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Micologia e Virologia ARA0957 Profa. Angelica Martins Batista Os vírus infectam que tipo de célula? Onde os vírus são encontrados? Pauta do dia • Histórico da Virologia • Propriedades gerais dos vírus • Diversidade viral • Morfologia viral • Etapas da replicação viral HISTÓRICO DA VIROLOGIA Primeira evidência de infecção viral (3000 aC) no Egito Antigo – poliomielite? Marcas em múmia de Ramses V (145 aC) varíola? HISTÓRICO DA VIROLOGIA ✓ Os vírus foram descobertos entre 1886 e 1903 ✓ Nessa época, os menores agentes infecciosos conhecidos eram bactérias HISTÓRICO DA VIROLOGIA Os experimentos de Ivanovsky - 1890 HISTÓRICO DA VIROLOGIA Os experimentos de Ivanovsky - 1892 ✓ O agente infeccioso era filtrável e muito menor do que as bactérias ✓ O novo agente seria uma toxina produzida por bactérias HISTÓRICO DA VIROLOGIA Os experimentos de Beijerinck - 1898 ✓ Reprodução do experimento de Ivanovsky ✓ Nenhum microrganismo aeróbico ou anaeróbico foi detectado no filtrado ✓ O filtrado continha um novo agente infeccioso que não podia ser cultivado in vitro ✓ O agente mantinha a capacidade de infectar novas plantas ✓ O agente infeccioso era inativado pelo calor (temperaturas superiores a 90°C) ✓ Não se detectou nenhum microrganismo conhecido Fluido vivo contagioso Veneno Patógenos filtráveis Invisíveis ao microscópio óptico Não cultiváveis in vitro HISTÓRICO DA VIROLOGIA 1900 – Walter Reed identificou a febre amarela como a primeira doença humana causada por um agente filtrável, presente no sangue de pacientes infectados. O agente seria sólido ou líquido? 1915 – descoberta de bacteriófagos por Felix d’Herelle; componentes do “fluido” seriam proteínas autocatalíticas que necessitavam da presença de células vivas para se multiplicarem. 1930 – visualizado o vírus mosaico do tabaco por microscopia eletrônica. 1936 – identificada a presença de RNA associado ao “fluido” do mosaico do tabaco. 1950 – George Gey e Harry Eagle desenvolveram sistemas de cultura de células e meios nutritivos PROPRIEDADES DOS VÍRUS ✓ São os menores microrganismos existentes. Comparativamente, bactérias têm, em média, de 10 a 15 vezes o tamanho dos vírus (há exceções); ✓ São visualizados somente por microscopia eletrônica (há exceções); ✓ São parasitas intracelulares obrigatórios, sendo incapazes de se replicarem sem uma célula hospedeira; ✓ São dependentes do metabolismo celular ativo pois não possuem o aparato necessário para a síntese das próprias proteínas e também não produzem ATP; ✓ Possuem genoma formado por um tipo de ácido nucleico (RNA ou DNA ou a única exceção que compreende os citomegalovírus humanos que possuem DNA e RNA intermediário como material genético). VÍRUS NÃO SÃO SERES VIVOS VÍRUS SÃO SERES VIVOS X Acelulares Não possuem metabolismo próprio Possuem material genético Sofrem mutações VÍRUS NÃO SÃO SERES VIVOS VÍRUS SÃO SERES VIVOS X DIVERSIDADE VIRAL Os vírus são capazes de infectar invertebrados, vertebrados, plantas, protistas, fungos e bactérias. https://dotoevirose.wordpress.com/2013/07/24/doto-existe-virus-no-fundo-do-mar https://dotoevirose.wordpress.com/2013/07/24/doto-existe-virus-no-fundo-do-mar ✓ Os fagos são modelos de estudo para compreensão do funcionamento, expressão e regulação gênica. ✓ Realizam duas diferentes estratégias para completar o ciclo replicativo. DIVERSIDADE VIRAL DIVERSIDADE VIRAL CICLO LÍTICO – FAGOS VIRULENTOS 1. O DNA viral é injetado no interior da bactéria 2. Genes do bacteriófago comandam a destruição do DNA circular bacteriano 3. O DNA do bacteriófago é replicado 4. Somente proteínas virais são produzidas pelos ribossomos (FASE DE ECLIPSE) 5. Alta produção de vírions leva à lise celular 6. A célula bacteriana é destruída CICLO LISOGÊNICO – FAGOS TEMPERADOS 1. O bacteriófago infecta a bactéria 2. O DNA viral se integra ao cromossomo bacteriano (PRÓFAGO) 3. A célula bacteriana produz proteínas virais de forma mais lenta 4. A cada divisão celular, o DNA do fago é transmitido para a célula-filha 5. O DNA do fago permanece no genoma bacteriano silenciosamente (estado quiescente) 6. Garantia de geração de novos bacteriófagos em grande quantidade ao longo do tempo Caso a bactéria seja exposta a condições adversas (dessecação, exposição a UV, radiação ionizante, agentes químicos, mutagênicos etc.), ocorre o fenômeno de indução, levando ao fim do estado lisogênico. Em seguida, ocorre a expressão de genes do fago e sua multiplicação lítica. Controlam a proliferação de algas, mantêm o equilíbrio populacional de bactérias que infectam o fitoplâncton, ajudam no direcionamento do monóxido de carbono das águas de superfície para águas mais profunda etc. •Alterações na produção de flores e frutos; •Modificação no metabolismo da planta; •Paralisação do crescimento; •Redução da atividade fotossintética. ✓ A transmissão dos vírus se dá de forma mecânica. ✓ Uma vez infectada, a planta não pode ser tratada. ✓ Deve-se adotar medidas preventivas. Curvularia protuberata é um fungo que vive em mutualismo com espécies de gramíneas. Caso seja infectado pelo micovírus CThTV, o fungo propicia à gramínea crescimento em solos com altas temperaturas, o que não é possível em plantas não infectadas Enquanto as lagartas se alimentam das folhas das plantas, elas ingerem os poliedros contendo os baculovírus e, uma vez no intestino da lagarta, o vírus é submetido ao pH alcalino que dissolve a poliedrina liberando os vírions. As células intestinais da lagarta são infectadas e rapidamente todos os outros tecidos também se infectam. Em geral, as lagartas infectadas apresentam mudança comportamental e morfológica, exibindo redução na alimentação, retardo no crescimento e, em alguns casos, descoloração do corpo. Em cerca de 4-5 dias pós-infecção, elas morrem e se rompem, liberando grande quantidade de novos poliedros no ambiente, servindo de inóculo para infectar novas populações de larvas de lepidópteras. A utilização dos baculovírus, como inseticida no controle de pragas, é ecologicamente segura e inofensiva à saúde humana. DIVERSIDADE VIRAL Muitos vírus que infectam humanos se multiplicam em vetores invertebrados – arbovírus (arthropod-borne virus) Quando a fêmea de Aedes aegypti realiza a postura dos ovos, estes já estão infectados e dão origem a mosquitos capazes de replicar mais vírus. DIVERSIDADE VIRAL ✓ A maioria dos vírus gigantes infecta amebas, mas também podem infectar algas e vertebrados. Até agora, não se mostraram capazes de infectar o ser humano. ✓ Vírus gigantes podem ser infectados por outros vírus (virófagos). Os vírus gigantes divergem de tudo conhecido na Virologia: exibem tamanho médio de 750 nm, não são filtráveis, podem ser visualizados em microscópio óptico, possuem genoma com tamanho variável, codificam proteínas antes eram encontradas apenas em células e que nenhum outro vírus era capaz de produzir, como RNA transportador e subunidades ribossômicas. AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO E IDENTIFICAÇÃO VIRAL Quando não conhecemos um determinado agente infeccioso, obtemos uma amostra de um paciente com suspeita de uma determinada infecção viral e... inoculamos em um sistema de cultura de células, permitindo o crescimento do vírus em um sistema controlado e... identificamos os danos celulares causados pelo vírus (efeito citopático) - curvatura da célula, desorientação, tumefação ou murchamento, destacamento da superfície, morte etc. Diluições seriadas de um vírus foram plaqueadas em culturas de células em unicamadas confluentes. As células são coradas por um período de tempo no qual um único vírus infecta a célula, produz novas partículas virais e infecta as células ao redor. As áreas brancas mostram áreas da cultura nas quais as células foram mortas. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Para estudar e compreender melhor os vírus, é necessário classificá-los de acordo com as características morfológicas,genéticas e epidemiológicas. A classificação taxonômica é determinada pelo Comitê Internacional de Taxonomia Viral (ICTV), que estabelece níveis hierárquicos de classificação designados por sufixos. Não necessariamente um vírus será classificado em todas essas categorias. Nidovirales Coronaviridae Orthocoronavirinae Betacoronavirus SARS-CoV-2 https://talk.ictvonline.org/ https://talk.ictvonline.org/ CLASSIFICAÇÃO DE BALTIMORE ✓ Classificação conforme a estrutura genômica e a estratégia de replicação ✓ De forma geral, os genomas virais são constituídos por DNA ou RNA, que podem ser de fita dupla (ds) ou simples (ss), segmentado ou não segmentado ✓ Os vírus ssRNA podem apresentar: • genoma de polaridade positiva (mesma orientação do mRNA) • genoma de polaridade negativa (orientação inversa do mRNA) Alguns vírus podem se utilizar do processo reverso de transcrição (através da enzima transcriptase reversa) para originar "cópias" de DNA, a partir do RNA viral (ex. HIV). De modo geral, os vírus DNA transcrevem e replicam seu material genético no núcleo da célula hospedeira. Já, a maioria dos vírus RNA replica seu genoma no citoplasma da célula hospedeira. CLASSIFICAÇÃO DE BALTIMORE CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS ✓ Além das classificações taxonômica e de Baltimore, os vírus podem ser, informalmente, agrupados de acordo com as características epidemiológicas ou com base na patogênese da infecção que causam. MORFOLOGIA DOS VÍRUS Os vírus são formados basicamente por dois componentes: Protege o material genético do vírus e oferece certa rigidez a sua estrutura MORFOLOGIA DOS VÍRUS Alguns vírus apresentam uma camada lipídica chamada envelope. O envelope origina-se da membrana citoplasmática do hospedeiro. MORFOLOGIA DOS VÍRUS MORFOLOGIA DOS VÍRUS De acordo com a disposição dos capsômeros, os vírus apresentam simetria diferenciada. https://www.youtube.com/watch?v=t2FoZy-K4Hk https://www.youtube.com/watch?v=t2FoZy-K4Hk ESTRATÉGIAS DE REPLICAÇÃO VIRAL Para que novas partículas virais sejam produzidas, é necessário que os vírus sejam capazes de replicar seus genomas e sintetizar suas proteínas. Nos retrovírus ocorre a retrotranscrição ou transcrição reversa, processo que se inicia com uma molécula de RNA produzindo, de forma “reversa” à que preconiza o dogma central, uma molécula de DNA complementar. ADSORÇÃO OU LIGAÇÃO Ligação específica das proteínas virais (presentes no envelope ou capsídeo) aos receptores celulares. Receptores celulares: proteínas ou resíduos de carboidratos presentes na membrana plasmática da célula-alvo. Existe uma especificidade para que a ligação ocorra (modelo “chave-fechadura”). Portanto, um vírus infecta determinados tipos celulares – tropismo viral. Essa ligação dispara uma série de mudanças conformacionais, tanto nas proteínas virais, como nos receptores celulares, o que torna possível a entrada do vírus na célula. PENETRAÇÃO OU INTERNALIZAÇÃO Após a adsorção, os vírions penetram na célula, liberando o nucleocapsídeo, contendo o genoma viral no citoplasma celular. Existem três diferentes formas para que a penetração viral ocorra: translocação, fusão direta e endocitose. VÍRUS ENVELOPADOS VÍRUS NÃO-ENVELOPADOS DESNUDAMENTO, DESCAPSIDAÇÃO OU DESEMPACOTAMENTO Após a internalização viral na célula hospedeira, o material genético é liberado para que possa ser replicado e assim produzir as proteínas virais (expressão gênica viral). Para alguns vírus, a decapsidação ocorre concomitantemente à penetração viral na célula (caso dos adenovírus, da família Adenoviridae), já que o desnudamento se inicia ainda na face externa da membrana plasmática. O desnudamento pode ser bloqueado pelo hospedeiro, como contenção do espalhamento da infecção viral. penetração por fusão penetração por endocitose ES TR A TÉ G IA S D E R EP LI C A Ç Ã O V IR A L
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