Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Fisiologia S. Endócrino- Hormônios Hipofisários e o Controle do Hipotálamo Daniel Duarte MED79 Hormônios Hipofisários Glândula Hipófise e o Hipotálamo A hipófise, também pode ser chamada de Pituitária, está sobre a sela túrcica do osso esfenoide e possui uma constituição embriológica dupla. A porção posterior (Neuro-hipófise) possui origem do tecido neural e a porção anterior (Adeno-hipófise) apresenta origem do tecido faríngeo. Figura 1- Sela Túrcica. A hipófise é uma glândula de grande importância para o organismo, em virtude da grande quantidade de hormônios que ela secreta e das funções desempenhadas por esses hormônios. A pituitária tem sua atividade, secreção de hormônios, controlada pelo hipotálamo, o qual se conecta a ele através do pedículo hipofisário. Figura 2- Anatomia da Hipófise. De modo geral, são 8 importantes hormônios secretados pela hipófise, 6 pela adeno-hipófise e 2 pela neuro-hipófise. A porção anterior é responsável pela síntese de seus hormônios diferente da neuro-hipófise, a qual funciona como armazenador dos hormônios produzidos pelo hipotálamo (Núcleo supraóptico e Núcleo paraventriculares). Os 8 hormônios são os seguintes: 1. Hormônio do crescimento (GH): Produz o crescimento de todo o corpo, a partir da atuação no aumento da síntese proteica, na diferenciação e na multiplicação celular; 2. Hormônio Adrenocorticotrópico (ACTH): Produz a estimulação no córtex adrenal, a fim de que ele produza seus hormônios; 3. Hormônio tireoide estimulante (TSH): Produz a estimulação da tireoide, a fim de que ele produza seus hormônios, tiroxina (T4) e tri- iodotironina (T3); 4. Hormônio luteinizante e Folículo estimulante: Atua sobre as gônadas, a fim de que ela cresçam, e sobre suas atividades hormonais e reprodutivas; 5. Prolactina: desenvolvimento das glândulas mamarias e a produção do leite; 6. Hormônio antidiurético (ADH): atua sobre os rins, a fim de diminuir a perda de água na urina. 7. Ocitocina: Liberação do leite e auxilia no parto, através do aumento do tônus muscular do útero. Cada hormônio produzido pela hipófise anterior possui um tipo celular responsável pela sua síntese, são eles; 1. Somatotrópicos GH 2. Tireotrópicos TSH 3. Gonadotrópicos LH e FSH 4. Corticotrópicos ACTH 5. Lactotrópicos Prolactina. Como já fio dito, O Hipotálamo Controla a secreção Hormonal da Hipófise. 2 Fisiologia S. Endócrino- Hormônios Hipofisários e o Controle do Hipotálamo Daniel Duarte MED79 Esse controle possui algumas características e é feito de modo diferente entre as porções da hipófise. Como a neuro-hipófise possui uma comunicação de neurônios entre o hipotálamo e ele, o controle da secreção hipofisária posterior é feito através de sinapse. Já o controle da secreção dos hormônios da hipófise anterior necessita dos Hormônios estimuladores e inibidores Hipotalâmicos, os quais chegam até a adeno- hipófise, por meio de vasos sanguíneos. Esses vasos formam um sistema, os Vasos sanguíneos portais hipotalâmico- hipofisários, no qual o centros hipotalâmicos transmitem esses hormônios hipotalâmico até a eminência mediana, local onde marca o início do sistema portal. Ao entrar nesse sistema portal, os hormônios vão chegar até os capilares sinusoides da Hipófise anterior e a partir daí chegam as células-alvo correspondentes (As células produtoras dos hormônios). Figura 3- Sistema Portal Hipotálamo-Hipofisário Cada tipo celular produtora de hormônio na hipófise anterior possui um hormônio liberador e inibidor hipotalâmico correspondente. Na maioria dos casos, é o Hormônio liberador hipotalâmico que exerce o maior controle da regulação, porém no lactotrópicos é o contrário, ou seja, é o Hormônio Inibidor da prolactina (PIH) quem exerce o maior controle sobre os lactotrópicos. Os outros hormônios liberadores hipotalâmicos são os seguintes: 1. Hormônio Liberador do hormônio do crescimento: o hormônio inibidor também pode ser a somatostatina. 2. Hormônio Liberador da tireotropina (TRH); 3. Hormônio Liberador da Gonadotropina (GnRH); 4. Hormônio Liberador da Corticotropina (CRH). Para entender o Porquê dos Lactotrópicos se comportarem diferente, é necessário perceber que, na maioria do tempo, a produção de leite deve está interrompida, exceto no momento da gravidez. Assim, o hormônio inibidor da prolactina tem que atuar sobre os lactotrópicos, a fim de conter a secreção da prolactina. Função Fisiológica do Hormônio do Crescimento GH também pode ser chamado de Hormônio somatotrópico ou de somatotropina, mas diferente dos outros hormônios da adeno-hipófise, ele não atua na estimulação de uma glândula-alvo, suas funções são desenvolvidas no organismos todo. Entre as funções do GH temos as seguintes: 1. Aumento da síntese proteica; 2. Crescimento dos tecidos (maior crescimento e diferenciação celular, multiplicação celular). O GH possui alguns efeitos metabólicos importantes, como o aumento da mobilização de ácidos graxos e a diminuição da utilização da glicose. Desse modo, o GH provoca um maior uso dos ácidos graxos para a formação de energia mantendo conservada reservas de carboidratos e 3 Fisiologia S. Endócrino- Hormônios Hipofisários e o Controle do Hipotálamo Daniel Duarte MED79 proteínas, a qual apresenta sua síntese aumenta- outro efeito metabólico do GH. Para aumentar a quantidade de proteínas nas células, o hormônio do crescimento necessita agir sobre algumas estruturas celulares. Para isso, ele vai promover o maior transporte de aminoácidos para o meio intracelular (matéria-prima para a síntese proteica), vai provoca uma maior tradução do RNA e uma maior transcrição do DNA nuclear, o que leva a um aumento na produção de RNA também. Além disso, como já foi dito anteriormente, a Somatotropina vai mobilizar mais ácidos graxos livres para poupar a destruição das proteínas para a geração de energia. Assim, o GH aumenta a produção de proteínas e reduz o catabolismo delas. Essa redução do catabolismo das proteínas é, em virtude da conversão dos acidos graxos em acetil Co-A, o qual retornará para o ciclo de Krebs e, consequentemente, há a geração de ATP poupando os carboidratos e as proteínas. Entretanto, concentrações elevadas desse hormônio podem desencadear efeitos cetogênicos, uma vez que esses ácidos graxos em concentrações altas serão usados pelo fígado para a produção de Ácido acetoacético, o que leva a um quadro de CETOSE. Além disso, a mobilização excessiva de gordura para o fígado pode provocar uma Esteatose Hepática. Figura 4- Esteatose Hepática O Efeito do Hormônio do Crescimento nos Carboidratos é de redução da sua utilização para a geração de energia, em virtude de três ações: 1. Diminuição da captação de glicose pelos tecidos; 2. Aumento da síntese de glicose pelo fígado; 3. Aumento da secreção de insulina. A secreção de insulina desencadeada pela GH tem grande importância, uma vez que ele busca gerar um quadro de resistência à insulina (Resumo anterior fala que concentrações hormonais podem levar a diminuição dos receptores, através de diversas formas). O GH possui ação diabetogênica no metabolismo dos carboidratos, visto que ele provoca um aumento da glicemia e uma resistência da insulina, a qual também é causada pelos elevados níveis de ácidos graxos que diminuem a sensibilidade dos receptores de insulina. Apesar disso, o GH necessita de insulina e de carboidrato para conseguir exercer sua influencia sobre o organismo. Uma das causas dessa necessidade é o fato da insulina auxiliar no transporte de aminoácidos para o meio intracelular. Além disso, é necessárioda metabolização dos carboidratos para a geração de energia para o organismo funcionar. O Efeito do hormônio do crescimento no tecido ósseo é também de provocar seu crescimento, porém esse tecido possui algumas características próprias, como o fato 4 Fisiologia S. Endócrino- Hormônios Hipofisários e o Controle do Hipotálamo Daniel Duarte MED79 dos ossos longos crescerem apenas na fase da adolescência. Mas, é importante ter noção que a ação desse hormônio sobre o tecido ósseo necessita de mediadores proteicos, as somatomedinas –sobretudo – a somatomedina C. Esses mediadores do GH possuem semelhança, no modo de atuar, com a insulina, portanto, também são chamados de fatores de crescimento semelhantes aà insulina (IGFs). As somatomedinas possuem uma ação mais duradoura que o GH, em virtude da sua meia-vida maior. AS consequências do GH no tecido ósseo são: 1. Deposito de proteínas nas células osteogênicas; 2. Aumento da reprodução celular; 3. Maior conversão de condrócitos em células osteogênicas. Além disso, o GH vai atuar estimulando o osteoblasto, tipo celular responsável por formar a matriz óssea. Essa estimulação especifica possui o intuito de provocar uma maior formação da matriz óssea, a fim de compensar a ação dos osteoclastos e o osso possa aumentar sua espessura. Regulação da secreção do GH e a Influência do Hipotálamo A secreção do GH vai atenuando com a idade, porém há fatores que podem alterar seus níveis de secreção, como o estado nutricional e o estresse. Tabela 1-Relação idade e Secreção de GH Alguns exemplos desses fatores, são: 1. Jejum (sobretudo, déficit de proteínas); 2. Hipoglicemia; 3. Exercícios; 4. Traumas; 5. Excitações; 6. Grelina, hormônio estomacal. Entre esses exemplos, o mais relevante é o jejum. Essa condição fisiológica leva a uma quadro de diminuição das concentrações proteicas e da glicose, o que acaba estimulando a secreção do GH. O déficit proteico é mais relevante para secreção e podemos perceber isso porque em situações de tratamento da desnutrição, a diminuição das concentrações hormonais são mais relevantes quanto o tratamento eh feito com proteina associado ao carboidrato do que só com o carboidrato. (Isso são situações experimentais). Outra explicação para esses níveis de secreção do hormônio, é a influencia do Hipotálamo. Como já vimos, o hipotálamo atua sobre a somatotropos a partir de dois hormônios, o H. Estimulador do GH e a somatastina. Esses hormônios são sintetizados em áreas distintas do hipotálamo. O GHRH é sintetizado no núcleo Ventromedial, mesma área que é sensível as concentrações da glicose. Assim, em hipoglicemia, há a maior liberação do GHRH, 5 Fisiologia S. Endócrino- Hormônios Hipofisários e o Controle do Hipotálamo Daniel Duarte MED79 que vai induzir uma maior liberações do GH na hipófise anterior. Semelhante a isso, é a ação das catecolaminas –dopamina e serotonina- que aumentam a secreção do GH em situações de estresse, trauma e emoção. Tabela 2- Relação entre a hipoglicemia e o GHRH Hipófise posterior e sua relação com o hipotálamo A neuro hipófise vai possuir uma constituição celular de células semelhantes as células da glia, os pituícitos. Essas células são responsáveis por armazenar os hormônios ADH (N. Supraóptico) e Ocitocina (N.Paraventricular). Esses hormônios são sintetizados nos corpos celulares e transportados, com o auxilio de proteínas neurofisinas, para as terminações nervosas no hipófise posterior. O ADH Vai atuar no rim, nos ductos e túbulos coletores, para aumentar a absorção da água do filtrado glomerular deixando a urina mais concentrada. Para fazer isso, o ADH vai ligar-se aos receptores na membrana celular, o que vai ativar a adenili ciclas responsável por formar AMPc. Isso vai levar as vesículas a se ligarem a membrana celular dos ductos coletores, o que vai aumentar, significativamente, a permeabilidade da água, que antes era baixa. Esse processo demora entre 5 a 10 minu/tos. O ADH tem sua secreção regulada a partir da OSMOLARIDADE no líquido extracelular. O hipotálamo possui osmorrecptores que monitoram a concentração osmótica do líquido extracelular. Quanto a osmolaridade está alta, há a estimulação para a liberação do ADH. Quando a osmolaridade está baixa, há a inibição da da secreção do GH. Outro mecanismo regulador da secreção de ADH é a PRESSÃO ARTERIAL. Existem barorreceptores no átrio e em alguns vaso de grande calibre, que em situações de baixa volemia, há a estimulação para a secreção do ADH, uma vez que ele vai reter a água. Porém, quanto há a distensão desses receptores – situação em que há a necessidade de eliminar o excesso de líquido- ocorre a inibição da secreção da vasopressina. Assim: A ocitocina, outro hormônio da hipófise posterior, possui duas funções, a de provoca as contrações do útero gravido e a de auxilia na ejaculação do leite materno. A ocitocina vai ser liberado a partir da sucção do recém-nascido, o que vai promover uma condução de sinal nervoso até os neurônios ocitogênicos no hipotálamo promovendo a liberação da ocitocina na hipófise. A ocitocina vai atuar sobre os alvéolos das glândulas mamarias, a fim de provocar a contração das células mioepiteliais que expulsão o leite dos alvéolos para os ductos da mama causando, assim, a descida do leite. Hipoglicemia Estímulo do Nícleo Ventromedial Maior Liberação de GHRH Estímulo nas células somatotrópicos Liberação do GH Baixa Volemia Secrecção do ADH Ação Vasoconstritiva Volemia Alta Inibição do ADH Ação vasodilatadora
Compartilhar