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Trichuris trichiura - Tricurose

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Trichuris trichiura – Tricurose
A tricurose, ou tricuríase, é uma parasitose/geo-helmintose causada pelo helminto nematoide chamado Trichuris trichiura. É comum em crianças e em regiões de periferia de grandes centros urbanos com saneamento básico precário.
Morfologia – Adulta
A forma adulta da família Trichuridae possui tubo digestivo completo e apresenta forma típica semelhante a um chicote (afilamento da região anterior, que compreende boca e esôfago, e alargamento da região posterior, que compreende intestino e órgãos genitais). 
· Macho
· 3,0 a 4,5 cm de comprimento
· Extremidade posterior encurvada
· Testículo único
· Canal deferente
· Canal ejaculador
· Espícula protegida por bainha recoberta de pequenos espinhos (órgão de cópula)
· Fêmea
· 4,0 a 5,0 centímetros de comprimento
· Extremidade posterior retilínea
· Ovário
· Útero (armazena os ovos não embrionados)
· Vulva
Morfologia – Ovo
· 50,0 a 54,0 µm de comprimento por 22,0 a 23,0 µm de largura
· Formato elíptico (barril)
· Poros salientes e transparentes nas extremidades (preenchidos por material lipídico)
· Casca
· Camada externa – lipídica
· Camada intermediária – constituição quitinosa
· Camada interna – vitelínica (garante resistência)
· Armazenam as células germinativas, que darão origem as larvas
Habitat
Em infecções leves a moderadas encontra-se no ceco e cólon ascendente. Já em casos graves pode ser encontrado no cólon distal, reto e íleo distal. É considerado um parasita tissular, pois sua região esofagiana penetra a camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro.
Ciclo biológico
Os casais de parasitos copulam no intestino grosso e liberam ovos. Esses ovos sairão junto das fezes e irão embrionar no ambiente. Logo após embrionar, podem ser ingeridos, eclodindo no intestino delgado (a eclosão das larvas, no hospedeiro, está relacionada ao contato com o suco gástrico e com o suco pancreático). Chegando ao intestino grosso, ocorre a maturação sexual no estagio adulto e, novamente, a cópula.
Transmissão
A transmissão se dá por meio da ingestão de ovos embrionados/larvados em:
· Água contaminada
· Vento/poeira
· Insetos (vetores mecânicos)
· Alimentos contaminados (principalmente os adubados com fezes que apresentem ovos)
· Geofagia – ingestão de terra (principalmente crianças)
Patogenia
A patogenia da tricurose está associada à carga parasitária, idade, estado nutricional e a distribuição dos vermes adultos no intestino.
· Alterações histopatológicas (devido à movimentação e o consumo dos enterócitos pelo parasito)
· Aumento da produção de muco pela mucosa intestinal
· Infiltração das células imunes mononucleares na lâmina própria
· Alterações locais
· Edemas no reto, gerando reflexo de defecação (sem fezes), que, pelo esforço continuado, pode ocasionar alterações nas terminações nervosas locais resultando no aumento do peristaltismo e por consequência um prolapso retal
· Sangramento na área de mucosa
· Alterações sistêmicas
· Perda de apetite
· Eosinofilia
· Desnutrição – quadros anêmicos
· Retardo físico/cognitivo (comum em crianças)
*Em caso de infecções intensas – aumento de citocinas (ex.: TNF α) induz a falta de apetite, resultando em caquexia; pouco crescimento/baixa estatura; elevada produção de anticorpos IgE e mastócitos resultando em um aumento da permeabilidade intestinal levando a quadros de disenteria (mecanismo de defesa, tentativa de expulsar o parasito).
Sintomatologia
· Infecções leves (quadros brandos) – assintomáticos ou com sintomatologia intestinal discreta
· Infecções moderadas
· Dores de cabeça
· Dor epigástrica e/ou no baixo abdômen
· Diarreia
· Náuseas
· Vômitos
· Infecções intensas
· Síndrome disentérica crônica, intermitente (com fezes que podem apresentar muco, sangue)
· Dor abdominal com tenesmo (intenso reflexo de evacuar, mas com ausência de fezes)
· Desnutrição grave – anemia
· Prolapso retal
Diagnóstico
· Clinico – sintomatologia (pouco eficaz, pois é facilmente confundido com outras parasitoses intestinais)
· Laboratorial
· Exame parasitológico de fezes (qualitativo)
· KATO-KATZ – interesse epidemiológico (avaliação qualitativa e quantitativa, número de ovos/grama de fezes)
· Diagnóstico acidental, por exames de imagem – colonoscopia ou anuscopia (podem ser usados em casos específicos, para confirmação)
Profilaxia
· Proteção dos alimentos
· Combate a vetores mecânicos
· Tratamento de fezes que serão utilizadas como adubo
· Tratar os doentes
· Saneamento básico
· Educação sanitária
Tratamento
· Albendazol
· Mebendazol
· Levamisol
· Pamoato de pirantel
Referências:
Neves, D.P., Melo, A.L., Linardi, P.M., Vitor, R.W.A. Parasitologia Humana. 13ᵃ Edição, Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2016.

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