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1 H HH H H H BB Introdução à química inorgânica C a p í t u l o 1 1.1 O que é química inorgânica? Se a química orgânica é definida como a química dos compostos de hidrocarbonetos e seus deri- vados, a química inorgânica pode ser descrita amplamente como a química de “todas as demais substâncias”. Nesse grupo, incluem-se todos os outros elementos da tabela periódica, inclusive o carbono, que desempenha um papel importante e crescente na química inorgânica. O grande campo da química organometálica estabelece uma conexão entre ambas as áreas, englobando os compostos que contêm ligações metal-carbono, incluindo também a catálise de diversas reações orgânicas. A química bioinorgânica estabelece uma conexão entre a bioquímica e a química inorgânica e tem um enfoque importante nas aplicações médicas. A química ambiental inclui o estudo de compostos orgânicos e inorgânicos. Em resumo, a área da química inorgânica é vasta e fornece essencialmente um campo ilimitado para a pesquisa e possíveis aplicações práticas. 1.2 Contrastes com a química orgânica É oportuno fazermos algumas comparações entre compostos orgânicos e inorgânicos. Em ambas as áreas, são encontradas ligações covalentes simples, duplas e triplas (Figura 1.1); para com- postos inorgânicos, incluem-se ligações diretas metal-metal e ligações metal-carbono. Embora o número máximo de ligações entre dois átomos de carbono seja três, há muitos compostos que contêm ligações quádruplas entre os átomos de metal. Além das ligações sigma e pi comuns na química orgânica, átomos de metal com ligações quádruplas contêm uma ligação delta (d) (Figura 1.2); uma combinação de uma ligação sigma, duas ligações pi e uma ligação delta com- põem a ligação quádrupla. A ligação delta é possível nesses casos porque os átomos de metal têm orbitais d para usar na ligação, enquanto o carbono tem apenas os orbitais s e p energeticamente acessíveis para a ligação. Compostos com ligações “pentavalentes” entre metais de transição têm sido relatados (Figura 1.3), acompanhados de debates sobre se tais ligações merecem a designação “quíntuplas”. Em compostos orgânicos, o hidrogênio quase sempre está ligado a um único carbono. Em compostos inorgânicos, o hidrogênio frequentemente encontra-se como um átomo de união entre dois ou mais átomos. Pontes de hidrogênio unindo átomos também podem ocorrer em compos- tos metálicos em que os átomos de hidrogênio formam pontes entre as arestas ou as faces de poliedros de átomos de metais. Grupos alquila podem também atuar como pontes em compostos inorgânicos, uma função raramente encontrada em química orgânica, exceto em intermediários de reação. Exemplos de átomos de hidrogênio terminal e de ponte e de grupos alquila em compostos inorgânicos são encontrados na Figura 1.4. Algumas das diferenças mais marcantes entre a química do carbono e a de muitos outros elementos residem na geometria e no número de coordenação. Embora o carbono seja normal- mente limitado a um número de coordenação máximo de quatro (um máximo de quatro átomos ligados ao carbono, como em CH4), numerosos compostos inorgânicos têm átomos centrais com números de coordenação de cinco, seis, sete ou mais; a geometria de coordenação mais comum para metais de transição é um arranjo octaédrico em torno de um átomo central, como mostrado Miessler_miolo.indb 1 03/02/14 20:23 2 1 | introdução à química inorgânica por [TiF6] 3− (Figura 1.5). Além disso, compostos inorgânicos apresentam geometrias de coor- denação diferentes daquelas encontradas para o carbono. Por exemplo, embora o carbono com número de coordenação 4 quase sempre seja tetraédrico, tanto a geometria tetraédrica quanto a quadrado-planar ocorrem em compostos com número de coordenação 4 para metais e não metais. Quando há elementos metálicos no centro, com ânions ou moléculas neutras (ligantes) ligados a eles (frequentemente por meio de N, O ou S), são chamados de compostos de coorde- nação. Quando o carbono é o elemento diretamente ligado a átomos ou íons metálicos, também são classificados como complexos organometálicos. A geometria tetraédrica, geralmente encontrada em compostos de carbono com número de coordenação 4, também ocorre de forma diferente em algumas moléculas inorgânicas. O metano contém quatro hidrogênios dispostos em um tetraedro regular em torno do carbono. O fósforo HH H H HH CC FF HH HH CC CH HC N N OO W S S S SS SS S S S W Orgânico Inorgânico Organometálico Hg Hg 2 OC CH3Mn C CC O C O C O O C O C O C O C O C O O CO CO NR2 NR2 C CH3 OC CCr CH3 OC6H5 I Cr NR2R2N Cl Cl Cl Cl Os Os Cl ClCl Cl 2 Cl Cl ClCl Cl ClCl Cl Re Re 2 FIGURA 1.1 ligações simples e múltiplas em moléculas orgâ- nicas e inorgânicas. FIGURA 1.2 exemplos de interações de ligações. Sigma Pi s s p p Delta d d FIGURA 1.3 exemplo de ligações pentavalentes. i-Pri-Pr i-Pr Cr Cr i-Pr i-Pr i-Pr i-Pr i-Pr FIGURA 1.4 exemplos de compostos inorgânicos contendo átomos de hidrogênio terminal e de ponte e grupos alquila. OC COH H3C H3 C Cr H3C H3C CH3 CH3AlAl H HH H H H BB CO CO OC Cr O C O OO C CC Li Li Li Li CH3OC Cada CH3 une-se a uma face do Li4 tetraedro. Miessler_miolo.indb 2 03/02/14 20:23 1.2 Contrastes com a química orgânica | 3 elementar é tetra-atômico (P4) e tetraédrico, mas sem átomo central. Outros elementos também podem formar moléculas em que os átomos exteriores circundam uma cavidade central; um exemplo é o boro, que forma inúmeras estruturas contendo unidades B12 icosaédricas. A Figura 1.5 apresenta exemplos de algumas geometrias encontradas em compostos inorgânicos. Anéis aromáticos são comuns em química orgânica, e os grupos arila também podem formar ligações sigma com metais. No entanto, os anéis aromáticos também podem se ligar a metais de uma forma drasticamente diferente, usando seus orbitais p, como mostrado na Figura 1.6. O resultado é um átomo de metal ligado acima do centro do anel, quase como se estivesse suspenso no espaço. Em muitos casos, os átomos de metais ficam situados entre dois anéis aromáticos (são os chamados “compostos sanduíche”). Existem compostos sanduíche com múltiplas camadas de metais e anéis aromáticos. O carbono desempenha um papel incomum em diversos compostos metálicos tipo cluster, nos quais um átomo de carbono situa-se no centro de um poliedro formado por átomos de metal. São conhecidos exemplos de clusters de carbono centrado com cinco, seis ou mais metais cir- cundantes (Figura 1.7). O papel marcante que o carbono desempenha nesses clusters representou um desafio para os teóricos da química inorgânica. Além disso, desde meados da década de 1980, a química do carbono elementar tem florescido. Esse fenômeno começou com a descoberta dos fulerenos, mais notadamente o cluster C60, apeli- dado de “buckminsterfulereno”, em homenagem ao arquiteto que projetou a cúpula geodésica (Richard Buckminster Fuller). Muitos outros fulerenos (buckyballs) são conhecidos e servem como núcleos para uma variedade de derivados. Além disso, inúmeras outras formas de carbono (por exemplo, nanotubos de carbono, nanofitas, grafeno e fios de carbono) têm atraído muito interesse e mostram potencial para aplicações em campos tão diversos quanto a nanoeletrônica, FIGURA 1.5 exemplos da geometria dos compostos inorgânicos p. F FTi Xe F F H F F F F F Pt P P P P N N N N B H H H H H Cl HH Cl HH B N B F 3 B B BB B B B B B B B 2 B I F F F F FF F B12H12 2 (não mostrado: um hidrogênio em cada boro) CF3 CF3F3C F3CFe Ni Ni Mo S S Mo Zn Zn Cr SS FIGURA 1.6 Compostos inorgânicos contendo anéis aromáticos com ligações . FIGURA 1.7 Clusters metálicos com carbono centrado. Fe CO 3 Fe CO 3 C CO 3Fe Fe CO 3CO 3Fe Ru CO 2 Ru CO 3 C Ru CO 3CO 3Ru Ru CO 3CO 2Ru OC Fe CO 3 Fe CO 3 C CO 3Fe Fe CO 3CO 3Fe Ru CO 2 Ru CO 3 C Ru CO 3CO 3Ru Ru CO 3CO 2Ru OC Miessler_miolo.indb 3 03/02/1420:23 4 1 | introdução à química inorgânica coletes à prova de balas e dispositivos para administração de medicamentos. A Figura 1.8 for- nece exemplos dessas novas formas de carbono. A era das linhas divisórias claras entre os subcampos da química há muito se tornou obso- leta. Muitos dos temas deste livro, como a química ácido-base e as reações organometálicas, são de interesse vital para os estudiosos da química orgânica. Outros temas, como as reações de oxirredução, os espectros e as relações de solubilidade, interessam aos químicos analíticos. Assuntos relacionados à determinação da estrutura, aos espectros, à condutividade e às teorias de ligação são do interesse dos físico-químicos. Por fim, o uso de catalisadores organometáli- cos estabelece uma conexão com a petroquímica e a química dos polímeros; e os compostos de coordenação, como a hemoglobina e as enzimas que contêm metal, estabelecem uma conexão semelhante com a bioquímica. Muitos químicos inorgânicos trabalham com profissionais de outros campos a fim de aplicar as descobertas químicas para enfrentar os desafios modernos em medicina, energia, meio ambiente, ciência dos materiais e outros campos. Resumidamente, a química inorgânica moderna não é um campo de estudo fragmentado, mas tem inúmeras interconexões com outras áreas da ciência, da medicina, da tecnologia e de outras disciplinas. O restante deste capítulo dedica-se a uma breve história das origens da química inorgânica e a algumas perspectivas sobre sua evolução mais recente, destinada a estabelecer uma conexão com o passado e situar alguns aspectos da química inorgânica no contexto dos grandes eventos históricos. Em capítulos posteriores, será fornecido um breve contexto histórico com a mesma intenção. 1.3 A história da química inorgânica Antes mesmo que a alquimia se tornasse um objeto de estudo, muitas reações químicas já eram utilizadas e seus produtos foram aplicados à vida cotidiana. Os primeiros metais utilizados foram provavelmente o ouro e o cobre, que podem ser encontrados em estado metálico na natureza. O cobre também pode ser formado facilmente pela redução da malaquita – carbonato básico de cobre, Cu2(CO3)(OH)2 – em fornos de carvão. Prata, estanho, antimônio e chumbo também já são conhecidos desde 3000 a.C. O ferro surgiu na Grécia clássica e em outras localidades ao redor do mar Mediterrâneo por volta de 1500 a.C. Aproximadamente na mesma época, vidros coloridos e esmaltes cerâmicos foram introduzidos, em grande parte compostos por dióxido de silício (SiO2, o principal componente da areia) e outros óxidos metálicos, que eram derretidos e resfriados, formando sólidos amorfos. Mo C60 PR3 PR3 F F Pt PR3 PR3 PtF F F F F F F F FIGURA 1.8 o fulereno C60, um composto do fulereno, um nanotubo de carbono, grafeno, uma “peapod” (vagem) de carbono e um “fio” polieno conectando átomos de platina. Miessler_miolo.indb 4 03/02/14 20:25 1.3 a história da química inorgânica | 5 No início dos primeiros séculos da era cristã, os alquimistas eram ativos na China, no Egito e em outros centros da civilização antiga. Embora muitos esforços tenham sido empreendidos em tentativas de “transmutar” metais em ouro, os alquimistas também descreveram muitas outras rea- ções e processos químicos. Destilação, sublimação, cristalização e outras técnicas foram desen- volvidas e usadas em seus estudos. Em razão das mudanças políticas e sociais da época, a alquimia se deslocou para o mundo árabe e mais tarde – entre os anos 1000 e 1500 d.C. – reapareceu na Europa. A pólvora já era usada nos fogos de artifício chineses em 1150 e a alquimia também se difundiu pela China e pela Índia na mesma época. Os alquimistas podem ser encontrados em relatos de arte, literatura e ciência até pelo menos 1600, período em que a química estava come- çando a tomar a forma de uma ciência. Roger Bacon (1214–1294), reconhecido como um dos primeiros grandes cientistas experimentais, também escreveu extensivamente sobre a alquimia. Por volta do século XVII, os ácidos fortes comuns – ácido nítrico, ácido sulfúrico e ácido clorídrico – já eram conhecidos, e as descrições sistemáticas de sais comuns e de suas reações já estavam documentadas. À medida que as técnicas experimentais evoluíam, o estudo quantitativo das reações químicas e das propriedades dos gases tornava-se mais comum; pesos moleculares e atômicos eram determinados com maior precisão e colocavam-se as bases para o que mais tarde se tornaria a tabela periódica dos elementos. Por volta de 1869, os conceitos de átomos e molé- culas já estavam bem estabelecidos, e foi possível para Mendeleev e Meyer proporem diferentes formas de tabelas periódicas. A Figura 1.9 ilustra a tabela periódica original de Mendeleev.I A indústria química, que existe desde tempos muito antigos na forma de fábricas para a purificação de sais e para fundição e refino de metais, difundiu-se quando os métodos para o preparo de materiais relativamente puros tornaram-se comuns. Em 1896, Becquerel desco- briu a radioatividade, e abriu-se outra linha de estudos. Estudos de partículas subatômicas, espectros e eletricidade levaram ao desenvolvimento da teoria atômica de Bohr em 1913, que logo foi modificada pela mecânica quântica de Schrödinger e Heisenberg em 1926 e 1927. A química inorgânica, como um campo de estudo, foi extremamente importante durante os primeiros anos de exploração e desenvolvimento dos recursos minerais. Métodos de análise qua- litativa foram desenvolvidos para ajudar a identificar os minerais e, combinados com os métodos quantitativos, para avaliar a sua pureza e valor. Conforme a Revolução Industrial progredia, a indústria química também evoluiu. No início do século XX, era comum encontrar fábricas para a produção de grandes volumes de amônia, ácido nítrico, ácido sulfúrico, hidróxido de sódio e muitos outros produtos químicos inorgânicos. I A tabela original foi publicada em Zeitschrift für Chemie, 1869, 12, 405. Pode ser encontrado em inglês, com uma página do artigo alemão, em web.lemoyne.edu/~giunta/mendeleev.html. Ver M. Laing, J. Chem. Educ., 2008, 85, 63 para ilustrações das várias versões da tabela periódica de Mendeleev, incluindo sua versão manuscrita de 1869. FIGURA 1.9 tabela periódica de mendeleev de 1869. Dois anos mais tarde, mendeleev revisou sua tabela, tornando-a similar a uma tabela periódica moderna curta, com oito grupos ao todo. Ti 50 V 51 Cr 52 Mn 53 Fe 56 Ni Co 59 Cu 63,4 Zn 65,2 ? 68 ? 70 As 75 Se 79,4 Br 80 Rb 85,4 Sr 87,6 Ce 92 La 94 Di 95 Th 118 ? Zr 90 Nb 94 Mo 96 Rh 104,4 Ru 104,2 Pd 106,6 Ag 108 Cd 112 Ur 116 Sn 118 Sb 122 Te 128? J 127 Cs 133 Ba 137 ? 180 Ta 182 W 186 Pt 197,4 Ir 198 Os 199 Hg 200 Au 197? Bi 210? Tl 204 Pb 207 Mg 24 Al 27,4 Si 28 P 31 S 32 Cl 35,5 K 39 Ca 40 ? 45 ?Er 56 ?Yt 60 ?In 75,6 H 1 Li 7 Be 9,4 B 11 C 12 N 14 O 16 F 19 Na 23 Miessler_miolo.indb 5 03/02/14 20:25 6 1 | introdução à química inorgânica Nos primeiros anos do século XX, Werner e Jørgensen fizeram progressos consideráveis na compreensão da química de coordenação dos metais de transição e também descobriram uma série de compostos organometálicos. No entanto, a popularidade da química inorgânica como um campo de estudo diminuiu gradualmente durante a maior parte da primeira metade do século. A necessidade de químicos inorgânicos para trabalharem em projetos militares durante a II Guerra Mundial revitalizou o interesse nesse campo. À medida que o trabalho era feito em mui- tos projetos (um deles sendo o Projeto Manhattan, no qual os cientistas desenvolveram a bomba de fissão), novas áreas de pesquisa floresceram, e novas teorias foram propostas, estimulando ainda mais o trabalho experimental. Uma grande expansão da química inorgânica começou na década de 1940, provocada pelo entusiasmo e pelas ideias geradas durante a II Guerra Mundial. Na década de 1950, um métodoinicial para descrever os espectros de íons metálicos, circun- dados por íons carregados negativamente em cristais (teoria do campo cristalino),1 foi ampliado pelo uso da teoria de orbitais moleculares2 para desenvolver a teoria do campo ligante, para uso em compostos de coordenação, pela qual os íons metálicos são circundados por íons ou moléculas que doam pares de elétrons. Essa teoria deu uma visão mais completa das ligações encontradas nesses compostos. O campo se desenvolveu rapidamente em consequência desse quadro teórico, pela disponibilidade de novos instrumentos e pelo interesse que despertava pela química inorgânica. Em 1955, Ziegler3 e Natta4 descobriram compostos organometálicos que poderiam cata- lisar a polimerização do etileno em temperaturas e pressões mais baixas do que as do método industrial comum naquela época. Além disso, o polietileno formado era mais suscetível de ser composto por moléculas lineares, não ramificadas e, consequentemente, era mais forte e mais durável. Logo foram desenvolvidos outros catalisadores e seu estudo contribuiu para a rápida expansão da química dos organometálicos, ainda hoje uma área de rápido crescimento. O estudo dos materiais biológicos contendo átomos metálicos também progrediu rapida- mente. O desenvolvimento de novos métodos experimentais permitiu um estudo mais aprofun- dado desses compostos, e o trabalho teórico relacionado estabeleceu as conexões com outras áreas de estudo. Tentativas de desenvolver compostos-modelo que tenham atividade química e biológica semelhante à dos compostos naturais também levaram ao surgimento de muitas técni- cas novas de síntese. Duas das muitas moléculas biológicas que contêm metais são apresentadas na Figura 1.10. Embora estas moléculas tenham papéis muito diferentes, compartilham sistemas de anéis similares. Uma área atual que estabelece uma conexão entre a química organometálica e a química bioinorgânica é a conversão de nitrogênio para amônia: N2 + 3 H2 h 2 NH3 Essa reação representa um dos mais importantes processos industriais, com mais de 100 milhões de toneladas de amônia sendo produzidas anualmente no mundo inteiro, principal- mente para produção de fertilizantes. No entanto, apesar dos catalisadores de óxidos metálicos introduzidos no processo de Haber-Bosch, em 1913, e melhorados desde então, esta também é uma reação que requer temperaturas entre 350 °C e 550 °C e de 150-350 atm de pressão e que ainda assim resulta em um rendimento de apenas 15% de amônia. As bactérias, no entanto, conseguem fixar nitrogênio (convertê-lo para amônia e, em seguida, para nitritos e nitratos) a 0,8 atm, em temperatura ambiente, nos nódulos das raízes das leguminosas. A enzima nitroge- nase que catalisa essa reação é uma complexa proteína que contém ferro-molibdênio-enxofre. A estrutura de seus sítios ativos foi determinada por cristalografia de raios X.5 Uma área de intensa pesquisa inorgânica moderna consiste em projetar as reações que possam ser realizadas em escala industrial e que modelam a reação da nitrogenase, para gerar amônia sob condições mais brandas. Estimase que cerca de 1% do consumo total de energia do mundo seja utilizado atualmente para o processo de Haber-Bosch. A química inorgânica também tem aplicações médicas. Notável nesta área é o desenvol- vimento de agentes antitumorais contendo platina, sendo o primeiro deles o isômero cis da cisplatina – cis-Pt(NH3)2Cl2. Primeiramente aprovada para uso clínico há cerca de trinta anos, a cisplatina tem servido como protótipo para uma variedade de agentes anticancerígenos; por Miessler_miolo.indb 6 03/02/14 20:25 1.4 perspectiva | 7 exemplo, a satraplatina, a primeira droga anticancerígena com platina para administração por via oral disponível que alcançou a fase de ensaios clínicos.II Esses dois compostos estão repre- sentados na Figura 1.11. 1.4 Perspectiva A primeira edição da revista Inorganic ChemistryIII foi publicada em fevereiro de 1962. A revista enfocou principalmente o problema da química de coordenação clássica, com mais da metade de seus trabalhos de pesquisa versando sobre a síntese de compostos de coordenação e suas estruturas e propriedades. Alguns dos artigos tratavam de compostos com não metais e sobre a química de organometálicos – na época, um campo relativamente novo; vários textos tratavam de termodinâmica ou espectroscopia. Todos estes temas desenvolveram-se consideravelmente nos cinquenta anos subsequentes, mas grande parte da evolução da química inorgânica ocorreu em áreas sequer imaginadas em 1962. A publicação em 1962 da primeira edição do célebre texto de F. A. Cotton e G. Wilkinson denominado Advanced Inorganic Chemistry6 é considerada um conveniente ponto de referência para a situação da química inorgânica naquela época. Por exemplo, esse texto citava apenas as duas formas do carbono conhecidas de longa data, diamante e grafite, embora fizesse menção a “formas amorfas” atribuídas à grafite microcristalina. Mas apenas duas décadas mais tarde que a química do carbono explodiria com a célebre descoberta do C60 em 1985, por Kroto, Curl, Smalley et al.,7 seguido por outros fulerenos e nanotubos, grafenos e outras formas de carbono (Figura 1.8) com potencial para ter grande impacto sobre a eletrônica, a ciência dos materiais, a medicina e outros domínios da ciência e tecnologia. Como outro exemplo, no início de 1962, os elementos de hélio a radônio eram apelidados comumente de gases “inertes”, pois se acreditava que “não formariam compostos quimicamente ligados” por causa da estabilidade de sua configuração eletrônica. Mais tarde no mesmo ano, Bartlett relatou as primeiras reações químicas do xenônio com PtF6, lançando a química sintética CH3 CH3 CH2 H2NOC CH2 H3C CH2 CONH2 CH2CH2 CH2 CH3 NH2 OH OH CH2CH2CONH2 CH2CONH2 CH2CH2CONH2 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 H H H H O H H3C CH2OH CH CH CO CH2 CH2 NH CH3 N N N N Co N N N NNH H N O O O O O P HO H CH2 CH2 COOC20H39 (b)(a) CH2 Mg CH3 CH3 C O CH2CH3 H3C H3C CHHC C H C COOCH3 HC H HH H CONH2 H H N N NN FIGURA 1.10 moléculas bioló- gicas contendo íons metálicos. (a) Clorofila, o agente ativo na fotossíntese. (b) Coenzima da vitamina B12, um composto organometálico de ocorrência natural. II Para uma revisão sobre os modos de interação da cisplatina e drogas relacionadas, consulte P. C. A. Bruijnincx, P. J. Sadler, Curr. Opin. Chem. Bio., 2008, 12, 197 e F. Arnesano, G. Natile, Coord. Chem. Rev., 2009, 253, 2070. III Os autores desse número de Química inorgânica eram um grupo distinto, incluindo cinco pesquisadores que recebe- ram a Medalha Priestley, a mais alta honraria conferida pela American Chemical Society, e Henry Taube, que recebeu o Nobel em 1983. Cl O O C C O O Cl NH3 NH3 NH3 Pt N H2 CH3 CH3 Cl Cl Pt Cl O O C C O O Cl NH3 NH3 NH3 Pt N H2 CH3 CH3 Cl Cl Pt FIGURA 1.11 Cisplatina e satraplatina. Miessler_miolo.indb 7 03/02/14 20:25 8 1 | introdução à química inorgânica dos elementos agora renomeados como gases “nobres”, especialmente o xenônio e o criptônio;8 e numerosos compostos destes elementos foram preparados nas décadas seguintes. Inúmeros complexos de platina quadrada planar eram conhecidos em 1962; a química dos compostos de platina já estava em desenvolvimento há mais de um século. No entanto, não ficou conhecido até o trabalho de Rosenberg no final da década de 1960 que um desses compostos, a cis-Pt(NH3)2Cl2 (cisplatina, Figura 1.11), tinha uma atividade anticancerígena. 9 Os agentes anti- tumorais contendo platina e outros metais de transição tornaram-se posteriormente importantes ferramentas em tratamentos para muitos tipos de câncer.10 Aquela primeira edição da revista Inorganic Chemistry continha apenas 188 páginas, e a revista era publicada trimestralmente, exclusivamente em papel. Pesquisadores de somente qua- tro países estavam representados, mais de 90% deles dos Estados Unidos,os outros da Europa. Atualmente, a Inorganic Chemistry tem em média 550 páginas por edição, sendo publicada 24 vezes ao ano e torna conhecidas (eletronicamente) pesquisas realizadas amplamente em todo o mundo. O crescimento e a diversidade das pesquisas publicadas na Inorganic Chemistry desen- volveram-se paralelamente a uma grande variedade de outras revistas que publicam artigos sobre campos relacionados e sobre química inorgânica. No prefácio à primeira edição da Advanced Inorganic Chemistry, Cotton e Wilkinson afir- maram: “Nos últimos anos, a química inorgânica tem experimentado um renascimento impres- sionante.” Esse renascimento não mostra sinais de esmorecimento. Com este breve estudo do maravilhosamente complexo campo da química inorgânica, pas- saremos agora aos detalhes, no restante deste livro. Os tópicos incluídos fornecem uma ampla introdução ao campo. No entanto, mesmo um exame superficial de uma biblioteca de química ou das muitas revistas científicas sobre química inorgânica revela alguns aspectos importantes da química inorgânica que devem ser omitidos em um livro de extensão moderada. As referên- cias citadas neste texto apontam para recursos a um estudo mais aprofundado, incluindo fontes históricas, textos e obras de referência que fornecem material adicional bastante útil. Referências 1. H. A. Bethe, Ann. Physik, 1929, 3, 133. 2. J. S. Griffith, L. E. Orgel, Q. Rev. Chem. Soc., 1957, XI, 381. 3. K. Ziegler, E. Holzkamp, H. Breil, H. Martin, Angew. Chem., 1955, 67, 541. 4. G. Natta, J. Polym. Sci., 1955, 16, 143. 5. M. K. Chan, J. Kin, D. C. Rees, Science, 1993, 260, 792. 6. F. A. Cotton, G. Wilkinson, Advanced Inorganic Chemistry, Interscience, John Wiley & Sons, 1962. 7. H. W, Kroto, J. R. Heath, S. C. O’Brien, R. F. Curl, R. E. Sm- alley, Nature (London), 1985, 318, 162. 8. N. Bartlett, D. H. Lohmann, Proc. Chem. Soc., 1962, 115; N. Bartlett, Proc. Chem. Soc., 1962, 218. 9. B. Rosenberg, L. VanCamp, J. E. Trosko, V. H. Mansour, Nature, 1969, 222, 385. 10. C. G. Hartinger, N. Metzler-Nolte, P. J. Dyson, Organometallics, 2012, 31, 5677 and P. C. A. Bruijnincx, P. J. Sadler, Adv. Inorg. Chem., 2009, 61, 1; G. N. Kaluderovi ́c, R. Paschke, Curr. Med. Chem., 2011, 18, 4738. Referências gerais Para aqueles interessados no histórico de desenvolvimento da quí- mica inorgânica focado nos compostos de coordenação de metais durante o período de 1798–1935, cópias de artigos de pesquisa de- cisivos, incluindo traduções, são apresentados na compilação de três volumes Classics in Coordination Chemistry, de G. B. Kauffman, ed., Dover Publications, N.Y. 1968, 1976, 1978. Entre os muitos trabalhos de referência gerais disponíveis, três dos mais aplicáveis e completos são N. N. Greenwood e A. Earnshaw’s Chemistry of the Elements, 2nd ed., Butterworth-Heinemann, Oxford, 1997; F. A. Cotton, G. Wilkinson, C. A. Murillo e M. Bochman’s Advanced In- organic Chemistry, 6th ed., John Wiley & Sons, New York, 1999; e A. F. Wells’s Structural Inorganic Chemistry, 5th ed., Oxford University Press, New York, 1984. Um estudo interessante das rea- ções inorgânicas sob uma perspectiva diferente pode ser encontrado em G. Wulfsberg’s Principles of Descriptive Inorganic Chemistry, Brooks/Cole, Belmont, CA, 1987. Miessler_miolo.indb 8 03/02/14 20:25 Cover Sumário Prefácio Capítulo 1 Introdução à química inorgânica 1.1 O que é química inorgânica? 1.2 Contrastes com a química orgânica 1.3 A história da química inorgânica 1.4 Perspectiva Capítulo 2 Estrutura atômica 2.1 Desenvolvimento histórico da teoria atômica 2.1.1 A tabela periódica 2.1.2 Descoberta das partículas subatômicas e o átomo de Bohr 2.2 A equação de Schrödinger 2.2.1 A partícula em uma caixa 2.2.2 Números quânticos e funções de onda atômicas 2.2.3 O princípio de Aufbau 2.2.4 Blindagem 2.3 Propriedades periódicas dos átomos 2.3.1 Energia de ionização 2.3.2 Afinidade eletrônica 2.3.3 Raios covalentes e iônicos Capítulo 3 Teoria das ligações 3.1 Diagramas de elétron-ponto de Lewis 3.1.1 Ressonância 3.1.2 Expansão da regra do octeto 3.1.3 Carga formal 3.1.4 Ligações múltiplas em compostos de Be e B 3.2 Repulsão do par de elétrons da camada de valência 3.2.1 Repulsão do par isolado 3.2.2 Ligações múltiplas 3.2.3 Efeitos da eletronegatividade e do tamanho atômico 3.2.4 Empacotamento do ligante próximo 3.3 Polaridade molecular 3.4 Ligação com hidrogênio Capítulo 4 Simetria e teoria de grupo 4.1 Elementos e operações de simetria 4.2 Grupos de pontos 4.2.1 Grupos de baixa e alta simetrias 4.2.2 Outros grupos 4.3 Propriedades e representações de grupos 4.3.1 Matrizes 4.3.2 Representações de grupos de pontos 4.3.3 Tabelas de caracteres 4.4 Exemplos e aplicações de simetria 4.4.1 Quiralidade 4.4.2 Vibrações moleculares Capítulo 5 Orbitais moleculares 5.1 Formação de orbitais moleculares a partir de orbitais atômicos 5.1.1 Orbitais moleculares de orbitais s 5.1.2 Orbitais moleculares de orbitais p 5.1.3 Orbitais moleculares de orbitais d 5.1.4 Orbitais não ligantes e outros fatores 5.2 Moléculas diatômicas homonucleares 5.2.1 Orbitais moleculares 5.2.2 Hibridização de orbitais 5.2.3 Moléculas diatômicas dos primeiros e segundos períodos 5.2.4 Espectroscopia fotoelétrica 5.3 Moléculas diatômicas heteronucleares 5.3.1 Ligações polares 5.3.2 Compostos iônicos e orbitais moleculares 5.4 Orbitais moleculares para moléculas maiores 5.4.1 FHF- 5.4.2 CO2 5.4.3 H2O 5.4.4 NH3 5.4.5 CO2 revisitado com operadores projeção 5.4.6 BF3 5.4.7 Orbitais híbridos Capítulo 6 Química ácido-base e doadora-aceptora 6.1 Modelos ácido-base como conceitos organizadores 6.1.1 Histórico dos modelos de ácidos-bases 6.2 Conceito de Arrenhius 6.3 Conceito de Brønsted-Lowry 6.3.1 Solventes não aquosos e força ácido-base 6.3.2 Superácidos de Brønsted–Lowry 6.3.3 Medidas termodinâmicas em solução 6.3.4 Acidez e basicidade de Brønsted-Lowry em fase gasosa 6.3.5 Superbases de Brønsted-Lowry 6.3.6 Tendências na basicidade de Brønsted-Lowry 6.3.7 Força ácida de Brønsted-Lowry de compostos binários de hidrogênio 6.3.8 Força dos oxiácidos de Brønsted-Lowry 6.3.9 Acidez de Brønsted-Lowry dos cátions aquosos 6.4 Conceito de ácido-base de Lewis e orbitais de fronteira 6.4.1 Orbitais de fronteira e reações ácido-base 6.4.2 Suporte espectroscópico para as interações de orbitais de fronteira 6.4.3 Quantificação da basicidade de Lewis 6.4.4 A escala de afinidade do BF3 para a basicidade de Lewis 6.4.5 Ligações halogênicas 6.4.6 Efeitos indutivos na acidez e na basicidade de Lewis 6.4.7 Efeitos estéricos sobre a acidez e a basicidade de Lewis 6.4.8 Pares de Lewis obstruídos 6.5 Forças intermoleculares 6.5.1 Ligações de hidrogênio 6.5.2 Interações receptor-substrato 6.6 Ácidos e bases duros e moles 6.6.1 Teoria dos ácidos e bases duros e moles 6.6.2 Medidas quantitativas de ácidos e bases duros e moles Capítulo 7 Estado sólido cristalino 7.1 Fórmulas e estruturas 7.1.1 Estruturas simples 7.1.2 Estruturas de compostos binários 7.1.3 Compostos mais complexos 7.1.4 Relação de raio 7.2 Termodinâmica da formação de cristais iônicos 7.2.1 Energia de rede e a constante de Madelung 7.2.2 Solubilidade, tamanho do íon e conceito de ácidos e bases duros e moles 7.3 Orbitais moleculares e estrutura da banda 7.3.1 Diodos, o efeito fotovoltaico e os diodos emissores de luz 7.3.2 Pontos quânticos 7.4 Supercondutividade 7.4.1 Ligas supercondutoras de baixa temperatura 7.4.2 A teoria da supercondutividade (pares de Cooper) 7.4.3 Supercondutores de alta temperatura: YBa2Cu3O7 e compostos relacionados 7.5 Ligação em cristais iônicos 7.6 Imperfeições em sólidos 7.7 Silicatos Capítulo 8 Química dos elementos do grupo representativo 8.1 Tendências gerais na química do grupo representativo 8.1.1 Propriedades físicas 8.1.2 Eletronegatividade 8.1.3 Energia de ionização 8.1.4 Propriedades químicas 8.2 Hidrogênio 8.2.1Propriedades químicas 8.3 Grupo 1: os metais alcalinos 8.3.1 Os elementos 8.3.2 Propriedades químicas 8.4 Grupo 2: os alcalino-terrosos 8.4.1 Os elementos 8.4.2 Propriedades químicas 8.5 Grupo 13 8.5.1 Os elementos 8.5.2 Outra química dos elementos do Grupo 13 8.6 Grupo 14 8.6.1 Os elementos 8.6.2 Compostos 8.7 Grupo 15 8.7.1 Os elementos 8.7.2 Compostos 8.8 Grupo 16 8.8.1 Os elementos 8.9 Grupo 17: os halogênios 8.9.1 Os elementos 8.10 Grupo 18: os gases nobres 8.10.1 Os elementos 8.10.2 Química dos elementos do Grupo 18 Capítulo 9 Química de coordenação I: estruturas e isômeros 9.1 História 9.2 Nomenclatura 9.3 Isomerismo 9.3.1 Estereoisômeros 9.3.2 Complexos tetracoordenados 9.3.3 Quiralidade 9.3.4 Complexos hexacoordenados 9.3.5 Combinações de anéis quelatos 9.3.6 Conformação do anel ligante 9.3.7 Isômeros constitucionais 9.3.8 Separação e identificação de isômeros 9.4 Números de coordenação e estruturas 9.4.1 Números de coordenação 1, 2 e 3 9.4.2 Número de coordenação 4 9.4.3 Número de coordenação 5 9.4.4 Número de coordenação 6 9.4.5 Número de coordenação 7 9.4.6 Número de coordenação 8 9.4.7 Números de coordenação maiores 9.5 Estruturas de coordenação Capítulo 10 Química de coordenação II: ligações 10.1 Evidências para as estruturas eletrônicas 10.1.1 Dados termodinâmicos 10.1.2 Suscetibilidade magnética 10.1.3 Espectros eletrônicos 10.1.4 Números de coordenação e formas moleculares 10.2 Teorias da ligação 10.2.1 Teoria do campo cristalino 10.3 Teoria do campo ligante 10.3.1 Orbitais moleculares para complexos octaédricos 10.3.2 Divisão de orbital e spin eletrônico 10.3.3 Energias de estabilização do campo ligante 10.3.4 Complexos quadrado-planares 10.3.5 Complexos tetraédricos 10.4 Sobreposição angular 10.4.1 Interações doador-σ 10.4.2 Interações aceptor-π 10.4.3 Interações doador-π 10.4.4 A série espectroquímica 10.4.5 Magnitudes de eσ, eπ e Δ 10.4.6 Uma série magnetoquímica 10.5 O efeito Jahn-Teller 10.6 Preferências de tetra e hexacoordenadas 10.7 Outros formatos Capítulo 11 Química de coordenação III: espectros eletrônicos 11.1 Absorção da luz 11.1.1 Lei de absorção de Beer-Lambert 11.2 Números quânticos de átomos multieletrônicos 11.2.1 Acoplamento spin-órbita 11.3 Espectros eletrônicos de compostos de coordenação 11.3.1 Regras de seleção 11.3.2 Diagramas de correlação 11.3.3 Diagramas de Tanabe-Sugano 11.3.4 Espectros e distorções de Jahn-Teller 11.3.5 Aplicações dos diagramas de Tanabe-Sugano 11.3.6 Complexos tetraédricos 11.3.7 Espectros de transferência de carga 11.3.8 Aplicações da transferência de carga e de energia Capítulo 12 Química de coordenação IV: reações e mecanismos 12.1 Fundamentos 12.2 Reações de substituição 12.2.1 Compostos lábeis e inertes 12.2.2 Mecanismos de substituição 12.3 Consequências cinéticas das vias de reação 12.3.1 Dissociação (D) 12.3.2 Troca (I) 12.3.3 Associação (A) 12.3.4 Complexos de pré-associação 12.4 Evidências experimentais na substituição octaédrica 12.4.1 Dissociação 12.4.2 Relações lineares de energia livre 12.4.3 Mecanismos associativos 12.4.4 O mecanismo de base conjugada 12.4.5 O efeito quelato cinético 12.5 Estereoquímica das reações 12.5.1 Substituição em complexos trans 12.5.2 Substituição em complexos cis 12.5.3 Isomerização de anéis quelatos 12.6 Reações de substituição de complexos quadradoplanares 12.6.1 Cinética e estereoquímica das substituições quadrado-planares 12.6.2 Evidências para reações associativas 12.7 O efeito trans 12.7.1 Explicações sobre o efeito trans 12.8 Reações de oxirredução 12.8.1 Reações de esfera interna e de esfera externa 12.8.2 Condições para altos e baixos números de oxidação 12.9 Reações de ligantes coordenados 12.9.1 Hidrólise de ésteres, amidas e peptídeos 12.9.2 Reações modelo 12.9.3 Substituição eletrófila Capítulo 13 Química de organometálicos 13.1 Fundamento histórico 13.2 Ligantes orgânicos e nomenclatura 13.3 A regra dos 18 elétrons 13.3.1 Contagem de elétrons 13.3.2 Por que 18 elétrons? 13.3.3 Complexos quadrado-planares 13.4 Ligantes em química de organometálicos 13.4.1 Complexos carbonílicos (CO) 13.4.2 Ligantes semelhantes ao CO 13.4.3 Complexos hidreto e di-hidrogênio 13.4.4 Ligantes tendo sistemas π estendidos 13.5 Ligação entre átomos metálicos e sistemas p orgânicos 13.5.1 Sistemas π lineares 13.5.2 Sistemas π cíclicos 13.5.3 Complexos fulereno 13.6 Complexos contendo ligações M–C, M=C e M≡C 13.6.1 Alquila e complexos relacionados 13.6.2 Complexos carbeno 13.6.3 Complexos carbino (alquilidino) 13.6.4 Complexos carbeto e cumuleno 13.6.5 Fios de carbono: pontes poli-ino e polieno 13.7 Método de classificação de ligações covalentes 13.8 Análise espectral e caracterização de complexos organometálicos 13.8.1 Espectros infravermelhos 13.8.2 Espectros de RMN 13.8.3 Exemplos de caracterização Capítulo 14 Reações organometálicas e catálise 14.1 Reações envolvendo ganho ou perda de ligantes 14.1.1 Dissociação e substituição do ligante 14.1.2 Adição oxidativa e ativação da ligação C–H 14.1.3 Eliminação redutiva e acoplamento cruzado catalisado por Pd 14.1.4 Metátese da ligação σ 14.1.5 Aplicação de ligantes tipo pinça 14.2 Reações envolvendo modificação de ligantes 14.2.1 Inserção 14.2.2 Inserção de carbonila (migração de alquila) 14.2.3 Exemplos de inserções 1,2 14.2.4 Eliminação de hidreto 14.2.5 Abstração 14.3 Catalisadores organometálicos 14.3.1 Deuteração catalítica 14.3.2 Hidroformilação 14.3.3 Processo de ácido acético tipo Monsanto 14.3.4 Processo Wacker (Smidt) 14.3.5 Hidrogenação por catalisador de Wilkinson 14.3.6 Metátese da olefina 14.4 Catalisadores heterogêneos 14.4.1 Polimerizações de Ziegler-Natta 14.4.2 Reação água-gás Capítulo 15 Comparação entre o grupo dos elementos representativos e a química organometálica 15.1 O grupo dos elementos representativos em comparação com os complexos binários carbonila 15.2 A analogia isolobal 15.2.1 Extensões da analogia 15.2.2 Exemplos de aplicações da analogia 15.3 Ligações metal-metal 15.3.1 Múltiplas ligações metal-metal 15.4 Clusters compostos 15.4.1 Boranos 15.4.2 Heteroboranos 15.4.3 Metaloboranos e metalocarboranos 15.4.4 Clusters carbonila 15.4.5 Clusters carbono-centrados 15.4.6 Comentários adicionais sobre os clusters
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