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PENAL ESTUDO CASO 2 PDF

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TEORIA DA PENA – ARA 1228 
 
Aluno: Filipe de Lagarde Barroca Medeiros Matrícula: 202001500588 
 
ESTUDO DE CASO 2 (Plano Aula 5 \ Complemento da nota para 
AV1) 
 
Tratando-se de uma espécie da pena, a pena de multa consiste no 
pagamento de determinado valor em dinheiro em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional. Não pode ser confundida com outras sanções de 
cunho pecuniário, a exemplo da prestação pecuniária, prevista no artigo 
43, inciso I do Código Penal, tampouco com valores em pecúnia da 
sanção denominada perda de bens e valores, também prevista no mesmo 
dispositivo legal, no inciso II. A pena de multa, quando admitida no tipo 
penal, é prevista de forma alternativa ou cumulativamente a outro preceito 
sancionador, de acordo com a opção política do legislador no processo 
de valoração dos bens jurídicos a serem tutelados pela norma penal. 
Portanto, o lastro da pena de multa é amplo e, consequentemente, as 
receitas advindas de sua arrecadação. Assim sendo, analise as 
consequências do não pagamento da pena de multa imposta. 
 
A pena de multa é uma das sanções penais aplicada no quesito penas, 
sendo essa de caráter alternativo e cumulativa, ou não, com as de pena 
restritiva ou privativa de liberdade, perda de bens, prestação social 
alternativa e pena restritiva de direitos. Possui natureza de ordem 
patrimonial, sendo prevista na Constituição Federal, Artº 5, inciso XLVI, 
que regula a individualização da pena. 
Do ponto de vista prático de seu cumprimento e posterior consequências 
a sua possível inadimplência (tema em questão), devemos observar e 
compreender a existência de critérios, estes ainda anteriores, 
relacionados ao seu cálculo para posterior aplicação (Art. 49, CPB), cujos 
valores serão atribuídos pelo magistrado, relacionados com a quantidade 
de dias multa estabelecidos nessa medida. No tocante a eles (critérios), 
poderá, ainda, haver uma majoração em até um triplo (Art. 60, § 1º CPB), 
levando-se em consideração a situação econômica do réu, também 
cabendo aumento em até dez vezes o previsto, quando trata-se de crime 
contra o sistema financeiro (Art. 33 da Lei 7492/1986), contra a 
propriedade imaterial (art. 197 da Lei 9729/1996) e contra a Lei de Drogas 
(Art. 43 da Lei 11343/2006). 
O pagamento da multa, revertida ao Fundo Penitenciário Nacional (Lei 
complementar nº79/1994), será realizada no prazo de dez dias, contados 
a partir do trânsito e julgado da sentença penal condenatória, por 
conhecimento de intimação (notificação), podendo ainda, no entender do 
magistrado, ser paga em parcelas mensais, com a devida anuência do 
Ministério Público e ainda, ser cumprida por meio de desconto em folha, 
caso o condenado esteja em liberdade e trabalhando de forma legal 
(registrado), obedecendo os limites para a manutenção do seu sustento e 
de sua família (princípio da menor onerosidade e preservação do 
patrimônio mínimo). 
A pena de multa terá caráter coercitivo (imposição do Estado), sendo-lhe 
atribuída a característica de dívida de valor (Art. 51, CPB, alterada pela 
Lei 9268/1996), com tratamento de acordo com as normas da legislação 
relativa a dívida ativa da Fazenda Pública no que tange a sua 
abrangência, reforçando que a multa continua tendo caráter de sanção 
criminal, ou seja, continua sendo pena. A única mudança na lei é a forma 
de cobrança por inadimplência, que antes era transformada em pena de 
detenção, sendo agora no ato de sua publicação exercida por execução 
fiscal (Lei nº 6830/1980), tarefa não mais atribuída diretamente ao 
Ministério Público. 
Com o passar do tempo, a cobrança da multa legitimada a Procuradoria 
Fazendária e sua relação como parte da execução da pena ficou 
enfraquecida, pois o interesse da justiça penal é cumprir a sanção penal, 
não importando o valor da multa, sendo este (valor pequeno), o motivo do 
baixo índice de execução da dívida por parte do órgão fazendário, 
incorrendo nas mais acaloradas e controvérsias discussões, associando 
o pagamento da multa, ou a falta dela, a devida consideração de extinção 
da punibilidade. Para resolver essa questão, o STF, em 13.12.2018, no 
plenário, por maioria (7x2), na ADI 3.150, decide que a multa é de 
natureza penal, cabendo a execução ao Ministério Público, numa clara 
relação a imposição de multas elevadas na “famosa” Ação Penal 470 
(Mensalão). 
Diante do exposto, não cabe mais a execução da multa a Procuradoria da 
Fazenda e de forma alguma julgar extinta, pelo não pagamento, a sua 
punibilidade, ou seja, a existência do débito (multa), mesmo que 
cumprida, a título cumulativo, a pena privativa de liberdade, não será 
facultado ao réu a extinção da sua pena, mas cabendo ao Ministério 
Público a execução da pena de multa na Vara de Execução Penal (Art. 
51 CPB, nova redação – Pacote anticrime / Lei 13.964 de 24.12.2019), 
por via da Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6830/1980), ao mesmo tempo 
que estabeleceu na mesma ação (STF – AP 470), que o pagamento da 
multa é uma das condições necessárias para a progressão de regime. 
Uma grande discussão a respeito do tema ainda é alvo de conflitos no 
âmbito doutrinário, sejam de ordem relativa a competência de sua 
execução ou a sua efetiva constitucionalidade. 
 
Referências: 
 
Entenda como funciona a execução da pena de multa 
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/426823857/entend
a-como-funciona-a-execucao-da-pena-de-multa 
Dizer Direito – Sanção penal - Multa 
https://www.dizerodireito.com.br/2015/11/o-inadimplemento-da-pena-de-
multa.html 
O STF tardou, mas Não Falhou: Multa Penal deve Ser Executada Pelo Ministério Público 
http://genjuridico.com.br/2018/12/14/o-stf-tardou-mas-nao-falhou-multa-
penal-deve-ser-executada-pelo-ministerio-publico/ 
“ADI 3150 - I - O Ministério Público é o órgão legitimado para promover a execução 
da pena de multa, perante a Vara de Execução Criminal, observado o procedimento 
descrito pelos artigos 164 e seguintes da Lei de Execução Penal; II - Caso o titular da 
ação penal, devidamente intimado, não proponha a execução da multa no prazo de 90 
(noventa) dias, o Juiz da execução criminal dará ciência do feito ao órgão competente 
da Fazenda Pública (Federal ou Estadual, conforme o caso) para a respectiva cobrança 
na própria Vara de Execução Fiscal, com a observância do rito da Lei 6.830/1980” 
Das Penas - Princípios e Tipos de Penas 
https://isabelaescolano.jusbrasil.com.br/artigos/183879393/das-penas-
principios-e-tipos-de-
penas#:~:text=Conceito,parte%20especial%20do%20C%C3%B3digo%2
0Penal.&text=Dessa%20forma%2C%20a%20lei%20sem,il%C3%ADcito
%20que%20possa%20ser%20praticado 
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/426823857/entenda-como-funciona-a-execucao-da-pena-de-multa
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/426823857/entenda-como-funciona-a-execucao-da-pena-de-multa
https://www.dizerodireito.com.br/2015/11/o-inadimplemento-da-pena-de-multa.html
https://www.dizerodireito.com.br/2015/11/o-inadimplemento-da-pena-de-multa.html
http://genjuridico.com.br/2018/12/14/o-stf-tardou-mas-nao-falhou-multa-penal-deve-ser-executada-pelo-ministerio-publico/
http://genjuridico.com.br/2018/12/14/o-stf-tardou-mas-nao-falhou-multa-penal-deve-ser-executada-pelo-ministerio-publico/

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