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Didática e Ensino Escolar: Aspectos e Desafios

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Didática
Semana 1: Didática e ensino escolar: múltiplos aspectos
· Principais pontos do texto Didática Geral, de Alda Junqueira Marin.
A Didática é composta de conhecimentos adquiridos durante a formação escolar enquanto estudante, mas também em disciplinas específicas para a formação de professores. De acordo com a autora, a didática é a área de conhecimento pedagógico que se dedica ao estudo, análise, divulgação e desempenho do trabalho docente. São três facetas importantes:
1. A Didática é o núcleo do trabalho docente: é a maneira como o professor transmite seus conhecimentos aos alunos, propiciando a escolarização.
2. A Didática como formação de professores: currículos que fazem o professor aprender a ensinar de forma efetiva.
3. A Didática como investigação: a busca do aperfeiçoamento de algum aspecto do trabalho docente que ainda precise ser estudado, como aprimorar procedimentos de ensino, livros didáticos, relação entre aluno e professor.
Indo além de transmitir um conteúdo ao aluno e solicitar a ele que realize um exercício, o professor passou a ser um orientador de aprendizagem. Isso pode ocorrer de diferentes formas:
– Estudo do meio: o aluno é levado a conhecer lugares que antes eram apenas relatados pelos professores.
– Estudo dirigido: o aluno recebe orientações do professor, mas é ele quem deve buscar o conhecimento.
– Método de projetos: professores e alunos planejam uma atividade e, juntos, coletam dados e informações para resolver o problema proposto.
– Fichas didáticas: procedimento que possibilita aos alunos trabalhar de acordo com seu ritmo. Há uma ficha com as noções, outra com os exercícios e outra com as respostas.
 	 A autora explica que o professor é quem constrói toda a estrutura de seu ensino a partir de tudo o que sabe, de tudo o que lhe é pedido pela legislação, pela escola e, hoje em dia, com a colaboração das famílias e mesmo dos alunos.
	A Didática apresenta um ciclo docente composto de três elementos: planejamento, execução e avaliação.
	O texto trata, de modo geral, dos dilemas enfrentados pelos professores em sala de aula, por exemplo, uma sala com alunos de situações sociais distintas, pais que interferem no conteúdo a ser ensinado na escola, alunos com dificuldades de aprendizagem, etc. Por outro + por exemplo, ao negar explicar novamente determinado conteúdo para um aluno que não conseguiu compreender em uma única explicação.
· Principais pontos da videoaula da professora Maria Teresa Van Acker.
	O termo “didática” tem origem grega (didasko) e significa ensinar/instruir; é a técnica de ensinar; a arte de transmitir conhecimentos. A Didática é um saber profissional de quem ensina, é um conjunto de práticas articuladas artesanalmente. Ensinar o que, a quem e como?
	Para que a Didática seja efetiva, é necessário estabelecer uma relação pedagógica (professor, aluno e conhecimento), envolvendo o planejamento, a construção e a ação no espaço e no tempo da aula. Nesse processo, a avaliação é fundamental para saber a relação entre o ensino e a aprendizagem. 
	Novamente, a disciplina aponta que a Didática é um saber adquirido por meio das experiências do professor enquanto aluno ao longo da sua vida escolar e também por meio de currículos de formação de professores, os quais englobam teorias de aprendizagem, história da educação, sociologia da educação, tópicos da didática etc.
Semana 2: A Didática, a escola e o aluno
· Principais pontos do capítulo “Os alunos: agentes ou pacientes?”, do livro Didática, de Jaime Cordeiro.
	O texto trata dos contextos históricos que culminaram na obrigatoriedade do ensino para crianças e adolescentes. Porém, embora a escolarização obrigatória tenha alterado diversos aspectos da infância ela não produziu resultados homogêneos que pudessem ser generalizados para todos os setores sociais. De um lado, temos os filhos das elites econômicas e de parte das classes médias, que ingressam tardiamente no mercado de trabalho e que ocupam o seu tempo com diversas atividades, muitas das quais ligadas em termos muito amplos à educação e formação. De outro, temos os filhos das classes populares que, embora frequentem hoje a escola, realizam no restante do dia diversas atividades econômicas mais ou menos informais.
	Outro ponto importante é que, antigamente, a principal maneira de construção da identidade era a vivência no ambiente escolar, no qual muitos de nós passamos boa parte da vida. No entanto, com o surgimento e o fortalecimento da cultura da mídia como ambiente de socialização dos jovens, a escolarização deixou de ser o principal meio de criação da identidade. Nesse aspecto, o professor se vê desafiado a atrair a atenção dos alunos em meio a um turbilhão de informações temporais, o que vai de encontro ao ensino oriundo da continuidade entre as gerações e que apresenta uma temporalidade mais lenta. É necessário, então, buscar alternativas, inclusive tecnológicas, para tornar as aulas mais dinâmicas e, então, conseguir despertar a atenção dos alunos.
· Principais pontos do capítulo “A relação professor-aluno”, do livro Repensando a didática, de Marial Isabel da Cunha.
A relação professor-aluno engloba três fatores, o conhecimento que o professor tem da disciplina, a forma como ele se relaciona com a sua área (demonstra interesse e admiração pelo conteúdo) e a forma afetiva com que se relaciona com os alunos. De acordo com a autora, em uma pesquisa na qual perguntava-se aos alunos quais eram seus melhores professores e o motivo dessa escolha, muitos responderam que os melhores professores eram aqueles que tornavam as aulas mais agradáveis e atraentes, que estimulavam a turma a participar, que sabiam se expressar e que induziam a turma a criticar, pesquisar e ter curiosidade. Ou seja, isso engloba, também, a metodologia utilizada pelo docente. 
Nessa pesquisa, o posicionamento político dos professores não foi fator determinante para a escolha dos alunos. Segundo a autora, isso significa dizer que esta é uma dimensão que ainda não é suficientemente apreendida pelos alunos e que não faz parte fundamental da sua percepção do bom professor.
A escola, como instituição social, determina aos seus próprios integrantes os comportamentos que deles se esperam. Por outro lado, mas também por ser uma instituição social, ela é determinada pelo conjunto de expectativas que a sociedade faz sobre ela. Esse fluxo é que reproduz a ideologia dominante. Sobre essa questão, a autora defende que os protagonistas do processo pedagógico não podem se deixar manipular por ideias que não concordam e não querem servir.
O texto trata também das vivências sociais adquiridas pelo professor, as quais refletem em seu modo de ser e agir também em sala de aula. A aula é um lugar de interação entre as pessoas, de troca de influências, de reflexão.
· Principais pontos da videoaula O aluno e o saber.
O sociólogo Pierre Bourdieu detectou, na França, que filhos de pais menos escolarizados, estudam menos. Do ponto de vista da sociologia, o fracasso escolar está relacionado à origem social, à reprodução das diferenças e às deficiências socioculturais. Embora o sociólogo Bernard Charlot concorde que tais fatores se relacionam, ele considera isso uma mistificação e traz uma outra questão, ele diz que tem alunos de classe média que, por motivos aleatórios, não estudam; enquanto alunos de classe baixa se esforçam para estudar porque têm uma vida difícil fora da escola. Ou seja,
O vídeo traz a entrevista de alunos e professores, mostrando toda a questão da diversidade existente no ambiente escolar.
A didática é um exercício contínuo de reflexão do professor, enquanto mediador entre o aluno e a aprendizagem.
Semana 3: A relação pedagógica
· Principais pontos da videoaula A relação pedagógica.
O que é a relação pedagógica? É o campo da ação docente, que envolve a interação entre os alunos, o professor e o conhecimento, criando vínculos entre esses três. As características (peculiaridades) da relação professor/aluno envolve: ser temporária, ser assimétrica, implica autoridade/disciplina.Dessa forma, o professor deve ser o gestor das relações humanas entre os alunos e da aprendizagem do conhecimento, utilizando a sensibilidade, o afeto, o saber teórico-prático, o planejamento. 
Segundo a Professora Maria Tereza Van Acker, a didática é o saber profissional que implica em ensinar algo a alguém; é um conjunto de práticas articuladas artesanalmente; um conhecimento que se desenvolve na fronteira com outros e uma visão de conhecimento e do valor de sua aprendizagem para uma dada sociedade
Segundo Cunha (2011), as relações institucionais causam impacto sobre o professor e o aluno. A autora ainda conversa com Berger e Luckmann (1983) para concluir que as instituições têm uma história e são produtos desta, portanto isso implica um controle da conduta humana que estabelece padrões pré-definidos.
Semana 4: Sala de aula: o núcleo da didática
· Principais pontos do texto A escola e o ensino: o núcleo da Didática, de Jaime Cordeiro. 
Segundo Cordeiro (2007), a palavra didática é oriunda do grego e carrega o significado de ensinar ou instruir. A Didática possui importantes contribuições das outras áreas do conhecimento, entretanto ela tem um objeto próprio que se situa dentro do âmbito maior da educação, que é o ensino.
Costuma-se dizer que a Didática foi fundada por um educador da Europa central, chamado Comenius. Ele publicou a obra Didática Magna: tratado da arte universal de ensinar tudo a todos, tendo sido um marco de fundação da disciplina. O objetivo central posto por Comenius era de que “os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais”.
Para Paul Hirst, “o modo como os professores entendem o que é ensinar afeta grandemente o que efetivamente fazem na sala de aula”. Por mais que toda atividade de ensino possua uma intencionalidade, às vezes é possível que o ato de ensinar não se concretize em uma aprendizagem.
O filósofo inglês John Passmore afirmou que o ensino (a relação pedagógica) pode ser entendido como um relação triádica em que o professor ensina o conhecimento ao aluno, e que o foco deve estar na aprendizagem, e não no professor.
Sobre a questão da divisão das classes em homogêneas ou heterogêneas, há uma polarização das opiniões. Cada situação particular deve ser analisada mediante as ações de todos os envolvidos (professores, alunos, país, dirigentes de ensino, etc.)
A respeito dos modelos dominantes das mentes dos aprendizes (alunos), Jerome Bruner, psicólogo norte-americano, relata que existem quatro:
· As crianças aprendem por imitação. Sendo assim, o saber fazer depende de talentos, capacidades, habilidades, e não da aquisição de informações.
· As crianças aprendem pela absorção de ideias. Este seria o saber proposicional, em que a criança apenas recebe aquela informação e a absorve. 
· As crianças são seres pensantes. Nesse modelo, há o intercâmbio entre os diversos sujeitos pensantes. O professor deve levar a criança a refletir suas crenças.
· As crianças são detentoras de conhecimento. Esse modelo pressupõe que ac riança já tem um conhecimento prévio pessoal e que este deve ser confrontado com o conhecimento coletivo, levando o à reflexão.
Sobre tais modelos, é preciso pensar que, na prática, não existe essa separação, pois acontece diferentes combinações entre eles. 
	A aula é o lugar da concretização do ensino. Cada aula expressa um momento e um conjunto de circunstâncias particulares, sendo inviável um planejamento garantir efetivamente o sucesso e a eficiência da aula. Com o tempo de experiência, os professores vão criando seus próprios padrões didáticos que derivam das experiências pessoais em sala de aula.
	Segundo Cordeiro (2007) “ensinar é uma atividade (ou um conjunto de atividades) que se baseia em noções sobre a natureza e o funcionamento da mente humana”. Assim, o professor, durante o planejamento de uma aula ou mesmo durante o desenvolvimento desta, imagina estratégias de como chegar até as crianças e se fazer inteligível. Em contrapartida, o aluno tenta descobrir onde o professor quer chegar e o que ele deseja.
Semana 5: A Didática e o planejamento de ensino
· Principais pontos do texto O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas, de José Cerchi Fusari. 
O texto critica a tendência tecnicista de se fazer um plano de ensino, a qual consiste em criar um formulário em colunas e preenchê-lo com os objetivos gerais, objetivos instrucionais, conteúdo, estratégias e avaliação, sendo considerado uma forma mecânica e burocrática. É necessário ir além e identificar a maneira mais eficaz de se transmitir esse conteúdo para os alunos.
De acordo com o autor, para transformar a realidade do planejamento do ensino nas escolas é preciso: melhores condições de trabalho para o professor nas escolas, aperfeiçoamento do processo de formação dos professores (competente e crítica) e uma proposta de formação dos educadores em serviço (aperfeiçoamento constante).
· Principais pontos do texto O do ensino numa perspectiva crítica de educação, de Antonia Osima Lopes. 
A autora defende que, para realizar um planejamento participativo no processo de ensino, é necessário contar com a participação ativa de todos os envolvidos no processo, priorizar a busca da unidade entre teoria e prática e partir da realidade concreta (aluno, escola e contexto social). A ação de planejar não pode ser encarada como uma atividade desvinculada da realidade histórico-social. O planejamento é um processo que envolve discussões das finalidades da educação, dos princípios que fundamentam o projeto pedagógico da escola, de seus objetivos e dos compromissos dos professores com essas definições.
Para a reflexão ser considerada filosófica, essa deve ser radical (buscar a raiz do problema), rigorosa (utilizar o método científico) e de conjunto (exige uma visão da totalidade do fenômeno).
O processo de planejamento de ensino é necessário para uma prática docente reflexiva para que os professores superem as dicotomias entre fazer e pensar, teoria e prática, que são tão presentes no cotidiano escolar.
· Principais pontos das videoaulas Planejamento e O ensino como um projeto.
O planejamento é um ato de pensamento sobre a situação didática: objetivos (ensino) ações resultados (aprendizagem), que resulta em planos de ação (documento).
O ensino deve ser pensado além de um planejamento, mas como um projeto de formação, algo mais completo e considerando as peculiaridades de cada contexto/turma. O projeto também pode ser reformulado durante o caminho, como forma de adaptação à realidade percebida.
Semana 6: Avaliar: o diálogo entre o ensino e a aprendizagem
· Principais pontos do texto Repensando a avaliação da aprendizagem, de Vani Moreira Kenski.
 
De acordo com a autora, “avaliar a aprendizagem significa mais do que conferir ou aferir o índice de respostas corretas dadas pelos alunos em relação a questões previamente definidas pelo professor-examinador. Avaliar a aprendizagem de cada aluno, de todos os alunos, é refletir permanentemente sobre as finalidades e os objetivos do que vem sendo trabalhado, experimentado e vivenciado, no cotidiano das aulas, e as formas como cada aluno, cada grupo de alunos e os professores envolvidos vêm atuando e contribuindo para a superação dos desafios de aprendizagem de todos”.
· Principais pontos das videoaula Avaliação de aprendizagem: formativa ou somativa? e Caminhos e descaminhos da avaliação educacional.
Art. 24. Parágrafo V.
“A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;”.
Avaliação somativa: feita ao final do processo, quando a ação pedagógica já acabou. 
Avaliação formativa: feita durante o processo, permitindo que o professor possa rever seus métodos, a fim de alcançar uma melhor efetividade no processo ensino-aprendizagem.
De acordo com o pesquisador Ocimar Alavarse, a avaliação seria a emissãode um juízo baseado em um critério e que, para tanto, é necessário que informações sejam levantadas. A tradição, em todo o mundo, é de que a avaliação escolar serve para aprovar ou reprovar um aluno.
Avaliações externas: Pisa, Prova Brasil, Saeb, Saresp.
Semana 7: As contradições da prática pedagógica e a profissão docente
· Principais pontos do texto A relação conteúdo-forma: expressão das contradições da prática pedagógica na escola capitalista, de Pura Lúcia Oliver Martins. 
De acordo com o texto, a relação conteúdo-forma passou a considerar o aluno e sua prática social como elementos centrais das práticas pedagógicas, em decorrência de uma nova realidade social vivenciada em 1970/80 (movimentos realizados pelas camadas populares, classe trabalhadora). Era necessário superar a ideia de que havia um método único de ensinar tudo a todos (Comênico) e assumir que o método didático tem diferentes estruturantes (Candau).
· Principais pontos da videoaula Desafios da Educação: Antonio Nóvoa (Portugal) e Cristovam Buarque (Brasil).
Antonio Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, acredita que é necessário ter uma pedagogia diferenciada que atenda as diferentes necessidades dos alunos e que, ainda no século XXI, poderá haver uma mudança significativa na forma como a escola se organiza. No Brasil, a melhoria do ensino nas escolas públicas, segundo ele, deve estar atrelada à valorização dos professores e a investimentos que devem ser feitos na formação de docentes.
Cristovam Buarque, senador, também critica a desvalorização dos professores e a forma com que os investimentos são realizados no setor da educação. Sendo assim, defende a federalização do ensino, o que, segundo ele, faria com que as escolas fossem iguais em todo o país. De acordo com Buarque, os municípios são pobres e desiguais.
Semana 8: Reflexões finais
· Principais pontos do texto A produção do conhecimento didático e a formação de professores no Brasil. 
Candau (1983) propôs a didática fundamental como meio de superação da didática instrumental:
	Didática fundamental: envolve as dimensões técnica, humana e política. Ou seja, o ensino é um ato político, transformador e comprometido com o contexto social. A preocupação recai sobre o que, para que, por que, quando e como ensinar.
	Didática instrumental: concepções e técnicas de ensino, na qual a preocupação é apenas com o que e como ensinar. Métodos e técnicas para atingir o conhecimento científico.
	Sobre a prática docente, o texto traz o que defende Roldão (2007), que diz que o professor precisa mobilizar todo o tipo de saber que possui, transformando-o em ato de ensinar como construção de um processo de aprendizagem de outros e por outros.
· Principais pontos do texto O ensino e os recursos didáticos em uma sociedade cheia de tecnologias, de Vani Moreira Kenski.
Na sociedade tradicional, o professor era a principal fonte de onde emanava todo o conhecimento que as novas gerações precisavam adquirir para viver bem socialmente. A escola era a instituição responsável pela transmissão da memória social e cultural. Com a chegada das tecnologias, isso tem mudado. 
Muitas vezes, os professores se deparam com as tecnologias em sala de aula, mas não sabem utilizá-las. É preciso que os cursos de formação de professores apresentem tais recursos e possibilitem que os futuros docentes se sintam familiarizados, para que possam aproveitar as inúmeras possibilidades tecnológicas em sala de aula.
· Principais pontos da videoaula Aula: fato ou mito.
José Pacheco, professor português, inovou a forma de ensinar. Para ele a aprendizagem deve ser significativa e emancipatória. Ele criou a Escola da Ponte, em que os alunos criam as regras de convivência e definem quais são suas áreas de interesse. 
Não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas. Os alunos se agrupam de acordo com os interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Há também os estudos individuais, depois compartilhados com os colegas. Os estudantes podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas. Se eles não conseguem responder, os encaminham a um especialista. Não há salas de aula, e sim lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos.
Revisão do professor
No decorrer desta disciplina, tratamos a Didática como um compêndio da docência, ensino e trabalho dos professores, dentre outros aspectos, que inclusive envolvem a constituição da escola.
Ao longo da constituição da escola como instituição do saber e conhecimento, sua função primária era a de tirar as crianças das fábricas (trabalho infantil) para cumprir um papel inicial de cuidado e proteção, abrigando-as durante a infância, principalmente as crianças de elite. A partir das necessidades que surgiam e ampliação do tempo de permanência das crianças nessas instituições, há uma profissionalização do trabalho docente, fazendo com que a escola cumpra com o papel de homogeneização e controle.
Antonio Nóvoa comenta a importância de investimentos na carreira docente e discute também sobre um ensino em tempo integral que apenas estende a carga horária de permanência do estudante na escola. Além disso, o educador comenta sobre a escola folclórica, que seria aquela que está perdida entre as suas missões, devido a um acumulo de responsabilidades para tratar de diversos temas. É uma escola que tenta fazer tudo, e acaba por não realizar nada.
Apesar disso, autor afirma que a essência da escola pública é proporcionar o convívio com a diversidade, devido ao seu espaço heterogêneo que propicia o encontro e o diálogo com todos. Nóvoa também comenta que a escola pública é uma invenção da sociedade entre os idos do século XIX e se constitui atualmente como uma instituição insubstituível.
Atualmente, podemos pensar a escola a partir de uma perspectiva crítica de educação na qual é um local apropriado de acesso ao saber sistematizado, elaborado e historicamente acumulado. Neste sentido, os conhecimentos são dinâmicos e articulados dialeticamente com a realidade histórico-social e devem ser conduzidos para transmitir a cultura. Ainda, nesta perspectiva crítica da educação, a produção de conhecimentos significa um processo de reflexão dos conteúdos aprendidos. A Didática é imprescindível para tal reflexão, pois objeto central da didática é o ensino.
No emaranhado das reflexões de Pura Martins, no texto “A relação conteúdo-forma: expressão das contradições da prática pedagógica na escola capitalista” sobre a relação conteúdo-forma e a expressão das contradições da prática pedagógica na escola capitalista, há dois caminhos distintos que podem ser traçados durante as discussões sobre a relação conteúdo-forma. O primeiro caminho tem como eixo a transmissão-assimilação ativa dos conteúdos críticos e historicamente produzidos. Já o segundo caminho, essa relação implica alterações no próprio processo de produção e sistematização do conhecimento.
O produto do ensino é intangível e imaterial, então sempre resta a reflexão de como podemos observá-lo e medi-lo. Além disso, o consumo do produto desse trabalho não se separa da atividade do trabalhador e nem do espaço desse trabalho, ou seja, o ensino é um produto singular e intransferível que acontece na sala de aula. Nesse sentido, esse produto é totalmente dependente do professor, sendo o planejamento um caminho para obtê-lo.
É um trabalho que se apresenta com uma forma coletiva e que se caracteriza pela integração dos diferentes setores da atividade humana, em uma ação interdisciplinar com foco na solução de problemas comuns. No contexto escolar, esse tipo de planejamento busca a integração entre a escola e a realidade histórico-social, evidenciando o inter-relacionamento entre a teoria e a prática.
O planejamento participativo implica uma convivência harmoniosa de pessoas que discutem, decidem, executam e avaliam atividades que são propostas coletivamente. Nesse sentido, as pessoas refletem e questionam no coletivo, conscientizando,assim, sobre os problemas coletivos e possibilitando um envolvimento com lutas que reivindicam melhoria de suas condições de vida. Assim, o processo educativo passa a desenvolver, de forma efetiva, o seu papel transformador.
O planejamento de ensino é o processo reflexivo da atuação docente e envolve interações entre os educadores e os próprios educandos, enquanto que o plano de ensino é apenas um instrumento do trabalho docente, um documento elaborado que contém as propostas de trabalho numa determinada disciplina ou área. O plano de ensino é uma concretização do planejamento.
Em relação ao projeto, cabe destacar que este possui um caráter de sistematização da ação futura, nesse sentido, traz consigo a ideia de lançar-se adiante de algo a se construir, ou seja, está vinculado à noção de detalhamento de uma determinada ação a ser desenvolvida a partir do plano elaborado. O projeto vai detalhar de que forma as atividades e ações planejadas e contidas no plano serão executadas. O projeto dispõe de diferentes níveis, personagens e propósitos: sistema(s) de ensino, escola(s) e sala de aula.
É importante salientar que a didática é a parte da pedagogia que estuda o processo de ensino, garantindo que a aprendizagem ocorra. As metodologias de ensino estão diretamente relacionadas com as formas de se ensinar, em especial, técnicas de ensino. Conforme aprendemos na disciplina, as três facetas da didática são:
Núcleo do trabalho docente - é um conjunto de ações para articular muitos conhecimentos que o professor possui para poder atender tarefas fundamentais de mediação entre tais conhecimentos e a escolarização de crianças, jovens e adultos;
Formação de professores - Ela é fundamental nessa finalidade, componente central do currículo dos cursos de formação de professores. É o momento de se disseminar o conhecimento existente para auxiliar os novos professores a se prepararem para o desempenho de sua função nas salas de aula, pois, nessa circunstância – nos cursos de formação – aprendem-se, por meio da Didática, vários princípios, procedimentos e atitudes para serem considerados bons professores, que saibam ensinar e que seus alunos aprendam;
Investigação – é por meio dessa que os profissionais conseguem desenvolver novos conhecimentos sobre o ensino, e acontece quando se procura saber mais sobre algum aspecto do trabalho docente que necessita de informações adicionais e análises. Esses novos conhecimentos desenvolvidos constituirão os conteúdos da disciplina curricular na formação de professores.
Nesse sentido, essas três facetas tornam a didática um saber profissional, necessário para que se possa ensinar algo a alguém, de forma que que os conhecimentos que constituem a didática se articulem em práticas que se alternam de aluno para aluno e turma para turma, ou seja: a didática é um conjunto de práticas articuladas artesanalmente, que envolve saberes de várias áreas de conhecimento, para produzir uma prática única de acordo com cada realidade.
Além disso, existem dois aspectos centrais na área da didática: a relação entre professor-aluno e as relações entre o conhecimento e o saber. Chamamos a relação entre aluno, professor e conhecimento de relação pedagógica. É preciso reconhecer que o professor carrega conhecimentos e, por isso, fará a gestão didática dessa relação pedagógica, com foco no processo de conhecimento.
A relação entre o professor e o ensino possui uma multidimensionalidade na medida em que abrange dimensões do pessoal do professor, bem como do profissional, da área jurídica, e é intersubjetiva, emocional e normativa. Além do mais, o professor nunca pode controlar totalmente seu objeto de trabalho e, ainda, precisa da colaboração do aluno para o desenvolvimento do ensino.
A relação pedagógica vai além do campo psicológico ou afetivo estabelecido pela relação entre professor-aluno, envolvendo as dimensões linguística, pessoal e cognitiva, ou seja, é o conjunto de interações humanas, e consequentemente sociais e históricas, que se desenvolvem entre o professor, os alunos e o conhecimento. Essa relação define o campo de ação docente e tem interferência das relações institucionais da escola.
Há, portanto, uma tensão que se caracteriza como temporal e assimétrica, visto que o professor estabelece a relação pedagógica concretizando o ensino como aprendizagem, enquanto que a instauração dessa relação para o aluno é percebida como imposição de vontade ou arbitrariedade, já que a escolarização é obrigatória.
Cabe destacar que as duas perspectivas para compreender como os alunos se relacionam com a relação pedagógica são: a mobilização para a escola e a mobilização na escola. A primeira perspectiva estudos apresentam que alunos se mobilizam para a escola por duas ordens principais de razões: a demanda familiar, que cria expectativas associando o sucesso na escola com as melhores condições de vida, favorecendo uma afirmação da imagem da escola como uma instituição formadora e fornecedora de oportunidades; e a associação e ligação da escola com à profissão e o saber, assim a escola é apresentada como um caminho obrigatório para um futuro profissional melhor ou como um lugar de aquisição de saberes tanto para o exercício profissional quanto para a vida. Enquanto que a segunda perspectiva (a mobilização na escola) tem um enfoque no desempenho escolar: empenho pessoal no estudo ou não, influências negativas ou positivas tanto dos colegas quanto do ambiente da classe, fatores pessoais ligados à preferência ou não por certos professores e matérias.
Conforme destacado no texto-base “A escola e o ensino - O núcleo da didática” (Jaime Cordeiro) os quatro modelos dominantes sobre as mentes dos aprendizes, conforme Jerome Bruner, são: as crianças aprendem por imitação; as crianças aprendem pela absorção de ideias; as crianças são seres pensantes e as crianças são detentoras de conhecimento.
Conforme visto na videoaula da Semana 3, existem estratégias (chamadas no vídeo de armas) que podem utilizadas para os professores ensinarem: sensibilidade, afeto, saber teórico-prático, a habilidade artesanal de reunir diferentes conhecimentos para agir e planejar.
Ao pensar numa perspectiva intercultural da Didática, trazemos a seguinte reflexão: quando nos deparamos com grupos multi e intercultural, dada a diversidade presente no cotidiano escolar, o professor deve trazer as diferenças para a sala de aula, reconhecendo-a como elemento rico do processo formativo, com intuito de combater as desigualdades; ou seja, reconhecer as “diferenças” como elemento essencial na prática pedagógica do professor no combate às “desigualdades”.
A principal característica da atividade de ensino é sua intencionalidade, ou seja, as atividades de ensino só podem ser caracterizadas por seu objetivo ou propósito. Inicialmente a Didática dispunha da seguinte pretensão ilusória: é possível escolher uma ou algumas maneiras de ensinar que podem resultar na aprendizagem com maior sucesso, formulando assim método(s) que se constituem por meio de regras. Entretanto, ensinar é um tipo de atividade que não possui um método universal e infalível – que não se resolve seguindo algumas regras ou receitas. Ensinar é uma atividade que o professor deve trilhar de modo peculiar, se apoiando em teorias e modalidades de saber que não possuem respostas prontas para os problemas e dificuldades envoltos na tarefa de ensinar.
Segundo o professor José Cerchi Fusari, na videoaula “Didática Geral: A Aula – O ato pedagógico em si”, as políticas públicas voltadas à educação, por vezes, transformaram o professor em um mero executor. Essas políticas fornecem ao professor as aulas prontas, um roteiro para o desenvolvimento delas, os livros didáticos e, por vezes, um conjunto de cadernos com os conteúdos prontos a serem executados. Esse aspecto do ponto de vista da Didática progressista é uma catástrofe, porque o professor deixa de ser sujeito pensante, crítico e criativo. É muito importante a criatividade do professor na sala de aula devido a natureza artesanalde sua atividade.
Por fim, o ato de avaliar se faz presente em todos os momentos do trabalho pedagógico, sendo assim, processual e contínuo. A avaliação deve ser entendida numa perspectiva de reflexão do trabalho pedagógico em função de seus objetivos de ensino, indo além da mera concepção quantitativa, como provas, notas e rubricas.
A avaliação tem a função formativa e somativa, sendo: (i) somativa - um tipo de avaliação que acontece no final da ação pedagógica e tem a função de avaliar todo o programa desenvolvido com os alunos, ou seja, entender o que foi realizado com os alunos e analisar se a proposta curricular, bem como as expectativas de ensino, foi cumprida. A sua intenção de origem é essa, entretanto nos dias que correm a sua intenção é decidir se o aluno será aprovado ou reprovado no final do programa; e (ii) formativa: É um tipo de avaliação que acontece durante o desenvolvimento do programa desenvolvido com os alunos, permitindo que o(s) professor(es) repensem as estratégias de ensino e os materiais pedagógicos com bases nos resultados gerados. Assim, essa avaliação contínua possibilita que o(s) professor(es) alterem essas estratégias e materiais durante o percurso do programa.
Ainda, a avaliação pode ser interna ou externa. A avaliação interna é produzida, controlada e organizada pelo próprio professor, para tanto o principal sujeito dessa é o professor. A avaliação externa é produzida, organizada e controlada por instituições e sujeitos que estão fora da escola.
Cabe ressaltar que o Artigo 24 da Lei nº 9.394/1996 – LDB, estabelece critérios para a verificação do rendimento escolar declarando que a avaliação do desempenho do aluno deve ser contínua e cumulativa, com predominância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e também dos resultados ao longo do período. Além disso, esse parágrafo também prevê a obrigatoriedade dos estudos de recuperação durante o período letivo para os casos de baixo rendimento escolar.

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