da quarta semana. → O desenvolvimento embrionário e fetal é compreendido entre a 3ª e 8ª semana. Ao final do período embrionário, todos os principais sistemas e órgãos já começaram a se desenvolver, mas o funcionamento da maioria dos órgãos é mínimo. → No meio da terceira semana o mesoderma intra- embrionário separa o ectoderma e endoderma em todos os lugares, exceto na membrana bucofaríngea (cefalicamente a linha primitiva), no processo notocordal (linha média a linha primitiva) e na membrana cloacal (caudal a linha primitiva). Gastrulação → Formação dos folhetos embrionários. → O embrião passa a ser chamado de gástrula. Nesse período há presença de células pluripotentes (capazes de seguir mais de uma via de desenvolvimento). No blastômero as células são totipotentes. → O primeiro sinal da gastrulação é a formação da linha primitiva. → Conversão do disco embrionário bilaminar em trilaminar, que se inicia através da reorganização da forma celular e da adesão das células. Nesse processo participam proteínas morfogenéticas do osso (BMP- bone morphogenetic proteins, promove a migração das células do epiblasto e forma o endoderma e o mesoderma) e outras moléculas sinalizadoras como FGFS e Wants. → Há o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo) que é o marco principal da 3ª semana, formação da notocorda, da placa pré- cordal e linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário. → O ectoderma, endoderma e mesoderma (tecidos embrionários oriundos do epiblasto) vão dar origem a diferentes coisas no organismo: • Ectoderma: � Epiderme. � Glândulas sudoríparas e mamárias. � Sistema nervoso (central e periférico). � Olho (retina), orelha interna e nariz. � Células da crista neural. � Tecidos conjuntivos da cabeça. � Adenohipófise. • Endoderma: � Revestimentos epiteliais das vias respiratórias e do trato gastrointestinal (incluindo glândulas que se abrem no trato gastrointestinal e as células glandulares dos órgãos associados, como fígado e pâncreas). � Parênquima das amígdalas. � Cavidade timpânica. • Mesoderma: � Todos os músculos esqueléticos (lisos e estriados) � Células sanguíneas e da medula óssea. � Revestimento dos vasos sanguíneos. � Músculo liso visceral. � Orgãos do sistema cardiovascular. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 2 � Tecido conjuntivo (TCPD) � Orgãos urogenitais. � Baço e córtex da suprarenal. Formação da linha primitiva → Surge no epiblasto, na porção embrionária, uma relação linear chamada linha primitiva do embrião (faixa linear espessa na região caudal), através da migração das células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. → Esse processo ocorre devido à proliferação e migração das células epiblásticas para o plano mediano e posterior do disco embrionário. → Forma o disco trilaminar. → O aparecimento da linha primitiva torna possível identificar o eixo embrionário. → A extremidade cefálica/ cranial se prolifera para formar o nó primitivo/ nó de hensen. Concomitantemente, dentro da linha, forma-se um sulco primitivo com uma depressão na região do nó, essa depressão é chamada de fosseta primitiva (o sulco e a fosseta são resultados da invaginação de células epiblásticas). A extremidade caudal se alonga pela adição de novas células. → Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam também o mesoderma intra- embrionário de cada lado da notocorda, elas se espessam para formar uma camada longitudinal- o Mesoderma Paraxial. Esta coluna continua lateralmente com o Mesoderma Intermediário, que por sua vez torna-se mais delgado e transforma-se no Mesoderma Lateral, que é contínuo com o Mesoderma Extra-embrionário o qual recobre a Vesícula Amniótica e a Vitelínica. → Após 16 dias da formação da linha primitiva, as células proliferadas passam a ser chamadas de mesenquimais. → Devido ao aparecimento da linha primitiva alguns fatos foram estabelecidos: • Sistema bilateral: direita e esquerda. • Fica estabelecida a extremidade cefálica e caudal. • Identifica-se as superfícies dorsal e ventral. → As células mesenquimais se aprofundam entre o epiblasto e o hipoblasto, se juntam na matriz gelatinosa e formam uma frouxa rede de tecido, chamada de mesênquima/ mesoblasto. A maior parte dessa rede forma o tecido mesoderma intra-embrionário e o que sobra continua sendo o mesoblasto (mesoderma indiferenciado). Posteriormente, as células do hipoblasto migram pela linha primitiva e formam o endoderma no teto da vesícula umbilical e as células que permaneceram no epiblasto se tornam a ectoderma intra-embrionária. EPIBLASTO ectoderma intra-embrionária. CÉLULAS MESENQUIMAIS QUE MIGRAM DO EPIBLASTO mesoderma. HIPOBLASTO endoderma intra-embrionária. → As células mesenquimais formam tecidos (conjuntivo) de sustentação do embrião e parte conjuntiva das glândulas através da proliferação e diferenciação em outros tipos de célula (ex: fibroblasto, condroblasto e osteoblasto). → Destino da linha primitiva: a linha primitiva participa da formação do mesoderma até o final da quarta semana quando se torna lenta. • Diminui de tamanho e torna-se uma estrutura insignificante na região sacrococcígena do embrião. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 3 • Sofre mudanças degenerativas. • Desaparece no fim da quarta semana (se não desaparecer, temos doenças como o teratoma sacrococcígeo). Desenvolvimento do celoma intra-embrionário → Divide o mesoderma lateral em: • Camada somática/parietal: contínua com o mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio. Mesoderma intra-embrionário que está em contato com o ectoderma. • Camada esplâcnica/ visceral: contínua com o mesoderma extraembrionário que reveste a vesícula umbilical. Mesoderma intra- embrionário que está em contato com o endoderma. → Camada somática + ectoderma= somatopleura (forma a parede do corpo do embrião). → Camada esplâcnica + endoderma subjacente= esplancnopleura (reveste o intestino do embrião). → A formação do celoma intra-embrionário ocorre a partir do surgimento de espaços no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico (anterior a membrana bucofaríngea) que irão se unir. No 2º mês o celoma será dividido em: cavidade peritonial, pericárdia e pleural. Formação da notocorda → Processo notocordal: migração da extremidade caudal em direção a cranial, a partir do nó primitivo, há formação de um cordão de células até atingir a placa pré-cordal, na linha média que cresce entre o ectoderma e o endoderma. Passo a passo: • Seu alongamento se dá pela invaginação de células provenientes da fosseta primitiva. • A formação do canal notocordal (formado pela luz decorrente do processo notocordal) ocorre a partir da extensão da fosseta primitiva para dentro do processo notocordal. • A notocorda é um tubo celular que se estende cefalicamente do nó primitivo até a placa pré-cordal, não ultrapassa essa placa devido a aderência do ectoderma. • O assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma embrionário subjacente. • As camadas fundidas sofrem uma degeneração gradual, resultando na formação de aberturas no assoalho no processo notocordal, permitindo a comunicação do canal notocordal com o saco vitelínico. • As aberturas confluem rapidamentee o assoalho do canal notocordal desaparece, o Segundo pesquisas, moléculas sinalizadoras (fatores nodais) da superfamília do fator de crescimento transformante P induzem o mesoderma e os destinos da camada celular germinativa. Além disso, o TGF-3 (nodal), o fator de transcrição T-box e a via de sinalização Wnt parecem estar envolvidos na especificação do mesoderma. (slide: fatores nodais, o fator de crescimento tumoral beta está envolvido na formação do mesoderma. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 4 remanescente do processo notocordal forma a placa notocordal, achatada e com um sulco. • Iniciando pela extremidade cefálica do embrião, as células da notocorda proliferam e a placa notocordal se dobra formando a notocorda. • A parte proximal do canal notocordal persiste temporariamente como o canal neuroentérico que forma uma comunicação transitória entre as cavidades dos sacos vitlínico e amniótico. Normalmente, o canal neuroentérico se oblitera (se degrada) ao fim do desenvolvimento da notocorda. • A notocorda separa-se do endoderma do saco vitelínico que novamente forma uma camada contínua. • A notocorda se estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo. Também define o eixo longitudinal primordial do embrião, confere rigidez e é a base para o desenvolvimento do esqueleto. • A notocorda degenera e desaparece quando os corpos vertebrais se formam, mas persistem como o núcleo pulposo que preenche cada disco invertebral (a coluna vertebral é uma extensão do nó primitivo até a orofaringe e se degenera à medida que as vértebras se formam, o núcleo pulposo permanece em cada disco invertebral). • A notocorda em desenvolvimento induz o ectoderma sobrejacente a espessar-se e formar a placa neural, o primórdio do sistema nervoso central (SNC). → Sinais instrutivos da região de linha primitiva induzem as células precursoras notocordais a formar a notocorda, uma estrutura celular semelhante a uma haste. O mecanismo molecular que induz essas células envolve a sinalização da placa ventral do tubo neural. → Placa pré-cordal: área circular de epitélio colunar/cilíndrico de células endodérmicas que une o endoderma com o ectoderma, e essa união forma a membrana bucofaríngea (origina a boca). • O mesoderma pré-cordal é uma população mesenquimal anterior à notocorda. É essencial para a indução do cérebro anterior e olho, além do desenvolvimento de estruturas cranianas. • A placa pré-cordal é uma organizadora da região cefálica → As células mesenquimais da linha primitiva migram lateral cefalicamente entre o ectoderma e o endoderma até alcançarem o disco embrionário, onde se misturam ao mesoderma extra-embrionário que recobrem a vesícula amniótica e vitelínica. → Área cardiogênica: células que migram da linha primitiva em direção cranial contornando o processo notocordal e a placa pré-cordal e se estabelecem cefalicamente a membrana bucofaríngea, formando também o mesoderma cardiogênico. Nessa área o coração começa a se desenvolver no fim da terceira semana. → Membrana cloacal: área circular caudalmente a linha primitiva onde o ectoderma e o endoderma estão fundidos e há o mesoderma. Irá originar o ânus. → Funções da notocorda: • Define o eixo longitudinal primitivo do embrião, dando-lhe certa rigidez. • Fornece os sinais necessários para o desenvolvimento do esqueleto axial (ossos da coluna vertebral e da cabeça) e do sistema nervoso central. • Contribui na formação dos discos invertebrais. • Induz o espessamento do ectoderma para formar a placa neural. • Futuro local dos corpos vertebrais. • Base para a formação do esqueleto axial. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 5 Formação do alantóide → No 16º dia forma-se o alantóide a partir da invaginação relativa da parede caudal da vesícula vitelínica, se estendendo para a direção do pedículo do embrião. É um anexo embrionário que constitui parte do cordão umbilical e une-se com o córion para formar a placenta. → Nos répteis, aves e alguns mamíferos têm função respiratória e armazena urina durante a vida embrionária. Nos humanos se mantêm pequeno e está relacionado com a formação inicial do sangue e desenvolvimento da bexiga. → O alantóide está relacionado com a formação inicial do sangue e com o desenvolvimento da bexiga urinária, pois o mesoderma do alantóide se expande abaixo do córion e forma os vasos sanguíneos que serão as artérias umbilicais, servindo a placenta. → O mesoderma extra-embrionário que o circunda dará origem a artéria umbilical. → A parte proximal do divertículo alantóide original persiste durante a maior parte do desenvolvimento como uma linha chamada úraco, que se estende da bexiga até a região umbilical. → O úraco é representado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano. → Os vasos sanguíneos do alantóide tornam-se as artérias umbilicais. A parte intra-embrionária das veias umbilicais tem origem diferente. Neurulação: formação do tubo neural → Esse processo termina na quarta semana quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal (pregas neurais). → Durante a neurulação, algumas vezes o embrião é chamado nêurula. → É o processo de formação da placa neural no final da 3ª semana. Esse processo é a formação das placas e pregas neurais. FORMAÇÃO DA PLACA E TUBO NEURAL → Placa neural: é o espessamento de células neuro epiteliais do ectoderma embrionário acima da notocorda, formando uma placa alongada e espessa de células neuroepiteliais. → O ectoderma da placa neural (neuroectoderma) dá origem ao encéfalo e a medula espinhal do SNC e a várias outras estruturas, como a retina. → A placa neural alongada corresponde em comprimento à notocorda subjacente. • Está cefalicamente ao nó primitivo. • Está dorsalmente à notocorda e ao mesoderma subjacente a esta. → O tubo aparece cranial ao nó primitivo e dorsal a notocorda. Alarga-se acompanhando o alongamento cranial da notocorda em direção a membrana orofaríngea. → Enquanto a notocorda se alonga, a placa neural se alarga e se estende cefalicamente até a membrana bucofaríngea. No final do desenvolvimento, a placa neural se estende além da notocorda. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 6 → A placa neural ultrapassa a notocorda. Por volta do 18º dia, a placa neural se invagina ao longo do seu eixo central, formando um sulco neural mediano, com pregas neurais em ambos os lados. • As pregas neurais na extremidade cefálica do embrião constituem os primeiros sinais do desenvolvimento do encéfalo. → No fim da terceira semana, as pregas neurais já começaram a se fundir, convertendo a placa neural em tubo neural, o primórdio do SNC. Para formar o tubo neural há a perda da afinidade das células neuroectodérmicas com o epitélio e células vizinhas, após a fusão das pregas neurais. → O processo de invaginação da placa neural da origem ao tubo neural e o fechamento desse tubo é um processo multigênico que pode ser mediado pelo folato (forma natural do ácido lático). A deficiência de folato leva ao fechamento incompleto/inadequado do tubo neural. Ácido Fólico (Vitamina B9):Os dois tem que tomar, o homem toma porque baixa de folato aumenta a chance de erro, isso para manter a segregação dos cromossomos na meiose; mulher exclusivamente, para além da fase cromossomial e para o desenvolvimento do tubo neural também. Usar três meses antes da tentativa de gravidez. → O tubo neural logo se separa do ectoderma da superfície, assim que as pregas neurais se encontram e formam a epiderme. Formação da crista neural → A formação da crista neural entre o tubo neural e o ectoderma superficial (epiderme) suprajacente ocorre a partir de uma massa achatada irregular formada porcélulas da crista neural após a separação do tubo neural do ectoderma da superfície. Há perda de adesão das células do neuroectoderma. → As células da crista neural sofrem uma transição, células epiteliais se tornam mesenquimais e se afastam à medida que as pregas neurais se encontram, as bordas livres do ectoderma se fundem, tornando essa camada contínua sobre o tubo neural e as costas do embrião. Subsequentemente, o ectoderma de superfície diferencia-se na epiderme. → Logo a crista neural se separa em direita e esquerda, que migram para os aspectos dorsolaterais do tubo neural (migram no mesênquima). Nessa região elas originam os gânglios sensitivos dos nervos cranianos e espinhais. → As células da crista neural originam os gânglios espinhais (gânglios das raízes dorsais) e os MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 7 gânglios do sistema nervoso autônomo. (as células da crista neural dão origem ao sistema nervoso periférico). → Os gânglios dos nervos cranianos V, VII, IX e X, bainha dos nervos periféricos, dura-máter e pia- máter também derivam parcialmente das células da crista neural. → As células da crista neural também formam as bainhas de neurilema (camada celular externa que cobre o axônio) dos nervos periféricos e contribuem para a formação de leptomeninges. → Essas células também contribuem para a formação de células pigmentares, células da medula da supra-renal (adrenal) e vários componentes musculares e esqueléticos da cabeça. → A crista neural dá origem às células germinativas. Desenvolvimento dos somitos → No final da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia, condensa-se e começa a se dividir em corpos cuboides pares, os somitos. Estas estruturas mesodérmicas localizam-se de cada lado do tubo neural em formação à partir da diferenciação do ectoderma logo acima da notocorda. O primeiro par de somitos surge na extremidade cranial da notocorda, os seguintes tem sentido cefalocaudal. → Localizados em cada lado do tubo neural, aparecem em pares e o primeiro surge próximo à extremidade cefálica. Eles formam a maior parte do esqueleto axial. → O número de somitos determina a idade do embrião, uma vez que formam elevações na superfície. No final da quinta semana são em torno de 42 a 44 pares de somitos. → Uma cavidade surge dentro do somito, a miocele, mas logo desaparece. → Linhas de diferenciação dos somitos: • Esclerótomo: dá origem a estruturas esqueléticas, como a maior parte do esqueleto axial. • Miótomo: dá origem aos músculos. • Dermátomo: dá origem a pele. Angiogênese → A angiogênese começa no início da terceira semana no mesoderma extra-embrionário. → É o brotamento endotelial, distribuição de vasos pelas áreas não vascularizadas que se fundem. As células sanguíneas são originadas por células endoteliais especializadas. Há vasos sanguíneos no saco vitelínico, no córion e dentro do embrião. São hemangioblastos na vesícula umbilical e alantóide na 3ª semana. → Os angioblastos (células mesenquimais das quais se formarão as células sanguíneas por diferenciação) dão origem ao endotélio (camada celular que reveste interiormente os vasos sanguíneos e linfáticos). A vasculogênese ocorre no mesoderma extraembrionário da vesícula vitelínica e do pedículo de conexão. VASCULOGÊNESE: A formação dos vasos sanguíneos começa com a agregação dos angioblastos, formando ilhotas sanguíneas. Nessas ilhotas começam a surgir cavidades pela confluência de fendas intercelulares, os angioblastos se achatam e originam o endotélio primitivo. Há a fusão das cavidades revestidas por endotélio e formam redes endoteliais → A hematogênese (produção de sangue) só ocorre na quinta semana e inicia-se em partes do mesênquima como o fígado, baço, medula e linfonodos. Desenvolvimento do sistema cardiovascular primitivo → O sistema cardiovascular primitivo é formado pela união do coração tubular aos vasos do MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 8 embrião, pedículo de união, córion e vesícula umbilical. → Os batimentos cardíacos começam no final da terceira semana (no 21º/22º dia). Porém só podem ser detectados na quinta semana pela USC transvaginal, com 35/36 dias de amenorréia ou com 5 semanas na USG pélvica. → O coração e os vasos surgem a partir das células mesenquimais da área cardiogênica. → É o primeiro sistema a funcionar devido a necessidade do embrião de oxigênios e nutrientes. → Até o final da terceira semana o sangue já está circulante e o coração começa a bater. → Durante a 3º semana os tubos endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. O tubo cardíaco primitivo é formado a partir da confluência entre dois tubos revestidos na 3ª semana. Situações clínicas → Caso a vesícula esteja grossa é porque o embrião morreu. A vesícula fornece nutrientes, se o embrião não recebe/busca esses nutrientes, ela vai engrossando. → Mielomeningocele/ espinha bífida: é erro na terceira semana quando o fechamento da medula espinhal não acontece de forma adequada. O responsável pela formação dos corpos vertebrais e da coluna é a notocorda. → Hidrocefalia: acumulo de líquido cefalorraquidiano no encéfalo quando não há o fechamento adequado do tubo neural. → Acrania: é uma malformação congênita rara caracterizada pela ausência parcial ou completa do crânio em fetos humanos. Em geral, está associado à anencefalia e cursa com a incompatibilidade à vida, sendo fatal em curto prazo após o nascimento. Não há calota craniana e o cérebro fica exposto, isso porque a calota não foi formada no período que deveria na placa pré- cordal. • A anencefalia é a manifestação clínica tardia da acrania e não tem nada a ver defeito no tubo neural. • Pode ser detectada pela ultrassonografia realizada durante as consultas de pré-natal. • A causa da acrania resulta de uma falha durante o processo de fechamento do tubo neural durante a quarta e quinta semanas de gestação. Com isso, não ocorre a formação da calota craniana (estrutura óssea que envolve e protege o cérebro) e, portanto, o tecido cerebral fica exposto ao líquido amniótico. Desenvolvimento vilosidades coriônicas → Após o aparecimento das vilosidades coriônicas, no final da segunda semana, as vilosidades primárias começam a se ramificar. No início da terceira semana, o mesênquima cresce nessas vilosidades primárias, formando um eixo central de tecido mesenquimal frouxo (conjuntivo)- são as vilosidades secundárias. → Nesse estágio as vilosidades coriônicas secundárias revestem toda a superfície do saco coriônico. → Algumas células mesenquimais nas vilosidades se diferenciam em capilares e células sanguíneas. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 9 → Quando os vasos sanguíneos são visíveis nas vilosidades elas se chamam vilosidades coriônicas terciárias. → Os capilares nas vilosidades coriônicas se fundem para formar as redes arterocapilares, que logo se tornam conectadas com o coração do embrião através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do córion e no pedículo de conexão. → O O2 e nutrientes materno se difundem pelas paredes das vilosidades coriônicas e entram no sangue do embrião. Extra → As células da crista neural se movem tanto para dentro quanto sobre a superfície dos somitos. Embora essas células sejam difíceis de serem identificadas, técnicas especiais com marcadores revelaram que elas se disseminam amplamente, geralmente ao longo das vias predefinidas. → Estudos laboratoriais indicam que as interações celulares, tanto na superfície do epitélio quanto entre ele e o mesoderma subjacente, são necessárias para estabelecer os limites da placa neural e especificar os locais onde vai ocorrer a transformação epitelial-mesenquimal.Estas são mediadas por proteínas morfogenéticas do osso, Wnt/ Notch/ FGF. Além disso, moléculas como efrinas são importantes guias das vias de migração das células da crista neural. Muitas doenças em humanos são causadas por defeitos na diferenciação ou migração das células da crista neural. → O gene GMP promove a migração das células do epiblasto e forma o endoderma e o mesoderma. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLAA 58- 2025.2 EMBRIOLOGIA – FRANCISCO 10
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