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Filosofia Aula 9 Revisão AV2 - AURA

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REVISÃO DE CONTEÚDO PARA AV2
1.1 O que é filosofia e sua importância
O termo Filosofia é composto por duas palavras gregas: Filos, que significa amor, amante, amizade, e Sofia, que é traduzida como sabedoria ou conhecimento, saber. Atribui-se a Pitágoras de Samos (571 a.C. – 496 a.C.) que a invenção da palavra. Pítagoras foi solicitado por um rei a demonstrar seu saber, disse-lhe que não era sábio, mas filósofo, isto é, amigo da sabedoria. 
Aristóteles afirmou que foi Tales de Mileto (professor de Pitágoras), no séc. VI a.C., o iniciador do pensamento filosófico-científico.
O que é esse pensamento filosófico-científico?
O pensamento filosófico-científico representa uma ruptura radical com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade.
A filosofia nasce da insatisfação com o tipo de explicação do real que encontramos no pensamento mítico. O mito é uma forma pelo qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive: Origem das Universo, como a natureza funciona e seus processos naturais, origens deste povo e seus valores básicos. Esses mitos não são construídos somente por um autor, mas é parte da tradição cultural de um povo. O mito configura a própria visão de mundo dos indivíduos, e de como eles vivenciam a realidade.
O pensamento filosófico surge e faz uma ruptura radical com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade. A realidade das coisas seria explicada pela própria natureza (Marcondes, 1997).
Mito
A religião grega foi politeísta (por ser constituída por muitos deuses) e nessa concepção os deuses têm características humanas. Suas ações são bem contextualizadas e difundidas através dos mitos. Em outros termos, mito, é o relato de uma história verdadeira, ocorrida nos tempos dos princípios, quando com a interferência de entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade total, o universo, ou tão somente um fragmento da realidade, um monte, uma pedra, uma ilha, uma espécie animal ou vegetal, um comportamento humano. Mito é, pois, a narrativa de uma criação: conta-nos de que modo algo, que não era, começou a ser. De outro lado, o mito é sempre uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo. O termo mito é originário de o verbo grego contar. Resumindo, o mito é a tentativa de explicação da realidade através de histórias muitas vezes exageradas sobre forças antagônicas e rivais
O mito de Pandora por exemplo, ilustra a vivacidade do homem e sua curiosidade, mas também demonstra a origem do mal para os gregos. Essa é a explicação mitológica, onde se percebe claramente aspectos místicos e religiosos que são à base dos mitos. Os mitos ocorrem ainda hoje, com outras funções e outros aspectos, utilizados muitas vezes pela mídia ou pela ideologia dominante. 
O conceito de Deus e um conceito metafisico, assim como liberdade e a verdade, uma vez que, são conceitos diferentes de dureza ou maciez, esses podem ser vistos ou tocados, enquanto o conceito de Deus, liberdade e verdade pura, só podem ser imaginados.
Os pré-socráticos
Os primeiros filósofos recebem a denominação de pré-socráticos, em outras palavras, são aqueles homens que iniciam a atividade reflexiva antes dos questionamentos de Sócrates. Esta denominação tanto serve para determinar o período filosófico como também para marcar o tipo de pensamento encontrado nesta época. São características deste momento:
→ A compreensão da natureza, da origem do mundo e de todas as coisas. A tentativa de explicar o mundo através da cosmologia (Ciência que estuda a estrutura, evolução e composição do universo);
→ A negação do mito, ou seja, da cosmogonia (cosmogonia é um relato, mítico, que explica a criação e a ordem do universo e, ao mesmo tempo, o surgimento dos seres humanos). 
O mito é traço marcante da cultura e base de todo o conhecimento. Abandonar o mito é atividade questionável e penosa, pois, colocava em jogo a racionalidade humana frente à religiosidade humana;
→ Explicação racional do mundo;
→ Solução dos problemas entre realidade e a aparência, ou seja, entre o mundo e Deus. 
Segundo a tradição histórica, nessa fase inaugural da filosofia grega, os pré-socráticos buscavam um principio (arkhé), uma explicação racional (logos) do mundo e da natureza (physis). 
Principais filósofos pré-socráticos
Concentram-se basicamente em duas questões: 
1. Qual é a origem, a matéria ou principio da Natureza? Dependendo das escolas, haverá diferentes respostas: fogo, água, ápeiron, etc. 
2. Qual é a autêntica realidade? O que nos oferece os sentidos ou o que oferece a razão?
Escola Jônica: Tales, Anaximandro, Anaxímenes
Escola Pitagórica: Pitágoras e Filolau
Escola Eleata: Parmênides, Heráclides e Zenão
Escola da Pluralidade: Empédocles, Anaxágoras de Clausomêna e os Atomistas
Objetos de estudo da Filosofia
No passado a filosofia estudava tudo que existe no mundo, sempre fazendo uso da razão e da analise empírica. Com o passar do tempo, esses estudos foram se tornando cada vez mais específicos e complexos. Na contemporaneidade estão divididos em diversas disciplinas, como física, química, medicina, antropologia, psicologia, teologia, matemática, direito, biologia, engenharias, entre outros.
filosofia é a indagação sobre a existência e os grandes questionamentos do homem, sobre a verdade, a justiça, o conhecimento, a mente, a política, valores estéticos e morais, a linguagem.
A filosofia não possui um método científico, como as outras ciências, alguns pesquisadores vão dizer que o método filosófico é o dialético, o da discussão, do debate, mas a filosofia está além disso, existem filósofos que podem fazer uso do método racional, outros usando da lógica e tendo como base o conhecimento convencionado da ciência.
RESUMINDO: O objetivo da filosofia é estudar e compreender as questões básicas e fundamentais relacionadas à natureza da existência humana. Então abrange falar da moral, do conhecimento, da estética, da mente e do universo em geral. O propósito de estudar essas questões é a busca de uma maior percepção da realidade e de como o homem se relaciona com o mundo. Diferentemente da religião e da mitologia, a filosofia se faz através da argumentação racional. Entretanto, não chega a ser considerada ciência, já que não usa procedimentos empíricos em seus estudos.
Três tipos de conhecimento: Científico, religioso e filosófico
Áreas da Filosofia:
Lógica: Aborda os princípios do raciocínio, suas capacidades, seus limites, erros e maneiras exatas de expressão.
Ética: investiga a conduta ideal, regras e teorias que a governam.
Política: determinar a conduta ideal do Estado, partindo para uma ética social. Procura definir quais são o caráter, a natureza e os alvos do governo. É o estudo do governo ideal.
Estética: Filosofia das belas artes: a música, a escultura e a pintura. Definição de beleza.
Metafísica: Estudo das coisas que ultrapassam as elementos físicos.
Epistemologia/Filosofia da Ciência: Estuda o conhecimento em sua natureza, origem, limites, possibilidades, métodos, objetos e objetivos.
História da Filosofia: Estuda o pensamento filosófico em seu desenvolvimento diacrônico, isto é, a sucessão temporal das ideias filosóficas ao longo da história, exigindo o mesmo rigor desta ciência nos métodos, a fim de reconstituir a sequência da filosofia.
A Filosofia foi a maior criação dos gregos, e esse saber integra o fundamento de todo o pensamento ocidental, influenciando nações inteiras até a contemporaneidade. Ao contrário da maioria dos outros povos da Antiguidade, que se limitavam a buscar compreender o mundo através de mitos e deuses, os gregos, com seu raciocínio especulativo e crítico, tencionavam explicar, de maneira racional, a natureza e o homem. Ao longo da história grega, inúmeras escolas filosóficas, cada uma delas com uma metodologia e objetos de estudo diferenciados, surgiram na Península Balcânica. 
Essas escolas de filosofia iniciaram sua busca pela verdade ao questionar o cosmo e a natureza. Talesbuscou descobrir o elemento físico responsável pela criação da Natureza, Heráclito foi o primeiro filósofo a constatar a importância do movimento do Universo, e Pitágoras falava que o número era a essência do Universo.
A característica básica da cultura e do pensamento grego nos séculos V e IV a.C. foi o pensamento sobre o homem ou humanismo, a preocupação com a valorização do homem. Os filósofos se interessavam no homem, em sua cultura e conhecimento, moralidade e direitos. 
A filosofia grega passou a se preocupar fundamentalmente com o homem; é o caso, por exemplo, dos sofistas. Esses filósofos eram, acima de tudo, professores.
As causas da mudança de pensamento foram várias, podemos ver algumas:
a vitória dos gregos sobre os persas comprovou que um grupo menor, mas composto de pessoas cultas e instruídas, poderia derrotar um exercito numeroso e desorganizado, constituído de bárbaros.
o contato com outros povos, costumes e culturas foi um dos grandes fatores de mudança. 
A democracia ateniense era diferente de hoje nas sociedades ocidentais que prevalece a democracia exercida através de representantes. No tempo de Péricles, os cidadãos se reuniam no Ágora (praça) para conduzir os assuntos da Polis. Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na medida em que somente um décimo da população participava do mundo político ateniense.
As decisões aí tomadas representavam a palavra final nos tratados, na economia, na justiça, nas obras públicas, na paz e na guerra, ou seja, em todas as atividades administrativas. Essas reuniões eram cotidianas e todos tinham o direito de fazer uso da palavra. Por isso, a oratória tornou-se indispensável para o convencimento dos cidadãos. 
O “Ágora” era o espaço geográfico do poder, ali imperava o Logos (a palavra). A democracia ateniense, à vista disso, criou os demagogos (“demos”: povo; “gogos”: condutor), líderes que buscavam persuadir e seduzir politicamente a população. Os demagogos tinham como mestres os sofistas, os primeiros professores pagos na história da humanidade. Eles ensinavam os jovens a governar e o caminho para isso era pela oratória. 
Esses professores eram itinerantes que percorriam as cidades ensinando, mediante pagamento, a arte da retórica para as pessoas interessadas. O principal propósito de seus ensinamentos era ingressar o cidadão na vida política. Tudo o que temos dos sofistas são fragmentos e citações e, por essa razão, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. O que se tem de mais importante a respeito deles foi o que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles.
Os gregos acreditavam que suas cidades tinham recebido suas leis de alguma divindade, que protegia a cidade. Acreditavam também que a felicidade compreendia em conformar suas vidas a essas leis, aceitas como divinas e eternas. Os sofistas questionaram e abalaram tal crença. 
Eles eram chamados de sofistas, termo que originalmente significava “sábios”, mas que adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, principalmente por conta das definições de Aristóteles e Platão. Aristóteles, por exemplo, definiu a sofística como "a sabedoria aparente mas não real”. No pensamento de Aristóteles, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos, em outras palavras, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o lugar e o tempo em que o homem está inserido.
A sofística, escola filosófica que nasceu em Atenas, defendia o “mundo da realidade” e o relativismo do conhecimento, isto é, a verdade é aquilo que é útil para a tomada e a manutenção do poder e para a ação humana. 
Protágoras, o maior dos sofistas, refere-se a essa postura ao afirmar que “o homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são e das que não são enquanto não são”. Esse pragmatismo, aparentemente nocivo ao saber filosófico, tem atributo político de defender a sociedade democrática, na qual prevalece a pluralidade de opiniões. Na verdade, a crença numa verdade absoluta sempre traz consigo a proposta de um Estado autoritário que imponha essa verdade. A democracia ateniense, formada na ação de todos, impossibilitava a criação de estruturas partidárias elitistas e concentradoras da autoridade. Os sofistas não foram diretamente responsáveis pela democracia ateniense, mas suas contribuições culturais e psicológicas promoveram-na.
Os sofistas eram relativistas também em termos de valores e princípios. POR EXEMPLO: O QUE É O BOM o “bom” é aquilo que satisfaz os instintos e paixões da pessoa. A crença em princípios absolutos e imutáveis baseados num código ético é considerada, pelos sofistas, como sendo um impedimento. Eles acreditavam que tais princípios absolutos e códigos de ética precisavam ser removidos. O “bom” torna-se relativo.
Os jovens cobiçavam na época a carreira política. A técnica dos sofistas de ensinar era a oratória. Eles ensinavam seus alunos a falar com eloquência usando técnicas da retórica para alcançar objetivos persuadindo pessoas. Os sofistas tinham grande conhecimento de quais palavras tinham o poder de agradar, impressionar ou persuadir o público. Por certo, os sofistas tinham um grande domínio da linguagem. Eles diziam poder achar argumentos para provar qualquer posição. 
Se orgulhavam de sua habilidade de fazer com que a pior razão parecesse ser a melhor e de “provar” que o falso é verdadeiro. Mas este conceito sofista de valorizar a diversidade de opiniões e formas de se enxergar a realidade foi muito importante para o desenvolvimento da democracia, pois foi o que permitiu que opiniões minoritárias e até desagradáveis fossem ouvidas na assembleia de Atenas.
Alguns sofistas, como Górgias, afirmavam que não era necessário possuir qualquer conhecimento sobre algum assunto para poder dar uma resposta satisfatória a respeito dele. Dessa maneira, alguns sofistas respondiam imediatamente a qualquer pergunta, sem considerá-las cuidadosamente. Através de táticas retóricas, eles tentavam confundir seus oponentes; e, se isto não fosse o suficiente, tentavam derrotá-los através de barulho e violência. Os sofistas ensinavam seus alunos a vencer qualquer debate, a enganar; era mais importante ser esperto do que sincero. Os ensinamentos sofistas ignoravam a ética e a justiça e abriam o caminho para todas as formas de enganação.
Essas ideias atraíam os jovens de Atenas, que por tantas vezes almejavam cargos políticos. Isto explica o motivo de os sofistas terem sido tão populares. Sofistas como Protágoras eram admirados; eles frequentavam os lares dos mais nobres atenienses.
Vale ressaltar que os ensinamentos dos sofistas eram práticos, não éticos. Focavam e valorizaram a retórica, não a virtude. O conhecimento que a gente tem hoje a respeito dos sofistas advém principalmente dos escritos de seus oponentes, principalmente de Platão e Aristóteles. 
O termo “sofista” não corresponde a uma escola filosófica e sim a uma prática. Mesmo assim, podemos enumerar algumas características do discurso dos sofistas:
Oposição entre natureza e cultura: Os sofistas diziam que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado pela cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, as pessoas precisam da alimentação para continuarem vivas.
Na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, 
Na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado.
Foi em meio aos sofistas que surgiu Sócrates, o primeiro dos grandes filósofos gregos. Sócrates combateu a filosofia dos sofistas, porque acreditava ser possível conhecer a verdadeabsoluta. Ele pensava na existência dos valores absolutos, sagrados e invioláveis, baseados na razão, e não em paixões desenfreadas. Seu método se dividia, fundamentalmente, em duas etapas: a “ironia”, que consistia em destruir os preconceitos, e a “maiêutica” (“parto das ideias”), ou seja, a ideia de que a partir da eliminação dos falsos conceitos, a verdade surgiria da própria Razão humana. Ao contrário do que os sofistas faziam, Sócrates se preocupou com a formação do homem, por isso ele discutia as grandes virtudes. Sócrates não deixou nada por escrito; suas ideias chegaram até a contemporaneidade por meio das obras de seus discípulos. O pensamento de Sócrates é uma referência, uma divisão na tradição filosófica e inaugura a filosofia clássica rompendo com a preocupação centralizada na formulação de doutrinas sobre a realidade natural que encontramos nos filósofos pré-socráticos. 
1.3 História da Filosofia
Fases da Filosofia:
Antiga
Medieval
Moderna
Contemporânea
▪Origem da filosofia
▪filósofos pré-socráticos
Período clássico
Final do helenismo (séc. IV-V) até o Renascentismo e o início do pensamento moderno (séc.XV-séc.XVI). 
Filosofia cristã e desenvolvimento da Escolástica
Período convencionalmente conhecido entre os séc.XVII-XIX.
Filosofia contemporânea nasce da crise do pensamento moderno no séc.XIX. Surgimento de várias correntes teóricas.
Sócrates
Platão
Aristóteles
SANTO AGOSTINHO
A Ética de S. Agostinho retoma - em suas grandes linhas – o pensamento ético de Platão, submetendo-o a um processo de cristianização. 
Para S. Agostinho, o Ser humano é uma alma que se serve de um corpo. "A purificação da alma, em Platão, e a sua ascensão libertadora até elevar-se contemplação das ideias, transforma-se em S. Agostinho na elevação ascética até Deus, que culmina no êxtase místico ou felicidade, que não pode ser alcançada neste mundo.
A vontade seria essencialmente criadora e livre, e nela tem raízes a possibilidade de o Ser humano afastar-se de Deus, isto é, aproximar-se do mal. Reside aqui a essência do pecado. E cujo único responsável seria o próprio livre arbítrio da vontade humana. 
Para que o Ser humano possa lutar eficazmente contra as tentações da concupiscência, é necessária a graça. "Sem ela o livre arbítrio pode distinguir o certo do errado, mas não pode tornar o bem um fato concreto.
Deus é a origem do mal?
Agostinho foi capaz de responder a um aspecto do problema do mal facilmente. Ele defendia que, embora tenha criado tudo o que existe, Deus não criou o mal porque o mal não é algo, mas a falta ou a deficiência de algo. Por exemplo, o mal padecido por um homem cego é a ausência de visão; o mal em um ladrão é a falta de honestidade. Agostinho tomou emprestado esse modo de pensar de Platão e seus seguidores.
Mas Agostinho precisa explicar por que Deus teria criado o mundo de tal maneira a permitir que existissem tais males ou deficiências naturais e morais. Sua resposta girou em torno da ideia de que os humanos são seres racionais. Ele argumentou que, para que Deus criasse criaturas racionais, como os seres humanos, tinha de lhes dar o livre-arbítrio.
O livre-arbítrio é a capacidade de escolha autónoma realizada pela vontade humana. O livre-arbítrio também pode estar associado a uma crença religiosa que defende que a pessoa tem o poder de decidir as suas ações e pensamentos segundo o seu próprio desejo, crença e/ou valores da vida depois da morte.
Fonte: Wikipedia
Ter livre-arbítrio significa ser capaz de escolher – inclusive escolher entre o bem e o mal. Por essa razão, Deus deixou aberta a possibilidade de que o primeiro homem, Adão, escolhesse o mal em vez do bem.
Agostinho explica que Deus criou o mundo do nada, e isso é um pensamento bíblico. Os gregos inclinavam-se mais para a ideia de que o mundo existira sempre. Mas, segundo Agostinho, antes de Deus ter criado o mundo, as “ideias” existiam no pensamento de Deus. Ele atribuiu às ideias eternas a Deus e salvou deste modo à concepção platônica da ideia eterna.
Segundo Agostinho, toda a geração humana foi condenada após o pecado original. Apesar disso, Deus decidiu que alguns homens deviam ser poupados da condenação eterna.
A Teoria da Iluminação Divina
Agostinho também elaborou a Teoria da Iluminação Divina, por meio da qual afirmava que todo conhecimento verdadeiro é o resultado de uma iluminação proveniente de Deus. Para ele, existem dois tipos de conhecimentos:
o sensível
o divino
O conhecimento sensível → se dá pelos sentidos ou raciocínio indutivo, e é acessível a qualquer ser humano. 
Exemplo: percepção das cores, tato, olfato, sons, paladar, etc.
O conhecimento divino → Por outro lado, as verdades eternas pertencem a um plano imaterial e só podem ser obtidas através da iluminação de Deus à razão e ao intelecto do ser humano; de acordo com essa teoria, Deus é o detentor das verdades absolutas.
Resumindo: Para Agostinho o mal não existe, apenas é a ausência do bem, por isso Deus não criou e nem está no mal. Ele acaba existindo porque os homens não souberam usar o livre-arbítrio.
Filosofia medieval (do século VIII ao século XIV)
A Escolástica surgiu na época que pode ser compreendida como o ápice da cristandade. Foi no período medieval que o cristianismo alcançou uma estabilidade institucional e intelectual que não é comparável à de nenhuma outra época. Apesar de a Escolástica ser considerada uma escola de pensamento, se olharmos com exatidão, veremos que ela não é. Na verdade, o escolasticismo é um método filosófico que foi extremamente utilizado e aprimorado nas universidades da Idade Média. A Escolástica pretendeu, sob grande influência do platonismo e principalmente do aristotelismo, a responder às diversas questões que a fé cristã suscita.
A filosofia medieval abrange pensadores europeus, árabes e judeus. É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava Cruzadas à Terra Santa e criava, à volta das catedrais, as primeiras universidades ou escolas. 
Entre as grandes obras do período, podemos destacar as “Questões disputadas sobre a alma e Questão disputada sobre as criaturas espirituais” de Tomás de Aquino. Tomás de Aquino foi um dos principais pensadores da Escolástica. Foi ele que, na esteira dos comentários produzidos pela filosofia árabe da época, “batizou” o pensamento do filósofo grego Aristóteles.
Características do Método Escolástico
O método escolástico fundamentava-se, em dois gêneros de discussão filosófica, chamados Lectio e Disputatio.
A Escolástica foi um período especialmente livresco, ou seja, um período completamente dado ao estudo e à leitura. O mestre levava seus alunos a fazerem primeiramente a Lectio do texto, em seguida a Cursorie e, por fim, a Expositio propriamente dita.
Esta última consistia fundamentalmente na observação e análise da construção gramatical (Littera); em seguida, do sentido imediato (Sensus); e, por último, do sentido doutrinal do texto (Sententia).
A Sententia abrangia três tipos de interpretação, que eram a histórica, a alegórica e a sacra.
Em suma, a Disputatio consistia em submeter certos temas a debate, do que poderia resultar uma Questio. Em Santo Tomás, este gênero se desenvolve como uma reunião de artigos, por sua vez estruturados conforme o esquema: argumentos iniciais, sed contra, corpo da resposta e objeções aos argumentos iniciais.
Um dos temas mais constantes da escolástica são as provas da existência de Deus e da alma, isto é, demonstrações racionais da existência do infinito criador e do espírito humano imortal.
O Renascimento 
foi um movimento artístico, cultural e científico que surgiu na Itália, no século XV e se expandiu para outras regiões da Europa, trazendo renovação nas áreas de filosofia, política, economia, cultura, artes, ciência. Representando uma das principais mudanças de mentalidade na história da humanidade, caracterizando-se pelas transformações de ideias em relação aos pensamentos expressos na Idade Média. 
Ele surge em uma época de importantes transformações nomodo de interpretar o mundo, atingindo o seu ápice no século XVI. A visão teocêntrica onde Deus estava no centro da existência estava dando lugar ao pensamento antropocêntrico, que percebia o homem como figura central do universo. Esse movimento ficou conhecido também como renascença ou renascentismo, caracterizado por estabelecer princípios, métodos e formas artísticas com características da arte clássica da cultura greco-romana. 
 criação de Adão, obra pintada na Capela por Michelangelo. Umas maiores obras renascentistas (Foto: Wikipedia)
No Renascimento, encontramos as bases definidoras do intelectualismo: 
1) surgimento de academias laicas e livres, paralelas às universidades confessionais, onde predominavam as versões cristianizadas do pensamento de Platão, Aristóteles, Plotino e dos Estoicos e as discussões sobre as relações entre fé e razão, formando clérigos e teólogos encarregados da defesa das ideias eclesiásticas; as academias redescobrem outras fontes do pensamento antigo, se interessam pela elaboração de conhecimentos sem vínculos diretos com a teologia e a religião, incentivam as ciências e as artes; 
2) a preferência pelas discussões em torno da separação entre fé e razão, natureza e religião, política e Igreja. Julgou-se que os fenômenos naturais podem e devem ser explicados por eles mesmos, sem recorrer à continua intervenção divina e sem submetê-los aos dogmas cristãos (como, por exemplo, o geocentrismo, com a Terra imóvel no centro do universo); defendeu-se a ideia de que a observação, a experimentação, as hipóteses lógico-racionais, os cálculos matemáticos e os princípios geométricos são os instrumentos fundamentais para a compreensão dos fenômenos naturais, pensadores como Bruno, Copérnico e Leonardo da Vinci foram os expoentes dessa posição. Desenvolveu-se, tendências que a ortodoxia religiosa bloqueara durante a Idade Média, por exemplo, o naturalismo (coisas e homens, enquanto seres naturais, operam segundo princípios naturais e não por decretos divinos providenciais e secretos); 
3) interesse pela ciência ativa ou prática em lugar do saber contemplativo, isto é, crença na capacidade do conhecimento racional para transformar a realidade natural e política, donde o interesse pelo desenvolvimento das técnicas.
4) alteração da perspectiva da fundamentação do saber, passando da visão teocêntrica (Deus como centro, principio, meio e fim do real) para a naturalista e para a humanista. Aqui, duas grandes linhas se desenvolvem: de um lado, a discussão sobre a essência da alma humana como racional e passional, de sua força e de seus limites, conduzindo àquilo que, mais tarde, seria conhecido como o Sujeito do Conhecimento ou a Subjetividade, que, no Renascimento, ainda se encontra mais próxima de uma "psicologia da alma" e de uma moral, enquanto na filosofia moderna esteve mais voltada para a Epistemologia; e, de outro lado, a discussão em torno dos fundamentos naturais e humanos da política. Nesta, três linhas principais se desenvolvem. A primeira, vinda dos populistas e conciliaristas medievais e da história patriótica e republicana das cidades italianas, encontra seu ponto mais alto e controvertido em Maquiavel que, além de desmontar as concepções clássicas e cristãs sobre o "bom governante virtuoso" e de uma origem divina, ou natural ou racional do poder, funda o poder na divisão originária da sociedade entre os Grandes (que querem oprimir e comandar) e o Povo (que não quer ser oprimido nem comandado), a Lei sendo a criação simbólica da unidade social pela ação política e pela lógica da ação (e não pela força, como se costuma supor). 
Na segunda linha, a discussão se volta para a crítica do presente pela elaboração de uma outra sociedade possível-impossível, justa, livre, igualitária, racional. A terceira linha discute a política a partir dos conceito de direito natural e direito civil (linha que irá predominar entre os modernos), das causas das diferenças entre os regimes políticos e as formas da soberania, sendo seus expoentes Pasquier, Bodin, Grócio. Nas três linhas, encontramos a preocupação com a história, seja como prova de que outra sociedade é possível, seja como exame dos erros cometidos por outros regimes, seja como exemplo do que pode ser imitado ou conservado.
A Reforma destrói a crença da unidade da fé cristã, dos dogmas e cerimônias, e sobretudo da autoridade religiosa: questionou-se a autoridade papal e episcopal, o privilégio de somente alguns poderem ler e interpretar os livros Sagrados, questionou-se que Deus tenha investido o papado do direito de ungir e coroar reis e imperadores, os dogmas e ritos (como a missa e até mesmo o batismo). O mundo cristão europeu racha de alto a baixo em novas ortodoxias (luteranismo, calvinismo, anglicanismo, puritanismo, independentes) e em novas heterodoxias (anabatistas, menonitas, quakers, os "cristãos sem igreja"). As lutas religiosas não ocorrem apenas entre católicos e reformados, mas também entre estes últimos e particularmente entre eles e as pequenas seitas radicais e libertárias que serão frequentemente dizimadas, com violência descomunal.
Modificou-se a forma de ler e interpretar a Bíblia, e a relação entre religião e política: todos devem ter o direito de ler a Bíblia e nela Deus não declarou que a monarquia é o melhor dos regimes políticos. Dois resultados culturais decorrem dessa nova atitude: por um lado, o desenvolvimento de escolas protestantes para alfabetização dos fiéis, para que possam ler a Bíblia e escrever sobre suas próprias experiências religiosas, divulgando a nova e verdadeira fé (a panfletagem será uma das marcas características da Reforma, que produziu uma população alfabetizada); por outro lado, na fase inicial do protestantismo (que seria suplantada quando algumas seitas triunfassem e se tornassem dominantes), a defesa da ideia de comunidade, de república popular ou aristocrática e do direito político à resistência, isto é, da desobediência civil face ao papado e aos reis e imperadores católicos.
FILOSOFIA MODERNA

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