Buscar

Cirurgia - Complicações cirúrgicas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
Complicações cirúrgicas 
Aspectos gerais 
• Custo para o hospital; 
• Restrições de trabalho, sequelas: afastamento. O 
paciente é internado para uma coisa, mas acaba 
ficando mais tempo, o que gera um estresse para o 
médico, família e para o próprio paciente. 
• Ruptura do equilíbrio familiar; 
• Estresse (o que aconteceu, por que aconteceu?): 
pacientes, empregadores, cirurgiões. 
Existem coisas que podem ser feitas para tentar 
prevenir ou detectar precocemente pensando no 
tratamento: 
❖ Avaliação pré-operatória: Risco cirúrgico; estado 
nutricional; comorbidades; tipo de cirurgia; 
momento ideal. 
❖ Intra-operatória: Suavidade; dissecção 
meticulosa; respeito aos tempos cirúrgicos; 
anestesia. 
❖ Pós-operatório: Monitorização; detecção precoce; 
resposta imediata. 
 
• *Se possível fazer suplemento, principalmente se o 
paciente estiver caquético, com grande perda de 
peso, que tem um câncer colorretal ou de estômago. 
Pois, isso pode dar problema depois na operação. 
• * Tentar compensar o paciente diabético e ficar 
atento as demais comorbidades para saber a quem 
encaminhar antes da cirurgia. 
• *Saber o tipo e os passos da cirurgia. 
• *Ex.: Um idoso de 90 anos com uma bola no pescoço 
não é indicado fazer cirurgia logo (em tempos de 
covid, p. ex.), a não ser que seja câncer. 
• *Monitorização para detecção e resposta imediata 
a qualquer situação que surgir. 
Complicações da ferida cirúrgica 
SEROMA 
• É o mais comum de se encontrar. Não acumula em 
todas as cirurgias, mas pode acumular. 
• Coleção de gordura liquefeita, soro e líquido 
linfático. 
• Retalhos subcutâneos grandes. Quando precisa 
ressecar o subcutâneo demais. No subcutâneo tem 
muita gordura que acaba sendo queimada. Forma uma 
mistura de gordura e exsudato do paciente e isso 
se acumula formando um abaulamento. 
• Edema localizado e circunscrito que não dói e não 
tem hiperemia. A punção é a melhor conduta, nele 
vem um líquido citrino, amarelado, sem secreção 
purulenta na maioria das vezes. Em geral, se faz a 
punção no local da incisão, pois nesse local foi 
cortada a terminação nervosa, então não dói. 
• Prevenção: drenos de sucção. 
• Complicação: Eventualmente pode acontecer 
infecção por alguma bactéria que ficou na ferida. 
Seroma infectado → drenagem e ATB. 
• Tratamento: drenagem. Se puncionar e o líquido 
vier sem secreção purulenta, sem infecção, a 
punção resolve, eventualmente pode precisar de uma 
segunda drenagem. Mas normalmente drenando e 
fazendo um curativo mais compressivo (diminuir o 
espaço que fica entre a pele e a musculatura), já 
resolve. 
 
A infecção de sítio cirúrgico não leva a formação 
dessa “bolsinha de água”, já no caso do seroma 
infectado sim. O paciente chega contando que formou 
uma bolsa de água, sentindo o líquido ao toque e que 
depois começou uma hiperemia em volta e começou a 
doer. Seroma infectado pode virar uma infecção de 
sítio cirúrgico, nesse caso o paciente já vai começar 
com hiperemia, dor, edema. Já não é mais de líquido - 
bolha de água; é um edema mais endurecido a palpação. 
Se for um seroma pequeno, o corpo pode conseguir 
reabsorver, mas se for grande, pode demorar para 
absorver, podendo atrapalhar a cicatrização e 
precisando fazer uma retração maior ou com sobra de 
pele. Nesse caso pode até precisar de uma nova 
cirurgia para corrigir a cicatriz. 
HEMATOMA 
• Bem comum no dia-a-dia; 
• Coleção anormal de sangue, geralmente subcutâneo 
(mas pode ter hematoma de planos profundos) de 
uma incisão recente ou em um espaço potencial na 
cavidade abdominal após exérese de um órgão. 
• Potencial para infecções secundárias (> seroma). 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
• Hemostasia, depleção de fatores de coagulação e 
coagulopatia; medicamentos. Na grande maioria das 
vezes isso está relacionado com o procedimento 
cirúrgico se o paciente não tinha nenhuma 
coagulopatia prévia a princípio. Pode ser algum vaso 
que ficou sangrando e o cirurgião não conseguiu ver 
ou alguma ligadura que soltou. Quando faz a 
anestesia, a pressão baixa um pouco, quando o 
paciente acorda da anestesia, a pressão tende a 
voltar ao normal. Esse aumento de pressão, se a 
sutura ficou frouxa, pode soltar e fazer um 
sangramento maior. Mas pode ser que o paciente 
tem um distúrbio de coagulação não sabido e que 
se descobre na hora da cirurgia. Medicamentos 
como AAS e clopidogrel, heparina também podem 
ser a causa. 
• Manifestações 
clínicas 
variadas. Pode 
ser só uma 
marca ou pode 
fazer um 
hematoma extenso (como na segunda imagem 
abaixo) que dissecam, pode fazer hematoma 
retoperitoneal (dor abdominal, desconforto, não 
evolui bem, começa a ter febre), hematoma na 
região cervical (desconforto respiratório). 
Eventualmente é preciso drenar o hematoma a beira 
leito porque não dá tempo. Eles também variam a 
depender do local da cirurgia. 
PREVENÇÃO 
❖ Correção de distúrbios de coagulação. 
❖ Suspensão de medicamentos. Ex.: suspender 
varfarina, colocar clexane, vitamina K, se o RNI 
estiver fora da faixa. 
❖ Hemostasia adequada intraoperatória. Tentar 
revisar a hemostasia o máximo possível. 
❖ Uso de hemostáticos, cola de fibrina se houver um 
sangramento que não se consegue controlar. 
❖ Drenagem de grandes espaços mortos para evitar, 
p. ex., compressão de alguma coisa pelo hematoma. 
TRATAMENTO 
❖ Individual. 
❖ Avaliação do local, expansão, fatores de 
coagulação, coagulograma. Ex.: se for no pescoço 
tem que fazer IOT, levar para o centro cirúrgico; se 
for abdominal vai voltar para o centro cirúrgico, 
revisar a hemostasia, esvaziar os coágulos e 
redrenar. Em alguns hematomas pequenos podem 
ser feita condutas expectantes, observação, 
compressa de água morna. Se é muito pequeno, às 
vezes, não vale a pena fazer algo ou abrir um ponto 
só e tentar drenar. 
❖ Lembrar que grandes hematomas consomem os 
fatores de coagulação, então, eventualmente, se o 
paciente tiver esse hematoma, deve-se fazer 
transfusão, plasma, pedir exames de sangue 
❖ Reoperação. 
DEISCÊNCIA DE FERIDA 
• Separação das camadas 
musculoaponeuróticas no 
início do pós-operatório. 
Musculoaponeuróticas quando 
se fala em abdome. Mas na 
imagem, que é mama, também é uma deiscência de 
ferida e não é músculo, é só subcutâneo e pele. Ela 
pode acontecer em qualquer cirurgia. 
• No abdome existe o risco de 
evisceração (abre a 
aponeurose e a pele – 
imagem), reoperação, 
infecção e hérnia incisional. 
Pode ter também eventração, 
que é quando o músculo afasta, mas a pele fica 
íntegra, então tem alça saindo para o subcutâneo 
sem exteriorizar. 
*Em caso de evisceração, o paciente vai para sala 
assim que ela é identificada. Normalmente coloca-se 
compressas úmidas para as alças não gerarem fístulas. 
Nesses casos também, o paciente perde mais líquido. 
❖ 7-10 dias. 
TRATAMENTO – ABDOME 
❖ Reoperação! Existem técnicas específicas para 
fechar a ferida operatória na reabordagem e o 
paciente vai ter sempre indicação de usar faixa. 
❖ Faixa abdominal. O ideal é que, se sabe que o 
paciente é gordinho, com estado nutricional não 
muito bom... esse paciente já sai da cirurgia usando 
a faixa. A faixa vai da costela até a pelve e que 
recobre toda barriga. Ela ajuda (p. ex., quando o 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
paciente vai levantar, momento de maior pressão 
intra-abdominal) a segurar. 
❖ “Bolsa de Bogotá” é usada quando não consegue 
fechar. 
FATORES ASSOCIADOS A DEISCÊNCIA 
 Erro técnico no fechamento: O fio multifilamentar 
tem maior risco de infeccionar a ferida. 
 Cirurgia de emergência: não houve tempo de 
preparar o paciente para o procedimento, não 
controlou o DM, a HAS... 
 Infecção intra-abdominal. 
 Idade avançada. Idosos têm a aponeurose já fraca. 
 Seroma, hematoma, infecção. 
 Pressão intra-abdominalelevada/tensão na ferida. 
 Obesidade; Desnutrição. 
 Uso crônico de corticoides. 
 Deiscência de ferida anterior. 
 Quimio/radioterapia. 
 Doença sistêmica (uremia, diabetes). 
INFECÇÃO DE FERIDA 
• Contaminação do local cirúrgico por 
microrganismos. 
• Fontes endógena (flora do paciente) X exógena 
(quebra na técnica cirúrgica). Quebra na técnica 
cirúrgica é quando o cirurgião se contamina no 
momento que se paramentou ou os instrumentos que 
estão contaminados ou até próteses contaminadas. 
• 50% → bactérias gram +. Principal é Staphylo 
aureus, mas tem enterococo e strepto. 
• 5-6 dias após cirurgia. Se acontecer antes desses 
dias, pensar em fasceíte necrotizante; se tem 
hiperemia secreção, pensar em bactéria... 
• 80-90% até 30 dias do procedimento. Quando tem 
prótese pode ser em até 1 ano. 
• Eritema, dor local, drenagem. 
• Leucocitose, febre baixa, se avançar pode até levar 
a sepse. 
• *Infecção de ferida pode fazer choque séptico; 
não feridas superficiais, mas profunda ou de 
espaço orgânico. 
FERIDAS CIRÚRGICAS 
• Superficiais: Pele, tecido subcutâneo. 
• Profunda: Aponeurose, músculo. 
• Espaço orgânico: órgãos internos, se operação 
incluir esta área. P. ex., se fez uma abdominoplastia, 
não entrou nos órgãos internos, então, a princípio 
não tem porque ter infecção de espaço orgânico, 
mas se for uma laparotomia por qualquer motivo, vai 
mexer em órgãos internos. 
Infecção de ferida – classificação CDC 
Existe uma classificação do CDC para fechar 
diagnóstico. 
INCISIONAL SUPERFICIAL 
• < 30 dias. 
• Pele e subcutâneo, além de: 
❖ Drenagem purulenta. 
❖ Diagnóstico pelo cirurgião. 
❖ Eritema, dor, calor local. 
• Com isso já fecha, basta ter eritema, dor e calor, 
não precisa ter drenagem purulenta. 
INCISIONAL PROFUNDO 
• < 30 dias sem implante e envolvimento de partes 
moles. 
• < 1 ano com implante envolvendo tecidos moles 
profundos, além de: 
❖ Drenagem purulenta profunda (músculo, 
aponeurose). 
❖ Abscesso em espaço profundo em exame direto 
(abriu um ponto e está saindo pus por baixo da 
aponeurose) ou imagem (TC). 
❖ Diagnóstico pelo cirurgião. 
❖ Febre, dor, sensibilidade com deiscência ou 
abertura da ferida pelo cirurgião. 
ESPAÇO DOS ORGÃOS 
• < 30 dias sem implante; 
• < 1 ano com implante e infecção: envolve qualquer 
parte da operação aberta ou manipulada, além de: 
❖ Drenagem purulenta a partir de dreno no espaço 
do órgão; 
❖ Organismos cultivados de material aspirado do 
espaço; 
❖ Abscesso encontrado em exame direto ou imagem 
ou reoperação; 
❖ Diagnóstico pelo cirurgião. 
É necessário saber as definições e lembrar 
principalmente que quando tem implante precisa-se 
considerar até um ano a infecção de ferida. 
Ex: um paciente que fez uma prótese de quadril e voltou 
6 meses depois com o local vermelho, sentido dor, 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
dando para ver abscesso na tomografia → considerar 
infecção da cirurgia que foi feita há 6 meses. 
Fatores de risco 
DO PACIENTE 
• Ascite; inflamação crônica; desnutrição; obesidade; 
diabetes; extremos de idade; hipercolesterolemia; 
hipoxemia; doença vascular periférica; anemia pós-
operatória; sítio anterior da radiação; cirurgia 
recente de infecção remota; colonização da pele 
por estafilo; doença de pele na área de infecção. 
AMBIENTAIS 
• Medicamentos contaminados; 
• Desinfecção/esterilização inadequada; 
• Antissepsia cutânea inadequada; 
• Ventilação inadequada; 
• Presença de corpo estranho (fio, Gossipiboma). 
Gossipiboma é um corpo estranho deixado pelo médico 
durante a cirurgia (gaze, compressa). 
É algo bem grave, pois, na teoria, deve-se 
contar a quantidade de compressa e gaze 
utilizada no intraoperatório para não 
gerar esse tipo de complicação. 
É um corpo estranho que causa uma reação 
inflamatória muito grande. Muitas vezes, o paciente sai 
bem da cirurgia e 2-3 meses depois volta se 
queixando, e ao ver a tomografia tem uma compressa 
dentro. Com isso, tem que reoperar. 
Isso pode até gerar processo. 
TRATAMENTO 
• Drenos; 
Sabe-se que deixar dreno aumenta chances de 
aumentar infecção de ferida. Muitas vezes, ele é 
colocado porque pode fazer hematoma, que é um risco 
mais grave. É custo-benefício, e é deixado o menor 
tempo possível. 
• O dreno também serve para diagnosticar 
precocemente complicações (anastomoses difíceis 
em certos locais); 
❖ Procedimentos de emergência (quando não dá tempo 
de fazer assepsia correta no local) 
❖ Cobertura antibiótica inadequada: é sempre 
importante saber, principalmente da CCIH, se está 
usando o antibiótico certo 
❖ Hospitalização pré-operatória: é importante saber, 
pois, se o paciente já estava internado, ele já vai 
estar colonizado com bactérias do hospital que são 
bactérias mais resistentes/difíceis para tratar. 
❖ Operação prolongada (exposição prolongada dos 
tecidos que facilita a colonização de bactérias). 
Tratamento 
PREVENÇÃO 
• Cessar tabagismo dias antes; 
• Nutrição; 
• Perda de peso; 
• Controle glicêmico; 
• Tricotomia na cirurgia. 
❖ ATB profilático se indicado; 
❖ Superficiais → abertura de pontos e lavagem: ATB 
se febre, taquicardia (muitas vezes, apenas isso já 
resolve); 
❖ Intrabdominal→ ATB, drenagem, reoperação. 
 
Na Imagem B mostra uma esternotomia que complicou 
com uma infecção. 
Às vezes é necessário usar esses curativos à vácuo, 
mostrado na imagem D para tratar algumas infecções. 
Se tiver hiperemia ao redor da ferida, dor local, é só 
fazer o uso do ATB que já pode resolver. 
Obs: o ideal é usar ATB só se estiver febre, mas na 
prática acaba entrando com o ATB um pouco antes. 
Complicações com a termorregulação 
HIPOTERMIA 
• Hipotermia é uma das complicações que na maioria 
das vezes se consegue prevenir. 
❖ Causas: lesões extensas, paralisia, reanimação com 
líquidos EV frios, transfusões ou irrigação cavitária 
com líquidos frios, idade avançada, temperatura da 
sala, anestésicos 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
Nos pacientes mais idosos, que já tem o controle térmico 
alterado, mesmo com todas as medidas não se consegue 
manter a temperatura > 35ºC. 
• Tx< 35ºC no pós operatório; 
❖ Aumento isquemia precoce. 
❖ Taquiarritmia ventricular 
❖ Redução das atividades dos fatores de coagulação 
• Prevenção: 
❖ Temperatura sala; 
❖ Colchão e líquidos aquecidos. 
Normalmente o anestesista deixa o ar desligado, ou 
numa temperatura mais ambiente enquanto o paciente 
não está coberto. Depois que cobre, usa-se colchões 
aquecidos. 
Se for necessário lavar a cavidade (abdome, tórax) do 
paciente, o ideal é que utilize liquido aquecido para 
diminuir as chances de hipotermia. 
Na cirurgia a temperatura da sala é baixa, mas no pós 
operatório o ideal é deixar a temperatura ambiente. 
HIPERTERMIA MALIGNA 
Ocorre aumento do influxo de cálcio levando a uma 
alteração a nível muscular 
O paciente começa ater temperatura elevada, alteração 
renal, hepática 
• Crise metabólica potencialmente fatal durante ou 
após exposição a anestésico deflagrador em 
pacientes suscetíveis (ex: succinilcolina, anestésicos 
inalatórios como isofurano) 
• Susceptibilidade autossômica dominante 
• Prevenção: 
❖ História familiar ou mialgia pós exercício, tendência 
a febre e intolerância a cafeína 
• Tratamento: 
❖ Suspender anestésico; 
❖ Dantrolene; 
❖ Resfriamento; 
❖ UTI. 
FEBRE PÓS-OPERATÓRIA 
48 a 72 horas depois de operar o paciente, caso ele 
tenha febre baixa, mas sem nenhuma complicação maior, 
primeira coisa a se pensar é atelectasia, embora exista 
uma infinidade de causas para febre pós-operatória. 
Sempre relacionar a febre com o procedimento 
realizado. Exemplo: operou um paciente de 
abdominoplastia, o mais provável é que no pós-operatório 
ele tenha tido uma atelectasia, não deve pensar em 
hematoma sendo que a ferida está normal. 
Portanto, como o médico irá proceder e osexames que 
ele deverá pedir vai partir do raciocínio clínico de acordo 
com a complicação do paciente. 
Exemplo: Operou o paciente e 5 dias depois fez uma 
enteroanastomose, com dor abdominal e febre. Então, 
pensa-se que a anastomose tenha aberto, isso vai 
direcionar quais exames devem ser feitos e a conduta a 
ser tomada. 
Febre pós-operatório é muita coisa, por isso é preciso 
procurar. 
INFECCIOSAS 
• Abscesso; colescistite acalculosa; bacteremia; 
úlceras de decúbito; infecções relacionadas com 
aparelhos; empiema; sepse fúngica; hepatite; 
traqueobronquite; meningite; osteomielite; colite 
pseudomembranosa; peritonite; faringite; 
pneumonia; corpo estranho retido; sinusite. 
NÃO INFECCIOSAS 
• Necrose hepática aguda; insuficiência adrenal; 
reação alérgica; atelectasia; desidratação; reação 
medicamentosa; trauma craniano; hipertireoidismo; 
linfoma; IAM; pancreatite; Feocromocitoma; 
embolia pulmonar; hematomas; hemorragia 
subaracnóide; SIRS; tromboflebite; reação 
transfusional; infecção de ferida. 
Complicações respiratórias 
ATELECTASIA E PNEUMONIA 
• Atelectasia é a complicação pós-operatória mais 
comum – ocorre normalmente 2-3 dias depois da 
cirurgia. 
• Pneumonia é a infecção nosocomial (dentro do 
hospital) mais comum 
Muitas vezes elas se confundem, ou uma atelectasia 
pode eventualmente virar uma pneumonia caso não 
resolva a atelectasia no pós-operatório pode evoluir com 
uma pneumonia. 
• Diagnóstico: febre + ausculta pulmonar + Rx de tórax 
❖ Tosse + secreção purulenta + leucocitose → culturas 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
• Tratamento: Fisioterapia; antibiótico. 
• No RX mostra circulado 
em vermelho uma 
atelectasia laminar. 
• O pulmão está normal, o 
paciente não tem 
desconforto respiratório, 
ele só tem apenas a febre, e na ausculta identifica-
se que o murmúrio está diminuído. 
• O tratamento para a atelectasia geralmente é 
fisioterapia, não precisa de ATB, só se o paciente 
evoluir com tosse, secreção purulenta, leucocitose, 
dessa forma, pensa-se que ele fez uma pneumonia. 
• Nesse RX ainda mostra o 
pulmão com atelectasia. 
• Muitas vezes, apenas com 
a fisioterapia resolve, pois 
com a pressão positiva o 
paciente pode melhorar. 
Embora, eventualmente o paciente pode evoluir com 
pneumonia. 
• Nesse Rx mostra 
o pulmão compneumonia. 
Não se confirma apenas 
com Rx, mas sim com 
história clínica. 
Normalmente esse 
paciente terá 
leucocitose, febre mais alta, desconforto 
respiratório, taquipneia. 
• Nesses casos terá que pedir cultura, exames 
laboratoriais, RX para ajudar no diagnóstico para 
ajudar no diagnóstico para que o paciente receba 
ATB direcionado. 
Outras complicações respiratórias 
PNEUMONITE E PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO 
Exemplo: paciente foi fazer uma cirurgia e ele estava de 
estômago cheio, pois a cirurgia era de urgência. Na hora 
da cirurgia ele vomitou e aspirou. Se ele só aspirou o 
conteúdo gástrico com o conteúdo gástrico pode fazer 
pneumonite (lesão pulmonar aguda). Eventualmente, uma 
pneumonite pode evoluir para uma pneumonia, e dessa 
forma, o paciente passa a ter desconforto respiratório, 
febre, leucocitose quando se tem pneumonia associado. 
EDEMA PULMONAR 
Normalmente acontece quando se coloca muito líquido 
para dentro desse paciente; lesão pulmonar aguda e 
síndrome da angustia respiratória do adulto (SARA) – 
esses pacientes vão precisar de gasometria, terapia 
intensiva, intubação 
EMBOLIA PULMONAR E TROMBOEMBOLIA 
VENOSA 
Lembrar da profilaxia do tromboembolismo venoso 
(TEV), pois, quando tenta fazer a profilaxia é porque 
embolia pulmonar pode ser pequena, de um microvaso que 
não vai levar repercussão hemodinâmica nenhuma do 
paciente, mas pode fazer também um TEP maciço que é 
mais complicado. Por isso, se puder prevenir com meias 
compressivas, colocar o paciente para deambular 
precocemente, se for possível, fazer compressão 
pneumática com a botinha, ou entrar com o Clexane, caso 
o paciente vá ficar acamado por mais tempo. 
Fatores de risco 
GERAIS 
• Avanço da idade; 
• Hospitalização ou lar de idosos; 
• Cateter venoso; 
• Doença neurológica – plegia, paresia; 
• Cardiomiopatia, IAM ou IC secundária a doença 
valvar; 
• Doença pulmonar aguda; 
• DPOC; 
• Varizes. 
HEREDITÁRIOS 
• Deficiência de proteína C; 
• Deficiência de proteína S; 
• Deficiência de antitrombina III; 
• Disfibrinogenemia; 
• Mutação do fator V Leiden; 
• Mutação do gene da protrombina; 
• Hiper-homocisteinemia; 
• Anticorpo anticardiolipina; 
• Hemoglobinemia paroxística noturna. 
ADQUIRIDOS 
• Lesões malignas; 
• Doença intestinal inflamatória; 
• Trombocitopenia induzida por heparina; 
• Trauma; 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
• Cirurgia de grande porte; 
• Gravides/pós-parto; 
• Síndrome nefrótica; 
• Síndrome de Behçet; 
• Lúpus eritematoso sistêmico; 
• Histórico de tromboembolismo venoso. 
Complicações cardíacas 
• Hipertensão pós-operatória; 
• Isquemia e infarto perioperatório; 
• Choque cardiogênico; 
• Arritmias cardíacas; 
• Insuficiência cardíaca. 
Exemplo: paciente idoso com doença arterial, se for 
submetido a cirurgia de urgência, ele pode infartar 
dentro da sala. 
Lembrar que existe complicações relacionadas com o 
sistema cardiovascular e que o tratamento pode não ser 
tão simples. O paciente pode complicar por conta do 
problema cardiovascular, e não por causa da cirurgia. 
Complicações renais 
• Retenção urinária; 
• Insuficiência renal aguda. 
No pós operatório, a retenção urinária é comum quando 
faz raqui e pere anestesia, procedimentos urológicos. 
Será necessário fazer uma sondagem de alívio. 
Ficar atento à bexigoma, caso o paciente demore muito 
a urinar após anestesia. 
Exemplo: Paciente chega chocado, ou que choca no 
intraoperatório, lembrar que pode evoluir para uma lesão 
pré-renal, e eventualmente, para uma insuficiência renal 
aguda. 
Complicações gastrointestinais 
ÍLEO E OBSTRUÇÃO INTESTINAL PRECOCE 
Em cirurgias do aparelho digestivo é bem comum ter um 
ílio adinâmico ou ílio funcional, e também em outras 
cirurgias. 
Paciente que fica muito anestesiado, a própria anestesia 
é a causa para que o intestino fique mais lento. 
Normalmente, o que volta a funcionar primeiro é o 
intestino delgado, 2-3 dias depois a peristalse do 
estômago volta a funcionar normalmente, e por último o 
cólon. Por isso a importância de começar a deambular 
precocemente no pós- cirúrgico. 
• Obstrução intestinal pós-operatória →< 30 dias de 
cirurgia 
❖ Funcional → íleo 
 Íleo primário → após cirurgia, sem fatores 
precipitantes, dura 2-4 dias (tem distensão 
abdominal, diminuição de flatus, mas quando coloca 
para caminhar já resolve) 
 Íleo secundário, adinâmico ou paralítico → com fator 
precipitante e atraso no retorno (dura mais tempo) 
❖ Mecânica→ barreira luminal, mural ou 
extraintestinal. 
 
• Aderências são a causa mecânica mais comum, elas 
levam o paciente a ter o quadro de distensão 
abdominal. 
• Brida é um tipo de aderência mais firme, não 
consegue soltar facilmente entre as alças. 
QUADRO CLÍNICO 
• Obstrução alta (a nível de duodeno ou piloro): 
vômitos biliosos precoces com pouca distensão 
abdominal 
• Obstrução baixa (a nível de delgado e cólon): dor 
abdominal, distensão, vomito inicialmente bilioso → 
fecalóide (vomito com aspecto de fezes) 
• Febre, taquicardia, hipovolemia e sepse 
• Exames: nos pacientes que temos uma obstrução 
mais prolongada, íleo secundário realmente, eu 
preciso de: 
• Laboratório: Vai mostrar mais uma LEUCOCITOSE. 
• Rx de abdome: vai ajudar a ver se tem nível 
hidroaéreo, gás no intestino todo, ponto de stop. 
• TC de abdome: Vai ajudar mais ainda, mas eu posso 
pedir apenas rx de abdome para os casos acima, mas 
a tomo vai ver se tem abscesso, deiscência desse gás 
fora da alça, qual o nível da obstrução (é na 
anastomose?É um pouco mais baixo? É no intestino? 
Ou não é nada demais, só o cólon que ainda não voltou 
a funcionar como deveria?). Ela vai ser mais 
fidedigna! 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
O íleo secundário é da nossa manipulação mesmo, a menos 
que tenha outro fator, como p.ex. infecção 
intrabdominal, pancreatite. Normalmente o íleo 
secundário leva mais que 4 dias e tem alguma coisa 
“dentro da barriga” que está fazendo a diminuição da 
peristalse. O íleo primário é só do anestésico, das 
medicações, tempo cirúrgico... 
Rx de um ílio abdominal 
normal (imagem do lado 
direito). Tem até nível 
hidroaéreo, mas se vê gás 
no intestino todo. Não 
existem pontos em que a alça fique mais fina. 
PREVENÇÃO DA COMPLICAÇÃO 
• Delicadeza, manter alças úmidas: delicadeza na hora 
da cirurgia é importante para evitar estenosar a 
alça, quando você manipula e tem muita infecção e 
inflamação, a gente pode, sem querer, abrir um 
pedaço da serosa (mucosa fica íntegra), e isso pode 
levar a aderência (que é uma das causas de obstrução 
intestinal) 
• Controle hidroeletrolítico: pode ser que ele já tenha 
distúrbio hidroeletrolítico ou tenha desenvolvido 
depois da cirurgia. 
• Evitar opioides: sempre que possível! 
• SNG, se necessário: Começar a ver que o pct tá 
muito distendido, fica nauseado... ás vezes vamos 
usar a sonda nasogástrica e deixar ele em dieta 0 
• Deambulação precoce: Sempre! Pois 1ª coisa pro íleo 
é que eu não sei se é uma obstrução realmente, ou se 
é aquele íleo primário, que pode ocorrer depois de 
qualquer cirurgia. O começo é nebuloso, então, de 
qualquer forma, pedir para esse pct caminhar, pedir 
exame de sangue, pedir RX, ver se fica nauseado ou 
começa a ter flatos depois de começar a caminhar e 
ver como ele vai evoluir 
Situação 1: Continua sem flatos, tá caminhando muito, 
hospital todo, e ainda assim, barriga tá ficando mais 
distendida, a gente vai ficar mais atento para esse pct. 
Ás vezes passa uma sonda nasogástrica, para evitar 
pneumonite por aspiração (que ele vomite e aspire). Ver 
se tem distúrbio hidroeletrolítico, coletar exames e 
eventualmente tomografar (se eu achar que o íleo tá 
prolongado demais). 
 
TRATAMENTO 
• Reanimação: hidrato, corrijo distúrbios, coleto os 
exames para ver se tem alteração. Se não ficar 
confortável com íleo inicial, íleo primário, vou 
investigar... 
• Investigação: Com RX, TC. 
• Intervenção: Eventualmente, se tiver obstrução, 
abscesso. Tenta ser o menos invasivo possível! 
Exemplo: É um abscesso puncionava, posso tentar drenar 
esse abscesso e não operar esse pct, mas 
eventualmente, podemos precisar levar ao centro 
cirúrgico novamente. 
O tratamento será individualizado! 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL 
Existem outros lugares que pode ter sd compartimental: 
braço, perna, região cervical (começa a evoluir com 
desconforto respiratório). Mas a abdominal, a gente leva 
muito em consideração a pressão intra-abdominal (PIA) 
Mensuração da PIA: primeira coisa que vamos fazer, pelo 
monitor mesmo usando uma sonda vesical, normalmente 
medida a cada 4-6 horas. 
• HIA (hipertensão intra-abdominal)➔ após três 
mensurações com intervalos de 4 a 6 horas, a PIA 
encontra-se >12mmHg 
• SCA (Síndrome compartimental 
abdominal)➔ pressão intra-abdominal >20mmHg. Se 
essa pressão se mantiver maior que 20, isso não quer 
dizer que vamos levar diretamente para o centro 
cirúrgico. Pois, para levar, normalmente é preciso ter 
alguns distúrbios: disfunção renal ou ventilatória. 
Pensar: Tenho um abdome que está aumentado, que está 
tenso, que está com a pressão aumentada dentro da 
barriga, então eu tenho essas alterações (FICAR 
ATENTO a esses distúrbios): 
• Redução do volume pulmonar: tenho uma restrição 
ventilatória, já que quando tento expandir o meu 
pulmão, o abdome atrapalha. 
• Redução do retorno venoso 
• Redução da taxa de filtração glomerular: então o 
paciente terá OLIGÚRIA! 
A presença deles, vai indicar ao cirurgião que será 
necessário operar! 
 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
Classificação 
PRIMÁRIA: 
1. Hipertensão intra-abdominal patológica: trauma 
múltiplo, ascite, hemorragia retroperitonal, 
pancreatite, pneumoperitônio.Ou eu tenho uma 
obstrução, seja por qualquer motivo daqueles que 
conversamos, que leve a uma distensão das alças, 
pode gerar sd. compartimental. 
SECUNDÁRIA: 
1. Iatrogênica 
2. Pacientes em choque após ressuscitação volêmica 
agressiva: quando fazemos esse volume todo, as 
minhas alças ficam “engurgitadas”, geralmente 
acontece na emergência, quando repomos volume 
muito rápido. 
Diagnóstico 
• Dificuldade de ventilação, abdômen distendido e 
tenso: Tenho oligúria, dificuldade de retorno 
venoso... Tudo isso junto. 
• Mensuração da PIA: Passamos uma sonda de Foley, e 
conecto em um equipo de soro. Normalmente 
infundimos 25-30 ml de soro (professora aponta 
para a seringa na imagem e faz o movimento de 
entrar), fecho essa área aqui (aponta para a parte 
superior do joelho do pct na imagem). Existem 
aparelhos específicos para isso ai, eu posso medir a 
PIA, através do aparelho, punciono a barriga e posso 
medir a pressão diretamente. Mas essa mensuração 
da imagem, via bexiga, muito fidedigna (muito vista 
na literatura). Um dos 
testes, para a indicação 
formal de, por exemplo, 
uma laparotomia. Depois 
de infundir, eu espero e 
deixo o coletor fechado 
(aponta para o coletor de 
urina na imagem) e ele vai, 
como infundi aqui (aponta para a parte inferior do 
abdome da imagem), fazendo uma pressão na minha 
bexiga que se for maior que 20 (monitor mostra essa 
medição em mmHg, OU em cmH2O [através de um 
equipo, e medir com uma régua os centímetros]); 
• Se a pressão for dada em cmH2O, é necessária a 
CONVERSÃO. 
Transformar cmH2O em mmHg➔ dividir por 1,36 ou 
multiplicar por 0,74 
Mas na CEI (1:13:00? Não ouvi bem não) que é onde 
fazemos essas monitorizações tem o aparelho, então 
conseguimos monitorizar por ele mesmo. 
Tratamento 
• Intervir se HIA e disfunção orgânica. 
 
Alça muito distendida: 
• Tem uma anastomose aqui 
(círculo azul) que pode ser o motivo 
para ela ficar dessa forma. 
• Nesse pct, acabamos levando 
para a sala de novo, se for primária, 
tem indicação de laparotomia. 
• Se for secundária, por ressuscitação volêmica, posso 
tentar fazer uma restrição hídrica, estimular 
diurese (tentamos compensar isso clinicamente- 
fazendo o cuidado intensivo desse pct), pois não 
existe nada obstruindo e a alça só está edemaciada, 
não levar para a sala de cirurgia! 
• Lembrar que esse intestino não entra novamente 
não, distensão muito grande➔ e mesmo que entre e 
eu feche, eu ainda tenho uma PIA aumentada➔ por 
isso que deixamos a: 
• Bolsa de Bogotá: 
• Fica aberta assim mesmo! 
Eu fico vendo a alça➔ 2-3 
dias➔ manda o pct para UTI➔ 
intensivista se vira para tentar 
diminuir a hidratação dele e 
tentar diminuir a alça, para que 
eventualmente no futuro➔ 
conseguirmos fechar essa 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
barriga. Pct fica na UTI por 2-3 dias com essa bolsa, 
geralmente (chance de infecção altíssima!), espero 
desinchar, e fecho cirurgicamente. 
• Isso é um coletor de urina estéril (aponta para as 
bordas brancas da bolsa, que contornam toda a 
abertura dela). 
• Curativo a vácuo: 
• É só para 
exemplificar ele, pois 
os pcts precisam 
depois. Porque a 
ferida fica contaminada 
• Materiais: usa-se a compressa, uma coisa parecida 
com papel filme (só que é estéril- plástico por cima), 
um tubo (retângulo branco) conectado em um 
aparelho faça a aspiração (esse é o curativo do 
pobre). 
• Tipos: existe o feito pela empresa (já vem tudo 
pronto) OU a gente pode fazer (tubo de cobre e 
botar naqueles aparelhos aspiradores [o VAC?] de 
hospital mesmo). 
 
DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE 
• Ileocólicas, ileorretal➔seguras: Chance de 
deiscência menor, mas eventualmente, elas também 
abrem. 
• Esofágicas, pancreaticoentéricas e colorretais➔ 
alto risco: porque tem mais pressão e são 
anastomoses difíceis de fazer. 
Essa é um exemplo: 
esofagogástrica, tem chance de 
abrir! Quando falamos em 
anastomoses, estamos conectando, 
por exemplo, o esôfago com o 
intestino, intestino com intestino... 
Deiscência= quando abre os pontos 
e temos secreções jogadas para as 
cavidades, pescoço por exemplo. 
QUADRO CLÍNICO: 
1. Sinais precoces➔ mal estar, febre, dor abdominal, 
íleo(normalmente íleo secundário, porque há um 
motivo para ele acontecer), eritema na incisão(está 
caindo secreção na minha barriga), leucocitose 
2. Sepse por pneumonite: caindo secreção entérica por 
vezes, na barriga. 
3. Vazamento difuso pela cavidade(eventualmente)ou 
pelo dreno também➔ dreno ou coleções. 
 
Foto de vazamento difuso pela 
cavidade: Isso é cocô (retângulo 
marrom) e secreções entéricas saindo 
pelo meio da ferida. Isso é lama! 
 
PREVENÇÃO 
• Suporte nutricional se necessário 7-14 dias antes; 
• Evitar anastomose na emergência se peritonite 
(lembra que falamos da barriga muito infectada➔ 
muita secreção purulenta➔ evita anastomose porque 
as chances de infectar é maior!), dilatação intestinal 
significativa (pode abrir anastomose também) e 
edema; 
• Cuidado na confecção: cuidado técnico com a minha 
anastomose, tem que ser bem feita! 
TRATAMENTO 
• Reanimação (soro para hidratar meu pct), dieta 0, 
SNG: isso porque a deiscência de anastomose vai 
levar a um processo inflamatório e infeccioso 
abdominal e meu paciente vai fazer um íleo 
secundário! E eventualmente uma obstrução 
intestinal importante, então, para evitar que ele 
aspire, passa a Sonda nasogástrica. Na maioria das 
vezes o pct vai para o exame de imagem. 
• No caso da foto devazamento difuso pela cavidade➔ 
NÃO TENHO DÚVIDAS de que vamos levar para a 
sala de operações. Mas, as vezes podemos 
tomografar para ver se estamos diante de um 
abscesso: 
• TC com abscesso único➔ avaliar drenagem 
percutânea (e ai não leva para a sala de cirurgia, só 
se esse procedimento falhar, quando o paciente não 
evolui bem, continua sem conseguir comer, sem 
dejeção)- se for deiscência pequena, faz abscesso 
pequeno e talvez não precisemos levar para a sala, 
drenar e fazer ATB➔reoperação(eventualmente 
levo para a cirurgia). 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
• TC com abscessos múltiplos (vários focos de 
abscesso na barriga) ➔ reoperação. 
• Reoperação: se TC mostra que está aberto ou lesão 
de vazamento difuso pela cavidade (nesse caso, 
preciso encontrar onde está vazando conteúdo de 
alça intestinal)]. 
FÍSTULAS INTESTINAIS 
• Comunicação anormal entre um órgão oco epitelizado 
(alça ou estômago) e outra superfície epitelizada 
(pele, bexiga, outra alça) = 
• As fístulas podem ser: Traumáticas(p.ex. 
comunicação do intestino com a pele porque tomou 
facada), espontâneas(p.ex. tumor de intestino 
gigante que encontrou um lugar para sair pela pele), 
pós-operatórias(p.ex. manipulei e uma alça grudou na 
outra, ou alça grudou na bexiga, ou alça grudou na 
pele) 
FATORES DE RISCO 
1. Tipo de cirurgia: Tratamento de CA, cirurgia 
infectada, uma lama, um monte de alça aberta ou 
serosada. 
2. Doença de Crohn OU Retocolite ulcerativa: qualquer 
doença inflamatória intestinal, principalmente 
fístula ESPONTÂNEA. 
3. Radiação: Tecido fica bem friável, tecido fica bem 
diferente na área irradiada, podendo fazer fístula 
espontânea também. 
4. Obstrução intestinal. 
5. Cirurgia de emergência. 
CLASSIFICAÇÃO 
• Alto débito➔>500ml/24h: lesões de via biliar, as 
vezes fazem fístulas de 1000ml por dia! Fistulas 
entéricas também podem ter! 
• Moderado➔ 200-500ml/24h; 
• Baixo débito➔<200ml/24h. 
SINAIS E SINTOMAS 
• Sepse➔ 25-75% dos casos: Esse não é o caminho 
normal, o corpo encontrou uma forma de drenar 
aquela secreção, mas isso aqui não é normal. 
• Exteriorização➔ pele, bexiga (piúria, infecção 
urinária recorrente, urina muda a cor), vagina (cocô 
pela vagina). 
• Interna: como por exemplo, pancreatite que 
complica com fístula interna que vai começar a 
formar coleção na barriga, aí você punciona, ai forma 
coleção de novo e fica nesse ciclo, punção-coleção, aí 
você pode ter essa fístula interna OU até mesmo 
aquela fístula de alças intestinais (mas ela não drena 
de uma alça para a outra? Mas ela não exteriorizou 
para nenhum lugar). 
• Desequilíbrio hidroeletrolítico: principalmente se 
estamos falando de uma fístula entérica, ali no 
delgado, meu intestino delgado ainda não absorveu 
todos os nutrientes (Na, K, enfim...) tá tudo saindo e 
exteriorizando pela pele e pela barriga, por onde não 
devia estar saindo. 
• Desnutrição. 
• Dermatite: pode ter no lugar que sai pela pele. 
TRATAMENTO 
Vamos tentar ser conservadores! 
• Reposição hidroeletrolítica; 
• ATB e controle da sepse; 
• Dieta 0; 
• Suporte nutricional; 
• Reabordagem: Se fístula não fechar por si mesma 
depois das medidas anteriores, vou ter que operar 
para corrigir a fístula! 
Isso aqui é um divertículo 
de Merkel (retângulo 
branco) do intestino 
delgado que fistulizou para 
a bexiga. Isso é uma fístula 
espontânea, o divertículo inflamou, perfurou e fez 
fistula para a bexiga. Na maioria das vezes você tem 
que esfriar o processo (ver se vai resolver). Se não 
resolver, aí depois a gente opera. 
Disse que essas complicações não vão se ater e falou 
muito rápido: 
 
SANGRAMENTO PÓS-OPERATÓRIO 
• Complicações das ostomias: 
• Colostomia: pode necrosar, desabar. 
COLITE PSEUDOMEMBRANOSA 
Lesões de ducto biliar: 
“Por último e não menos importante”. Principal 
complicação hepatobiliar é essa! 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Complicações cirúrgicas 
• Lesões pós-colecistectomia (na grande maioria das 
vezes vai ocorrer em uma colecistectomia mais 
difícil, de colecistite, e ai pode acontecer a lesão)-
0,4% a 0,7% (laparoscopia); 0,2% (aberta): quando 
acontece a lesão, eu tenho um acometimento do 
colédoco, do hepático comum OU o clip que coloquei 
no meu ducto cístico abre. 
QUADRO CLÍNICO: 
• Dor em HCD, febre, mal estar, icterícia (pode ou não 
ter icterícia) 
• Bile no dreno intra-abdominal: se eu coloquei o 
dreno, pode ter bile saindo por ele 
• Biloma, ascite bilosa: se não tem exteriorização para 
a pele, não tem dreno, pode fazer bilioma. Ou a bile 
extravasar para a cavidade abdominal toda, fazendo 
uma ascite biliosa. 
• Colangite: quando estenosa (resultado de 
cicatrização) 
DIAGNÓSTICO: 
• TC de abdome: Melhor forma, mais prática e 
disponível para fazermos diagnóstico. 
• CPRM: é um exame muito bom! Se temos disponível, 
usar ele antes da CPRE. Vemos a via biliar todinha. 
• CPRE: Não precisa decorar a Classificação de 
Strasberg, é para vida! Calma! Só para saber que ela 
é para a lesão de ducto biliar quando o preceptor 
perguntar. 
Imagem da TC: 
Na seta branca de PC: aqui tá 
o canal por onde passa bile. 
Nas setas brancas, vemos o 
extravasamento de bile para 
a cavidade, acumulando no 
espaço peri-hepático. 
TRATAMENTO: 
Vai variar muito também! 
• Se eu identifiquei no Intraoperatório➔ conversão 
(não tem como resolver por vídeo), correção (se eu 
consigo dar uns pontos e resolver é ótimo), dreno em 
T (se correção não deu certo- dreno que vai para 
cima da via biliar, para baixo e exterioriza pela pele), 
Y de Roux(eventualmente, se eu sei essa cirurgia, 
posso tentar fazer a conversão com o Y- pedaço de 
alça de intestino vai lá para a minha via biliar), 
drenagem e centro terciário(se eu não consegui/sei 
resolver- só drena e encaminha!) 
• Bilioma (fiz TC e vi isso)➔ drenagem percutânea e 
esfincterotomia com stent por CPRE 
• Cirurgia: essas são as indicações obrigatórias: 
1. Obstrução importante do ducto; 
2. Lesão grande; 
3. Suspeita de lesão intestinal;4. Vi no intraoperatório e não sei resolver, manda para 
quem sabe!

Continue navegando