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A Bioética na Psicologia da Saúde

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UNIFACC: Universidade Católica de Cuiabá.
Curso: Psicologia 3º semestre 
Disciplina: Deontologia
Professor: Marcelo Campos
Alunas: Edilene Macedo dos Santos 
 Welma Saldanha de Souza
Analise do artigo: A bioética nas intervenções em Psicologia da saúde
 A sociedade vai mudando, com o tempo e novas descobertas, abre-se então espaço para novas tecnologias de pesquisas e estudos, com isso mudou-se também a relação entre saúde e doenças.
Surge então a Bioética para ajudar os estudos da ética, ela trouxe uma integração entre as Ciências Naturais e as Ciências Humanas, mas não ficou apenas nessa área seu foco foi na saúde, dando paramento para o profissional e paciente dentro de um principio ético. Ela ainda dá subsídios para os desenvolvimentos das pesquisas com seres humanos e animais.
A bioética esta ancorada em quatro princípios básicos que são: Beneficência, Não Maleficências, autonomia e Justiça. Como diz:
A beneficência é entendida como sendo a oferta da melhor assistência ao paciente, como prevenir, remover ou evitar o malefício. Avaliam-se vantagens, custos, riscos e benefícios. Já o princípio de não maleficência salienta que os atos diagnósticos ou terapêuticos devem, além de não causar, evitar o dano em maior medida. O princípio da autonomia refere-se ao respeito ao direito da pessoa quanto à capacidade de decidir livremente sobre o consentimento ou a recusa de tratamento. Esse princípio pressupõe a capacidade de entendimento do outro e de comunicação do profissional. Já o princípio da justiça refere-se ao fato da população assistida não adquirir riscos desproporcionais, sendo a assistência também direito desta.
De acordo com o artigo os aspectos éticos são a escuta e a responsabilidade, sempre buscando pela escuta ativa.
A psicologia da saúde já direciona para a qualidade de vida do ser humano, busca valorizar os princípios éticos a todo tempo. Com o objetivo de atuar em todas as esferas do ser humano, ou seja, no aspecto físico, mental e social. Após o surgimento da Psicologia da saúde, os psicólogos carecem de um novo modo de intervenções e atuação, buscando o bem estar e a saúde dos seus pacientes. 
O texto trás informações sobre a atuação dos psicólogos na assistência a saúde, que foi uma ampliação do campo de trabalho do psicólogo, ele vem fazendo um viés da atuação em saúde com a ética amparada com a bioética, indicando como é complexo essa área de atuação, necessitando estar ancorado com a Bioética para não cometer enganos , ou deixar negligenciar algumas situações , pois o profissional vai lhe dar com , nascimento , doenças, morte e outra situações de dor e desconforto.
Por isso a necessidade de estar sempre ancorado pela ética e buscar os conhecimentos necessários para esse modelo de atuação, tão importante e necessário na Psicologia.
Neste momento passaremos para o nosso estudo de caso, conforme solicitação no enunciado do trabalho.
Relato do Estudo de caso
MPF, 38 anos, casado, natural de Cabrobó - CE, residente em Recanto das Emas - DF. Admitido no SPA do HUB com quadro de dor em hipocôndrio esquerdo e cefaleia frontal há 13 dias. Posteriormente, associou-se febre com calafrios e em um dia antes da internação, apresentou epistaxe volumosa necessitando de tamponamento nasal, além de dor em 1/3 superior do hemotórax esquerdo, ventilatório-dependente. Ao exame físico apresentava-se lúcido, orientado, hipocorado, taquicardíaco, porém hemodinamicamente estável, levemente dispneico, ansioso. Os exames laboratoriais foram compatíveis com o diagnóstico de leucemia aguda. Foi ainda solicitada transfusão de sangue total e concentrado de plaquetas. Logo à admissão ao hospital, o paciente comunicou à equipe médica que era Testemunha de Jeová e, por isso, recusava-se terminantemente a receber tratamento com sangue ou derivados, referindo que "preferia morrer a receber o sangue, se isso era a vontade de Deus", apresentando, inclusive, documento de identificação como pertencente à referida religião. Sua posição foi apoiada por sua esposa, que também pertencia à mesma religião Os demais familiares do paciente (sua mãe e irmãos), ao indagarem sobre a situação, posicionaram-se contrariamente ao paciente e sua esposa quanto à realização da hemotransfusão, tentando exaustivamente convencer o mesmo a submeter-se ao tratamento indicado, sem sucesso. Após algumas horas no hospital, o paciente passou a apresentar piora da dispneia e otorragia, porém mantendo-se lúcido. Os familiares do paciente (sua mãe e irmãos) resolveram recorrer à Justiça e conseguiram um despacho judicial autorizando o hospital a realizar a hemotransfusão e quaisquer outros procedimentos que julgasse necessários, sob o risco de ser considerado negligente. Por sua vez, o hospital também solicitou liminar judicial autorizando a realização dos procedimentos, após consulta ao CRM-DF. Cerca de 24 horas após a admissão, o paciente foi submetido à transfusão de plaquetas e sangue, sob efeito de sedativos. Foi realizado mielograma para definição diagnóstica e, após alguns dias, iniciada quimioterapia. A despeito das hemotransfusões realizadas, houve piora do quadro e o paciente evoluiu para óbito um dia após o início da quimioterapia.
Em conversa entre os membros do grupo, ficamos muitas dúvidas em relação esse relato de caso como:
Será que podemos ir contra uma decisão de uma pessoa adulta e de direitos assegurados?
Se a Constituição Federal nos assegura o direito à liberdade religiosa, como interferir em uma atitude que é mais espiritual do que de saúde?
O que a Bioética diz a respeito dessa situação?
Como levar um caso para ser julgado por magistrados, se têm uma constituição e um código de ética que nos dão subsidio para nossas ações?
Diante de tantas dúvidas, voltamos para as recomendações do professor, pautem no código de ética e na Bioética.
A Bioética nos dá alguns princípios básicos, pautamos neles para fazer nosso estudo do caso no artigo lido os autores declaram que o principio da autonomia dar plenos direitos ao paciente de submeter ou não a um tratamento. ”O princípio da autonomia refere-se ao respeito ao direito da pessoa quanto à capacidade de decidir livremente sobre o consentimento ou a recusa de tratamento.” (CALVETTI, 2018, p. 116). Diante disso acreditamos que o hospital onde o paciente do estudo de caso foi atendido, deveria apenas, fazer uma declaração contendo a vontade do paciente e pedir que ele assinasse, registrando sua vontade, respeitando a sua religiosidade, e não ferindo um direito assegurado as pessoas. 
Alguns argumentam que ao realizar uma transfusão de sangue forçada o médico estaria atuando no interesse da sociedade, pois a preservação da vida seria um bem jurídico superior. 
Esses valores não podem ser desconsiderados ou minimizados por outrem, em particular pelos profissionais de saúde, a despeito dos melhores e mais sinceros interesses destes. Além disso os valores religiosos podem ser uma força positiva para o conforto e a recuperação do paciente se ele estiver seguro de que os mesmos serão respeitados.
O princípio da Beneficência é aquele que inspira o médico a direcionar sua atividade e intervenção sempre em benefício do seu paciente. Está expresso no Juramento de Hipócrates (médico grego): Usarei o tratamento para ajudar os doentes, de acordo com minha habilidade e julgamento e nunca o utilizarei para prejudicá-los.
entretanto, surge uma questão interessante: ao analisarmos o juramento hipocrático parece que este disponibiliza ao médico o direito de utilizar-se dos meios que ele acha ser o mais benéfico independente da concepção do paciente, pois diz que usarei o tratamento... de acordo com minha habilidade e julgamento. Assim sendo, será que há um conflito entre o Princípio da Beneficência e o Princípio da Autonomia (bem como do Consentimento Informado)?
Com o aparecimento do pensamento bioético, o entendimento do papel do médico e dos demais profissionais de saúde se viu modificado... É necessário saber o que é bom, qual o bem que o paciente considera para si.Se... não aceita a transfusão de sangue, esta não poderia ser realizada. Do seu ponto de vista, este seria o maior bem para o paciente"
Uma visão moderna do Princípio da Beneficência, notamos que o médico deve "fazer o bem" sob a óptica do paciente, o qual é o destinatário da intervenção médica.
O professor Marco Segre chama à atenção de que o termo "saúde", para a Organização Mundial de Saúde, não se refere apenas à ausência de doença, mas também o bem estar do indivíduo no aspecto mental e social, incluindo a não violação de seus valores éticos – culturais. 
O Código de Ética Médica, no seu artigo 46, diz ser vedado ao médico efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente, ou de seu responsável legal, salvo em iminente perigo de vida. Na realidade, a parte final deste artigo é um resquício da visão hipocrática da Beneficência e entra em choque com os princípios bioéticos da Autonomia e do Consentimento Informado.
Portanto, ao abordar a parte final do artigo 46 do Código de Ética Médica, o professor Marcos Segre, deixou claro:
... Não deve ser interpretada como recomendação ao médico para que intervenha sobre o paciente, contrariamente a sua vontade, conforme muitos querem crer... Poderá o médico intervir por sua própria vontade, quando ele não veja outro meio de salvaguardar a vida de seu paciente, não se podendo, entretanto, ver nessa ‘exceção’ uma recomendação ou obrigação a ser seguida. (Negrito Acrescentado). 
No mesmo sentido, o Jornal do Cremesp diz que a interpretação deste artigo é, entretanto, no sentido de poder o médico agir nessas ocasiões, contrariamente a vontade do paciente, e não de dever (obrigatoriedade). [37] (Negrito Acrescentado).
É importante ressaltar que o Código de Ética Médica não pode se sobrepor às liberdades públicas e clássicas garantidas aos cidadãos na Constituição.
Portanto, diante desta evolução principiológica, concluímos que médicos e pacientes devem num espírito de cooperação buscar soluções e alternativas que "façam o bem", ou seja, não viole a consciência da pessoa humana sob quaisquer circunstâncias. Do que adiantaria obter um resultado físico mediante o aniquilamento dos valores mais íntimos do indivíduo? Não seria mais razoável buscar meios que curam a enfermidade física do paciente sem ferir- lhe psicologicamente?
O "Princípio da Justiça" consiste em promover, dento do possível, um igualitário acesso dos cidadãos aos bens da vida.
Desta forma, justiça envolve respeitar as diferenças existentes na comunidade, e ao invés de discriminá-las ou segregá-las, deve-se buscar meios de compreendê-las e satisfazê-las. Este dever envolve as Testemunhas de Jeová, a classe médica e o Estado.
As Testemunhas de Jeová fazem a sua parte por buscar alternativas e trazê-las à atenção da classe médica.
A classe médica faz a sua parte por interessar-se por estas alternativas, estudando-as e ampliando o seu horizonte no exercício da medicina. Aliás, o Código de Ética Médica, no seu art.5º, diz que o médico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do seu paciente.
O Estado, por sua vez, faz a sua parte por ao invés de impor uma terapia ao cidadão, possibilitar o acesso às alternativas zelando pela saúde pública.
Diante dos fatos, concluímos que propiciar um sistema de saúde justo significa possibilitar a satisfação das necessidades dos cidadãos respeitando suas diferenças (as quais envolvem suas crenças e ideologias).
Bibliografia
KIPPER, Délio José, HOSSNE, William Saad. Caso clinico. 
A bioética nas intervenções em psicologia da saúde
Prisla Ucker Calvetti – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Jossiele Fighera – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Marisa Campio Muller – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2018.

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