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Métodos Contraceptivos e Consulta na adolescência

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Mayara Freitas 
 
 
PROBLEMA 1 (Intermediária) 
 
 
 
Anticoncepção corresponde ao uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir 
que o relacionamento sexual resulte em gravidez. É recurso de Planejamento Familiar, 
para a constituição de prole desejada e programada de forma consciente. 
Os métodos podem ser classificados de 2 maneiras: 
Os métodos reversíveis são: 
1 - Comportamentais. 
2 - De barreira. 
3 - Dispositivos intrauterinos. 
4 - Hormonais. 
5 - De emergência. 
Os métodos definitivos são os cirúrgicos: 
1 - Esterilização cirúrgica feminina. 
2 - Esterilização cirúrgica masculina. 
Ao pensar numa terapia contraceptiva de ser levado em consideração: 
1 - A eficácia: capacidade deste método de proteção. Calculada a partir do Índice de 
Pearl: Nº de falhasx12mesesx100mulheres/nºtotal de exposição 
2 - Segurança: avaliar riscos e benefícios 
3 – Escolha do método: deve ser feito pelo paciente aliado às avaliações médicas da 
melhor opção para a mulher. 
Critérios de Elegibilidade 
Estes são definidos pelo conjunto de características apresentadas pelo(a) candidato(a) ao 
uso de um determinado método e indicam se aquela pessoa pode ou não utilizá-lo. A 
Organização Mundial de Saúde montou um grupo de trabalho que classificou estas 
condições em quatro categorias, assim dispostas, conforme sua última edição do ano de 
2009: 
- CATEGORIA 1 – o método pode ser utilizado sem qualquer restrição. 
- CATEGORIA 2 – o uso do método em apreço pode apresentar algum risco, 
habitualmente menor do que os benefícios decorrentes de seu uso. Em outras palavras, o 
método pode ser usado com cautela e mais precauções, especialmente com 
acompanhamento clínico mais rigoroso. 
- CATEGORIA 3 – o uso do método pode estar associado a um risco, habitualmente 
considerado superior aos benefícios decorrentes de seu uso. O método não é o mais 
Concepção e Formação do Ser 
Humano 
Métodos Contraceptivos 
Mayara Freitas 
 
apropriado para aquela pessoa, podendo, contudo, ser usado, no caso de não haver outra 
opção disponível ou no caso de a pessoa não aceitar qualquer alternativa, mas desde que 
seja bem alertada deste fato e que se submeta a uma vigilância médica muito rigorosa. 
Aqui estão enquadradas aquelas condições que antigamente se chamavam de 
contraindicações relativas para o uso do contraceptivo. 
- CATEGORIA 4 – o uso do método em apreço determina um risco à saúde, inaceitável. O 
método está contra-indicado. Compreende todas aquelas situações clínicas que 
antigamente se chamava de contra-indicações absolutas ou formais. 
 
 
 
 
 Anticoncepcionais Orais 
1. Anticoncepcionais Orais Combinados 
Possui eficácia elevada (falha de 1 a cada 100 mulheres/ano com uso perfeito). 
São aqueles que contêm estrogênio e progestagênio no mesmo comprimido. O 
etinilestradiol é o principal estrogênio contido nos AOCs; 
Pode-se ainda classificar as pílulas combinadas como monofásicas, bifásicas ou 
trifásicas de acordo com as doses de estrogênio e progestagênio que possuem. 
Os anticoncepcionais orais combinados podem ser classificados pela dose estrogênica, 
denominados pílulas de alta ou baixa dose, ou pelo progestagênio, denominados de 
primeira, segunda ou terceira geração. 
 Estrogênio 
O etinilestradiol é o estrogênio usado na maior parte dos AOCs. O que varia é a sua 
dose, que justamente classifica as pílulas como de alta dose ou baixa dose. Dispõe-se, na 
Mayara Freitas 
 
atualidade, de pílulas com doses de 50 mcg, 35 mcg, 30 mcg, 20 mcg e 15 mcg de 
etinilestradiol. As pílulas que contêm doses abaixo de 50 mcg de etinilestradiol são 
classificadas como de baixa dose. 
 Progesterona 
A geração do contraceptivo é dada pelo progestagênio nele contido, embora também se 
leve em consideração a dose estrogênica. As pílulas de primeira geração (disponíveis no 
mercado brasileiro) são aquelas que contêm levonorgestrel associado a 50 mcg de 
etinilestradiol. Doses menores de etinilestradiol associado ao progestagênio levonorgestrel 
caracterizam as pílulas de segunda geração. Na presença de desogestrel ou gestodeno, as 
pílulas são denominadas de terceira geração. 
AÇÃO: 
As pílulas combinadas agem bloqueando a ovulação. Os progestagênios, em associação 
aos estrogênios, impedem o pico do hormônio luteinizante (LH), que é responsável pela 
ovulação. Este efeito é chamado de bloqueio gonadotrófico, e é o principal mecanismo de 
ação das pílulas. Existem ainda efeitos acessórios que também atuam dificultando a 
concepção, como a mudança do muco cervical, que torna mais difícil a ascensão dos 
espermatozoides, a diminuição dos movimentos das trompas e a transformação 
inadequada do endométrio. 
 EFEITOS METABÓLICOS 
As associações hormonais empregadas em contracepção exercem variável efeito 
metabólico, em particular sobre as proteínas hepáticas, fatores de coagulação, lipídios e 
carboidratos. O etinilestradiol é responsável pelo aumento das proteínas hepáticas, como 
albumina e SHBG, que não se traduzem em efeitos clínicos significantes. Por outro lado, 
aumentam o substrato de renina, desencadeando síntese de angiotensina e estímulo do 
córtex adrenal na produção de aldosterona, gerando vasoconstrição e retenção de sódio e 
água. O impacto hepático dos estrogênios é dose-dependente, sendo infrequente a 
hipertensão ocasionada pelo uso do contraceptivo. No entanto, em hipertensas, o efeito 
deve ser considerado. O componente estrogênico é ainda responsável pelo aumento de 
fatores de coagulação (fatores VII e XII); observa-se redução da antitrombina III e aumento 
do inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1), que se traduz em perfil pró-trombótico, 
também sendo considerados dose-dependentes. 
Quanto ao metabolismo dos carboidratos, todos os progestagênios atuam aumentando a 
resistência insulínica e reduzindo a tolerância à glicose. 
 RISCOS 
Destacam-se, entre estas, o tromboembolismo venoso, o infarto do miocárdio e o acidente 
vascular cerebral. O tromboembolismo venoso é historicamente atribuído às altas doses 
de estrogênios contidos nos primeiros anticoncepcionais. 
 EFEITOS ADVERSOS 
 
Mayara Freitas 
 
 
 
 
 Anticoncepcionais de emergência 
Referem-se aos métodos que podem ser utilizados por mulheres nos dias após um 
intercurso sexual desprotegido e que poderia ocasionar a elas uma gestação indesejada. A 
anticoncepção de emergência surgiu logo após o lançamento dos contraceptivos 
hormonais, ainda na década de 60. 
Os contraceptivos utilizados em situações de emergência são efetivos e seguros para a 
maioria das mulheres que deles necessitam. 
1. Regimes de contracepção de emergência 
 Método de Yuzpe 
Regime contraceptivo combinado que consiste na ingestão de duas doses de 100 mcg 
de etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel em duas tomadas; com intervalo de 12 
horas; sendo a primeira tomada a mais próxima possível da atividade sexual desprotegida 
e, preferencialmente, no máximo após 72 horas deste. 
A taxa média de gestação com este método é de 1,8%, porém, se o tratamento for 
iniciado nas primeiras doze horas após o coito, a taxa é reduzida para 1,2%. 
 Contraceptivo com Levonorgestrel isolado 
Usa-se o levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose única ou fracionada em duas 
tomadas, com intervalo de 12 horas. Uma dose única de levonorgestrel é tão eficaz quanto 
à dose fracionada e mostra-se mais conveniente à paciente, sem aumentar os efeitos 
adversos. 
 
Mayara Freitas 
 
AÇÃO: 
As mecanismo de ação varia de acordo com o momento do ciclo menstrual em que a 
contracepção de emergência é administrada: 
- Se na primeira fase do ciclo, antes do pico do LH (hormônio luteinizante), a CE altera o 
crescimento folicular, impedindo ou retardando a ovulação por muitos dias. A ovulação é 
impedida ou adiada em 85% dos casos; não havendo contato dos gametas feminino e 
masculino. 
- Se administrado na segunda fase do ciclo menstrual, após ocorrida a ovulação, a CE atua 
por meio destes mecanismos para impedir a fecundação: Alteraçãodo transporte dos 
espermatozoides e do óvulo pela Trompas de Falópio, modificando o muco cervical 
tornando-o hostil à espermomigração e interferindo na capacitação espermática. 
Não há qualquer evidência científica de que a CE exerça efeitos após a fecundação dos 
gametas. Não há nenhuma sustentação que a CE seja um método que resulte em aborto 
Comparação da eficácia das diferentes formas de uso: 
Em ensaio randomizado com 1.998 mulheres, em 1998, a OMS comparou a eficácia 
entre o uso do Método de Yuzpe comparada ao uso do levonorgestrel isolado, com o início 
do tratamento instituído dentro de 72 horas após o coito desprotegido. A taxa de gestação 
foi de 3,2% com o regime contraceptivo combinado contra 1,1% com o levonorgestrel 
isolado. 
A eficácia de ambos os métodos é inversamente proporcional ao tempo decorrido 
desde a atividade sexual. Entre o quarto e o quinto dias, a taxa de falha é mais elevada. 
Porém, a taxa de falha do levonorgestrel, ainda que usado entre o quarto e o quinto dias, é 
2,7% ainda menor que a taxa média de falha do Regime Yuzpe, entre zero e três dias após 
o coito (3,2%). 
Esta evidência fundamenta a recomendação recente de utilizar a anticoncepção de 
emergência com levonorgestrel isolado até o quinto dia da relação sexual sem proteção. 
 
Indicações da contracepção de emergência 
Prevenir gestação inoportuna ou indesejada após relação sexual desprotegida.Entre 
as principais indicações está a atividade sexual sem uso de método contraceptivo, falha 
conhecida ou presumida pelo uso inadequado do contraceptivo de uso regular e em casos 
de violência sexual. Recomenda-se também o uso da CE às mulheres vítimas de coerção 
sexual com a intenção de restringir o exercício da sexualidade feminina. 
A CE não deve ser usada de forma planejada ou previamente programada para 
substituir o contraceptivo de uso regular. 
Contraindicações da contracepção de emergência 
A única contraindicação absoluta para a CE, considerada como Categoria 4 
pelos Critérios de Elegibilidade em anticoncepção pela OMS é a gravidez confirmada. 
Todas as mulheres podem usar a CE com segurança. Porém, ainda que a mulher 
gestante venha a usar o CE, não há registro de efeitos teratogênicos sobre o feto. Os 
Mayara Freitas 
 
estudos clínicos têm comprovado a segurança da contracepção de emergência, sem 
registro maior de incidência de anomalias fetais. 
As mulheres com antecedentes de acidente vascular encefálico, tromboembolismo, 
diabetes com complicações vasculares e enxaquecas severas são classificadas como 
Categoria 2 pela OMS, devendo usar a CE contendo levonorgestrel isolado. 
Efeitos colaterais 
Os efeitos secundários mais frequentes para as mulheres que usam a CE são 
náuseas, em 40% a 50% dos casos, e vômito, em 15% a 20%. Estes efeitos podem ser 
minimizados com a prescrição de um antiemético uma hora antes da tomada do CE. 
Outros efeitos colaterais podem ser relatados, como vertigem, cefaleia e mastalgia, porém, 
há remissão espontânea nas primeiras 24 horas após a tomada do contraceptivo. 
DIU de emergência: análise crítica da situação 
A inserção de emergência em pós-coito de DIU de cobre é uma opção que pode ser 
usada até sete dias após a atividade sexual desprotegida, e ainda pode ser mantido intra-
uterino para uma contracepção eficaz e de longo prazo. Estudos sugerem que a eficácia 
seja superior a dos esteróides em contracepção emergencial. 
A inserção do dispositivo intra-uterino pode causar desconforto, porém não cursa 
com quadros de náuseas, vômitos e cefaléia. A triagem para a inserção de DIU como 
método emergencial deve ser extremamente rigorosa para evitar seu uso em mulheres 
com risco elevado para doenças sexualmente transmissíveis, o que poderia acarretar em 
processos inflamatórios pélvicos. 
Deve-se lembrar dos critérios de elegibilidade (Categoria 4 da OMS – risco 
inaceitável) para contra-indicação do dispositivo intra-uterino medicado com cobre: 
gestação, neoplasia endometrial e cervical, doença inflamatória pélvica atual ou nos 
últimos três meses, doença trofoblástica maligna, pós-abortamento séptico, infecção 
puerperal e em pacientes com sangramento transvaginal não esclarecido. 
 
 Outros Métodos Contraceptivos 
 
A. Métodos comportamentais 
Os métodos comportamentais de planejamento familiar são técnicas para obter ou 
evitar a gravidez mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no 
organismo feminino ao longo do ciclo menstrual. Baseando-se na identificação do 
período fértil da mulher, o casal pode concentrar as relações sexuais nesta fase, caso 
deseje obter uma gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar ou 
evitar a gravidez. Como métodos anticoncepcionais a taxa de falha, no primeiro ano de 
uso, atinge até 20%, em uso habitual. Entre usuários adaptados ao método (uso correto) 
este índice cai para 0,5 a 9%. 
a) MÉTODO OGINO-KNAUS (Ritmo, Calendário ou Tabelinha): Este método 
baseia-se no fato de que a duração da segunda fase do ciclo menstrual (pós-
Mayara Freitas 
 
ovulatório) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 dias 
antes do início da próxima menstruação. O cálculo do período fértil da mulher é 
feito mediante a análise de seu padrão menstrual prévio, durante 6 (seis) a 12 (doze) 
meses. A mulher que quiser usar este método deve ser orientada para registrar, 
durante pelo menos 6 meses, o primeiro dia de cada menstruação. 
b) MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORAL: Este método fundamenta-
se nas alterações da temperatura basal que ocorrem na mulher ao longo do ciclo 
menstrual. A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. 
Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num determinado 
nível baixo; após a ovulação, ela se eleva ligeiramente (alguns décimos de grau 
centígrado), permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. Este 
aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de progesterona, que 
tem um efeito termogênico. O método permite, portanto, por meio da mensuração 
diária da temperatura basal, a determinação da fase infértil pós-ovulatória. 
c) MÉTODO DO MUCO CERVICAL OU BILLINGS: Este método baseia-se na 
identificação do período fértil por meio da auto-observação das características do 
muco cervical e da sensação por ele provocada na vulva. O muco cervical é uma 
secreção produzida no colo do útero pelo epitélio glandular das criptas cervicais, 
que por ação hormonal apresenta transformações características ao longo do ciclo 
menstrual, possibilitando dessa maneira a identificação do processo ovulatório. O 
muco cervical, no início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos 
espermatozóides pelo canal cervical. O muco cervical, sob ação estrogênica, produz, 
na vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o tempo da 
fertilidade, momento em que os espermatozóides têm maior facilidade de 
penetração no colo uterino. Nessa fase, o muco é transparente, elástico, 
escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. 
d) MÉTODO SINTO-TÉRMICO: Este método baseia-se na combinação de múltiplos 
indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior 
precisão e confiabilidade. Fundamentalmente, ele combina a observação dos sinais 
e sintomas relacionados à temperatura basal corporal e ao muco-cervical, associada 
ainda a parâmetros subjetivos (físicos e ou psicológicos) indicadores de possível 
ovulação. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação podem ser, entre 
outros: ¾Dor abdominal. ¾Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou 
doloridas. ¾Variações de humor e/ou da libido. ¾Outros sintomas e sinais 
(enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso, sensação de 
distensão abdominal, sangramento inter-menstrual entre outros). A mulher que 
desejar fazer uso deste método deve estar completamente familiarizada com as 
técnicas de cada um dos métodos comportamentais já descritas anteriormente. 
e) MÉTODODO COLAR: é uma simplificação do método de Ogino-Knaus que 
facilita e encurta o tempo requerido para ensinar/aprender a utilizar a abstinência 
Mayara Freitas 
 
periódica e proporciona um mecanismo para que o casal identifique com facilidade 
o período fértil do ciclo menstrual. Também requer a análise do padrão menstrual 
da mulher nos últimos seis meses, mas apenas para verificar se os ciclos não foram 
mais curtos que 27 dias nem mais longos que 31 dias. As mulheres com ciclos mais 
curtos ou mais longos que 27 e 31 dias, respectivamente, não podem utilizar este 
método. 
f) OUTROS MÉTODOS COMPORTAMENTAIS: Além dos métodos descritos 
acima, existem práticas sexuais que podem ser consideradas como métodos 
comportamentais, já que reduzem o risco de uma gravidez indesejada. São elas: a 
relação sexual sem penetração e a interrompida antes da ejaculação (coito 
interrompido). São práticas muito usadas, embora não sejam recomendadas como 
único método anticoncepcional. Podem ser especialmente úteis em situações de 
emergência, nas quais, por alguma razão, não se dispõe de outro método 
contraceptivo e não é possível evitar a relação sexual. Em especial, com relação ao 
coito interrompido, destacamos que é necessário um autocontrole por parte do 
homem para que ele possa retirar o pênis da vagina na iminência da ejaculação e o 
sêmen ser depositado longe dos genitais femininos. Esse fato traz alta possibilidade 
de falha, fazendo com que o seu uso não deva ser estimulado. Devendo, portanto, 
ser tratado como último recurso, que deverá ser prontamente substituído por outro 
método contraceptivo mais eficaz. Ao contrário, a relação sexual sem penetração é 
altamente eficaz tanto para a prevenção de gravidez, como também das DST/AIDS. 
 B. Barreira 
a. PRESERVATIVO MASCULINO Consiste em um envoltório de látex que recobre o 
pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação impedindo 
o contato com a vagina, assim como impede que os microorganismos da vagina 
entrem em contato com o pênis ou vice-versa. É um método que, além de evitar a 
gravidez, reduz o risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente 
transmissíveis. A taxa de falha deste método, no primeiro ano de uso, varia de 3%, 
quando usados, corretamente em todas as relações sexuais, a 14%, quando avaliado 
o uso habitual. Sua segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de 
uso e da utilização em todas as relações sexuais. 
b. PRESERVATIVO FEMININO: O preservativo feminino é um tubo de poliuretano 
com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis 
também de poliuretano. O primeiro, que fica solto dentro do tubo, serve para 
ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O segundo 
anel constitui o reforço externo do preservativo que, quando corretamente 
colocado, cobre parte da vulva. O produto já vem lubrificado e deve ser usado uma 
única vez. O poliuretano, por ser mais resistente do que o látex, pode ser usado com 
vários tipos de lubrificantes. Forma uma barreira física entre o pênis e a vagina, 
servindo de receptáculo ao esperma, impedindo seu contato com a vagina, assim 
Mayara Freitas 
 
como impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou 
vice-versa. Nos primeiros seis meses de uso, a taxa de falha deste método varia de 
1,6%, em uso correto, a 21%, em uso habitual. 
c. DIAFRAGMA: É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num 
anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de látex ou silicone em 
forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a 
parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozóides no útero e 
trompas. Para maior eficácia do método, antes da introdução, colocar, na parte 
côncava, creme espermaticida. Entretanto, essa associação limita-se às mulheres 
com baixo risco para o HIV e outras DST. A taxa de falha, nos primeiros 12 meses 
de uso do método, varia de 2,1%, quando utilizado correta e consistentemente, a 
20%, em uso habitual. 
d. GELÉIA ESPERMATICIDA: São substâncias químicas que recobrem a vagina e o 
colo do útero, impedindo a penetração dos espermatozóides no canal cervical e, 
bioquimicamente, imobilizando ou destruindo os espermatozóides. O produto 
espermaticida a base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado no 
Brasil e no mundo. Entretanto, o uso de alguns métodos contraceptivos contendo 
N-9 podem aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. Isto foi 
demonstrado em um ensaio clínico que observou risco acrescido entre usuárias/os 
deste produto. A razão deste risco acrescido reside no fato do N-9 provocar lesões 
(fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da freqüência de 
uso e do volume aplicado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta, então, 
que as mulheres que estejam sob risco acrescido para a infecção pelo HIV/DST, 
especialmente as que tem muitas relações sexuais diárias; não devem usar métodos 
contraceptivos que contenham o N-9. Entre mulheres com baixo risco de infecção 
pelo HIV, o uso de produtos à base de N-9 permanece sendo indicado como um dos 
métodos contraceptivos. Assim, somente uma boa avaliação de risco, obtida no 
momento do aconselhamento, poderá fornecer ao profissional de saúde condições 
de uma perfeita indicação do método. No primeiro ano de uso a taxa de falha deste 
método varia de 6%, em uso correto, a 26%, em uso habitual. 
C. Anticoncepção hormonal injetável: São anticoncepcionais hormonais que contêm 
progestogênio ou associação de estrogênios e progestogênios, para administração 
parenteral (I.M), com doses hormonais de longa duração. 
a. TIPOS DE INJETÁVEIS: Com progestogênio isolado. Consiste na 
administração de progestogênio isolado, via parenteral (I.M), com obtenção 
de efeito anticonceptivo por períodos de 3 meses. Combinado Os 
anticoncepcionais injetáveis combinados contêm uma associação de 
estrogênio e progestogênio, para uso parenteral (I.M), mensal. 
 
 
 
Mayara Freitas 
 
 
D. DIU (Dispositivos Intra-uterino) 
O dispositivo intra-uterino consiste em um objeto sólido de formato variável que é 
inserido através do colo uterino na cavidade uterina, com o objetivo de evitar a gestação. 
Tem um dos menores índices de falha. 
Como funciona o DIU: A haste do DIU fica por um tempo dentro do corpo da mulher 
(que varia de 5 a 10 anos) e libera substâncias que tornam o útero um local hostil para o 
espermatozóide, impedindo que ele fecunde o óvulo. Assim, impede a gravidez 
indesejada. 
Tipos de DIU 
Atualmente, existem três tipos de DIU: de cobre, de prata e o hormonal (Mirena). 
Assim como sua composição, cada um possui um funcionamento diferente, que se adapta 
ao perfil de cada mulher. 
Tipos 
a) DIU de Mirena ou Hormonal 
O DIU hormonal, também conhecido como DIU de Mirena ou SIU, além de produzir 
reações inflamatórias no útero, possui em sua estrutura uma haste com o hormônio 
progesterona. Essa substância é liberada aos poucos durante seu uso e uma pequena 
quantidade pode ser absorvida pela corrente sanguínea. Porém, em termos gerais, o 
dispositivo atua da mesma forma que o DIU de cobre, causando alterações no útero que 
impedem a gravidez. 
Além disso, de acordo com a bula do DIU de Mirena, dois terços das mulheres que usam 
esse dispositivo apresentam um bloqueio da menstruação, considerado um efeito colateral 
do dispositivo. 
Em contrapartida, as chances de engravidar com este produto caem para 0,2% e ele é 
também indicado como tratamento em casos de mioma 
uterino, endometriose e adenomiose. 
 
b) DIUs de cobre 
O DIU de cobre, como o nome sugere, possui uma haste maleável revestida com este 
metal. Durante sua ação, libera pequenas quantidades de cobre no útero, causando 
algumas alterações no endométrio (tecido que recobre a parte interna do órgão), no muco 
e na motilidade das trompas. 
Desta forma, ocorre uma reação inflamatória que não faz malao organismo, mas que torna 
a região hostil ao espermatozoide. Dessa forma, o DIU de cobre consegue evitar com que 
uma gravidez aconteça. O uso do DIU de cobre tem alta eficácia, com chances bem 
pequenas de gravidez (cerca de 0,7%), e seu efeito colateral mais frequente é o aumento do 
fluxo menstrual. Além disso, ele pode permanecer no corpo da mulher por até 10 anos. 
 
 
Mayara Freitas 
 
 
 
 
 
 
 Relação médico-paciente baseada em empatia, respeito e confidencialidade – maior 
adesão terapêutica. 
 Pouco conhecimento dos jovens sobre educação sexual – foco na prevenção de DST 
e gravidez precoce. 
O primeiro exame ginecológico, com a orientação apropriada e realizado em um 
ambiente propício, é extremamente importante, pois dá início a uma rotina de prevenção 
necessária ao futuro reprodutivo das jovens. A explicação prévia dos procedimentos e da 
finalidade do exame é relevante para tranquilizá-las e diminuir seus temores, já que, 
frequentemente, mostram-se ansiosas com o manuseio do seu corpo e também com a 
possibilidade de achados anormais. 
Outro assunto bastante controverso é a participação dos pais na consulta 
ginecológica. O interesse e a preocupação da família com a saúde das filhas, assim como o 
conhecimento de que estão sendo atendidas por ginecologistas devem ser incentivados. 
No entanto, não significa que o responsável tenha que estar presente no momento do 
exame, pois isso pode inibir a adolescente e prejudicar a consulta. Exemplo disso ocorre 
quando algumas informações são omitidas pela paciente devido à presença dos 
responsáveis. A conduta mais desejável é permitir que a própria adolescente defina o grau 
Consulta na Adolescência 
Mayara Freitas 
 
de participação que os pais devem ter no assunto, desde que seja avaliado que a jovem, 
por si só, é capaz de cuidar de sua saúde naquele momento. 
O sigilo, em nosso país, é regulamentado pelo Código de Ética Médica, e sua quebra 
se impõe nos casos de risco à saúde do paciente ou de outrem que, nestes casos, deve ser 
informado, e os motivos para essa atitude, justificados. Porém, é dever dos profissionais 
que prestam atendimento a esta faixa etária informar aos responsáveis sobre a dinâmica 
da consulta e seus benefícios, de modo a favorecer a comunicação entre pais e filhos, 
esclarecendo suas dúvidas de forma a traquilizá-los. 
Por haver graves e frequentes conflitos éticos, os profissionais devem avaliar, 
durante o atendimento às jovens, o grau de compreensão das mesmas; conhecer as leis e os 
estatutos; documentar cuidadosamente as informações e discutir os casos, em equipe, para 
que haja maior proteção desse universo e mais segurança por parte de quem o atende. 
Como a sexualidade na adolescência ainda é foco de atenção e preocupação, estão 
sendo implementados programas de Educação Sexual nas escolas. Para o Ministério da 
Saúde, o público-alvo compreende as idades de 10 a 15 anos, devido ao número de 
gestações, nesta faixa de idade, não apresentar a mesma tendência de queda que há no 
resto da população. 
A orientação dada pelo ginecologista às pacientes que já tenham atividade sexual 
ou estejam prestes a iniciá-la deve enfatizar as responsabilidades advindas desta decisão e 
orientá-las sobre anticoncepção e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. 
Durante a consulta, o médico e a sua paciente podem decidir pela contracepção, se 
considerarem esta a melhor opção para a saúde da jovem. 
Os métodos hormonais apresentam boa eficácia e segurança. Os anticoncepcionais 
hormonais orais são a opção mais utilizada de contracepção reversível, cada vez com 
menor dosagem e, portanto, com menos efeitos colaterais. 
O conceito de dupla-proteção deve ser sempre lembrado pelo profissional que trata 
desta faixa etária, pois qualquer proposta que vise à melhoria da saúde reprodutiva das 
adolescentes não deverá ter como objetivo somente a prevenção de gravidez, mas também 
das DST. 
 
 
 
 
Mayara Freitas 
 
 
 
A violência sexual intrafamiliar é outro ponto importante a ser abordado durante a 
consulta. Ao ginecologista cabe não só a percepção do abuso como também romper esse 
ciclo de maus-tratos. Ressalta-se, ainda, que, quando este ocorre na infância pode levar a 
um comportamento de risco, incluindo o início precoce da atividade sexual consensual 
nesta faixa etária. 
Desta forma, o médico precisa estar atento aos sinais e sintomas sugestivos deste 
tipo de violência que as adolescentes podem apresentar, entre eles a intolerância ao exame 
ginecológico, mesmo depois de fornecidas a orientação e a discussão apropriadas sobre o 
procedimento, porque estas podem ter sido vítimas de abuso. 
Oferecendo credibilidade ao discurso da jovem, nos serviços de saúde, o 
profissional poderá romper com o ciclo de violência e oferecer proteção à vítima, de 
acordo com a gravidade dos riscos por ela enfrentados. 
Os casos são sempre cercados por medo e vergonha, pois, geralmente, acontecem 
no próprio meio familiar ou envolvem pessoas muito próximas da vítima. Cabe, então, ao 
médico, com sua maturidade, avaliar cuidadosamente cada situação. Também são comuns 
aqueles casos de violência intrafamiliar nos quais a mãe é conivente, seja por medo ou por 
qualquer tipo de dependência em relação ao culpado. 
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em toda situação na qual é 
identificada a presença de maus-tratos dirigidos ao adolescente, o Conselho Tutelar deve 
ser acionado. O profissional que assim não proceder fica sujeito a sanções previstas na lei. 
Porém, cotidianamente, aparecem situações em que notificar poderá provocar mais 
prejuízos do que benefícios à paciente. A equipe de saúde tem importante papel na 
prevenção da violência neste grupo etário, à medida que fornece condições à 
implementação de programas que previnam a ocorrência desta agressão. 
 
Violência Sexual 
Mayara Freitas 
 
 
 
 
 
Mayara Freitas 
 
 
 
Mayara Freitas 
 
 
 
Mayara Freitas

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