Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Laís Kemelly – M14 FEBRE P5 Fechamento Diagnóstico Clínico-Epidemiológico Tuberculose pulmonar • Tosse persistente • Febre vespertina ( > 38.5ºC) • Sudorese noturna • Perda ponderal Tuberculose miliar • Febre • Emagrecimento • Astenia Mais comum em imunocomprometidos Detecção de casos 1. Identificar sintomáticos respiratórios (SR). • Pessoa com tosse > 3 semanas 2. Coletar exame de escarro → duas amostras • 1 no momento da detecção • 1 no dia seguinte Obs: essa segunda amostra é detectada pelo paciente, então devemos orientá-lo em relação a coleta. Orientações para a coleta do escarro 1. Entregar o recipiente devidamente identificado ao paciente 2. Explicar como realizar o procedimento de coleta: • Ao despertar pela manhã, lavar bem a boca • Inspirar profundamente • Prender a respiração • Escarrar após forçar a tosse • Repetir 3x • Lavar as mãos 3. Armazenar o pote em um saco plástico, tampado, com a tampa para cima 4. Enviar imediatamente para a o laboratório • Caso não seja possível, pode-se armazenar em geladeira comum até no máximo 7 dias Diagnóstico Bacteriológico Baciloscopia de escarro Indicado para: • Sintomáticos respiratórios • Suspeitos de TB Pesquisa diretamente os bacilos no microscópio, método de Ziehl-Nulsen. Resultado = BAAR por campo. Cultura para micobactéria Indicações: • Suspeita clínica/radiológica de TB com baciloscopia repetidamente negativa • Suspeitos de TB com amostras paucibacilares • Suspeitos de TB com dificuldade de obtenção da amostra • Suspeitos de TB extrapulmonar • Contatos de casos de TB resistente • Pacientes com antecedente de tratamento prévio • Pacientes imunodeprimidos • Pacientes com baciloscopia positiva ao final do 2º mês de tratamento • Falência ao tratamento Tuberculose – Diagnóstico e Tratamento Laís Kemelly – M14 FEBRE P5 Fechamento A cultura leva de 14 – 30 dias, tempo para o crescimento da bactéria. É importante solicitar também o teste de sensibilidade bacteriana. A amostra deve ser colhida da mesma forma da baciloscopia. Prova tuberculínica (PPD) Indicação: infecção latente pelo M. tuberculosis. Realiza-se uma inoculação intradérmica do patógeno na pele e reavalia em 48 – 72h, podendo estender no máximo até 96 horas. Diagnóstico radiológico Todo paciente com suspeita de TB pulmonar deve fazer. • Baciloscopia +: excluir outras patologias pulmonares associadas • Baciloscopia -: afastar outras doenças Achados típicos: • TB primária → focos de Ghon, linfonodomegalia hilar e mediastinal • TB secundária → nódulos, consolidações, escavações (indicam doença ativa). • TB antiga → tuberculoma (calcificação) • TB miliar → pequenos nódulos de até 3mm Diagnóstico para crianças > 10 anos Geralmente é mais difícil coletar escarro de crianças para seguir na ordem clássica (baciloscopia, cultura...). Então o que fazer? Solicitar PPD e RX, avaliar quadro clínico e relacionar com score. • > 40 pontos: diagnóstico muito provável, iniciar tratamento • 30 – 35 pontos: diagnóstico possível, iniciar tratamento a critério médico • < 30 pontos: diagnóstico pouco provável, pode partir para exames mais específicos como a broncofibroscopia OBSSSS: quando solicitar PPD lembrar da possível reação cruzada com a vacina BCG. (PT falso-positiva, tabela ali da coluna ao lado traz) Fechando Raciocínio Chegou sintomático respiratório, o que fazer? 1. Solicitar baciloscopia de escarro. Resultado em 24h a. Positiva → iniciar tratamento. Solicitar cultura e sensibilidade (14 – 30 dias). Realizar teste rápido de HIV. b. Negativa sem sintomas → ok c. Negativa com clínica sugestiva → RX de tórax, PPD, cultura e sensibilidade. Laís Kemelly – M14 FEBRE P5 Fechamento Tratamento • Esquema básico (< 10 anos): 2RHZ/4RH • Esquema básico (> 10 anos): 2RHZE/4RH O esquema básico está indicado em casos novos de TB ou retratamento de TB. (pulmonar ou extrapulmonar, exceto a meningo) Esse esquema pode ser utilizado em gestantes, mas é necessário associar piridoxina (vitamina B6) 50mg/dia, para reduzir a toxicidade neurológica para o feto. • Esquema para meningocefalite (< 10 anos): 2RHZ/7RH + corticoterapia • Esquema para meningocefalite (>10 anos): 2RHZE/7RH Esse esquema é específico para casos novos de TB meningocefálica ou retratamento de TB meningocefálica. R = rifampicina; H = isoniazida; Z = pirazinamida; E = etambutol. Se quiser um resumo: • TB normal: 6 meses total • TB meningocefálica: 9 meses total • criança < 10 anos não toma etambutol. É isso que muda. Nessa faixa etária, acarreta maior toxicidade ocular. • Gestante: insere B6 Onde vai ser feito esse tratamento? Interno esse paciente? Não. O tratamento para TB acontece à nível ambulatorial, na atenção primária. Mas como toda regra tem sua exceção, as seguintes situações indicam internação: Efeitos Colaterais São divididos em dois grandes grupos: Efeitos colaterais menores → não indicam a suspensão do tratamento e podem ser manejados na atenção primária. Efeitos colaterais maiores → exigem suspensão do tratamento e o fármaco responsável deve ser definitivamente suspenso. No caso, tem que fazer a substituição de acordo com o que o paciente teve reação, alterando o esquema e talvez a duração. Segue: Laís Kemelly – M14 FEBRE P5 Fechamento Trocou rifampicina? Tratamento vai passar pra 12 meses. Teve reação à pirazinamida? Pode substituir por etambutol. Teve reação à isoniazida ou rifampicina? Pode substituir por estreptomicina + etambutol. Acompanhamento O controle do tratamento é feito através de baciloscopias seriadas do escarro. O ideal é que seja feito mensalmente, mas é obrigatório: • 2º mês • 4º mês • 6º mês A terapia de manutenção pode ser estendida por mais três meses nas seguintes situações: • Paucibacilar após 5º ou 6º mês • Resposta clinicorradiológica insatisfatória, mesmo com baciloscopia negativa • TB cavitaria com baciloscopia + após 2º mês de tratamento • HIV/AIDS • Diabetes mellitus Falência Terapêutica • Persistência da baciloscopia positiva ao final do tratamento • Pacientes com baciloscopia extremamente positiva (++ ou +++), que mantêm essa situação até o 4º mês de tratamento • Positividade inicial da baciloscopia, seguida de negativação e retorno da positividade após o 4º mês, por dois meses consecutivos. Quer levar algo pro coração? Positivou após 4º mês provavelmente falhou. Esses pacientes vão receber o esquema padrão para multirresistência ou o esquema especial de acordo com seu teste de sensibilidade. Tuberculose na Gestante • Se no momento do parto a mãe apresentar tuberculose ativa, realizar cultura e histopatologia da placenta. • Não há contraindicação ao esquema básico durante a gestação. • Não há contraindicação ao esquema básico durante o aleitamento. • O aleitamento está contraindicado na presença de mastite tuberculosa. • A mãe portadora de TB deve usar máscara cirúrgica durante o aleitamento e durante os cuidados com a criança. Tuberculose e HIV Como já citei no diagnóstico, paciente positivou baciloscopia, temos que testar HIV. • A TB é a principal causa de morte em pessoas que vivem com HIV O paciente HIV +, assintomático, deve realizar a prova tuberculínica no momento do diagnóstico pelo HIV e seguir com PT anual. • PT > 5mm → iniciar tratamento por infecção latente A TARV está indicada para todo paciente HIV + com TB ativa, independente do nível de CD4. Não pode iniciar a TARV e o tratamento anti-TB ao mesmo tempo, porque aumenta a chance de síndrome da reconstituição imune. • Inicia tratamento anti-TB • Inicia TARV 2 – 8 semanas depois o CD4 < 200 e/ou sinais clínicosde imunodeficiência avançada: iniciar em duas semanas o Demais pacientes podem iniciar TARV ao fim da fase intensiva do anti-TB O paciente HIV+ tem maior risco de reações adversas. A TB ativa estimula o sistema imune e aumenta a carga viral. Assim, não devemos dosar CD4 e carga viral antes do tratamento específico anti-TB. A dosagem deve acontecer trinta dias após o tratamento anti-TB. Laís Kemelly – M14 FEBRE P5 Fechamento O uso de rifampicina deve ser priorizado, pois ele tem maior eficácia no tratamento anti-TB. Porém, ela interage com diversos antirretrovirais. A escolha da TARV depende do paciente. Existem dois grupos. 1. Pacientes coinfectados HIV-TB sem critérios de alto risco TDF + 3TC + EFZ (tenofovir, lamivudina, efavirenz) 2. Pacientes coinfectados HIV-TB com critérios de alto risco TDF + 3TC + RAL (tenofovir, lamivudina, raltegravir) Vou listar os critérios agora, saiba que o paciente só precisa ter dois deles para se classificar no grupo 2. • CD4 < 100 • Presença de outra doença oportunista • Doença grave • Necessidade de internação hospitalar • TB disseminada
Compartilhar