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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS: Processo n. 0805758-55.2016.8.12.0001 GILMAR NATALINO VOLPINI-ME, qualificada nos autos da Ação de Indenização por Danos Materiais c/c Indenização por Danos Morais c/c Indenização por Danos Estéticos decorrentes de Acidente de Trânsito que lhe move VANESSA FERNANDES DE MATOS, feito em epígrafe, vem respeitosamente perante V. Exa., por seus procuradores subscritos, tempestivamente, apresentar CONTESTAÇÃO, consoante os argumentos fáticos e jurídicos doravante expendidos: DOS FATOS: DAS ALEGAÇÕES DA AUTORA. Alega a Autora, VANESSA FERNANDES DE MATOS, em síntese, que sofreu um acidente de trânsito ocorrido no dia 28/02/2013, às 07h05m, na Rua Restinga, sentido Sul/Norte, cruzamento com a Avenida Marinha, quando trafegava com sua motocicleta de Marca HONDA, modelo CG/TITAN, placa HSW 8935. Afirma que a sua motocicleta foi abalroada pelo caminhão de placa HTP 2587, conduzido pelo Sr. MARIOLINO GONÇALVES. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 42 II Assevera que o condutor do caminhão interceptou a trajetória da motocicleta pilotada pela Autora, uma vez que o mesmo trafegava pela Rua Restinga, contudo, convergiu abruptamente para a esquerda, a fim de ingressar na Avenida Marinha, quando deveria ter aguardado a passagem da Autora, pois esta já trafegava pela via. Susten- ta também que o croqui anexo a exordial, produzido pela polícia de trânsito, confirma de que não havia sinalização no referido cruzamento. Ainda, aduz que estava grávida de 6 (seis) meses na época do acidente de trânsito e, por consequência, ocorreu o aborto do nascituro por Traumatismo Crânio –Encefálico. Nas suas alegações, afirma que, em razão do ocorrido, sofreu danos materiais, morais e estéticos, em virtude da sua incapacidade laborativa e, em decor- rência do aborto do nascituro. A Autora pugnou pelo pagamento de indenização por dano ma- terial no montante de R$ 12.133,00 (doze mil cento e trinta e três reais) pela perca total da motocicleta e pelos doze meses que ficou impossibilitada de trabalhar, ainda, requer o pa- gamento do valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) relativos aos danos estéticos, e, por fim, pugna pelo pagamento de indenização por dano moral no valor total de R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais) relativos ao abalo físico, moral e perca do filho. Em suma, são estes os argumentos vazados na exordial, pelos quais se passa a contestar pontualmente. Concessa vênia, o pleito não merece prosperar, conforme adi- ante se demonstrará. PRELIMINARMENTE: DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO – ILEGITIMIDADE PASSIVA DA EMPRESA REQUERIDA. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 43 III A legitimidade das partes é, consoante o disposto no art. 485, inciso VI, do CPC/2015, uma das condições da ação, sem a qual é inviável a análise do mérito da demanda. A legitimidade passiva, segundo a valiosa lição de Wambier, consiste na “relação de sujeição diante da pretensão do autor”1. Destarte, se não há nexo de causalidade entre o direito invocado pelo autor e a conduta do réu, verifica-se a ocorrência de ilegitimidade passiva. A atuação da empresa requerida não contribuiu, de forma al- guma, para causar os supostos danos que a autora pretende reparar, vez que, o próprio Bo- letim de Acidente de Trânsito nº 01348/2013 descreveu que o possível fator preponderante do sinistro foi à falta de sinalização, bem como, não havia restrição de visibilidade e, as con- dições meteorológicas eram de céu claro. Ainda, registrou-se que a autora era a condutora da motocicleta e, para tanto, não estava habilitada para dirigir o veículo sinistrado. O Código de Trânsito Brasileiro preceitua: Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trân- sito. É importante salientar que, o Boletim de Ocorrência, redigido por autoridades policiais, em nenhum momento considerou a empresa Requerida como cul- pada pelo acidente. Aliás, frisa-se que a Autora se deslocava pela Rua Restinga, e o Sr. MARIOLINO GONÇALVES se deslocava pela via principal, denominada Avenida Marinha, na qual a Autora cruzou sem ao menos reduzir a velocidade ou se utilizar das práticas de di- reção defensiva, conforme prescreve o código de trânsito brasileiro, ainda, considerando 1 Wambier (coord.). Curso Avançado de Processo Civil , Volume 1. 8 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 131. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 44 IV que não havia sinalização no local, seria mais um motivo para que a condutora da motocicle- ta se utilizasse das regras de trânsito, contudo, a mesma sequer era habilitada para isso. Art. 29. O trânsito de veículos nas vias ter- restres abertas à circulação obedecerá às se- guintes normas: I - (...) II - o condutor deverá guardar distância de se- gurança lateral e frontal entre o seu e os de- mais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocida- de e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas ; Observa-se que os danos foram causados exclusivamente pela ação da condutora da motocicleta, o qual, em flagrante desrespeito às normas de trânsito, trafegava sem estar apta ou habilitada para dirigir a motocicleta, além disso, cruzou via prin- cipal sem tomar os devidos cuidados previstos na direção defensiva, provocando assim o a- cidente em questão, por negligência, imprudência e imperícia. Veja o Boletim de Ocorrência: pr oc es so 0 80 57 58-5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 45 V Assim, não resta a menor dúvida que a Autora deu causa aos danos que sofreu, evidenciando a culpa exclusiva da mesma. Neste sentido, o entendimento da jurisprudência é o seguinte: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS E MATERIAIS - ACIDENTE DE VEÍCULO - CON- VERSÃO À ESQUERDA - DÚVIDA QUANTO À EXISTÊNCIA DE ACOSTAMENTO - MOTOCICLISTA QUE REALIZA UL- TRAPASSAGEM EM LOCAL PROIBIDO E NÃO MANTEM DIS- TANCIAMENTO SEGURO DO VEÍCULO QUE SEGUE À FREN- TE - COLISÃO NA LATERAL DO ÔNIBUS - CULPA EX- CLUSIVA DA VÍTIMA CARATERIZADA - DEVER DE INDE- NIZAR DO MUNICÍPIO AFASTADA - EXEGESE DOS ARTS. 927, CAPUT, DO CÓDIGO CIVIL E ART. 29, II, DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - SENTENÇA MANTI- DA - RECURSO NÃO PROVIDO. Não demonstrada qual- pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 46 VI quer irregularidade na manobra de conversão à esquerda realizada pelo preposto do apelado, posto tomadas as cautelas devidas, consideradas as peculiaridades do caso e, verificada a im- prudência do apelante, consubstanciada na con- dução de motocicleta com infringência ao dis- posto no art. 29, II, do CTB, além de efetuar ultrapassagem em local proibido, não há que se cogitar de responsabilidade civil do Município, vez que evidenciada a culpa exclusiva da víti- ma.(TJ-SC - AC: 264942 SC 2007.026494-2, Rela- tor: Wilson Augusto do Nascimento, Data de Jul- gamento: 17/12/2009, Terceira Câmara de Direi- to Público, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Catanduvas) Assim sendo, resta demonstrado que os danos sofridos pela Autora não podem ser reputados à empresa Requerida, pois esta em momento algum agiu de forma a contribuir para o infortúnio. Portanto, a autora não pode mover a presente ação contra a empresa Requerida, sendo que o mesmo não pode vir a responder por ato ilícito de outrem, devendo ser acatada a preliminar de ilegitimidade passiva, não podendo fazer parte do polo passivo da ação. Não possuindo a Requerida “legitimatio ad causam” para figu- rar no polo passivo do presente feito, consequentemente, não possui a Autora interesse de agir no tocante ao reclamado, como bem ensina Carnelutti 2: “L´interesse ad agire, pertanto, suppone la le- gitimimazione mentre questa nom implica l ´interesse; logicamente il proble della legiti- mizaione precede il problema dell´interesse ad agire, L ´interesse, como ho già acennato, ri- guarda non l ´appartenza ma l ´eesercizio dell´azione; cosi si distingue l´uno dalltra, 2“ Diritto e Processo” , pág. 117. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 47 VII chiarendo che la legittimazione come la capaci- tà riguarda il modo di essere soggestivo mentre l´interesse concerne il modo di essere oggetivo (causale) dell´atto.” Inexistente, portanto, o dever de sujeição da empresa requeri- do ao direito alegado pela autora na inicial, vez que os supostos danos foram causados por culpa exclusiva da autora, carecendo a Requerida de legitimidade passiva, consequentemen- te, não pode o r. juízo resolver o mérito, a teor do disposto no art. 485, inciso VI, do CPC/2015, devendo ser declarada extinta a presente ação. DO MÉRITO: DA DENUNCIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE/MS À LIDE – RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO PELA FALTA DE SINA- LIZAÇÃO. Caso seja ultrapassada a preliminar arguida, o que não se espe- ra devido às provas contundentes que militam a favor da Requerida, impõe-se a denuncia- ção da lide ao Município de Campo Grande/MS, por ser responsável pelo acidente em ques- tão e, por conseguinte, pela reparação dos danos sofridos pelos envolvidos. O instituto da denunciação homenageia o princípio da econo- mia processual, pois visa à inserção do verdadeiro responsável pelos efeitos da condenação no mesmo processo, dispensando a propositura de ação regressiva. O artigo 125 do Código de Processo Civil vigente permite que qualquer das partes denuncie a lide em duas hipóteses, a saber: Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida pro qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denun- ciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 48 VIII II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. Não obstante, no presente caso, a denunciação será feita na contestação, conforme prescreve a legislação vigente: Art. 126. A citação do denunciado será reque- rida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos pra- zos previstos no art. 131. Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no pra- zo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.No caso vertente, o próprio Boletim de Ocorrência, relatado por autoridade policial, descreveu que o fator preponderante do acidente foi à falta de sina- lização, além disso, a autora confirma na exordial da culpabilidade do denunciado pela falta de sinalização. O agente público tem o dever, em se tratando de via pública, de zelar pela segurança do trânsito e pela prevenção de acidentes, incumbindo-lhe o dever de manutenção e sinalização, advertindo os motoristas dos perigos e dos obstáculos que se apresentam. A falta no cumprimento desse dever caracteriza a conduta negligente da admi- nistração pública e a torna responsável pelos danos causados por essa omissão. Além disso, o ente competente deve verificar que em locais pe- rigosos a sinalização é imprescindível para orientar os usuários, conforme estabelece o Códi- go de Trânsito Brasileiro, já que esta atividade não é uma prerrogativa, mas sim, um dever. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 49 IX Veja o que diz o Boletim de Acidente de Trânsito nº 01348/2013: pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 50 X pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 51 XI O Código de Trânsito Brasileiro, Lei 9.503/97, em seus artigos 80 a 90, estabelece que o ente estatal seja o responsável pela manutenção e sinalização a- dequada das vias públicas. O § 1º do art. 80 do CTB estabelece que “a sinalização será co- locada em posição e condições que tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatível com a segurança do trânsito, conforme normas específicas do CONTRAN”. A sinalização vertical ou horizontal de trânsito é imperativo le- gal. Leciona Arnaldo Rizzardo (2004, p. 260ss) que “a finalidade da sinalização é aumentar a segurança e ajudar a manter o fluxo de tráfego em ordem e fornecer informações aos usuá- rios da via”. Dentre as razões da necessidade de sinalização o autor cita: “regulamentar as obrigações, limitações, proibições ou restrições que exigem o uso da via”, “advertir os con- dutores sobre os perigos existentes na via, alertando também sobre a proximidade de esco- las, passagens de pedestres etc.” e “indicar direções, logradouros, pontos de interesse etc.” Comprovada a inexistência de sinalização, estabelece o § 1º do art. 90 do CTB que “o órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é respon- sável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação” Ora, a omissão do responsável pela implantação da sinalização acarreta sua responsabilidade. Em caso de omissão do ente estatal pela não colocação da sinalização adequada, deve responder pelo dano. “A obrigação recai nos órgãos com cir- cunscrição sobre a via, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação” (Rizzardo, 2004, p. 277), especialmente em decorrência de inobservância ao art. 88 do CTB. Neste ponto, acrescenta-se o entendimento de Marçal Justen Filho (2005, p. 795): pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 52 XII “Se o evento foi propiciado pela atuação defei- tuosa do serviço público ou dos órgãos esta- tais, existe responsabilidade civil. Assim, o caso sempre lembrado é o do paciente de trânsi- to causado por ausência de sinalização apropri- ada e propícia ou o equívoco técnico da implan- tação da rodovia, dando oportunidade à ocorrên- cia de acidentes por ter sido mal concebida ou mal executada a obra pública.” Portanto, a responsabilidade decorre da aplicação da teoria do dever específico de diligência ou dever de diligência especial, já que toda a ação ou omissão imputável ao ente estatal, que configure infração ao dever de diligência no exercício das competências próprias, gerará a responsabilização civil se produzir ou der oportunidade a dano moral ou patrimonial a terceiro. Assim, pelo fato da omissão do Município de Campo Gran- de/MS pela não colocação da sinalização adequada, deve este responder pelo dano, pois, não há que se falar em responsabilidade da empresa Requerida. Portanto, com base no disposto no art. 126 e 131 do CPC/2015, impõe-se a denunciação à lide ao MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE/MS, pessoa jurídica de direito público, o qual deve ser citado na pessoa de seu representante legal, encontradiço na Rua Barão do Rio Branco (Procuradoria Jurídica). DA NÃO OCORRÊNCIA DO ACIDENTE COMO DESCRITO NA INI- CIAL – DA VERDADE DOS FATOS – DA CULPA EXCLUSIVA DA AUTORA – CONDUTORA DA MOTOCICLETA SEM CARTEIRA DE HABILITAÇÃO NACIONAL – RISCO PRESUMIDO. A Autora ingressou a presente ação contra a empresa GILMAR NATALINO VOLPINI-ME sob o argumento de que o condutor do caminhão envolvido no sinis- tro é preposto da empresa Requerida. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e osi te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 53 XIII Contudo, os fatos obviamente não se passaram conforme nar- rado pela Autora, pois, na verdade, não restou demonstrado a responsabilidade da Requeri- da GILMAR NATALINO VOLPINI-ME, tendo em vista que o causador do acidente foi a própria condutora da motocicleta, Sra. VANESSA FERNANDES DE MATTOS, esta que por sua vez con- duzia a motocicleta sem possuir carteira nacional de habilitação, bem como, não estava apta e nem tinha conhecimento das regras de trânsito, como consequência, cruzou a pista princi- pal sem se utilizar das precauções necessárias, vindo a colidir com o veículo conduzido pelo Sr. MARIOLINO GONÇALVES. É importante ressaltar que a Autora se deslocava pela Rua Res- tinga, e o Sr. MARIOLINO GONÇALVES se deslocava pela via principal, denominada Avenida Marinha, na qual a Autora cruzou sem ao menos reduzir a velocidade ou se utilizar das práti- cas de direção defensiva, ainda, considerando que não havia sinalização no local, seria mais um motivo para que a condutora da motocicleta se utilizasse das regras de trânsito, contu- do, a mesma sequer era habilitada para isso. A polícia de trânsito foi acionada, onde se lavrou o Boletim de Acidente de Trânsito nº 01348/2013, no qual constou que não houve vítimas fatais, bem como, que houve danos materiais de natureza leve aos veículos envolvidos. Verdade é que a atitude da Autora é maliciosa para manipular este R. Juízo, posto que o Boletim de Ocorrência e demais documentos juntados aos autos comprovam que há irresponsabilidade da condutora da motocicleta e, que o risco foi assu- mido pela autora ao conduzir a motocicleta sem ser habilitada para tal ato, sendo a mesma a única responsável pelo sinistro, por imprudência, negligência e imperícia. Cruzar via preferencial, bem como sem sinalização, é uma ma- nobra extremamente perigosa, que, segundo o contexto da legislação de trânsito, só pode ser encetada pelo motorista quando tiver plena certeza de que o fluxo de veículos que tran- sitam na pista assim permita. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 54 XIV Sobre o assunto, estabelece as normas gerais de circulação e conduta pertinentes ao caso, insertas no Código de Trânsito Brasileiro: Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demons- trar prudência especial, transitando em veloci- dade moderada, de forma que possa deter seu ve- ículo com segurança para dar passagem a pedes- tre e a veículos que tenham o direito de prefe- rência. O dever de cuidado do motorista manifesta-se, tanto na condu- ção do veículo de maneira prudente, resguardando distância dos outros veículos e trafegan- do em velocidade segura, quanto na manutenção de atenção ao trânsito, de modo a preve- nir acidentes, conforme preceituam os artigos 28 e 29 do Código de Transito Brasileiro: Artigo 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com a- tenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. Artigo 29. O trânsito de veículos nas vias ter- restres abertas à circulação obedecerá às se- guintes normas: [...] II – o condutor deverá guardar distância de se- gurança lateral e frontal entre o seu e os de- mais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocida- de e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; [...]. O fato é que, a autora condutora da motocicleta é quem prati- cou ato ilícito, bem como, não restou comprovado que a culpa da empresa requerida GIL- pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 55 XV MAR NATALINO VOLPINI-ME, não havendo possibilidade de se alegar responsabilidade da mesma. Veja o entendimento jurisprudencial: APELAÇÃO CÍVEL EM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERI- AIS E MORAIS, DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂN- SITO. IMPOSSIBILIDADE DE AFERIR A RESPONSABILI- DADE. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E IMPROVIDA. 1. A prova juntada aos autos não é suficiente para aferir a responsabilidade dos apelados pelo e- vento danoso. 2. Não restou comprovado que o apelado teria agido com imprudência, imprimindo velocidade excessiva na condução do veículo e nem tampouco consta nos autos laudo pericial. 3. A apelante confirma em depoimento (fl. 239) que ela e o condutor da motocicleta estavam sem capacete e que o condutor da motocicleta não tinha habilitação. 4. A apelante não comprovou a culpa dos apelados na efetivação do sinistro. (TJPA; APL 0000786-14.2007.8.14.0032; Ac. 148779; Monte Alegre; Segunda Câmara Cível Iso- lada; Relª Desª Helena Percila de Azevedo Dor- nelles; Julg. 13/07/2015; DJPA 22/07/2015; Pág. 140) RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. Colisão frontal entre o coletivo conduzido por preposto da corré e de proprieda- de da outra corré, e a motocicleta conduzida pela vítima, com seu garupa, os quais vieram a falecer. Ausência de prova da culpa do condutor do coletivo pelo trágico acidente. Nexo causal não demonstrado. Inquérito policial arquivado. Improcedência da ação. Improcedência da lide secundária. Recurso dos autores desprovido. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 56 XVI (TJSP; APL 0011685-84.2004.8.26.0609; Ac. 7753284; Taboão da Serra; Vigésima Sétima Câma- ra de Direito Privado; Rel. Des. Claudio Hamil- ton; Julg. 05/08/2014; DJESP 23/09/2014)Não bastasse, o risco foi assumido pela autora ao conduzir veí- culo sem habilitação para tal ato, ainda, deu causa as lesões sofridas pela passageira garupa da motocicleta, Elaine Ramos Da Silva, conforme se observa no Boletim de Acidente de Trân- sito. Pelo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, percebe-se que o acidente era previsível, uma vez que a condutora da motocicleta não era apta para dirigir, portanto, a Autora tinha consciência do risco, assumindo a culpa. Veja o entendimen- to, por analogia: RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. TRANSPORTE DE SIMPLES CORTESIA OU BENÉVOLO EM CARROCERIA ABERTA, SEM PROTEÇÃO. CULPA GRAVE (MODALIDADE CULPA CONSCIENTE) CONFIGURADA. VA- LOR DA CONDENAÇÃO. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. 1. Em se tratando de transporte desinteressado, de simples corte- sia, só haverá possibilidade de condenação do transportador se comprovada a existência de do- lo ou culpa grave (Súmula 145/STJ). 2. Resta configurada a culpa grave do condutor de veícu- lo que transporta gratuitamente passageiro, de forma irregular, ou seja, em carroceria aberta, uma vez que previsível a ocorrência de graves danos, ainda que haja a crença de que eles não irão acontecer . 3. Não é possível o conhecimen- to da pretensão de redução da condenação, pois o recorrente não apontou qualquer lei que teria sido vulnerada pelo acórdão recorrido. Aplica- se, por analogia, na espécie, o disposto na Sú- mula 284 do STF: É inadmissível o recurso ex- pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 57 XVII traordinário, quando a deficiência na sua fun- damentação não permitir a exata compreensão da controvérsia. 4. Recurso especial desprovido. (STJ, Recurso Especial 685791 MG, 2004/0119848- 8, pub. 10-03-2010) Assim, a autora não pode mover a presente ação contra a re- querida sem ao menos provar a responsabilidade, ainda, a requerida não pode vir a respon- der por ato ilícito de outrem, não podendo fazer parte do polo passivo da ação. Para Arnaldo Rizzardo, a culpa grave do condutor que pilota motocicleta sem estar habilitado para conduzir o veículo se aproxima do dolo civil: Envolve uma crassa desatenção e a violação de dever comum de cuidado relativamente ao mundo no qual vivemos. Alcança dimensões maiores quando a violação é consciente, embora não al- mejado o resultado. No dizer de Pontes de Mi- randa, "é a culpa magna, nímia, como se dizia, que tanto pode haver no ato positivo como no negativo, é a culpa ressaltante, a culpa que denuncia descaso, temeridade, falta de cuidado indispensável. Quem devia conhecer o alcance do seu ato positivo ou negativo incorre em culpa grave". (RIZZARDO, Arnaldo. A reparação dos a- cidentes de trânsito , 12ª ed. São Paulo: Revis- ta dos Tribunais, 2013, p. 20) Conclui-se que, conduzir veículo sem estar habilitado para isto, e cruzar via principal sem adotar as regras estabelecidas pelo Código Nacional de Trânsito, toda essa falta de cuidado só poderia resultar em colisão, demonstrando a culpa exclusiva da autora. Carlos Roberto Gonçalves, com sua costumeira percuciência, acrescenta que: pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 58 XVIII “Quando o evento danoso acontece por culpa ex- clusiva da vítima, desaparece a responsabili- dade do agente. Nesse caso, deixa de existir a relação de causa e efeito entre o seu ato e o prejuízo experimentado pela vítima. Pode-se afirmar que, no caso de culpa exclusiva da ví- tima, o causador do dano não passa de mero instrumento do acidente. Não há liame de cau- salidade entre o seu ato e o prejuízo da víti- ma.[...].” (Direito Civil Brasileiro, 3ª ed., Saraiva, 2008, p. 439). Sobre o assunto, o entendimento jurisprudencial, por analogia, afasta a responsabilidade da empresa Requerida, veja: DECISÃO: ACORDAM os integrantes da Oitava Câma- ra Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em dar parci- al provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. EMENTA: RELATORA: Desembargadora LI- LIAN ROMEROAPELANTE CLAUDEMIR MELO DE OLIVEIRA- APELADOS: IRMA MACOPPI e JOÃO MORAESINTERESSA- DOS: AUTO VIAÇÃO REDENTOR LTDA e PAULO ALEXAN- DRE MATOZOCÍVEL. APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE ENTRE VEÍCULOS. COLISÃO ENTRE ÔNIBUS E MOTOCICLETA. MORTE DO CARONA DESTA ÚLTI- MA.TRANSPORTE BENÉVOLO. CULPA EXCLUSIVA DO CON- DUTOR DA MOTOCICLETA. INVASÃO DE VIA PREFEREN- CIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DE QUE O ÔNIBUS, QUE TRAFEGAVA NA VIA PREFERENCIAL, ESTIVESSE EM VE- LOCIDADE EXCESSIVA. NÃO CONFIGURAÇÃO, NO CASO CONCRETO, DE RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EM- PRESA CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE COLETIVO. HIPÓTESE, ADEMAIS, QUE TAL RESPONSABILIDADE FOI ELIDIDA PELA CULPA EXCLUSIVA DO CONDUTOR DA MO- TOCICLETA. ESCORREITO AFASTAMENTO DA RESPONSA- BILIDADE DE TAL EMPRESA . PRETENDIDO RECONHECI- pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 59 XIX MENTO DA REVELIA DO CONDUTOR DO ÔNIBUS PORQUE NÃO COMPARECEU À AUDIÊNCIA.INVIABILIDADE. AÇÃO NÃO AJUIZADA CONTRA O CONDUTOR DO ÔNIBUS. HIPÓ- TESE, ADEMAIS, EM QUE ELE NÃO FOI INTIMADO PARA A AUDIÊNCIA MAS TERCEIRO, NÃO ENVOLVIDO NO ACI- DENTE OBJETO DO FEITO. CONDUTOR QUE TOMARA EM- PRESTADA A MOTOCICLETA, QUE ESTAVA NA POSSE DO FILHO DO PROPRIETÁRIO. PRETENDIDA ILEGITIMIDADE PASSIVA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Apelação Cível nº 1.223.550-8. DESTE ÚLTIMO. INOCORRÊNCIA. PRECE- DENTES.CULPA CONCORRENTE DA VÍTIMA, QUE NÃO U- SAVA CAPACETE. CARACTERIZAÇÃO. POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. PENSÃO VITALÍ- CIA FIXADA EM FAVOR DOS PAIS DA VÍTI- MA.READEQUAÇÃO NECESSÁRIA. MONTANTE DE 2/3 DO SALÁRIO-MÍNIMO QUE DEVE SE ESTENDER DA DATA DO EVENTO DANOSO ATÉ AQUELA EM QUE A VÍTIMA COM- PLETARIA 25 ANOS, SENDO REDUZIDA A PARTIR DE ENTÃO PARA 1/3. RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.Se por um lado é inegável a utilidade e conforto que os veículos automotores (aí incluídos auto- móveis, motocicletas, caminhões, utilitários, etc.) conferem aos seus usuários, por outro é inequívoco o potencial lesivo que encerram, es- pecialmente se imperita ou imprudentemente con- duzidos ou ainda sem a devida manutenção. Dian- te de tal quadro, é imperioso que não só condu- tores, passageiros e pedestres obedeçam rigoro- samente as normas de circulação impostas pelo CTB-Código de Trânsito Brasileiro, como também que os proprietários dos veículos redobrem as cautelas quando os emprestam ou cedem a sua di- reção a terceiros. Assim, salvo se o veículo tiver sido arrebatado ou apropriado sem o con- sentimento do proprietário, deve este responder solidariamente pelos danos causados em acidente em que seu veículo estiver envolvido, ainda que pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 60 XX conduzido por terceiro. TRIBUNAL DE JUSTIÇA A- pelação Cível nº 1.223.550-8 (TJPR - 8ª C.Cível - AC - 1223550-8 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Lilian Romero - Unânime - - J. 13.11.2014) (TJ-PR , Relator: Lilian Romero, Data de Julgamento: 13/11/2014, 8ª Câmara Cível) Não resta a menor dúvida que a Autora DEU CAUSA AOS DA- NOS QUE SOFREU. Observa-se que a Autora nada mais fez do que lançar alegações aleatórias, sem qualquer respaldo material nos autos e sem qualquer parâmetro, pois, não se fez acompanhar de qualquer indício de prova cabal que autorize a sua procedência. Diante disso, na presente ação, evidenciou-se a culpa exclusiva da Autora, pois contribuiu para a ocorrência das lesões. Conclui-se, portanto, que o pedido deve ser julgado totalmente improcedente em relação ao contestante, por ausência da prática de ato ilícito por parte da empresa Requerida capaz de ensejar indenização. DA AUSÊNCIA DE CULPA DA EMPRESA REQUERIDA – DO BO- LETIM DE OCORRÊNCIA. Salienta-se, novamente, que o Boletim de Acidente de Trânsito nº 01348/2013, redigido por autoridades policiais, em nenhum momento considerou a Re- querida como culpada do acidente. Observa-se que, o próprio Boletim de Ocorrência descreveu que o possível fator preponderante foi à falta de atenção e a falta de sinalização, bem como, não havia restrição de visibilidade e as condições meteorológicas eram de céu claro, ainda, registrou-se que a autora era a condutora da motocicleta e não estava habilitada para dirigir o veículo sinistrado. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 61 XXI O Código de Trânsito Brasileiro preceitua: Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trân- sito. Estes fatos narrados anteriormente, por si só, afastam a res- ponsabilidade requerida, até porque, é importante salientar que a parte autora infringiu as normas de trânsito, dando causa ao sinistro, pois, caso houvesse, a autora, respeitado as normas previstas no Código de Trânsito Brasileiro, o acidente não teria se consumado. Além disso, ainda que o Boletim de Ocorrência considerasse a Requerida como a responsável pelo acidente, fato este que não ocorreu, ainda assim esse documento não seria prova suficiente para respaldar a parte autora a ingressar com uma ação de reparação de danos por acidente, senão vejamos o entendimento jurisprudencial por analogia: RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO. BOLETIM DE OCORRENCIA. BATIDA NA TRASEIRA. PRE- SUNCAO DE CULPA. 1 - O BOLETIM DE OCORRENCIAS NAO É DOCUMENTO ESSENCIAL A AÇÃO DE REPARACAO DE DANOS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO; 2- PRESUME- SE A CULPA DO MOTORISTA QUE, EM CORRENTE DE TRAFEGO, COLIDE O SEU VEICULO CONTRA A TRASEIRA DO CARRO QUE LHE VAI A FRENTE, POR DESRESPEITAR A REGRA DE QUE DEVE OBSERVAR A DISTANCIA SUFI- CIENTE PARA POSSIBILITAR QUALQUER MANOBRA NE- CESSARIA. AGRAVO RETIDO DESPROVIDO E PROVIMENTO DA APELACAO DO PRIMEIRO RECORRENTE. LEGISLACAO: L 9245/95. CPC - ART 277 . RCNT - ART 175, III. DOUTRINA: RIZZARDO, ARNAUDO - A REPARACAO NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO, ED RT, 5 ED, P 228 . (TJ-PR - AC: 1023601 PR Apelação Cível - 0102360-1, Relator: Ruy Cunha Sobrinho, Data de pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 62 XXII Julgamento: 26/03/1997, Quarta Câmara Cível (extinto TA) A caracterização da responsabilidade civil subjetiva depende da presença concomitante do ato culposo ou doloso do ofensor, do dano imposto à vítima e do nexo causal entre ambos. À míngua da prova de um desses requisitos, cujo ônus a lei impõe ao autor (CPC/2015, art. 373, I), improcede a pretensão indenizatória. Destarte, é lógico e evidente que a culpa grave não é da empre- sa GILMAR NATALINO VOLPINI-ME. Assim, resta demonstrado que os danos sofridos pela Autora não podem ser reputados a empresa Requerida, vez que esta em momento algum agiu de forma a contribuir para o infortúnio. DA CULPA DA AUTORA – DA CULPA CONCORRENTE. Ad argumentandum tantum, ainda que se considerasse que a Requerida agiu com culpa no acidente, houve decisiva responsabilidade da condutora da motocicleta no evento danoso, desnudada no fato de dirigir sem habilitação, bem como, da responsabilidade do Município de Campo Grande/MS, devido a falta de sinalização. No caso ora apresentado, a culpa da Requerida, caso houvesse, seria levíssima ou irrelevante em comparação ao da autora, ora condutora da motocicleta, pois, na verdade, esta última foi o pivô do acidente. Desta forma, caso se conclua pela existência de culpa da Re- querida, o que não se espera, diante de possível grau levíssimo, a hipótese se aproxima da culpa exclusiva da condutora da motocicleta. Por oportuno,pede-se vênia para transcrição de julgados que, colhidos a esmo, refletem o entendimento consolidado na jurisprudência: pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 63 XXIII DIREITO CIVIL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDA- DE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRÂNSITO. CRUZAMENTO NÃO SINALIZADO. PREFERÊNCIA. CULPA CONCORRENTE. INDENIZAÇÃO PROPORCIONAL. 1 - Aci- dente de veículo. Preferência nos cruzamentos. Na forma do art. 29, inciso III, alínea ""c"" do código de trânsito, tem preferência de pas- sagem, nos cruzamentos, o veículo que trafega pela direita do condutor. Culpa da autora que se reconhece, afastando a causalidade, indis- pensável ao reconhecimento da responsabilidade objetiva do estado. 2. Culpa concorrente . Ainda que se reconheça a culpa concorrente do agente público, que trafegava com excesso de velocida- de, tal dado tem por efeito reduzir o valor da indenização. Mesmo a redução proporcional da indenização não importa em valor inferior ao da competência dos juizados, pelo que se mostra acertada a indenização fixada na sentença. 3 - Recurso conhecido, mas não provido. Sem custas processuais e honorários advocatícios, no valor equivalente a 10% do valor da condenação, pela recorrente. (TJDF; Rec 2014.01.1.123881-0; Ac. 889.633; Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal; Rel. Desig. Juiz Aiston Henrique de Sousa; DJDFTE 11/09/2015; Pág. 385) Pelo exposto, ausente o nexo de causalidade, já que o causador do acidente não foi a empresa Requerida, elidindo, portanto, o seu dever de indenizar. Con- tudo, pela dialética e apego ao debate, ainda que tivesse a Requerida agido com culpa, caso se entenda pelo dever de indenizar, o que não se concebe, o julgador deve considerar pri- meiramente a conduta culposa praticada pela condutora da motocicleta, pelo disposto no Art. 945 do Código Civil. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 64 XXIV Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposa- mente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Ou seja, segundo preceitua o Código Civil, a responsabilidade deverá ser distribuída entre as partes, na proporção do que cada um contribuiu para ocor- rência do dano. Neste sentido, a lição dos tribunais: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. ASSIS- TÊNCIA JUDICIÁRIA. CULPA CONCORRENTE. VALOR. PORCENTAGEM. JUROS MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁ- RIA. 1- Estando em curso o processo, o pedido de Assistência Judiciária Gratuita deve ser formulado em petição autônoma e em autos apar- tados, sob pena de não apreciação, por erro grosseiro, nos termos do art. 6º da Lei nº 1.060/50 (precedentes do STJ). 2 - evidenciada a culpa concorrente entre os condutores do car- ro e da motocicleta envolvidos no acidente, age com acerto o magistrado que condena tanto o condutor quanto o proprietário do carro a inde- nizar, meio a meio, os danos materiais e morais experimentados pela vítima que trafegava na ga- rupa da motocicleta abalroada, cujo condutor não foi acionado. 3- demonstrado o grande so- frimento pelo qual passou a vítima ao longo do tratamento médico-hospitalar em que se submeteu a uma cirurgia ortopédica no joelho, implantan- do também uma prótese metálica no fêmur direi- to, experimentando escoriações de toda ordem e por todo o corpo, não há falar-se em exorbitân- cia na fixação de danos morais . 4- os juros mo- pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 65 XXV ratórios mensais de 1% incidem a partir do e- vento danoso (Súmula nº 54 do STJ). 5- tendo a sentença fixado a incidência de correção mone- tária pelo INPC a partir da data da sentença, fica prejudicado o pedido nesse sentido. Apelo desprovido. (TJGO; AC 0129297- 94.2005.8.09.0087; Itumbiara; Quarta Câmara Cí- vel; Rel. Des. Carlos Escher; DJGO 28/05/2015; Pág. 216) Após o acertamento sobre a parcela de culpa de cada parte no evento, há que se atentar para a culpa levíssima da empresa Requerida, para que se verifi- que a desproporção entre a culpa da Requerida e o dano, a fim de que o julgador reduza e- quitativamente o valor a ser indenizado. Conforme permissivo contido na legislação civilísti- ca: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva despropor- ção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. O inciso V, do art. 5.º, da Constituição Federal é taxativo: Art. 5.º (...) V – é assegurado o direito de resposta, propor- cional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; Os dispositivos citados abrem ocasião para que o r. juízo se uti- lize da equidade, diante das circunstâncias que fizeram gerar uma consequência anormal no resultado do dano, que no caso era absolutamente imprevisível por parte da empresa Re- querida. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 66 XXVI DO DIREITO: ÔNUS DA PROVA DA AUTORA. O boletim de ocorrêncialavrado pela autoridade policial, bem como Laudo Pericial elaborado por expert de trânsito, gozam de presunção relativa de vera- cidade que apenas será ilidida por contraprova inconcludente. Conforme já relatado, o Boletim de Ocorrência confirma que a condutora da motocicleta pilotava sem possuir CNH ou permissão para dirigir. Dessa forma, a Autora assumiu todo o risco, cabendo a ela pro- var que os fatos ocorreram de outro modo ao que lhe foi atribuído para poder desfazer a presunção de culpa da Autora, sobretudo porque é seu o ônus de provar fato constitutivo do seu direito, conforme o artigo 373, I, do código de processo civil vigente, in verbis: "Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;" Esta obrigação da Autora em provar o que alega, encontra res- paldo nas orientações jurisprudenciais, conforme se observa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AÇÃO DE INDENIZAÇÃO ACIDENTE DE TRÂNSITO CULPA PELA OCORRÊNCIA DO EVENTO DANOSO. Ação de indenização proposta por condutor de motocicleta e garupa que sofreram danos decorrentes de abalroamento com caminhão. Ausência de elementos a demonstrarem qual das partes desrespeitou a sinalização de trânsito, ocasionando o acidente. Culpa não evidenciada nos autos para a configuração da responsabilidade civil. Autores que não se desincumbiram do ônus de provar fato constitutivo de seu direito, conforme artigo pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 67 XXVII 333, I, do CPC. Sentença de procedência reformada. Recurso provido. Acórdão combatido que não apresenta omissão, contradição ou obscuridade para o acolhimento dos embargos Propósito de modificação do julgado, com reapreciação de matéria regularmente julgada Inviabilidade Decisão mantida. Embargos rejeitados. (TJSP; EDcl 0003319- 22.2012.8.26.0562/50000; Ac. 7865133; Santos; Décima Primeira Câmara Extraordinária de Direito Privado; Rel. Des. Leonel Costa; Julg. 17/09/2014; DJESP 30/09/2014) Para que não pairem dúvidas quanto ao alcance da definição do que venha a ser o fato constitutivo de seu direito, seria aquele que, quando ocorrido, faz nascer uma relação jurídica, ou seja, cria direitos por ligar o acontecimento a uma intenção, cuja base legal encontra-se no ordenamento. Dessa forma, ao autor cabe a prova destes fa- tos para que sua pretensão seja recepcionada e procedente. Assim, de acordo com a legislação pertinente, tudo aquilo que alegado e não comprovado é como se não existisse, portanto, único fato que ficou solamen- te comprovado foi à conduta ardilosa da Autora ao descrever situações que jamais existiram. Concluindo este tópico, deve o pedido ser julgado totalmente improcedente em relação ao contestante, por ausência da prática de ato ilícito ensejador de indenização. DA IMPROCEDÊNCIA DOS ALEGADOS DANOS MATERIAIS. Primeiramente, não há que se falar em danos, sequelas e muito menos que a autora estaria incapacitada ou inválida. Na mesma toada, é de sabença que compete à parte autora instruir a peça isagógica com os documentos destinados a comprovar os fatos constitutivos pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 68 XXVIII do seu alegado direito. Notadamente porque, a petição inicial deve necessariamente ser ins- truída com os documentos indispensáveis à propositura da ação de forma a ser perfectibili- zado o relacionamento havido entre as partes e aparelhada a argumentação que se traduz na pretensão deduzida, consoante prevêem os arts. 319, 320 e 434, todos do CPC/2015, in litteris: Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência da união estável, a profissão, o nú- mero de inscrição no Cadastro de Pessoas Físi- cas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residên- cia do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pe- dido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demons- trar a verdade dos fatos alegados; (...) Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos des- tinados a provar suas alegações. Repisa-se que compete à autora a demonstração dos fatos constitutivos do seu direito, a teor da norma inserida no inciso I, do artigo 373 do CPC/2015. Não sendo provados os fatos alegados, é indubitável a improcedência do pedido de dano material. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 69 XXIX Do caderno processual, verifica-se que a autora não carreou aos autos os documentos concernente aos alegados danos materiais, visto que não trouxe a baila qualquer documento que pelo menos indicasse ou que atestasse o suposto pagamento de despesas com motocicleta, hospital e médico, anteriores à propositura deste feito, pois não se tratam de documentos novos. Portanto, impugna-se por todos os documentos juntados na exordial, pois, os mesmos, não comprovam que a autora teve prejuízos com conserto e/ou tratamento correspondente as lesões sofridas em detrimento do acidente ora em discussão. Ainda, sinaliza-se que é exigência da jurisprudência que seja apresentado no mínimo 03 (três) orçamentos de oficinas idôneas, sendo que, a Autora apre- sentou apenas 01 (um) orçamento. Veja: RECURSO INOMINADO. REPARAÇÃO DE DANOS MATERI- AIS. CONTRATO DE LOCAÇÃO. IMÓVEL COMERCIAL. AU- SÊNCIA DE PROVAS QUANTO AOS DANOS CAUSADOS PE- LOS RÉUS NO IMÓVEL. O RESSARCIMENTO DOS VALORES NECESSÁRIOS PARA OS REPAROS SOMENTE PODE SER EXIGIDO MEDIANTE A PRÉVIA NOTIFICAÇÃO DO INQUI- LINO PARA QUE COMPAREÇA À VISTORIAFINAL. AU- SÊNCIA DO TERMO DE VISTORIA INICIAL E DOS TRÊS ORÇAMENTOS DEMONSTRANDO OS REPAROS NECESSÁRIOS. Corretamente decretada a revelia da requerida, uma vez que o atestado médico de fls. 57 não é suficiente para demonstrar a impossibilidade de comparecimento à audiência de instrução. Não se trata de adentrar a esfera íntima da parte, mas sim, de não aceitar um atestado médico que não indica minimamente a situação que impossibili- tou a ré de comparecer à audiência, ou que não poderia transferir a consulta para outra data ou horário. Restou evidente nos autos que o au- tor, na qualidade de locador, e tentando resol- ver as questões pendentes com os réus no âmbito pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 70 XXX administrativo, propôs o pagamento dos valores relativos ao aluguel até o dia 20/06/2014, caso todas as pendências fossem quitadas até o dia 22/07/2014, o que não foi cumprido por eles. Desse modo, havendo o descumprimento do acordo por parte dos requeridos, não há que se exigir que o autor também cumpra com o prometido, aba- tendo parte da dívida. Devem, pois, os réus ar- carem com o aluguel integral do mês de junho de 2014 e aluguel parcial relativo aos 15 dias do mês de julho de 2014, quando efetivamente... entregaram o imóvel. Não há provas inequívocas acerca dos danos existentes no imóvel. A prova testemunhal é frágil e não comprova que tenham sido causados pelos réus. Não foi realizada a vistoria final no imóvel e não há provas de que os réus foram notificados para acompanhamento. Para que o inquilino seja responsabilizado pelo ressarcimento de eventuais estragos ocorridos no período da locação, deve haver notificação para acompanhar à vistoria final. Sequer há nos autos os três orçamentos necessários para veri- ficar que o serviço foi realizado pelo menor valor. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005600481, Quarta Turma Recursal Cível, Tur- mas Recursais, Relator: Glaucia Dipp Dreher, Julgado em 30/10/2015). (TJ-RS - Recurso Cível: 71005600481 RS, Relator: Glaucia Dipp Dreher, Data de Julgamento: 30/10/2015, Quarta Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 05/11/2015) Portanto, sem a comprovação do dano, e não apresentado os documentos necessários, não há que se falar em reparação por danos materiais. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 71 XXXI A pretensão de indenização por danos materiais depende de prova robusta dos prejuízos alegados. Neste liame, para alcançar a indenização por danos materiais, a parte demandante deve produzir prova robusta dos supostos prejuízos por ela suportados, e ainda, de que tais prejuízos tenham sido decorrentes de evento danoso impu- tado aos requeridos, a teor do art. 333, I, do CPC. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MATERIAIS. REQUISITOS NÃO COMPROVADOS. REPARAÇÃO INDEVIDA. Para al- cançar indenização por danos materiais, o autor deve produzir prova robusta dos supostos preju- ízos por ele suportados, e ainda, de que tais prejuízos tenham sido decorrentes de evento da- noso imputado ao réu, a teor do art. 333, I, do CPC. (TJMG; APCV 1.0508.09.008954-3/001; Rel. Des. Moacyr Lobato; Julg. 26/02/2013; DJEMG 04/03/2013) Além do que, a reparação civil tem por pressuposto a existência de um prejuízo efetivo e que este seja decorrente de uma conduta ilícita, o que não ocorre- ram in casu. Neste diapasão: APELAÇÂO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. AU- SÊNCIA DE ATO ILÍCITO. Ausente a prova dacondu- tailícita por parte da ré, a improcedência do pedido indenizatório é medida que se impõe. [...]. Improcedência do pleito indenizatório. Hipótese em que se nega seguimento ao ape- lo.(TJRS; AC 86802-11.2011.8.21.7000; Sapucaia do Sul; Décima Câmara Cível; Rel. Des. Paulo Roberto Lessa Franz; Julg. 08/04/2011; DJERS 25/04/2011). pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 72 XXXII Atento à boa técnica processual, sabe-se que o magistrado está estritamente vinculado ao pedido das partes, não podendo proferir julgamento fora dos li- mites delineados no processo, sob pena de incorrer em nulidade absoluta sua sentença. No caso telado, por não haver pedido delimitado e pormenori- zado de condenação em despesas de tratamento, bem como, a ausência dos orçamentos com gastos para conserto da motocicleta, improcede tal pleito por não haver total pertinên- cia subjetiva para o processo. Tendo em vista que os argumentos lançados acima, somando- se ao fato de que a autora não colacionou nenhuma prova de gastos com o alegado trata- mento consistente nas aduzidas despesas hospitalares e médicas, consoante determinado o artigo 333, I, do CPC, impõe-se o indeferimento do pleito de danos morais. DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE LUCROS CESSANTES - RENDA MENSAL NÃO COMPROVADA/INEXISTENTE. A opção da defesa, em contestar os pedidos de danos materiais e lucros cessantes em tópicos diferentes decorre simplesmente pelo fato da denominação jurídica ser diversa, contudo, não se diferenciam ontologicamente. Como se vê, a Autora alega que trabalhava como atendente da lanchonete SUBWAY, ganhando salário mínimo, sendo que, em razão do acidente, aduz que ficou afastada por cerca de um ano, contudo, não merece prosperar seu pedido por lucros cessantes, uma vez que, além do fato de não comprovar que estava empregada na época do acidente, ainda, sequer comprovou que percebeu benefícios da previdência nesse período, restando demonstrado o descabimento do pedido de danos materiais por lucros cessantes. Na percuciente lição de CARLOS ROBERTO GONÇALVES: “Dano material é o que repercute no patrimônio do lesado. Patrimônio é o conjunto de relações pr oc es so 0 8057 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 73 XXXIII jurídicas de uma pessoa apreciáveis em dinhei- ro. Avalia-se o dano material tendo em vista a diminuição sofrida no patrimônio. O ressarci- mento do dano material objetiva a recomposição do patrimônio lesado. Se possível, restaurando o statu quo ante , isto é, devolvendo a vítima ao estado em que se encontrava antes da ocor- rência do ato ilícito.” Ante a ausência de comprovação do suposto prejuízo material suportado, requer a improcedência do pedido por lucros cessantes. De mais a mais, cabe ressaltar que, além de não comprovado que a autora estava empregada na época do acidente, o pleito vem desacompanhado de qualquer documentação (laudo médico pericial ou do INSS) que comprove qualquer incapa- cidade no período alegado, bem como, não se demonstrou em nenhum momento qualquer desembolso com tratamento médico. Portanto, se a autora ficou incapacitada de exercer a profissão pelo período de 1 (um) ano, por certo requereu o auxilio-doença ao INSS, desta forma, o desconto da eventual indenização seria de tais benefícios previdenciários, sob pena de enri- quecimento sem causa da Autora à custa da empresa Requerida. Entrementes, não há que se falar em condenação da empresa Requerida ao pagamento de lucros cessantes, primeiro pelo fato de que não foi vislumbrada qualquer culpa que pudesse ser aplicada a Requerida; e segundo porque não há qualquer prova de vínculo empregatício ou da fantasiosa incapacidade laborativa pelo período de 1 (um) ano e; por fim, pelo fato de, provavelmente, a previdência social ter arcado com o be- nefício à autora. Todavia, em caso deste juízo superar os argumentos defendi- dos acima e entender pela possibilidade de fixação de lucros cessantes pelo período de 1 (ano), deve-se levar em conta a necessidade de realização de perícia médica para avaliar e- pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 74 XXXIV xatamente a extensão dos supostos danos, e se estes possuem nexo causal com o fato aqui noticiado. Além do mais, requer seja expedido ofício ao CAGED (Cadastro Geral de Emprega- dos e Desempregados) para que seja aferida a situação empregatícia da autora, incluindo informações de anotações na carteira de trabalho, funções, existência de vínculos emprega- tícios, desde o dia 28/02/2013 até a presente data. DA INEXISTÊNCIA DOS ALEGADOS DANOS ESTÉTICOS Aduz a autora que, além das sequelas que supostamente lhe acometem, possui grandes cicatrizes na região das pernas e abdômen, devido às cirurgias e tratamentos realizados, devendo ser reparada no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). No entanto, não há prova, sequer mínima, da ocorrência dos supostos danos estéticos, uma vez que a autora trouxe à baila, apenas, fotografias que se- quer comprovam serem verídicas ou referentes à autora. Para ser passível de ser indenizada da forma como pretendida, o alentado dano estético deve ser comprovado, sendo que constitui ônus da autora demons- trá-los. Entende-se por dano estético toda e qualquer alteração da apa- rência humana que implique na deformidade estética da pessoa e que seja perfeitamente perceptível por provas contundentes. De igual modo, é necessária a aferição da extensão, como também da constatação da gravidade das lesões a fim de que seja possível constatar a ocorrência ou não de constrangimento estético pela vítima. No presente caso, tem-se por indevido o pleito de fixação de quantum indenizatório a título de danos estéticos, visto que estes sequer foram comprova- dos, até porque, em nenhum momento foi demonstrado que as fotos são da autora, sendo forçoso concluir que houve sequelas físicas prejudiciais à rotina diária da requerente, res- tando impugnados os documentos de fls. 27/36. pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s di gi ta is p or U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o S A J/ A T , e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 9: 38 . P ar a ac es sa r os a ut os p ro ce ss ua is , a ce ss e o si te h ttp :// w w w .tj m s. ju s. br /e sa j, in fo rm e o E st e do cu m en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or G U IL H E R M E F R E D E R IC O D E F IG U E IR E D O C A S T R O . P ro to co la do e m 3 1/ 03 /2 01 6 às 1 8: 21 , s ob o n úm er o W C G R 16 08 08 95 67 6 , e fls. 75 XXXV Já fora dito anteriormente, mas não custa reforçar que todas as fotografias apresentadas pela autora não possuem data, sequer demonstram que efetiva- mente se tratam da autora. Portanto, todas as fotografias encartadas nos autos não prestam para fazer qualquer prova, ficando todas impugnadas. O que se vê, na verdade, é a pretensão da condenação indeni- zatória bis in idem, porquanto não é possível a individualização do pedido de dano moral e estético, não sendo passíveis de apuração em separado, com causas inconfundíveis. Destar- te, o pedido formulado pela autora neste tópico redunda em verdadeiro dano moral, tor- nando-se manifestamente improcedente. Noutro norte, inexiste qualquer prova que ateste a veracidade das sequelas físicas capazes de prejudicar a rotina diária da autora, sendo inviável apurar o quantum necessário para recompor o alegado prejuízo estético apontado e o grau das su- postas sequelas, se é que estas existem, o que se refuta, restando incabível indenização, quanto menos na quantia equivalente a R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). DA INEXISTÊNCIA DO DANO MORAL – DO QUANTUM INDENI- ZATÓRIO. Pretende a Autora indenização por danos morais no importe total de R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais), contudo, não merece prosperar, conforme restará demonstrado. A autora alega que o acidente ocasionou dano físico e moral em virtude dos 47 (quarenta e sete) dias de internação no Hospital e pelos 10 (dez) meses utilizando aparelho extensor na perna esquerda, bem como, pela utilização de muleta, de- vendo, portanto, a empresa requerida indenizar o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) pelo referido motivo. Além disso, pleiteou o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil re- ais) referente os danos morais causados pela dor da perda do filho (aborto do nascituro). pr oc es so 0 80 57 58 -5 5. 20 16 .8 .1 2. 00 01 e o c ód ig o 16 0D F 30 . lib er ad o no s au to s
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