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Botânica, Morfologia, Cultivares e Tipos Características gerais: É uma planta anual, herbácea, pubescente, que possui folhas trifoliadas e a maioria tem porte ereto. O ciclo varia entre 70 e 120 dias, é uma planta C3 podendo ter crescimento determinado (florescimento e inflorescência na parte terminal) e indeterminado (florescimento é emitido nos ramos vegetativos). Sementes Podem ter vários formatos, rininforme, elíptica, arredondada e oblonga. Seu tamanho, peso e cor são muito variados. É composta por: Testa (tegumento) → capa protetora das sementes. Rafe → Sutura formada pela soldadura do funículo com os tegumentos. Hilo → Cicatriz deixada pelo funículo que conecta a semente com a placenta. Micrópila → Abertura próxima ao hilo, através da qual se realiza a absorção de água. Raiz O sistema radicular do feijoeiro é pivotante ramificado. Possui raiz principal, secundárias e terciárias, etc. 80% da raiz está presente nos primeiros 10cm de solo, podendo alcançar profundidades de 20-40cm. O feijoeiro tem a capacidade de fazer a nodulação com bactérias fixadoras de nitrogênio, podendo fornecer entre 50-70% de N que a planta necessita. A distribuição do sistema radicular varia quanto à: • Estrutura do solo; • Porosidade; • Aeração; • Capacidade de retenção de umidade do solo; • Temperatura; • Profundidade de adubação; Em condições muito favoráveis, a raiz de 40cm pode chegar a quase 1m de comprimento. Caule É herbáceo, com eixo principal e formado por nós e entrenós. Nó → pondo de inserção das folhas nos caules. 1º nó – constitui os cotilédones. 2º nó - corresponde à inserção das folhas primárias. 3º nó – inserção das folhas trifolioladas. Hipocótilo – porção entre as raízes e os cotilédones. Epicótilo – porção entre os cotilédones e as folhas primárias. Entrenó – espaço entre dois nós. Possui uma classificação (Vilhordo et. al) em 4 tipos, baseadas no tipo de orientação de suas ramificações: ✓ Tipo I - Determinado, arbustivo, com ramificação ereta e fechada; ✓ Tipo II - Indeterminado, com ramificação ereta e fechada; ✓ Tipo III - Indeterminado com ramificação aberta; ✓ Tipo IV - Indeterminado, prostrado ou trepador. Morfologia - Folha Após os cotilédones abrirem aparecem as folhas simples, e posteriormente aparecem as folhas trifoliadas inseridas nos nós do caule e ramificações. A cor e pilosidade variam com a cultivar, posição na planta, idade e condições do ambiente. Elas podem ainda ter características: Truncada → mais característica do gênero vigna. Auricolada → mais característica do gênero faseolus. Inflorescência Podem ter diversas colorações e são constituídas por um eixo (que as ligam as plantas), pedúnculo, brácteas e botões florais. O feijão pode ter aborto de flores de até 75%. 90% das cultivares de feijão do grupo de cultivo comercial, apresentam as flores de cor violeta, e as cultivares de feijão do grupo carioca possuem flores de cor branca, porém, algum feijão carioca pode ter flor violeta, devido a ser um resultado de cruzamento com o feijão preto. Florescimento basípeto (tipo I), possuem vagens mais maduras em cima. Florescimento acrópeto (tipo II, III, IV) possuem vagens mais maduras em baixo. Fruto A vagem do feijão é um legume, é deiscente, possui duas valvas unidas por duas suturas (dorsal e ventral) e as sementes se prendem à sutura ventral. A forma do ápice do legume pode ser: abrupto ou afinado e reto ou arqueado. Fenologia É o estudo dos eventos periódicos da vida vegetal em função com sua relação com o ambiente. Dividimos o feijão em 2 fases, a vegetativa e a reprodutiva, sendo que cada uma delas possui subdivisões. Na fase reprodutiva, temos: Fonte: Dourado Neto & Fancelli (2000); Portes (1996). Onde: 𝑉0 Germinação (Influência da 𝑇 𝑜 𝑒 𝐻2𝑂) 𝑉1 Emergência (emissão dos cotilédones) 𝑉2 Emissão das folhas primárias 𝑉3 Emissão da 1ª folha trifoliada 𝑉4 Emissão da 3ª folha trifoliada Já na fase reprodutiva: Fonte: Dourado Neto & Fancelli (2000); Portes (1996). Onde: 𝑅5 Pré-floração (botões florais formados). 𝑅6 Floração (abertura da 1ª flor de 50% das plantas). 𝑅7 Formação de vagens (1º - Cresc. em comprimento das vagens). 𝑅8 Enchimento de vagens 𝑅9 Maturação (máximo acúmulo de fotossintatos). Hábitos Tipo I – determinado arbustivo, possui talo principal resistente (pouco ramificado), pequeno porte (25-50cm), possui um ciclo precoce, com um período de florescimento reduzido (de 5 a 7 dias), uniformidade de maturação das vagens, espaçamentos menores no cultivo. Ex: Feijão preto. Tipo II – Indeterminado arbustivo, haste principal de crescimento vertical, poucos ramos laterais e geralmente curtos. Possui um satisfatório potencial produtivo, com capacidade de compensação quando possui a redução da densidade de plantas, adequada distribuição de flores e vagens na planta (melhor qualidade) e possui ciclos mais longos em relação a de tipo indeterminado. Ex: feijão mulato. Tipo III – Indeterminado, grande númerode ramificações e suas ramificações são abertas. São plantas mais prostradas/semiprostradas, possuem um período de florescimento amplo (de 15 a 20 dias). Possui grande potencial produtivo, porém, grande desuniformidade de maturação das vagens. Constituem a maior parte das cultivares em uso hoje em dia. Ex: Carioca. Tipo IV – Indeterminado trepador, caule com forte dominância apical, grande desenvolvimento da haste principal. Grande número de nós (30 nós aproximadamente). Sua colheita deve ser parcelada, pois a floração se prolonga por semanas, nesse caso, não é recomendado que se realize a colheita mecanizada, visto que haverá vagens secas e verdes ao mesmo tempo na planta. Geralmente destinado ao feijão vagem. Ex: Feijão trepador. Referências PORTES, Tomas de Aquino et al. Comparações entre cultivo solteiro e consorciado de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e milho (Zea mays L.) de portes diferentes. Embrapa Arroz e Feijão; Embrapa Informática Agropecuária., [s. l], p. 144147, mar. 1996. CHRISTOFFOLETI, P. J.; PASSINI, T. Manejo integrado de plantas daninhas na cultura do feijão. In: FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. Feijão irrigado: estratégias básicas de manejo. Piracicaba: LPV/ESALQ/USP, 1999. p. 80-97
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