Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Síntese Problema 6 – M203 Juliana Jesus do Carmo Duó Módulo 203 - Problema 6: Bem-vindo, José! A enfermeira Kamila, recepcionou o recém-nascido José, com peso de 3.106 g, estatura de 48 cm, IG de 38 semanas, colocando-o em berço aquecido e observando suas adaptações extrauterinas. A seguir, realizou o exame físico e registrou o índice de APGAR (7’/9’/10’), classificando-o quanto à idade gestacional e peso comparando ao resultado obtido pelo método de Capurro. Foram realizados cuidados imediatos e mediatos ao recém-nascido no centro obstétrico, e posteriormente mãe e filho foram encaminhados ao alojamento conjunto onde deverão ser realizados os testes de triagem neonatal. Continua.... Objetivos de Aprendizagem: 1. Explicar a adaptação do recém-nascido à vida extrauterina, ressaltando os cuidados imediatos e mediatos. O parto é um evento que demanda do recém-nascido uma série de funções a serem realizadas fora do ambiente uterino. O concepto dentro do útero não respira e os pulmões são preenchidos pelo líquido amniótico Placenta: realiza as trocas gasosas, de nutrientes e excretas. SISTEMA CARDIOVASCULAR E TRANSIÇÃO DA CIRCULAÇÃO FETAL Circulação fetal Circulação antes do nascimento: circuitos paralelos (shunts), devido a presença de 3 estruturas fetais (além da veia e artéria umbilical) que proporcionam a circulação de sangue venoso e arterial misturados · Ducto venoso · Forame oval · Ducto arterioso A presença do líquido amniótico faz com que a resistência vascular pulmonar seja aumentada e a resistência vascular sistêmica baixa, o que leva a formação de um fluxo sanguíneo no sentido da circulação pulmonar para a sistêmica fetal (shut direita-esquerda) O transporte de sangue oxigenado que provém da placenta é feito pela veia cava inferior Parte do sangue da veia umbilical vai ao fígado através da circulação hepática e a maior parte chega a veia cava inferior pelo ducto venoso Na veia cava inferior misturam-se os sangues dos segmentos inferiores (baixo O2) e o sangue oxigenado da placenta 2/3 do sangue alcançam o átrio esquerdo pelo forame oval No átrio esquerdo, o sangue mistura-se ao sangue que vem das artérias pulmonares e vai ao ventrículo esquerdo e depois é jogado para a circulação sistêmica através da aorta No átrio direito, mistura-se o sangue da cava inferior com o proveniente de estruturas superiores, atinge o ventrículo direito e alcança o tronco pulmonar Esse volume é desviado para a aorta através do ducto arterioso, que retorna a cava inferior e placenta. Circulação neonatal Corte do cordão umbilical e primeira incursão respiratória causam a queda abrupta da resistência vascular pulmonar em relação à sistêmica Retorno venoso para a veia cava inferior diminui, aumentando o fluxo por meio da câmara esquerda O sangue das cavas inferiores e superiores entra no átrio direito e é bombeado pela artéria pulmonar fluxo de esquerda-direita Pressão sistêmica > pulmonar: ducto arterioso se contrai e apresenta uma característica de circulação mais próxima do adulto Alterações dos gradientes de pressão nas câmaras cardíacas e maior retorno venoso pulmonar causa o fechamento funcional do forame oval logo após o nascimento O papel constritor do O2 causa o fechamento funcional do canal arterial nos primeiros 4 dias de vida em RN a termo (causa dilatação das arteríolas e expulsão dos fluidos) Fechamento anatômico ocorre meses depois ALTERAÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS E HEMATOPOIÉTICAS 12-24h de vida: fechamento funcional das estruturas anatômicas e dos shunts fetais (estabelecimento da circulação neonatal e inversão do shunt de D-E para E-D 1ª e 2ª semana de vida: fechamento anatômico do ducto venoso Final do 1º mês de vida: fechamento anatômico do ducto arterioso Volume sanguíneo do RN a termo: 80 a 90 ml/Kg Volume sanguíneo do RN prematuro: 90 a 105 ml/Kg No útero o volume sanguíneo é maior devido ao acréscimo do volume placentário e ele tende a diminuir Sistema hematopoiético Hemácias fetais: grandes e em pouca quantidade; aumenta o nº gradualmente após o nascimento e diminui o tamanho para promover adequada oxigenação 14ª a 34º semana: aumento gradual de hemoglobina e hematócrito 2º ao 3º mês: anemia fisiológica da lactância devido à hemólise e diminuição da hemoglobina Hemoglobina fetal hemoglobina neonatal Plaquetas: normais, porém, o RN tem maior tendência a sangramentos pela fragilidade capilar e deficiência de vitamina K Leucócitos: diminuição gradativa na 1ª semana 12.000/mm³ Maior expressão de neutrófilos, mas imaturos Sistema respiratório Preparação intrauterina para realizar trocas gasosas 24ª à 30ª semana: pneumócitos iniciam produção limitada de surfactante (mantém o alvéolo pulmonar patente, propício para trocas e diminui a resistência pulmonar á respiração. Pico de produção: 35ª semana de gestação A respiração neonatal depende de estímulos bioquímicos, mecânicos e ambientais: · A passagem no canal de parto ajuda a remover as secreções do sistema respiratório · O centro respiratório medular (luz, som, toque e dor estimulam receptores químicos que interferem na respiração) · A presença de reservas de energia para a mecânica ventilatória · Oxigenação adequada do SNC, sem ocorrência de asfixia neonatal Sistema hepático Imaturidade para realização dos processos de liberação de bilirrubina, coagulação sanguínea, metabolismo de carboidratos e armazenamento de ferro Mecanismo de liberação de bilirrubina: · Bilirrubina indireta (lipossolúvel) bilirrubina direta (hidrossolúvel) urina · Urobilinogênio e estercobilinogênio urina e fezes Icterícia fisiológica (48-72 h após o nascimento): devido a substituição das hemácias, ou seja, há aumento na transformação de hemácias velha em bilirrubina, causando excesso desta nos tecidos Icterícia antes desse período indica algum problema Sistema renalMenos concentrada: débito urinário aumentado ou excesso de líquidos corporais Mais concentrada: precisa de líquidos ou está urinando pouco Baixa taxa de filtração glomerular A partir da 34ª semana a função renal melhora A urina surge nas primeiras 48 h Densidade urinária: 1005 a 1015 Pode ser menos ou mais concentrada Sistema digestório 16ª a 17ª semana: início da deglutição, contribuindo para a motilidade do trato gastrointestinal 34ª a 35ª semana: capacidade de sucção e deglutição Capacidade gástrica do RN: 40 a 60 ml no 1º dia de vida Esfíncter cárdia imaturo refluxo devido a peristalse incordenada Baixos níveis de amilase e lipase impedem plena absorção de amido e gorduras, sendo recomendado alimentação a base do leite materno até o 6º mês de vida Bactérias intestinais sintetizam vitamina K (responsável pela coagulação) na 1ª semana Ao nascer, o trato intestinal é estéril deve-se administrar vitamina K exógena ao nascer para a prevenção de sangramentos Mecônio: primeiras fezes do RN, composto por lanugem (pelos e cabelo), restos epiteliais e bile. Cor verde e escura, viscoso e inodoro (eliminação entre 12-24 h Intestino do RN é longo em comparação com o do adulto, o que aumenta a área de absorção e possui grande nº de células secretoras RN amamentados: fezes amarelo-dourado com odor ácido RN alimentados com formulas: fezes amarelo-esverdeadas As fezes dos bebês são mais gordurosas Sistema imunológico a criança nasce com elementos celulares de defesa do sistema imunológico As propriedades fagocitárias são imaturas e não conseguem uma resposta inflamatório efetiva Até o 2º mês de vida, os lactentes são produzem Imunoglobulinas IgA: não atravessa barreira placentária, mas é passada para o bebê através do leite materno IgG: encontrada no soro e no líquido intersticial; principal imunoglobulina e a mais abundante; única que atravessa a barreira placentária e produz anticorpos contra bactérias, toxinas bacterianas e agentes virais IgM: encontrada no sangue e na linfa; não atravessa a barreira placentária; primeira a responder em caso de infecção; normalmente ao nascimento seu nível é baixo; se estiver aumentada, deve ser investigada a existência de infecção congênita Sistema neurológico Composto por SNC (cérebro e medula espinal) e pelo SNP (12 pares de nervos cranianos e vários nervos espinais) O tronco cerebral e a medula são contínuos Cérebro: tronco cerebral, hemisférios cerebrais e cerebelo Pesa cerca de 325 g e aumenta de tamanho, chegando a 1 kg no 1º ano de vida Desenvolvimento neurológico: cefalocaudal e proximodistal SNC é responsável por estimular os sistemas respiratórios, circulatório, termorregulador e musculoesquelético Reflexos congênitos relevam a maturidade do SNC Mielinização: segue os padrões de desenvolvimento neurológico (cefalocaudal e proximodistal) A maioria das funções neurológicas é formada por reflexos primitivos e com o tempo são substituídos por comportamentos intencionais ou desaparecem Sistema endócrino e metabólico Ao nascer, o sistema metabólico do RN é funcionalmente imaturo, apesar de anatomicamente suficiente para o desempenho de suas funções Após o nascimento os níveis de glicose e cálcio mudam rapidamente e deve-se ter atenção a essas alterações para que não ocorram mudanças plasmáticas bruscas desses elementos Glicose normal: 40 a 160 mg/dL Hipoglicemia: abaixo de 40 a 45 mg/dL Hiperglicemia: acima de 125 mg/dL em RN a termo e acima de 150 mg/DL em prematuros Os níveis de cálcio do bebê também são deficientes, devido à imaturidade na produção do hormônio paratireoidiano Primeiro minuto (Golden minute) é muito importante para evitar óbitos neonatais 2013: cerca de 69% dos óbitos infantis foram neonatais e 76% nos primeiros 6 dias de vida 1 em cada 10 RNs necessita de ajuda para iniciar respiração efetiva 1 em cada 100 RNs precisa de intubação traqueal 1 em cada 1000 RNs necessita de intubação + massagem cardíaca e/ou medicações Baixo peso e baixa IG: maior necessidade de intervenções Preparo para atender RN: proporcionar condições ideais que visam auxiliar o RN em sua adaptação à vida extrauterina · Anamnese materna (problemas pré-natais, no trabalho de parto/parto) · Pelo menos 1 profissional capacitado para realizar reanimação · Higienização das mãos e uso de EPI · Manter aquecidas mantas e gorros a serem utilizadas · Manter a temperatura ambiente da sala de parto entre 23 e 26ºC Equipamentos de assistência ao RN · Berço aquecido com fonte de calor radiante, vácuo e oxigênio · Campos pré-aquecidos · Máscara facial · Ambu, seringas, agulhas e medicamentos · Estetoscópio infantil e laringoscópio · Sondas de aspiração, tubos endotraqueais, material para cateterismo umbilical CUIDADOS IMEDIATOS AO RN Manutenção das vias respiratórias pérvias: as vias resp. devem ser mantidas livre de secreções para que o bebê possa realizar os processos de ventilação-oxigenação satisfatórios. Posicionar a cabeça e o pescoço com leve extensão Clampeamento de cordão · Clampeamento precoce: até 60 s após a extração total do feto · Clampeamento tardio: 1-3 min (mais benéfico, pois evita deficiência de ferro) · São utilizadas duas pinças hemostáticas. A primeira é colocada aproximadamente a 3 cm da inserção da placenta e a segunda, posicionada a 3 cm da porção que está inserida no RN. O cordão deve ser cortado exatamente no meio, entre as duas pinças. · Ao chegar à unidade de cuidados intensivos (UCI), o pediatra ou a enfermeira deve aplicar o grampo umbilical e fazer a redução do coto, deixando-o em torno de 2 cm Manutenção da temperatura corporal · Gorro aquecido na cabeça do RN; secagem imediata e enrolamento do bebê em campos aquecidos · RN a termo, com boa vitalidade, deve ser seco e posicionado no abdome da mãe (contato pele a pele), no nível da placenta, cobertos com campos pré-aquecidos Avaliação da vitalidade · Avaliar 1º e 5º minutos de vida (índice de APGAR) · Avaliar e observar: · Respiração e frequência cardíaca: palpação do cordão umbilical; ausculta do precórdio; sinal de pulso e ativação elétrica do coração · Presença de choro e expansão torácica · Movimentos respiratórios: se são regulares e suficientes para manter frequência cardíaca > 100 bpm · Tônus muscular Identificação do RN · Pulseiras de identificação na mãe e no RN (2) · Contém nº de registro, nome da mãe, sexo, data e hora do nascimento · Registro da impressão plantar do RN (se estiver em condições favoráveis) Administração de vitamina K · Como falado acima, o intestino do feto/RN é estéril e a vitamina K é sintetizada por bactérias, fazendo-se necessário a administração de vitamina K exógena (intramuscular) logo após o nascimento para evitar sangramentos · Local de administração: vasto lateral da coxa esquerda · Dose: 0,05 ml até 2kg e 0,1 ml em crianças com >2 kg · Agulha: 13 x 4,5 em seringa de 1 ml, em um ângulo de 45º em RN até 2 kg e 90º em RN > 2 kg · Leva cerca de 7 dias para começar a produção de vitamina K Vacina contra hepatite B · Feita logo após o nascimento, nas primeiras 12 h de vida · Iniciar o mais precocemente possível · Intramuscular profunda, 0,5 ml no vasto lateral da coxa direita Profilaxia oftálmica · Limpar as pálpebras imediatamente após o nascimento, usando algodão umedecido com água fervida · Instilação de 1 gota de solução de nitrato de prata a 1% no saco conjuntival de cada olho para profilaxia de oftalmia CUIDADOS MEDIATOS Higienização corporal · Primeiro banho: após 6h do nascimento, com exceção de RN banhado em mecônio espesso ou é filho de mãe portadora do vírus da hepatite B, herpes e HIV · Usar luvas de procedimento · Banho de imersão com água morna (sentido cefalocaudal) · Olhos e rosto devem ser lavados primeiro, sem sabão · Cabeça deve ser lavada separadamente e preferencialmente com o RN seco e aquecido · A seguir, higieniza-se o bebê de frente e de bruços (com o RN sempre apoiado confortavelmente no antebraço do cuidador). A posição de bruços deve ser deixada para o final, pois conforta o RN e ele sai da água tranquilo. A região de fraldas (períneo) deve ser deixada para o final. Curativo do coto umbilical · Deve ser realizado após o banho e a cada troca de fralda · Uso de clorexidina alcoolica ou álcool 70% evitam infecções · Utilizar gaze da parte mais distal para a mais proximal do coto umbilical · Não cobrir o coto, pois retarda o processo de mumificação e queda · A queda se dá em torno de 7 a 10 dias Incentivo ao aleitamento materno Avaliação diária de peso, medidas e exame físico 2. Descrever o exame físico imediatamente após o nascimento do recém-nascido. O exame físico do RN permite a classificação do RN em adequado, pequeno ou grande para a IG Verificar: · Peso · Presença de malformações evidentes e marcas de nascimento · Na cabeça: palpar as fontanelas e suturas; avaliar o tamanho e o formato da cabeça; observar presença de bossa serossanguinolenta ou céfalo-hematomas; implantação e formato das orelhas; defeitos da face e integridade do palato · Dorso: palpar a coluna vertebral verificando a presença de depressões ou tumorações · Pescoço, tórax e abdome: avaliar integridade, tumorações e inserção do coto umbilical · Genitália: identificar o sexo, verificando a existência de hipospádia ou hidrocele e a presença dos testículos na bolsa escrotal ou canal inguinal (sexo masculino), e as características da vulva (sexo feminino) · Avaliar os membros superiores e inferiores, a postura e atitude do RN 3. Explicar o índice de APGAR e métodos de classificação do recém-nascido (Capurro e Peso x Idade Gestacional). BOLETIM DE APGAR Avalia a vitalidade do RN no 1º e 5º minuto de vida Quando o escore é < 7 no quinto minuto, sua avaliação deve ser estendida a 4 vezes de 5 min, ou seja, por 20 min. Coloração da pele (inspeção do tronco e dos membros) Frequência cardíaca (ausculta da frequência cardíaca durante 1 min completo) Esforço respiratório (observação de volume e vigor do choro, ausculta da profundidade e da frequência das incursões respiratórias) Tônus muscular (observação da flexão dos membros e resistência quando os membros são puxados para o lado externo do corpo) Irritabilidade reflexa (piparote na sola do pé ou aspiração do nariz com uma seringa com bulbo) A avaliação é feita atribuindo-se um número de 0 a 2 para cada parâmetro avaliado, sendo O para uma resposta fraca ou ausente e 2 para uma resposta normal. O recém-nascido (RN) apresenta uma série de alterações fisiológicas e físicas, principalmente entre as primeiras horas até a primeira semana de vida. Ao final da primeira semana, o RN perde cerca de 10% do seu peso ao nascimento. A enfermeira deve saber reconhecer achados de normalidade e anormalidade no RN a fim de proporcionar uma adaptação favorável do bebê à vida extrauterina, orientar os pais sobre os sinais encontrados, além de reconhecer sinais de alerta essenciais à sobrevida do bebê. A avaliação física completa não deve ser realizada nas primeiras horas após o nascimento, pois isso deixa o RN bastante estressado. Lembremos que a fase inicial do RN é de vigília e grande reatividade ao parto. O ideal é esperar que o bebê descanse do estresse gerado pelo ato da parturição. Após acordar, a avaliação somática (características físicas) e neurológica pode ser feita. CLASSIFCAÇÃO DO RN É feita a partir da determinação da IG e do peso ao nascimento · Pré-termo ou prematuro (RNPT): IG inferior a 37 semanas · A termo: IG entre 37 e 41 semanas e 6 dias · Pós-termo: IG igual ou maior que 42 semanas CÁLCULO DA IG Duração média da gestação calculada a partir da DUM é 280 dias ou 40 semanas. Para saber a IG do RN, utilizam-se os métodos e Capurro (somático e neurológico) e New Ballard. MÉTODO DE CAPURRO Método bastante simplificado e de fácil aplicação, mas apresenta limitações na avaliação de prematuros extremos, pois a menor idade possível é aprox. 29 semanas De acordo com o somatório dos pontos atribuídos a cada parâmetro avaliado, utiliza-se uma fórmula e, após a aplicação desta, pode-se saber a idade gestacional em dia Depois, basta utilizar a divisão por 7 para saber em semanas PESO E NASCIMENTO RN com peso adequado para a IG encontra-se entre o 10º e 90º percentil do Gráfico de Colorado e cresce em uma velocidade normal independentemente do tempo de nascimento (pré-termo, a termo, pós-termo). RN grande para IG: acima do 90º percentil e pode ter se desenvolvido em um padrão acelerado durante a vida fetal RN pequeno para IG: abaixo do 10º percentil, pode ter sofrido retardo ou atraso no desenvolvimento da vida intrauterina. 4. Explicar os exames de triagem neonatal a serem realizado em José. É o rastreamento do bebê a partir de alguns exames específicos: • Teste do pezinho • Teste da orelhinha • Teste do olhinho TESTE DO PEZINHO O procedimento é realizado por profissional de saúde treinado em serviço de referência para coletar amostras de sangue por meio da punção no calcanhar do RN (Figura 18.6), obtendo-se 4 manchas de sangue em papel-filtro (cartão de "Guthrie"). O bebê deve ser colocado em posição vertical, no colo materno, podendo sugar durante o exame. A coleta deve ocorrer preferencialmente entre o segundo e sétimo dias de vida, não podendo ultrapassar o 30º dia (Brasil, 2004). O RN precisa ingerir leite materno suficiente ou fórmula, para que haja elevação de níveis de fenilalanina e seja possível o rastreamento da fenilcetonúria. Por isso, o exame não deve ser realizado antes de 48 h de vida. O teste do pezinho pode triar de 2 a 46 doenças, dependendo da oferta do serviço. Para a realização dos testes ampliados, deve haver suspeita por meio de sinais sutis apresentados pelo RN, como perda de peso, vômitos, convulsões, tornando-se um aditivo para realização de diagnóstico diferencial de outras patologias. TESTE DO OLHINHO Também conhecido como teste do reflexo vermelho, é um rastreamento que deve ser realizado na primeira semana de vida do bebê, preferencialmente antes da alta da maternidade. Pode detectar e evitar diversas patologias oculares e o agravamento de casos, como retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto e cegueira irreversível. Uma vez detectado qualquer problema ocular precocemente, pode-se controlar os danos visuais e evitar seus avanços. A cegueira na infância compromete diretamente o desenvolvimento da criança. Os olhos são "janelas para o mundo" e é por meio deles que obtemos estímulos e informações necessárias ao bom desenvolvimento cognitivo e motor. O exame é simples: uma fonte de luz sai do oftalmoscópio e observa-se o reflexo que vem das pupilas. Quando a retina é atingida por essa luz, os olhos sadios refletem tons de vermelho, laranja ou amarelo. Quando há alguma alteração, esse reflexo tem qualidade ruim ou aparece esbranquiçado. A comparação dos reflexos dos dois olhos também pode demonstrar diferenças de grau entre um olho e outro ou estrabismo. TESTE DA ORELHINHA A audição também é um dos sentidos essenciais ao bom desenvolvimento cognitivo e motor da criança. É por meio da audição e da experiência que as crianças têm com os sons ainda no ventre materno que se inicia o desenvolvimento da linguagem. Qualquer perda na capacidade auditiva, mesmo pequena, pode privar a criança de receber informações sonoras adequadas e essenciais para a aquisição da linguagem. Esse exame é realizado já no segundo ou terceiro dia de vida do bebê até os primeiros 3 meses, a fim de que se possa detectar o mais precocemente possível qualquer deficiência. O teste de emissões otoacústicas evocadas (EOA) consiste na produção de um estímulo sonoro de baixa intensidade e na captação do seu retorno (eco), registrado em computador. A partir do estímulo sonoro, as partes internas do ouvido (cóclea) emitem o eco que será registrado sob a forma de gráfico com o resultado do exame. Um bebê que tenha um diagnóstico precoce pode receber intervenção fonoaudiológica adequada, podendo desenvolver linguagem muito próxima à de uma criança ouvinte. Deve-se dar atenção aos chamados bebês de risco para a surdez, ou seja, casos em que já exista histórico de surdez na família, intervenção em UTI por mais de 48 h, uso de medicamentos ototóxicos, história de infecção congênita (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes), anormalidades craniofaciais (malformação de pavilhão auricular, fissura labiopalatina), entre outros. Todos os RN devem ser avaliados antes da alta hospitalar ou no máximo até 3 meses de idade, tendo como objetivo identificar todos aqueles que apresentem perda auditiva igual ou maior a 35 dB. A perda auditiva bilateral significante em neonatos saudáveis é estimada entre 1e3 neonatos em cada 1.000 nascimentos e em cerca de 2 a 4% nos provenientes de unidades de terapia intensiva. A triagem auditiva neonatal no Brasil é obrigatória pela Lei Municipal nQ 3.028, de 17 de maio de 2000. Quando houver suspeita de deficiência a partir dessa triagem, a criança deve ser encaminhada para avaliação otológica e audiológica completas. Referências: · ARAÚJO, Luciane de Almeida; REIS, Adriana Teixeira. Enfermagem na prática materno-neonatal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. · BARROS, Sonia Maria Oliveira de. Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. Barueri, SP: Manole, 2006. · FREITAS, Fernando. MARTINS-COSTA, Sérgio H. RAMOS, José Geraldo Lopes. MAGALHÃES, José Antônio. PASSOS, Eduardo Pandolfi. Rotinas em Obstetrícia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. PLACENTA VEIA UMBILICAL DUCTO VENOSO VEIA CAVA INFERIOR ÁTRIO DIREITO MISTURA DOS SANGUES DA VEIA CAVA SUPERIOR E INFERIOR PARTE VAI P/ ÁTRIO ESQUERDO PELO FORAME OVAL VENTRÍCULO ESQUERDO AORTA CORPO PARTE DO SANGUE VAI PARA O VENTRÍCULO DIREITO ARTÉRIA PULMONAR ALTA RESISTÊNCIA PULMONAR PARTE VAI P/ DUCTO ARTERIOSO AORTA ARTÉRIAS UMBILICAIS
Compartilhar