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Gestão de empreendimentos aquícolas

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Escola Estadual de 
Educação Profissional - EEEP 
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
 
 
 
Curso Técnico em Aquicultura 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de 
empreendimentos aquícolas
 
Sumário 
1. Custos de produção............................................................................................................................................................ 3 
1.1 Custo total de produção ............................................................................................................................................. 4 
a. Custos fixos ............................................................................................................................................................... 4 
b. Custos variáveis ......................................................................................................................................................... 4 
1.2 Custo operacional de produção ................................................................................................................................. 5 
1.3 Determinação do custo de produção .......................................................................................................................... 5 
1.4 Indicadores de rentabilidade ...................................................................................................................................... 6 
2. Acompanhamento produtivo ............................................................................................................................................. 7 
2.1 Planilha de desenvolvimento zootécnico ................................................................................................................... 7 
3. Planejamento da produção ............................................................................................................................................... 11 
3.1 produção em viveiros .............................................................................................................................................. 12 
6.1.1 população inicial .................................................................................................................................................. 14 
3.1.2 área utilizada ........................................................................................................................................................ 14 
3.2 produção em tanques-rede ....................................................................................................................................... 15 
3.2.2 população inicial .................................................................................................................................................. 15 
3.2.3 quantidade de tanques-rede utilizados ................................................................................................................. 15 
3.3 separação por fases .................................................................................................................................................. 16 
3.4 expectativa do consumo de ração ............................................................................................................................ 21 
4 Aspectos legais da aquicultura ........................................................................................................................................ 22 
4.1 licenças exigidas ...................................................................................................................................................... 22 
4.2 Outorgas para uso da água ....................................................................................................................................... 25 
4.3 Legislação geral de peixes ornamentais .................................................................................................................. 27 
4.4 Legislação de meio ambiente .................................................................................................................................. 28 
4.5 Legislação Ambiental sobre Área de Preservação Permanente / APP .................................................................... 31 
4.6 Legislação de gestão do recurso água...................................................................................................................... 34 
4.7 Legislação de defesa e sanidade dos produtos pesqueiros ...................................................................................... 36 
4.8 Anotação de responsabilidade técnica ..................................................................................................................... 41 
 
3 
 
 
1. Custos de produção 
O custo de produção é um instrumento importante da administração que auxilia o empresário na 
comparação do desempenho de diferentes atividades bem como, na avaliação econômica das técnicas 
empregadas, permitindo o estabelecimento de padrões de eficiência para maiores rendimentos e menores 
custos. Ou seja, o conhecimento detalhado do custo de produção pode ser uma ferramenta importante para 
adequação da tecnologia de produção frente aos preços de mercado do produto (Scorvo Filho et al., 2004). 
O mercado está cada vez mais competitivo e a cada dia os consumidores estão exigindo preços mais 
baixos. Muitas vezes quem está determinando o preço dos produtos/serviços é o mercado e não somente o 
empresário. Dentro desse contexto de ampla concorrência, é fundamental saber se estamos “ganhando” 
dinheiro quando produzimos e vendemos um produto ou serviço. Se estivermos vendendo nossos produtos 
e serviços sem a obtenção de lucro, encontraremos dificuldades na continuidade dos negócios. E para não 
corrermos esse risco, precisamos conhecer o conceito de custos e despesas. 
CUSTOS são todos os gastos relacionados a um produto até deixá-lo em condições de vender. Ou seja: 
tudo aquilo que é utilizado para produzir um bem ou serviço ou adquirir um bem para ser vendido. Os 
custos não são calculados de maneira igual para qualquer ramo de atividade, por isso é fundamental você: 
Conhecer o ramo de atividade: indústria, comércio ou serviços. Identificar o que se “gasta” em cada ramo 
de atividade. 
Existem outros gastos como a energia elétrica da área de vendas ou os gastos com propaganda, por 
exemplo. Todos esses gastos que não estão relacionados diretamente com a produção ou a venda do 
produto/serviço serão chamados de DESPESAS. 
DESPESAS são todos os gastos que não estão relacionados diretamente com o produto/serviço, mas 
são necessários para atender a estrutura da sua empresa, ou seja, são gastos para “tocar a empresa adiante”. 
É importante você saber a diferença entre CUSTO e DESPESA. Enquanto CUSTO está diretamente 
ligado ao produto/serviço, a DESPESA não está diretamente ligada ao processo de produção ou a venda do 
produto ou o serviço. Vejamos alguns exemplos de custos e despesas: 
 
 
 
 
 
4 
 
1.1 Custo total de produção 
 
Tanto os custos como as despesas devem ser classificados como Fixos ou Variáveis. A principal 
justificativa para a separação entre Fixo e Variável é identificarmos todos os custos e despesas fixas 
para saber quanto iremos gastar mesmo que a empresa não tenha nenhuma venda. 
Essa é uma informação muito importante para a condução do seu negócio. Sabendo identificar 
os custos e despesas fixas, você terá condições de saber quanto à empresa gasta mesmo sem receber 
nenhum pagamento por um bem ou serviço produzido ou comercializado. 
a. Custos fixos 
 
Os custos e despesas FIXOS são aqueles que acontecem de forma independente ao volume de 
produção ou venda do produto/serviço. Isto é, eu tenho sempre o mesmo custo ou despesa, sem importar a 
quantidade vendida do produto ou serviço. 
Outra informação importante é saber a diferença entre Pró-Labore e Lucro. Pró-Labore correspondeà 
retirada do sócio pelo trabalho que prestou. Seria como se fosse um salário do proprietário. 
Podemos identificar o Pró-Labore como sendo uma Despesa Fixa. Já o Lucro é o resultado da operação 
da empresa e pode ter várias utilizações, como reinvestimento no próprio negócio, antecipação do pagamento de 
dívidas ou até mesmo distribuição aos sócios. 
b. Custos variáveis 
Os custos e despesas VARIÁVEIS são aqueles que sofrem alterações de acordo com o volume de 
produção ou venda do produto ou serviço. Isto é, eles aumentam à medida que a empresa produz ou vende 
mais produtos/serviços e diminuem quando a empresa produz ou vende menos. 
Figura 1 Custos fixos e variáveis para uma produção de tilápias em tanques redes: PRODUÇÃO 50.400kg 
 
 
5 
 
1.2 Custo operacional de produção 
 
A noção de custos de operacionais faz referência ao dinheiro que desembolsa uma empresa ou 
organização para o desenvolvimento das suas atividades. Os custos operacionais correspondem aos salários do 
pessoal, ao arrendamento, à compra de provisões, entre outros. 
Por outras palavras, os custos operacionais são as despesas destinadas a manter um ativo na sua condição 
existente ou a modifica-lo para que volte a estar em condições apropriadas de trabalho. 
Os custos operacionais podem dividir-se em custos administrativos (remunerações, serviços de 
escritório), financeiros (juros, emissão de cheques), custos não recuperáveis (custos tendo sido pagos 
definitivamente, não podendo ser reembolsados nem recuperados por outro meio) e despesas de representação 
(brindes, viagens, refeições, alojamento, etc.). 
Os custos operacionais também são conhecidos como custos indiretos, já que embora suponham gastos 
relacionados com o bom funcionamento do negócio, não são investimentos (como a compra de uma máquina, por 
exemplo). 
Relembremos que, no sentido econômico, um investimento é o capital aplicado com vista a obter lucros 
futuros. Implica abrir mão de um benefício imediato para ter frutos no futuro. 
Os custos operacionais, por sua vez, destinam-se ao funcionamento do negócio, pelo que não têm lugar na 
expectativa de renderem posteriormente, já que a sua função consiste em permitir a subsistência da atividade 
comercial (que se espera que seja rentável e proveitosa). 
Por exemplo: a compra de cinco computadores por parte de uma empresa é um investimento. No entanto, 
as despesas realizadas no quotidiano em tinteiros, papel e eletricidade fazem parte dos chamados custos 
operacionais. 
1.3 Determinação do custo de produção 
 
Na estrutura do Custo Operacional, não é remunerado todos os fatores de produção, só se consideram os 
gastos efetivamente ocorridos, ou seja, os gastos com insumos, mão ‐de ‐obra, manutenção, despesas 
administrativas, etc. 
MÃO‐DE‐OBRA: podem ser decorrentes de trabalhadores mensalistas (custo fixos da propriedade, 
porém variáveis para atividade), diaristas ou eventuais e familiares. No custo unitário deve‐se considerar, além do 
salário, os encargos com FGTS, 13° salário, salário, férias, férias, Deve‐se considerar os dias trabalhados e o 
tempo improdutivo (feriados (feriados, finais de semana, etc.)). Os encargos representam aproximadamente 43% 
 
6 
 
do salário do funcionário. 
Depreciação: perda de valor do bem que possui vida útil limitada. 
• MÉTODO LINEAR: D= Valor inicial – valor da sucata 
• CUSTOS MÉDIOS‐ é a relação entre os diferentes custos e a quantidade produzida (custo/ unid de 
produto) 
• Custo Total Médio (CTMe) 
CT
Q
 
• Custo Variável Médio (CVMe) = 
CTV
Q
 
• Custo Fixo Médio (CFMe) = 
CFT
Q
 
• Custo Operacional Total Médio (COTMe) = R$ 36.066,08 ÷ 10.565 Kg = R$3,41 Kg-1 
• Custo Operacional Efetivo Médio (COEMe) COEMe = R$ 31.123,67 ÷ 10.565 Kg = R$2,95 Kg-1 
1.4 Indicadores de rentabilidade 
 
Através da análise dos indicadores de rentabilidade, objetiva-se mensurar o retorno do capital investido e 
identificar os fatores da rentabilidade obtida pelos investimentos. Essa análise diz respeito aos processos 
produtivos, ou seja, a atividade operacional da empresa. 
A Rentabilidade é o resultado das operações da empresa em um determinado período em relação aos 
investimentos realizados. Envolve todos os elementos econômicos, operacionais e financeiros do 
empreendimento. 
Como a rentabilidade está diretamente relacionada ao resultado da empresa, inicia-se apurando as margens 
(Lucratividade) obtidas com a realização das atividades da empresa. 
• Lucratividade e margem: representam o lucro obtido em relação ao valor das vendas 
• Rentabilidade relaciona o lucro obtido com o investimento feito ou existente 
a. Receita bruta 
RB = Q*PV; onde: Q = quantidade produzida. PV = preço de venda 
RB = 10 .565 Kg * R$ 4 ,50 = R$47 .542 ,50 
 
7 
 
b. Lucro 
RL = RB ‐ COT; onde: COT = custo operacional. Deve remunerar a terra, o capital e o empresário. 
RL = R$47 .542 ,50 ‐ R$ 36 .066 ,08 = R $ 11 .476 ,42 
O sucesso de uma criação passa por diversos fatores, sem dúvida, alguma, a meta é o Lucro. Para sua efetiva 
utilização, basta que os responsáveis pela criação instituam uma forma de registro de todos os desembolsos, além 
do cálculo e incorporação dos valores de remuneração e depreciação, de forma a permitir a determinação do 
Custo de Produção mais confiável possível. 
 
2. Acompanhamento produtivo 
2.1 Planilha de desenvolvimento zootécnico 
 
Para um ótimo gerenciamento de empreendimentos aquícolas, principalmente, piscicultura e 
Carcinicultura são necessárias o controle das informações diárias da fazenda. As estratégias de produção 
hoje é o diferencial para o sucesso das empresas, desde o controle da entrada dos peixes (povoamento) até 
o momento da retirada (despesca). 
As informações diárias da fazenda como: mortalidade, quantidade de ração fornecida, 
classificações, parâmetros de qualidade de água, controle de saída de peixes e etc... Devem ser coletadas 
diariamente por empregados responsáveis, preferencialmente, dividido por setores de acordo com a área da 
fazenda. 
As informações coletadas diariamente, para um melhor gerenciamento, devem ser transferidas para 
planilhas ou programas com a finalidade de manter os dados atualizados e organizados, gerando também 
um histórico da fazenda que servirá de auxílio para decisões futuras. 
Além das informações técnicas que as planilhas e os programas armazenam, também pode ser 
 
8 
 
incluindo as informações de custos e receitas, consequentemente, o planejamento financeiro do 
empreendimento. 
Importante lembrar que para o sucesso do empreendimento é de grande importância o 
planejamento antes de começar as atividades propriamente dita. O planejamento de produção é uma fase 
essencial para indicar os possíveis índices de produção, bem como, definir as estratégias de povoamentos e 
despescas, realizar os orçamentos necessários para investimentos em infraestrutura e insumos necessários 
para o andamento da empresa e também definir questões de comercialização, logística, licenças ambientais 
e situação de mercado. 
a. Povoamento inicial 
O povoamento é o recebimento dos animais no empreendimento, e ele é definido com 
antecedência, tanto para o produtor dos alevinos preparar a quantidade de animais necessária como a 
fazenda, principalmente, produção em tanques redes, preparar as estruturas necessárias para o recebimento 
dos animais. 
A quantidade de animais necessários para o povoamento depende de quantas Kg ou toneladas que a 
fazenda deseja produzir mensalmente. Por exemplo, se o empreendimento deseja retirar 20.000 kg no final 
de um ciclo de 5 meses com um peso médio de 1,0 kg, a fazenda precisará povoar, pelo menos, 20.000 mil 
peixes, considerando uma sobrevivência de 100%. Normalmente é povoado mais animais que o 
necessário, considerando que em todo o cultivo existe mortalidade que gira em torno de 20 a 25%. 
Outro ponto importante é a origem dos alevinos ou PLs, que devem ser de boa qualidade e animaisde primeira linha. É necessário o acompanhamento dos técnicos em aquicultura nas fazendas de 
reprodução e laboratórios, para garantir que o produto que a empresa está adquirindo esteja de boa 
qualidade, boa sanidade, boa uniformidade e que o histórico desses animais seja de excelente crescimento, 
mostrando uma boa genética e uma boa aquisição pelo empreendimento. 
No momento do recebimento dos animais um procedimento é indispensável a ser feito que é a 
Aclimatação, que consiste em igualar os parâmetros de qualidade de água da caixa de transporte com a 
água do açude ou dos viveiros onde serão povoados esses animais. 
Esse procedimento evita o stress dos alevinos ou das pl’s e garante uma maior tranquilidade ao 
produtor no decorrer do cultivo, evitando o aparecimento de doenças relacionadas a vírus ou bactérias, que 
são oportunistas e em momentos de stress dos animais as ocorrências desses seres microscópicos 
aumentam significativamente. Após a aclimatação é feita a pesagem e contagem dos alevinos e posterior 
 
9 
 
povoamento dos berçários 
As caixas de transportes de peixes vivos são fabricadas em fibra de vidro, apresenta registro, 
isolamento térmico, tampa superior - inferior dispositivo antivazamento, sistema de quebra ondas, 
ferragem em aço inox, mangueira micro perfurada a laser, regulador de pressão: fluxômetro, manômetro e 
calha para descarga. Cada caixa com volume de 2.000 L transporta uma carga máxima de 1.000 kg de 
peixes. Um conjunto de duas caixas e 04 cilindros de oxigênio é acoplado ao lastro de um caminhão. 
b. Biometrias 
Após a aclimatação são tomadas três amostras de peixes, cada uma com 500 peixes. Cada amostra é 
pesada em balde com água e o peso obtido é então divido pelo número de peixes, para obtenção do peso 
médio dos peixes daquela amostra. Após ter a informação do peso médio dos alevinos, realiza-se a 
contagem nos tanques redes através das pesagens. 
Por exemplo, uma pesagem que contém 20 kg sendo 15 kg de água e 5 kg peixe, desconsidera o peso 
da água e considera a biomassa de peixes. Sendo assim, uma pesagem com 5 kg de peixe, considerando o 
Peso médio dos animais na hora do recebimento de 5,0 g, a quantidade de peixes nessa pesagem é de 1.000 
peixes. Divide a biomassa da amostra pelo o peso médio, no caso, 5 kg (5.000 g) / 5,0g = 1.000 peixes. 
c. Aferição dos parâmetros da qualidade de água 
Temperatura e oxigênio dissolvido. Devem ser monitorados diariamente em cada viveiro ou tanque de 
produção. Níveis máximos e mínimos de oxigênio dissolvido normalmente ocorrem, respectivamente, ao final da 
tarde e ao amanhecer em viveiros de baixa renovação de água. O monitoramento diário destes valores, ajudam a 
prever a ocorrência de níveis críticos de oxigênio dissolvido, possibilitando a aplicação de aeração de 
emergência. 
pH e amônia total. Medições semanais do pH e amônia devem ser feitas em viveiros e tanques com altos 
níveis de arraçoamento. Em tanques e viveiros de larvicultura estes parâmetros devem ser medidos duas vezes 
por semana, sempre ao final da tarde, horário em que os valores de pH mais elevados potenciam a ação tóxica da 
amônia. 
Alcalinidade e dureza total. Devem ser monitorados mensalmente, principalmente em viveiros com 
excessiva infiltração onde ocorre uma diluição dos efeitos da calagem devido à necessidade de reposição de água. 
Gás carbônico. Os níveis de gás carbônico devem ser monitorados semanalmente nos tanques e viveiros 
intensivamente arraçoados e sempre que houver uma prevalência de baixos níveis de oxigênio dissolvido. Os 
 
10 
 
níveis de gás carbônico são normalmente monitorados ao amanhecer, horário onde sua concentração é 
geralmente mais alta. Quando a concentração de oxigênio dissolvido é adequada, os peixes podem tolerar níveis 
de CO2 acima de 10 mg/l., valores comumente observados ao amanhecer em viveiros de alta produção. 
Concentrações de CO2 acima de 25mg/l. aliadas a uma baixa concentração de oxigênio dissolvido podem afetar 
sensivelmente o desempenho produtivo e, até mesmo, causar asfixia nos peixes. 
Nitrito. A concentração de nitrito na água deve ser monitorada em tanques e viveiros recebendo altos 
níveis de arraçoamento e que apresentem elevada concentração de amônia total e baixos níveis de oxigênio 
dissolvido mesmo com o uso de aeração de emergência. 
d. Arraçoamento diário 
Na fase de berçário a ração é parcelada em 4 refeições diárias e administrada nos horários de 
05h30min, 08h00min, 11h00min e 13h30min, em quantidades iguais por trato. Os alevinos de 1 a 3g são 
alimentados com ração com 45% PB; quando os alevinos atingem 5g a ração em pó passa a ser substituída 
gradativamente por ração extrusada com 40% de PB e 2,0 mm de diâmetro. A partir de 7 g, até 30 g de 
peso médio, passa a ser utilizada somente ração extrusada com 40% de PB e granulometria de 2,0 mm. A 
taxa alimentar é fornecida na base de 10,0 a 5,5% do peso vivo (p.v) por dia, de acordo com o tamanho 
dos peixes e é reajustada semanalmente.Nas fases de recria e crescimento a ração é parcelada em 3 
refeições diárias (06h00min, 09h30mim e 13h30mim). Na fase de recria para peixes com peso médio de 30 
e 50 g até 180 g é fornecida ração extrusada com 35% de PB e granulometria de 3,0 a 4,0mm. Para peixes 
a partir dos 180 g, até tamanho de venda para consumo (800 a 1000g) é administrada ração extrusada com 
32% de PB e granulometria de 6,0 a 8,0 mm. A taxa alimentar é fornecida na base de 4,5 a 2,0% do peso 
vivo do peixe por dia, de acordo com o tamanho dos peixes e é reajustada semanalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
A piscicultura possui um arraçoador para alimentar os peixes na fase de berçários e recria, e dois 
para a fase de crescimento. 
Considerando a classificação dos peixes de acordo com a fase de desenvolvimento e faixa de 
peso, o rendimento obtido para a população estocada em cada tanque-rede é conforme se segue: 
a) Fase de berçário: 60% - 50g, 40% - 30 g e 20% - abaixo de 30 g (15 a 20g); 
b) Fase de recria: 100% entre 150 e 180g 
c) Fase de crescimento: 75% na faixa de 800 a 1000g e 15% abaixo de 800g. 
e. Mortalidade 
Diariamente, no horário da manhã, os tanques-redes são vistoriados e se detectado peixes mortos esses 
são retirados. A operação de retirada de peixes mortos, normalmente é executa por dois funcionários. Um 
suspende a malha do tanque-rede e a deixa apoiada sobre a canoa, e outro retira os peixes mortos ou que 
estão debilitados e anota o número em planilha especifica para cada tanque-rede. 
Os peixes retirados do tanque-rede são também pesados, sendo o peso descontado do total daquele 
tanque, para efeito de cálculo de biomassa e ajustes da ração. Ao final de cada fase a soma de peixes 
mortos é realizada para determinar a taxa de mortalidade. Após o manejo de classificação é comum à 
morte dos animais devido ao stress, principalmente, no período chuvoso, onde as alterações na qualidade 
da água contribuem para exacerbar o efeito do estresse. 
Em termos de desempenho é esperado ganhos de peso variando de 0,25g até 11,05g/peixe/dia, de 
acordo com a fase de desenvolvimento, e conversão alimentar de 1,8: 1,0 para peixes iniciando com peso 
médio de 1,0 a 3,0g e terminando com peso médio de 800,0 a 1,0 kg. 
Na fase de berçário a taxa de sobrevivência média fica em torno de 75%, na fase de recria em torno de 
80% e na fase de crescimento a sobrevivência gira em torno de 90%. 
3. Planejamento da produção 
Os sistemas de produção utilizados no cultivo de tilápias são bastante diversificados em função: 1) da 
disponibilidade de recursos financeiros e insumos de produção; 2) do acesso e da viabilidade do emprego de 
tecnologia; 3) da disponibilidade de recursos hídricos; 4) da disponibilidade de área; 5) das condições climáticas 
prevalentes; 6) das particularidades do mercado consumidor; 7) das características intrínsecas de cada empresa; 
 
12 
 
entre outros fatores. Assim, os índices de produtividade,custos de produção e lucratividade são bastante distintos 
entre os diferentes sistemas de produção de tilápias. Por exemplo, biomassa entre 30 a 400kg de peixes/ha podem 
ser sustentadas em viveiros que não receberam qualquer aporte de nutrientes (ração ou fertilizantes). Viveiros nos 
quais os peixes são alimentados com ração, podem sustentar entre 4.000 a 40.000kg de peixe/ha, em função da 
qualidade da ração, uso ou não de aeração e intensidade de troca de água. Em outro extremo, 200kg de peixes/m3 
(extrapolando, seriam 2.000t de peixes/ha) são produtividades comuns em tanques de alto fluxo e tanques-rede de 
pequeno volume. 
3.1 produção em viveiros 
Independente dos sistemas de cultivo e das estratégias de produção adotadas, o conhecimento dos 
conceitos e a quantificação da capacidade de suporte, biomassa crítica e biomassa econômica, bem como dos 
índices de desempenho das espécies cultivadas, é fundamental para o adequado planejamento e otimização da 
produção. Na Figura 1 é representado, graficamente, os conceitos de Biomassa Crítica, Biomassa Econômica e 
Capacidade de Suporte. 
 
CAPACIDADE DE SUPORTE (CS). É a máxima biomassa de peixes capaz de ser sustentada em uma 
unidade de produção (viveiro, tanque-rede, raceway, etc). O crescimento dos peixes (ou da população de 
peixes) é zero no momento em que a capacidade de suporte foi atingida (Figura 1). Qualquer tentativa de 
superar este limite de biomassa sem incrementar a estratégia de cultivo pode resultar em perda parcial ou total 
da produção. A capacidade de suporte pode ser expressa em relação à área (kg/ha, kg/1.000m2 ou kg/m2) ou 
ao volume (kg/m3) da unidade de produção. A determinação da capacidade de suporte é feita com base nos 
resultados de cultivos anteriores ou pode ser estimada através dos dados de produção obtidos em outras 
pisciculturas ou mesmo obtidos em publicações técnicas. 
 
13 
 
BIOMASSA CRÍTICA (BC). Em algum momento do cultivo o crescimento diário dos peixes (ou da 
população de peixes) atinge um valor máximo, ou seja, o máximo ganho de peso possível por peixe (g/dia) ou 
por unidade de área (kg/ha/dia) ou volume (kg/m3/dia). Neste momento dizemos que a unidade de produção 
atingiu a sua biomassa crítica (Figura 1). A partir do ponto de biomassa crítica o crescimento dos peixes 
começa a ser cada vez mais reduzido até que o sistema atinja sua capacidade de suporte e os peixes parem de 
crescer. 
BIOMASSA ECONÔMICA (BE). A biomassa econômica corresponde a uma biomassa entre a 
capacidade de suporte e a biomassa crítica (Figura 1). A biomassa econômica representa o valor de biomassa 
onde há o maior lucro acumulado durante o cultivo (máximo lucro possível) e o ponto onde a despesca (parcial 
ou total) deve ser realizada. Avançar o cultivo além da biomassa econômica resulta em redução da receita 
líquida por área ou volume, ou seja, diminuição no lucro, além de gasto adicional de tempo com a ocupação 
desnecessária da unidade de produção. 
O ponto de biomassa econômica de uma unidade de produção depende, basicamente, do custo de 
produção e do valor de mercado do peixe produzido. Por hora vamos assumir que, em geral, a biomassa 
econômica gira em torno de 60 a 80% da capacidade de suporte. A capacidade de suporte dos sistemas de 
produção em tanques e viveiros com baixa renovação de água é determinada, em sua ordem, pelos seguintes 
fatores: (1). Quantidade de alimento disponível; (2). Qualidade do alimento; (3). Níveis críticos de oxigênio 
dissolvido; (4). Concentração de amônia e gás carbônico na água. Tilápias são reconhecidas pela grande 
habilidade em reduzir a carga orgânica nos viveiros, quer pelo eficiente consumo de plâncton, quer pelo 
consumo de outros resíduos orgânicos. Soma-se a isto sua grande capacidade em tolerar baixos níveis de 
oxigênio dissolvido. Isto explica a maior capacidades de suporte observada na produção de tilápias quando 
comparada a maioria dos peixes de respiração branquial. Na Tabela 2 são sumarizados os valores de 
capacidade de suporte observados em diferentes sistemas de produção de tilápia. Também é apresentada uma 
estimativa dos valores de biomassa econômica para estes mesmos sistemas. 
4. 
5. 
6. 
 
 
 
14 
 
6.1.1 população inicial 
No exemplo a seguir está o planejamento da produção de tilápias em viveiros com o uso de ração completa, 
aeração de emergência e baixa renovação de água. Estabelecemos a biomassa econômica ao redor de 8.500 kg/ha 
na Fase 3 (fase final) e 6.500 kg/ha nas Fases 1 e 2. Usamos a expectativa média desempenho (Tabela 4) e 
deixamos 10 dias extras para completar a despesca e realizar a estocagem dos viveiros nas Fases 1 e 2 (duração 
do ciclo= 50 dias + 10 dias = 60 dias) e mais 20 dias para a Fase 3 (duração do ciclo= 100 dias + 20 dias). A 
expectativa de sobrevivência é de 85%, 95% e 98% para as fases 1, 2 e 3, respectivamente. Assim, montamos a 
Tabela: 
3.1.2 área utilizada 
Para calcular a necessidade de área em cada fase é preciso conhecer a relação entre a área das mesmas. Na 
despesca da Fase 1, são capturados 22 peixes/m2. Isto é suficiente para estocar 2,9m2 (22/7,6) de viveiro da Fase 
2. Assim, a relação entre as áreas da Fase 1 e Fase 2 é de 1 para 2,9. A despesca da Fase 2 rende 7,2 peixes/m2, o 
suficiente para estocar 3,6m2 (7,2/2) de viveiros na Fase 3. No entanto, os viveiros da Fase 2 giram um ciclo de 
60 dias contra 120 dias na Fase 3. Assim, quando os viveiros da Fase 2 completarem mais um ciclo será 
necessário disponibilizar um segundo grupo de viveiros da Fase 3. Portanto, cada 1m2 da Fase 2 abastecerá 
7,2m2 (3,6 x 2) da Fase 3. Mantendo a relação entre as áreas das 3 fases teremos: Fase 1: 1,0m2; Fase 2: 2,9m2; e 
Fase 3: 21,0m2 (2,9m2 x 7,2m2). 
Agora podemos dividir a piscicultura em partes: 1 parte para a Fase 1; 2,9 partes para a Fase 2; e 21 partes 
para a Fase 3. A soma de todas as partes corresponde a 24,9 (100%). A Fase 1 ocupará 4% da área total 
(1x100/24,9); a Fase 2 ocupará aproximados 12% (2,9x100/24,9) e, a Fase 3 ocupará 84% da área total 
(21x100/24,9). Vamos supor que exista uma piscicultura já implantada com uma área total de viveiros de 40 
hectares. A área total de viveiros alocada para as Fases 1, 2 e 3 será 0,16ha (4% de 40ha), 4,8ha (12% de 40ha) e 
33,6ha (84% de 40ha). O potencial de produção de tilápias de 450g da piscicultura em questão pode ser calculado 
da seguinte maneira: · 
 
15 
 
• Os viveiros da Fase 3 permanecem ocupados 120 dias por safra, ou seja, podem produzir 3 safras por ano 
(365dias/120dias); · Se todos os 33,6 hectares destinados à Fase 3 forem utilizados, o potencial de 
produção anual será: 33,6 ha x 3 safras x 8,5t/ha/safra = 857 toneladas. 
No entanto, nem sempre todos os viveiros disponíveis se ajustam perfeitamente ao planejamento 
inicialmente realizado. O piscicultor ou o técnico deverá avaliar como os viveiros estão distribuídos dentro da 
propriedade e alocá-los às fases de cultivo que melhor convier, de forma a atender satisfatoriamente a logística de 
produção. 
Os viveiros também apresentam dimensões variadas, o que dificulta a alocação dos mesmos nas 
proporções ideais entre as fases de cultivo. Deste modo, nem sempre é possível aproveitar com 100% de 
eficiência a área de produção disponível. Outros fatores também contribuem com a diminuição da eficiência de 
uma piscicultura. Por exemplo, os atrasos na entrega de alevinos e na venda dos peixes terminados; mortalidades 
inusitadas de alevinos após o transporte; entre muitos outros. O piscicultor/ técnico deve estar atento e antecipar 
tais problemas, assegurando estoques reguladores de alevinos, antecipando compromissos de venda, entre outros 
cuidados. 
3.2 produção em tanques-rede 
3.2.2 população inicial 
Os limites de capacidade de suporte e os níveis de arraçoamento estabelecidos para cultivo em viveiros 
servem como referência para definir os limites de capacidade se suporte em represascom gaiolas. Por exemplo, 
um açude suporta 6.000kg de peixes/ha e um arraçoamento de até 60kg de ração/ha/dia quando os peixes são 
cultivados soltos. Se optarmos por gaiolas, A biomassa de todos os peixes confinados não deve exceder estes 
limites. Por segurança, a capacidade de suporte nos viveiros com gaiolas constuma ser mantida abaixo dos 
limites para peixes soltos. A vantagem do uso de gaiolas é a facilidade de colheita dos peixes. Para pequenos 
açudes e viveiros utilizados com gaiolas, a biomassa econômica deve ficar entre 2.500 a 3.500kg/ha quando a 
renovação de água for limitada. O arraçoamento é mantido entre 30 a 40kg/ha/dia. 
3.2.3 quantidade de tanques-rede utilizados 
A relação entre volumes e a porcentagem do volume de gaiolas destinadas a cada fase é calculada da mesma forma 
que no exemplo anterior. Portanto, a as Fases 1, 2 e 3 utilizarão 7, 11 e 82% das gaiolas, respectivamente. Com base nesta 
proporção vamos estabelecer um módulo de gaiolas como detalhado a seguir: 
• Fase 1: 7 gaiolas, equivalente a Biom. média de 7 x 4m3 x 53kg/m3 = 1.484kg; 
• Fase 2: 11 gaiolas, equivalente a Biom. média de 11 x 4m3 x 102kg/m3 = 4.488kg; 
 
16 
 
• Fase 3: 82 gaiolas, equivalente a Biom. média de 82 x 4m3 x 121kg/m3 = 39.688kg. 
A biomassa total do módulo é 45.660kg, o que representa 91% (0,91) das 50 toneladas estabelecidas como 
biomassa econômica para o açude. Assim, poderemos ter no açude: 
• Fase 1: 7 gaiolas / 0,91 = 8 gaiolas (8x4x53= 1.696kg); 
• Fase 2: 11 gaiolas / 0,91 = 12 gaiolas (12x4x102= 4.896kg); 
• Fase 3: 82 gaiolas / 0,91 = 90 gaiolas (90x4x121= 43.560kg). 
No total seriam 50.152kg de peixes estocados em um dado momento, o que está bem próximo da biomassa 
econômica proposta 
3.3 separação por fases 
 
Outra forma efetiva de aumentar a produtividade de uma piscicultura é 
conduzir a produção em fases. Veja nos quadros a seguir uma comparação de 
um plano de produção de tambaqui para uma piscicultura de 5 ha com uma única 
fase e com três fases de produção. 
Planos de produção de tambaqui em uma fase única ou em três fases. 
Observe que na mesma área de 5 hectares de viveiros é possível obter produção 
44% maior, adotando o sistema de 3 fases, comparado ao cultivo em fase única 
 
 
 
 
 
 
Antigamente era fato comum os piscicultores estocarem micro-alevinos em seus viveiros, por exemplo, 
10 a 15 mil peixes/ha, e conduzirem a engorda em um único ciclo. Com a amostragem dos peixes, imaginavam 
 
17 
 
possuir mais biomassa de peixes nos açudes do que realmente havia. Ao final de um ano, geralmente, os peixes já 
com peso de mercado estariam prontos para serem vendidos. O número de peixes estocado, multiplicado pelo 
peso médio obtido nas amostragens indicava 8, 10 ou 15 toneladas de peixe/ha nos açudes. Dois ou mais 
compradores eram contatados para a venda dos peixes e também para auxiliar na despesca. Invariavelmente, 
menos peixes eram colhidos, pois muitos alevinos morreram após o transporte ou foram predados ainda pequenos 
por insetos, aves, morcegos e outros tantos predadores comuns nas pisciculturas. Se esses produtores tivessem se 
baseado na quantidade de ração que forneceram durante o período, seriam capazes de estimar melhor a carga de 
peixes que tinham em seus açudes. Com uma única fase de produção, não é possível prever com precisão a 
biomassa de peixes nos viveiros, particularmente quando se estoca pequenos alevinos. Piscicultores que realizam 
uma única etapa de cultivo hoje geralmente estocam juvenis avançados para uma única etapa de engorda. Ainda 
assim, os produtores que estocam juvenis de 20 ou 30 gramas para produzir um peixe de 1 kg ou mais, 
certamente teriam benefícios adicionais fazendo pelo menos uma etapa intermediária até 100 ou 150 g antes da 
etapa final da engorda. 
A produção escalonada em duas ou mais fases demanda investimento adicional em equipamentos para 
colheita e transporte dos peixes, capacitação da equipe, estrutura especial para manejo dos peixes, mão de obra 
adicional para auxiliar nas despescas e transferências. No entanto, esse investimento é compensado com os 
ganhos em produtividade e a redução de custos, entre outros benefícios associados com a produção escalonada 
em fases. 
• Menor predação e, portanto, melhor aproveitamento dos alevinos – os alevinos são recebidos nos menores 
tanques da propriedade que podem ser recobertos com tela anti-pássaro, um investimento de retorno 
muito rápido. Na transferência dos peixes para as etapas seguintes, os juvenis de maior porte estarão 
menos susceptíveis à predação. Nos açudes e viveiros onde há risco de intensa predação por aves de 
maior porte, pode ser necessário estocar juvenis com 300 a 400 g para a última fase de engorda. 
• Possibilidade de manter estoques de juvenis para épocas de baixa oferta de alevinos – em diversas regiões 
do país pode haver redução da oferta de alevinos em determinados meses do ano. Os produtores devem se 
antecipar a isso, comprando alevinos a mais durante o período de safra (reprodução) para formar um 
estoque regulador de juvenis na piscicultura. Esse estoque deve ser suficiente para manter a estocagem 
dos viveiros de engorda nos períodos de entressafra de alevinos. Os alevinos usados para formar os 
juvenis da entressafra geralmente são estocados em viveiros protegidos da ação de predadores. Estes 
peixes são recriados rapidamente até 20 a 30 g ou 100g, dependendo do tamanho desejado para 
transferência. Atingido o tamanho próximo da transferência, os peixes devem ser alimentados de forma 
mais restrita, geralmente uma alimentação diária, com a ração bem distribuída por todo o viveiro, para 
 
18 
 
que todos os peixes tenham oportunidade de comer algo. Esse manejo é necessário para preservar a 
qualidade da água e evitar que os juvenis cresçam demasiadamente e a biomassa de peixes supere a 
capacidade de suporte do viveiro, impondo risco de perda do estoque. Os juvenis da entressafra são 
despescados e transferidos gradualmente para os viveiros das etapas seguintes de produção, conforme a 
necessidade. 
• Aumento da produção anual da propriedade – o uso mais eficiente da área de viveiros possibilita 
maximizar a produção. Isso dilui os custos fixos da piscicultura (salários e encargos, gerenciamento, 
manutenção de instalações, equipamentos e veículos, impostos, contabilidade, telefone, arrendamento, 
etc.), contribuindo para reduzir o custo de produção. E o adicional de produção aumenta o faturamento 
líquido do empresário / piscicultor. 
• Lotes de peixes de tamanho mais uniforme – durante as transferências de peixes de uma fase a outra é 
possível realizar classificações por tamanho. Dessa forma, diferentemente da produção em fase única, 
com a produção em fases é possível obter lotes de peixes de tamanho mais uniforme. Para isso, é preciso 
que estruturas e equipamentos especiais para classificação estejam disponíveis na propriedade. A equipe 
de funcionários também tem que ser capacitada para realizar os manejos de despesca, classificações e 
transferências de peixes com qualidade e segurança. 
• Melhor controle do estoque de peixes – como o produtor tem o controle da estocagem e uma maior 
certeza do número de peixes nos tanques, especialmente após ter transferido juvenis para as fases 
intermediária e final do cultivo, a estimativa do estoque de peixes na água fica mais confiável. Isso 
possibilita ao produtor assumir e cumprir os compromissos de venda, ganhando maior credibilidade com 
os compradores. 
• Uso mais eficiente do recurso hídrico – para peixes redondos, que são de fácil captura com rede, não se 
reproduzem nos viveiros e não são propensos ao canibalismo, o sistema de produção em fases, com 
despescas sem drenagem dos viveiros, possibilita uma redução considerável no uso de água por tonelada 
de peixe produzida. A não necessidade de esvaziar os viveiros para a colheita gera economia adicional no 
uso decalcário e fertilizantes. 
Viveiros adubados. A tilápia pode ser cultivada em viveiros adubados com fertilizantes inorgânicos, 
estercos animais e subprodutos vegetais. A calagem é utilizada para corrigir a acidez, a alcalinidade e a 
dureza da água sempre que necessário. A adubação promove a produção de alimento natural, notadamente o 
plâncton, eficientemente aproveitado pelas tilápias. A capacidade de suporte pode variar entre 1.000 a 3.700 
 
19 
 
kg/ha, em função da qualidade e da quantidade dos fertilizantes aplicados. A adubação execessiva 
compromete a qualidade da água, prejudicando o desenvolvimento e a sobrevivência dos peixes. 
Adubação e alimento suplementar. A substituição de parte dos fertilizantes por um alimento 
suplementar aumenta a oferta de alimento e reduz a carga orgânica nos viveiros, permitindo o aumento na 
capacidade de suporte. Uma mistura de farelos, restos de restaurantes e varejões, e até mesmo rações 
peletizadas de baixo custo são usados como alimento suplementar. No alimento natural os peixes obtém 
aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais que faltam no alimento suplementar. Apesar do menor impacto 
sobre a qualidade da água comparado ao uso exclusivo de adubos, os alimentos suplementares geralmente 
apresentam baixa estabilidade na água e reduzida digestibilidade, favorecendo um considerável acúmulo de 
nutrientes e resíduos nos viveiros. As fezes dos peixes e as sobras de alimento contribuem com o 
desenvolvimento do plâncton. O excesso de fitoplâncton e a degradação da matéria orgânica reduz o oxigênio 
na água, particularmente à noite. Assim, a capacidade de suporte é limitada entre 2.500 a 8.000kg/ha, 
dependendo da qualidade do alimento suplementar utilizado e da quantidade de adubos aplicada. 
Viveiros com baixa renovação de água e ração completa. O próximo passo para incremento da 
capaciade de suporte é o uso de rações completas (que reúnem todos os nutrientes exigidos pelos peixes). Isto 
diminui a depêndencia quanto ao alimento natural. No entanto, a tilápia ainda assim se beneficia do alimento 
natural disponível. Adubar os viveiros nas fases iniciais também traz benefícios às tilápias. A adubação é 
interrompia com o avanço do cultivo, pois as fezes e a excreção nitrogenada dos peixes são suficientes para 
manter uma adequada produção de plâncton e outros organismos. O excesso de material orgânico nos 
viveiros acelera a degradação da qualidade da água e prejudica o crescimento e a sobrevivência dos peixes. A 
capacidade de suporte de tilápias em viveiros com ração completa, baixa renovação de água e sem aeração 
varia entre 6.000 a 10.000kg/ha, sendo limitada pela concentração de oxigênio dissolvido, a qual diminui 
progressivamente com o aumento na quantidade diária de ração fornecida. Portanto, a capacidade de suporte 
é limitada pelo máximo arraçoamento que pode ser aplicado sem comprometer o oxigênio dissolvido na água. 
Em viveiros para tilápia isto gira em torno de 60 a 100kg de ração/ha/dia, dependendo da qualidade da ração 
utilizada. 
Aeração de viveiros e produção de tilápias. Em viveiros com baixa renovação e uso de ração completa, 
a aeração de emergência permite aumentar o arraçoamento para 120kg/ha/dia ou mais. No entanto, mais que 
120kg de ração/ha/dia pode elevar a concentração de amônia na água. Níveis tóxicos de amônia podem 
ocorrer ao final da tarde com o pH da água acima de 8,5. Embora a aeração segure o oxigênio dentro de 
valores aceitáveis, a amônia reduzirá o desempenho dos peixes. A capacidade de suporte é atingida entre 
10.000 a 20.000kg/ha, em função da qualidade da ração e da potência de aeração empregada. Em Honduras, 
Coddington e Green (1993) observaram melhoria de 18 a 21% no crescimento, 3 a 5% na sobrevivência e 21 
 
20 
 
a 25% na produção de tilápias em viveiros com aeração. Iniciar a aeração quando a concentração de oxigênio 
atingia 30% da saturação (ao redor de 2,4mg/litro) não melhorou o desempenho produtivo ou a sobrevivência 
da tilápia-do-Nilo, comparado ao início da aeração a 10% da saturação (ao redor de 0,8mg/litro). Para fins 
práticos, podemos esperar um incremento de 20 a até 60% na capacidade de suporte de tilápias com o uso de 
aeração de emergência. Deste ponto em diante, o incremento na capacidade de suporte depende da renovação 
de água. 
Viveiros com renovação de água e aeração. A renovação de água diminui a a carga orgânica e a 
concentração de amônia na água, o que permite aumentar o araçoamento e, portanto, a capacidade de suporte. 
Muitos sistemas com renovação parcial de água usam aeração, geralmente a partir do ponto de biomassa 
crítica. A capacidade de suporte pode chegar a 40.000kg/ha, em função da taxa de renovação de água, da 
existência ou não de aeração, da forma como a aeração é aplicada, entre muitos outros fatores. Em Israel, 
biomassa, de tilápia ao redor de 70.000kg/ha foram alcançadas em tanques com 3 trocas parciais de água por 
dia para remoção das fezes. 
Produção de tilápias em raceways. “Raceways” são tanques com alto fluxo de água, entre 1 a 20 trocas 
totais por hora (Figura 3). Os resíduos (fezes e sobras de rações) são arrastados com a corrente de água para 
fora do raceway. A capacidade de suporte para tilápias em raceways 60 a 200kg/m3, em função da renovação 
de água disponível e do uso ou não de aeração. O oxigênio dissolvido é o primeiro fator limitante da 
produção em raceways. Berman (1998) descreve o sistema de produção da Aqua Corporation International 
S.A., na Costa Rica. Cerca de 4.200 toneladas de tilápias de 900g são produzidas anualmente. As últimas 
duas fases de produção (50 a 300g e 300 a 900g) são feitas em raceways, com uma biomassa final ao redor de 
70kg/m2. 
Sistemas de recirculação de água. A recirculação é uma boa alternativa quando a água for limitada ou 
quando há necessidade de aquecimento da água. Há necessidade de instalar filtros mecânicos para remoção 
dos resíduos orgânicos e de filtros biológicos para transformar a amônia em nitrato (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Em geral, a capacidade de suporte no cultivo de tilápias com recirculação de água gira entre 20 a 60kg/m3. O risco 
de perdas de peixe por n falha instrumental ou por doenças aumenta nos sistemas de recirculação, exigindo do 
piscicultor uma atenção maior quanto aos pontos críticos do sistema. 
 
3.4 expectativa do consumo de ração 
Manejo alimentar na reversão sexual: A reversão sexual é aplicada em pós-larvas com 9 a 13mm. A ração 
com 30 a 60mg de metiltestosterona/kg deve ser fornecida em 5 a 6 refeições diárias. Durante uma refeição os 
peixes devem ser alimentados até serem saciados. Para tanto, é preciso que o tratador observe atentamente o 
consumo e a atividade dos peixes, evitando excessiva sobra de ração nas unidades de reversão. O uso de anéis de 
alimentação facilita o manejo alimentar em hapas e permite uma boa observação do consumo quando a reversão 
é realizada em unidades de maiores dimensões (hapas, tanques e viveiros). Os peixes devem receber rações com 
metiltestosterona por um período de 28 dias. Cerca de 600 a 800 gramas de ração são necessárias para 1.000 
alevinos de 4 a 5 cm produzidos. 
Manejo alimentar na recria (5 a 100g) em viveiros com plâncton.: enquanto a biomassa de tilápias em 
viveiros de recria com plâncton não ultrapassar 4.000 kg/ ha, rações com 24 e 28% de proteína, 2.600 a 2.800 
kcal de ED/kg e sem enriquecimento vitamínico e mineral podem ser utilizadas mantendo adequado crescimento 
e conversão alimentar. A taxa de alimentação deve ser ajustada entre 4 a 2% do peso vivo ao dia, do início ao 
final desta fase, sendo estas quantidades divididas em 2 refeições diárias. O uso de rações flutuantes permite 
melhor ajustar a quantidade de ração fornecida. Alimentar os peixes tudo o que eles podem consumir numa 
refeição maximiza o crescimento, o que é desejado nas fases iniciais. Porém, tal prática pode não ser a melhor 
estratégiado ponto de vista econômico, principalmente nas fases de engorda. Na Tabela 2 pode ser observado o 
efeito dos níveis de alimentação sobre o crescimento e a conversão de tilápia. Níveis de alimentação entre 4 a 2% 
do PV ao dia podem parecer, à princípio, insuficientes para peixes entre 5 a 100 gramas 
Manejo alimentar na recria (5 a 100g) em tanques-rede e raceways: a disponibilidade de alimento natural é 
limitada e os peixes estão submetidos a uma maior pressão de produção e estresse. Portanto, é recomendável que 
 
22 
 
as rações sejam mais concentradas em proteínas (36 a 40%), energia digestível (3.200 a 3600 kcal/kg) e recebam 
um enriquecimento mineral e vitamínico ainda maior, conforme sugerido na Tabela 1. Descuido com estes 
detalhes pode resultar em grandes perdas econômicas devido ao reduzido crescimento e conversão alimentar, aos 
distúrbios nutricionais e a uma maior susceptibilidade dos peixes às doenças. A taxa de alimentação diária deve 
ser ajustada para 6 a 3% do peso vivo ao dia, do início ao final desta fase. Esta quantidade de alimento deve ser 
dividida em 3 refeições. O consumo pode ser aferido periodicamente alimentando os peixes tudo o que eles 
puderem consumir durante dois ou três dias. Utilizando a média de consumo nestes dias, a taxa de alimentação 
deve ser ajustada para 80 a 90% deste valor. Quando o objetivo for máximo crescimento, mesmo em detrimento 
da conversão alimentar, os peixes devem ser alimentados à vontade. A conversão alimentar nesta fase deve girar 
entre 1,1 e 1,3. 
Manejo alimentar na engorda (100 a 600g) em viveiros com plâncton: durante a engorda em viveiros até 
aproximadamente 6.000 kg/ha, o piscicultor pode utilizar rações sem suplementação mineral e vitamínica, com 
24 a 28% de proteína e energia digestível de 2.600 a 2.800 kcal/kg. O nível de arraçoamento deve ficar entre 2 a 
1% do peso vivo ao dia, do início ao final desta fase, dividido em 2 refeições. O tempo necessário para que as 
tilápias alcancem 600g não deve ultrapassar 110 dias sob condições adequadas de temperatura. A conversão 
alimentar deve ficar entre 1,2 a 1,5. Se o objetivo é produzir mais do que 6.000 kg de tilápia/ha, a partir desta 
biomassa é recomendável o uso de uma ração suplementada com minerais e vitaminas e com maior concentração 
protéica (28 a 32%) e energética (2.800 a 3.000 kcal/kg). Deve se esperar uma piora nos índices de conversão 
alimentar (1,5 a 1,8) e uma redução na velocidade de crescimento, devido à diminuição no plâncton disponível e 
a progressiva redução na qualidade da água. 
Manejo alimentar na engorda (100 a 600g) em tanques-rede e raceways: Nestas condições devem ser usadas 
rações com 32 a 36% de proteína e 2.900 a 3.200 kcal ED/kg. O enriquecimento mineral e vitamínico deve ser 
dobrado. O arraçoamento diário varia de 3 a 1,5% do peso vivo, sendo dividido em 3 a 2 refeições do início ao 
fina desta fase. A expectativa de conversão alimentar é de 1,4 a 1,8. Sob condições adequadas de temperatura (28 
a 32°C), são necessários 120 a 130 dias para as tilápias alcançarem 600g. 
4 Aspectos legais da aquicultura 
4.1 licenças exigidas 
 
USO NÃO COMERCIAL 
1.1. PARA EMPREENDIMENTOS DE PISCICULTURA, COM ÁREA ATÉ 10.000 m2, DE USO 
NÃO COMERCIAL, INCLUINDO LAZER E PAISAGISMO, ESTÃO DISPENSADOS DO 
LICENCIAMENTO: DISPENSA DE LICENÇA AMBIENTAL ESTADUAL. 
 
23 
 
EMPREENDIMENTOS NOVOS COM FINALIDADE COMERCIAL: 
MODALIDADE I - Até 5 (cinco) ha de lâmina d’água por propriedade e produtividade inferior a 10.000 
(dez mil) kg/ha/ano. 
LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA 
MODALIDADE II - Área de 5,1 (cinco vírgula um) ha até 10 (dez) ha de lâmina d’água por 
propriedade, e produtividade superior a 10.000 (dez mil) kg/há/ano. MODALIDADE III - Área 
superior a 10 (dez) ha de lâmina d’água por propriedade, e ainda para a produção de peixes em viveiros 
com qualquer área e produtividade superior a 10.000 (dez mil) kg/ha/ano, deverão efetuar o requerimento 
para a obtenção da Licença de Operação. 
• LICENÇA PRÉVIA. 
RELAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA LP DE PISCICULTURA 
1. Requerimento de Licenciamento Ambiental – RLA; 
2. Cadastro de Empreendimentos de AQUICULTURA - CEA; 
3. Cadastro de Usuário Ambiental – caso o requerente ainda não seja cadastrado no IAP apresentar fotocópia da Carteira 
de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoa Física (CPF), se pessoa física; ou Contrato Social ou Ato Constitutivo, se 
pessoa jurídica e demais documentos exigidos para o cadastro; 
4. Outorga de Uso da Água; 
5. Apresentação de um croqui do polígono onde se pretende instalar o empreendimento com no mínimo 4 
(quatro) pontos de coordenadas geográficas (UTM); 
6. No caso de Pequeno Produtor Rural ou morador de populações tradicionais tem que ser caracterizado como 
tal através de documento expedido pela EMATER, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, FETAEP – 
Caracterização de Pequeno Produtor Rural ou a Declaração de Aptidão ao PRONAF acompanhado de 
extrato do MDA. Como resposta, o IAP expede o documento Declaração de Pequeno Produtor Rural. 
7. Comprovante de pagamento da taxa ambiental, de acordo com as tabelas e normas estabelecidas; 
8. Apresentação de cópia original da súmula de publicação no Diário Oficial e Jornal Local do pedido da LP, 
conforme modelo aprovado pelo CONAMA 06/86; 
http://www.ambienteduran.eng.br/system/files/publicador/FORMULARIOS/RLA.rtf
http://www.ambienteduran.eng.br/system/files/publicador/FORMULARIOS/CADASTRO_DE_AQUICULTURA.rtf
http://www.ambienteduran.eng.br/system/files/publicador/FORMULARIOS/MODELOS%20DE%20S%C3%9AMULAS%20%20DE%20PUBLICA%C3%87%C3%83O%20DE%20LICEN%C3%87AS.rtf
 
24 
 
9. Poderá o órgão ambiental competente solicitar, quando julgado necessário, documentação complementar, 
conforme estabelecido em normativas específicas; 
PARA O CASO DE PEQUENO PRODUTOR RURAL, FICA DISPENSADO DE APRESENTAR O 
DOCUMENTO DO ITEM 7. 
• LICENÇA DE INSTALAÇÃO. 
RELAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA LI DE PISCICULTURA 
1. Requerimento de Licenciamento Ambiental – RLA; 
2. Formulário Projeto Simplificado para empreendimentos de PISCICULTURA; 
3. Apresentação da Carteira de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoa Física (CPF), se pessoa física; ou 
Contrato Social ou Ato Constitutivo, se pessoa jurídica; 
4. Projeto detalhado do empreendimento com os devidos dimensionamentos e tratamentos ambientais a serem 
implementados visando resguardar a qualidade das águas e os aspectos ambientais da propriedade, em 
atendimento à Resolução Conjunta 02/08; 
5. Comprovante de pagamento da taxa ambiental, de acordo com as tabelas e normas estabelecidas; 
6. Mapa de uso atual do solo georreferenciado, assinalando os remanescentes florestais, áreas de preservação 
permanente, reserva legal, reflorestamentos, hidrografia, estradas, e o local objeto da solicitação (também 
georreferenciado) devidamente identificado no mapa para a composição do SISLEG. Pequeno Produtor Rural 
apresentar o croqui; 
7. Anotação de Responsabilidade Técnica – ART de profissional habilitado, pela elaboração do mapa de uso atual 
do solo georreferenciado, quando for o caso; 
8. Apresentação de cópia original da súmula de publicação no Diário Oficial e Jornal Local do recebimento da 
LP, conforme modelo aprovado pelo CONAMA 06/86; 
9. Apresentação de cópia original da súmula de publicação no Diário Oficial e Jornal Local do pedido da LI, 
conforme modelo aprovado pelo CONAMA 06/86; 
10. Poderá o órgão ambiental competente solicitar, quando julgado necessário, documentação complementar, 
conforme estabelecido em normativas específicas; 
http://www.ambienteduran.eng.br/system/files/publicador/FORMULARIOS/RLA.rtf
http://www.ambienteduran.eng.br/system/files/publicador/FORMULARIOS/PROJETO_SIMPLIFICADO_DE_PISCICULTURA_PEQUENO_PORTE.rtf
http://www.ambienteduran.eng.br/system/files/publicador/FORMULARIOS/MODELOS%20DE%20S%C3%9AMULAS%20%20DE%20PUBLICA%C3%87%C3%83O%20DE%20LICEN%C3%87AS.rtf
 
25 
 
PARA O CASO DE PEQUENOPRODUTOR RURAL, FICA DISPENSADO DE APRESENTAR OS 
DOCUMENTOS DOS ITENS 5 e 7. 
4.2 Outorgas para uso da água 
A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos seis instrumentos da Política Nacional de 
Recursos Hídricos, estabelecidos no inciso III, do art. 5º da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. 
Esse instrumento tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o 
efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos. 
De acordo com o inciso IV, do art. 4º da Lei Federal nº 9.984, de 17 de junho de 2000, compete à 
Agência Nacional de Águas - ANA outorgar, por intermédio de autorização, o direito de uso de recursos 
hídricos em corpos de água de domínio da União, bem como emitir outorga preventiva. Também é 
competência da ANA a emissão da reserva de disponibilidade hídrica para fins de aproveitamentos 
hidrelétricos e sua consequente conversão em outorga de direito de uso de recursos hídricos. 
Em cumprimento ao art. 8º da Lei 9.984/00, a ANA dá publicidade aos pedidos de outorga de 
direito de uso de recursos hídricos e às respectivas autorizações, mediante publicação sistemática das 
solicitações nos Diários Oficiais da União e do respectivo Estado e da publicação dos extratos das 
Resoluções de Outorga (autorizações) no Diário Oficial da União. 
De acordo com o Art. 6º da Resolução 707/2004, não são objeto de outorga de direito de uso de 
recursos hídricos, mas obrigatoriamente de cadastro no CNARH: 
I - Serviços de limpeza e conservação de margens, incluindo dragagem, desde que não alterem o regime, a 
quantidade ou qualidade da água existente no corpo d’água; 
II - Obras de travessia de corpos de água que não interferem na quantidade, qualidade ou regime das 
águas, cujo cadastramento deve ser acompanhado de atestado da Capitania dos Portos quanto aos 
aspectos de compatibilidade com a navegação; 
III - Usos com vazões de captação máximas instantâneas inferiores a 1,0 L/s, quando não houver 
deliberação diferente do CNRH. 
Em atendimento à Resolução CONAMA n° 413/2009, que dispõe sobre o licenciamento 
ambiental da aquicultura, a Agência Nacional de Águas está disponibilizando uma tabela com a relação 
dos reservatórios de domínio federal e a respectiva informação de que possuem ou não capacidade de 
suporte para essa atividade. Essa medida visa permitir a operacionalização da triagem dos pedidos pelos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9984.htm
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=608
 
26 
 
órgãos de Meio Ambiente. 
A Resolução CONAMA n° 413/2009 institui que o pedido de licença ambiental poderá ser 
enquadrado no processo simplificado de acordo com a capacidade de suporte do corpo de água, 
conforme transcrito: "enquadramento na capacidade de suporte do corpo hídrico para fins de 
aquicultura, de acordo com definição fornecida pelo órgão responsável pela outorga de direito de uso 
de recursos hídricos." 
Art. 11. O órgão ambiental licenciador deverá exigir, no âmbito do processo de licenciamento 
ambiental, os seguintes documentos expedidos pelo órgão gestor de recursos hídricos, quando couber: 
 I - Manifestação prévia, na fase da licença ambiental prévia. 
II - Outorga de direito de uso de recursos hídricos, na fase da licença ambiental de operação ou no 
licenciamento ambiental em etapa única. 
Parágrafo único. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser exigida na fase de 
licença ambiental de instalação, se houver a utilização de água nessa fase. 
Art. 14. A atividade de aquicultura somente será permitida quando houver a utilização de 
espécies autóctones ou nativas, ou, no caso de espécies alóctones ou exóticas, quando constar de ato 
normativo federal específico que autorize a sua utilização. 
Art. 15. O uso de formas jovens na aquicultura somente será permitido: I - quando fornecidas 
por laboratórios registrados junto ao órgão federal no que compete à sanidade e devidamente 
licenciados pelo órgão ambiental competente; II - quando extraídas de ambiente natural e autorizado na 
forma estabelecida na legislação pertinente; III - quando se tratar de moluscos bivalves obtidos por 
meio de fixação natural em coletores artificiais, devidamente autorizados pelos órgãos competentes. 
§ 1° A hipótese prevista no inciso II somente será permitida quando se tratar de moluscos 
bivalves, algas macrófitas ou, quando excepcionalmente autorizados pelo órgão ambiental competente, 
de outros organismos. § 2o O aquicultor é responsável pela comprovação da origem das formas jovens 
introduzidas nos cultivos. § 3o Nos casos de organismos provenientes de fora das fronteiras nacionais 
deverá ser observada a legislação específica, não sendo exigido licenciamento ambiental do laboratório 
de origem. 
A gestão de uma pescaria, segundo conceito da Organização das Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação - FAO (1997), é o processo integrado de agrupamento de informações, 
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=608
 
27 
 
análises, planejamento, consulta tomada de decisões, alocação de recursos e implementação das 
regulamentações ou normas que governam as atividades pesqueiras, de modo a assegurar a 
sustentabilidade do uso dos recursos e o alcance de outros objetivos das pescarias. 
4.3 Legislação geral de peixes ornamentais 
 
Até dezembro de 1989, não havia regulamentação específica à pesca de peixes ornamentais, sendo 
permitida a exploração desse recurso sem qualquer controle. Com a criação do IBAMA, percebe-se que há 
um ordenamento da atividade, por meio de regulamentações para promover a gestão do uso sobre esses 
recursos pelo Departamento de Pesca e Aquicultura - DEPAQ. 
Após uma série de mudanças políticas na Estrutura regimental do IBAMA ao longo dos últimos anos, 
atualmente a gestão do uso de organismos aquáticos com finalidade ornamental no Brasil é realizada pela 
Coordenação de Ordenamento Pesqueiro (COOPE), vinculada diretamente à Coordenação-Geral de 
Autorização de Uso e Gestão de Fauna e Recursos Pesqueiros (CGFAP), por sua vez subordinada à 
Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFLO) do IBAMA. 
INSTRUÇÃO NORMATIVA MMA Nº 13, DE 9 DE JUNHO DE 2005 
A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso das sua atribuições legais e tendo 
em vista o disposto no art. 27, § 6º , inciso I da Lei n o 10.683, de 28 de maio de 2003, no art. 3 o do Decreto nº 
4.810, de 19 de agosto de 2003, no Decreto-Lei n o 221, de 28 de fevereiro de 1967, e na Lei nº 8.617, de 4 de 
janeiro de 1993; e o que consta do Processo IBAMA/Sede n o 02001.002681/2004-06, e Considerando as 
recomendações das reuniões técnicas sobre peixes ornamentais realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA; Considerando a necessidade de alterações na lista de 
espécies de peixes nativos de águas continentais para fins ornamentais e de aquariofilia permitidas ao comércio 
de peixes ornamentais; e Considerando as atuais revisões taxonômicas e a necessidade de controlar o comércio de 
peixes nativos de águas continentais para fins ornamentais e de aquariofilia, resolve: 
Art. 1º Permitir, para fins ornamentais e de aquariofilia, a captura, o transporte e a comercialização de 
exemplares vivos de peixes nativos de águas continentais listados no Anexo I desta Instrução Normativa. 
Art. 2º Proibir, durante o processo de captura de peixes nativos de águas continentais para fins 
ornamentais e de aquariofilia, as seguintes práticas: I - uso de substâncias químicas, anestésicas, tóxicas ou que 
causem irritações; II - ações que acarretem danos ambientais ou à fauna aquática; e III - revolvimento de 
substrato. 
Art. 3º A exportação internacional de peixes nativos de águas continentais para fins ornamentais ede 
 
28 
 
aquariofilia somente poderá ser realizada mediante autorização de Exportação, constante no Anexo II desta 
Instrução Normativa, emitida pela Gerência Executiva do IBAMA e assinada pelo seu representante legal. 
4.4 Legislação de meio ambiente 
 
A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do mundo. Apesar de não serem cumpridas da 
maneira adequada, as 17 leis ambientais mais importantes podem garantir a preservação do grande patrimônio 
ambiental do país. São as seguintes: 
– Lei da Ação Civil Pública – número 7.347 de 24/07/1985. 
Lei de interesses difusos, trata da ação civil publica de responsabilidades por danos causados ao meio 
ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico. 
– Lei dos Agrotóxicos – número 7.802 de 10/07/1989. 
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, 
controle, fiscalização e também o destino da embalagem. 
Exigências impostas: 
• obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. 
• registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde. 
• registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA 
• o descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão. 
– Lei da Área de Proteção Ambiental – número 6.902 de 27/04/1981. 
Lei que criou as “Estações Ecológicas “, áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas 
devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as 
“Áreas de Proteção Ambiental” ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público 
limita as atividades econômicas para fins de proteção ambiental. 
– Lei das Atividades Nucleares – número 6.453 de 17/10/1977. 
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados 
com as atividades nucleares. Determina que se houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a 
instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independentemente da existência de culpa. Em caso de 
 
29 
 
acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos serão assumidos pela União. Esta lei classifica 
como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e 
comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir 
normas de segurança relativas à instalação nuclear. 
– Lei de Crimes Ambientais – número 9.605 de 12/02/1998. 
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, 
autora ou coautora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver 
sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se comprove a 
recuperação do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais. 
- Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995. 
 Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e 
transporte de organismos modificados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. 
A autorização e fiscalização do funcionamento das atividades na área e da entrada de qualquer produto 
geneticamente modificado no país, é de responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da 
Agricultura. Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de 
Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões relacionadas à 
saúde e segurança nesta atividade. 
– Lei da Exploração Mineral – número 7.805 de 18/07/1989. 
 Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas atividades é obrigatória a licença ambiental 
prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que 
causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de exploração dos 
minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira executada sem permissão ou licenciamento 
é crime. 
– Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967. 
A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres, caça profissional, comércio 
de espécies da fauna silvestre e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica 
(importada) e a caça amadorística sem autorização do Ibama. Criminaliza também a exportação de peles e couros 
de anfíbios e répteis em bruto. 
– Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965. 
 
30 
 
Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente (onde a 
conservação da vegetação é obrigatória) uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de 
reservatórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de 1.800 
metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país preservem 20 % da 
cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis. 
– Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988. 
Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, ou seja, define o que é zona 
costeira como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos naturais e 
abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre. Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus 
próprios planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais restritivas. Este gerenciamento 
costeiro deve obedecer as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente ( CONAMA ). 
– Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989. 
Criou o Ibama, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências federais na área de 
pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao Ibama compete executar a política nacional do meio ambiente, 
atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais. 
– Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 19/12/1979. 
Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas 
onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços 
– Lei Patrimônio Cultural – decreto-lei número 25 de 30/11/1937. 
Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio 
nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de 
valor notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, 
ficam proibidas sua demolição, destruição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, SPHAN. 
– Lei da Política Agrícola – número 8.171 de 17/01/1991. 
Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. Define que o 
poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar 
zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas 
 
31 
 
de educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros. 
– Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981. 
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que 
causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos 
ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Essa lei 
criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de ImpactoAmbiental (EIA-RIMA). 
– Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997. 
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define 
a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo 
humano, produção de energia, transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema 
Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de 
informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão. 
- Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número 6.803 de 02/07/1980. 
Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação e 
licenciamento das indústrias, exigindo o Estudo de Impacto Ambiental. 
4.5 Legislação Ambiental sobre Área de Preservação Permanente / APP 
 
LEI No 6.902, DE 27 DE ABRIL DE 1981. 
Art. 1º - Estações Ecológicas são áreas representativas de ecossistemas brasileiros, destinadas à realização 
de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação 
conservacionista. 
§ 1º - 90% (noventa por cento) ou mais da área de cada Estação Ecológica será destinada, em caráter 
permanente, e definida em ato do Poder Executivo, à preservação integral da biota. 
§ 2º - Na área restante, desde que haja um plano de zoneamento aprovado, segundo se dispuser em 
regulamento, poderá ser autorizada a realização de pesquisas ecológicas que venham a acarretar modificações no 
ambiente natural. 
§ 3º - As pesquisas científicas e outras atividades realizadas nas Estações Ecológicas levarão sempre em 
conta a necessidade de não colocar em perigo a sobrevivência das populações das espécies ali existentes. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.902-1981?OpenDocument
 
32 
 
Art. 2º - As Estações Ecológicas serão criadas pela União, Estados e Municípios, em terras de seus 
domínios, definidos, no ato de criação, seus limites geográficos e o órgão responsável pela sua administração. 
Art. 3º - Nas áreas vizinhas às Estações Ecológicas serão observados, para a proteção da biota local, os 
cuidados a serem estabelecidos em regulamento, e na forma prevista nas Leis nº 4.771, de 15 de setembro de 
1965, e 5.197, de 3 de janeiro de 1967. 
Art. 4º - As Estações Ecológicas serão implantadas e estruturadas de modo a permitir estudos 
comparativos com as áreas da mesma região ocupadas e modificadas pelo homem, a fim de obter informações 
úteis ao planejamento regional e ao uso racional de recursos naturais. 
Art. 5º - Os órgãos federais financiadores de pesquisas e projetos no campo da ecologia darão atenção 
especial aos trabalhos científicos a serem realizados nas Estações Ecológicas. 
Art. 6º - Caberá ao Ministério do Interior, através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos 
Naturais Renováveis - IBAMA, zelar pelo cumprimento da destinação das Estações Ecológicas, manter 
organizado o cadastro das que forem criadas e promover a realização de reuniões científicas, visando à 
elaboração de planos e trabalhos a serem nelas desenvolvidos. 
Art. 7º - As Estações Ecológicas não poderão ser reduzidas nem utilizadas para fins diversos daqueles 
para os quais foram criadas. 
§ 1º - Na área reservada às Estações Ecológicas será proibido: 
• presença de rebanho de animais domésticos de propriedade particular; 
• exploração de recursos naturais, exceto para fins experimentais, que não importem em prejuízo para a 
manutenção da biota nativa, ressalvado o disposto no § 2º do art. 1º; 
• porte e uso de armas de qualquer tipo; 
• porte e uso de instrumentos de corte de árvores; 
• porte e uso de redes de apanha de animais e outros artefatos de captura. 
§ 2º - Quando destinados aos trabalhos científicos e à manutenção da Estação, a autoridade responsável pela 
sua administração poderá autorizar o uso e o porte dos objetos mencionados nas alíneas c, d e e do parágrafo 
anterior. 
§ 3º - A infração às proibições estabelecidas nesta Lei sujeitará o infrator à apreensão do material proibido, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5197.htm
 
33 
 
pelo prazo de 1 (um) a 2 (dois) anos, e ao pagamento de indenização pelos danos causados. 
§ 4º - As penalidades previstas no parágrafo anterior serão aplicadas pela Administração da Estação 
Ecológica. 
Art. 8º - O Poder Executivo, quando houver relevante interesse público, poderá declarar determinadas áreas 
do Território Nacional como de interesse para a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das 
populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais. 
Art. 9º - Em cada Área de Proteção Ambiental, dentro dos princípios constitucionais que regem o exercício 
do direito de propriedade, o Poder Executivo estabelecerá normas, limitando ou proibindo: 
• a implantação e o funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras, capazes de afetar mananciais 
de água; 
• a realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando essas iniciativas importarem em 
sensível alteração das condições ecológicas locais; 
• o exercício de atividades capazes de provocar uma acelerada erosão das terras e/ou um acentuado 
assoreamento das coleções hídricas; 
• o exercício de atividades que ameacem extinguir na área protegida as espécies raras da biota regional. 
§ 1º - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, ou órgão equivalente no 
âmbito estadual, em conjunto ou isoladamente, ou mediante convênio com outras entidades, fiscalizará e 
supervisionará as Áreas de Proteção Ambiental. 
§ 2º - Nas Áreas de Proteção Ambiental, o não cumprimento das normas disciplinadoras previstas neste artigo 
sujeitará os infratores ao embargo das iniciativas irregulares, à medida cautelar de apreensão do material e das 
máquinas usadas nessas atividades, à obrigação de reposição e reconstituição, tanto quanto possível, da situação 
anterior e a imposição de multas graduadas de Cr$200,00 (duzentos cruzeiros) a Cr$2.000,00 (dois mil 
cruzeiros), aplicáveis, diariamente, em caso de infração continuada, e reajustáveis de acordo com os índices das 
ORTNs - Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional. 
§ 3º - As penalidades previstas no parágrafo anterior serão aplicadas por iniciativa do Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis ou do órgão estadual correspondente e constituirão, 
respectivamente, receita da União ou do Estado, quando se tratar de multas. 
§ 4º - Aplicam-se às multas previstas nesta Lei as normas da legislação tributária e do processo 
 
34 
 
administrativo fiscal que disciplinam a imposição e a cobrança das penalidades fiscais. 
Art. 10 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art.11 - Revogam-se as disposições em 
contrário. 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.4.1981 
4.6 Legislação de gestão do recurso água 
 
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997. - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o 
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição 
Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de 
dezembro de 1989. 
TÍTULO I - DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS CAPÍTULO I - DOS 
FUNDAMENTOS 
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos: 
• A água é um bem de domínio público; 
• A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; 
• Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação 
de animais; 
• A gestão dos recursos hídricos deve

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