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Resumo feito por @sara.fisio Incontinênci� Urinári� Introdução: A IU é conceituada como a perda involuntária de urina, acarretando problemas sociais e higiênicos para os pacientes, sendo angustiante e incapacitante. A IU pode ocorrer em todas as idades porém com o aumento da idade ocorre a diminuição da força muscular e consequentemente a perda involuntária da urina. Sistema Urinário: - Dois órgãos excretores, ou rins que produzem a urina; - Dois ureteres que conduzem a urina para a bexiga; - Um reservatório para armazenar temporariamente a urina que passa através da uretra para o exterior. Bexiga: É uma vesícula muscular oca para armazenar urina. Em um adulto a bexiga se localiza na pelve menor, atrás e ligeiramente acima dos ossos púbicos, a medida que se enche ela se ascende até a pelve maior; uma bexiga muito cheia pode ascender até o nível do umbigo. Reflexo de Micção: A medida que a bexiga vai se enchendo de urina, os receptores sensoriais no interior percebem o estiramento da parede vesical e o surgimento de ondas de contrações, esses sinais são conduzidos para os segmentos sacrais da medula espinhal pelos nervos pélvicos, voltando depois pela via reflexa, para a bexiga. Quanto mais a bexiga se enche, mais aumentam os reflexos e as contrações. Se a inibição for mais potente no cérebro que os sinais constritores voluntários para o esfíncter externo, ocorrerá a micção; caso contrário a micção reflexa se torna mais intensa. Fisiologia da Micção: SNC, SNP e estruturas do trato urinário em interação estabelece um equilíbrio coordenado e harmônico, determinado continência urinária. A função vesical ocorre em 2 fases: Referência bibliográfica: ABREU, FLÁVIO. Fisioterapia Geriátrica, 2006 Resumo feito por @sara.fisio Fase de armazenamento: Ocorre quando a bexiga consegue acumular quantidades altas de urina, sem variação significativa da pressão, os esfíncteres urinários permanecem contraídos, o que estabelece uma pressão intra-uretral maior que a pressão vesical. A capacidade de armazenar urina sem que haja aumento significativo da pressão é chamado de complacência vesical ou acomodação vesical. Nesta fase o músculo detrusor está em repouso, o que permite que isso aconteça. É produzida pela estimulação simpática dos receptores beta adrenérgicos dentro da parede vesical, causando o relaxamento do detrusor. O relaxamento do detrusor durante a fase de enchimento é o componente chave para a fase de acomodação vesical. A estimulação simpática de receptores alfa-adrenérgicos no colo vesical e uretra proximal causam a contração, com consequente aumento a pressão uretral. O esfíncter externo e os músculos elevadores do ânus servem como suporte para os mecanismos de continência, embora em permanente estado de contração podem contrair-se ainda mais para impedir a perda da urina sob condição de estresse, são inervados pelos plexos sacrais e nervos pudendos. Quando a bexiga atinge sua capacidade máxima (350-650ml), os receptores do interior do músculo detrusor emitem sinais as centros corticais do cérebro para se iniciar a fase de esvaziamento. Para iniciar o processo de micção é necessário que o córtex reconheça a repleção vesical (desejo miccional) e decida a melhor hora e momento para desencadear o esvaziamento da bexiga. Fase de esvaziamento: Acontece com a estimulação da contração do detrusor associada ao relaxamento esfincteriano e dos músculos elevadores do ânus, permitindo que a bexiga elimine seu conteúdo através de uma inervação deste gradiente de pressão, enquanto o córtex inibe o relaxamento simpático da bexiga. A uretra se encurta o que diminui a resistência do fluxo. A bexiga libera seu conteúdo sob controle voluntário, dependendo diretamente de uma atividade coordenada da uretra e o músculo detrusor. O reflexo de micção é um reflexo completamente autônomo da medula espinhal, mas pode ser inibido ou facilitado por centros do cérebro. Classificaçã� d� Incontinênci� Urinári� Incontinência urinária de urgência (IUU): É a contração vesical durante a fase de enchimento desencadeada espontaneamente ou em resposta de estímulos. É a principal causa de IU em pacientes idosos de ambos os sexos (60%). A condição vem de lesão parcial da medula espinhal ou do tronco cerebral. Os principais sintomas são a perda de urina seguida de desejo intenso de urinar. Pode ser sensitiva ou motora e a diferenciação é feita no exame urodinâmico. Incontinência urinária de esforço (IUE): Acontece em virtude de fraqueza do esfíncter ou da musculatura do assoalho pélvico ou ambos. A perda ocorre durante esforços, quando a pressão intra-abdominal aumenta, levando Referência bibliográfica: ABREU, FLÁVIO. Fisioterapia Geriátrica, 2006 Resumo feito por @sara.fisio um aumento da pressão intra-vesical que supera a pressão ao nível de esfíncter. Clinicamente não se caracteriza por perda urinária relacionada a esforços como tosse e espirro e não é precedida de desejo miccional. É muito comum em pacientes idosos e principalmente mulheres (30%) Incontinência urinária mista (IUM): É uma associação entre IUU e IUE, e neste caso é analisado a predominância dos sintomas. Incontinência urinária total (IUT): É decorrente de uma lesão esfincteriana e geralmente ocorre em cirurgias para tratamento de câncer de próstata por lesão de esfíncter uretral externo ou de sua inervação. Se manifesta clinicamente por perdas urinárias contínuas sem globo vesical palpável ou resíduo significativo. Muitos pacientes não apresentam perda de urina noturna. Incontinência urinária paradoxal (IUP): É a mais comum em idosos. O paciente perda a urina por transbordamento, neste a caso a bexiga está constantemente cheia e transborda. Clinicamente ocorre perda em gotejamento associada a bexiga cheia. Pode ser transitória ou permanente: Transitória: Causas externas como, delírio, infecção, atrofia vaginal, mediações, produção excessiva de urina, restrição de mobilidade, obstipação crônica. Permanente: Alterações anatômicas ou funcionais próprias do trato urinário. Fatores predisponentes da incontinência Urinária Parto Vaginal: Por Trauma neuromuscular ao assoalho e/ou deslocamento da fáscia pubocervical, por estiramento ou compressão mecânica dos nervos pélvicos. Lesões causadas frequentemente durante a segunda fase do trabalho de parto. Deficiência estrogênica: O trato urinário inferior é rico em receptores de estrogênio que, quando são estimulados, provocam um aumento do fluxo sanguíneo do pleco artério- venoso e o fluxo sanguíneo aumentado melhora a coaptação da mucosa uretral e aumenta sua pressão, promovendo a continência. A deficiência de estrogênio pode ser um fator que contribui para a incontinência urinária em mulheres na menopausa. Tabagismo: O tabagismo pode agravar a incontinência por vários fatores: - Danos às sustentações uretrais e vaginais pela tosse crônica; - Alterações na síntese e na qualidade do colágeno; - Contrações do detrusor induzidas pela nicotina do cigarro; - Efeitos anti-estrogênicos que diminuem a atividade dos receptores adrenérgicos do esfíncter uretral interno. Obesidade: Piora a condição de incontinência urinária por aumentar a pressão intra-abdominal. Outros fatores: - Infecção urinária Referência bibliográfica: ABREU, FLÁVIO. Fisioterapia Geriátrica, 2006 Resumo feito por @sara.fisio - Vaginite atrófica - Tumores vesicais - Cálculos vesicais - Estenose de uretra - Envelhecimento - Hiperreflexia detrusora - Hiporreflexia detrusora - Arreflexia detrusora Diagnóstico: Estudo Urodinâmico: É o padrão mais seguro para diagnóstico a IU. É o estudo funcional da bexiga e/ou ureter, fazem parte do exame a fluxometria, cistometria, estudo do fluxo/pressão, a eletromiografia, perfil pressórico uretral e a pressão de perda. Esse exame é muito importante na determinação da causa da IU. É utilizado uma sonda intra-uretral como instrumento avaliativo Testes e exames para complementar o diagnóstico: Diário urinário: Anotação do paciente de suas micções, sintomas e situações de perda urinária, esse diáriopode ajudar muito na avaliação da intensidade da frequência objetiva dos sintomas. Teste de esforço ou teste da almofada ou pad-test: Permite analisar uma medida quantitativa da perda urinária. É um teste que precisa de uma balança de alta precisão e de alto custo, mas é útil na classificação da IU. Teste do cotonete ou Q-tip test: É introduzido um cotonete esterilizado, é solicitado ao paciente uma manobra de valsalva e com o goniômetro é medido a angulação do cotonete. Exames laboratoriais: - Cultura - Ultrassonografia - Ressonância magnética AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA: Anamnese: Identificação e HMA. Deve conter o início dos sintomas, duração, condições associadas, impacto social e higiênico, status hormonal, hábitos de vida e medicações. Exame físico: Inclui a inspeção Abdominal: estado da pele; cicatriz e aderência; estrias; zonas dolorosas; hérnia Assoalho pélvico: mucosa hiperêmica; presença de irritação local; presença de corrimentos; presença de mamilo hemorroidário; escoriações; micoses; cicatrizes;presença de varicosidade; abertura vulvar; distância anu vulvar. Testes especiais: - Força muscular (abdominal e assoalho pélvico) - Diástase dos retos abdominais - Núcleo fibroso central do períneo - Reflexos sacrais (bulbocavernoso e cutâneo anal) TRATAMENTO: Farmacológico: - Droga anticolinérgica - Terapia de reposição hormonal Cirúrgico: - Colpoperineoplastia - Suspensão do colo vesical ( cirurgia de Burch) - M.M.K - Slings e T.V.T Referência bibliográfica: ABREU, FLÁVIO. Fisioterapia Geriátrica, 2006 Resumo feito por @sara.fisio Tratamento fisioterapêutico: As técnicas de tratamento conservador foram dadas como importantes na década de 80. Hoje um dos tratamentos mais utilizados é a reeducação funcional do assoalho pélvico. Contração voluntária ou exercício de Kegel: Kegel foi o primeiro a escrever sobre métodos de avaliação e programa de exercícios de reeducação do assoalho pélvico e aumento do tônus da musculatura perineal. O autor relata que os exercícios devem ter contrações fortes, longas e repetidas seguidas de uma pausa, cada uma mantida pelo maior tempo possível, também descreve que deve ser feito em um período de 3 a 6 meses. Perineômetro: Kegel, em 1948 descreveu um dispositivo pneumático que era usado para medir a pressão dentro da vagina, para motivar as mulheres a praticarem os exercícios para AP. O aparelho monitorava o período e o tempo que a mulher conseguia manter a contração. Cones vaginais: Variam de 10 a 100g, são feitos de chumbo coberto de plástico, com um cordão de nylon ligado. O cone faz a musculatura do AP se forçar para baixo, e o sentimento de soltar o cone faz o músculo contrair em torno dele, para o reter. Eletroestimulação do AP: Proporciona a contração dos músculos do AP e a inibição da hiperatividade da bexiga. Biofeedback: Antes de ser admitido pelo terapeuta paciente deve ser informado. O biofeedback foi iniciado nos anos 40 por Arnold Kegel, para o tratamento de IU. É uma técnica de conscientização e relaxamento utilizada para controlar voluntariamente funções fisiológicas, o objetivo é aumentar o nível de relaxamento, aliviar a dor ou monitorar a atividade muscular. Referência bibliográfica: ABREU, FLÁVIO. Fisioterapia Geriátrica, 2006
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