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1 Ofício das Trevas segundo a Forma Extraordinária do Rito Romano I TENEBRAE 2 Este ofício foi composto com base nos textos dos Breviarium Romanum de 1961, sendo que os textos em portugues são da Bíblia chamada “Ave-Maria”, o texto sendo retirado do site Biblía Católica (www.bibliaca- tolica.com.br). Foi compilado pela “Academia Internacional de Estudos Litúrgicos São Gregório Magno”, parte integrante da Militia Sanctae Mariae e originalmente postado em seu sítio oficial (www.movimentoliturgico.org). 3 OFÍCIO DAS T R E V A S Segundo a Forma Extraordinária do Rito Romano e do Breviarium Romanum de 1960. 4 Instruções Gerais I. O chamado “Ofício das Trevas” foi, durante centenas de anos, parte da liturgia da Semana Santa, inclusive, recebendo ao longo do tempo dezenas de famosas adaptações musicais. De maneira geral, este ofício litúrgico é a junção, de forma primitiva, de duas horas litúrgicas: as Matinas (cada uma delas dividida no que seriam três louvores noturnos) e as Laudes. Essa versão é composta do ofício litúrgico oficial da Igreja de Rito Romano em sua Forma Extraordinária, seguida por uma coluna em português. II. Igualmente, esse “Ofício das Trevas” era celebrado em três dias: Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão e Sábado Santo. Porém, antes da reforma de 1955, ele era celebrado antecipadamente, ou seja, na noite anterior. Por isso, era chamado de trevas. III. Este Ofício pode ser celebrado qualquer dia da Semana Santa, porém, ele foi feito com a litur- gia da Quinta-feira Santa, ou seja, o ideal seria celebrá-lo na Quarta-feira Santa à noite. IV. Para essa celebração, serão usados: a. Um candelabro triangular para quinze velas, geralmente de cor negra, chamado tra- dicionalmente de tenebrário. Ele deve estar do lado direito de quem olha para o Presbitério, em frente ao Altar. As velas estarão acesas. b. Sobre o Altar estão outros seis castiçais simples, cada um com sua vela acesa. O Altar estará vestido com as toalhas da cor do dia ou nu, se este celebrar-se após a ação litúrgica da Sexta- Feira Santa. c. Há uma estante nua no Presbitério. d. Tradicionalmente, o Santíssimo Sacramento é retirado do tabernáculo e levado a al- gum lugar longe das vistas dos fiéis. e. Serão designados leitores ou cantores para cada os salmos e as leituras. f. A presença de um acólito é necessária, pois ele será o responsável por apagar cada uma das velas. Como também será necessário que ele, ou outro, possa fazer o strepitus ao final, seja com uma matraca ou batendo livros entre si. g. O presidente desta celebração é, por ordem de precedência, o bispo, o sacerdote ou o diácono. Nenhum deles portará a estola. V. A cada salmo cantado uma vela é apagada, começando pelo lado esquerdo do tenebrário e de- pois do lado direito. Ao canto do Benedictus, apagar-se-ão as velas que estão no Altar, começando pelo seu lado esquerdo – de quem olha da nave – e procedendo ao lado direito. 5 In I Nocturno Psalmus 68 [1] Ant. Zelus domus tuae * comedit me, et opprobria exprobrantium tibi ceciderunt su- per me. Salvum me fac, Deus: * quóniam intravérunt aquæ usque ad ánimam meam. 68:2 Infíxus sum in limo profúndi: * et non est substántia. 68:3 Veni in altitúdinem maris: * et tempéstas demérsit me. 68:4 Laborávi clamans, raucæ factæ sunt fau- ces meæ: * defecérunt óculi mei, dum spero in Deum meum. 68:5 Multiplicáti sunt super capíllos cápitis mei, * qui odérunt me gratis. 68:6 Confortáti sunt qui persecúti sunt me ini- míci mei iniúste: * quæ non rápui, tunc exsol- vébam. 68:7 Deus, tu scis insipiéntiam meam: * et de- lícta mea a te non sunt abscóndita. I Noturno Salmo 68 [1] Ant. O zelo por vossa casa me devorou, e os ultrajes dos que Vos insultavam caíram sobre mim. Salvai-me, ó Deus, porque as águas me vão submergir. 68:2 Estou imerso num abismo de lodo, no qual não há onde firmar o pé. 68:3 Vim a dar em águas profundas, encobrem- me as ondas. 68:4 Já cansado de tanto gritar, enrouqueceu- me a garganta. Finaram-se-me os olhos, en- quanto espero meu Deus. 68:5 Mais numerosos que os cabelos de minha cabeça são os que me detestam sem razão. 68:6 São mais fortes que meus ossos os meus injustos inimigos. Porventura posso restituir o que não roubei? 68:7 Vós conheceis, ó Deus, a minha insipiên- cia, e minhas faltas não vos são ocultas. AD MATUTINUM 1. O presidente da celebração (bispo, sacerdote ou diácono) adentra o Presbitério com o acólito e, se possível, o Mestre de Cerimônias. Ele saúda o Altar como de costume e assume o primeiro lugar no Coro ou a Cadeira. 2. O leitor ou cantor aproxima-se do ambão e, imediatamente (omitindo-se as orações iniciais, o salmo invitatório e o hino) inicia-se o primeiro salmo. Todos se sentam. 6 68:8 Non erubéscant in me qui exspéctant te, Dómine, * Dómine virtútum. 68:9 Non confundántur super me * qui quærunt te, Deus Israël. 68:10 Quóniam propter te sustínui oppró- brium: * opéruit confúsio fáciem meam. 68:11 Extráneus factus sum frátribus meis, * et peregrínus fíliis matris meæ. 68:12 Quóniam zelus domus tuæ comédit me: * et oppróbria exprobrántium tibi cecidérunt super me. 68:13 Et opérui in ieiúnio ánimam meam: * et factum est in oppróbrium mihi. 68:14 Et pósui vestiméntum meum cilícium: * et factus sum illis in parábolam. 68:15 Advérsum me loquebántur, qui sedébant in porta: * et in me psallébant qui bibébant vinum. 68:16 Ego vero oratiónem meam ad te, Dómi- ne: * tempus benepláciti, Deus. 68:17 In multitúdine misericórdiæ tuæ exáudi me, * in veritáte salútis tuæ: 68:18 Éripe me de luto, ut non infígar: * líbe- ra me ab iis, qui odérunt me, et de profúndis aquárum. 68:19 Non me demérgat tempéstas aquæ, neque absórbeat me profúndum: * neque úrgeat super me púteus os suum. 68:20 Exáudi me, Dómine, quóniam benígna est misericórdia tua: * secúndum multitúdinem miseratiónum tuárum réspice in me. 68:21 Et ne avértas fáciem tuam a púero tuo: * quóniam tríbulor, velóciter exáudi me. 68:22 Inténde ánimæ meæ, et líbera eam: * propter inimícos meos éripe me. 68:23 Tu scis impropérium meum, et confusió- 68:8 Os que esperam em vós, ó Senhor, Senhor dos exércitos, por minha causa não sejam con- fundidos. 68:9 Que os que vos procuram, ó Deus de Is- rael, não tenham de que se envergonhar por minha causa, 68:10 Pois foi por vós que eu sofri afrontas, co- brindo-se-me o rosto de confusão. 68:11 Tornei-me um estranho para meus ir- mãos, um desconhecido para os filhos de mi- nha mãe. 68:12 É que o zelo de vossa casa me consumiu, e os insultos dos que vos ultrajam caíram sobre mim. 68:13 Por mortificar minha alma com jejuns, só recebi ultrajes. 68:14 Por trocar minhas roupas por um saco, tornei-me ludíbrio deles. 68:15 Falam de mim os que se assentam às por- tas da cidade, escarnecem-me os que bebem vinho. 68:16 Minha oração, porém, sobe até vós, Se- nhor, na hora de vossa misericórdia, ó Deus. 68:17 Na vossa imensa bondade, escutai-me, segundo a fidelidade de vosso socorro. 68:18 Tirai-me do lodo, para que não me afun- de. Livrai-me dos que me detestam, salvai-me das águas profundas. 68:19 Não me deixeis submergir nas muitas águas, nem me devore o abismo. Nem se feche sobre mim a boca do poço. 68:20 Ouvi-me, Senhor, pois que vossa bonda- de é compassiva; em nome de vossa misericór- dia, voltai-vos para mim. 68:21 Não escondais ao vosso servo a vista de vossa face; atendei-me depressa, pois estou 7 nem meam, * et reveréntiam meam. 68:24 In conspéctu tuo sunt omnes qui tríbu- lant me: * impropérium exspectávit cor meum, et misériam. 68:25 Et sustínui qui simul contristarétur, et non fuit: * et qui consolarétur, et non invéni. 68:26 Et dedérunt in escam meam fel: * et in siti mea potavérunt me acéto. 68:27 Fiat mensa eórum coram ipsis in lá- queum, * et in retributiónes, et in scándalum. 68:28 Obscuréntur óculi eórum ne vídeant: * et dorsum eórumsemper incúrva. 68:29 Effúnde super eos iram tuam: * et furor iræ tuæ comprehéndat eos. 68:30 Fiat habitátio eórum desérta: * et in ta- bernáculis eórum non sit qui inhábitet. 68:31 Quóniam quem tu percussísti, persecú- ti sunt: * et super dolórem vúlnerum meórum addidérunt. 68:32 Appóne iniquitátem super iniquitátem eórum: * et non intrent in iustítiam tuam. 68:33 Deleántur de libro vivéntium: * et cum iustis non scribántur. 68:34 Ego sum pauper et dolens: * salus tua, Deus, suscépit me. 68:35 Laudábo nomen Dei cum cántico: * et magnificábo eum in laude: 68:36 Et placébit Deo super vítulum novéllum: * córnua producéntem et úngulas. 68:37 Vídeant páuperes et læténtur: * quærite Deum, et vivet ánima vestra. 68:38 Quóniam exaudívit páuperes Dóminus: * et vinctos suos non despéxit. 68:39 Laudent illum cæli et terra, * mare et óm- nia reptília in eis. 68:40 Quóniam Deus salvam fáciet Sion: * et muito atormentado. 68:22 Aproximai-vos de minha alma, livrai-me de meus inimigos. 68:23 Bem vedes minha vergonha, confusão e ignomínia. 68:24 Ante vossos olhos estão os que me per- seguem: seus ultrajes abateram meu coração e desfaleci. 68:25 Esperei em vão quem tivesse compaixão de mim, quem me consolasse, e não encontrei. 68:26 Puseram fel no meu alimento, na minha sede deram-me vinagre para beber. 68:27 Torne-se a sua mesa um laço para eles, e uma armadilha para os seus amigos. 68:28 Que seus olhos se escureçam para não mais ver, que seus passos sejam sempre vaci- lantes. 68:29 Despejai sobre eles a vossa cólera, e os atinja o fogo de vossa ira. 68:30 Seja devastada a sua morada, não haja quem habite em suas tendas, 68:31 Porque perseguiram aquele a quem atin- gistes, e aumentaram a dor daquele a quem fe- ristes. 68:32 Deixai-os acumular falta sobre falta, e ja- mais sejam por vós reconhecidos como justos. 68:33 Sejam riscados do livro dos vivos, e não se inscrevam os seus nomes entre os justos. 68:34 Eu, porém, miserável e sofredor, seja pro- tegido, ó Deus, pelo vosso auxílio. 68:35 Cantarei um cântico de louvor ao nome do Senhor, e o glorificarei com um hino de gra- tidão. 68:36 E isto a Deus será mais agradável que um touro, do que um novilho com chifres e unhas. 68:37 Ó vós, humildes, olhai e alegrai-vos; vós 8 ædificabúntur civitátes Iuda. 68:41 Et inhabitábunt ibi, * et hereditáte acquí- rent eam. 68:42 Et semen servórum eius possidébit eam: * et qui díligunt nomen eius, habitábunt in ea. Glória omittitur Ant. Zelus domus tuae * comedit me, et opprobria exprobrantium tibi ceciderunt su- per me. Psalmus 69 [2] Ant. Avertantur retrorsum, * et erubescant, qui cogitant mihi mala. Deus, in adiutórium meum inténde: * Dó-mine, ad adiuvándum me festína. 69:2 Confundántur et revereántur, * qui quærunt ánimam meam. 69:3 Avertántur retrórsum, et erubéscant, * qui volunt mihi mala. 69:4 Avertántur statim erubescéntes, * qui di- cunt mihi: Euge, euge. 69:5 Exsúltent et læténtur in te omnes qui quærunt te, * et dicant semper: Magnificétur Dóminus: qui díligunt salutáre tuum. 69:6 Ego vero egénus, et pauper sum: * Deus, ádiuva me. que buscais a Deus, reanime-se o vosso cora- ção, 68:38 Porque o Senhor ouve os necessitados, e seu povo cativo não despreza. 68:39 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo o que neles se move. 68:40 Sim, Deus salvará Sião e reconstruirá as cidades de Judá; 68:41 Para aí hão de voltar e a possuirão. 68:42 A linhagem de seus servos a receberá em herança, e os que amam o seu nome aí fixarão sua morada. Omite-se o Glória Ant. O zelo por vossa casa me devorou, e os ultrajes dos que Vos insultavam caíram sobre mim. Salmo 69 [2] Ant. Recuem e envergonhem-se os que me de- sejam mal. Comprazei-vos, ó Deus, em me livrar; de-pressa, Senhor, vinde em meu auxílio. 69:2 Sejam confundidos e humilhados os que odeiam a minha vida. 69:3 Recuem e corem de vergonha os que se comprazem com meus males. 69:4 Afastem-se, cobertos de confusão, os que me dizem: Ah! Ah! 69:5 Pelo contrário, exultem e se alegrem em vós todos os que vos procuram. Que repitam sem cessar: Glória ao Senhor! aqueles que dese- jam vosso auxílio. 69:6 Quanto a mim, sou pobre e desvalido. 3. Terminado o primeiro salmo, com o celebrante ainda sentado, o acólito levanta-se, toma o objeto usado para extinguir as velas e apaga a vela da parte mais baixa da direita do candelabro triangular. Em seguida, deixa o objeto em seu lugar e senta-se. 9 69:7 Adiútor meus, et liberátor meus es tu: * Dómine, ne moréris. Glória omittitur Ant. Avertantur retrorsum, * et erubescant, qui cogitant mihi mala. Psalmus 70 [3] Ant. Deus meus, * eripe me de manu pecca- toris. 70:1 In te, Dómine, sperávi, non confúndar in ætérnum: * in iustítia tua líbera me, et éripe me. 70:2 Inclína ad me aurem tuam, * et salva me. 70:3 Esto mihi in Deum protectórem, et in lo- cum munítum: * ut salvum me fácias, 70:4 Quóniam firmaméntum meum, * et refú- gium meum es tu. 70:5 Deus meus, éripe me de manu peccatóris, * et de manu contra legem agéntis et iníqui: 70:6 Quóniam tu es patiéntia mea, Dómine: * Dómine, spes mea a iuventúte mea. 70:7 In te confirmátus sum ex útero: * de ventre matris meæ tu es protéctor meus. 70:8 In te cantátio mea semper: * tamquam pro- dígium factus sum multis: et tu adiútor fortis. 70:9 Repleátur os meum laude, ut cantem gló- riam tuam: * tota die magnitúdinem tuam. 70:10 Ne proiícias me in témpore senectútis: * cum defécerit virtus mea, ne derelínquas me. 70:11 Quia dixérunt inimíci mei mihi: * et qui custodiébant ánimam meam, consílium fe- cérunt in unum. 69:7 Socorrei-me, ó Deus, sois meu protetor e libertador. Senhor, não tardeis mais. Omite-se o Glória Ant. Recuem e envergonhem-se os que me de- sejam mal. Salmo 70 [3] Ant. Livrai-me, ó meu Deus, das mãos do pe- cador. 70:1 É em vós, Senhor, que procuro meu refú- gio; que minha esperança não seja para sempre confundida. Por vossa justiça, livrai-me, liber- tai-me; 70:2 inclinai para mim vossos ouvidos e salvai- me. 70:3 Sede-me uma rocha protetora, uma cida- dela forte para me abrigar: 70:4 E vós me salvareis, porque sois meu roche- do e minha fortaleza. 70:5 Meu Deus, livrai-me da mãos do iníquo, das garras do inimigo e do opressor, 70:6 porque vós sois, ó meu Deus, minha es- perança. 70:7 Senhor, desde a juventude vós sois minha confiança. Em vós eu me apoiei desde que nas- ci, desde o seio materno sois meu protetor; em vós eu sempre esperei. 70:8 Tornei-me para a turba um objeto de ad- miração, mas vós tendes sido meu poderoso apoio. 70:9 Minha boca andava cheia de vossos louvo- 4. Terminado o segundo salmo, o acólito levanta-se, toma o objeto usado para extinguir as velas e apaga a vela da esquerda da parte mais baixa do candelabro triangular. Em seguida, deixa o objeto em seu lugar e senta-se. 5. Esse processo se seguirá pelos nove salmos das Matinas e pelos outros seis salmos das Laudes, altenando-se sempre os lados. 10 70:12 Dicéntes: Deus derelíquit eum, persequí- mini, et comprehéndite eum: * quia non est qui erípiat. 70:12 Deus, ne elongéris a me: * Deus meus, in auxílium meum réspice. 70:13 Confundántur, et defíciant detrahéntes ánimæ meæ: * operiántur confusióne, et pudó- re qui quærunt mala mihi. 70:14 Ego autem semper sperábo: * et adiíciam super omnem laudem tuam. 70:15 Os meum annuntiábit iustítiam tuam: * tota die salutáre tuum. 70:16 Quóniam non cognóvi litteratúram, in- troíbo in poténtias Dómini: * Dómine, memo- rábor iustítiæ tuæ solíus. 70:17 Deus, docuísti me a iuventúte mea: * et usque nunc pronuntiábo mirabília tua. 70:18 Et usque in senéctam et sénium: * Deus, ne derelínquas me, 70:19 Donec annúntiem bráchium tuum * ge- neratióni omni, quæ ventúra est: 70:20 Poténtiam tuam, et iustítiam tuam, Deus, usque in altíssima, quæ fecísti magnália: * Deus, quis símilis tibi? 70:21 Quantasostendísti mihi tribulatiónes multas et malas: et convérsus vivificásti me: * et de abýssis terræ íterum reduxísti me: 70:22 Multiplicásti magnificéntiam tuam: * et convérsus consolátus es me. 70:23 Nam et ego confitébor tibi in vasis psalmi veritátem tuam: * Deus, psallam tibi in cíthara, Sanctus Israël. 70:24 Exsultábunt lábia mea cum cantávero tibi: * et ánima mea, quam redemísti. 70:25 Sed et lingua mea tota die meditábitur iustítiam tuam: * cum confúsi et revériti fúe- res, cantando continuamente vossa glória. 70:10 Na minha velhice não me rejeiteis, ao declinar de minhas forças não me abandoneis. 70:11 Porque falam de mim meus inimigos e os que me observam conspiram contra mim, 70:12 dizendo: Deus o abandonou; persegui-o e prendei-o, porque não há ninguém para o li- vrá-lo. 70:13 Ó Deus, não vos afasteis de mim. Meu Deus, apressai-vos em me socorrer. Sejam con- fundidos e pereçam os que atentam contra mi- nha vida, sejam cobertos de vergonha e confu- são os que procuram minha desgraça. 70:14 Eu, porém, hei de esperar sempre, e, dia após dia, vos louvarei mais. 70:15 Minha boca proclamará vossa justiça e vossos auxílios de todos os dias, sem poder enumerá-los todos. 70:16 Os portentos de Deus eu narrarei, só a vossa justiça hei de proclamar, Senhor. 70:17 Vós me tendes instruído, ó Deus, desde minha juventude, e até hoje publico as vossas maravilhas. 70:18 Na velhice e até os cabelos brancos, ó Deus, não me abandoneis. 70: 19 A fim de que eu anuncie à geração pre- sente a força de vosso braço, e vosso poder à geração vindoura, 70:20 e vossa justiça, ó Deus, que se eleva à al- tura dos céus, pela qual vós fizestes coisas gran- diosas. Senhor, quem vos é comparável? 70:21 Vós me fizestes passar por numerosas e amargas tribulações para, de novo, me fazer vi- ver e dos abismos da terra novamente me tirar. 70:22 Aumentai minha grandeza, e de novo consolai-me. 11 rint, qui quærunt mala mihi. Glória omittitur Ant. Deus meus, * eripe me de manu pecca- toris. V. Avertantur retrorsum, et erubescant. R. Qui cogitant mihi mala Pater Noster (secreto) Incipit Lamentatio Ieremiae Prophetae Lectio I Lam 1:1-5 Aleph. Quomodo sedet sola civitas plena populo! facta est quasi vidua domina Gentium; princeps provinciarum facta est sub tributo. Beth. Plorans ploravit in nocte, et lacrimae eius in maxillis eius: non est qui consoletur eam ex omnibus caris eius; omnes amici eius spre- verunt eam, et facti sunt ei inimici. Ghimel. Migravit Iudas propter afflictionem, et multitudinem servitutis; habitavit inter Gentes, nec invenit requiem: omnes persecutores eius apprehenderunt eam inter angustias. Daleth. Viae Sion lugent, eo quod non sint qui veniant ad solemnitatem: omnes portae eius destructae, sacerdotes eius gementes; virgines 70:23 Celebrarei então vossa fidelidade nas cor- das da lira, eu vos cantarei na harpa, ó Santo de Israel. 70:24 Meus lábios e minha alma que resgatastes exultarão de alegria quando eu cantar a vossa glória. 70:25 E, dia após dia, também minha língua exaltará vossa justiça, porque ficaram cobertos de vergonha e confusão aqueles que buscavam minha perdição.. Omite-se o Glória Ant. Livrai-me, ó meu Deus, das mãos do pe- cador. V. Afastem-se de mim e sejam confundidos. R. Os que me desejam males Pai nosso (em voz baixa) Início da lamentação do profeta Jeremias I leitura Lam 1:1-5 Alef. Como está abandonada a cidade tão povoada! Assemelha-se a uma viúva a grande entre as nações. Rainha entre as provín- cias, ficou sujeita ao tributo. Bet. Ela chora pela noite adentro, lágrimas lhe inundam as faces, ninguém mais a consola de quantos a amavam. Seus amigos todos a traí- ram, e se tornaram seus inimigos. Guimel. Judá partiu para o exílio em miséria e dura servidão. Habita entre as nações sem achar repouso. Atingiram-no seus perseguido- res entre as suas fronteiras. Dalet. Estão de luto os caminhos de Sião, e nin- guém mais vem às suas festas. Suas portas todas estão desertas, gemem seus sacerdotes, afligem- 12 eius squalidae, et ipsa oppressa amaritudine. He. Facti sunt hostes eius in capite; inimici eius locupletati sunt: quia Dominus locutus est super eam propter multitudinem iniquitatum eius; parvuli eius ducti sunt in captivitatem ante faciem tribulantis. Ierusalem, Ierusalem, convertere ad Dominum Deum tuum. Responsum R. In monte Oliveti oravit ad Patrem: Pater, si fieri potest, transeat a me calix iste: * Spiritus quidem promptus est, caro autem infirma. V. Vigilate, et orate, ut non intretis in tenta- tionem. R. Spiritus quidem promptus est, caro autem infirma. Lectio II Lam 1:6-9 Vau. Et egressus est a filia Sion omnis de-cor eius; facti sunt principes eius velut arietes non invenientes pascua, et abierunt abs- que fortitudine ante faciem subsequentis. Zain. Recordata est Ierusalem dierum afflictio- nis suae, et praevaricationis, omnium deside- rabilium suorum, quae habuerat a diebus anti- quis, cum caderet populus eius in manu hostili, et non esset auxiliator: viderunt eam hostes, et deriserunt sabbata eius. Heth. Peccatum peccavit Ierusalem, propterea instabilis facta est; omnes qui glorificabant eam spreverunt illam, quia viderunt ignominiam eius: ipsa autem gemens conversa est retror- sum. Teth. Sordes eius in pedibus eius, nec recordata se as virgens, e ela mesma vive na amargura. He. Apossaram-se dela seus opressores, e tran- quilos vivem seus inimigos, pois o Senhor a aflige por causa do número de seus crimes. Par- tiram cativos os seus filhos diante do opressor. Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus. Responsório R. No Monte das Oliveiras, orou a seu Pai, di- zendo: Pai, se é possível, passe de mim este cá- lice. * O espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é fraca. V. Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. R. O espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é fraca. II leitura Lam 1:6-9 Vau. Desapareceu da filha de Sião toda a sua glória. Seus príncipes se tornaram como cervos que não encontraram pastagens e que fogem, esgotados, diante dos que os per- seguem. Zain. Nestes dias de males e vida errante, recor- da-se Jerusalém das delícias dos tempos idos. Agora que seu povo sucumbiu sob os golpes do inimigo e ninguém vem socorrê-la! Olham-na seus inimigos, e zombam de sua devastação. Het. Graves foram os pecados de Jerusalém: ela ficou uma imundície. Quem a honrava, agora a despreza porque lhe viram a nudez. E ela geme e esconde o rosto. Tet. Vê-se sua mancha sobre suas vestes. Ela não previra esse fim. É imensa a sua decadên- 13 est finis sui; deposita est vehementer, non ha- bens consolatorem; vide, Domine, afflictionem meam, quoniam erectus est inimicus. Ierusalem, Ierusalem, convertere ad Dominum Deum tuum. Responsum R. Tristis est anima mea usque ad mortem: sustinete hic, et vigilate mecum: nunc videbitis turbam, quae circumdabit me: * Vos fugam ca- pietis, et ego vadam immolari pro vobis. V. Ecce appropinquat hora, et Filius hominis tradetur in manus peccatorum. R. Vos fugam capietis, et ego vadam immolari pro vobis. Lectio III Lam 1:10-14 Iod. Manum suam misit hostis ad omnia de-siderabilia eius, quia vidit gentes ingressas sanctuarium suum, de quibus praeceperas ne intrarent in ecclesiam tuam. Caph. Omnis populus eius gemens, et quaerens panem; dederunt pretiosa quaeque pro cibo ad refocillandam animam. Vide, Domine, et con- sidera quoniam facta sum vilis! Lamed. O vos omnes qui transitis per viam, at- tendite, et videte si est dolor sicut dolor meus, quoniam vindemiavit me, ut locutus est Domi- nus, in die irae furoris sui. Mem.De excelso misit ignem in ossibus meis, et erudivit me: expandit rete pedibus meis, con- vertit me retrorsum; posuit me desolatam, tota die maerore confectam. Nun. Vigilavit iugum iniquitatum mearum; in manu eius convolutae sunt, et impositae collo meo. Infirmata est virtus mea: dedit me Domi- cia, e ninguém vem consolá-la. Olhai, Senhor, para a minha miséria, porque o inimigo se en- soberbece. Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus. Responsório R. Minha alta está triste até a morte; ficai aqui e velai comigo; ides ver-me em breve a turba que me vai rodear. * Haveis de fugir e eu vou ser imolado por vós. V. Eis que chega a hora em que o filho do ho- mem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. R. Haveis de fugir e eu vou ser imolado por vós. III Leitura Lam 1:10-14 Iod. O adversário lançou a mão sobre todos os seus tesouros. E ela viu os pagãos pene- trarem em seu santuário, aqueles dos quais dis- sestes que não entrariam em vossa assembleia. Caf. Geme todo o seu povo à procura de pão. Por víveres troca suas joias a fim de recuperar as forças. Vede, Senhor, e considerai o avilta- mento a que cheguei! Lamed. Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta, a mim que o Senhor feriu no dia de sua ardente cólera. Mem. Até aos meus ossos lançou ele do alto um fogo que os devora. Sob meus passos es- tendeu redes e me fez cair violentamente, en- chendo-me de pavor. Eu ando amargurado o dia inteiro! Nun. O jugo dos meus crimes está ligado pelas suas mãos. Pesa-me ao pescoço um feixe que 14 nus in manu de qua non potero surgere. Ierusalem, Ierusalem, convertere ad Dominum Deum tuum. Responsum R. Ecce vidimus eum non habentem speciem, neque decorem: aspectus eius in eo non est: hic peccata nostra portavit, et pro nobis dolet: ipse autem vulneratus est propter iniquitates nos- tras: * Cuius livore sanati sumus. V. Vere languores nostros ipse tulit, et dolores nostros ipse portavit. R. Cuius livore sanati sumus. R. Ecce vidimus eum non habentem speciem, neque decorem: aspectus eius in eo non est: hic peccata nostra portavit, et pro nobis dolet: ipse autem vulneratus est propter iniquitates nos- tras: * Cuius livore sanati sumus. In II Nocturno Psalmus 71 [4] Ant. Liberavit Dominus * pauperem a poten- te, et inopem, cui non erat adiutor. Deus, iudícium tuum regi da: * et iustítiam tuam fílio regis: 71:2 Iudicáre pópulum tuum in iustítia, * et páuperes tuos in iudício. 71:3 Suscípiant montes pacem pópulo: * et col- les iustítiam. 71:4 Iudicábit páuperes pópuli, et salvos fáciet fílios páuperum: * et humiliábit calumniató- rem. 71:5 Et permanébit cum sole, et ante lunam, * in generatióne et generatiónem. 71:6 Descéndet sicut plúvia in vellus: * et sicut faz vacilar minha força. O Senhor me entregou em mãos das quais não posso libertar-me. Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus. Responsório R. Vimo-lo sem brilho algum e sem beleza, e, vendo-O assim, não O reconhecemos: tomou sobre si os nossos pecados, e é por nós que so- fre. Foi cheio de feridas por causa das nossas iniquidades. * Por suas dores fomos curados. V. Tomou realmente sobre Si as nossas fraque- zas e carregou com as nossas dores. * Por suas dores fomos curados. R. Vimo-lo sem brilho algum e sem beleza, e, vendo-O assim, não O reconhecemos: tomou sobre si os nossos pecados, e é por nós que so- fre. Foi cheio de feridas por causa das nossas iniquidades. * Por suas dores fomos curados. II Noturno Salmo 71 [4] Ant. O Senhor livrou o pobre das mãos dos poderosos, e o indigente que não tem quem o ajude. Ó Deus, confiai ao rei os vossos juízos. En-tregai a justiça nas mãos do filho real, 71:2 Para que ele governe com justiça vosso povo, e reine sobre vossos humildes servos com equidade. 71:3 Produzirão as montanhas frutos de paz ao vosso povo; e as colinas, frutos de justiça. 71:4 Ele protegerá os humildes do povo, salvará os filhos dos pobres e abaterá o opressor. 71:5 Ele viverá tão longamente como dura o sol, tanto quanto ilumina a lua, através das gera- 15 stillicídia stillántia super terram. 71:7 Oriétur in diébus eius iustítia, et abundán- tia pacis: * donec auferátur luna. 71:8 Et dominábitur a mari usque ad mare: * et a flúmine usque ad términos orbis terrárum. 71:9 Coram illo prócident Æthíopes: * et inimí- ci eius terram lingent. 71:10 Reges Tharsis, et ínsulæ múnera ófferent: * reges Árabum et Saba dona addúcent. 71:11 Et adorábunt eum omnes reges terræ: * omnes gentes sérvient ei: 71:12 Quia liberábit páuperem a poténte: * et páuperem, cui non erat adiútor. 71:13 Parcet páuperi et ínopi: * et ánimas páu- perum salvas fáciet. 71:14 Ex usúris et iniquitáte rédimet ánimas eó- rum: * et honorábile nomen eórum coram illo. 71:15 Et vivet, et dábitur ei de auro Arábiæ, et adorábunt de ipso semper: * tota die benedí- cent ei. 71:16 Et erit firmaméntum in terra in summis móntium, superextollétur super Líbanum fruc- tus eius: * et florébunt de civitáte sicut foenum terræ. 71:17 Sit nomen eius benedíctum in sæcula: * ante solem pérmanet nomen eius. 71:18 Et benedicéntur in ipso omnes tribus ter- ræ: * omnes gentes magnificábunt eum. 71:19 Benedíctus Dóminus, Deus Israël, * qui facit mirabília solus: 71:20 Et benedíctum nomen maiestátis eius in ætérnum: * et replébitur maiestáte eius omnis terra: fiat, fiat. Glória omittitur ções. 71:6 Descerá como a chuva sobre a relva, como os aguaceiros que embebem a terra. 71:7 Florescerá em seus dias a justiça, e a abun- dância da paz até que cesse a lua de brilhar. 71:8 Ele dominará de um ao outro mar, desde o grande rio até os confins da terra. 71:9 Diante dele se prosternarão seus inimigos, e seus adversários lamberão o pó. 71:10 Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer- lhe-ão seus dons. 71:11 Todos os reis hão de adorá-lo, hão de ser- vi-lo todas as nações. 71:12 Porque ele livrará o infeliz que o invoca, e o miserável que não tem amparo. 71:13 Ele se apiedará do pobre e do indigente, e salvará a vida dos necessitados. 71:14 Ele o livrará da injustiça e da opressão, e preciosa será a sua vida ante seus olhos. 71:15 Assim ele viverá e o ouro da Arábia lhe será ofertado; por ele hão de rezar sempre e o bendirão perpetuamente. 71:16 Haverá na terra fartura de trigo, suas es- pigas ondularão no cume das colinas como as ramagens do Líbano; e o povo das cidades flo- rescerá como as ervas dos campos. 71:17 Seu nome será eternamente bendito, e durará tanto quanto a luz do sol. 71:18 Nele serão abençoadas todas as tribos da terra, bem-aventurado o proclamarão todas as nações. 71:19 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que, só ele, faz maravilhas. 71:20 Bendito seja eternamente seu nome glo- rioso, e que toda a terra se encha de sua glória. 16 Ant. Liberavit Dominus * pauperem a poten- te, et inopem, cui non erat adiutor. Psalmus 72 [5] Ant. Cogitaverunt impii, * et locuti sunt ne- quitiam: iniquitatem in excelso locuti sunt. Quam bonus Israël Deus, * his, qui recto sunt corde! 72:2 Mei autem pæne moti sunt pedes: * pæne effúsi sunt gressus mei. 72:3 Quia zelávi super iníquos, * pacem pecca- tórum videns. 72:4 Quia non est respéctus morti eórum: * et firmaméntum in plaga eórum. 72:5 In labóre hóminum non sunt, * et cum ho- mínibus non flagellabúntur: 72:6 Ideo ténuit eos supérbia, * opérti sunt ini- quitáte et impietáte sua. 72:7 Pródiit quasi ex ádipe iníquitas eórum: * transiérunt in afféctum cordis. 72:8 Cogitavérunt, et locúti sunt nequítiam: * iniquitátem in excélso locúti sunt. 72:9 Posuérunt in cælum os suum: * et lingua eórum transívit in terra. 72:10 Ídeo convertétur pópulus meus hic: * et dies pleni inveniéntur in eis. 72:11 Et dixérunt: Quómodo scit Deus, * et siest sciéntia in excélso? 72:12 Ecce, ipsi peccatóres, et abundántes in sæculo, * obtinuérunt divítias. 72:13 Et dixi: Ergo sine causa iustificávi cor meum, * et lavi inter innocéntes manus meas: 72:14 Et fui flagellátus tota die, * et castigátio Amém! Amém! Omite-se o Glória Ant. O Senhor livrou o pobre das mãos dos poderosos, e o indigente que não tem quem o ajude. Salmo 72 [5] Ant. Os pensamentos e palavras dos ímpios são somente maldade; suas blasfêmias subi- ram aos céus. Oh, como Deus é bom para os corações retos, e o Senhor para com aqueles que têm o coração puro! 72:2 Contudo, meus pés iam resvalar, por pou- co não escorreguei, 72:3 Porque me indignava contra os ímpios, vendo o bem-estar dos maus: 72:4 Não existe sofrimento para eles, seus cor- pos são robustos e sadios. 72:5 Dos sofrimentos dos mortais não parti- cipam, não são atormentados como os outros homens. 72:6 Eles se adornam com um colar de orgulho, e se cobrem com um manto de arrogância. 72:7 Da gordura que os incha sai a iniquidade, e transborda a temeridade. 72:8 Zombam e falam com malícia, discursam, altivamente, em tom ameaçador. 72:9 Com seus propósitos afrontam o céu e suas línguas ferem toda a terra. 72:10 Por isso se volta para eles o meu povo, e bebe com avidez das suas águas. 72:11 E dizem então: Porventura Deus o sabe? Tem o Altíssimo conhecimento disto? 72:12 Assim são os pecadores que, tranquila- mente, aumentam suas riquezas. 17 mea in matutínis. 72:15 Si dicébam: Narrábo sic: * ecce, natiónem filiórum tuórum reprobávi. 72:16 Existimábam ut cognóscerem hoc, * labor est ante me: 72:17 Donec intrem in Sanctuárium Dei: * et intélligam in novíssimis eórum. 72:18 Verúmtamen propter dolos posuísti eis: * deiecísti eos dum allevaréntur. 72:19 Quómodo facti sunt in desolatiónem, sú- bito defecérunt: * periérunt propter iniquitátem suam. 72:20 Velut sómnium surgéntium, Dómine, * in civitáte tua imáginem ipsórum ad níhilum rédiges. 72:21 Quia inflammátum est cor meum, et re- nes mei commutáti sunt: * et ego ad níhilum redáctus sum, et nescívi. 72:22 Ut iuméntum factus sum apud te: * et ego semper tecum. 72:23 Tenuísti manum déxteram meam: et in voluntáte tua deduxísti me, * et cum glória sus- cepísti me. 72:24 Quid enim mihi est in cælo? * et a te quid vólui super terram? 72:25 Defécit caro mea, et cor meum: * Deus cordis mei, et pars mea Deus in ætérnum. 72:26 Quia ecce, qui elóngant se a te, períbunt: * perdidísti omnes, qui fornicántur abs te. 72:27 Mihi autem adhærére Deo bonum est: * pónere in Dómino Deo spem meam: 72:28 Ut annúntiem omnes prædicatiónes tuas, * in portis fíliæ Sion. Glória omittitur 72:13 Então foi em vão que conservei o coração puro e na inocência lavei as minhas mãos? 72:14 Pois tenho sofrido muito e sido castigado cada dia. 72:15 Se eu pensasse: Também vou falar como eles, seria infiel à raça de vossos filhos. 72:16 Reflito para compreender este problema, mui penosa me pareceu esta tarefa, 72:17 Até o momento em que entrei no vosso santuário e em que me dei conta da sorte que os espera. 72:18 Sim, vós os colocais num terreno escorre- gadio, à ruína vós os conduzis. 72:19 Eis que subitamente se arruinaram, sumi- ram, destruídos por catástrofe medonha. 72:20 Como de um sonho ao se despertar, Se- nhor, levantando-vos, desprezais a sombra de- les. 72:21 Quando eu me exasperava e se me ator- mentava o coração, eu ignorava, não entendia, como um animal qualquer. 72:22 Mas estarei sempre convosco, porque vós me tomastes pela mão. 72:23 Vossos desígnios me conduzirão, e, por fim, na glória me acolhereis. 72:24 Afora vós, o que há para mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra. 72:25 Meu coração e minha carne podem já desfalecer, a rocha de meu coração e minha he- rança eterna é Deus. 72:26 Sim, perecem aqueles que de vós se apar- tam, destruís os que procuram satisfação fora de vós. 72:27 Mas, para mim, a felicidade é me aproxi- mar de Deus, é pôr minha confiança no Senhor Deus: 18 Ant. Cogitaverunt impii, * et locuti sunt ne- quitiam: iniquitatem in excelso locuti sunt. Psalmus 73 [6] Ant. Exsurge, Domine, * et iudica causam meam. Ut quid, Deus, repulísti in finem: * irátus est furor tuus super oves páscuæ tuæ? 73:2 Memor esto congregatiónis tuæ, * quam possedísti ab inítio. 73:3 Redemísti virgam hereditátis tuæ: * mons Sion, in quo habitásti in eo. 73:4 Leva manus tuas in supérbias eórum in fi- nem: * quanta malignátus est inimícus in sanc- to! 73:5 Et gloriáti sunt qui odérunt te: * in médio solemnitátis tuæ. 73:6 Posuérunt signa sua, signa: * et non cogno- vérunt sicut in éxitu super summum. 73:7 Quasi in silva lignórum secúribus exci- dérunt iánuas eius in idípsum: * in secúri et áscia deiecérunt eam. 73:8 Incendérunt igni Sanctuárium tuum: * in terra polluérunt tabernáculum nóminis tui. 73:9 Dixérunt in corde suo cognátio eórum simul: * Quiéscere faciámus omnes dies festos Dei a terra. 73:10 Signa nostra non vídimus, iam non est prophéta: * et nos non cognóscet ámplius. 73:11 Úsquequo, Deus, improperábit inimícus: * irrítat adversárius nomen tuum in finem? 73:12 Ut quid avértis manum tuam, et déxte- 72:28 A fim de narrar as vossas maravilhas diante das portas da filha de Sião. Omite-se o Glória Ant. Os pensamentos e palavras dos ímpios são somente maldade; suas blasfêmias subi- ram aos céus. Salmo 73 [6] Ant. Erguei-Vos, Senhor, e defendei minha causa. Por que, Senhor, persistis em nos rejeitar? Por que se inflama vossa ira contra as ove- lhas de vosso rebanho? 73:2. Recordai-vos de vosso povo que elegestes outrora. 73:3 Da tribo que resgatastes para vossa posses- são, da montanha de Sião onde fizestes vossa morada. 73:4 Dirigi vossos passos a estes lugares defini- tivamente devastados; o inimigo tudo destruiu no santuário. 73:5 Os adversários rugiam no local de vossas assembleias, como troféus hastearam suas ban- deiras. 73:6 Pareciam homens a vibrar o machado na floresta espessa. 73:7 Rebentaram os portais do templo com ma- lhos e martelos, 73:8 Atearam fogo ao vosso santuário, profana- ram, arrasaram a morada do vosso nome. 73:9 Disseram em seus corações: Destruamo- -los todos juntos; incendiai todos os lugares santos da terra. 73:10 Não vemos mais nossos emblemas, já não há nenhum profeta e ninguém entre nós que saiba até quando... 19 ram tuam, * de médio sinu tuo in finem? 73:13 Deus autem Rex noster ante sæcula: * operátus est salútem in médio terræ. 73:14 Tu confirmásti in virtúte tua mare: * con- tribulásti cápita dracónum in aquis. 73:15 Tu confregísti cápita dracónis: * dedísti eum escam pópulis Æthíopum. 73:16 Tu dirupísti fontes, et torréntes: * tu sic- cásti flúvios Ethan. 73:17 Tuus est dies, et tua est nox: * tu fabricá- tus es auróram et solem. 73:18 Tu fecísti omnes términos terræ: * æstá- tem et ver tu plasmásti ea. 73:19 Memor esto huius, inimícus improperávit Dómino: * et pópulus insípiens incitávit nomen tuum. 73:20 Ne tradas béstiis ánimas confiténtes tibi, * et ánimas páuperum tuórum ne obliviscáris in finem. 73:21 Réspice in testaméntum tuum: * quia repléti sunt, qui obscuráti sunt terræ dómibus iniquitátum. 73:22 Ne avertátur húmilis factus confúsus: * pauper et inops laudábunt nomen tuum. 73:23 Exsúrge, Deus, iúdica causam tuam: * memor esto improperiórum tuórum, eórum quæ ab insipiénte sunt tota die. 73:24 Ne obliviscáris voces inimicórum tuó- rum: * supérbia eórum, qui te odérunt, ascéndit semper. Glória omittitur 73:11 Ó Deus, até quando nos insultará o ini- migo? O adversário blasfemará vosso nome para sempre? 73:12 Por que retirais a vossa mão? Por que guardais vossa destra em vosso seio? 73:13 Entretanto, Deus é meu rei desde os tem- pos antigos, ele que opera a salvação por toda a terra. 73:14 Vosso poder abriu o mar, esmagastes nas águas as cabeças de dragões.73:15 Quebrastes as cabeças do Leviatã, e as destes como pasto aos monstros do mar. 73:16 Fizestes jorrar fontes e torrentes, secastes rios caudalosos. 73:17 Vosso é o dia, a noite vos pertence: vós criastes a lua e o sol, 73:18 Vós marcastes à terra seus confins, esta- belecestes o inverno e o verão. 73:19 Lembrai-vos: o inimigo vos insultou, Senhor, e um povo insensato ultrajou o vosso nome. 73:20 Não abandoneis ao abutre a vida de vossa pomba, não esqueçais para sempre a vida de vossos pobres. 73:21 Olhai para a vossa aliança, porque todos os recantos da terra são antros de violência. 73:22 Que os oprimidos não voltem confundi- dos, que o pobre e o indigente possam louvar o vosso nome. 73:23 Levantai-vos, ó Deus, defendei a vossa causa. Lembrai-vos das blasfêmias que continu- amente vos dirige o insensato. 73:24 Não olvideis os insultos de vossos adver- sários, e o tumulto crescente dos que se insur- gem contra vós. Omite-se o Glória 20 Ant. Exsurge, Domine, * et iudica causam meam. V. Deus meus, eripe me de manu peccatoris. R. Et de manu contra legem agentis, et iniqui. Pater Noster (secreto) Ex tractatu sancti Augustini Episcopi super Psalmos. In Psalmum 54. ad 1. versum Lectio IV Exaudi Deus orationem meam, et ne des-pexeris deprecationem meam: intende mihi, et exaudi me. Satagentis, solliciti, in tri- bulatione positi, verba sunt ista. Orat multa patiens, de malo liberari desiderans. Superest ut videamus in quo malo sit: et cum dicere coeperit: agnoscamus ibi nos esse: ut commu- nicata tribulatione, coniungamus orationem. Contristatus sum, inquit, in exercitatione mea, et conturbatus sum. Ubi contristatus? ubi con- turbatus? In exercitatione mea inquit. Homines malos, quos patitur, commemoratus est: eam- demque passionem malorum hominum, exer- citationem suam dixit. Ne putetis gratis esse malos in hoc mundo, et nihil boni de illis agere Deum. Omnis malus aut ideo vivit, ut corri- gatur: aut ideo vivit, ut per illum bonus exer- ceatur. Responsum R. Amicus meus osculi me tradidit signo: Ant. Erguei-Vos, Senhor, e defendei minha causa. V. Meu Deus, livrai-me das mãos dos pecado- res. R. E das mãos do que despreza a lei e do ímpio Pai Nosso (em voz baixa) Leitura do Comentário de Santo Agostinho, Bispo, sobre os Salmos. Salmo 54 IV Leitura Ouvi, ó Deus, a minha oração, e não des-prezeis a minha súplica; atendei-me e ouvi-me. Estas palavras são de quem está aflito, cheio de cuidados e tribulações. Recorre a ora- ção aquele que sofre, ansiando por se ver livre do mal. Vejamos em que consiste esse mal, e, quando ele começar a declará-lo, reconheçamos que nos achamos presos do mesmo mal, afim de que, participando da mesma, tribulação, nos unamos a ele na oração. Estou triste, diz ele, nas minhas provações e estou perturbado. Triste, por quê? Perturbado, por quê? Nas minhas pro- vações, responde ele. Lembra-se dos maus que o oprimem e este sofrimento que lhe causam os maus, ele chama-os de provação. Não julgueis que os maus estão neste mundo sem motivo, e que Deus não tire deles algum proveito. O mau, ou vive para se converter, ou para servir de provação aos que particam o bem. Responsório R. Meu amigo traiu-me com um beijo; Aquele 21 Quem osculatus fuero, ipse est, tenete eum: hoc malum fecit signum, qui per osculum adimple- vit homicidium. * Infelix praetermisit pretium sanguinis, et in fine laqueo se suspendit. V. Bonum erat ei, si natus non fuisset homo ille. R. Infelix praetermisit pretium sanguinis, et in fine laqueo se suspendit. Lectio V Utinam ergo qui nos modo exercent, con-vertantur, et nobiscum exerceantur: ta- men quamdiu ita sunt ut exerceant, non eos oderimus: quia in eo quod malus est quis eo- rum, utrum usque in finem perseveraturus sit, ignoramus. Et plerumque cum tibi videris odis- se inimicum, fratrem odisti, et nescis. Diabolus, et angeli eius in Scripturis sanctis manifestati sunt nobis, quod ad ignem aeternum sint des- tinati. Ipsorum tantum desperanda est correc- tio, contra quos habemus occultam luctam: ad quam luctam nos armat Apostolus, dicens: Non est nobis colluctatio adversus carnem et sanguinem: id est, non adversus homines, quos videtis, sed adversus principes, et potestates, et rectores mundi, tenebrarum harum. Ne forte cum dixisset, mundi, intelligeres daemones esse rectores caeli et terrae. Mundi dixit, tenebra- rum harum: mundi dixit, amatorum mundi: mundi dixit, impiorum et iniquorum: mundi dixit, de quo dicit Evangelium: Et mundus eum non cognovit. Responsum R. Iudas mercator pessimus osculo petiit Do- minum: ille ut agnus innocens non negavit Iu- que eu beijar, Esse mesmo é; prendei-O. Um sinal tão pérfido deu aquele que por um beijo cometeu um homicídio. * Aquele infeliz jogou fora o preço do sangue e, por fim, se enforcou. V.Melhor fôra aquele homem não ter nascido. R. Aquele infeliz jogou fora o preço do sangue e, por fim, se enforcou. V Leitura Oxalá, pois, se convertam os que nos oprimem e sejam provados como nós. Todavia, enquanto nos molestam, não os abor- reçamos, porque, por ser mau algum deles, não podemos concluir que o será até o fim. E muitas vezes, quando pensas odiar um inimigo, odeias um irmão, sem que o saibas. Segundo as Sagradas Escrituras, o diabo e seus anjos são destinados ao fogo eterno. Só deles não se pode esperar emenda, e contra eles temos que sustentar uma luta inivisivel. Para esta luta nos arma o Apostolo, dizendo: n]ao temos que lu- tar contra a carne e o sangue, isto é, contra os príncipes e potentados, e governadores deste mundo de trevas. Por ele lhes chamar de prín- cipes do mundo, nem por isso se deve supor que os demônios governam o ceu e a terra. Do mundo, disse, isto é, deste mundo de trevas; do mundo, disse, isto é, dos que amam o mundo; do mundo, disse, isto é, dos ímpios e iníquos; do mundo, disse, isto é, aquele do qual fala o Evangelho: e o mundo não O conheceu. Responsório R. Judas, mercenário infame, aproximou-se do Senhor, e beijou-O: e, como um cordeiro ino- 22 dae osculum: * Denariorum numero Christum Iudaeis tradidit. V. Melius illi erat, si natus non fuisset R. Denariorum numero Christum Iudaeis tra- didit. Lectio VI Quoniam vidi iniquitatem, et contradictio-nem in civitate. Attende gloriam crucis ipsius. Iam in fronte regum crux illa fixa est, cui inimici insultaverunt. Effectus probavit virtutem: domuit orbem non ferro, sed ligno. Lignum crucis contumeliis dignum visum est inimicis, et ante ipsum lignum stantes caput agitabant, et dicebant: Si Filius Dei est, des- cendat de cruce. Extendebat ille manus suas ad populum non credentem et contradicentem. Si enim iustus est, qui ex fide vivit, iniquus est qui non habet fidem. Quod ergo hic ait, iniquita- tem; perfidiam intellige. Videbat ergo Dominus in civitate iniquitatem et contradictionem, et extendebat manus suas ad populum non cre- dentem, et contradicentem: et tamen et ipsos exspectans dicebat: Pater, ignosce illis, quia nesciunt quid faciunt. Responsum R. Unus ex discipulis meis tradet me hodie: Vae illi per quem tradar ego: * Melius illi erat, si natus non fuisset. V. Qui intingit mecum manum in paropside, hic me traditurus est in manus peccatorum. R. Melius illi erat, si natus non fuisset. R. Unus ex discipulis meis tradet me hodie: Vae illi per quem tradar ego: * Melius illi erat, si natus non fuisset. cenete, Este não repeliu o ósculo de Judas. * Por alguns dinheiros entregou Cristo aos judeus. V. Melhor lhe fora não ter nascido. R. Por alguns dinheiros entregou Cristo aos judeus. VI leitura Porquanto eu vi na cidade a iniquidade e a injustiça. Atende a glória de sua cruz. Já resplandeceu na fronte dos reis aquela Cruz, in- sultada pelos inimigos. O resultado mostrou o seu poder; dominou o mundo não com a espa- da, mas com o madeiro. Pareceu aos inimigosque essa Cruz era digna de insultos e, de pé, ante dela, meneavam a cabeça dizendo: Se é o Filho de Deus, desça da Cruz. Ele, porém, estendia os braços para um povo incrédulo e rebelde. Se é justo o que vive pela fé, é iniquo aquele que não a tem. O que neste lugar se chama iniquidade, deve considerar-se incredulidade. Vendo, pois, o Senhor na cidade a injustiça e a perseguição, estendia os braços para aquele povo incrédulo e contraditor. E apesar de tudo, esperava tam- bém a conversão desse povo, quando dizia: Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem. Responsório R. Um dos meus discípulos há de trair-me hoje. Ai, porém, daquele por que eu for traído. * Me- lhor lhe fora não ter nascido. V. O que mete comigo a mão no prato é o que me dá de entregar nas mãos dos pecadores. Me- lhor lhe fora não ter nascido. R. Um dos meus discípulos há de trair-me hoje. Ai, porém, daquele por que eu for traído. * Melhor lhe fora não ter nascido. 23 In III Nocturno Psalmus 74 [7] Ant. Dixi iniquis: * Nolite loqui adversus Deum iniquitatem. 74:1 Confitébimur tibi, Deus: * confitébimur, et invocábimus nomen tuum. 74:2 Narrábimus mirabília tua: * cum accépero tempus, ego iustítias iudicábo. 74:3 Liquefácta est terra, et omnes qui hábitant in ea: * ego confirmávi colúmnas eius. 74:4 Dixi iníquis: Nolíte iníque ágere: * et delin- quéntibus: Nolíte exaltáre cornu: 74:5 Nolíte extóllere in altum cornu vestrum: * nolíte loqui advérsus Deum iniquitátem. 74:6 Quia neque ab Oriénte, neque ab Occidén- te, neque a desértis móntibus: * quóniam Deus iudex est. 74:7 Hunc humíliat, et hunc exáltat: * quia calix in manu Dómini vini meri plenus misto. 74:8 Et inclinávit ex hoc in hoc: verúmtamen fæx eius non est exinaníta: * bibent omnes pec- catóres terræ. 74:9 Ego autem annuntiábo in sæculum: * can- tábo Deo Iacob. 74:10 Et ómnia córnua peccatórum confrín- gam: * et exaltabúntur córnua iusti. Glória omittitur Ant. Dixi iniquis: * Nolite loqui adversus Deum iniquitatem. III Noturno Salmo 74 [4] Ant. Aos malfeitores eu disse: Não blasfemeis contra Deus. 74:1 Nós vos louvamos, Senhor, nós vos lou- vamos. 74:2 Glorificamos vosso nome e anunciamos vossas maravilhas. No tempo que fixei, julgarei o justo juízo. 74:3 Vacile, embora, a terra com todos os seus habitantes, fui eu quem deu firmeza às suas co- lunas. 74:4 Digo aos arrogantes: Não sejais insolentes; aos ímpios: Não levanteis vossa fronte, 74:5 Não ergais contra o Altíssimo a vossa cabe- ça, deixai de falar a Deus com tanta insolência. 74:6 Não é do oriente, nem do ocidente, nem do deserto, nem das montanhas que vem a sal- vação. 74:7 Mas Deus é o juiz; a um ele abate, a outro exalta. 74:8 Há na mão do Senhor uma taça de vinho espumante e aromático. Dela dá de beber. E até as fezes hão de esgotá-la; hão de sorvê-la os ím- pios todos da terra. 74:9 Eu, porém, exultarei para sempre, salmo- diarei ao Deus de Jacó. 74:10 Abaterei todas as potências dos ímpios, enquanto o poder dos justos será exaltado. Omite-se o Glória Ant. Aos malfeitores eu disse: Não blasfemeis contra Deus. 24 Psalmus 75 [8] Ant. Terra tremuit * et quievit, dum exsurge- ret in iudicio Deus. Notus in Iudæa Deus: * in Israël magnum nomen eius. 75:2 Et factus est in pace locus eius: * et habitá- tio eius in Sion. 75:3 Ibi confrégit poténtias árcuum, * scutum, gládium, et bellum. 75:4 Illúminans tu mirabíliter a móntibus ætér- nis: * turbáti sunt omnes insipiéntes corde. 75:5 Dormiérunt somnum suum: * et nihil invenérunt omnes viri divitiárum in mánibus suis. 75:6 Ab increpatióne tua, Deus Iacob, * dormi- tavérunt qui ascendérunt equos. 75:7 Tu terríbilis es, et quis resístet tibi? * ex tunc ira tua. 75:8 De cælo audítum fecísti iudícium: * terra trémuit et quiévit, 75:9 Cum exsúrgeret in iudícium Deus, * ut sal- vos fáceret omnes mansuétos terræ. 75:10 Quóniam cogitátio hóminis confitébi- tur tibi: * et relíquiæ cogitatiónis diem festum agent tibi. 75:11 Vovéte, et réddite Dómino, Deo vestro: * omnes, qui in circúitu eius affértis múnera. 75:12 Terríbili et ei qui aufert spíritum prínci- pum, * terríbili apud reges terræ. Glória omittitur Ant. Terra tremuit * et quievit, dum exsurge- ret in iudicio Deus. Salmo 75 [8] Ant. A terra tremeu e se aquietou quando Deus se levantou para fazer justiça. Deus se fez conhecer em Judá, seu nome é grande em Israel. 75:2 Em Jerusalém está seu tabernáculo, e em Sião a sua morada. 75:3 Lá ele quebrou as fulminantes flechas do arco, os escudos, as espadas e todas as armas. 75:4 O esplendor luminoso de vosso poder ma- nifestou-se do alto das eternas montanhas. 75:5 Foram despojados os guerreiros ousados, eles dormem tranqüilos seu último sono. Os valentes sentiram fraquejar suas mãos. 75:6 Só com a vossa ameaça, ó Deus de Jacó, ficaram inertes carros e cavalos. 75:7 Terrível sois, quem vos poderá resistir, diante do furor de vossa cólera? 75:8 Do alto do céu proclamastes a sentença; calou-se a terra de tanto pavor, 75:9 quando Deus se levantou para pronunciar a sentença de libertação em favor dos oprimi- dos da terra. 75:10 Pois o furor de Edom vos glorificará e os sobreviventes de Emat vos festejarão. 75:11 Fazei votos ao Senhor vosso Deus e cum- pri-os. Todos os que o cercam tragam oferen- das ao Deus temível, 75:12 A ele que abate o orgulho dos grandes e que é temido pelos reis da terra. Omite-se o Glória Ant. A terra tremeu e se aquietou quando Deus se levantou para fazer justiça. 25 Psalmus 76 [9] Ant. In die tribulationis * meae Deum exqui- sivi manibus meis. Voce mea ad Dóminum clamávi: * voce mea ad Deum, et inténdit mihi. 76:2 In die tribulatiónis meæ Deum exquisívi, mánibus meis nocte contra eum: * et non sum decéptus. 76:3 Rénuit consolári ánima mea, * memor fui Dei, et delectátus sum, et exercitátus sum: et defécit spíritus meus. 76:4 Anticipavérunt vigílias óculi mei: * turbá- tus sum, et non sum locútus. 76:5 Cogitávi dies antíquos: * et annos ætérnos in mente hábui. 76:6 Et meditátus sum nocte cum corde meo, * et exercitábar, et scopébam spíritum meum. 76:7 Numquid in ætérnum proiíciet Deus: * aut non appónet ut complacítior sit adhuc? 76:8 Aut in finem misericórdiam suam abscín- det, * a generatióne in generatiónem? 76:9 Aut obliviscétur miseréri Deus? * aut con- tinébit in ira sua misericórdias suas? 76:10 Et dixi: Nunc coepi: * hæc mutátio déx- teræ Excélsi. 76:11 Memor fui óperum Dómini: * quia me- mor ero ab inítio mirabílium tuórum. 76:12 Et meditábor in ómnibus opéribus tuis: * et in adinventiónibus tuis exercébor. 76:13 Deus, in sancto via tua: quis Deus mag- nus sicut Deus noster? * tu es Deus qui facis mirabília. 76:14 Notam fecísti in pópulis virtútem tuam: * redemísti in bráchio tuo pópulum tuum, fílios Iacob et Ioseph. 76:15 Vidérunt te aquæ, Deus, vidérunt te Salmo 76 [9] Ant. No dia de minha tribulação busquei a Deus, para Ele estendi minha mão. Minha voz se eleva para Deus e clamo. Elevo minha voz a Deus para que ele me atenda; 76:2 No dia de angústia procuro o Senhor. De noite minhas mãos se levantam para ele sem descanso. 76:3 E, contudo, minha alma recusa toda con- solação. Faz-me gemer a lembrança de Deus; na minha meditação, sinto o espírito desfalecer. 76:4 Vós me conservais os olhos abertos, estou perturbado, falta-me a palavra. 76:5 Penso nos dias passados, lembro-me dos anos idos. 76:6 De noite reflito no fundo do coração e, meditando, indaga meu espírito: 76:7 Porventura Deus nos rejeitará para sem- pre? Não mais há de nos ser propício? 76:8 Estancou-se sua misericórdia para o bom? Estará sua promessa desfeita para sempre? 76:9 Deus se terá esquecido de ter piedade? Ou sua cólera anulou sua clemência? 76:10 E concluo então: O que me faz sofrer é que a destra do Altíssimo não é mais a mesma... 76:11 Das ações do Senhor eu me recordo, lem- bro-me de suasmaravilhas de outrora. 76:12 Reflito em todas vossas obras, e em vos- sos prodígios eu medito. 76:13 Ó Deus, santo é o vosso proceder. Que deus há tão grande quanto o nosso Deus? Vós sois o Deus dos prodígios. 76:14 Vosso poder manifestastes entre os po- vos. Com o poder de vosso braço resgatastes vosso povo, os filhos de Jacó e de José. 26 aquæ: * et timuérunt, et turbátæ sunt abýssi. 76:16 Multitúdo sónitus aquárum: * vocem de- dérunt nubes. 76:17 Étenim sagíttæ tuæ tránseunt: * vox toní- trui tui in rota. 76:18 Illuxérunt coruscatiónes tuæ orbi terræ: * commóta est, et contrémuit terra. 76:19 In mari via tua, et sémitæ tuæ in aquis multis: * et vestígia tua non cognoscéntur. 76:20 Deduxísti sicut oves pópulum tuum, * in manu Móysi et Aaron. Glória omittitur Ant. In die tribulationis * meae Deum exqui- sivi manibus meis. V. Exsurge, Domine. R. Et iudica causam meam. Pater Noster (secreto) De Epistola prima beati Pauli Apostoli ad Co- rinthios. Lectio VII 1 Cor 11:17-22 Hoc autem praecipio: non laudans quod non in melius, sed in deterius convenitis. 18 Primum quidem convenientibus vobis in Ecclesiam, audio scissuras esse inter vos, et ex parte credo. 19 Nam oportet et haereses esse, ut et qui pro- bati sunt, manifesti fiant in vobis. 20 Convenientibus ergo vobis in unum, iam non est Dominicam cœnam manducare. 21 Unusquisque enim suam cœnam praesumit 76:15 As águas vos viram, Senhor, as águas vos viram; elas tremeram e as vagas se puseram em movimento. 76:17 Em torrentes de água as nuvens se torna- ram, elas fizeram ouvir a sua voz, de todos os lados fuzilaram vossas flechas. 76:18 Na procela ribombaram os vossos tro- vões, os relâmpagos iluminaram o globo; aba- lou-se com o choque e tremeu a terra toda. 76:19 Vós vos abristes um caminho pelo mar, uma senda no meio das muitas águas, perma- necendo invisíveis vossos passos. 76:20 Como um rebanho conduzistes vosso povo, pelas mãos de Moisés e de Aarão. Omite-se o Glória Ant. No dia de minha tribulação busquei a Deus, para Ele estendi minha mão. V. Levantai-Vos, Senhor. R. E vinde fazer-me justiça. Pai Nosso (em voz baixa) Da primeira Epístola do Apóstolo São Paulo aos Coríntios. VII Leitura 1 Cor 11:17-22 Fazendo-vos essas advertências, não vos posso louvar a respeito de vossas assem- bléias que causam mais prejuízo que proveito. 18 Em primeiro lugar, ouço dizer que, quando se reúne a vossa assembléia, há desarmonias entre vós. (E em parte eu acredito. 19 É necessário que entre vós haja partidos para que possam manifestar-se os que são realmente virtuosos.) 20 Desse modo, quando vos reunis, já não é 27 ad manducandum, Et alius quidem esurit, alius autem ebrius est. 22 Numquid domos non habetis ad manducan- dum, et bibendum? aut Ecclesiam Dei contem- nitis, et confunditis eos qui non habent? Quid dicam vobis? Laudo vos? In hoc non laudo. Responsum R. Eram quasi agnus innocens; ductus sum ad immolandum, et nesciebam: consilium fece- runt inimici mei adversum me, dicentes: * Venite, mittamus lignum in panem eius, et eradamus eum de terra viventium. V. Omnes inimici mei adversum me cogitabant mala mihi: verbum iniquum mandaverunt ad- versum me, dicentes. R. Venite, mittamus lignum in panem eius, et eradamus eum de terra viventium. Lectio VIII 1 Cor 11:23-26 Ego enim accepi a Domino quod et tradi-di vobis, quoniam Dominus Iesus in qua nocte tradebatur, accepit panem, 24 Et gratias agens fregit, et dixit: Accipite, et manducate: hoc est corpus meum, quod pro vobis tradetur: hoc facite in meam commemo- rationem. 25 Similiter et calicem, postquam cœnavit, di- cens: Hic calix novum testamentum est in meo sanguine: hoc facite quotiescumque bibetis, in meam commemorationem. 26 Quotiescumque enim manducabitis panem hunc, et calicem bibetis, mortem Domini an- para comer a ceia do Senhor, 21 porquanto, mal vos pondes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição; e en- quanto uns têm fome, outros se fartam. 22 Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus, e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Devo louvar-vos? Não! Nisto não vos louvo... Responsório R. Era como um cordeiro inocente: fui levado ao sacrifício sem saber que a ele me conduziam. Os meus inimigos conspiraram contra mim, dizendo: * Vamos e deitemos-Lhe madeira no pão e risquemo-Lo da terra dos vivos. V. Todos os meus inimigos conjuravam contra mim: formavam iníquos projetos contra mim, dizendo: R. Vamos e deitemos-Lhe madeira no pão e risquemo-Lo da terra dos vivos. VIII Leitura 1 Cor 11:23-26 Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão 24 e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fa- zei isto em memória de mim. 25 Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. 26 Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. 28 nuntiabitis donec veniat. Responsum R. Una hora non potuistis vigilare mecum, qui exhortabamini mori pro me? * Vel Iudam non videtis, quomodo non dormit, sed festinat tradere me Iudaeis? V. Quid dormitis? surgite, et orate, ne intretis in tentationem. R. Vel Iudam non videtis, quomodo non dor- mit, sed festinat tradere me Iudaeis? Lectio IX 1 Cor 11:27-34 Itaque quicumque manducaverit panem hunc, vel biberit calicem Domini indigne, reus erit corporis et sanguinis Domini. 28 Probet autem seipsum homo: et sic de pane illo edat, et de calice bibat. 29 Qui enim manducat et bibit indigne, iudi- cium sibi manducat et bibit, non diiudicans corpus Domini. 30 Ideo inter vos multi infirmi et imbecilles, et dormiunt multi. 31 Quod si nosmetipsos diiudicaremus, non utique iudicaremur. 32 Dum iudicamur autem, a Domino corri- pimur, ut non cum hoc mundo damnemur. 33 Itaque fratres mei, cum convenitis ad man- ducandum, invicem exspectate. 34 Si quis esurit, domi manducet, ut non in iu- dicium conveniatis. Cetera autem, cum venero, disponam. Responsório R. Não pudestes velar uma hora comigo vós que vos preparáveis para morrer por mim? * Pois não vedes Judas, que não dorme, como se apressa para me entregar aos judeus? V. Por que dormis? Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação. R.Pois não vedes Judas, que não dorme, como se apressa para me entregar aos judeus? IX Leitura 1 Cor 11:27-34 Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. 28 Que cada um se examine a si mesmo, e as- sim coma desse pão e beba desse cálice. 29 Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. 30 Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos. 31 Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 32 Mas, sendo julgados pelo Senhor, ele nos castiga para não sermos condenados com o mundo. 33 Portanto, irmãos meus, quando vos reunis para a ceia, esperai uns pelos outros. 34 Se alguém tem fome, coma em casa. Assim vossas reuniões não vos atrairão a condenação. As demais coisas eu determinarei quando for ter convosco. 29 Responsum R. Seniores populi consilium fecerunt, * Ut Ie- sum dolo tenerent, et occiderent: cum gladiis et fustibus exierunt tamquam ad latronem. V. Collegerunt pontifices et pharisaei conci- lium. *** Ut Iesum dolo tenerent, et occiderent: cum gladiis et fustibus exierunt tamquam adlatronem. R. Seniores populi consilium fecerunt, * Ut Ie- sum dolo tenerent, et occiderent: cum gladius et fustibus exierunt tamquam ad latronem. Psalmus 50 [1] Ant. Iustificeris, Domine, * in sermonibus tuis, et vincas cum iudicaris. Miserére mei, Deus, * secúndum magnam misericórdiam tuam. 50:2 Et secúndum multitúdinem miseratiónum tuárum, * dele iniquitátem meam. 50:3 Amplius lava me ab iniquitáte mea: * et a peccáto meo munda me. 50:4 Quóniam iniquitátem meam ego cognós- co: * et peccátum meum contra me est semper. 50:5 Tibi soli peccávi, et malum coram te feci: * ut iustificéris in sermónibus tuis, et vincas cum iudicáris. 50:6 Ecce enim, in iniquitátibus concéptus sum: * et in peccátis concépit me mater mea. 50:7 Ecce enim, veritátem dilexísti: * incérta et Responsório R. Os anciãos do povo fizeram conselho, * para prenderem Jesus por traição e Lhe darem a morte; vieram com espadas e pais, como se fora um ladrão. V. Congregaram-se em conselho os pontífices e fariseus * para prenderem Jesus por traição e Lhe darem a morte; vieram com espadas e pais, como se fora um ladrão. R. Os anciãos do povo fizeram conselho, * para prenderem Jesus por traição e Lhe darem a morte; vieram com espadas e pais, como se fora um ladrão. Salmo 50 [1] Ant. Por vossa sentença, Senhor, aparecerá a vossa justiça, e sereis vencedor, pelo vosso juízo. Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. 50:2 E conforme a imensidade de vossa miseri- córdia, apagai a minha iniqüidade. 50:3 Lavai-me totalmente de minha falta, e pu- rificai-me de meu pecado. 50:4 Eu reconheço a minha iniqüidade, diante de mim está sempre o meu pecado. 50:5 Só contra vós pequei, o que é mau fiz dian- te de vós. Vossa sentença assim se manifesta justa, e reto o vosso julgamento. 50:6 Eis que nasci na culpa, minha mãe conce- beu-me no pecado. 6. Terminada esta leitura, procede-se, automaticamente, às Laudes. Todos se levantam para ento- nar o primeiro salmo e sentam-se em seguida. AD LAUDES 30 occúlta sapiéntiæ tuæ manifestásti mihi. 50:8 Aspérges me hyssópo, et mundábor: * la- vábis me, et super nivem dealbábor. 50:9 Audítui meo dabis gáudium et lætítiam: * et exsultábunt ossa humiliáta. 50:10 Avérte fáciem tuam a peccátis meis: * et omnes iniquitátes meas dele. 50:11 Cor mundum crea in me, Deus: * et spíri- tum rectum ínnova in viscéribus meis. 50:12 Ne proiícias me a fácie tua: * et spíritum sanctum tuum ne áuferas a me. 50:13 Redde mihi lætítiam salutáris tui: * et spí- ritu principáli confírma me. 50:14 Docébo iníquos vias tuas: * et ímpii ad te converténtur. 50:15 Líbera me de sanguínibus, Deus, Deus salútis meæ: * et exsultábit lingua mea iustítiam tuam. 50:16 Dómine, lábia mea apéries: * et os meum annuntiábit laudem tuam. 50:17 Quóniam si voluísses sacrifícium, dedís- sem útique: * holocáustis non delectáberis. 50:18 Sacrifícium Deo spíritus contribulátus: * cor contrítum, et humiliátum, Deus, non des- pícies. 50:19 Benígne fac, Dómine, in bona voluntáte tua Sion: * ut ædificéntur muri Ierúsalem. 50:20 Tunc acceptábis sacrifícium iustítiæ, oblatiónes, et holocáusta: * tunc impónent su- per altáre tuum vítulos. Glória omittitur 50:7 Não obstante, amais a sinceridade de co- ração. Infundi-me, pois, a sabedoria no mais íntimo de mim. 50:8 Aspergi-me com um ramo de hissope e fi- carei puro. Lavai-me e me tornarei mais branco do que a neve. 50:9 Fazei-me ouvir uma palavra de gozo e de alegria, para que exultem os ossos que trituras- tes. 50:10 Dos meus pecados desviai os olhos, e mi- nhas culpas todas apagai. 50:11 Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. 50:12 De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. 50:13 Restituí-me a alegria da salvação, e sus- tentai-me com uma vontade generosa. 50:14 Então aos maus ensinarei vossos cami- nhos, e voltarão a vós os pecadores. 50:15 Deus, ó Deus, meu salvador, livrai-me da pena desse sangue derramado, e a vossa miseri- córdia a minha língua exaltará. 50:16 Senhor, abri meus lábios, a fim de que minha boca anuncie vossos louvores. 50:17 Vós não vos aplacais com sacrifícios ri- tuais; e se eu vos ofertasse um sacrifício, não o aceitaríeis. 50:18 Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar. 50:19 Senhor, pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Je- rusalém. 50:20 Então aceitareis os sacrifícios prescritos, as oferendas e os holocaustos; e sobre vosso al- tar vítimas vos serão oferecidas. 31 Ant. Iustificeris, Domine, * in sermonibus tuis, et vincas cum iudicaris. Psalmus 89 [2] Ant. Dominus * tamquam ovis ad victimam ductus est, et non aperuit os suum. Dómine, refúgium factus es nobis: * a ge-neratióne in generatiónem. 89:2 Priúsquam montes fíerent, aut formarétur terra et orbis: * a sæculo et usque in sæculum tu es, Deus. 89:3 Ne avértas hóminem in humilitátem: * et dixísti: Convertímini, fílii hóminum. 89:4 Quóniam mille anni ante óculos tuos, * tamquam dies hestérna, quæ prætériit, 89:5 Et custódia in nocte, * quæ pro níhilo ha- béntur, eórum anni erunt. 89:6 Mane sicut herba tránseat, mane flóreat, et tránseat: * véspere décidat, indúret et aréscat. 89:7 Quia defécimus in ira tua, * et in furóre tuo turbáti sumus. 89:8 Posuísti iniquitátes nostras in conspéctu tuo: * sæculum nostrum in illuminatióne vul- tus tui. 89:9 Quóniam omnes dies nostri defecérunt: * et in ira tua defécimus. 89:10 Anni nostri sicut aránea meditabúntur: * dies annórum nostrórum in ipsis, septuagínta anni. 89:11 Si autem in potentátibus, octogínta anni: * et ámplius eórum, labor et dolor. Omite-se o Glória Ant. Por vossa sentença, Senhor, aparecerá a vossa justiça, e sereis vencedor, pelo vosso juízo. Salmo 89 [2] Ant. Como cordeiro foi o Senhor levado ao sacrifício, sem abrir a boca. Senhor, fostes nosso refúgio de geração em geração. 89:2 Antes que se formassem as montanhas, a terra e o universo, desde toda a eternidade vós sois Deus. 89:3 Reduzis o homem à poeira, e dizeis: Filhos dos homens, retornai ao pó, 89:4 Porque mil anos, diante de vós, são como o dia de ontem que já passou, como uma só vigília da noite. 89: 5 Vós os arrebatais: eles são como um sonho da manhã, como a erva virente, 89:6 que viceja e floresce de manhã, mas que à tarde é cortada e seca. 89:7 Sim, somos consumidos pela vossa severi- dade, e acabrunhados pela vossa cólera. 89:8 Colocastes diante de vós as nossas culpas, e nossos pecados ocultos à vista de vossos olhos. 89:9 Ante a vossa ira, passaram todos os nossos dias. 89:10 Nossos anos se dissiparam como um so- pro. Setenta anos é o total de nossa vida. 89:11 Os mais fortes chegam aos oitenta. A maior parte deles, sofrimento e vaidade. 89:12 Porque o tempo passa depressa e desa- 7. Terminado este salmo, como nos precedentes, o acólito apagará uma vela. Neste caso, a décima do total de quinze do candelabro triangular. 32 89:12 Quóniam supervénit mansuetúdo: * et corripiémur. 89:13 Quis novit potestátem iræ tuæ: * et præ timóre tuo iram tuam dinumeráre? 89:14 Déxteram tuam sic notam fac: * et erudí- tos corde in sapiéntia. 89:15 Convértere, Dómine, úsquequo? * et de- precábilis esto super servos tuos. 89:16 Repléti sumus mane misericórdia tua: * et exsultávimus, et delectáti sumus ómnibus di- ébus nostris. 89:17 Lætáti sumus pro diébus, quibus nos hu- miliásti: * annis, quibus vídimus mala. 89:18 Réspice in servos tuos, et in ópera tua: * et dírige fílios eórum. 89:19 Et sit splendor Dómini, Dei nostri, super nos, et ópera mánuum nostrárum dírige super nos: * et opus mánuum nostrárum dírige. Glória omittitur Ant. Dominus * tamquam ovis ad victimam ductus est, et non aperuit os suum. Psalmus 35 [3] Ant. Contritum est * cor meum in medio mei,contremuerunt omnia ossa mea. Dixit iniústus ut delínquat in semetípso: * non est timor Dei ante óculos eius. 35:2 Quóniam dolóse egit in conspéctu eius: * ut inveniátur iníquitas eius ad ódium. 35:3 Verba oris eius iníquitas, et dolus: * nóluit intellígere ut bene ágeret. 35:4 Iniquitátem meditátus est in cubíli suo: * ástitit omni viæ non bonæ, malítiam autem non odívit. 35:5 Dómine, in cælo misericórdia tua: * et vé- ritas tua usque ad nubes. parecemos. 89:13 Quem avalia a força de vossa cólera, e mede a vossa ira com o temor que vos é devido? 89:14 Ensinai-nos a bem contar os nossos dias, para alcançarmos o saber do coração. 89:15 Voltai-vos, Senhor - quanto tempo tarda- reis? E sede propício a vossos servos. 89:16 Cumulai-vos desde a manhã com as vos- sas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida. 89:17 Consolai-nos tantos dias quantos nos afligistes, tantos anos quantos nós sofremos. 89:18 Manifestai vossa obra aos vossos servido- res, e a vossa glória aos seus filhos. 89:19 Que o beneplácito do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós. Favorecei as obras de nossas mãos. Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos. Omite-se o Glória Ant. Como cordeiro foi o Senhor levado ao sacrifício, sem abrir a boca. Salmo 35 [3] Ant. Tenho o coração despedaçado no peito; todos os meus ossos tremeram. A iniqüidade fala ao ímpio no seu coração; não existe o temor a Deus ante os seus olhos, 35:2 Porque ele se gloria de que sua culpa não será descoberta nem detestada por ninguém. 35:3 Suas palavras são más e enganosas; renun- ciou a proceder sabiamente e a fazer o bem. 35:4 Em seu leito ele medita o crime, anda pelo mau caminho, não detesta o mal. 35:5 Senhor, vossa bondade chega até os céus, vossa fidelidade se eleva até as nuvens. 33 35:6 Iustítia tua sicut montes Dei: * iudícia tua abýssus multa. 35:7 Hómines, et iuménta salvábis, Dómine: * quemádmodum multiplicásti misericórdiam tuam, Deus. 35:8 Fílii autem hóminum, * in tégmine alárum tuárum sperábunt. 35:9 Inebriabúntur ab ubertáte domus tuæ: * et torrénte voluptátis tuæ potábis eos. 35:10 Quóniam apud te est fons vitæ: * et in lúmine tuo vidébimus lumen. 35:11 Præténde misericórdiam tuam sciéntibus te, * et iustítiam tuam his, qui recto sunt corde. 35:12 Non véniat mihi pes supérbiæ: * et manus peccatóris non móveat me. 35:13 Ibi cecidérunt qui operántur iniquitátem: * expúlsi sunt, nec potuérunt stare. Glória omittitur Ant. Contritum est * cor meum in medio mei, contremuerunt omnia ossa mea. Canticum Moysis [4] (Canticum Moysis * Exod. 15:1-22) Ant. Exhortatus es * in virtute tua, et in refec- tione sancta tua, Domine. Cantémus Dómino: glorióse enim magnifi-cátus est, * equum et ascensórem deiécit in mare. 15:2 Fortitúdo mea, et laus mea Dóminus, * et factus est mihi in salútem. 15:3 Iste Deus meus, et glorificábo eum: * Deus patris mei, et exaltábo eum. 15:4 Dóminus quasi vir pugnátor, Omnípotens 35:6 Vossa justiça é semelhante às montanhas de Deus, vossos juízos são profundos como o mar. 35:7 Vós protegeis, Senhor, os homens como os animais. Como é preciosa a vossa bondade, ó Deus! 35:8 À sombra de vossas asas se refugiam os filhos dos homens. 35:9 Eles se saciam da abundância de vossa casa, e lhes dais de beber das torrentes de vos- sas delícias, 35:10. porque em vós está a fonte da vida, e é na vossa luz que vemos a luz. 35:11 Continuai a dar vossa bondade aos que vos honram, e a vossa justiça aos retos de co- ração. 35:12 Não me calque o pé do orgulhoso, não me faça fugir a mão do pecador. 35:13 Eis que caíram os fautores da iniqüidade, foram prostrados para não mais se erguer. Omite-se o Glória Ant. Tenho o coração despedaçado no peito; todos os meus ossos tremeram. Cântico de Moises [4] (Ex XV, 1-11) Ant. Com a vossa força, Vós ordenastes, Se- nhor, e com o vosso santo poder. Cantarei ao Senhor, porque ele manifestou sua glória. Precipitou no mar cavalos e cavaleiros. 15:2 O Senhor é a minha força e o objeto do meu cântico; foi ele quem me salvou. 15:3 Ele é o meu Deus – eu o celebrarei; o Deus de meu pai – eu o exaltarei. 15:4 O Senhor é o herói dos combates, seu 34 nomen eius. * Currus Pharaónis et exércitum eius proiécit in mare. 15:5 Elécti príncipes eius submérsi sunt in Mari Rubro: * abýssi operuérunt eos, descendérunt in profúndum quasi lapis. 15:6 Déxtera tua, Dómine, magnificáta est in fortitúdine: déxtera tua, Dómine, percússit ini- mícum. * Et in multitúdine glóriæ tuæ deposu- ísti adversários tuos: 15:7 Misísti iram tuam, quæ devorávit eos sicut stípulam. * Et in spíritu furóris tui congregátæ sunt aquæ: 15:8 Stetit unda fluens, * congregátæ sunt abýssi in médio mari. 15:9 Dixit inimícus: Pérsequar et comprehén- dam, * dívidam spólia, implébitur ánima mea: 15:10 Evaginábo gládium meum, * interfíciet eos manus mea. 15:11 Flavit spíritus tuus, et opéruit eos mare: * submérsi sunt quasi plumbum in aquis veheméntibus. 15:12 Quis símilis tui in fórtibus, Dómine? * quis símilis tui, magníficus in sanctitáte, terríbi- lis atque laudábilis, fáciens mirabília? 15:13 Extendísti manum tuam, et devorávit eos terra. * Dux fuísti in misericórdia tua pópulo quem redemísti: 15:14 Et portásti eum in fortitúdine tua, * ad habitáculum sanctum tuum. 15:15 Ascendérunt pópuli, et iráti sunt: * doló- res obtinuérunt habitatóres Philísthiim. 15:16 Tunc conturbáti sunt príncipes Edom, robústos Moab obtínuit tremor: * obriguérunt omnes habitatóres Chánaan. 15:17 Irruat super eos formído et pavor, * in magnitúdine bráchii tui: nome é Javé. Lançou no mar os carros do faraó e o seu exército. 15:5 a elite de seus combatentes afogou-se no mar Vermelho; o abismo os cobriu; afundaram- se nas águas como pedra. 15:6 A vossa (mão) direita, ó Senhor, manifes- tou sua força. Vossa direita aniquilou o inimigo. Por vossa soberana majestade derrotais vossos adversários. 15:7 Desencadeais vossa cólera, e ela os conso- me como palha. Ao sopro de vosso furor amon- toaram-se as águas. 15:8 Levantaram-se as ondas como muralha, solidificaram-se as vagas no coração do mar. 15:9 Dizia o inimigo: perseguirei, alcançarei, repartirei o despojo, satisfarei meu desejo de vingança. 15:10 Desembainharei a espada, minha mão os destruirá. 15:11 Ao sopro de vosso hálito o mar os sepul- tou; submergiram como chumbo na vastidão das águas. 15:12 Quem entre os deuses é semelhante a vós, Senhor? Quem é semelhante a vós, glorioso por vossa santidade, temível por vossos feitos dig- nos de louvor, e que operais prodígios? 15:13 Apenas estendestes a mão, e a terra os tragou. Conduzistes com bondade esse povo, que libertastes; 15:14 E com vosso poder o guiastes à vossa mo- rada santa. 15:15 Ao ouvir isso, estremeceram os povos. Um pavor imenso apoderou-se dos filisteus; 15:16 Os chefes de Edom ficaram aterrados; a angústia tomou conta dos valentes de Moab; tremeram de medo todos os habitantes de Ca- 35 15:18 Fiant immóbiles quasi lapis, donec per- tránseat pópulus tuus, Dómine, * donec per- tránseat pópulus tuus iste, quem possedísti. 15:19 Introdúces eos, et plantábis in monte he- reditátis tuæ, * firmíssimo habitáculo tuo quod operátus es, Dómine: 15:20 Sanctuárium tuum, Dómine, quod fir- mavérunt manus tuæ. * Dóminus regnábit in ætérnum et ultra. 15:21 Ingréssus est enim eques Phárao cum cúrribus et equítibus eius in mare: * et redúxit super eos Dóminus aquas maris: 15:22 Fílii autem Israël ambulavérunt per sic- cum * in médio eius. Glória omittitur Ant. Exhortatus es * in virtute tua, et in refec- tione sancta tua, Domine. Psalmus 146 [5] Ant. Oblatus est * quia ipse voluit, et peccata nostra ipse portavit. Laudáte Dóminum quóniam bonus est psal-mus: * Deo nostro sit iucúnda, decóraque laudátio. 146:2 Ædíficans Ierúsalem Dóminus: * disper- siónes Israélis congregábit. 146:3 Qui sanat
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