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MEDICINA SOCIAL SUS: DOS ASPECTOS HISTÓRICOS A REALIDADE PERÍODOS Descobrimento ao Império→ (1500-1889) República Velha (1889 – 1930)→ “Era Vargas” (1930 – 1964)→ Autoritarismo (1964 – 1984)→ Nova República (1985 – 1988)→ Pós- constituinte (1989…)→ DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO (1500-1889) -Índios viviam em equilíbrio com a natureza -Descobrimento do Brasil vinda de→ doenças de fora (portugueses) -Desequilíbrio da harmônia entre índios e natureza -Altos índices de doenças pestilenciais Perfil Epidemiológico→ Doenças pestilenciais • Doenças tragas por portugueses + doenças geradas pelo desequilíbrio entre pessoas e ambiente • Peste negra e varíola trazida da Europa→ • Doenças locais malária, febre amarela→ • Doenças se alastram cenário de muitas mortes devido a diversas doenças → presentes na época. Cenário Político e econômico→ • País agrário extrativista • Não existia desenvolvimento industrial • Não haviam escolas médicas e nem profissionais médicos vindos da Europa • Primeiros médicos eram trazidos da Europa Organização da saúde→ Não existia nenhum modelo de atenção à saúde. Inicialmente as pessoas recorriam aos boticários e curandeiros. Posteriormente passou a existir a medicina liberal. • Boticários pessoas que manipulavam fórmulas naturais (ervas), infusões, → chás, laceração de ervas. Os locais em que ficavam estas ervas era chamado de Botica, com isso, essas pessoas (“primeiros farmacêuticos”) ganhavam o nome de boticários. • Curandeiros por meio dos pajés das tribos indígenas.→ • Medicina liberal profissionais médicos que exerciam a profissão de forma → liberal – limitado devido a falta de médicos no RJ, em 1789, só existiam → 4 médicos. CHEGADA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA (1808) → Começa a haver uma maior preocupação em melhorar a questão ambiental, principalmente no RJ. Isso ocorreu para que houvesse a instalação da família real portuguesa no Brasil, focando nas regiões dos portos. • Saneamento da capital • Controle de navios, saúde nos portos navios chegavam e havia o controle → de pessoas que estavam com doenças (principalmente navios com escravos), faziam tais navios passarem por quarentena. Ficavam atracados e impedidos de descer em terras brasileiras durante o período da quarentena (que era em torno de uns 40 dias) • Começa a haver um desenvolvimento sutil de novas estradas • Criação da primeira escola médica do Brasil na Bahia Universidade→ Federal da Bahia (213 anos) • Começa a haver um CONTROLE SANITÁRIO MÍNIMO REPÚBLICA VELHA (1889-1930) Perfil Epidemiológico→ Predomínio em massa das doenças transmissíveis: • Febre Amarela • Varíola • Tuberculose • Sífilis • Endemias rurais • Pespe negra Por que isso ocorreu? • Vinda dos colonizadores • Junção de povos diferentes: indígenas + estrangeiros • Promiscuidade (mistura desordenada, confusão) sexual desconhecimento das→ doenças transmissíveis e formas de transmissão levou ao grande aumento → da sífilis no Brasil. Acontecimentos da época→ • Os navios estrangeiros não queriam mais atracar no porto do RJ tinham → medo dessa situação de saúde presente no país (grandes epidemias) em que morriam muitas pessoas. • Oswaldo Cruz é nomeado diretor do Departamento Federal de Saúde Pública com intuito de erradicar a epidemia de febre-amarela na cidade do RJ. -Ele foi grande sanitarista no Brasil, eliminando a varíola (matou muitas pessoas no mundo) no país, por meio das campanhas de vacinação. • 1904, a obrigatoriedade da vacinação contra varíola levou a Revolta da Vacina pessoas tinham medo de tomar a vacina pelo desconhecimento dela.→ Saúde→ Modelo “Campanhista” • Tratar grandes epidemias por meio de campanhas de vacina, erradicação de pessoas doentes (baniam pessoas dos grandes centros para os morros, principalmente população pobre). • Governo da época junto aos profissionais apenas intervinham quando os problemas se tornavam muito grandes. • Não era realizado ações de prevenção e promoção de saúde. 1920: criaram órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra (hanseníase) e as doenças venéreas doenças estigmatizadas → OBS. No Brasil, até o final da década de 70 existiam leprozários, que eram locais para aonde as pessoas com lepra eram levadas compulsoriamente, separadas das famílias as quais nunca mais a viam. • Surge a Escola de Enfermagem Anna Nery no RJ começa a aumentar o → número de profissionais da área da saúde enfermeiros, técnicos, médicos→ Início o processo de Industrialização + vinda de imigrantes italianos e portugueses → leva o país a um estado mais caótico na saúde. • Imigrantes inicialmente presentes nos campos • Industrialização êxodo rural aglomeração de pessoas nos grandes centros → → em cortiços. • As pessoas passam a viver de maneira insalubre, sem saneamento básico, sem uma infraestrutura adequada, moravam em becos, vielas. • Isso trazia mais gravidade para doenças transmissíveis facilitava a transmissão→ Cenário Político e Econômico→ • Instalação do capitalismo no Brasil • Surgimento das primeiras indústrias investimento estrangeiro→ • Excedente econômico • As pessoas viviam em precárias condições de trabalho e de vida • Não existiam leis trabalhistas para defender tais pessoas jornadas de → trabalhos com cargas horárias extensas, trabalho escravo, trabalho infantil • Pobreza e sub-remunerado • Operários começam a se mobilizar em busca de melhores condições de vida e de trabalho Embriões de legislação trabalhista e previdenciária.→ Organização do Setor Saúde→ -As pessoas não tinham qualidade de vida no trabalho e muito menos de atendimento a saúde. Uma pessoa (operário) que adoecia nesta época não tinha dinheiro para pagar um médico, portanto, recorria a curandeirismo, ervas, medicina popular e hospitais de caridade. -As primeiras indústrias começam a querer cuidar um pouco melhor dos seus operários, visto que, eles eram economicamente importantes, pois se adoecessem e não tivesse mais força de trabalho a economia ficaria comprometida. -Surgimento de Hospitais filantrópicos (caridade) -Ideologia Liberal • O Estado não intervinha, atuava somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo. Não participava de quase nada. -Ameaças aos interesses do modelo Agrário exportador fez com que houvesse uma maior intervenção do Estado organização do serviço de saúde pública e campanhas→ sanitárias. -Serviços definidos pela necessidade econômica -LEI ELOY CHAVES (1923) Marco da PREVIDÊNCIA SOCIAL no Brasil→ • Até o momento não existia nenhum órgão que regulamentasse a questão da assistência médica e previdência social no país (quase um trabalho escravo). • A lei Eloy Chaves, possibilitou organizar as CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões) • Inicialmente não era para todos os trabalhadores apenas voltado para → aqueles que impulsionava a economia na época: 1923 – CAP dos ferroviários 1926 – Portuários e Marítimos • Marco inicial da Previdência Social no Brasil Características das CAP’s→ -Por instituição ou empresa • Empregado colaborava com 3% • Empresa com 1% -Financiamento e gestão: trabalhador e empregador -Serviços oferecidos • Aposentadoria • Pensão • Assistência médica Dicotomia da Saúde no Brasil (Separação)→ • Saúde Pública: prevenção e controle das doenças de forma coletiva doenças em massa, transmissíveis → A Saúde Pública já nasce separada da privada e desvinculada desse modelo de saúde individualizado • Previdência Social: medicina individual, assistencialista e exclusiva de alguns trabalhadores e de certas categorias. ERA VARGAS (1930 – 1964) Mudanças no cenário político, social, trabalhista e de saúde Perfil Epidemiológico→ • Doenças da pobreza (transmissíveis malária, febre amarela, tuberculose) se → juntam com as doenças da modernidade (não transmissíveis diabetes, → hipertensão arterial, câncer, doenças metabólicas) • Início da transição demográfica envelhecimento da população pessoas → → passam a ter acesso maior aos serviçosde saúde e a determinados bens → passam a morrer com mais idade. Fracionamento da assistência médica→ • Medicina Liberal profissionais médicos liberais→ • Hospital beneficente ou filantrópico • Hospital lucrativo (empresas médicas) passaram a lucrar muito devido à → inexistência de serviços públicos voltados para a área da saúde o estado → passa a comprar serviços médicos e não havia uma empresa pública para fazer a fiscalização desse repasse de dinheiro enriquecimento desses hospitais→ Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadoria e Pensões)→ • Com o aumento das CAP’s essas foram transformadas em IAP’s • Eram divididas por categoria: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transporte e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE). • Pessoas que não trabalhavam e que não tinham carteira assinada não tinham acesso aos serviços oferecidos pelas IAP’s. • Era financiado por 3 entes: estado + empregado + empregadores • Gerência: indicado pelo estado para haver um pouco de controle pelo → estado. • Oferecia: Aposentadoria + Pensão + Assistência Médica REGIME MILITAR (1964-1984) Perfil Epidemiológico → • Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil (índica baixo desenvolvimento), tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc. • Predomínio das doenças da modernidade • Urbanização e industrialização crescente desenfreada deixa o país com → → muitos gastos • Milagre Brasileiro (1968-73) Governo decide assumir a questão da saúde no país→ • Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966, os quais eram separados por categorias profissionais, e juntou tudo em um instituto apenas → INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) • A unificação prejudicou algumas categorias de profissionais (exemplo: bancários), visto que foi feito um nivelamento por baixo (pelo serviço mais barato e de baixa qualidade) afetando assim os serviços que possuíam mais benefícios com intenção de reduzir gastos→ • 1972 – previdência para autônomos e empregadas domésticas • 1973 – previdência para trabalhadores rurais FUNRURAL→ • 1974 – criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) Neste ano, também foi criado o PLANO DE PRONTA AÇÃO (PPA): atendimento de urgência e emergência voltado para toda a população o → atendimento acontecia nas clínicas e hospitais da previdência. • 1977 – criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) Criado para concentrar toda a parte de assistência médica vinculada ao estado como uma forma de controle total – durou até 1993 (apenas depois que foi criado o Ministério da Saúde). • Começa a haver um fortalecimento da relação Estado e segmento privado → governo começa a pagar por serviços de saúde vindos do setor privado, pois não tinha um serviço público estruturado pagamento por quantidade de → atos médicos COMPLEXO MÉDICO – INDUSTRIAL→ • Quase inexistia controle ou regulação governo dava um “cheque em branco”→ aos serviços de saúde privado. Modelos de Atenção à Saúde → MODELO MÉDICO – ASSISTENCIAL PRIVATISTA • Voltado para o indivíduo – livre iniciativa na procura de serviços 1985 – Polícia Federal denunciou um esquema trilionário de fraudes no INAMPs: -Mais de 30 hospitais envolvidos no golpe -Adulteração de procedimentos médicos fraudes em internações, com dupla/ tripla → Internação para um único doente. -Consultas inexistentes principalmente nos boletins de atendimentos de urgência→ • Capitalização da medicina vista como uma fonte de lucro→ • Centrado nas cooperativas médicas não preocupa-se com o que está → acontecendo com a coletividade • Modelo biomédico médicos formados para tratar doenças, o ser humano → não era visto como um todo, era separado por sistemas (analisava por partes – coração, pulmão…) fragmentação do olhar médico. Ex: “Vamos tratar a → úlcera do Sr. João” Não olhava para o paciente e sim apenas para a → doença MODELO ASSISTENCIAL SANITARISTA CAMPANHISTA • Campanhas sanitárias de doenças em massa • Não contemplam a totalidade da atenção apenas agia quando o problema → tomava dimensões enormes • Não enfatiza a integralidade da atenção • Campanhas de caráter temporário. Exemplo: vacinação abaixo do número de→ doentes cessação das campanhas→ • Programas verticalizados não se tinha um olhar para aquela determinada → localidade, população, aspectos socioeconômicos presentes vinha a ordem do→ governo para realizar tal coisa e deveria ser seguido. Exemplo: verba para tratar malária, mas no local não havia muitos casos de malária e sim de outras doenças. • Oswaldo Cruz: estruturou a campanha contra a febre amarela em moldes militares, de forma fragmentada. Dividia a cidade em 10 distritos sanitários, cada qual chefiado por um delegado de Saúde. O FIM DO REGIME MILITAR -Mobilização social intensa -Busca pelo direito ao voto e a cidadania busca pela SAÚDE como um DIREITO→ -Revoltas por todo o mundo buscando a saúde como um direito Conferência de → Alma Ata Saúde para todos no ano 2000 investindo na Atenção Básica e num→ → modelo que contemplasse todos os problemas de saúde. -População Brasileira aderiu ao movimento mundial Reforma Sanitária→ NOVA REPÚBLICA (1985-1988) 43 min 10s -Começa a se perceber uma melhora nas condições da saúde • Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis • Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas que originam estas doenças) • Crescimento da AIDS pandemia mundial milhares de pessoas morreram→ → • Epidemias de dengue começa a se tornar um problema cada vez pior, em → vários municípios e capitais. -Antes do SUS • 1973 morreram 90 crianças a cada 1000 nascidas vivas neste mesmo → → ano foi criado o programa de imunização importante pois muitas crianças → morriam de sarampo, caxumba, rubéola, tétano, doenças que podem ser prevenidas com a vacinação. OBS. Mau dos 7 dias principalmente em áreas rurais, cortava-se o cordão → umbilical com tesouras, facas, enferrujadas infecções e além disso, pessoas → colocavam componentes que apenas piorava a infecção, exemplo: esterco → criança pegava tétano e morria. • Em 1961, ocorreram 60 óbitos por 1000 nascidos vivos, o índice mais baixo do século. • 1972-76 no Brasil: 1.417.500 crianças morreram por causas evitáveis, associadas à desnutrição e à falta de saneamento, como difteria, coqueluche, sarampo, tétano, poliomielite e doenças diarreicas. • O total de óbitos era igual à população de Belo Horizonte, a terceira cidade do país. • O índice de Swaroop-Uemura diz que a mortalidade de um país para ser considerado desenvolvido, tem que estar com 75% ou mais, da mortalidade, concentrada em pessoas maiores de 50 anos. • Nesta época, o Brasil concentrava 72% das mortes em menores de 50 anos e dentro deste número, 46,5% eram crianças menores de quatro anos. • Em comparação, na Suécia, Inglaterra e Estados Unidos, apenas 20% dos óbitos ocorriam nas faixas etárias inferiores a 50 anos. -Começa a haver um apelo por uma Reforma Sanitária no Brasil, para que se tivesse uma visão ampla, que saúde não é apenas o biológico e sim um conjunto de aspectos que envolvem o indivíduo. -Muitas crianças nasciam bem, entretanto, ao serem expostas a um ambiente insalubre, adquiriam doenças parasitárias e morriam por falta de saneamento básico. DIFUSÃO DA PROPOSTA DA REFORMA SANITÁRIA→ As pessoas lutavam por: • Conceito ampliado de saúde • Reconhecimento da saúde como um direito de todos e dever do Estado • Crianção do Sistema Único de Saúde (SUS) • Participação popular (controle social) as pessoas não participavam de nada→ • Constituição e ampliação do orçamento social • Tais preceitos foram a base para um IMPORTANTE MOVIMENTO VIII → Conferência Nacional de Saúde – 1986 em Brasília, antes da constituinte VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE – 1986 Pontapé inicial para a formação do SUS Profissionais de saúde, professores, militantes, estudiosos, se reuniram em Brasília e realizaram umagrande manifestação, para que toda a ideia da reforma sanitária sai se do papel e fosse realmente aplicada Pensar saúde de outra maneira, de acordo→ com a conferência: “...SAÚDE é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e o acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida…” lema da 8ª Conferência→ -Para fornecer esse tipo de modelo, seria necessário romper com o anterior (particular, apenas contribuintes, centrado na doença…) SUDS – 1987→ -1ª tentativa da criação de um modelo de saúde mais acessível -Tudo que era do antigo INAMPS passa agora a Secretaria Estadual de Saúde -Os investimentos começam a ser direcionado ao setor público e não mais ao provado: • 1980: setor público absorvia apenas 28,7% apenas dos investimentos • 1987: setor público absorveu 54,1%, aumentando mais seus investimentos CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988)→ “Constituição cidadã” -Descentralização do foco direcionamento do dinheiro para o setor público → → equiparação das verbas públicas -Saúde como direito de todos e dever do Estado -Ampliação do conceito de saúde -Cria-se o SUS, por meio da Constituição de 84 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)→ “O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público” Lei 8.080, artigo 4°→ ARCABOUÇO JURÍDICO DO SUS LEIS→ → • Constituição da República 1988 • Lei orgânica da saúde – 8.080/90 SUS → • Lei Complementar da Saúde – 8.142/90 participação social→ • Normas Operacionais Básicas – NOB • Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS 1988 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ARTIGO 196 “A saúde é direito de TODOS (cidadães) e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE LEI 8.080→ -Aborda sobre a organização e a gestão do SUS -As competências e atribuições das 3 esferas de governo: Municipal, Estadual e Federal precisou ser muito bem definido→ -Funcionamento e participação complementar do setor privado • A partir do SUS o setor privado para de ser prioridade e serve como complementariedade • Quando o governo não tem serviços públicos, ele vai fazer convênios com o setor privado • A prioridade para os convênios será dadá para hospitais filantrópicos -Política de recursos humanos -Recursos financeiros, planejamento e orçamentos LEI 8.142→ -Refere-se a participação do povo no controle social (fiscalização) do SUS -Aborda sobre as transferências intergovernamentais de recursos de financiamento • Atualmente, os Municípios recebem os recursos destinados a saúde do governo Federal, diretamente na conta do município (Fundo Municipal de Saúde) → para que se chegasse a essa etapa foram muitas mobilizações. • Não tem mais a intervenção direta do estado o município tem autonomia → de gestão. • Na localidade de cada município o órgão Conselho Municipal de Saúde, é quem fiscaliza esse dinheiro público que vai para o município. OBS. Quem faz parte dos Conselhos Municipais de Saúde: profissional da saúde (25%) + população (50%) + trabalhadores do governo (12,5%) + prestadores de serviços (25%). OBJETIVOS DO SUS Lei 8.080→ • Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde • Formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, o acesso universal e igualitário. • Assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e preventivas. • O SUS tem a oferecer para a população: -Vigilância sanitária cuida de tudo aquilo que consumimos (alimentos, → medicamentos, produtos de beleza, meio ambiente, entre outros) -Vigilância epidemiológica vacinas, controle de ambientes→ -Cuidar da saúde do trabalhador -Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica • Formulação da política e na execução de ações de saneamento básico • Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde • Vigilância nutricional e a orientação alimentar • Colaboração na proteção do meio ambiente (trabalho) • Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção. PRINCÍPIOS DO SUS Princípios doutrinários (filosofia do SUS) → Quando o SUS foi criado ele foi idealizado em cima de um tripé: • Universalidade -A saúde é para todos, independente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, etc. -Não existe mais as diferenças entre contribuintes da previdência e não contribuintes. Não é exigido nenhum documento para a prestação de assistência médica. • Equidade -O SUS deve tratar desigualmente os desiguais -Oferecer mais a quem precisa mais o SUS não pode oferecer o mesmo → atendimento a todas as pessoas, da mesma maneira e em todos os lugares. Se isso ocorrer algumas pessoas vão ter o que NÃO necessitam e outras NÃO serão atendidas naquilo que necessitam. -Reduzir disparidades regionais e sociais busca de um maior equilíbrio→ -Em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, apresentando problemas específicos, com diferentes modos de viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida. • Integralidade -Atendimento a saúde para tudo o que o indivíduo precisa -”...Conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema…” -A visão do indivíduo como um todo fazer ações voltadas para a promoção,→ prevenção e recuperação (não apenas o tratamento). -Necessidade da hierarquização do sistema de saúde Princípios organizacionais (como o SUS deve funcionar)→ • Regionalização e Hierarquização -Cada município tem que se organizar para resolver os problemas de saúde da sua população local. -Municípios pequenos que não possuem estrutura para atender sua população, realizam parcerias com municípios vizinhos. Exemplo: Marília atende cerca de 62 municípios vizinhos da região, principalmente na alta complexidade (não possuem hospitais) Pactuado por meio de um documento chamado Plano → Diretor de Regionalização. -Os gastos das esferas de governo direcionados para a saúde, devem ser: Município obrigado a gastar 15% orçamento→ Estado 12% do orçamento→ Federal Valor que investiu no ano anterior + variação anual do PIB→ -Este princípio está ligado aos gestores municipais e estaduais -Hierarquização em níveis crescentes de complexidade ESF Ambulatórios Hospitais→ → -Regulação adequada entre os níveis do sistema (fluxo de referência e contra- referência) • Resolutividade -Quando o indivíduo buscar por atendimento, ou quando surgir um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente deve estar capacitado para enfrentar tal prolema e resolvê-lo até o nível de sua complexidade. • Controle social -A Constituição garante: Participação da população na formulação e controle da execução das políticas de saúde -Lei 8.142: Conselhos de Saúde Distribuição paritária (que evite diferenças e injustiças) Conselhos nas esferas Municipal, Estadual e Federal -Composição dos Conselhos de Saúde 50% formado por usuários (população) feito para o povo participar da → fiscalização do SUS (decisões que envolvam a questão financeira passam pela aprovação dos Conselhos). 25% por trabalhadores de saúde 25% de representação de governo, prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. Conferências de Saúde São fóruns que discutem sobre saúde e queacontecem de 4 em 4 anos Acontecem também nas três esferas de governo São instâncias máximas de deliberação Definem as prioridades e linhas de ação sobre a saúde É dever das instituições oferecerem informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde. • Descentralização -Municípios e regiões de saúde tem autonomia nas questões de saúde -Redistribuição das responsabilidades quanto as ações e os serviços de saúde entre os vários níveis de governo. -A Lei 8.080 e as NOBs (principalmente a NOB 96) força para os → municípios agirem nas questões de saúde e definem precisamente o que é obrigação de cada esfera de governo. • Participação complementar do Setor privado (Art. 199 da Constituição) -Quando o setor público for insuficiente, os serviços privados devem ser contratados -Preferência aos serviços não lucrativos (hospitais filantrópicos) -Cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na sequência, de forma complementar a rede assistencial com o setor privado não lucrativo, com os mesmos conceitos do SUS de regionalização, hierarquização e universalização…” ESTRUTURA INSTITUCIONAL E DECISÓRIA DO SUS Como que ocorre a comunicação entre essas→ organizações? No nível federal tem-se a Comissão Tripartite, que→ contém representantes dos estados e do governo federal. No nível estadual tem-se a Comissão Bipartite possui representantes dos → → municípios e do estado. Dentro dessas comissões haverá discussões, formulações de normas e tudo tem que ser aprovado pelos Conselhos de Saúde.
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