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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARLON JOSÉ SASSARO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE VALIDAÇÃO EM EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO Palhoça 2015 MARLON JOSÉ SASSARO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE VALIDAÇÃO EM EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica - Telemática da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Sandro Alberton Kirchner, Esp.Eng PALHOÇA 2015 MARLON JOSÉ SASSARO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES Este Relatório foi julgado adequado à aprovação na disciplina e Estágio Curricular Obrigatório e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Elétrica – Telemática da Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 21 de novembro de 2015. _____________________________________________________ Professor e orientador, Sandro Alberton Kirchner, Esp.Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina ___________________________________________________ Supervisor, Elson Tadeu Pussi, Eng. Hospitália Cirurgica Catarinense LTDA. _____________________________________________________ Coordenador de Estágio, Prof. Anderson Soares André, Dr. Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina AGRADECIMENTOS Agradeço a minha família, em especial pelo meu pai André Sassaro e minha mãe Marlene Fidizevski Sassaro, pelo apoio incondicional prestado em toda minha vida. A minha esposa Vanessa Giacomini Boeno e meu filho Andrey Fabricio Brixel pelo apoio, companheirismo e motivação. Ao professor orientador Sandro Alberton Kirchner, por compartilhar seu conhecimento e ensinamentos, e por seu empenho, com a preocupação de transformar excelentes profissionais. Á todos da Hospitalia Cirurgica Catarinense, pela oportunidade, e por me ensinar e auxiliar no que foi preciso durante a realização das atividades ao longo do estágio. LISTA DE FIGURAS SUMÁRIO 6 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas com as novas tecnologias empregadas no setor hospitalar, faz com que os fabricantes invistam em equipamentos modernos, com uma tecnologia embarcada cada dia mais refinada, criando uma carência de especialistas capacitados neste segmento de mercado. Este relatório visa documentar as atividades desenvolvidas na empresa Hospitália Cirurgica Catarinense no período de estágio supervisionado, abordando objetivos gerais e específicos de manutenção e instalação, calibração e validação de equipamentos de esterilização de materiais cirúrgicos, instrumentais e ortopédicos por vapor saturado e ou esterilização em baixa temperatura (solução de formaldeído ou peróxido de hidrogênio). As atividades realizadas demonstrarão os processos de uma rotina de trabalho conforme normativas nacionais e internacionais na falta destes. E em se tratando de equipamentos de vazo e pressão, caldeiras com alimentação elétrica trifásica, com controlador lógico programável (CLP), transdutores de temperatura e pressão calibrados e em se tratando de vidas humanas, se faz preciso uma manutenção precisa, eficaz e documentada de todo o processo. 7 2 A EMPRESA A Hospitália Cirúrgica Catarinense LTDA é uma empresa catarinense criada em 1980 e consolidada no setor hospitalar nacional como prestadora de serviços altamente especializados. Foi a das primeiras empresas privadas do estado a realizar “venda, manutenção em Equipamentos Hospitalares e venda de implantes ortopédicos”, um procedimento de alta complexidade e segurança efetuado em hospitais e clínicas do estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As áreas de atuação abrangem dois setores: Ortopedia: A Hospitália Cirúrgica Catarinense LTDA conta com um quadro de 27 colaboradores na área de implantes ortopédicos, sendo uma representante exclusiva no estado de Santa Catarina das marcas Baumer (nacional), Tóride implantes e Ortocir (importados), realizando a venda e instrumentação, em cirurgias ortopédicas nos hospitais da Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e hospitais privados, utilizando técnicas inovadoras no segmento. Equipamentos: No setor de equipamentos hospitalares, a empresa conta com um quadro de 12 colaboradores, sendo uma representante exclusiva no estado de Santa Catarina das marcas Baumer, Fanem e Deltronix, realizando a venda, instalação e manutenção de equipamentos hospitalares, em hospitais da Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina, hospitais e clínicas privadas, utilizando técnicas preditivas, preventivas e corretivas Ao longo dos seus 35 anos de prestação de serviços, acumulou grande experiência nessa área, utilizando os melhores critérios de manutenção, com foco na máxima disponibilidade dos equipamentos e instalações envolvidas. Para tal, sua equipe de engenharia e técnicos de manutenção, lotada na sede da empresa, vem aprimorando procedimentos e desenvolvendo novas técnicas de intervenção em equipamentos, sem interromper ou limitar o fluxo de atendimento hospitalar em função de paradas indesejadas causada por equipamentos com defeito ou em manutenção, sendo estes indispensáveis á saúde humana. 8 2.1 AS BASES DA ORGANIZAÇÃO A missão da Hospitália Cirúrgica Catarinense é gerar uma credibilidade de uma empresa líder que constrói diariamente através da excelência do seu trabalho e de um relacionamento amigo. E sua visão é: Ser o elo entre os fornecedores e seus clientes assegurando- os com o melhor da tecnologia e em serviços. A estrutura da empresa é composta por uma Equipe técnica; Gerente de Manutenção; Gerente Administrativo/Financeiro, todos estão subordinados ao Diretor e engenheiro. A figura 01 mostra o organograma da Hospitália. Figura 1: Organograma da Hospitália Fonte: Arquivo – Hospitália Cirúrgica Vale ressaltar que a área de estágio será de equipamentos hospitalares executando instalação, manutenção, validação e confecção de relatórios, sendo assim não serão levadas em consideração neste documento o Departamento de ortopedia. 3 FUNFAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO O mercado da tecnologia voltado á saúde no Brasil segue em constante crescimento. Embora o país ainda importe a maioria dos equipamentos atualmente 9 utilizados nesta área, existem fábricas no Brasil voltadas exclusivamente para este fim, desenvolvendo equipamentos e insumos de altíssima qualidade e competitividade. Assim como a indústria, todo o segmento deve acompanhar a evolução das técnicas relacionadas à área da engenharia médica, que consiste na planificação, aplicação e desenvolvimento de técnicas utilizadas em diagnósticos de exames médicos, bem como a qualidade, controle e prevenção de riscos relacionados aos equipamentos por ela utilizados. Deste modo, este estágio vem de encontro a complementar os conhecimentos adquiridos no curso de engenharia telemática no ramo da eletro medicina, sendo esta uma área bastante vasta e com um grande potencial de desenvolvimento de novas técnicas. Primeiramente o estágio resume-se na instalação, manutenção e confecção de relatórios de validação de equipamentos de desinfecção e esterilização. Dentre dos vários tipos possíveis de manutenção, destacam-se as manutenções preventiva, corretiva e preditiva. Como são descritas conforme a NBR-5462 (1996, p.07): Manutenção preventiva: manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item. Manutenção corretiva: manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane destinadaa recolocar um item em condições de executar uma função requerida. Manutenção controlada/Manutenção preditiva: manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva. Os serviços de inspeção e manutenção de equipamentos de esterilização ou desinfecção são realizados, periodicamente, segundo “check-lists” padronizados. A periodicidade varia, para cada tipo de equipamento da central de materiais esterilizados (CME), em função da idade do equipamento e de critérios e normas específicas. O fator mais preocupante entre todos relacionados á saúde, está na infecção hospitalar, sendo esta uma das principais causas de morte no pós-operatório. Segundo o Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos da América para processos de esterilização é requerido um nível de segurança de 10 esterilidade, conhecido como SAL (Sterility Assurance Level) de 10-6. Número este definido para margem de segurança nos processos de esterilização, ou seja, a probabilidade de sobrevivência de microorganismos após o processo de esterilização. Portanto, para uma população inicial de 1.000.000 e para obter um SAL de 10-6, deverá ocorrer uma redução de 12 ciclos logarítmicos, ou seja, uma probabilidade de um item não estéril em 1.000.000 de itens. A morte de microorganismos ocorre em uma curva exponencial, na qual, num momento chamado valor D, 90% dos 10% restantes são eliminados e assim por diante, até atingir um nível de segurança de 10-6, em que o valor D tenha sido aplicado por 12 vezes para um artigo contaminado. Na figura 02 é apresentado um exemplo teórico da determinação de morte de uma população bacteriana com existência de um “bioburden” (carga microbiana) igual a 1.000.000. Figura 2: Tabela de letalidade bacteriológica Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Para reduzir estas infecções, na maioria causada por bactérias, foi inventado um equipamento chamado autoclave, criado pelo auxiliar de Louis Pasteur e Charles Chamberland, ambos Franceses. Esterilizador a vapor O Esterilizador a Vapor HI VAC II é utilizado para esterilização de material poroso empacotado, instrumentais e utensílios empacotados ou não, vidros, luvas, seringas, borrachas e líquidos em frascos de vidro com fechamento ventilado, 11 conforme descrição técnica do material a ser esterilizado fornecido pelo fabricante do mesmo. O processo de esterilização ocorre pela remoção de ar por alto vácuo pulsante, utilizando como agente esterilizante vapor saturado sob pressão. Apresentando modelos padrões com capacidades distintas visando atender as necessidades do cliente. O esterilizador destina-se ao setor CME (Central de Material e Esterilização) de hospitais, laboratórios médicos e industriais, opcionalmente os ciclos especiais para Laboratório de Controle de Qualidade e áreas de produção industriais podem ser fornecidos. Basicamente o esterilizador é composto pelos seguintes itens: Comando: através de Controlador Microprocessado dedicado tipo CLP industrial com rotinas de auto teste, auto diagnóstico e supervisão de ciclos por watchdog timer (tempo cão de guarda) conforme norma IEC 61131 permite seleção e acompanhamento de todas as fases do ciclo. Uma tela de cristal líquido com membrana ou uma tela Touch Screen monocromática ou colorida de 5, 7” ou 7” opcional com grau de proteção IP 65, opcional, no frontal do lado de carga é usada como interface para permitir ao operador monitorar e controlar as funções manuais e automáticas do esterilizador. A indicação de pressão e temperatura é feita através de mostrador digital, no lado de carga e opcionalmente no de descarga. Pela tela “Touch Screen” existe a possibilidade de programação, protegida por senha, dos ciclos de esterilização. As informações necessárias para parametrização dos ciclos de esterilização são dispostas no display. Permite, através de senha de acesso, o acionamento manual de todos os dispositivos de saída do controlador, possibilitando realizar ciclos de testes manualmente. Possibilidade de programação pelo controlador de atividades rotineiras de manutenção, tendo como referência o número de ciclos e/ou referência ao número de horas de funcionamento. Possibilidade do bloqueio de operação no horário de ponta. Registrador (opcional): registrador gráfico com alta qualidade para a aquisição de dados como tempo, temperatura e pressão. Apresenta seis canais configuráveis que permitem visualização de medidas, escalas ou barras gráficas. O registrador pode ser operado através de teclas de operação, ou usando um PC através de um cartão de CompactFlash ou de uma relação de série. A operação do 12 registrador gráfico pode ser realizada no equipamento ou a distância via comunicação ETHERNET, bem como, a coleta dos dados que poder ser feita através de cartão de memória CompactFlash conectado ao registrador ou através da rede ETHERNET. Impressora (opcional): para registro da carga e dos parâmetros de tempo e temperatura durante o ciclo. O intervalo de impressão pode ser configurado pelo operador. Segundo Controlador (opcional): é possível a inclusão de um segundo sistema de controle que possui a função de supervisor completamente independente que recebe constantemente leitura do sistema de controle (temperatura e pressão) e compara com os próprios sensores independentes. O supervisor do sistema de controle é capaz de imprimir todos os dados do processo em uma impressora, eliminando a necessidade de um registrador de linha separado. Figura 3: Válvula pneumática Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Acionadores pneumáticos: Em aço inoxidável AISI 316 ou latão controlado por válvulas solenóides, faz o suprimento de vapor de exaustão e a entrada de ar da câmara interna do esterilizador. Tubulação em aço inoxidável AISI 316 ou latão/bronze. Figura 1: Esquemático de acionamento de válvulas 13 Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA No esquemático da figura 4 é apresentado o circuito completo de acionamento e controle das válvulas pneumáticas, onde o sinal elétrico de 24 volts VDC sai da CLP, passa por um bloco de relé sólido, passando por um fusível e alimentando as válvulas solenóides que por sua vez acionarão as válvulas pneumáticas. Figura 5: Transdutor de pressão Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Sistema de controle e indicação de pressão: Controle de pressão das câmaras interna e externa realizada por transdutores de pressão eletrônicos conforme figura 5, fabricados em aço inox, com compensação eletrônica da temperatura e leitura absoluta da pressão, independente da pressão atmosférica do 14 local onde o equipamento esta instalado. Os transdutores de pressão possuem sinal de saída de 4 a 20mA e precisão de 0,5% do fundo de escala (0,5% FE). Este sistema foi projetado de acordo com norma AAMI ST 45:1992 e regulamentação GMP-212.73 item C. As indicações são realizadas digitalmente através dos painéis de lado de carga e descarga, em milésimos ou centésimos de bar. O esterilizador também possui indicações através de manovacuômetros para a pressão de linha de suprimento da câmara externa no lado de carga e da pressão da câmara interna em ambos os lados do esterilizador. Figura 6: Esquemático de leitura dos transdutores de pressão Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Na figura 6 podemos observar um módulo analógico digital marca Simiens, modelo S7 1200, ele tem a função de transformar as informações analógicas proveniente dos transdutoresde pressão da câmara externa e interna e transformá- las em informações digitais para que sejam enviadas para a CLP. Este módulo é alimentado por 24 volts, através do fio numero 24 provenientes de uma fonte de alimentação DC. 15 Figura 7: Filtro de ar hidrófobo Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Entrada de ar limpo para quebra de vácuo com filtro hidrófobo esterilizável com eficiência de 99,9997% para partículas maiores ou iguais a 0,22 mícrons. Figura 8: Sensor PT-100 Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Sistema eletrônico de controle da temperatura na câmara interna através de dois termoresistores (PT-100). O controle da temperatura é efetuado por um sensor PT-100 localizado junto ao dreno de descarga de vapor da câmara interna. O esterilizador prevê um sistema contínuo de verificação e certificação da temperatura do ciclo, com a colocação junto ao sensor de controle de outro sensor PT-100, cuja medição será também registrada na impressora. Possui sistema de comparação entre o sensor de temperatura principal e o sensor de referência, alertando em caso de diferenças maiores que a permitida na fase de esterilização. Opcionalmente, um terceiro sensor PT-100 poderá ser localizado dentro da carga a ser processada. Neste caso, o comando permitirá a definição deste sensor ou do colocado junto ao dreno, como o responsável pelo controle do ciclo. 16 Figura 9: Esquemático de leitura dos sensores PT_100 Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Na autoclave HIVACII, é instalado um modulo analógico digital com a função de transformar as informações analógicas proveniente dos sensores PT100, da câmara externa e interna e transformá-las em informações digitais que serão enviadas para a CLP.Este módulo é alimentado por 24 volts, através do fio numero 24 provenientes de uma fonte de alimentação DC, conforme figura 9 . Temperatura: A temperatura da câmara interna, medida pelo sensor de controle, é também indicada nos painéis do lado de carga e descarga, através de mostrador digital. Este sistema de medição e controle de temperatura atende ao disposto na norma AAMI ST 45:1992 e regulamentação GMP- 212.73. 17 Figura 10: Bomba de vácuo Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Bomba de vácuo para obtenção da pulsação inicial necessária ao condicionamento da carga a ser esterilizada e pelo vácuo final de secagem, sendo esta, tipo monobloco com anel de água. Dimensionada para atender o disposto em norma NBR 11816:2003 ou equivalente ao país de destino. Opcionalmente pode ser fornecida bomba de vácuo anel liquido de duplo estágio ou bomba de vácuo seca que proporciona mais de 70% de economia da água filtrada. 18 Figura 11: Esquemático de acionamento da bomba de vácuo Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA A alimentação da bomba é trifásica 380 volts por meio de um disjuntor Geral de 100 Amper com contator de 18 Amper e relé de sobrecarga ajustável, todos em série. Como a bomba de vácuo funciona com anel liquido, é necessária uma ligação de água realizada por uma válvula solenóide 220 volts que abre no instante do acionamento da bomba de vácuo e no instante seguinte desliga para não haver desperdício de água. No esquema da figura 11, mostra uma ligação com rede 220 volts trifásica, por este motivo a válvula solenóide está ligada entre fases. Em ligação 380 volts 19 trifásica, será necessária mais um fio neutro para ligação da válvula, ou ligar no centro do fechamento estrela da bomba. Figura 12: Bomba de água Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Gerador de vapor limpo com abastecimento automático através de bomba centrífuga de água com tratamento à base de níquel químico opcionalmente em aço inox AISI 316. O gerador é construído em aço inoxidável AISI 316L e possui resistência blindada em aço inoxidável. O nível de água é controlado por um sistema de bóia para liberação ou fechamento da entrada de água e controle das resistências, possui dreno automático temporizado em cada final de ciclo e chave seletora para drenagem total do gerador. Construído conforme normas ASME seção VIII, divisão I, e NBR 11816:2003 ou equivalente ao país de destino. 20 Figura 13: Válvula de Segurança Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA Válvula de segurança: O esterilizador apresenta os seguintes sistemas de segurança: início do ciclo ou a entrada de vapor na câmara interna liberados somente com as portas fechadas. O comando não permite a alteração de parâmetros com o ciclo iniciado. Da mesma forma, é impossível programar parâmetros incompatíveis com a estrutura do esterilizador. O equipamento faz uma checagem preliminar dos suprimentos necessários. No caso de falha de fornecimento, não permite o início o ciclo. A mensagem de falha é indicada no visor e impressa. A demora excessiva no alcance de um determinado parâmetro é indicada no visor do comando. Se a falha persistir, o ciclo é abortado e a mensagem de erro é impressa. O ciclo só inicia nova fase depois de atingido os parâmetros da fase anterior. A ocorrência de uma falha de processo pode iniciar uma rotina de emergência que restitui a condição de pressão atmosférica da câmara. A causa da falha é indicada no visor e impressa. No modelo de duas portas, um dispositivo impede a abertura simultânea das mesmas para evitar o risco de contaminação ambiental. Possui duas válvulas de segurança em aço inoxidável, latão ou ferro fundido previamente calibrada e selada, dotada de alavanca para verificação de funcionamento e limpeza. A válvula só pode ser reparada e calibrada pelo próprio fabricante. Sob pedido pode ser fornecido o certificado de aferição do mesmo. 21 Em um ciclo típico de esterilização, podemos distinguir três fases principais no processo: acondicionamento da carga, exposição e fase de secagem e resfriamento. Pré-Vácuo/acondicionamento: O contato direto do vapor saturado e o produto a ser esterilizado com temperatura mais baixa que a do vapor, provoca a condensação e a transferência do calor latente do vapor para estes materiais. É a grande quantidade de energia liberada neste processo de condensação de vapor que será aproveitada para agilizar a destruição ou inativação dos microorganismos. A existência de ar na câmara e nos pacotes interfere neste processo, dificultando o contato direto com os materiais. Além disso, a mistura de ar e vapor não é homogênea e sempre possui uma temperatura menor que a do vapor saturado para a mesma pressão. A principal função desta primeira fase do ciclo de esterilização é a eliminação, a mais completa possível, do ar presente na câmara. Isto é conseguido através de injeções de vapor e pulsos subseqüentes de vácuocomo podemos ver na figura 14. Neste processo, além da eliminação do ar, se consegue a umidificação e o aquecimento dos pacotes, o que facilita o alcance dos parâmetros definidos para a fase de esterilização. Esta fase do ciclo no esterilizador a Vapor é parametrizada na fabricação, sendo previstos pulsos de vapor e vácuo controlados por tempo. Figura 14: Gráfico de acondicionamento Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA 22 Exposição / esterilização: É durante esta fase que ocorre a destruição ou inativação dos microorganismos (figura 15). Para que isto ocorra, os materiais devem ser mantidos em contato com o vapor pelo tempo e na temperatura definidos para o processo. O tempo de exposição deve ser igual ao tempo teórico requerido para a temperatura de ciclo escolhida, acrescido do tempo necessário para penetração do vapor e homogeneização da temperatura no interior dos pacotes, e de um tempo de segurança. O Esterilizador a Vapor é projetado para permitir um rígido controle desta fase. Em primeiro lugar, só é iniciada a contagem do tempo de esterilização quando for atingida a temperatura programada e a pressão de vapor correspondente. Para o controle deste parâmetroé utilizado um sensor eletrônico de temperatura PT-100. Para a manutenção da temperatura de esterilização, o comando checa continuamente as medições de temperatura, com precisão na primeira casa decimal e controla a abertura e o fechamento da válvula de admissão de vapor. O software de controle possibilita uma variação menor que 0,5°C na temperatura do ciclo. Esta oscilação normalmente ocorre na faixa superior à da temperatura programada. Se esta variação ocorrer em uma faixa inferior a da temperatura programada o controle interrompe a contagem do tempo de exposição até que a temperatura volte à faixa desejada. Se por alguma falha mecânica ou de fornecimento a temperatura superar em 3°C, o valor programado do ciclo será interrompido. Figura 15: Gráfico de Exposição Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA 23 Secagem e aeração: Na fase de secagem e resfriamento, a temperatura e a umidade dos materiais expostos no processo devem ser reduzidas a valores que permitam a sua retirada da câmara e manipulação posterior, sem riscos de recontaminação ou de danos ao operador. Isto se consegue com a manutenção por um período de tempo programado a um determinado nível de vácuo (figura 16). Figura 16: Gráfico de secagem e aeração Fonte: Manual HI_VAC II Baumer SA As recentes exigências de validação do processo de esterilização levou ao desenvolvimento de esterilizadores mais precisos e automatizados, com controles de tempo e temperatura de processos padronizados conforme normativas Internacionais. Por vezes esterilizadores antigos ou esterilizadores não validáveis, nas quais a temperatura de processo é excessiva, não têm dificuldade em secar, mas ao custo da deterioração dos materiais e ausência do controle do processo de esterilização. 24 4 ATIVIDADES REALIZADAS Neste capítulo serão relatadas, todas as atividades realizadas durante o período do estágio no setor de assistência técnica da Hospitália Cirúrgica Catarinense. Tais atividades envolveram a criação e execução de um relatório de validação em uma autoclave de vapor saturado. Atendendo a solicitação do Hospital Municipal Mon Senhor José Locks da cidade de São João Batista – SC, para a avaliação de uma autoclave que está localizada no Centro de materiais esterilizados, pois o equipamento já está em funcionamento há aproximadamente um ano necessitando uma validação. Conforme a RBC n°15 (2012) ART.37- Deve ser realizada qualificação de instalação, qualificação de operação e qualificação de desempenho, para os equipamentos utilizados na limpeza automatizada e na esterilização de produtos para saúde, com periodicidade mínima anual. Por se tratar de uma normativa recente, 15 de março de 2012 e que entrou em vigor em dezembro de 2014, houve a necessidade da elaboração de um relatório respeitando tais normas, levando em consideração os equipamentos usados para aquisição dos dados e os equipamentos que serão validados. Para cada equipamento as normativas se alteram, sendo necessária a elaboração de relatórios diferentes. Conforme a NBR ISO 17665-1 (2010) 9.1.1- Convém que um novo esterilizador seja fornecido e instalado em conformidade com seus projetos e especificações. A.4.1-Critérios de aceitação para o ensaio são os seguintes: a) Convém que a faixa de temperatura de esterilização tenha um limite inferior definido pela temperatura de esterilização e um limite superior de +3°C. b)Convém que o tempo de equilíbrio não exceda 15s para as câmaras de esterilização até 800 L de espaço utilizável e 30s para câmaras de esterilização maiores. c)Convém que, durante o tempo de exposição, a temperatura medida acima do pacote de ensaio, não exceda a temperatura no ponto de referência da câmara de esterilização, por mais de 5°C para os primeiros 60s e de 2°C para o período restante. d)Durante o tempo de retenção, convém que a temperatura medida no ponto de referência da câmara do esterilizador, a temperatura medida dentro do pacote de ensaio e a respectiva temperatura do vapor saturado(calculada a partir de pressão da câmara, no mesmo instante) estejam dentro da faixa de temperatura de esterilização e não difiram entre si por mais de 2ºC (ver 6.1.2). e)Convém que o tempo de retenção não seja inferior a 15 min, 10 min e 3 min para temperaturas de esterilização de 121ºC, 126ºC e 134ºC, respectivamente. Após elaboração do relatório foi executada a validação na autoclave da marca Phenix Luferco conforme figura 17, usando uma maleta validadora para fazer o 25 ensaio termométrico, que consiste em um módulo aquisitor de dados da marca Contemp, com doze canais de temperatura e um canal de pressão. As temperaturas são coletadas através de termopares tipo T e o canal de pressão, através de transdutor da marca Wika, as mesmas são coletadas em intervalos de 20 segundos, posteriormente são exibidos os valores mínimos, médios e máximos de cada canal coletado e gerado um gráfico de todo o processo. Figura 17: Autoclave a ser validada Fonte: Autor (2015) Os dados apresentados foram obtidos por meio de equipamentos automáticos que obedecem aos princípios de inviolabilidade definidos na norma americana do FDA 21CFR Part 11, ou seja, não são passíveis de serem manipulados desde o 26 momento em que são coletados, garantindo assim a confiabilidade dos estudos realizados. A validação consiste em três qualificações: Qualificação de instalação: consiste em verificar, se o equipamento está instalado corretamente, conforme orientações do fabricante. Instalação elétrica: a) Energia elétrica 380 volts trifásico 60 hz ; b) Disjuntor geral de proteção 40 Amperes; c) Espessura do cabo 16mm; Instalação Pneumática: a) Não possui. Instalação hidráulica: a) Gerador de vapor interno, alimentado por osmose reversa externa; b) Bomba de vácuo alimentada por água da rede com pressão de 1,0 Kg/cm² c) Diâmetro da tubulação 25mm; d) Dreno com tubulação de cobre 1”; Qualificação Operacional: Este estudo consiste na realização de 03(três) ciclos consecutivos com a câmara vazia, com temperatura ajustada para 134°C e tempo programado para 10 minutos com a finalidade de testar a eficiência, estabilidade e homogeneidade da temperatura e pressão, bem como a estabilidade do vácuo. Para este procedimento, são colocados 13(treze) sensores previamente identificados, calibrados e distribuídos conforme Figura 18. Estes sensores são conectados á uma maleta micro processada, que coletará valores de pressão e temperatura, em intervalos de 20 segundos que exibirá valores mínimos, médios e máximos, que será comparada com os transdutores do equipamento em validação. 27 As leituras entre os sensores do equipamento em validação e os sensores da maleta validadora não podem ter variações superiores á 0,5°C, e após a realização das leituras, as variações máximas admitidas entre os sensores do validador, devem ser menores que 2,0°C do valor médio da temperatura da câmara. Figura 18: Distribuição dos sensores na câmara Fonte: Autor (2015) Qualificação de Desempenho: Neste estudo, são executados 03 ciclos consecutivos em 134°C com 10 minutos de esterilização, onde é feito a verificação da distribuição da temperatura no interior da carga, para verificar a eficácia da penetração do agente esterilizador na mesma. Para este procedimento, são colocados 13(treze) sensores previamente identificados, calibrados e distribuídos conforme figura 19, onde é verificada a distribuição de temperatura na câmara, no interior das cargas com maior massa e ou com maior dificuldade de penetração do agente esterilizador, sendo 01(um) sensor de temperatura e 01(um) sensor de pressão, colocados junto ao sensor de temperatura do equipamento a ser validado. 28 Figura 19: Distribuição dos sensores na carga Fonte: Autor (2015) Paralelamente foramcolocados indicadores químicos e biológicos, devidamente identificados para posterior análise, e de responsabilidade do pessoal do hospital, capacitado para este procedimento. Durante o procedimento as leituras de temperatura e pressão entre os sensores do equipamento em validação e os sensores da maleta validadora não podem ter variações superiores á 0,5°C, e após a realização das leituras, as variações máximas admitidas entre os sensores do validador, devem ser menores que 2,0°C do valor médio da temperatura da câmara, também a máxima temperatura, não poderá ser maior que 3,0°C da temperatura média do processo a se validado. Critérios de aceitação dos estudos de distribuição e penetração de calor 29 A autoclave será aprovada se: Todos os sensores atingirem a temperatura de trabalho durante o ciclo programado; Durante o período em que as cargas permaneçam na temperatura de exposição, não deve haver variações oscilações de temperatura maior que 2,0°C, em relação á temperatura média de todos os sensores. A temperatura máxima não ultrapassar 3,0°C a temperatura média de todo o processo. Os sensores devem ser calibrados e o resultado da aferição não deve apresentar variações de temperatura superiores a 0,5°C em relação ao padrão de calibração. As leituras do sensor de temperatura do equipamento a ser validado e as leituras do sensor da maleta validadora não devem diferir em mais de 2,0°C. Os valores de F0 encontrados devem ser maiores ou iguais a 07 (sete) minutos. Para critério de avaliação dos resultados é realizado o cálculo de letalidade do processo previsto na NBR ISSO 11134/2001 e na portaria 500: Cálculo de Valor **, utilizando a formula: F = t.L Onde, t - intervalo de tempo entre as medidas de temperatura. L – somatória das taxas de letalidade em cada intervalo. Calcular as taxas de letalidade (L) a intervalos de tempo predeterminados para cada sensor. Para maior precisão recomenda-se que as leituras de temperatura sejam realizadas em intervalos de 01(um) minuto. 30 L = 10 Onde, = Temperatura do sensor no instante T1; = Temperatura de referência = 121°C; = Constante igual a 10°C (valor de Z); Valores de Z genéricos são assumidos para calor úmido Z = 10 e para calor seco, Z = 20 para esterilização e Z = 46,4 para despirogenização. O tempo de letalidade de esterilização em cada ponto onde foi inserido o PT- 100, é calculado pela integração das taxas letais do processo: F = 0 ∫Ѳ10(T – Tr)/Z dѲ Onde, Ѳ – é o intervalo de tempo entre medidas sucessivas de temperaturas. A área sob a curva, graficamente obtida da relação entre a taxa de letalidade e o tempo na temperatura de referência, é dividida em segmentos correspondentes ao intervalo de tempo (Ѳ) constante entre sucessivas leituras das temperaturas registradas. O valor de F é estimado multiplicando-se pela somatória das taxas letais: F = Ѳ (L1 + L2 + L3... + Ln-1) Entende-se F como sendo o tempo equivalente a um ciclo em um equipamento ideal, na qual a temperatura se mantém constante durante todo o ciclo, ou seja: Para um ciclo de 30 minutos temos que se o valor de F calculado for 26 minutos, por exemplo, significa que o equipamento opera com temperaturas menores que a de referência e que 30 minutos neste equipamento, equivalem há 26 minutos num equipamento ideal onde a temperatura permaneça constante e igual à referência. Por definição o cálculo de F0 utiliza um valor de Z=10°C e uma de esterilização de 121,1°C. 31 Problemas relacionados ao processo. Durante o processo de validação, na fase de qualificação operacional, o equipamento não chegou à temperatura esperada, sendo necessária a calibração de temperatura do comando lógico programado (CLP) através do trimpot de ganho de 200KΩ, conforme figura 20. Figura 20: Trimpot de ajuste de temperatura Fonte: Autor (2015) Após a calibração, os resultados foram aprovados em todos os requisitos avaliados, sendo o equipamento aprovado para esterilização. 32 5 CONCLUSÃO Conhecimento, experiência e vivência profissional, são fundamentais e imprescindíveis para a qualificação de um profissional, independentemente da área de atuação ou do grau de formação, seja ele, técnico ou superior. Na graduação, em sala de aula adquirimos conhecimentos básicos e específicos, já no estágio obrigatório, que promove ao aluno uma parcela de experiência, aplicamos tais conhecimentos adquirindo-se assim uma vivencia profissional. Durante o estágio, no setor de assistência técnica da Hospitália Cirúrgica Catarinense, foram realizadas atividades que me fizeram colocar em prática os conhecimentos adquiridos nas disciplinas da graduação, em especial, a de Eletrônica A e B, também foi também possível utilizar ferramentas desenvolvidas a partir da aplicação dos conhecimentos da engenharia elétrica. Além disso, a estrutura global de uma autoclave envolve o conhecimento de outros ramos de engenharia, como a engenharia de automação e a engenharia mecânica, das quais pude ter o contato a partir do auxílio da empresa durante realização das atividades. Por fim, posso concluir que, a realização do estágio, me proporcionou adquirir um conhecimento extra acadêmico e também profissional, além da experiência de trabalhar na área de engenharia biomédica, bem como a vivencia com os demais profissionais dentro do um ambiente organizacional característico da empresa. 33 REFERÊNCIAS Resolução RDC N°15/2014. Regulamento técnico de boas práticas para o processamento de produtos para a saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.html Baumer. Manual de instalação e manutenção de autoclave Baumer modelo Hi Vac II http://www.baumer.com.br/baumer/site/download/index.php? acao=download&cod=2023&idioma=Portugues NBR 17665-1/2010.Diretrizes para esterilização de produtos para a saúde. VIANA, Herbert Ricardo Garcia. PCM, Planejamento e Controle da manutenção. Rio de Janeiro: Qualitymark. Ed. 2002. MAIA P.G. – Prática da Manutenção – Apostila, SENAI,2006. http://www.baumer.com.br/baumer/site/download/index.php?acao=download&cod=2023&idioma=Portugues http://www.baumer.com.br/baumer/site/download/index.php?acao=download&cod=2023&idioma=Portugues http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.html 34 ANEXOS Controle de Encontros Orientados e Orientadores de Estágio Obrigatório Engenharia Elétrica - Telemática Aluno: MARLON JOSÉ SASSARO Orientador: SANDRO ALBERTON KIRCHNER Data Horário Assinaturas Orientado Orientador Data da entrega do relatório para o orientador: 1 introdução 2 a empresa 2.1 AS BASES DA ORGANIZAÇÃO 3 Funfamentação teórica 3.1 EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO Esterilizador a vapor 4 ATIVIDADES REALIZADAs 5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXOS
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