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LEIS ESPECIAIS

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LEIS ESPECIAIS 
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Sumário 
 
Introdução ....................................................................... Erro! Indicador não definido. 
Aula 1 – Noções Gerais das Legislações Penais Especiais. ............................................. 2 
1. A fundamentação..........................................................................................................2 
2. A evolução e a regulamentação necessárias ......................... Erro! Indicador não definido. 
3. Considerações exemplificativas. ............................................ Erro! Indicador não definido. 
3.1Consideraçõesconclusivas...................................................................................................8 
Aula 2 - Abuso de Autoridade. ...................................................................................... 8 
1. Direito a RepresentaçãoPenal ............................................................................................ 8 
3. Contradições morais no exercício da Profissão PM ....... Erro! Indicador não definido. 
4. Exercícios ............................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Aula 4 – Base Ético-Legal e Mecanismos de Controle e Prevenção dos Desvios de 
Conduta Praticados por Policiais Militares. .................... Erro! Indicador não definido. 
1. A profissão PM e seus indicadores ético-legais. ............. Erro! Indicador não definido. 
2. Diplomas Ético-legais utilizados pela PMERJ ................ Erro! Indicador não definido. 
3. Mecanismos de Controle, Prevenção e Responsabilização.Erro! Indicador não definido. 
4. Exercícios ............................................................................. Erro! Indicador não definido. 
 
Bibliografia .................................................................................................................. 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA Nº 01 – Noções Gerais das Legislações Penais Especiais 
 
 
 
 
 
 
 
1. A fundamentação. 
 
 O Código Penal brasileiro é dividido, como se sabe, em uma parte geral e outra 
especial. A primeira contendo definições, regras e princípios gerais sobre o crime e a 
pena conforme a perspectiva adotada; e a segunda composta pelos tipos penais 
organizados como elenco normativo de condutas tipificadas mediante descrições de 
ações humanas cometidas na forma comissiva ou omissiva. É apenas na parte especial 
que se poderá pôr à prova a compatibilidade dos critérios utilizados para a 
criminalização de dado comportamento com os direitos fundamentais para os quais se 
considera a tutela penal uma forma de proteção legítima. Assim, é na parte especial que 
se protege bens jurídicos e criminalizam-se condutas. Trata-se, portanto, de um controle 
de comportamentos visando à proteção de valores que tornam possíveis a vida do 
homem na sociedade. Por outro lado, na parte geral, como dito acima, encontram-se 
normas jurídicas que se referem à teoria do crime e da pena, estudo que deve ser 
realizado buscando o conceito analítico de crime, tal como, uma conduta típica, 
antijurídica e culpável, se adotarmos a teoria tripartida do crime. Na conduta estuda-se a 
ação e a omissão, o dolo e a culpa. 
Na tipicidade, estuda-se a adequação da conduta a um tipo e os elementos do 
tipo penal: o sujeito ativo, o sujeito passivo, o núcleo da conduta proibida, e outros 
pontos importantes. Já na antijuridicidade estudam-se as excludentes, como a legitima 
defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício 
regular de um direito. 
 
 
 Refletir sobre a importância da legislação penal especial e a conscientização 
de uma utilização eficiente pelas instituições policiais, também operadoras do 
direito, visando à solução dos conflitos sociais. 
AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ DEVERÁ: 
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Por fim, na culpabilidade, estudam-se as causas de inimputabilidade, que 
isentam o agente de pena, assim a doença mental, a menoridade, a embriaguez 
involuntária, etc. Pois bem, essa é a estrutura do estudo do direito penal e, assim foi o 
Codigo Penal elaborado: uma parte geral e uma parte especial definidora de crimes em 
espécie, ilícitos que afrontam bens e valores, como o homicídio, a lesão corporal, o 
roubo e tantos outros. Portando é possível dizer que a parte especial do Codigo Penal, 
criminaliza condutas que atacam bens jurídicos, por isso a proteção da vida, da 
integridade física, da honra, liberdade, intimidade, privacidade, patrimônio, 
administração publica, etc. 
Na verdade esse catálogo protetor de bens e definidores de condutas é padrão, 
existindo em quase todas as legislações do planeta. Ocorre, no entanto, que com o 
desenvolvimento e o progresso da humanidade, novas exigências surgiram, novas 
relações sociais, novas condutas nocivas, novos conflitos, que mereceram e ainda 
merecem uma regulamentação através de leis penais especiais que se encontram fora do 
Código Penal, mas com o mesmo objetivo de pacificação social. 
 
2. A evolução e a regulamentação necessárias. 
 
Da evolução surgem situações conflitantes que danificam ou expõem a perigo 
determinados bens jurídicos. Tais conflitos não podem ser resolvidos por outros ramos 
do direito, daí o direito penal especial. Por conseguinte, aquilo que antes era 
desconhecido passa a ter existência e surgindo a situação de conflito que não pode ser 
resolvida por outros ramos do direito apela-se para o direito penal. Vejamos como 
exemplo, condutas que passaram a ter importância, pois perigosas ao meio ambiente, 
tais como a poluição hídrica, visual, atmosférica, sonora, etc.; o desmatamento, a 
extração de minérios e areia; a pesca predatória, a caça e a crueldade contra animais, 
enfim condutas que prejudicam o meio ambiente. Registre-se que todas essas condutas 
passaram a ter importância, quando o homem começou a se conscientizar do perigo que 
a terra estava exposta. Por isso, o direito penal. 
Analisemos as relações de consumo, em que o consumidor encontrava-se 
desprotegido. Os abusos eram frequentes por parte do fornecedor, sendo que tais abusos 
não podiam mais ser sancionados por outros ramos do direito, senão pelo Direito Penal. 
Assim, aconteceu com os idosos, com a mulher e com a criança e o adolescente, que 
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tiveram os seus direitos reconhecidos e ganharam proteção do direito penal, cujas leis se 
encontram nos respectivos estatutos, que serão estudados em nosso curso preparatório. 
Analisemos, ainda, as leis que tendem a limitar a atuação dos agentes policiais, proteger 
o cidadão contra os abusos do Estado, tais como o abuso de autoridade e a tortura. 
O Estatuto do Desarmamento que protege a segurança de todos, ou a 
incolumidade publica, contra o uso indevido de arma de fogo. Também é de se registrar 
a lei que pune o tráfico de drogas, protetora da saúde publica, sendo sujeito passivo 
principal a coletividade. E por que não falar das normas penais contidas no Codigo de 
Transito, protetora da vida e da integridade física, como o homicídio, a lesão corporal 
culposa e a embriaguez ao volante, cujas condutas dos motoristas infratores são 
exaustivamente noticiadas pela mídia. Discute-se, inclusive, se a morte produzida por 
motorista embriagado seria homicídio culposo previsto no Codigo de Transito, ou 
doloso previsto no Codigo Penal, com deslocamento da competência para o Tribunal do 
Júri. E poderíamos falar de tantas outras leis especiais criadas nos últimos anos para 
atender situações pontuais e emergenciais, como o feminicidio e a criminalização com 
caráter de hediondez para os homicídios e lesões corporais cometidos contra agentes 
policiais e seus familiares. 
 
LEI Nº 13.142, DE 6 DE JULHO DE 2015. 
 
Altera os artigos 121 e 129 do Decreto-Leino 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de 
julho de 1990 (Lei de Crimes Hediondos). 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu-sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o O § 2o do art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VII: 
“Art. 121”. (...) 
§ 2o.(...) 
VII- contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro 
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
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Art. 2o O art. 129 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte § 12: 
“Art. 129”. (...) 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou 
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.” (NR) 
Art. 3o O art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei de Crimes Hediondos), 
passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 1o (...) 
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, 
§ 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal 
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição; 
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 6 de julho de 2015; 194o da Independência e 127o da República. 
DILMA ROUSSEFF. 
 
3- Considerações exemplificativas. 
 
 Consideremos as seguintes situações hipotéticas. 
 
A- Um Policial Militar, de serviço se depara com um individuo, maltratando 
qualquer animal, domésticos, domesticados, silvestres ou exóticos – como abandono, 
envenenamento, presos constantemente em correntes ou cordas muito curtas, 
manutenção em lugar anti-higiênico, mutilação, presos em espaço incompatível ao porte 
do animal ou em local sem iluminação e ventilação, utilização em shows que possam 
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lhes causar lesão, pânico ou estresse, agressão física, exposição a esforço excessivo e 
animais debilitados (tração), rinhas. Nesses casos cabe a intervenção policial para 
reprimir o crime de crueldade contra animais, previsto no artigo 32 da Lei Ambiental. 
B- Um Policial Militar, de serviço, recebe uma denuncia de um consumidor de que 
em um determinado supermercado existe mercadoria imprópria para consumo, ou 
porque tem data de validade vencida ou porque mal acondicionada. Não há duvida de 
que se comprovado for a causa que torna a mercadoria imprópria, o fornecedor poderá 
responder civil, penal e administrativamente. Lembre-se de que embora a vigilância 
sanitária deva ser acionada para as medidas administrativas, o policial será o 
responsável pela ocorrência sob o aspecto penal encaminhando as partes para a 
Delegacia Distrital ou Especializada por tratar-se de crime contra a relação de consumo 
previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei 8137/90. 
C- Um Policial Militar, de serviço, resolveu torturar um preso sob sua guarda, com 
objetivo de obter uma declaração sobre o paradeiro de uma arma de fogo utilizada na 
prática do crime, e, antes que isso ocorresse, o seu superior tomou conhecimento do 
fato. O superior não concordava com a tortura e não a praticou, mas nada fez para evitá-
la. Nessa situação, tanto o policial, quanto o superior poderiam ser responsabilizados 
penalmente, com base na lei que define os crimes de tortura: o subordinado pela tortura 
prova e o seu superior pela omissão em face a tortura. 
É de se ver que nos três exemplos, tivemos a figura de um policial que se 
encontra envolvido em ocorrência relativa à Lei Especial que o mesmo não pode 
desconhecer, por ser o seu cotidiano. 
 
3.1 Considerações conclusivas. 
 
Feitas tais considerações, podemos concluir com um sentimento de esperança e 
de fé. Esperança de que tal quadro não nos leve a um estado penal máximo, onde tudo 
passa a ser considerado ilícito. Não podemos nos esquecer de que existem direitos e 
garantias humanas fundamentais a serem respeitadas. A pressa para se elaborar leis 
penais pode nos levar a um caos normativo, quer pela inobservância das leis existentes, 
quer pela colidencia de leis existentes que regulamentam o mesmo assunto. E 
sentimento de fé, de que nós operadores do direito, saberemos acessar o sistema 
buscando a pacificação social. É realmente um desafio, já que a elaboração dessas leis 
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não terá fim, pois a sociedade é dinâmica e evolui. Nada a mais a declarar senão 
estudar e aplicar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA nº 02 – ABUSO DE AUTORIDADE 
 
 
 
 
 
 
 LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. 
 
 
1. O direito de representação e a ação penal. 
 
Dispõe o artigo 1° da Lei que o direito de representação e o processo de 
responsabilidade Administrativa, Civil e Penal, contra as Autoridades que, no exercício 
de suas funções cometeram abuso, são regulados pela presente Lei. Assim, tal direito de 
representação previsto na Lei, encontra-se também na Constituição Federal, no artigo 
5º, referente aos direitos e garantias fundamentais do homem. 
Artigo 5º, inciso XXXIV: São a todos assegurados independentemente do 
pagamento de taxas: 
 
a) O Direito de Petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder. 
 
Por isso, qualquer pessoa, que se sentir vítima de abuso de poder poderá direta, 
pessoalmente e sem necessidade de advogado encaminhar sua delação a Autoridade 
competente para apuração e responsabilização dos agentes infratores. 
É importante registrar que os crimes aqui tratados são de ação penal publica 
incondicionada, o que quer dizer que a Autoridade ao receber a noticia do crime 
praticado deve agir por dever de oficio sem qualquer condição. 
Assim se o órgão do MP tiver elementos de autoria e materialidade oferecerá a 
denuncia, se não tiver requisitará a instauração do Inquérito. Por outro lado se a 
 
 
 Tornar o conhecimento aplicável à atividade policial militar 
AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ DEVERÁ: 
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Autoridade Policial tomar conhecimento da prática do abuso de autoridade deverá, sob 
pena de prevaricação, instaurar o competente inquérito. 
 
I- Sujeito Ativo 
 
Somente as autoridades podem praticar os 
crimes previstos na lei, sendo assim, estamos diante 
de crime próprio e não crime comum que pode ser 
praticado por qualquer pessoa. 
 De acordo com o artigo 5º da mencionada 
Lei, considera-se autoridade, para os efeitos desta 
lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, 
de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. Comoexemplo 
podemos citar os policiais, fiscais, guardas 
municipais, etc. 
 
Observação importante: 
 
Pode-se afirmar que só haverá o crime de abuso de 
autoridade, se houver uma relação do agente com a 
função exercida isto é, estando no exercício da 
função, ou praticá-lo mesmo fora da função, mas 
invocando a sua condição funcional. Assim o 
policial de folga que realiza uma prisão ilegal 
invocando a sua condição de policial ou o policial 
que atenta contra a incolumidade física de alguém 
fora das funções invocando a sua condição funcional 
responderá pelo crime em tela. 
 
II- Sujeito Passivo e Bem Jurídico. 
 
O crime de abuso de 
autoridade se encontra disposto 
na Lei nº 4.898, de 09 de 
dezembro de 1965 e o crime de 
tortura é tratado na Lei nº 
9.455, de 07 de abril de 1997. 
A ação de policiais que muitas 
vezes extrapolam suas funções 
com emprego de violência 
acaba incorrendo em um dos 
crimes. O policial está 
garantido por Lei a usar da 
força física no exercício de 
suas funções, como também 
utilizar arma de fogo. O grande 
problema é que alguns policiais 
se reforçam nesta ideia de 
força legitima para excederem 
os seus atos de violência. Há 
de se distinguir o uso da força 
legítima e o uso da violência 
arbitrária. Nos abusos de 
autoridade, o dolo do agente 
deve ser analisado com muito 
cuidado, merecendo punição 
somente as condutas daqueles 
que, não visando à defesa 
social, agem por capricho, 
vingança ou maldade, com o 
consequente propósito de 
praticarem perseguições e 
injustiças. O que se condena, 
enfim, é o despotismo, a tirania 
como indica o nomem júris do 
crime. Portanto, se o policial, 
supondo estar agindo 
corretamente, isto é, sem dolo, 
executa prisão em flagrante, 
não há o delito de abuso de 
autoridade. 
 
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O sujeito passivo imediato e direto será a pessoa física ou jurídica, nacional ou 
estrangeira, vitima do abuso. E o sujeito passivo mediato ou indireto será o Estado, 
titular da Administração Publica. 
 Quanto ao bem jurídico, podemos dizer que são vários, dependendo da conduta 
praticada, tais como a liberdade, a privacidade, a intimidade, a incolumidade física e 
outros. 
 
III- Elemento subjetivo. 
 
O crime será praticado a titulo de dolo, não se admitindo a forma culposa. Assim 
o agente deverá ter consciência e vontade de praticar o crime, ou assumir o risco de 
produzir o resultado. Dolo direto ou dolo eventual. 
 
Observação importante quanto à realização do crime. 
 
Não se admite a tentativa nas hipóteses do artigo 3º, uma vez que, qualquer 
atentado será punido como crime consumado. Por conseguinte, se um policial tentar 
invadir uma casa sem as formalidades legais previstas na Constituição ou nas leis 
processuais penais, tal conduta será criminalizada como abuso de autoridade 
consumado. 
Igual providencia para os casos de atentado a liberdade de locomoção, 
incolumidade física, correspondência, etc. 
 
IV- Ações configuradoras do abuso de autoridade previstas no artigo 3º. 
 
De acordo com o dispositivo citado constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
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g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
 
Observação importante. 
 
Todos esses direitos estão previstos na Constituição, mas não são absolutos 
podendo ser restringidos ou limitados em algumas situações. Registre-se que ninguém 
pode se esconder atrás de direitos para a prática de ilícitos. Vejamos cada um desses 
direitos e a possibilidade de intervenção do Estado. 
 
a) A liberdade de locomoção. 
 
De acordo com o artigo 5º da CF: 
 
 “Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada pela Autoridade Judiciária competente, salvo os casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei”. 
 
A regra é a liberdade e a exceção à prisão. De acordo com a Lei, é crime não só 
o atentado a liberdade de locomoção como também ordenar o executar sem as 
formalidades legais qualquer medida privativa de liberdade. (Artigos 3º, alínea a e 4º 
alínea a da lei). 
Ora, como é por demais sabido, cada prisão tem a sua regulamentação própria e 
que deve ser observada rigorosamente: a prisão em flagrante, a preventiva, a temporária, 
etc. A rigor a única prisão sem mandado é a prisão em flagrante, sendo todas as outras 
prisões, realizadas com ordem judicial, e com estrita observância aos preceitos 
constitucionais e processuais penais. 
 
b) Atentado a inviolabilidade de domicílio. 
 
Segundo a Constituição, a casa é o asilo inviolável, ninguém nela pode penetrar, 
a não ser pelo consentimento do morador, desastre, socorro, ordem judicial durante o 
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dia e flagrante delito. Também o nosso Código Penal em seu artigo 150, após definir a 
casa como qualquer compartimento habitado não aberto ao publico, estabeleceu as 
hipóteses de entrada em uma casa, que são as mesmas previstas no texto constitucional 
acima mencionado. Por isso, se a Autoridade violar o domicílio responderá pelo artigo 
3°, b, da lei do abuso de autoridade. 
 
Observação importante: 
 
Na hipótese de cumprimento de mandado de prisão em casa alheia ou de busca 
domiciliar, em que faltar o consentimento do morador, tais diligencias só poderão ser 
realizadas durante o dia nos exatos termos dos artigos 293 e 294 do CPP, isto é com 
ordem judicial. 
 
c) Atentado ao sigilo de correspondência. 
 
A Constituição protege a correspondência e a lei 4898/65, criminaliza qualquer 
lesão à inviolabilidade da correspondência, resguardando-se a privacidade e a 
intimidade tanto do remetente quanto do destinatário do segredo. É importante assinalar 
que tal direito não é absoluto, podendo ser restringido se houver uma fundada suspeita 
da pratica de ilícitos penais através da correspondência. Sobre o assunto é importante 
registrar que o STF, decidiu que: 
 “A administração penitenciaria, com fundamento em 
razões de segurança publica, pode, excepcionalmente, proceder à interceptação da 
correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a clausula da inviolabilidade do 
sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas”. 
 
d) Atentado a liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício do culto 
religioso. 
 
Previsão legal artigo 5°, inciso VI da CF, dizendo que: 
 
 “É inviolável, a liberdade de consciência e 
de crença, sendo assegurado o livre exercício do culto religioso e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e as suas liturgias”. 
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Ao argumento de que todas as religiões são permitidas, acabando-se com 
qualquer tipo de discriminação, a Magna Carta estabeleceu que ninguém e, muito 
menos, o poder público, pode atentar contra tais condutas, enquanto exercida de forma 
regular, sendo, por conseguinte, a interferência indevida do agente publico, crime de 
abuso de autoridade. No entanto, em havendo excesso no exercício de tais direitos, 
como as práticas de crimes de curandeirismo, charlatanismo, exercício ilegal de 
medicina, crimes ambientais como a crueldade contra os animais,então estará a 
autoridade legitimada a agir sob pena de prevaricação: 
 
e) Atentado à liberdade de associação e ao direito de reunião. 
 
Também aqui teremos a previsão constitucional, como as hipóteses do artigo 5°, 
incisos VI e VII, que dispõem e garantem o direito de reunião para fins pacíficos e o 
direito de associação para fins lícitos. Assim, se realizados com as finalidades 
permitidas em lei, será abuso de autoridade qualquer interferência em tais direitos. No 
entanto, se houver desvio de finalidade, como práticas ilícitas, fins não pacíficos ou 
associações criminosas, então estará a autoridade publica legitimada a agir, sob pena de 
prevaricação. 
 
f) Atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto. 
 
Não podemos confundir tal hipótese de atentado ao exercício do voto, com as 
hipóteses de crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral como a conduta de prender 
ou deter eleitor, cinco dias antes ou quarenta e oito horas depois das eleições, sem que 
esteja em caso de flagrante por crime inafiançável. Assim, ficou para o abuso o simples 
atentado. 
 
g) Atentado a incolumidade física do indivíduo. 
 
Pune-se pela Lei 4898/65, apenas o atentado, porque se ocorrer além do atentado 
lesões corporais ou a morte do indivíduo, então, deverá o agente responder por ambos 
os crimes. No abuso de autoridade existe o interesse do Estado na correta proteção do 
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serviço púbico, e na lesão corporal ou homicídio, protege-se a integridade física ou a 
saúde e a vida. 
 
h) Atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. 
 
Trata-se de crime praticado pela autoridade contra o trabalhador. No entanto, 
não haverá o crime se a autoridade combater o comércio irregular não autorizado. 
 
V- Ações configuradoras do abuso de autoridade previstas no artigo 4º. 
 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades 
legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não 
autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de 
qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja 
comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em 
lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos 
ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à 
espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a 
título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando 
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, 
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de 
liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89). 
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 Do citado artigo 4º, é importante registrar as seguintes hipóteses: 
 
A- Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder. 
Tal conduta já foi estudada em parte, quando analisamos o artigo 3º. Também 
aqui, deve-se levar em consideração o principio da legalidade da prisão e os seus 
modelos legais. Ressalte-se que responde pelo crime em tela, não só quem ordena a 
medida restritiva de liberdade, como também quem cumpre a ordem ilegal, como a 
ordem de prisão para averiguações ou qualquer outra sem o mandado expedido pelo juiz 
competente, tudo em atenção ao principio constitucional do juiz natural. Se a prisão for 
à noite e no interior de residência, deve-se cumprir o disposto nos artigos 293 e 294 do 
CPP. Por último, devemos registrar que independem de mandado, as prisões de 
recaptura, em estado de sitio e no estado de defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aconteceu... 
 
Saiu na Folha de São Paulo de hoje (02/06/10): 
 “A Polícia Militar do Pará instaurou um procedimento administrativo para 
identificar os supostos policiais que aparecem em um vídeo obrigando três 
jovens a dançarem uma versão do hit "Rebolation", do grupo de axé Parangolé. 
A Defensora Pública do Estado também investiga o caso. As imagens foram 
postas no YouTube no sábado. No vídeo, os três jovens estão encostados em uma 
parede, quando um suposto policial manda os três dançarem, enquanto ele 
canta ‘baculation’. 
‘Baculejo’ é um termo usado para designar a abordagem de suspeitos por 
policiais. 
Segundo o major Jorge Vasconcelos, da assessoria de comunicação da PM, a 
Corregedoria já sabe quem colocou o vídeo no site, mas ainda não identificou os 
policiais. 
‘As mães dos adolescentes foram até a Defensoria Pública. Elas vão dizer onde 
foi a gravação e assim vamos identificar qual equipe estava lá.’ Em nota, a PM 
disse que os adolescentes foram submetidos a uma situação ‘vexatória’ e que as 
imagens constrangeram a corporação. ‘Os atos mostrados na imagem são 
totalmente contrários aos preceitos de ética e disciplina previstos em código de 
conduta dos PMs’, diz a nota" 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
16 | P á g i n a 
 
 
B- Submeter pessoa a sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento 
não autorizado em lei. 
 
Trata-se da conduta do servidor que, aproveitando-se da condição de 
inferioridade daquele que se encontra sob seu jugo, abusa do poder e atenta contra a 
integridade da vítima, expondo-a a infâmia, à desonra e penalidades não previstas em lei 
e nem na Constituição Federal. Por isso em hipóteses de prisão em flagrante, o agente 
deverá agir com cautela e de acordo com o disposto na Sumula Vinculante nº 11, que 
dispõe que: 
 
 “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do 
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado.” 
 
C- O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal. 
 
Temos aqui os crimes de calunia, difamação e injuria praticados pela autoridade, 
com o objetivo de ofender a honra da pessoa física ou jurídica. Quanto ao ato lesivo do 
patrimônio é correto exemplificar com a aplicação ilegal de multas, o despejo violento e 
humilhante, a apreensão ilegal de veículos. Para complementar pensemos no seguinte 
exemplo: se um policial resolver dolosamente danificar um veículo de um particular, 
por certo o mesmo responderá pelo crime de abuso de autoridade e não dano doloso. 
 
D - Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente 
ordem de liberdade. 
 Trata-se de crime doloso e praticado por omissão 
da autoridade, que decorrido o prazo, concedido da prisão temporária ou diante do 
cumprimento de pena ou medida de segurança, deixa de expedir em tempo oportuno 
ordem de liberdade,ou, também, daquele que deixar de cumprir imediatamente a 
ordem. Não existe a modalidade culposa. A prisão temporária encontra-se 
LEIS ESPECIAIS 
17 | P á g i n a 
 
 
regulamentada na lei 7960/89 e apresenta os prazos de 05 dias para os crimes comuns, 
ou 30 dias para os crimes hediondos, podendo tais prazos ser renovados por igual 
período pela autoridade judiciária competente. 
 
VI- Das sanções administrativas, civil e penal previstas no artigo 6º. 
 
O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. 
 
• A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso 
cometido e consistirá em: 
 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com 
perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
 
• A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no 
pagamento de uma indenização a ser arbitrada pelo juiz. 
 
• A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do 
Código Penal e consistirá em: 
 
 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por 
prazo até três anos. 
 
• As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou 
cumulativamente. 
LEIS ESPECIAIS 
18 | P á g i n a 
 
 
• Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, 
de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder 
o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por 
prazo de um a cinco anos. 
 
VII- Considerações finais. 
 
Quanto ao procedimento a ser adotado, e de acordo com o entendimento 
predominante os delitos estarão sujeitos ao rito sumaríssimo, ou seja, adota-se o rito 
previsto na lei 9099/95, Juizado Especial Criminal. 
Anotemos que no caso do crime ser cometido por funcionário público federal, a 
competência será da justiça federal de acordo com o artigo 109, inciso IV, da 
Constituição Federal. Por outro lado, se o crime de abuso de autoridade for cometido 
por policial militar, a competência será da justiça comum, de acordo com a súmula 172 
do STJ, abaixo transcrito: 
 Súmula 172 do STJ “Compete à Justiça Comum 
processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado 
em serviço”. 
Se houver o concurso do crime de abuso de autoridade com o de lesão corporal 
praticado por policial militar deve-se separar os processos, respondendo o agente na 
justiça comum pelo abuso de autoridade e na justiça militar pela lesão corporal, tudo de 
acordo com a Sumula 90 do STJ, assim redigida: 
 ”Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar 
o policial militar pela pratica do crime militar, e à Comum pela pratica do crime 
comum simultâneo àquele”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
19 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios de Fixação. 
 
 1ª Questão. ( Funcab. 2013. PC. ES. Com adaptações.) Assinale a alternativa que não 
contenha uma das hipóteses legais de abuso de autoridade. 
 
A- Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, inclusive 
quando se tratar de crime hediondo. 
B- Deixar de comunicar, imediatamente ao juiz competente a prisão ou detenção de 
qualquer pessoa. 
Saiba mais... 
 Analisemos um caso julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande 
do Sul, que ratifica o entendimento de que o excesso por parte do policial militar no 
momento da busca pessoal caracteriza crime de abuso de autoridade, sendo assim, 
passivo de responsabilização, conforme preceitua a Lei nº. 4.898/65. No caso da 
busca pessoal, o abuso será caracterizado pelo excesso e, consequentemente, pelo 
constrangimento causado. Na hipótese em que mesmo se tratando de um ato legítimo 
e revestido com o parâmetro da fundada suspeita, o policial militar a executa de modo 
excessivo e abusivo. Agredindo fisicamente e moralmente o cidadão abordado, ou 
mesmo quando adota procedimentos desnecessários e desproporcionais à conduta do 
cidadão que está sendo alvo da abordagem. Demonstrado de forma suficiente pela 
prova colhida que o policial militar, em abordagem, desferiu um tapa no rosto da 
vítima sem motivo aparente, está caracterizado o abuso de poder. ( TJRGS. Apelação 
Criminal n.º 71002250496/RS, Rel. Volcir Antônio Casal, 14.09.2009). 
 Por outro lado, o desvio, pode ser vislumbrado quando o policial 
age, simplesmente, por vontade e interesses próprios, sem atender a finalidade 
pública, extrapolando critérios jurídicos, como, por exemplo, realizar uma busca 
pessoal desnecessária sem atendimento ao critério da fundada suspeita, baseando-a 
somente na sua subjetividade. Do exposto podemos deduzir que a autoridade policial 
deverá proceder à revista pessoal, revista em automóveis, caminhões, ônibus, a 
qualquer hora do dia ou da noite, desde que haja uma fundada suspeita, de que o 
agente esteja de posse de objetos ilícitos. Deve, inclusive, adentrar em casa alheia a 
qualquer hora do dia ou da noite para efetuar prisão em flagrante, em caso de socorro 
ou desastre. Em caso de duvida da existência dessas hipóteses, só com o 
consentimento do morador ou mandado judicial durante o dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
20 | P á g i n a 
 
 
C- Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder. 
D- Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não 
autorizado em lei. 
E- O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando 
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal. 
 
2ª Questão. A respeito da Lei de Abuso de Autoridade, julgue os itens abaixo, marcando 
a opção correta. 
 
A- De acordo com o que dispõe a lei 4898/95 (Abuso de Autoridade), considera-se 
autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função 
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente, salvo quando 
exercida sem remuneração. 
B- O abuso de autoridade sujeitará o seu autor, exclusivamente, às sanções 
administrativas e penais. 
C- Admite-se a prática do crime de abuso de autoridade na forma culposa. 
D- Pratica o crime de abuso de autoridade o agente que, mesmo não tendo a 
intenção ou o ânimo específico de exorbitar do poder que lhe for conferido 
legalmente, excede-se nas medidas para cumpri-lo, com o objetivo de proteger o 
interesse público. 
E- São crimes de ação penal pública incondicionada, uma vez que o Art. 1º da Lei 
trata do direito de representação, sendo esta nada mais do que o direito de 
petição estampado no Art. 5º, inciso XXXIV da Constituição Federal. 
3ª Questão. Levando-se em consideração o disposto no artigo 5º da Constituição 
Federal quanto aos direitos individuais e demais dispositivos legais previstos na Lei 
4898/65, não constitui crime de abuso de autoridade. 
A- O ato lesivo do patrimônio de pessoa jurídica quando praticado com abuso de 
poder. 
B- Qualquer atentado à inviolabilidade do domicilio. 
C- Qualquer atentado a liberdade de consciência e de crença. 
LEIS ESPECIAIS 
21 | P á g i n a 
 
 
D- Execução de medida privativa de liberdade individual sem as formalidades 
legais. 
E- O atentado a qualquer direito de reunião. 
4ª Questão. Analiseas opções abaixo. 
A- A conduta do agente público que conduz preso algemado, justificando o uso da 
algema pela existência de perigo à sua própria integridade física, não caracteriza 
abuso de autoridade, uma vez que está executando medida privativa de liberdade 
em estrita observância das formalidades legais e jurisprudenciais. 
B- No dia 17/2/2008, no período vespertino, sargentos da Polícia Militar, no 
exercício da função, ingressaram, sem autorização dos moradores, na residência 
de João Paulo e, mediante atos de violência física, provocaram-lhe lesões na 
cabeça e tórax. Nessa hipótese os Policiais não praticaram qualquer crime, 
estando as suas condutas justificadas pelo poder discricionário, sendo-lhes 
deferida a possibilidade de agirem dentro da margem de liberdade de escolha 
entre as possíveis soluções a serem adotadas. 
C- Caracteriza crime de abuso de autoridade, a conduta do policial, que invade, à 
noite, sem ordem judicial e sem consentimento do morador, casa alheia em 
busca de crime permanente de trafico de drogas, na modalidade de ter em 
deposito cinco quilos de cloridrato de cocaína. 
Estão corretas. 
I- As opções A, B e C. 
II- As opções A e B. 
III- As opções B e C. 
IV- Apenas a opção A. 
V- As opções A e C. 
5ª Questão. Um policial militar, no exercício de suas funções, sem ordem judicial, sem o 
consentimento do morador e, sem qualquer situação de flagrante delito, consciente e 
voluntariamente, tenta entrar na casa de uma pessoa para realizar busca de objetos que 
teriam sido utilizados na prática de um crime. No entanto, o policial não conseguiu o 
LEIS ESPECIAIS 
22 | P á g i n a 
 
 
seu intento, porque o proprietário da casa trancou imediatamente a porta de entrada. 
Diante de tal situação hipotética marque a opção correta. 
A- O agente praticou crime de abuso de autoridade na sua forma tentada. 
B- O agente não praticou crime de abuso por ter sido a conduta interrompida. 
C- O agente praticou crime de abuso em sua forma consumada. 
D- O agente praticou crime de abuso de autoridade, mas a vitima do abuso deverá 
representar para que o processo seja iniciado. 
E- O agente praticou crime de abuso de autoridade e deverá responder perante a 
justiça militar. 
 
Gabarito. 
 
1ª- A; 2ª-E; 3ª- E; 4ª- V; 5ª-C. 
 
 Questão Discursiva. 
 
(Agente de Polícia Civil/ES – 2009. Cespe. Com adaptações.) Se um delegado de 
polícia, mediante fundadas suspeitas de que um motorista esteja transportando em seu 
caminhão certa quantidade de substância entorpecente para fins de comercialização, 
determinar a execução de busca no veículo, sem autorização judicial, resultando 
infrutíferas as diligências, uma vez que nada tenha sido encontrado. Diante do exposto 
responda as questões abaixo. 
 
A- A conduta da autoridade policial caracteriza o crime de abuso de autoridade? 
B- O veículo automotor onde se exerce profissão ou atividade lícita é considerado 
domicílio? Por quê? 
C- Sob o aspecto constitucional- penal o que entende por casa? 
 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
23 | P á g i n a 
 
 
Tema para reflexão. 
 
 Quando um policial prende alguém em flagrante delito, ele se encontra no 
estrito cumprimento do dever legal e no exercício de uma parcela do poder de 
policia. Assim a autoridade policial deve prender quem quer que se encontre 
cometendo ilícitos penais. A lei e somente a lei, deve servir de parâmetro para a sua 
decisão. Não agir quando podia, pode ser uma omissão criminosa, - a prevaricação- 
e agir com excesso, pode ser também uma conduta criminosa, - o abuso de 
autoridade-. Diante do exposto, você policial e somente você, deve fazer, naquele 
momento, um juízo de valoração para um comportamento adequado a lei. É a 
observância ao principio da legalidade. 
 
 Exercícios de Fixação. 
 
1ª Questão. Quanto aos crimes de tortura previstos na Lei 9455/97, julgue os itens 
abaixo, marcando a opção incorreta. 
 
a) Caracteriza crime de tortura o constrangimento, através do emprego físico de 
alguém para obter informações, declarações ou confissões. 
b) O crime de tortura é inafiançável, mas admite-se a graça e o indulto. 
c) Se o crime de tortura for praticado por agente publico, sua condenação 
acarretará a perda do cargo, função ou emprego publico e a interdição para o 
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
d) Aquele que se omite em face à tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
e) Aumenta-se a pena de 1/6 (um sexto) até 1/3 (um terço) se a tortura for 
cometida por agente publico. 
 
2ª Questão. Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta: 
 
I- Aplicar-se-á a Lei de Tortura, 9455/97, ainda que o crime não tenha sido 
cometido em território brasileiro, desde que a vitima seja brasileira e o 
agente se encontre em local sujeito a jurisdição brasileira. 
LEIS ESPECIAIS 
24 | P á g i n a 
 
 
II- Se o crime de tortura for praticado por agente público a condenação 
acarretará a perda do cargo, função ou emprego publico e a interdição para 
o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
III- O crime de tortura é inafiançável e imprescritível. 
 
A- Apenas I está correta. 
B- I e II estão corretas. 
C- II e III estão corretas. 
D- I e III estão corretas. 
E- Todas estão corretas. 
 
 
3ª Questão. A respeito do crime de tortura previsto na Lei 9455/97, julgue os itens 
abaixo, marcando a opção correta. 
 
I- O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, 
ainda que por intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de 
medida legal, praticará o crime de tortura. 
II- Nos termos da Lei n.° 9.455/97, a pena é aumentada se o crime de tortura for 
cometido com emprego de veneno. 
III- A lei de tortura não pune aquele que tinha o dever legal de evitá-la ou apurá-
la. 
 
A- Todas estão incorretas. 
B- I e II estão corretas. 
C- II e III estão corretas. 
D- I e III estão corretas. 
E- Todas estão corretas. 
 
4ª Questão. Quanto ao crime de Tortura previsto na Lei 9455/97, julgue os itens abaixo, 
marcando a opção correta. 
 
LEIS ESPECIAIS 
25 | P á g i n a 
 
 
A- A lei que pune a conduta criminosa da tortura encontra o seu fundamento, entre 
outros, na Constituição Federal, na proteção da dignidade da pessoa humana, 
que está prevista no capítulo que trata dos princípios constitucionais. 
B- O crime de tortura é considerado crime comum, uma vez que não se exige 
qualidade ou condição especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa 
pode ser considerada sujeito ativo desse crime. 
C- Incorre na pena prevista para o crime de tortura quem submete pessoa presa ou 
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da 
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
 
A- Todas estão incorretas. 
B- I e II estão corretas. 
C- II e III estão corretas. 
D- I e III estão corretas. 
E- Todas estão corretas. 
 
5ª Questão. Quanto aos crimes de tortura previstos na Lei 9455/97, julgue os itens 
abaixo, marcando a opção correta. 
 
A- O sujeito ativo do crime de tortura será sempre a autoridade pública. 
B- Os dispositivos da Lei só são aplicáveis aos crimes de tortura praticados no 
território nacional. 
C- Agrupamentos de pessoas que seguem a mesma religião pode ser alvo do crime 
de tortura. 
D- O condenado por qualquer crime de tortura sempre iniciará o cumprimento da 
pena em regime fechado. 
E- O crime de tortura é inafiançável, mas suscetível de indulto, graça e anistia. 
 
 
 Gabarito. 
1ª- B; 2ª- B; 3ª-A; 4ª-E; 5ª-C. 
 
 Discursiva. 
LEISESPECIAIS 
26 | P á g i n a 
 
 
 
 (Cespe-Unb. 2009. PC. PB. Com adaptações.). César, oficial da Polícia Militar, 
está sendo processado pela prática do crime de tortura, na condição de mandante, contra 
a vítima Ronaldo, policial militar. César visava obter informações a respeito de uma 
arma que havia sido furtada pela vítima. Diante de tal situação hipotética, responda 
objetivamente: 
 
I- A conduta de Cesar tem enquadramento na Lei 9455/97? 
II- Qual a justiça competente para processo e julgamento da conduta de César? 
III- Se Cesar for condenado haverá aumento de pena ou perda automática do cargo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
27 | P á g i n a 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
 
AULA nº 03 – LEI DOS CRIMES HEDIONDOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tornar o conhecimento aplicável à atividade policial militar 
AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ DEVERÁ: 
Entrou em vigor nesta terça-feira (07/07/2015), com a publicação no 
Diário Oficial da União, a Lei 13.142, que torna crime hediondo e qualificado o 
assassinato de policiais no exercício da função ou em decorrência dela. A norma 
abarca as carreiras de policiais civis, rodoviários, federais, militares, assim como 
bombeiros, integrantes das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança 
Pública e do Sistema Prisional. A nova lei foi sancionada na íntegra pela 
presidente Dilma Rousseff e também se estende aos cônjuges, companheiros e 
parentes consanguíneos de até terceiro grau assassinados em decorrência da 
atividade do agente policial. Em caso de lesão corporal dolosa de natureza 
gravíssima e lesão corporal seguida de morte contra os policiais e seus familiares, 
a pena deverá ser aumentada em dois terços. Entretanto, a medida é criticada por 
especialistas, que não concordam com o endurecimento das leis sem outras 
políticas que efetivamente reduzam a criminalidade. (Conjur. Gisele Souza. 
07/07/2015). 
Comentários 
Não há duvida de que o legislador acertou ao elaborar a presente Lei. Afinal de 
contas o Policial representando a Lei, o Estado e a Sociedade deve ser respeitado, 
sob pena de completa negação da ordem publica. Não podemos nos esquecer de 
que o Direito Penal tem um caráter subsidiário e fragmentário, isto é só terá 
aplicação quando não houver mais possibilidade de solução do conflito mais 
possibilidades de se resolver o conflito através de outras instancias jurídicas. 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
28 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 Observações importantes sobre a Lei 8072/90. 
 
I) São considerados hediondos os crimes 
previstos no artigo 1º e 2º, todos consumados e 
tentados. 
 
a) Homicídio (art. 121), quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V). 
b) Latrocínio (art. 157, § 3o, in fine). 
c) Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 
2o). 
d) Extorsão mediante sequestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o). 
e) Estupro (art. 213 e sua combinação com o 
art. 223, caput e parágrafo único). 
f) Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 
2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 
2009). 
g) Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 
1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 
12.015, de 2009). 
h) Epidemia com resultado morte (art. 267, § 
1o). 
i) Falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 
1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada 
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
j) Considera-se também hediondo o crime de 
SOBREVIVENTE DE 
CHACINA SEQUESTRA 
ÔNIBUS 
Em 12 de junho de 2000, 
Sandro do Nascimento, 
sobrevivente da chacina da 
Candelária, sequestrou um 
ônibus da Linha 174, no 
Rio de Janeiro. Ele manteve 
os passageiros reféns por 
mais de quatro horas, 
enquanto toda a negociação 
era transmitida ao vivo pela 
televisão. Após a libertação 
de alguns reféns, 
Nascimento desceu do 
coletivo usando a 
professora Geisa Gonçalves 
como escudo. Ao tentar 
atingir o sequestrador, um 
policial baleou a refém de 
raspão. Nascimento 
disparou mais três tiros 
contra a professora, que 
morreu no hospital. Preso, 
ele foi retirado do local com 
vida dentro de um 
camburão, mas chegou 
morto por asfixia ao 
hospital. Os policiais 
apontados como assassinos 
de Sandro foram 
absolvidos. O episódio 
virou o documentário 
Ônibus 174, de José Padilha 
e Felipe Lacerda, que 
ganhou prêmios 
internacionais. 
 
Aconteceu... 
“anos 80 a criminalidade avançava a 
olhos vistos, com os grandes centros 
urbanos como São Paulo, Rio de 
Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, 
dentre outros, sendo obrigados a 
conviver com altos índices de 
homicídios qualificados, latrocínios, 
estupros e roubos a banco. A sociedade 
brasileira esperava providências 
importantes no sentido de coibir o 
crime. O grande foro de debates à 
época foi, sem dúvida, a Assembleia 
Nacional Constituinte que teve a grande 
oportunidade de dar a resposta que a 
sociedade brasileira merecia no sentido 
de endurecer a lei penal e estabelecer 
políticas criminais adequadas para 
punir com mais severidade criminosos 
truculentos. O tempo passou, a 
Constituição Federal foi promulgada 
em 05 de outubro de 1988 e a 
criminalidade avançou a níveis 
assustadores. Nossa Carta Fundamental 
já está para completar 20 anos e o 
crime tornou-se uma duríssima 
realidade. Aumentaram os homicídios 
qualificados, estupros, extorsões 
mediante sequestro, e ainda surgiram 
“novidades” do final do século, como 
ações do crime organizado e o domínio 
dos traficantes de drogas. E nestes 
quase 20 anos, a sociedade não está 
tendo a resposta que merece ter por 
parte do Estado para combater o crime. 
Muito pelo contrário: o legislador 
pátrio admitiu as chamadas penas 
alternativas, o sursis processual, o 
livramento condicional, enquanto a 
sociedade agoniza nas mãos de 
marginais truculentos, clamando por 
uma política criminal de “tolerância 
zero”. 
Ricardo Farabuli, Âmbito Jurídico. 
Acesso em 15/01/2016. 
LEIS ESPECIAIS 
29 | P á g i n a 
 
 
genocídio previsto nos artigos 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 
1956 tentado ou consumado. 
k) São também considerados assemelhados a crime hediondo a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo. 
l) Feminicídio. Crime previsto no artigo 121, parágrafo 2º, inciso VI do CP, que 
significa praticar homicídio contra mulher por razoes da condição de sexo 
feminino. 
m) Homicídio cometido contra integrantes dos órgãos de segurança publica (ou 
contra os seus familiares), se o delito tiver relação com a função exercida, tal o 
disposto no artigo 121, parágrafo 2º, inciso VII do CP. 
 
II) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança. 
 
III) Será possível, no entanto, o cumprimento de pena em regime semiaberto ou 
aberto, mas o inicio deverá ocorrer em regime fechado. Assim, se cumprir 
parte da pena poderá progredir de regime. (Dois quintos se primário, ou três 
quintos se reincidente). 
 
IV) Será admissível o livramento condicional desde que preencha os requisitos 
previstos na lei: não ser reincidente em crimes dessa natureza e desde que 
cumpra dois terços da pena. 
 
V) O prazo da prisão temporária para os crimes hediondos será de 30 (trinta dias), 
podendo ser prorrogado por igual período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
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Exercícios de Fixação. 
 
 1ª Questão. São crimes hediondos, exceto: 
 
a) Estupro de vulnerável. 
b) HomicídioQualificado pelo motivo torpe, tentado. 
c) Latrocínio tentado. 
Saiba mais 
Crimes hediondos são os crimes entendidos pelo Poder Legislativo 
como os que merecem maior reprovação por parte do Estado. No Brasil 
encontram-se expressamente previstos na Lei Nº 8.072 de 1990. 
Os crimes hediondos, do ponto de vista da Criminologia sociológica, 
são os crimes que estão no topo da pirâmide de desvaloração axiológica 
criminal, devendo, portanto, ser entendidos como crimes mais graves, 
mais revoltantes, que causam maior aversão à sociedade. São 
considerados hediondos os crimes cuja lesividade é acentuadamente 
expressiva, ou seja, crime de extremo potencial ofensivo, ao qual 
denominamos crime “de gravidade acentuada”. 
Os crimes hediondos são os crimes cometidos contra os bens que são 
protegidos pela Constituição Federal (CF). Um dos bens que a CF deve 
proteger, guardar é a vida, por isso o homicídio doloso qualificado é 
considerado hediondo. A nova discussão sobre os crimes hediondos 
inclui na relação da Lei 8072/90, a corrupção ativa e passiva, tendo tal 
inclusão, no entanto, que ser aprovada, ainda sem data certa para 
ocorrer. A propósito qual a sua opinião sobre o tema? Não se esqueça 
de que o conceito de crime hediondo repousa na ideia da existência de 
condutas que se revelam como a antítese extrema dos padrões éticos de 
comportamento social. Portanto, os seus autores são portadores de 
extremo grau de perversidade, de perniciosa ou de periculosidade e que, 
por isso, merecem sempre o grau máximo de reprovação ética por parte 
do grupo social e, em consequência, do próprio sistema de controle. 
Wikipédia, a enciclopédia livre. Visitada em 26/01/2016. 
 
LEIS ESPECIAIS 
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d) Epidemia de água potável. 
e) Envenenamento de água potável. 
 
 2ª Questão. Quanto aos crimes hediondos, assinale a alternativa correta. 
 
a) São equiparados a crimes hediondos: o trafico ilícito de drogas, o estupro e o porte 
ilegal de arma de fogo de uso restrito. 
b) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça e livramento condicional. 
c) O condenado ao crime hediondo deve cumprir a pena em regime fechado. 
d) Os crimes hediondos são inafiançáveis. 
e) Os crimes hediondos são imprescritíveis. 
 
 3ª Questão. Não é considerado crime hediondo. 
a) Feminicídio. 
b) Homicídio cometido contra os integrantes dos órgãos de segurança e os seus 
familiares. 
c) Genocídio. 
d) Epidemia com resultado morte. 
e) Corrupção passiva. 
 
 4ª Questão. A respeito dos crimes hediondos, assinale a alternativa correta com base 
na legislação em vigor. 
a) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça e indulto, embora lhes 
seja admitida fiança. 
b) A pena do condenado por crime hediondo deverá ser cumprida em regime 
integralmente fechado. 
c) Se o crime hediondo de extorsão mediante sequestro for cometido por quadrilha 
ou bando, o coautor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do 
sequestrado, será beneficiado com a redução da pena de um a dois terços. 
d) São considerados hediondos, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de 
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e a tortura. 
e) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, e indulto, admitindo-se, no 
entanto, a graça. 
LEIS ESPECIAIS 
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5ª Questão. São crimes hediondos próprios, assim definidos pela Lei no 8.072/1990, 
dentre outros: 
a) Estupro de vulnerável, epidemia com resultado morte e adulteração de produto 
destinado a fim terapêutico. 
b) Extorsão mediante sequestro, desastre ferroviário e incêndio, desde que seguido 
de morte. 
c) Terrorismo, estupro de vulnerável e racismo. 
d) Homicídio, latrocínio e extorsão mediante sequestro. 
e) Atentado contra meio de transporte aéreo, concussão e homicídio qualificado. 
 Gabarito. 
1ª- E; 2ª-D; 3ª-E; 4ª-D; 5ª-A. 
 Questão Discursiva. 
 Em uma área rural, Lucas, reincidente em crime de lesão corporal de 
natureza grave, apontou uma arma de fogo de uso restrito, municiada, na direção de 
Flávia, determinou que ambos caminhassem para o interior de um matagal existente na 
localidade, e ali ele praticou o crime de estupro na forma consumada. Antes de fugir do 
local, Lucas ainda revistou a roupa de Flávia e levou seu aparelho de telefone celular, 
que custava quinhentos reais. Flávia conseguiu abrigo em uma residência próxima ao 
local do fato, onde relatou o ocorrido a Roberta, que ligou para policiais militares do 
posto mais próximo, os quais conseguiram localizar Lucas e prendê-lo na posse da arma 
de fogo, logrando apreender também o aparelho de telefone celular. Na delegacia de 
polícia, constatou-se que a arma de fogo era produto de furto registrado na semana 
anterior por Rodrigo, oficial do Exercito Brasileiro, detentor do respectivo registro da 
arma. Diante de tal situação hipotética responda as perguntas a seguir: 
a) Quais os crimes praticados por Lucas? 
b) Os crimes praticados são hediondos? 
c) Em caso afirmativo, consultando a Lei 8072/90, quais as consequências 
previstas? 
d) Cabe a prisão em flagrante? 
 
LEIS ESPECIAIS 
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LEIS ESPECIAIS 
 
AULA nº 04 – LEI DE TORTURA 
 
 
 
 
 
 
 LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 
 
O crime de tortura encontra-se regulamentado 
pela lei 9455/97. Tal prática é expressamente proibida 
em nosso ordenamento jurídico com previsão na CF, 
sendo considerado crime contra a humanidade. O 
artigo 5º, inciso III da Constituição Federal, afirma que: 
 
“ninguém será submetido à tortura ou a tratamento 
degradante” 
 
Também o artigo 5º, inciso XLIX, garante ao 
preso o respeito a sua integridade física e moral. E, por 
ultimo, o inciso XLIII, do mesmo artigo 5º, considerou 
o crime de tortura insuscetível de graça ou anistia. O 
legislador infraconstitucional, por sua vez, equiparou o 
crime de tortura a crime hediondo. Vejamos alguns 
pontos importantes relacionados com o crime ora 
estudado. A tortura se caracteriza como um intenso 
sofrimento físico ou mental. A nossa lei de tortura 
assim a classifica, estando prevista na mencionada Lei 
com a seguinte classificação: 
 
I. Tortura prova. 
 
 
 Tornar o conhecimento aplicável à atividade policial militar 
AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ DEVERÁ: 
Analisemos um pensamento de 1764, 
de Beccaria, insurgindo-se contra a 
tortura e colocando em duvida a 
eficiência do método utilizado para se 
chegar à verdade. (Dos Delitos e das 
Penas, pag. 65 e 66) 
“Estranha consequência que, 
necessariamente, decorre do uso da 
tortura, é que o inocente é posto em 
pior condição que o culpado. 
Realmente, se ambos são submetidos ao 
suplicio, o primeiro tem tudo contra si, 
uma vez que ou confessa o delito e é 
condenado, ou é declarado inocente, 
mas sofreu pena indevida; ao passo que 
um caso é favorável ao culpado quando, 
resistindo à tortura com firmeza, deverá 
ser absolvido como inocente, trocando 
a pena maior pela menor. O inocente, 
portando, só tem a perder e o culpado 
só a ganhar. (,,,). Eu juiz deveria julgar-
vos culpados de tal delito; tu, que és 
forte, soubeste resistir à dor, e, por isso, 
te condeno. Sinto que a confissão 
arrancada entre suplícios não teria força 
nenhuma, mas novamente sereis 
torturado se não confirmardes a vossa 
confissão. (...) Tu és culpado deste 
delito; é pois possível que o sejas de 
cem outros delitos; esta dúvida me 
oprime e quero certificar-me com meu 
próprio critério da verdade; as lei 
torturam-te porque és culpado, porque 
podes ser culpado, porque quero que 
sejas culpado.” 
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwicgOWVwrbKAhUFh5AKHSQ1DHUQFggdMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2FL9455.htm&usg=AFQjCNGr9p655aukTzf4BiTKL6Q4JQkncw&sig2=sqvBILdQvEithVadK_CarALEIS ESPECIAIS 
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II. Tortura crime meio. 
III. Tortura discriminatória. 
IV. Tortura castigo. 
V. Tortura do encarcerado. 
VI. Tortura preterdolosa. 
VII. Omissão em face de tortura. 
 
I. Tortura prova. 
 
Quanto à primeira espécie de tortura 
denominada de tortura prova, podemos afirmar que se 
trata de crime comum, porque praticado por qualquer 
pessoa e não somente pelo agente policial. O objetivo 
dessa modalidade de tortura é obter declaração ou 
confissão de qualquer pessoa como meio de prova. Na 
verdade, a criminalização dessa espécie de tortura tem 
raízes históricas, pois na idade média, a confissão era 
considerada a rainha das provas, e assim sendo era 
conseguida através da tortura. 
 
II. Tortura crime meio. 
 
 Na tortura crime meio, a finalidade da tortura é 
conseguir do torturado um comportamento criminoso. Na 
verdade, teremos três pessoas que participam dessa 
espécie de crime: o agente que tortura; a pessoa que é 
torturada para cometer o crime; e uma terceira pessoa, 
contra a qual o crime é praticado. Nessa hipótese, o 
agente deverá responder por dois crimes: o crime de 
tortura e o crime praticado pelo torturado contra o 
terceiro. O torturado estará isento de pena, por estar 
praticando o crime coagido pelo torturador. Quanto ao 
terceiro, sujeito passivo final, 
 Já em 1376, Nicolau 
Eymerich, escreveu o Manual dos 
Inquisidores, com o objetivo a coibir 
comportamentos contrários ao Poder 
dominante. Nessa obra, apresentou 
algumas regras permissivas da tortura: 
 “Tortura-se o acusado que 
vacilar nas respostas, afirmando ora 
uma coisa, ora outra, sempre negando 
os argumentos mais fortes da acusação. 
Nestes casos, presume-se que esconde a 
verdade e que, pressionado pelo 
interrogatório, entra em contradição. Se 
negar uma vez, depois confessar e se 
arrepender, não será visto como 
‘vacilante’ e sim como herege 
penitente, sendo condenado.” 
 No que diz respeito ainda à 
tortura, Eymerich é bastante claro 
quanto a sua utilização, apenas para os 
“delitos ocultos”, pois se é possível 
provar o fato de outra maneira, sem 
torturar, não se tortura. Esse era o 
entendimento a ser adotado. No 
entanto, como todo individuo tinha uma 
culpa que calava, e que só poderia ser 
obtida através da confissão, torturava-
se. É de ver, por conseguinte, que todo 
o sistema punitivo, ficava fora de 
controle, sendo o ser humano reduzido 
a nada. Assim, a presunção era de 
culpabilidade; a confissão deveria ser 
obtida pelo tormento e a pena de morte 
na fogueira, aplicada sem vacilação. É 
sempre assim. Em todos os casos de 
desrespeito aos direitos humanos, 
perde-se a referencia, não se sabendo 
como tais práticas vão terminar. Na 
dúvida qualquer um pode ser culpado. 
LEIS ESPECIAIS 
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 este poderá ser uma pessoa determinada, como no crime de extorsão, ou uma pessoa 
indeterminada como no crime de incêndio, em que a vitima é a coletividade, 
denominados de crimes vagos. 
 
III. Tortura discriminatória. 
 
 A tortura discriminatória ocorre quando o sofrimento físico ou mental é 
produzido em razão de preconceito ou discriminação de raça ou religião. Na verdade a 
lei de tortura, não seguiu os outros textos legais, em que o preconceito ou discriminação 
são realizados em decorrência de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, 
como nos crimes de racismo previsto na lei 7716/89. Também aqui teremos um crime 
comum, porque praticado por qualquer pessoa. 
 
IV. Tortura castigo. 
 
Na tortura castigo, haverá uma relação especial de poder, autoridade ou vigilância, 
entre o sujeito ativo e passivo, como os pais, tutor, professor, curador, etc. Pode-se 
afirmar que o crime de tortura não revogou o crime de maus tratos previsto no artigo 
136 do CP. Assim se a intenção do agente for castigar e causar um dano a vitima 
teremos o crime de tortura. Mas, se a intenção do agente for apenas de educar colocando 
a vitima em uma situação de perigo teremos o crime de maus tratos. Deixar a vitima 
privada de alimentação por um tempo relevante como forma de educar caracteriza maus 
tratos; aplicar ferro em brasa na vitima ou arrancar os dentes, como forma de castigar 
caracteriza o crime de tortura. 
 
V. Tortura do encarcerado. 
 
Este é um crime próprio e somente poderá ser cometido pelo agente público, porque 
a vítima tem que estar presa provisòriamente ou definitivamente. Impõe a Constituição 
Federal em seu artigo 5º, incisos, III e XLIX, a proibição absoluta da tortura ou de 
tratamento desumano ou cruel a pessoas presas ou submetidas à medida de segurança, 
LEIS ESPECIAIS 
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conservando o preso todos os seus direitos não atingidos pela sentença. Também, a Lei 
de Execução Penal, em seu artigo 40, é clara ao impor ”a todas as autoridades o respeito 
à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios”. 
 
VI. Omissão em face à tortura. 
 
Dispõe o artigo 1º, parágrafo 2º, da lei de tortura que: 
 
 “aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever 
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.” 
 
Duas hipóteses que devem ser registradas: 
 
 A primeira, relacionada com a omissão praticada por quem tinha o dever de evitar a 
tortura; 
 A segunda, que se relaciona com a omissão praticada por quem tinha o dever de 
apurar a tortura. Por outro lado, não se pode confundir tal omissão, com a 
participação por omissão, em que o agente poderá ser responsabilizado pelo crime 
de tortura, em concurso de pessoas, como no caso do policial que assistindo a uma 
cena de tortura, nada faz porque quer a tortura, devendo responder como participe. 
 
Em suma, ou teremos a omissão em face à tortura, como o fato dos policiais que 
se omitem, quando tinham o dever de evitá-la, embora não concordem com o crime 
praticado pelos seus colegas; ou teremos o segundo caso, em que os policiais também se 
omitem, embora concordando com a tortura, e respondendo como participe, por força 
do artigo 29 do CP. É importante registrar que na omissão em face à tortura, a pena é 
de detenção de um a quatro anos, o que permitirá a suspensão condicional do processo 
nos termos da lei 9099/95. 
 
2. Tortura qualificada pelo resultado. 
 
Na tortura qualificada pelos resultados lesão grave ou morte, crime preterdoloso, o 
agente não quer a morte da vitima e nem a lesão corporal grave, mas o resultado ocorre 
como consequência da tortura, sendo atribuído ao agente a titulo de culpa, isto é, dolo 
LEIS ESPECIAIS 
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na conduta e culpa no resultado. A tortura qualificada pela morte não se confunde com o 
homicídio qualificado pela tortura. Naquela, o dolo do agente se esgota na tortura e no 
homicídio o dolo do agente se esgota na morte. 
 
Causas de Aumento de Pena. 
 
 O parágrafo 4º do artigo 1º prevê quatro causas de aumento de pena de 1/6 (um 
sexto) a 1/3 (um terço), assim resumidas: 
 
a) Se o crime é cometido por agente público; 
b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portadores de deficiência, 
adolescente ou maior de 60 anos; 
c) Se o crime é cometido mediante sequestro; 
 
Observações finais. 
A ação penal será publica incondicionada. De acordo com o artigo 1º, parágrafo 
5º, é efeito automático da condenação, a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Por se tratar de 
crime assemelhado a hediondo o inicio de cumprimento de pena será em regime 
fechado, exceto para o crime de omissão em face à tortura punido com pena de 
detenção, não sendo considerado hediondo. Por ultimo é importante registrar que ocrime de tortura é insuscetível de anistia, graça, indulto, não sendo admitida a fiança em 
caso de prisão em flagrante. 
 
 Exercícios de Fixação. 
 
1ª Questão. Quanto aos crimes de tortura previstos na Lei 9455/97, julgue os itens 
abaixo, marcando a opção incorreta. 
 
a) Caracteriza crime de tortura o constrangimento, através do emprego físico de 
alguém para obter informações, declarações ou confissões. 
b) O crime de tortura é inafiançável, mas admite-se a graça e o indulto. 
LEIS ESPECIAIS 
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c) Se o crime de tortura for praticado por agente publico, sua condenação 
acarretará a perda do cargo, função ou emprego publico e a interdição para o 
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
d) Aquele que se omite em face à tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
e) Aumenta-se a pena de 1/6 (um sexto) até 1/3 (um terço) se a tortura for 
cometida por agente publico. 
 
2ª Questão. Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta: 
 
IV- Aplicar-se-á a Lei de Tortura, 9455/97, ainda que o crime não tenha sido 
cometido em território brasileiro, desde que a vitima seja brasileira e o 
agente se encontre em local sujeito a jurisdição brasileira. 
V- Se o crime de tortura for praticado por agente público a condenação 
acarretará a perda do cargo, função ou emprego publico e a interdição para 
o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
VI- O crime de tortura é inafiançável e imprescritível. 
 
a) Apenas I está correta. 
b) I e II estão corretas. 
c) II e III estão corretas. 
d) I e III estão corretas. 
e) Todas estão corretas. 
 
3ª Questão. A respeito do crime de tortura previsto na Lei 9455/97, julgue os itens 
abaixo, marcando a opção correta. 
I- O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, 
ainda que por intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de 
medida legal, praticará o crime de tortura. 
II- Nos termos da Lei n.° 9.455/97, a pena é aumentada se o crime de tortura for 
cometido com emprego de veneno. 
III- A lei de tortura não pune aquele que tinha o dever legal de evitá-la ou apurá-
la. 
LEIS ESPECIAIS 
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a) Todas estão incorretas. 
b) I e II estão corretas. 
c) II e III estão corretas. 
d) I e III estão corretas. 
e) Todas estão corretas. 
 
4ª Questão. Quanto ao crime de Tortura previsto na Lei 9455/97, julgue os itens abaixo, 
marcando a opção correta. 
 
I. A lei que pune a conduta criminosa da tortura encontra o seu fundamento, entre 
outros, na Constituição Federal, na proteção da dignidade da pessoa humana, 
que está prevista no capítulo que trata dos princípios constitucionais. 
II. O crime de tortura é considerado crime comum, uma vez que não se exige 
qualidade ou condição especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa 
pode ser considerada sujeito ativo desse crime. 
III. Incorre na pena prevista para o crime de tortura quem submete pessoa presa ou 
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da 
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
 
a) Todas estão incorretas. 
b) I e II estão corretas. 
c) II e III estão corretas. 
d) I e III estão corretas. 
e) Todas estão corretas. 
 
5ª Questão. Quanto aos crimes de tortura previstos na Lei 9455/97, julgue os itens 
abaixo, marcando a opção correta. 
 
A- O sujeito ativo do crime de tortura será sempre a autoridade pública. 
B- Os dispositivos da Lei só são aplicáveis aos crimes de tortura praticados no 
território nacional. 
LEIS ESPECIAIS 
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C- Agrupamentos de pessoas que seguem a mesma religião pode ser alvo do crime 
de tortura. 
D- O condenado por qualquer crime de tortura sempre iniciará o cumprimento da 
pena em regime fechado. 
E- O crime de tortura é inafiançável, mas suscetível de indulto, graça e anistia. 
 
Gabarito. 
1ª- B; 2ª- B; 3ª-A; 4ª-E; 5ª-D. 
 
Discursiva. 
 
 (Cespe-Unb. 2009. PC. PB. Com adaptações.). César, oficial da Polícia Militar, 
está sendo processado pela prática do crime de tortura, na condição de mandante, contra 
a vítima Ronaldo, policial militar. César visava obter informações a respeito de uma 
arma que havia sido furtada pela vítima. Diante de tal situação hipotética, responda 
objetivamente: 
 
I- A conduta de Cesar tem enquadramento na Lei 9455/97? 
II- Qual a justiça competente para processo e julgamento da conduta de 
César? 
III- Se Cesar for condenado haverá aumento de pena ou perda automática do 
cargo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
41 | P á g i n a 
 
 
LEIS ESPECIAIS 
AULA nº 05 – TRÁFICO ILICITO DE DROGAS 
 
 
 
 
 
 
 
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 
 
 A lei 11.343/06 entrou em vigor no dia 08 de outubro do ano de 2006, 
revogando expressamente as Leis 6368/76 e 10.409/02. Esta lei se baseia na relação 
entre o porte de drogas e condutas assemelhadas para consumo pessoal e tráfico ilícito 
de drogas. São crimes de perigo que ofendem primeiramente a saúde publica. É 
importante registrar que a resolução 344/98 da ANVISA, complementa a Lei 
estabelecendo quais as substancias proibidas, alucinógenas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I- A figura do usuário prevista no artigo 28 da lei. 
 
 
 
 Tornar o conhecimento aplicável à atividade policial militar 
AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ DEVERÁ: 
Aconteceu... 
Fonte: O Dia. 29/01/2016 
Traficante é preso após oferecer R$ 300 mil para ser liberado por PMs em blitz 
Apontado como um dos líderes do tráfico de drogas da favela de Acari, na Zona 
Norte, homem foi encontrado na Av. Brasil. 
Rio - Parado em uma blitz, um traficante foi preso após oferecer R$ 300 mil a 
policiais para ser liberado. Apontado como um dos líderes do tráfico da favela 
de Acari, na Zona Norte, Jeferson da Silva Aleluia, de 33 anos, mais conhecido 
como "Portugal", estava em um Hyundai HB 20 acompanhado de outras três 
pessoas, quando foi abordado, na Avenida Brasil, altura do Ceasa, em Irajá, 
Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira. Os policiais do 41º BPM 
(Irajá) recusaram a oferta e deram voz de prisão a Jeferson, que foi levado para 
a 27ª DP (Vicente de Carvalho). 
 Trata-se de fato isolado ou comum? Você decide. 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.343-2006?OpenDocument
LEIS ESPECIAIS 
42 | P á g i n a 
 
 
Artigo 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
E prossegue o texto legal: 
 
§1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, 
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância 
ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 
Em suma, o artigo 28, trata da figura do usuário que possui a droga ou plantas 
em pequena quantidade para uso próprio. No entanto, se a sua conduta tiver por 
objetivo, não só o consumo como também o comercio ilegal, então o mesmo responderá 
pelo trafico previsto no artigo 33 da mencionada Lei. É importante registrar que o artigo 
28, prevendo uma infração de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado 
Especial Criminal, apresenta penas de caráter educativo e não retributivo ou 
intimidatório, afastando

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