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ODEL- odontologia, ética e legislação História da odontologia no brasil O início: Os primeiros relatos da odontologia no Brasil, foi na época do descobrimento. · Pessoas que chegaram com as caravelas; · Índios- pajé – “arte de curar”. Índios: · Foi observado que os índios possuíam bons dentes; · Bem implantados, poucas cáries; · Acentuada abrasão- mastigação de alimentos duros; · Tribo Kuikuru (MT)- preenchimento de cavidades dentárias com resina jatobá aquecida; · Relato de possível lavagem de boca, após a alimentação. Expedições colonizadoras: · Mestres de ofício; · Cirurgiões, sangradores e barbeiro; · Cirurgiões eram médicos gerais, que estavam ali pra cuidar da população. · Os sangradores faziam tratamento com a sangria, antigamente cortavam pessoas propositalmente, elas sangravam e eles acreditavam que essa troca de sangue era suficiente pra você ter uma saúde de volta e faziam extrações dentárias. · Os barbeiros eram responsáveis por cortar e pentear os cabelos, barbear, realizar curativos, operações cirúrgicas pouco importantes e extrações dentarias. · “curavam de cirurgia, sangravam e tiravam dentes”. · Os 3 realizavam procedimentos de odontologia (na época não era conhecida como odontologia, e não tinha uma definição da profissão). · Para eles se o dente doía era só remover, assim era realizado os procedimentos. Barbeiro ou sangrador: · Fortes, impiedosos, impassíveis e rápidos; · Ignorantes, baixo conceito; · Aprendiam atividade com alguém mais experiente. · Odontologia antigamente, era somente extrações dentárias; · Como que se extraia os dentes: utilizavam técnicas rudimentares, instrumental inadequado, falta de higiene, sem anestesia; · Recusa dos médicos e cirurgiões- risco de hemorragias e infecções (possibilidade de morte); · Barbeiros e sangradores agiam sem licença; · Tinha muita infecção cruzada (quando passa de um ser para o outro); · Os princípios de anestesia foram criados pela odontologia. Regulamentação da profissão: A carta régia (1629) e o regimento do ofício de cirurgião-mor (1631), foram os primeiros documentos a normatizar o exercício da arte dentária. Carta Régia (1629): · Citou pela primeira vez os barbeiros chegados no Brasil na época da criação das primeiras capitanias. Regimento do ofício de cirurgião-mor (1931): · O cirurgião-mor era já um profissional capacitado, ele tinha um pouco de estudo. · Era responsável por expedir licenças e fiscalizar. · Como se fossem os médicos da sociedade. Requisitos para obtenção da licença: · Comprovar que sangrara e exerceram atividade de barbeiro por 2 anos (esses dois anos são ilegais). · Banca examinadora - Cirurgião-mor (Portugal)- 600 réis. - 2 barbeiros (Brasil colônia) - 300 réis cada. *Multa de 2000 réis para quem tirasse dentes sem licença). Regimento ao cirurgião-substituto de Minas Gerais (1743). · Editado especificamente para o Brasil colônia- Representa os primórdios da legislação brasileira ligada à Odontologia; · Modificação na bancada examinadora: cirurgião-mor, suplente e 2 barbeiros- oito oitavos de ouro; · Comprovação de 2 anos de atividade. · Nessa época que surgiu o Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792): · Tiradentes- Mártir da Independência. · Patrono da Odontologia; · Aprendeu o ofício do padrinho (Sebastião Ferreira Leitão) - Cirurgião, especialista em extrair dentes e substituí-los por novos; · Grande habilidade como operador; · Esculpia coroas artificiais (osso de canela de boi ou marfim) para substituir dentes ausentes; · Não deixava seus pacientes sem dentes; · ‘’...tirava com efeito dentes com a mais sutil ligeireza e ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais”. · Utilizava como instrumentos: pelicanos, fórceps e cinzel, em madeira e metal, chaves de Garengeot. Próteses: · Não era comum ser utilizadas, alguns profissionais realizavam, os melhores profissionais que exerciam a arte dentariam na época realizavam. · Os dentes eram esculpidos em osso ou marfim amarrados com fios aos dentes remanescentes (fios e molas); · Muitos dentes infeccionavam, pois acumulava muitas bactérias, e alguns profissionais utilizavam ate mesmo o próprio dente que foi extraído pra fazer a prótese; · Não tinha tratamento de canais. As restaurações eram de chumbo sobre as polpas afetadas; · Costumava-se amarrar o paciente- não havia anestesia. · Esterilização precária- chama de lamparina, eram feitas na chama da lamparina. · Medicação pós extração- eram tratadas ervas medicinais. Atendimento fora do consultório: · Não se tinha clinicas na época, os atendimentos geralmente eram em barbearia, ou então era locais expostos para o publico, como se fosse uma atração; · Não se utilizavam luvas, só passaram a usar na década de 80. · As luvas passaram a ser utilizadas por conta da AIDS. · Ainda não era presente o termo “dentista”, durante muitos anos o responsável pela odontologia na época era os barbeiros, antigos sangrador. · “barbeiro: o que faz barba; (antigo) “sangrador”, cirurgião pouco instruído que sangrava, deitava ventosas, sarjas, punhas cáusticos e fazia operações cirúrgicas pouco importantes.” · Quando era algo importante, os médicos que realizavam. Real Junta do Protomedicato (1782): · Extinguiu o cargo de cirurgião-mor; · Ficou responsável pela concessão das cartas e licenças; · Formada por deputados, médicos e cirurgiões aprovados. · Fiscalização pela câmara. Plano de exames da real junta do protomedicato (1800): · Aparece pela primeira vez o vocábulo “dentistas”; · Exame para avaliação de conhecimentos parcial de anatomia, métodos operatórios e terapêuticos. Chegada da família real no Brasil (1808) · Brasil torna-se sede do reino; · Grande surto de progresso e desenvolvimento. Criação da escola de cirurgia na Bahia (1808): · José Correa Picanço- Cirurgião-mor da Real Junta do Protomedicato. · Cartas a 11 barbeiros negros de baixa classe social, forros e alguns escravos. · Presença dos negros na atividade não era bem vista pelos portugueses- arte de tirar dentes atividade pouco importante. · Pouco conhecimento e inabilidade dos “Tiradentes” - ocorriam frequentes traumatismos; · Inúmeras queixas- medidas para moralizar; Carta de barbeiro: · Não se poderia tirar dentes sem ser examinado; · Não se poderia sangrar sem ordem de medico ou cirurgião aprovado. · A carta de sangrador era análoga a carta de barbeiro. Transferência da corte portuguesa para o Rio de janeiro (1808): · Cirurgião-mor- licenciou profissionais da corte e estendeu a fiscalização para todo o reino; · Cartas semelhantes as dos barbeiros baianos; · Barbeiros eram escravos ou forros com pouco conhecimento- traumatismos e extrações de dentes próximos. Abolição da real junta do protomedicato (1809): · Atribuições voltaram para o físico-mor e o cirurgião-mor, com colaboração de seus delegados e subdelegados. · Físico-mor- Manoel Vieira da Silva- controle do exercício da medicina e da farmácia. · Cirurgião-mor- José Corrêa Picanço- controle da cirurgia, nos exercícios das funções realizadas pelos sangradores, dentistas e parteiras. Mestre Domingos: · Negro mestiço, barbeiro; · Atendia clientes em casa; · Dado a manobras intempestivas algumas vezes extraia, também, o dente vizinho, mas cobrava apenas um; · Sugeria às crianças que atirassem o dente extraído no telhado, dizendo antes por três vezes: “Mourão, toma teu dente podre e da cá o meu são”. Primeira Carta de Dentista (1811): · Direito a apenas “tirar dentes” - não fazia alusão a cirurgias ou próteses; · Dentistas tinham conhecimentos rudimentares, sem escolas, sem cursos. Não era necessário saber ler para conseguir a carta. Primeira carta de Dentista mais evoluído (1820) - Eugênio Frederico Guertin: · Faculdade de odontologia de paris; · Permissão para extrair dentes, praticar todas as operações, fazer curativos, etc.; · Publicou “avisos tendentes à conservação dos dentes e sua substituição- primeira odontologia no Brasil; · Instalava coroas metálicas, obturava dentes com ouro ou chumbo, fazialimpeza e extraía dentes; · Atingiu elevado conceito, atendia a nobreza. Primeira carta de dentista após a independência (1824): · Gregório Raphael da Silva. Extinção dos cargos de físico-mor e cirurgião-mor (1828) · Objetivo: descentralizar a concessão das licenças- câmaras municipais e justiças ordinárias; · Faltavam profissionais capacitados a examinar os candidatos. · Raros trabalhos artísticos sobre odontologia. · “Boutique de Barbier” - Jean Baptiste Debret (1821). Chegada de dentistas franceses e americanos: · Contribuiu para o desenvolvimento da profissão. Clintin Van Tuyl: · Primeiro a usar clorofórmio para anestesia; · Casos excepcionais; · “guia dos dentes sãos” (1849). Whittemore: · Dentista da corte imperial; · “uma porção de clorofórmio puro para tirar dentes sem dor” (1850). Junta de Higiene Pública (1850): · Ações saneadoras e regularização de profissionais formados em universidades estrangeiras; · Dentista deveriam apresentar as cartas de licença à junta (decreto nº 828- 1851). Exame nas faculdades de medicina da BA ou RJ para candidatos a dentista (decreto nº 1.754- 1856): · Parte pratica: extração de dente de cadáver; · Parte teórica: - Anatomia, fisiologia, patologia e anomalias dos dentes; - Gengivas e arcadas alveolares; - Higiene e terapêutica dos dentes; - Instrumentos que compõem o arsenal cirúrgico do dentista; - Meios de confeccionar as pecas da prótese e ortopedia dentaria. Primeira revista odontológica (1869): · Arte Dentária- João Borges Diniz. O ensino da Odontologia: · Criação de cursos de cirurgia dentaria (1879) - anexos às faculdades de medicina. Regulamento para exames nas faculdades de medicina (1881): · Exames para habilitação dos CDs · Anatomia, histologia e higiene, em suas aplicações à arte dentária; · Operações e próteses dentárias. Vicente Cândido Figueira de Sabóia: · Assumiu a Faculdade de medicina (1880); · Atualizou material e cientificamente o ensino; · Instalou os laboratórios com aparelhos e instrumentos dos EUA- cirurgia e próteses dentárias. Thomas Gomes dos Santos Filho: · Aprovado em concurso para preparador (1883). Criação do curso de odontologia (1884) decreto nº 9.311: · Odontologia curso em anexo às faculdades de medicina (BA E RJ). · 25 de outubro de 1884- Dia do dentista.
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