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DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO UNIDADE: FLORESTA PROFESSOR(A): LORENA NASCIMENTO RAMOS DE ALMEIDA CURSO: DIREITO PLANO DE ENSINO • EMENTA: Controle de Constitucionalidade; Preventivo; Repressivo; Difuso; Concentrado; Incidental; ADI; Representação; Inconstitucionalidade; Preceito Fundamental; Omissão; Remédios Constitucionais; Constitucionalismo Liberal; Evolução; Estado Social. • OBJETIVOS: 1. Compreender a relação entre direito constitucional e direito processual sob a perspectiva da supremacia da Constituição e da separação dos poderes; 2. Descrever o funcionamento das ações constitucionais de controle deconstitucionalidade e de proteção aos direitos fundamentais. METODOLOGIA DE AULA E AVALIAÇÃO • Aulas expositivas, leitura dirigida, análise e discussões de casos práticos, apresentação de trabalhos individuais e em grupos, exercícios, textos e filmes, visita externa em organizações, dinâmicas de grupo entre outras. • Critérios de avaliação e composição de nota: AVALIAÇÃO VALOR AV1 02 (TRABALHO) 08 (PROVA) AV2 10 PONTOS AV3 10 PONTOS METODOLOGIA DE AULA E AVALIAÇÃO Atingir resultado igual ou superior a 6,0 (seis), calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina, de forma que o grau menor que 4,0 (quatro) será descartado e substituído por 0 (zero) no cálculo da média. Obter grau igual ou superior a 4,0 (quatro)* em, pelo menos, duas das três avaliações. Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas Critérios de aprovação BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1. Góes, Guilherme Sandoval. Direito constitucional avançado. Rio de Janeiro : SESES, 2018. (DISPONÍVEL NO SIA) 2. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 21ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. ACORDOS ENTRE ALUNOS E PROFESSOR • Respeito – Respeitar o professor e os colegas, de forma igual, sem discriminação por raça, sexo, religião, idade, classe social, etc. é condição fundamental para o bom andamento de nossas atividades. • Preparação para aula – Durante as aulas remotas, se possível prepare um ambiente adequado, visando mais conforto e privacidade, assim você poderá se concentrar na aula e evitando distrações (rádio, TV, celular, familiares, entre outros); melhorar desempenho; e ter uma participação mais efetiva (câmera e microfone ligado quando possível). • Presença em sala de aula – Nesse momento de aulas remotas a presencialidade será verificada por meio de chamada durante a aula, além de outros métodos a serem adotados a critério do professor. • Comportamentos inadequados – Evitar atitudes grosseiras; comentários e debates fora do contexto da aula, como por exemplo assuntos de notas e faltas; alterar ou retirar a apresentação do professor; interromper o direito de fala do professor ou do colega, utilizando sempre o recurso de “levantar sua mão”. ACORDOS ENTRE ALUNOS E PROFESSOR • Sobre abonos de faltas – O professor não pode abonar as faltas, cabendo ao aluno controlar a quantidade máxima de faltas permitida pela instituição na disciplina (25% do total de aulas no semestre). Viagens de trabalho, casamento, festas de aniversário, religião, time do coração, etc não abonam falta. O aluno dever ter, mínimo 75% de presencialidade nas aulas ministradas. • Entrada na sala de aula atrasado – Em caso de atraso fica a encargo do aluno comunicar ao professor em momento oportuno, preferencialmente ao final da aula, a fim de evitar interrupções indevidas. • Datas das avaliações – Conforme calendário acadêmico disponível no portal do aluno – Link: encurtador.com.br/cBDGO • Horário das aulas: 07:40h às 11:20h ÓTIMO SEMESTRE PARA NÓS! Lorena Nascimento Ramos de Almeida • lorena.nascimento@estacio.br • lorena.nascimentoalmeida CONTEXTO HISTÓRICO: • Revolução Francesa – 1789 • Mudança do Estado Absolutista para Estado do Liberal • Submissão e Limitação do Estado às próprias Leis, sobretudo à CONSTITUIÇÃO. • Princípio dos Freios e contrapesos (check and balances) Documento escrito e com supremacia que passa a limitar o poder do Estado perante os indivíduos, institucionalizando um sistema de controle de constitucionalidade necessário para conter o arbítrio do Estado. PRINCÍPIO DOS FREIOS E CONTRAPESOS Portanto, essa ideia de supremacia da Constituição vai, juntamente, com o conceito de rigidez constitucional, possibilitar a guarda dos valores constitucionais da sociedade mediante o controle de constitucionalidade. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CONTROLE DE CONST. 1. Supremacia da Constituição A Constituição é a lei maior no ordenamento jurídico. Por isso, chama-se o seu conteúdo material (seus artigos) de supremacia material, pois versa sobre assuntos imprescindíveis ao país, reúne os dispositivos diferenciados das demais leis. Há também, a supremacia formal, que localiza a Constituição no topo hierárquico das leis do país, esta superioridade justifica a rigidez constitucional (pirâmide kelseniana). 2. Rigidez Constitucional: Não pode ser alterada por um processo legislativo qualquer. Exige processo diferenciado, mais difícil e complexo. Neste ponto, reforça-se o caráter hierárquico, uma vez que as leis comuns não podem alterar a CF/88. Está diretamente ligado ao controle de constitucionalidade. 3. Unidade do Ordenamento Jurídico: Tem finalidade de harmonizar as leis que não estão em consonância com a CF/88 para que o ordenamento permaneça em equilíbrio, uno e coeso. 4. Presunção de Constitucionalidade das Leis (ADI 815): O STF decidiu que as normas constitucionais originárias gozam de presunção absoluta de constitucionalidade, as normas derivadas e infraconstitucionais passam pelo crivo do controle e podem ser declaradas inconstitucionais. - Ou seja, no Brasil, não se aplica a teoria do alemão Otto Bachof para quem seria possível declarar a inconstitucionalidade de normas originárias em face do Direito Natural. 5. Dignidade da Pessoa Humana*: - Art. 1º, III: um dos fundamentos da CF/88. - Pulverizada por todo ordenamento jurídico. A defesa da constituição seria equivalente a defender, indiretamente, a dignidade da Pessoa Humana. *somente alguns doutrinadores consideram esse princípio 6. Harmonização: Exigência de coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros. 7. Efeito Integrador: Resolução de problemas jurídico-constitucional deve ocorrer com primazia dos critérios favorecedores da integração político-social com o favorecimento de uma unidade política. PARÂMETROS DO CONTROLE • Normas constitucionais Parte Dogmática (corpo fixo) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) • Preâmbulo – ADI 2076 Não é considerado parâmetro de controle. Não possui força normativa. Nenhuma lei pode ser declarada inconstitucional, unicamente por ter violado o preâmbulo da CF/88. Não é, inclusive, obrigatório nas Constituições Estaduais. TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE A) Inconstitucionalidade Formal (nomodinâmica) A.1 – Doutrina Subjetiva Há vício de iniciativa ou de competência (ex: Estado legisla em comp. União) Objetiva Há vício de rito/procedimento (ex: EC aprovada com quórum de maioria absoluta) A.2 – Barroso Orgânica Há vício de competência federativa (Art. 21 a 25 e Art. 30) Propriamente dita Abrange todo o processo legislativo SANÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO CONVALIDA VÍCIO DE INICIATIVA? STF: SÚMULA 5 B) Inconstitucionalidade Material (Nomoestática): • A inconstitucionalidade material, envolve a aferição do desvio de poder ou do excesso de poder legislativo a partir da aplicação do princípio da proporcionalidade e seus subprincípios da adequação e necessidade. O vício de inconstitucionalidade substancial por violação ao subprincípio da adequação ocorre quando se constata a incompatibilidade da lei com os fins constitucionalmente previstos. Já a inconstitucionalidade substancialpor violação ao subprincípio da necessidade ocorre quando a lei impugnada não é aquela que traz a menor restrição ao outro direito constitucional em colisão. Nesse sentido, a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal entende que a inconstitucionalidade por omissão somente se caracteriza quando o “não fazer estatal” deixa de regulamentar normas constitucionais de eficácia limitada, exatamente porque são as únicas cuja aplicabilidade depende da intervenção legislativa superveniente do legislador. (STF, Pleno, ADO n. 297, julgamento em 25/04/96, rel. Min. Octávio Gallotti) • Mesmo existente, a Lei deve regular a matéria de forma eficiente, perfeita e suficiente: A regulamentação de modo deficiente, imperfeito ou insuficiente não viabiliza o pleno gozo dos efeitos pretendidos pela norma constitucional de eficácia limitada. A própria Lei nº 13.300/16 (Lei que disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo) que, inovando a ordem jurídica, faz referência direta à expressão “falta total ou parcial de norma regulamentadora”, expressão esta que não se encontra positivada na Constituição de 1988. LOGO, PASSÍVEL DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO PARCIAL. QUANTO AO TEMPO INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE Vício está presente na norma desde sua edição. Norma se torna inconstitucional com a superveniência de nova Const. A inconstitucionalidade superveniente NÃO É ADMITIDA NO BRASIL. Neste caso, a norma é declarada NÃO RECEPCIONADA pela nova constituição e é REVOGADA. QUANTO À RELAÇÃO COM A CF INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA INCONSTITUCIONALIDADE INDIRETA (DERIVAÇÃO/REFLEXA) Os atos normativos primários possuem força normativa capaz de criar, modificar ou revogar relações jurídicas, desde que observadas as diretrizes constitucionais. São atos com autonomia monológica que se caracterizam por possuir aptidão normativa capaz de inovar a ordem jurídica como um todo. Podem, portanto, alterar o universo normativo-político do Estado, gerando direitos e deveres em nível infraconstitucional. O mesmo não acontece com os secundários, que podem, no máximo, regular a aplicação desses direitos e deveres, mas, nunca, determinar sua criação, modificação ou revogação no mundo jurídico. • Inconstitucionalidade direta Violação da Constituição por intermédio de um ato primário. (ex. lei estadual criando tipo penal) • Inconstitucionalidade indireta Norma secundária viola indiretamente a Constituição. (ex. decreto editado pelo Presidente da República para regulamentar uma determinada lei infraconstitucional e feito de forma incompatível com a Constituição). QUANTO À EXTENSÃO INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL Todo o conteúdo da lei é incompatível com a Constituição Apenas alguns dispositivos são inconstitucionais A) Inconstitucionalidade Parcial: Apenas alguns dispositivos são inconstitucionais. Em nome do princípio da parcialidade é possível que apenas uma palavra ou expressão da Lei seja declarada inconstitucional. Essa inconstitucionalidade parcial também pode advir de inconstitucionalidade formal. Exemplo: Presidente propõe projeto de lei com 50 artigos, porém, apenas 10 tem matéria de iniciativa privativa de outra autoridade, assim, a inconstitucionalidade será declarada apenas dos 10 artigos viciados. ESPÉCIES/MODALIDADES DE CONTROLE O sistema brasileiro adotou diferentes modelos estrangeiros de controle de constitucionalidade, bem como criou diversas ações genuinamente brasileiras, que foram sendo concebidas após a redemocratização do País a partir da promulgação da Constituição de 1988. Com isso, temos um dos sistemas mais complexos do mundo, que engloba tanto o modelo repressivo quanto o modelo preventivo. Da mesma forma, quanto à natureza do órgão de controle, o sistema brasileiro adotou tanto o controle político feito pelos Poderes Legislativo e Executivo, quanto o controle judicial feito pelo Poder Judiciário em determinada ação judicial. Finalmente, com relação ao critério relativo ao órgão judicial que exerce o controle, nosso sistema optou pelos dois modelos existentes, quais sejam, o sistema norte-americano do Judicial Review (controle difuso) e o sistema kelseniano-austríaco (controle concentrado). Resta indubitável, portanto, os fatores que permitem afirmar que o Brasil ostenta o mais perfeito sistema de controle de constitucionalidade do mundo, sem rival em perspectiva comparada com o direito de outros Estados nacionais. Sem nenhuma dúvida, existem diversos mecanismos, situações, oportunidades e instrumentos de controle de constitucionalidade que só se encontram no Brasil, não se tendo notícia de similares no resto do mundo. O quadro a seguir mostra, em visão panorâmica, as diferentes modalidades de controle de constitucionalidade do nosso sistema. (GÓES & MELLO, 2016, p. 126/127) QUANTO AO MOMENTO DE REALIZAÇÃO DO CONTROLE Controle Preventivo/A priori Controle Repressivo/ A posteriori Feito antes de a norma entrar no mundo jurídico Feito depois de a norma ter entrado no mundo jurídico Recai sobre projetos de Lei ou propostas de emendas. Em regra é feito pelo Executivo (vetos) ou Legislativo (CCJ – Comissão de Constituição e Justiça). Recai sobre Lei ou Emendas. Em regra, feito pelo Judiciário. QUANTO À NATUREZA DO ÓRGÃO CONTROLADOR Controle Político Controle Judicial/ Jurídico Feito pelos poderes Legislativo e Executivo Feito pelo poder Judiciário Normalmente preventivo. Difuso ou Concentrado. Normalmente repressivo. Obs: Controle preventivo judicial de constitucionalidade Partido Político e cidadão não pode. Diretrizes colocadas pelo MS 32.033: • Projeto de Lei só pode ser analisado por vício formal. • Proposta de Emenda à Constituição pode ser analisada por vício formal e material (art. 60, §4º da CF/88). • É um controle CONCRETO e não abstrato. O parlamentar esta impetrando MS contra ato da casa que está submetendo à análise projeto inconstitucional. EXISTE CONTROLE PREVENTIVO JUDICIAL ABSTRATO? Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Caso o Presidente, ao editar Lei Delegada venha a extrapolar os limites da delegação concedida, o Congresso pode sustar, com efeitos ex nunc, os atos normativos do Executivo que exorbitarem o poder regulamentar. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. A edição de Medidas Provisórias tem como requisitos a existência de relevância e urgência da norma. Após criada ela é submetida à Comissão Mista de Deputados e Senadores que deverão dar parecer sobre a compatibilidade ou não desta medida provisória em relação à Constituição. Esse parecer é requisito de conversão da MP em Lei Ordinária. CONTROLE REPRESSIVO POLÍTICO: SÚMULA 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.; Poder de auto-tutela da administração. Esse poder de revisão da administração em relação aos próprios atos, seria um controle repressivo político exercido pelo Executivo. SÚMULA 347, STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. O Tribunal de Contas poderiadeixar de aprovas as contas de autoridade que tenha se embasado em Lei inconstitucional. Entendimento não unânime no STF, está em vigor mas é muito criticada. CONTROLE REPRESSIVO POLÍTICO: ADI 221 STF em sede de cautelar: Ação direta de inconstitucionalidade. Medida provisória. Revogação. Pedido de liminar. - por ser a medida provisória ato normativo com forca de lei, não é admissível seja retirada do congresso nacional a que foi remetida para o efeito de ser, ou não, convertida em lei. - em nosso sistema jurídico, não se admite declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo com forca de lei por lei ou por ato normativo com forca de lei posteriores. O controle de constitucionalidade da lei ou dos atos normativos é da competência exclusiva do poder judiciário. Os poderes executivo e legislativo, por sua chefia - e isso mesmo tem sido questionado com o alargamento da legitimação ativa na ação direta de inconstitucionalidade -, podem tão-só determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos com forca de lei que considerem inconstitucionais. Em sede de cautelar o STF entendeu que o Chefe do Executivo tem o poder de tornar inaplicável (não de revogar) lei que entenda ser inconstitucional no âmbito da Administração Pública sob seu comando e ainda, por sua conta e risco, uma vez que nos termos do art. 85, VII da CF/88, deixar de aplicar Lei é crime de responsabilidade. Qual seria a alternativa dele para resolver esse problema sem risco de Crime de Resp? CONTROLE REPRESSIVO POLÍTICO: QUANTO AO ÓRGÃO JUDICIAL QUE EXERCE O CONTROLE Controle difuso Controle concentrado Feito por qualquer órgão do poder judiciário diante do caso concreto colocado à apreciação. Feito exclusivamente pelo Tribunal competente: - Supremo Tribunal Federal (Constituição Federal) - Tribunais de Justiça Estaduais (Constituições Estaduais) - Tribunal de Justiça Distrital (Lei Orgânica do DF) QUANTO À FORMA DE CONTROLE JUDICIAL Controle por via incidental/ Indireta/ Defesa/ Exceção Controle por via principal/ Direta/ De ação Feito a partir de um caso concreto Feito de forma abstrata de lei ou ato normativo em tese Quando o Controle é discutido na causa de pedir como questão prejudicial de mérito. Quando o controle é o próprio pedido da Ação RESUMO Princípio da Reserva de Plenário • Regra do Full Bench: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Fundamentos Princípio da Presunção de Constitucionalidade das leis Princípio da Colegialidade OBS: Não se refere a órgão fracionário (câmaras, seções, turmas), ou seja, pela CF/88, estes órgãos não podem julgar inconstitucionalidade de lei. No entanto, CPC: Art. 949. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. • Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. OBSERVAÇÕES: Só é aplicável a reserva de plenário para declaração de inconstitucionalidade, não sendo aplicável para declaração de ilegalidade ou não recepção (revogação). Turma recursal de Juizado Especial não tem status de Tribunal, logo, não tem que respeitar cláusula de reserva de Plenário. Juiz Monocrático também não precisa respeitar cláusula de reserva de plenário. É possível julgamento de Recurso Extraordinário por decisão monocrática do relator nas hipóteses oriundas de ação de controle concentrado de constitucionalidade em âmbito estadual de dispositivos de reprodução obrigatória, quando a decisão impugnada refletir pacífica jurisprudência do STF (RE376.440-Informativo 759). (OAB - XX Exame Unificado) Um Senador da República apresentou projeto de lei visando determinar à União que sejam adotadas as providências necessárias para que toda a população brasileira seja vacinada contra determinada doença causadora de pandemia transmitida por mosquito. O Senado Federal, no entanto, preocupado com o fato de que os servidores da saúde poderiam descumprir o que determinaria a futura lei, isso em razão de seus baixos salários, acabou por emendar o projeto de lei, determinando, igualmente, a majoração da remuneração dos servidores públicos federais da área de saúde pública. Aprovado em ambas as Casas do Congresso Nacional, o projeto foi encaminhado ao Presidente da República. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) O Presidente da República não terá motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, ainda que possa vetá-lo por entendê-lo contrário ao interesse público, devendo fazer isso no prazo de quinze dias úteis. b) O Presidente da República, ainda que tenha motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, poderá, no curso do prazo para a sanção ou o veto presidencial, editar medida provisória com igual conteúdo ao do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, tendo em vista o princípio da separação dos poderes. c) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade material e não por inconstitucionalidade formal, uma vez que os projetos de lei que acarretem despesas para o Poder Executivo são de iniciativa privativa do Presidente da República. d) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade formal, na parte que majorou a remuneração dos servidores públicos, uma vez que a iniciativa legislativa nessa matéria é privativa do Chefe do Poder Executivo, devendo o veto ser exercido no prazo de quinze dias úteis. E se houver colocação em apreciação em órgão fracionário de Tribunal de questão tida como inconstitucional? Os órgãos fracionários deverão gerar a chamada cisão funcional de competência toda vez que entenderem que a norma é inconstitucional. Ou seja, quando um órgão fracionário de um tribunal reconhecer a arguição incidental de inconstitucionalidade será obrigado a provocar a cisão funcional de competência. A câmara ou turma não pode decidir imediatamente a lide, devendo submeter a questão da inconstitucionalidade ao órgão especial ou do tribunal pleno, ficando, pois, na dependência do julgamento do mérito por parte destes, para, só, então, emitir sua decisão final. Assim, a cisão funcional de competência será obrigatória toda vez que o órgão fracionário (turma ou câmara) entender que a arguição incidental de inconstitucionalidade é procedente, ou seja, quando a decisão da câmara ou turma for no sentido de que a lei em tela é inconstitucional. Entretanto, não há nenhuma necessidade de provocar tal incidente quando o órgão fracionário não concordar com a arguição incidental de inconstitucionalidade, por entender que a norma é compatível com a Constituição. Questão discursiva: O Deputado Federal Alfredo Rodrigues apresentou projeto de lei prevendo o estabelecimento de penas de prisão perpétua e de trabalhos forçados para os condenados pela prática de crimes considerados hediondos pela legislação brasileira. Outro deputado, Silmar Correa, decide consultá-lo(a) acerca da possibilidade de questionar perante o Poder Judiciário uma suposta inconstitucionalidade do referido projeto de lei antes mesmo que ele venha a ser submetido a votação pelo Congresso Nacional. Como deverá ser respondida a consulta? RESPOSTA Apesar de o controle jurisdicional de constitucionalidade realizar-se, via de regra, em caráter repressivo, ou seja, após a entrada em vigor da norma impugnada, a jurisprudência do STF reconhece uma possibilidade de questionamento preventivo: trata-se do MS que, neste caso, só poderáser impetrado por outro membro do Congresso Nacional (titular do direito líquido e certo à observância do devido processo legislativo) e, necessariamente, deverá ser julgado antes de o referido projeto ser convertido em lei (sob pena de tornar o MS um substitutivo da ADI). Ver, por exemplo, o MS-MC 23047/DF. SISTEMA DIFUSO X SISTEMA CONCENTRADO SISTEMA DIFUSO SISTEMA CONCENTRADO ORIGEM Direito Norte Americano Direito Europeu/Austríaco INÍCIO Constituição de 1891 Representação de Inconstitucionalidade interventiva (1934) ÓRGÃO COMPETENTE Qualquer Juiz ou Tribunal STF (Const. Federal) TJ´s (Const. Estadual) LEGITIMIDADE ATIVA Autor/Réu/3º interessado MP/ Juiz/ Tribunal “de Ofício” Art. 103, I a IX da CF/88 (taxativo) FORMA Via incidental, de defesa, de exceção (causa de pedir) Via direta principal, de ação (ADI/ ADO/ ADC/ ADPF) EFEITOS SUBJETIVOS Em regra: Inter partes Em regra: Erga Omnes Possibilidade de efeito Erga Omnes no Sistema Difuso Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; • Só se aplica ao sistema difuso. No sistema concentrado, todas as decisões do STF já produzem efeitos erga omnes e vinculantes. • O STF é obrigado a comunicar ao Senado a decisão. • O Senado tem discricionariedade (análise de oportunidade e conveniência) para determinar a suspensão ou não da lei. No entanto, após editada a referida resolução, em nome da segurança jurídica, não pode revoga-la. Somente se aplica esse dispositivo à Lei Federal? Ou Senado também tem poder para suspender execução de Lei Estadual, Municipal ou Distrital declarada inconstitucional incidentalmente pelo STF? Observações • O termo “no todo ou em parte” não cria opção para o Senado. Tendo havido decisão pela edição da referida resolução, o Senado fica adstrito aos limites da decisão do STF. • Efeitos temporais da Resolução do Senado: 1. José Afonso da Silva (majoritária): a resolução produziria efeitos “ex nunc”. No efeito difuso, pode-se ter aplicação de efeito “ex tunt” entre as partes, porém, os efeitos da Resolução seriam “ex nunc” 2. Clemerson Merlin Cléve: a resolução produziria efeitos “ex tunc”. Afirma que tal efeito visaria proteger o princípio da igualdade entre as partes. Deveria, a resolução, produzir os mesmos efeitos aplicados à decisão do STF. Controle Difuso • Controle incidental que qualquer juiz ou tribunal pode fazer no bojo de um processo subjetivo. • Histórico: Caso Marbury x Madison, 1803, EUA • No Brasil: Constituição de 1891 Controle difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública Poderia o Ministério Público, em sede de ação civil pública, basear sua pretensão na inconstitucionalidade de uma norma? O acolhimento de uma arguição de inconstitucionalidade incidental em sede de ação civil pública não indicaria usurpação da competência originária do Supremo Tribunal Federal para julgar as ações diretas de inconstitucionalidade do controle abstrato, cuja decisão final de mérito possui efeitos vinculantes e erga omnes? Reconhecer a possibilidade de juízes e tribunais declararem a inconstitucionalidade de um ato normativo qualquer durante o curso de uma ação civil pública, não significaria transformar tal ação em uma verdadeira ação direta de inconstitucionalidade, cuja competência de julgamento é exclusiva do STF? • Para responder tal questão, é necessário examinar se os efeitos ultra partes característicos da decisão que julga a ação civil pública não implicariam nessa usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal para declarar a inconstitucionalidade de lei em tese no âmbito de um processo objetivo. • Se os efeitos ultra partes forem observados, a sentença na ação civil pública civil estaria fazendo coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator. No dizer de Guilherme Sandoval e Cleyson Mello: • No entanto, após continuado debate doutrinário, o Supremo Tribunal Federal mudou seu entendimento no sentido de viabilizar, em sede de ação civil pública, a discussão acerca da constitucionalidade das leis. • De acordo com a nova jurisprudência dos tribunais, o Ministério Público tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública, com base na inconstitucionalidade de uma lei, desde que a controvérsia constitucional se qualifique como simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal. A parte autora em um processo judicial, inconformada com a sentença de primeiro grau de jurisdição que se embasou no ato normativo X, apela da decisão porque, no seu entender, esse ato normativo seria inconstitucional. A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, ao analisar a apelação interposta, reconhece que assiste razão à recorrente, mais especificamente no que se refere à inconstitucionalidade do referido ato normativo X. Ciente da existência de cláusula de reserva de plenário, a referida Turma dá provimento ao recurso sem declarar expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo X, embora tenha afastado a sua incidência no caso concreto. De acordo com o sistema jurídico- constitucional brasileiro, o acórdão proferido pela 3ª Turma Cível. a) está juridicamente perfeito, posto que, nestas circunstâncias, a solução constitucionalmente expressa é o afastamento da incidência, no caso concreto, do ato normativo inconstitucional. b) não segue os parâmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a inconstitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentença proferida pelo juízo a quo. c) está correto, posto que a 3ª Turma Cível, como órgão especial que é, pode arrogar para si a competência do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça do Estado Alfa. d) está incorreto, posto que violou a cláusula de reserva de plenário, ainda que não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo. Questão discursiva: O Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública em face do INSS, visando obrigar a autarquia a emitir aos segurados certidão parcial de tempo de serviço, com base nos direitos constitucionalmente assegurados de petição e de obtenção de certidão em repartições públicas (CF, art. 5º, XXXIV, b). O INSS alega, por sua vez, que o Decreto 3048/99, em seu art. 130, justifica a recusa. Sustenta, ainda, que a Ação Civil Pública não seria a via adequada para a defesa de um direito individual homogêneo, além de sua utilização consubstanciar usurpação da competência do STF para conhecer, em abstrato, da constitucionalidade dos atos normativos brasileiros. Como deverá ser decidida a ação? • Questão discursiva: STF, RE 472489 EMENTA: DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CERTIDÃO PARCIAL DE TEMPO DE SERVIÇO. RECUSA DA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA. DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO DE OBTENÇÃO DE CERTIDÃO EM REPARTIÇÕES PÚBLICAS. PRERROGATIVAS JURÍDICAS DE ÍNDOLE EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE RELEVANTE INTERESSE SOCIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMAÇÃO ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DOUTRINA. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDO. Legitimação para requerer o controle difuso 1. Autor da ação (Pretensão autoral) 2. Réu (Tese de defesa ou de exceção) 3. Terceiro Interessado. 4. Ministério Público, seja na qualidade de parte, seja quando atue no processo como custos legis. (perfil constitucional, que o autoriza a desencadear o controle incidental de constitucionalidade das leis em cumprimento ao art. 129 da Constituição da República, que atribui àquela instituição o dever de defender suas normas) 5. Defensoria Pública. 6. O juiz ou o Tribunal, de ofício, pode fazê-lo se entender que a lei que rege a relação jurídica em tela é inconstitucional. Neste caso, trata-se de questão de ordem pública, que justifica a legitimidade do magistrado para, ex officio, afastar a aplicação de lei tida por inconstitucional. A arguição incidental de inconstitucionalidade como causa depedir A questão constitucional não pode nunca servir como pedido da ação, mas tão somente como cauda de pedir: Como já amplamente visto, no controle difuso (feito por qualquer órgão do poder judiciário), concreto (surgido no conflito de um caso concreto real) e incidenter tantum (aferição da inconstitucionalidade feita de modo incidental), a questão constitucional é apenas um obstáculo que se antepõe ao magistrado antes de apreciar o mérito da verdadeira questão que lhe foi submetida à apreciação. As respostas a tais questionamentos são negativas. • Os únicos legitimados, constitucionalmente competentes para pedir diretamente a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo em tese são os legitimados constantes do rol taxativo do artigo 103 da Constituição de 1988: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Efeitos da decisão final de mérito do STF em sede difusa A decisão final de mérito do STF, em sede de arguição incidental de inconstitucionalidade, é tomada no âmbito de um recurso extraordinário, desde que fique comprovada a repercussão geral a partir do transbordamento dos limites subjetivos da lide, ficando caracterizado assim sua relevância política, social, econômica ou jurídica. Observe, com atenção, que a decisão da Corte Suprema, no âmbito desse recurso extraordinário, irá, a um só tempo, decidir o caso concreto e deliberar sobre a questão constitucional. • Para responder a tais perguntas é preciso investigar os efeitos da decisão final de mérito do STF em dois momentos distintos, a saber: a) No exato instante da declaração de inconstitucionalidade pelo STF dentro daquele processo judicial específico; b) No momento posterior, quando o Senado Federal suspende mediante resolução a execução no todo ou em parte da lei ou ato normativo declarado inconstitucional em decisão definitiva de mérito pelo STF. Os efeitos da decisão do STF, no âmbito de um recurso extraordinário, são apenas inter partes (guarda apenas a ideia de eficácia subjetiva) e, não, vinculantes e erga omnes (contra todos - eficácia objetiva). Observe, com atenção, que, em sede de controle difuso, onde o processo é subjetivo, as decisões finais de mérito do STF resolvem definitivamente as respectivas lides, sendo certo, porém, afirmar que nesses casos tais decisões só alcançam s partes (eficácia inter partes) e, em regra, têm força retroativa (efeitos ex tunc). A norma declarada inconstitucional pelo STF no controle difuso, permanece no mundo jurídico, somente tendo aplicabilidade a decisão, inter partes, a única possibilidade dessa norma ser retirada do mundo jurídico, é a hipótese de prolação da Resolução pelo Senado Federal, conforme disposto no art. 52, X da CF/88 EFEITOS NO TEMPO • Modular os efeitos significa, nos termos do artigo 27 da lei 9868/99, modificar os efeitos retroativos (ex-tunc) da decisão do STF para efeitos prospectivos (ex-nunc) ou efeitos pró- futuro (para uma data qualquer no futuro). • O STF pode, nas ações de controle de constitucionalidade em sede de controle concentrado, ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado (ex-nunc) ou de outro momento que venha a ser fixado (pró-futuro ou uma data qualquer estipulada). E NO CONTROLE DIFUSO? PODE HAVER MODULAÇÃO DOS EFEITOS? Modulação dos efeitos O STF já consagrou a ideia de que é possível a modulação de efeitos no controle difuso, em recurso extraordinário, nas hipóteses de excepcional interesse social ou segurança jurídica, atendido o quórum qualificado de 2/3 de seus membros (oito ministros). • O voto no RE 377.457, asseverou a ministra Cármen Lúcia que "a ideia de modular efeitos deve ter alguns parâmetros que a jurisprudência, ao longo do tempo, haverá de fixar. Penso que haverá de ser demonstrada a excepcionalidade da situação, a possibilidade de insegurança jurídica, quando se encaminhava a sociedade a acreditar numa jurisprudência num determinado sentido (...)“ • No caso, havia súmula do Superior Tribunal de Justiça declarando que "as sociedades civis prestadoras de serviços são isentas da Cofins" (n.º 276). Havia, ainda, inúmeras decisões do Supremo no sentido de que a matéria seria de índole infraconstitucional. Incontáveis sociedades deixaram de recolher o tributo confiando nessa jurisprudência. O Supremo, então, em um determinado momento, passou a entender que o tema, sim, possuía natureza constitucional e, divergindo do STJ, deu pela inexistência da isenção. E, por incrível que pareça, indeferiu a modulação de efeitos postulada. • O acórdão prolatado no RE 593.849, deixou o expresso o relator, ministro Edson Fachin, que a modulação de efeitos "se trata de faculdade processual conferida ao STF, em caso de alteração da jurisprudência dominante, condicionada à presença de interesse social e em prol da segurança jurídica. Não há, então, relação de causalidade entre a mudança de entendimento jurisprudencial e a adoção da técnica de superação prospectiva de precedente (prospective overruling). Art. 927, § 3º, do CPC" (grifou-se). • Recentes julgados do STJ revelam que a Corte também terá um olhar restritivo sobre a modulação. No AgInt no AREsp 238.170, DJe de 30.5.17, deixou expresso o relator, ministro Villas Bôas Cueva, que "a alteração de entendimento jurisprudencial tem aplicação imediata aos recursos pendentes de apreciação, mesmo aos interpostos antes do julgamento que modificou a jurisprudência, já que caracteriza apenas interpretação da norma e não estabelecimento de nova regra que se submete ao princípio da irretroatividade ou do tempus regitactum". • O Supremo Tribunal Federal, na data de 12 de junho de 2008, nos autos dos RE 556.664, 559.882, 559.943, abriu um importante precedente em matéria tributária, ao modular os efeitos da pronúncia de nulidade (por inconstitucionalidade) da Lei Federal 8.212/91 (contribuições sociais – prazo prescricional do artigo 45) • O Supremo Tribunal, ao decidir sobre a inconstitucionalidade parcial da Lei 8.212/91 (contribuições sociais), modulou os efeitos de sua decisão, determinando que não atingiria os contribuintes que já pagaram e que não discutiram a legalidade do tributo. LOGO, HÁ UMA FACULDADE PROCESSUAL DO JULGADOR, DEVENDO SER ANALISADA CASO-A-CAS0. Questão objetiva: Ocorre o controle judicial difuso da constitucionalidade de uma lei quando a) o plenário de um Tribunal, pelo quórum mínimo de dois terços de seus membros, acolhe arguição de inconstitucionalidade. b) uma turma julgadora, por maioria absoluta, acolhe arguição de inconstitucionalidade. c) qualquer juiz, em primeira instância, acolhe arguição incidental de inconstitucionalidade. d) qualquer dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nas funções de Corte Constitucional, declarar a inconstitucionalidade. e) uma seção julgadora, pelo quórum mínimo de dois terços de seus membros, acolhe arguição de inconstitucionalidade. No julgamento de uma apelação em Mandado de Segurança de decisão de juiz de direito, a 5.ª Turma do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) afastou a incidência de uma determinada lei federal, por considerá-la inconstitucional (arguição incidental de inconstitucionalidade).E mais: deixou de observar a reserva de plenário de que trata o art. 97 da CRFB/88 em razão de já haver pronunciamento equivalente do órgão especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) no sentido da inconstitucionalidade da referida lei federal. Entendeu a 5.ª Turma do TJRJ que não seria necessária a cisão funcional de competência tendo em vista o precedente do órgão especial do TJSP. Interposto o Recurso Extraordinário, em que se arguia a nulidade do decisum do TJRJ, por violação ao art. 97 da CRFB/88, a 5.ª Turma do TJRJ argumentou que, já havendo pronunciamento da inconstitucionalidade da mesma lei em qualquer outro tribunal, estaria o órgão julgador (órgão fracionário) dispensado de proceder à cisão funcional de competências. Você, Ministro relator do recurso, como votaria nesse particular? Valendo 0,2 ptos extras: Princípio da Reserva de Plenário • Regra do Full Bench: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Fundamentos Princípio da Presunção de Constitucionalidade das leis Princípio da Colegialidade OBS: Não se refere a órgão fracionário (câmaras, seções, turmas), ou seja, pela CF/88, estes órgãos não podem julgar inconstitucionalidade de lei. No entanto, CPC: Art. 949. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. • Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. Sempre bom relembrar Questão discursiva: O servidor público aposentado “A” ingressou com uma ação requerendo a extensão de um benefício sob a alegação que o seu preterimento (a não extensão) implica em inconstitucionalidade. O juízo julgou procedente o pedido de “A”. O servidor “B” ingressa com a mesma ação se utilizando dos mesmos fundamentos da ação de “A”, no entanto o juízo competente julgou o seu pedido improcedente. Insatisfeito, “B” apela da decisão requerendo que a sentença de “A” seja utilizada de forma vinculante para ele. Poderia o tribunal competente acolher o pedido de “B”? Justifique sua resposta. Questão discursiva: Não. Em se tratando de controle na modalidade incidental, concreta e difuso, as decisões proferidas pelos juízos não possuem efeitos vinculantes. Desta forma, o tribunal não poderia atender o pedido de “B”. Controle Concentrado • Realizado através de ADI, ADO, ADC e ADPF. • Processo Objetivo pois não tem partes, não tem lide, não tem pretensão resistida de interesse. Essas ações visam, objetivamente, a defesa da supremacia da Constituição. • Geram efeitos erga Omnes e vinculantes, irrecorríveis (só cabe Embargos de Declaração) e não admitem ação rescisória. • Nenhuma das ações do Controle concentrado admite desistência do Pedido. SISTEMA DIFUSO X SISTEMA CONCENTRADO SISTEMA DIFUSO SISTEMA CONCENTRADO ORIGEM Direito Norte Americano Direito Europeu/Austríaco INÍCIO Constituição de 1891 Representação de Inconstitucionalidade interventiva (1934) ÓRGÃO COMPETENTE Qualquer Juiz ou Tribunal STF (Const. Federal) TJ´s (Const. Estadual) LEGITIMIDADE ATIVA Autor/Réu/3º interessado MP/ Juiz/ Tribunal “de Ofício” Art. 103, I a IX da CF/88 (taxativo) FORMA Via incidental, de defesa, de exceção (causa de pedir) Via direta principal, de ação (ADI/ ADO/ ADC/ ADPF) EFEITOS SUBJETIVOS Em regra: Inter partes Exceto – Resolução Senado Em regra: Erga Omnes Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; • HISTÓRICO: Nasceu como representação de Inconstitucionalidade, por meio da emenda 16/1965. Nesta época a RI só podia ser proposta pelo PGR que não tinha, nem de perto, a autonomia e independência funcional de hoje. Logo, não haviam muitas RI´s. Em 1988 o rol é ampliado, aumentando a tutela da Constituição Federal. FINALIDADE Visa a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo que viole a CF. Pode ser interposta visando declaração de inconstitucionalidade de toda lei ou apenas uma parte (até mesmo uma palavra); abarca inconstitucionalidade material e/ou formal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI • Rol de legitimados ativos é taxativo e se esgota na previsão Constitucional: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. • LEGITIMIDADE ATIVA UNIVERSAL: 1. o Presidente da República; 2. a Mesa do Senado Federal; 3. a Mesa da Câmara dos Deputados; 4. o Procurador-Geral da República; 5. o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 6. partido político com representação no Congresso Nacional; NÃO PRECISAM DEMONSTRAR PERTINÊNCIA TEMÁTICA • LEGITIMIDADE ATIVA ESPECIAL 1. a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 2. o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 3. confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. PRECISAM DEMONSTRAR PERTINÊNCIA TEMÁTICA/INTERESSE DE AGIR: o objeto da ação tem que estar relacionado ao interesse daquela parcela por eles representada Jurisprudência sobre legitimidade • ADI 1.157-MC: • O requisito da pertinência temática foi erigido à condição de pressuposto qualificados da própria legitimidade ativa ad causum. Análise da congruência que necessariamente deve existir entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais da entidade autora e o conteúdo material da norma questionada em sede de controle abstrato. • Partido Político: Para ser legitimado ativo, tem que ter representação no congresso Nacional, ou seja, pelo menos 1 representante em uma das casas. Se no curso da ação este representante vier a perder essa qualidade, não há extinção da ADI, uma vez que o STF entente que esse requisito deve ser comprovado/adimplido na hora da propositura da ação. A perda superveniente da representação pelo partido não gera a extinção da ação sem julgamento do mérito. • ADI 779 – Agr: Só é legitimado jurídico-processual o Diretório Nacional do Partido Político. Ou seja, os regionais não podem interpor. • ADI 1407/MG: O partido político não precisa demonstrar a pertinência temática, pois os partidos políticos estão inseridos no Cap. V do título II da CF/88: “dos direitos e garantias fundamentais”, portanto, sua existência é essencial à democracia brasileira, dessa forma, não se restringe o núcleo de ação do partido político na defesa da Constituição. • Entidades Sindicais • ADI 1.599-MC: Art. 103, IX: Só podem interpor ADI a Confederação Sindical (art. 535, CLT) formada por, no mínimo 3 federações. Logo, sindicatos e federações não tem legitimidade. • Entidades de Classe de âmbito nacional: associações/confederações que defendem os interesses de 1 categoria (confederação Nacional da Indústria, confederação nacional do comércio, associação nacional dos membros do MP, etc) ou classe econômica. • Não permite a participação de entidades locais e regionais. • STF determina aplicação poranalogia do art. 8º da Lei 9.096/95: O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de: Entidade tem que ter representação em pelo menos 09 estados brasileiros. • ADI 3.153- AgR STF mudou sua posição para admitir a legitimidade de entidades que sejam formadas por outras Pessoas Jurídicas, desde que seus integrantes tenham interesses homogêneos (mesmo objetivo institucional de determinada classe) • ADI 1.442 ADI não pode ser proposta por centrais sindicais (CUT – no caso em análise). Só Confederação Sindical pode. UNE (União Nacional dos Estudantes) também não tem legitimidade. • ADI 1.788 Sub grupos não são legitimados mesmo que nacionais. No caso: Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais; sub grupo da ANOREG (Associação dos Notários e Registradores do Brasil) que seria legitimada. Virada jurisprudencial CAPACIDADE POSTULATÓRIA I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Não precisam de advogado para impetrar. Precisam de advogado Para impetrar. OBJETO • Art. 102. I, a: Normas primárias, extraídas diretamente da CF/88. • NÃO PODEM SER OBJETO DE ADI Leis Municipais ou distritais (natureza municipal) Normas Constitucionais originárias (presunção absoluta de constitucionalidade). Normas pré-constitucionais (nasceram com parâmetro de Const. Retirado de outras constituições – cabe ADPF – declaração de não recepção) Normas já revogadas Lei ou ato de efeito concreto: aquelas que em seu conteúdo são atos administrativos mas se apresentam sob forma de lei (ADI 4040). OBS: STF relativizou este entendimento no sentido de considerar normas tipicamente de efeito concreto passíveis do controle de constitucionalidade concreto, respectivamente a lei orçamentária e lei estadual criadora de municípios (art. 18, §4º). - Atos normativos secundários: tem por base o ato primário por ex: regulando a lei, e não diretamente a constituição, assim o STF entende que ofensas indiretas/reflexas/por derivação não podem servir como objeto de ADI. BARROSO: Se os atos normativos se apresentarem sob a roupagem de ato secundário, mas na verdade pretenderem inovar autonomamente na ordem jurídica, atuando com força de lei, poderiam ser objeto de ADI. Participação do PGR • Art. 103, §1º c/c art. 8º da Lei 9868/99: § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. PGR atua como custos legis emite parecer sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da Lei. No processo objetivo não se forma um contraditório, alguns autores defendem que a participação do PGR (ou AGU quando cabível) formaria um pequeno contraditório. • O PGR atua em todas as ADI´s, inclusive nas ações por ele propostas. Se ele mudar de posicionamento no curso da ação, não impede a continuidade do processo. Participação do AGU • Art. 103, §3º c/c art. 8º da Lei 9868/99; e ADI 1616 e ADI 3916: § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. • O AGU deveria defender a norma impugnada. No entanto, pela jurisprudência do STF, decidiu-se que, se já houver precedente da corte no controle difuso, pela inconstitucionalidade da lei, o AGU não precisaria mais defender o texto da norma impugnada; • Além disso, se a defesa da norma colocar em risco sua atribuição principal de defesa da UNIÃO, o mesmo não é obrigado a defender a norma. Ex: Lei estadual que contraria competência privativa da União. AMICUS CURIAE • Art. 7º da Lei 9868/99: Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. Porém, o amicus curiae não é um terceiro típico, sendo admitido na ADI com objetivo de democratizar o debate constitucional, visando legitimar socialmente as posições do STF, uma vez que o povo não pode propor as Ações Objetivas, nem elege os integrantes do STF. • Quem pode figurar como amicus curiea: 1. Qualquer órgão ou entidade que tenha pertinência temática com o tema; 2. Somente entidade coletiva; não pode ser pessoa natural. • Como se formaliza pedido de amicus curiae: Petição escrita, assinada por advogado, dirigido ao relator, cabe recurso (Ag Interno, por ex) da decisão que não aceitar o pedido. O pedido deve ser feito até antes da inclusão em pauta do processo. • O amicus curiae pode: 1. Apresentar memoriais/perícia/convocação de audiências públicas/realizar sustentação oral. 2. Pode participar de todas as ações do controle direto de constitucionalidade. 3. Não pode opor Embargos Declaratórios em face da decisão final (não é parte no processo). 4. Não pode participar de Mandado de Segurança, pois sua participação atrapalharia o rito sumário e célere típico dessa ferramenta. MEDIDA CAUTELAR • Art. 10 a 12 da Lei 9.868/99: Pretende a suspensão da lei ou ato normativo impugnado até a decisão final. • Art. 10 – Salvo no período de recesso, a medida cautelar será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal. No recesso, o relator da ADI pode apreciar ad referendum do plenário no retorno do recesso. • Efeitos subjetivos da cautelar: erga omnes e vinculantes a todos os órgãos da justiça e da administração pública (executivo). • Efeitos temporais: ex nunc (não retroativos), salvo decisão fundamentada do STF; Art. 11, §2º: a concessão da cautelar repristina a lei anterior caso existente, salvo manifestação em contrário. Se expressamente determinar a não ocorrência do efeito repristinatório fica uma lacuna no ordenamento até julgamento. NATUREZA AMBIVALENTE/DÚPLICE/FUNGÍVEL • ADI E ADC • Art. 24 da Lei 9868/99: Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. É possível que se declare a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de lei, tanto na ADI quanto na ADC. EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA DA ADI • Arts 22 a 28 da Lei 9868/99 Quórum para instalação da seção: mínimo de 8 ministros Quórum para declaração de Constitucionalidade/Inconstitucionalidade: mínimo de 6 ministros (maioria absoluta dos membros).] Caso não seja alcançado quórum e o número de ausentes possa interferir na decisão, suspende-se o processo para que se possa aguardar o comparecimento dos ausentes até o número necessário. Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros. Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolaçãoda decisão num ou noutro sentido. Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato. Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão. Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO FINAL • ERGA OMNES – contra todos • VINCULANTES – todos os órgãos do Judiciário e todos os entes da administração (direta ou indireta). E o legislativo? As atividades legiferantes não estão adstritas aos efeitos da decisão de inconstitucionalidade, da mesma forma que o Chefe do Executivo pode prolatar MP com igual teor ao já declarado inconstitucional. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO FINAL • Regra Geral: Ex tunc – retroativos; teoria da nulidade, a inconstitucionalidade torna a lei nula de pleno direito, assim sendo, os efeitos retroagem À data de sua edição. • MAS.... • Art. 27 da Lei 9.868/99: O STF pode modular/manipular os efeitos temporais da decisão, em nome da segurança jurídica e interesse público, decidindo pelo efeito ex nunc ou até mesmo pró futuro (prospectivos). - Necessário 2/3 dos Ministros. - Os efeitos repristinatórios são vinculados ao efeito subjetivo temporal. A lei repristinada será aplicável a tosdos os casos – no caso do efeito ex tunc – e será aplicável a partir da decisão no caso de efeito ex nunc, ou da data que se fixar (efeito pró futuro). RECURSOS CABÍVEIS DA DECISÃO FINAL • Art. 26 da lei: A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. • A decisão é irrecorrível, só cabe ED e não cabe ação rescisória AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE - ADC • Art. 102, I, a e §2º da CF/88 e Lei 9.868/99. • Implementada pela EC nº 03/93: Surge com a necessidade de afastar o uso indevido da ADI. Muitas Vezes, para assegurar a constitucionalidade da lei, utilizava-se a ADI para que o STF negando-a, confirmasse a constitucionalidade da lei (natureza ambivalente – art. 24 da Lei 9.868/99). • Finalidade: Defender a segurança das relações jurídicas. Para tanto é necessário demonstrar julgados com diferentes interpretações da mesma Lei (casos controvertidos – tem que ter número expressivo). Art. 14. A petição inicial indicará: III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. • RESTANTE ADI AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO - ADO • Histórico A constituição traz vários preceitos de eficácia limitada e normas dependentes de regulamentação futura para produzir seus efeitos. Dessa forma, a CF/88 traz o Mandado de Injunção e a ADO para protegerem a população da inefetividade do Legislativo. • Base Legal Art. 103, §2º § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Mandado de Injunção x ADO MANDADO DE INJUNÇÃO A.D.O ORIGEM Estados Unidos Portugal SURGIMENTO 1988 1988 NATUREZA JURÍDICA Remédio Constitucional - Processo Subjetivo Ação do Controle Concentrado – Processo Objetivo EXTENSÃO Visa defender direitos fundamentais dependentes de regulamentação Visa defender normas constitucionais dependentes de regulamentação TUTELA Omissão normativa – tem que ser primária Omissão pode ser primária ou secundária LEGITIMADOS • Individual – qualquer pessoa que tenha um direito pendente • Coletivo – legitimados do art. 5º LXX Legitimados do art. 103, I a IX da CF/88 ÓRGÃO COMPETENTE PARA JULGAMENTO Depende do Polo Passivo (quem deveria Legislar sobre o tema) STF (Constituição Federal) TJ´s (Constituição Estadual) CAUTELAR Não cabe Cabe – art. CUSTAS Tem que recolher, salvo gratuidade Gratuito ASSITÊNCIA Precisa de advogado Os legitimados universais dispensam advogado EFEITOS Inter partes Erga omnes Comparando os efeitos da ADO e do MI • Com o advento da Lei 13.300/16, que disciplina o mandado de injunção, o direito positivo brasileiro acolheu os grandes avanços que a jurisprudência do STF já vinha fazendo em termos de efetividade das normas constitucionais a partir da chamada posição concretista. Assim sendo, a figura jurídica do mandado de injunção avançou na direção do ativismo judicial, aqui, vislumbrado como a criação de direito pelo poder judiciário, nas hipóteses de omissão inconstitucional do legislador democrático. • Diferente é a posição não-concretista, que não concretiza o direito faltante, não aceitando, pois, a criação jurisprudencial do direito ainda que dentro de um caso concreto. Aqui, o juiz deve apenas comunicar a mora inconstitucional para que o poder competente emita a norma faltante, sem criar direito novo, igualando, dessa forma, os efeitos da ADO e do MI. Em síntese, essa posição não-concretista era adotada pelo STF até o ano de 2007, ocasião em que julgou o mandado de injunção 708 (regulamentação do direito de greve dos servidores públicos), alterando sua posição com relação à criação jurisprudencial do direito. Em conclusão, observe, com atenção, que a nova posição jurisprudencial do STF (posição concretista), bem como a nova lei do mandado de injunção, caminha na direção da dogmática pós-positivista, cujo objetivo é a garantia da eficácia positiva ou simétrica de direitos fundamentais do cidadão comum. Assim sendo, constatada a mora legislativa, caberá ao Juiz supri-la provisoriamente, com efeitos inter partes e sem invadir a esfera discricionária do legislador democrático. Com isso, não há violação da separação de poderes, mantendo-se intacto o Estado Democrático de Direito e seu pilar de sustentabilidade. Assinale a opção correta no que diz respeito ao controle das omissões inconstitucionais. a) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de norma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a competência para o seu julgamento privativa do STF. b) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF. c) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade. d) O mandado deinjunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucionalmente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora. TRABALHO - Escolher uma ADI já julgada e transitada em julgado pelo STF. - Citar sua ementa completa – com todas as referências: - Ex: (ADI 2707, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 15/02/2006, DJ 12-05-2006 PP-00004 EMENT VOL-02232-01 PP-00155 RTJ VOL-00200-02 PP-00704 LEXSTF v. 28, n. 330, 2006, p. 44-49) - Explicar da análise da referida ADI: 1) Quem é o impetrante e se é legitimado universal ou especial. 2) Se foi NECESSÁRIO impetrar via advogado. 3) Qual foi o objeto da ADI. 4) Qual foi o argumento do impetrante. 5) Se houve Participação do PGR; e do AGU. 6) Se houve Amicus Curiae. 7) Se houve pedido de cautelar e se ela foi deferida. 8) Qual a decisão do STF. 9) Se houve modulação dos efeitos da decisão e em que sentido. TRABALHO AV1 – 02 PONTOS - Encontrar uma ADI julgada e transitada em julgado pelo STF. - Entrega até dia da AV1, às 23:59h. - Local de postagem: SIA como resposta à questão. REGRAS: 1) Proibido qualquer tipo de cópia de conteúdo da internet, ou de qualquer outro lugar sem citação na forma da ABNT. Cópia sem referência é plágio, que leva à anulação do trabalho e atribuição da nota ZERO. 2) O trabalho é individual, qualquer tipo de cópia entre trabalhos acarretará anulação do trabalho e atribuição da nota ZERO. Questão discursiva: (OAB – XX Exame de Ordem Unificado) Emenda à Constituição insere novo direito na Constituição da República. Trata-se de uma norma de eficácia limitada, que necessita da devida integração por via de lei. Produzido o diploma legal regulador (Lei Y), ainda assim, alguns dos destinatários não se encontram em condições de usufruir do direito a que fazem jus, por ausência de regulamentação da norma legal pelo órgão competente (o Ministério da Previdência Social), conforme exigido pela citada Lei Y. Passados dois anos após a edição da Lei Y, Mário, indignado com a demora e impossibilitado de usufruir do direito constitucionalmente garantido, é aconselhado a impetrar um Mandado de Injunção. Não sabendo exatamente os efeitos que tal medida poderia acarretar, Mário consulta um(a) advogado(a). A orientação recebida foi a de que, no seu caso específico, a adoção, pelo órgão judicante, de uma solução concretista individual iria satisfazer plenamente suas necessidades. Diante dessa situação, responda fundamentadamente aos itens a seguir. a) Assiste razão ao(à) advogado(a) de Mário quanto à utilidade do acolhimento do Mandado de Injunção com fundamento na posição concretista individual? b) A que órgão do Poder Judiciário competiria decidir a matéria? RESPOSTA a) A teoria concretista individual é uma das posições reconhecidas pelo STF como passível de ser adotada nas situações em que é dado provimento ao Mandado de Injunção. Segundo esse entendimento, diante da lacuna, o Poder Judiciário deve criar a regulamentação para o caso específico, ou seja, a decisão viabiliza o exercício do direito, ainda não regulamentado pelo órgão competente, somente pelo impetrado, vez que a decisão teria efeitos inter partes. Como se vê, o órgão judicante, ao dar provimento ao Mandado de Injunção, estabeleceria a regulamentação da lei para que Mário (e somente ele) pudesse usufruir do direito constitucional garantido. b) Segundo o Art. 105, inciso I, alínea h, da CRFB/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar o Mandado de Injunção quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão federal, da administração direta ou indireta. No caso, o Ministério da Previdência é um órgão da administração pública federal, sendo, portanto, o Superior Tribunal de Justiça o órgão judicial competente para processar e julgar a ação de Mário. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Fundamentação: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: § 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. Histórico: Nasce com a Constituição de 1988, mas somente com o advento da Lei n.° 9.882/99, foi possível fazer uso desse dispositivo constitucional, que era, até então, considerado norma de eficácia limitada, de modo que, enquanto não fosse regulamentado, não poderia ser aplicado. Conceito jurídico indeterminado: • Luís Roberto Barroso entende que ideia de preceito fundamental descreve “um conjunto de disposições constitucionais que, embora ainda não conste com uma definição precisa, certamente inclui as decisões sobre as estruturas básicas do Estado, o catálogo de direitos fundamentais e os chamados princípios sensíveis”. (BARROSO, 2009, p. 313). • ADPF 33, trouxe rol exemplificativo: 1. Art. 1º ao 4º: Princípios Fundamentais 2. Art. 5º a 17º: Direitos e Garantias Fundamentais 3. Art. 34, VII: Princípios sensíveis 4. Art. 37, caput: Princípios norteadores da Adm. Púb. 5. Art. 60, §4º: Cláusulas Pétreas Hipóteses principiais de cabimento A. Leis Municipais ou Distritais que violem diretamente à Constituição Federal B. Normas pré-constitucionais C. Atos normativos secundários D. Atos do poder público desprovidos de normatividade: natureza administrativa Hipóteses de não cabimento: A. Contra entendimento de Súmula (ADPF 80) B. Contra entendimento de Súmula Vinculante (ADPF 147) C. Contra Veto Presidencial (ADPF 73 não permitiu análise, pois pode ser cassado pelo Congresso – violaria separação de poderes – não é ato perfeito e acabado) D. Contra coisa julgada: entendimento doutrinário, pois geraria insegurança jurídica. Espécies ou modalidades de ADPF: a) ADPF autônoma: é uma ação autônoma, desvinculada de um caso concreto, proposta diretamente no STF, podendo ser questionado qualquer ato do poder público. Tem, portanto, natureza jurídica de ação principal, que busca tutela jurisdicional de supremacia da Constituição, independentemente de qualquer situação de fato litigiosa entre autor e réu ou qualquer outro tipo de processo anterior. Sua previsão legal encontra-se no caput do art. 1° da Lei n.° 9.882/99; b) ADPF incidental: é uma ação incidental, que nasce no bojo de um caso concreto qualquer, com relevante fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo. Tem, portanto, natureza jurídica de incidente processual, vinculando-se a um caso concreto posto à apreciação do Judiciário num processo comum. Sua previsão legal encontra-se no art. 1°, parágrafo único, inciso I, da Lei n.° 9.882/99. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE EM SEDE DE ADPF Nos termos do § 2º, do artigo 4º, da Lei 9.882/99ª, não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade. Observe, que, aqui, desponta a aplicação do princípio da subsidiariedade, em sede de ADPF. Se aplica aos outros meios de Controle Concentrado de Constitucionalidade. RECURSO CABÍVEL De acordo com o § 2º, do artigo 4º, da Lei n.° 9.882/99, da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de cinco dias. DEMAIS TÓPICOS ADI TEMAS CONTROVERTIDOS NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1. DA SINCRETIZAÇÃO DOS CONTROLES DE CONSTITUCIONALIDADE: - Controle Concreto realizado caso-a-caso, que produz efeito inter partes - Controle Abstrato realizado nas ações próprias do controle concentrado, erga omnes • Abstrativização do controle concreto: HC 82.959: discutia a inconstitucionalidade incidental da Lei de Cimes Hediondos (art. 2º) que vedava a progressão de regime. O STF, numa virada jurisprudencial, decidiu pela inconstitucionalidade deste dispositivo (efeito inter partes) Qual possibilidade de aferir a uma decisão do controle difuso efeito erga omnes? RCL 4335, julgada em 2014, tese da abstrativização não foi vencedora, sendo necessário o controle do Senado. MI´s 670, 708 e 712: determinaram a aplicação analógica da Lei de greve dos particulares aoservidor público, houve a abstrativização do Controle Concentrado, no controle Difuso, aplicando-se erga omnes. NESTE CASO, O SENADO NÃO PROFERIU A RESOLUÇÃO. Assim, a Defensoria Pública da União, no Acre, passou a tentar a extensão dos efeitos desse HC, porém o juiz da Vara de Execuções criminais, não deu provimento; apresentada Reclamação Constitucional, Min Gilmar Mendes decidiu que a força da decisão do STF em controle CONCENTRADO deveria se estender ao controle DIFUSO, ou seja, com efeitos sempre ERGA OMNES – Eros Grau teve mesmo posicionamento – TEMA CONTROVERTIDO, POIS TORNARIA A RESOLUÇÃO DO SENADO DISPENSÁVEL (sistema de freios e contrapesos). 2. TEORIA DA INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO, SEQUENCIAL, PRO ATRAÇÃO OU POR REVERBERAÇÃO NORMATIVA: ADI 3236/DF: Ajuizada pelo governo do Distrito Federal contra a Lei distrital 3.228/03, que obrigava as distribuidoras de combustíveis a instalar lacres eletrônicos nos tanques dos postos revendedores. A Min Carmén Lúcia julgou procedente o pedido, registrando que as norma dos arts. 1º e 2º determinam a declaração de inconstitucionalidade das demais por arrastamento, por se tornarem inexequíveis e ineficazes sem aqueles dispositivos. Declaração de inconstitucionalidade por arrastamento dos atos secundários quando o STF determina a inconstitucionalidade do ato primário ao qual o mesmo é conectado. 3. AJUIZAMENTO SIMULTÂNEO DE ADI´S PERANTE STF E TJ: O ajuizamento no STF de ADI que postule anulação de legislação editada por Estado, em face da CF/88 qualifica-se como causa de suspensão prejudicial do processo de controle concentrado de constitucionalidade em curso no TJ local, que tenha por objeto os mesmos atos normativos (Violação de Constituição Estadual em norma de reprodução obrigatória da CF/88). Declarada Inconstitucionalidade: a ação do TJ perde objeto e é extinta sem julgamento de mérito. Declarada Constitucionalidade: O TJ pode prosseguir, inclusive declarando a inconstitucionalidade. 4. Embargos declaratórios e modulação temporal dos efeitos Se não foi pedida a modulação os efeitos desde a inicial, não se admite a inovação nos Embargos Declaratórios – não há requisito da omissão MAAAASSSSS.... Pelo princípio da proporcionalidade e razoabilidade, pode o STF admitir o pedido e modular os efeitos após pedido no ED: • ADI 3601 – Declarou Inconstitucionalidade da Lei 3602/05 sobre as Comissões Permanentes de Disciplina da Policia Civil do DF. Para evitar que todos os policiais excluídos com base na Lei pudessem retornar à corporação, o STF admitiu no ED a modulação dos efeitos para aplicação ex nunc (defesa da sociedade, relativização do formalismo exacerbado). 5. Medida Provisória: Controle Judicial dos pressupostos Constitucionais - Urgência e Relevância - Virada Jursiprudencial – STF passa a admitir ser possível a análise dos pressupostos de relevância e urgência com a declaração de inconstitucionalidade caso não sejam adimplidos os requisitos. 6. Interpretação Conforme a Constituição e Declaração de Inconstitucionalidade parcial sem redução de texto: Interpretação Conforme a Constituição é técnica que pode ser adotada quando houver uma lei plurissignificativa, a Lei gera produção de significados diversos, sendo algum deles compatível com a CF e outros não. Assim, a ADI pode ter como resultado que a única interpretação constitucionalmente aceita é a que se mostra compatível com a CF. Desnecessária obediência da cláusula de reserva de plenário, pois não declara inconstitucionalidade, apenas interpreta a legislação. Declaração de Inconstitucionalidade parcial sem redução de texto ocorre quando extraindo- se uma interpretação da norma, mantêm-se o restante em vigor. Ex: Lei da Ficha Limpa, publicada em 2010, o STF decide que seria inaplicável às eleições daquele próprio ano (princípio da anterioridade), sendo aplicável a partir das eleições de 2012. Necessária observância da cláusula de reserva de plenário. 7. Transcendência dos Motivos Determinantes Sentença é formada pelo Relatório, Fundamentos e Parte Dispositiva. Pela Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes, nem só a parte dispositiva da decisão que vincularia o Judiciário e a Administração Pública. A racio decidendi, ou seja, os fundamentos determinantes da decisão também gerariam efeitos erga omnes e vinculantes para casos idênticos. Ou seja, se fosse aplicada, qualquer juiz que utilizasse Lei de igual teor, poderia ter sua sentença impugnada através de uma Reclamação Constitucional perante o STF. “Efeito dominó”. Ex: Declaração de Inconstitucionalidade de Lei de SP que proibia cobrança de Estacionamento de Shopping. Todos os outros locais que tem teor igual devem deixar de ser aplicadas. Princípio da supremacia da CF, economia processual, razoável duração do processo. Não é maioria no STF. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS MANDADO DE SEGURANÇA • Remédio constitucional com vistas a combater ato ilegal ou abusivo de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. CONCEITO: O Mandado de Segurança é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. (MEIRELLES, Hely Lopes. P. 03). MODALIDADES E CABIMENTO a) Mandado de Segurança Individual (artigo 5º, LXIX, CRFB/88) - é utilizado na proteção do direito do indivíduo, onde o impetrante é o titular do direito líquido e certo, como por exemplo: a pessoa natural, as universalidades de bens (espólio, massa falida etc.), a pessoa jurídica; b) Mandado de Segurança Coletivo (artigo 5º, LXX, CRFB/88) - é utilizado para facilitar o acesso de pessoas jurídicas, na defesa de interesses de seus membros ou associados, à função jurisdicional. • Cabe ressaltar a necessidade de existência de direito liquido e certo para a impetração. REQUISITOS • Artigo 23, da Lei nº 12.016/09: prazo de 120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato que se deseja impugnar. • A competência para o Mandado de Segurança é definida em função da autoridade coatora. Ressalta-se a previsão dos artigos 102, I, d, 105, I, b, 108, I, c, e 109, VIII, da CRFB/88 e previsão nos Regimentos Internos dos Tribunais dos Estados. • Embora a jurisprudência siga no caminho de que o legitimado passivo é a autoridade coatora que pratica ou ordena concreta e especificamente a execução ou inexecução do ato impugnado, a doutrina não é unânime em relação a esse posicionamento, havendo entendimento de que o polo passivo deve ser ocupado pela jurídica a que está vinculada a autoridade coatora. • A intervenção do Ministério Público é obrigatória, aplicação do artigo 12, da Lei nº 12.016/09. • Fundamento: artigo 5º, LXIX e LXX, CRFB/88 e Lei nº 12.016/09. MANDADO DE INJUNÇÃO • Fundamento constitucional o artigo 5º, inciso LXXI: Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. • Lei nº 13.300, de 23 de junho de 2016, disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo e dá outras providências. Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção (...) Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente. Combate a mora do legislador CONCEITO Ação constitucional de caráter civil, e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa previstos na Constituição Federal. • Pressupostos do Mandado de Injunção 1. Falta de norma reguladora de uma previsão constitucional (omissão
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