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O QUE VAMOS APRENDER? Estética relacional Conceito e exemplos A arte das relações a* O que é estética relacional? O termo foi cunhado pelo curador e crítico francês Nicolas Bourriaud. Em seu livro intitulado - ora vejam só - "Estética relacional", Bourriaud coloca a questão das comunicações e relações como um dilema contemporâneo, especificamente a partir da década de 90. A contemporaneidade é permeada pelas novas tecnologias, que mudaram nossa maneira de nos relacionar. A arte das relações As mudanças nas relações humanas também provocam mudanças na arte, sobretudo na forma como a arte e o artista se relacionam com o público - e ainda, provoca a reflexão sobre o papel da arte enquanto mediadora das relações entre as pessoas. Uma pintura, uma fotografia, uma escultura, uma performance, um filme ou desenho animado, são elementos que comovem, levantam questões e discussões, reúnem pessoas em seu entorno, tanto pra apreciar quanto pra criticar. O espaço artístico - uma galeria, museu, sala de cinema, as ruas ou outros espaços físicos; e também um fórum de discussão, um grupo no Facebook, um blog, entre outros espaços virtuais - movimentam informações, conhecimentos, práticas e trocas entre seres humanos. A arte das relações A estética relacional é isso: um campo de trocas. A ideia é promover a convivência e interação entre a arte e o público, o público e o artista, e também do público entre si. Tudo ao mesmo tempo! Sendo assim, o centro da obra de arte não é o objeto/espaço artístico em si, mas as relações que ele proporciona. Aqui, entram em cheque questões recorrentes na história da arte, como: 1) Autoria: se a arte está nas relações, então quem é o autor da obra? Nesse caso, o artista seria somente um facilitador? 2) Materialidade: a obra de arte precisa ser concreta? É necessário que haja um produto final? Se a arte é também processo, podemos falar que existe uma obra de arte? 3) Permanência x efemeridade: a arte pode ser momentânea, ou precisa ser duradoura? Por outro lado, se a arte está nas relações e as relações se desdobram continuamente, podemos dizer que a arte relacional é eterna? A arte das relações Não pretendo encerrar esses questionamentos aqui. Muito pelo contrário: o objetivo é plantar a sementinha da reflexão. Obras relacionais Em 2002, Bourriaud organizou junto com a curadora Karen Moss a exposição "Toque: Arte relacional de 1990 até agora", no Instituto de Arte de São Francisco (EUA). A exposição reuniu obras com propostas relacionais de diversos artistas, muitos deles iniciantes. Vamos conhecer algumas obras da exposição? A arte das relações Nessa tocan te instalação , Gonzalez-To rres montou uma pilha de doc inhos emba lados à mão, um po r um, que as pessoas podiam peg ar e saborea r à vontade. A o bra represen ta o lento definh ar do corpo de seu namorado R oss, que fale ceu devido a AID S. O próprio artista também fale ceu pela me sma doença algu ns anos mai s tarde. "Untitled / Ross" (1991) Felix Gonzalez-Torres O artista transcrevia conversas àmão e as exibia de diferentesformas, de acordo com o tom daconversa: em post-its colados naparede, em guardanaposcolocados sobre uma mesa decafé da manhã, ou em moldurasnum móvel chique. Nas palavrasdo próprio: "todos sabemos comoé o som de uma conversa, mascomo é a aparência de umaconversa?" "Fireside talk" (1999) Joseph Grigely A ideia de volksboutiq ue (que numa trad ução litera l do alemã o seria "loja popular", m as podemo s traduzir ne sse contex to como "bazar" ou "brechó") é performa r uma espéc ie de vend a de garagem, e m que a ar tista abria seu ateliê i mprovisad o, exibia seus perte nces à ven da, servia c há e interagia com o púb lico. "Volksboutique sales pitch" (2000 - 2002) Christine Hill O artista tailandêsimprovisou cozinhas emespaços de galeria e serviuarroz com curry pra galera. Aobra era essa: geralcomendo junto a comida doartista. O trabalho foi exibidoem diversas galerias aolongo de quase 20 anos. "Untitled/free/still" (1992-2011) Rirkrit Tiravanija. Curiosidade Tiravanija des envolveu vário s trabalhos env olvendo comi da. Num deles, pr eparou uma s érie de mochilas d e viagem cont endo coisas como c omida enlatad a e desidratada, m armitas e talh eres de plástico, p ara que o púb lico levasse consig o e preparass e as próprias refei ções. Centrada nas relações humanas Movimento circunscrito na arte contemporânea (segunda metade do século XX) A arte está no processo, no desenrolar das interações humanas, não necessariamente nos objetos Resumindo Estética relacional "Untitled / Rucksack installation" (1993) BOURRIAUD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo: Martins, 2009. MoMA. Art and artistis: Rirkrit Tiravanija. Disponível em: <https://www.moma.org/artists/7479>. Acesso em 05/05/2021. MOSS, Karen. Touch: Relational Art from the 1990s to Now. 2002. Disponível em: <http://karenmoss.art/touch/>. Acesso em 05/05/2021. Referências consultadas © Júlia Mello este e outros conteúdos você pode ver no arte*risco! www.arte-risco.com http://www.arte-risco.com/
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