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Características Gerais dos Vírus

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Maria Eduarda de Alencar - Odontologia 2019.2 
 
 
Características Gerais dos Vírus 
Introdução 
→ Os vírus são elementos genéticos que tem a 
capacidade de se replicar independente dos 
cromossomos – diferente de bactérias, por 
exemplo – entretanto essa replicação só é 
possível dentro de uma célula viva – vegetal, 
animal ou microrganismos – pois eles não 
possuem um aparato enzimático suficiente 
para essa ação, tornando necessário o uso da 
maquinaria celular, isso caracteriza esses 
microrganismos como parasitas celulares 
obrigatórios; 
OBS.: Os vírus tem uma natureza particulada – é 
capaz de se replicar formando seus componentes 
separadamente. 
→ Aqueles que defendem que ele é um ser vivo 
utilizam a capacidade de replicação e a 
existência de uma estrutura protetora de seu 
material genético como argumentos para apoiar 
tal teoria. Enquanto que o fato de eles serem 
parasitas celulares obrigatórios é usado por 
quem defende que ele não é um ser vivo; 
→ Em relação ao tamanho, os vírus são 
considerados os menores microrganismos 
existentes – 10 a 300 nm – podendo ser 
visualizados apenas através da microscopia 
eletrônica. Porém, esses microrganismos tão 
pequenos e simples morfologicamente – 
material genético, capsídeo e, em alguns casos, 
envelope – são capazes de controlar e 
redirecionar o metabolismo celular para seu 
próprio benefício, podendo causar grandes 
danos à célula hospedeira; 
→ Material Genético Viral: Pode ser DNA ou 
RNA – uma das 1° moléculas a ser formada – com 
exceção do Mimivírus (família: Mimiviridae) que 
apresenta os dois ácidos nucléicos em seu 
genoma. O ácido nucléico contém os genes 
responsáveis pelas informações genéticas para a 
decodificação de proteínas. Essas proteínas são 
capazes de induzir respostas imunológicas 
específicas – o organismo produz anticorpos 
específicos para cada vírus; 
OBS.: O mecanismo de replicação viral favorece 
frequentes mutações, isso muitas vezes faz com 
que ocorrendo um novo contato o vírus não seja 
reconhecido pelo sistema imune logo. 
→ Tropismo viral: Capacidade de um vírus 
infectar especificamente determinadas células de 
um organismo vivo e não outras. Essa 
característica vai influenciar no tipo de doença 
causada, por exemplo, vírus que infectam células 
do sistema imune vão gerar problemas na 
atividade delas. A interação vírus-hospedeiro 
vai influenciar tanto na transmissão quanto na 
capacidade de o vírus burlar o sistema imune 
– uma resposta exacerbada pode contribuir para 
gerar maiores danos, piorando o quadro da 
doença. 
Taxonomia Viral 
→ Os vírus podem ser agrupados de acordo com 
as suas propriedades físico, químicas e biológicas, 
assim como as das células que infectam. Dessa 
forma, eles podem ser classificados de acordo 
com o tipo de ácido nucleico, simetria do 
capsídeo, presença ou ausência do envelope, 
tamanho e sensibilidade as substâncias 
químicas; 
→ As características virais são consideradas para 
classificar os vírus em ordens, famílias e, em 
alguns casos, em subfamílias e gêneros. Os vírus 
são normalmente agrupados em ordens, cuja 
nomenclatura tem a terminação – virales; famílias 
com terminação – viridae; subfamílias com a 
terminação – virinae; gênero, terminado em – 
vírus e espécies, cuja nomenclatura é o nome do 
vírus em inglês; 
 
→ Classificação de Baltimore: 
• Classe I: DNA de fita dupla. Ex: Adenovírus, 
Herpesvírus e Poxvírus; 
• Classe II: DNA de fita simples positiva: Ex: 
Parvovírus; 
• Classe III: RNA de fita dupla. Ex: Reovírus, 
Birnavírus; 
• Classe IV: RNA de fita simples positiva. Ex: 
Picornavírus e Togavírus; 
• Classe V: RNA de fita simples negativa. Ex: 
Orthomixovírus e Rhabdovírus; 
• Classe VI: RNA de fita simples positiva, com 
DNA intermediário no ciclo biológico do vírus. Ex: 
Retrovírus; 
• Classe VII: DNA de fita dupla com RNA 
intermediário. Ex: Hepadnavírus. 
Estrutura Viral 
→ Basicamente os vírus são compostos por dois 
componentes essenciais, uma parte central, 
denominada cerne, onde se encontra o genoma, 
associado a uma capa proteica denominada 
capsídeo, eles formam juntos o nucleocapsídeo; 
Ácido nucléico1 + Capsídeo2 = Vírus 
1 Alberga a informação genética 
2 Protege o genoma, é também a principal 
estrutura responsável pela indução da resposta 
imune do hospedeiro 
→ Ao final da replicação, são formadas partículas 
virais completas e infecciosas – vírion – e 
partículas incompletas e não infecciosas. Em 
alguns gêneros o vírion é composto apenas por 
nucleocapsídeo e em outros ele possui uma 
membrana lipoprotéica externa, o envelope – 
adquirido muitas vezes no momento de saída da 
célula, quando levam parte da membrana 
plasmática; 
OBS.: Em vírus envelopados, os lipídeos se 
apresentam na forma de fosfolipideos, o que 
auxilia a entrada do vírus na célula hospedeira e 
confere uma maior proteção do microrganismo. 
→ Propriedades Físico-Químicas e Biológicas 
Dos Vírus: Massa molecular, pH, temperatura, 
estabilidade iônica, densidade, suscetibilidade a 
agentes físicos e químicos, composição proteica 
(de carboidratos e de lipídios), natureza e 
afinidade antigênica, tropismo, transmissão e 
patogenicidade; 
→ Simetrias: A partir do arranjo estrutural do 
nucleocapsídeo os vírus podem apresentar 
simetria icosaédrica, helicoidal e complexa; 
• Icosaédrica1: Assemelham-se a cristais, o 
capsídeo está organizado como um polígono 
retangular, nos vértices dos triângulos são 
encontrados os capsômeros – unidades 
formadoras de capsídeos – classificados em 
Hexâmetros – seis lados – e em Pentâmeros – 
cinco lados. Ex.: Adenovírus, os Picornavírus, os 
Rinovírus; 
1 Figura geométrica com vinte faces iguais 
• Helicoidal: Ácido nucléico circundado por um 
capsídeo cilíndrico como uma estrutura de 
hélice, podendo ser helicoidal rígido, que se 
assemelha a bastonetes, e helicoidal frouxo, 
cujos nucleocapsídeos se dobram em forma de 
novelos, geralmente irregulares, assumindo um 
aspecto polimórfico. Ex.: Influenza e o vírus do 
Mosaico do Tabaco; 
• Complexa: Minoria, apresentam duas cadeias 
peptídicas na constituição do capsídeo, sua forma 
resulta da suborganização de cada um dos 
componentes da partícula viral, como é o caso dos 
bacteriófagos – parasitam bactérias, introduzindo 
nelas o material genético, possuem uma estrutura 
composta por cabeça poligonal, cauda, bainha 
contrátil, placa basal e fibras, alguns são 
icosaédricos. Ex.: Poxvírus; 
 
→ Estrutura do Genoma Viral: Depende do ácido 
nucléico. DNA possui citosina, guanina, adenina e 
timina, fita dupla e fita única. O RNA possui 
citosina, guanina, adenina e uracila, fita dupla e 
fita única. Fitas positivas de RNA são fitas que 
contém o código que será traduzido pelos 
ribossomos. Fitas positivas de DNA são fitas que 
contém a mesma base sequencial do RNA 
mensageiro. Fita negativa de RNA ou DNA é a fita 
com base sequencial complementar à fita positiva. 
Ciclo Viral 
→ A replicação viral ocorre no interior da célula do 
hospedeiro e segue algumas etapas; 
• Adsorção 
- Ligação de uma molécula presente na superfície 
da partícula viral com os receptores específicos da 
membrana celular do hospedeiro; 
- Vírus Envelopados: As estruturas de ligação se 
apresentam em forma de espículas. Ex.: 
Paramyxovírus; 
- Vírus sem Envelope: A ligação célula-vírus 
geralmente está relacionada a um grupo de 
polipeptídios estruturais. Ex.: Papilomavírus; 
- Para haver a adsorção é necessária uma ponte 
entre as proteínas mediadas por íons livres de 
Ca2+ e Mg2+, visto que proteínas apresentam carga 
negativa. O tropismo viral, pH, temperatura e 
envoltórios com glicoproteínas são fatores que 
influenciam na ligação; 
• Penetração 
- Entrada do vírus na célula. Pode ser feita de duas 
formas: fusão e viropexia; 
- Fusão: A membrana células e o envelope do 
vírus se fundem. Ex.: Família Paramixoviridae, a 
proteína F catalisa a ligação da membrana com o 
envelope; 
- Viropexia: Invaginação da membrana celular 
mediada por receptores epor proteínas, 
denominadas clatrinas, que revestem a membrana 
internamente; 
- Existe uma temperatura adequada para que 
funcionamento desses mecanismos, que fica em 
torno de 37 °C, para vírus que replicam em 
células de vertebrado; 
• Desnudamento 
- Remoção do capsídeo pela ação de enzimas 
celulares existentes nos lisossomos, expondo o 
genoma viral, acompanhada de um aumento do 
número de partículas infecciosas na célula 
hospedeira; 
- Vírus de DNA: Fazem síntese no núcleo, com 
exceção do Poxvírus – precisa da polimerase, 
encontrada no núcleo da célula; 
- Vírus de RNA: Faz a síntese viral no citoplasma, 
com exceção do vírus Influenza – já possui a 
enzima polimerase; 
• Síntese Viral 
- Formação das proteínas estruturais e não 
estruturais a partir dos processos de transcrição – 
processo de formação do RNA mensageiro a partir 
do DNA – e tradução – processo de conversão de 
uma molécula, ou sequência nucleotídicas, em 
aminoácidos, formando uma proteína; 
- Transcrição: Os vírus de RNA realizam a 
transcrição reversa formando o DNA 
complementar (RNA’ → DNA’ → RNA), devido à 
presença da enzima transcriptase reversa (família 
Retroviridae). Os vírus da classe VII apresentam 
um RNA intermediário de fita simples, maior do 
que o DNA de cadeia dupla que o originou (DNA’ 
→ RNA → DNA) 
- Tradução: Ocorre no citoplasma da célula 
hospedeira (vírus das classes I, III, IV e V) e no 
núcleo (vírus da classe II). Em todas essas 
classes o RNA mensageiro sintetizado vai se 
ligar aos ribossomos codificando a síntese das 
proteínas virais. As primeiras proteínas a serem 
sintetizadas são chamadas de estruturais, pois 
vão formar a partícula viral. As tardias são as 
proteínas não estruturais, que participam do 
processo de replicação viral; 
• Montagem e Maturação 
- União das proteínas ao genoma, formando o 
nucleocapsídeo; 
OBS.: Alguns vírus, como o Rotavírus apresentam 
mais de um capsídeo. 
- Maturação: Formação das partículas virais 
completas, os vírions, que em alguns casos 
requerem a obtenção do envoltório lipídico ou 
envelope; 
- Esse processo de condensação das partes 
depende de enzimas virais e celulares, podendo 
ocorrer no citoplasma – vírus de RNA – ou no 
núcleo – vírus de DNA; 
• Liberação 
- Saída do vírus da célula, pode ocorrer por lise 
celular – vírus não envelopados – ou por 
brotamento – vírus envelopados; 
- Lise Celular: Ciclo lítico, a quantidade de vírus 
produzida no interior da célula é tão grande que a 
célula se rompe, liberando novas partículas virais 
que vão entrar em outras células; 
- Brotamento: Os nucleocapsídeos migram para 
a face interna da membrana celular e saem por 
brotamento, levando parte da membrana. 
 
Replicação dos Bacteriófagos 
→ Ciclo Lítico: Nesse ciclo há uma rápida 
replicação do genoma viral, montagem e liberação 
de vírions. O vírus insere o seu material genético 
na célula hospedeira, o ácido nucleico viral então 
atua interrompendo as funções normais da 
bactéria, produzindo tantas partículas virais que 
ao encher a célula, a arrebenta, liberando um 
grande número de novos vírus; 
→ Ciclo Lisogênico: O vírus insere seu ácido 
nucleico na célula hospedeira, onde este torna-se 
parte do DNA da célula infectada, sem interromper 
suas funções normais. Durante a mitose, o 
material genético da célula com o do vírus 
incorporado sofre duplicação, gerando células-
filhas com o novo genoma. Logo, a célula 
infectada transmitirá as informações genéticas 
virais sempre que passar por mitose e todas as 
células estarão infectadas também. 
 
Patogênese da Infecção Viral 
→ A doença viral ocorre em consequência da 
infecção viral em um hospedeiro, este pode – 
infecção inaparente ou subclínica – ou não – 
infecção sintomática ou aparente – apresentar 
sinais e sintomas clínicos em decorrência 
dessa infecção viral; 
 
OBS.: Algumas infecções virais podem causar 
síndromes – um grupo de sinais e sintomas 
específicos. 
OBS.: Um mesmo vírus pode causar sintomas 
clínicos diferentes, assim como vírus diferentes 
podem causar os mesmos sintomas. 
→ Os sinais e sintomas observados no 
hospedeiro são determinados por 
características específicas do agente, e 
também do hospedeiro, as quais são 
influenciadas por fatores genéticos de ambos; 
→ Patogênese viral refere-se à interação de 
fatores virais e do hospedeiro, que levam à 
produção de doença. Um vírus patogênico tem 
que ser capaz de infectar e causar sinais da 
doença em um hospedeiro susceptível. No 
processo da patogênese pode-se observar 
doenças mais severas e doenças mais brandas –
depende da virulência do vírus e das respostas 
imunológicas do hospedeiro 
→ Respostas Imunológicas do Hospedeiro: 
Podem ocorrer de três formas, ausência de 
alterações aparentes, efeito citopático (CPE) 
seguido de morte e transformação celular – 
crescimento alterado; 
→ As infecções podem se apresentar de várias 
formas: Localizada ou disseminada, sintomática 
ou inaparente, aguda ou crônica; 
OBS.: Período de latência, é o período de 
persistência viral onde o hospedeiro não 
apresenta sintomas clínicos específicos. 
• Infecção Localizada 
- A replicação viral permanece próxima ao sítio de 
entrada dos vírus. Ex.: Pele e trato respiratório; 
• Infecção Disseminada ou Sistêmica 
- Há o espalhamento do vírus pelo organismo, 
esse processo ocorre em várias etapas, como 
entrada, disseminação para os linfonodos 
regionais, viremia primária e disseminação para 
órgãos suscetíveis. Existe uma predileção dos 
vírus por alguns órgãos, os vírus das hepatites, 
por exemplo, atingem principalmente o fígado 
(tropismo viral). Após a viremia secundária, os 
vírus são disseminados para outros órgãos; 
• Infecção Aguda 
- Presença de sintomas inespecíficos, 
característicos das doenças virais, como febre, 
cefaleia e mialgia. Nesse período é possível 
realizar apenas o diagnóstico laboratorial, sendo 
ideal, já que durante a fase da febre é onde existe 
uma maior carga viral; 
• Infecção Crônica 
- Os vírus permanecem no organismo, geralmente 
em níveis baixos, acarretando ou não em sintomas 
clínicos. Ex.: HIV. 
Mecanismo de Transmissão 
→ A maioria dos vírus entra no hospedeiro através 
das mucosas dos tratos respiratório e 
gastrointestinal. Alguns invadem o hospedeiro 
pelas mucosas urogenital – HIV – e conjuntiva. 
Outros são introduzidos no hospedeiro 
diretamente através do sangue – vírus da hepatite 
B e HIV; 
 
→ Mucosa: Trato respiratório, trato 
gastrointestinal e trato geniturinário; 
• Trato Respiratório 
- Principal via de entrada; 
- Mecanismos de Defesa: Células epiteliais 
ciliadas, muco, anticorpos secretórios da classe A, 
células fagocitárias alveolares, entre outros; 
- Se os vírus ultrapassam os mecanismos, 
primeiro ocorre a infecção localizada – replicação 
dos vírus nas células epiteliais – essa infecção 
pode ser disseminada rapidamente pelos fluídos, 
e não necessariamente é relacionada a uma 
doença branda; 
- A excreção das partículas virais para o ambiente 
favorece a rápida disseminação viral entre os 
indivíduos; 
- Exemplos: Vírus da influenza, Vírus 
Parainfluenza, Rinovírus – infecção localizada - 
Vírus da Caxumba, Vírus do Sarampo e Vírus da 
Rubéola – infecção disseminada; 
 
• Trato Gastrointestinal 
- Infecção, principalmente, via ingestão de 
alimentos, compartilhamento de talheres e copos 
utilizados por pessoas infectadas. A via de 
entrada é a orofaringe, onde eles se 
concentram ou são transportados para o trato 
gastrointestinal; 
- Mecanismos de Defesa: Imunoglobulinas 
secretoras (IgA), muco, ácidos gástricos, sais 
biliares, enzimas proteolíticas, peristaltismo – 
dificulta o estabelecimento da infecção, em 
situações adversas pode ocorrer o 
antiperistaltismo, com função de eliminar o 
microrganismo – entre outros; 
- A excreção é feita pelas fezes – ciclo oral-fecal; 
- Exemplos: Vírus do Herpes Simplex, Rotavírus, 
Vírus da hepatite A. Geralmente esses vírus são 
ácido-bile resistentes; 
• Trato Geniturinário- Via de entrada de vários vírus, principalmente os 
que utilizam via sexual. A contaminação é dada 
pelas diversas formas de contato sexual entre 
indivíduos e por instrumentos cirúrgicos 
ginecológicos e roupas intimas contaminadas; 
- Mecanismos de Defesa: pH, microbiota e o 
muco local; 
- Assim como nos outros tratos, o vírus pode se 
alojar ou se disseminar para outras áreas; 
- Exemplos: Vírus do Papiloma – infecção 
localizada – Citomegalovírus, Vírus de Hepatite B 
e C e HIV – infecção disseminada; 
• Conjuntiva 
- A infecção pode se dar nos olhos por meio das 
mãos ou objetos contaminados; 
- Mecanismos de Defesa: A conjuntiva é menos 
resistente que a pele, porém está sendo 
constantemente lavada pela secreção lacrimal – 
barreira bioquímica contendo principalmente 
lisozima IgA secretória – é ainda protegida por 
barreiras físicas – cílios e movimento das 
pálpebras, que auxiliam na lubrificação dos olhos; 
- Exemplos: Enterovírus e Adenovírus; 
→ Pele: Porta de entrada para vários agentes 
microbianos. A infecção por essa via é possível 
através do contato direto com lesões de pessoas 
infectadas, mordida de animais vertebrados, 
objetos contaminados e presença de solução de 
continuidade – ferida, por exemplo; 
- Mecanismos de Defesa: Epitélio estratificado da 
pele, pH, ácidos graxos, secreções – suor – e 
pelos; 
- Exemplos: Poxvírus, Papilomavírus, Vírus da 
Raiva (Rhabdovírus); 
→ Sangue: A infecção por essa via pode ocorrer 
por meio de compartilhamento de seringas, 
transfusão sanguínea e transplante de órgãos; 
- Mecanismos de Defesa: Pele, mucosa, sistema 
imunológico; 
- Exemplos: HIV, Vírus da Hepatite B e C; 
→ Vetores: Alguns vírus, denominados Arbovírus, 
são transmitidos estritamente por vetores, como 
os mosquitos, estes têm o papel de carreá-los e 
transmiti-los, através da picada, para hospedeiros 
vertebrados. Os vírus podem – sem causar danos 
– ou não se replicar no interior dos artrópodes; 
→ Transmissão Vertical: Ocorre da mãe para o 
filho, pode ser via placenta ou congênita, no 
momento do parto ou perinatal, ou pela exposição 
pós-parto, via amamentação; 
- Mecanismos de Defesa: Imunoglobulinas IgG – 
via placentária – IgA – via amamentação. O 
próprio feto por sua vez produz IgM; 
- Exemplos: Vírus da rubéola e citomegalovírus; 
Profilaxia 
→ As doenças virais são transmitidas de formas 
variadas: 
- Vírus Contraídos por Via Oral: A profilaxia é 
feita por meio de uma atenção especial no 
saneamento básico, controle da água e alimentos 
ingeridos e higiene de forma geral, principalmente 
das mãos; 
- Vírus Contraídos por Via Respiratória: Deve-
se evitar ambientes fechados, e em casos de 
epidemias, pacientes infectados devem ficar 
isolados e aqueles que entram em contato com ele 
devem ser monitorados, se necessário devem ser 
realizados programas de prevenção, como a 
distribuição de máscaras para a população; 
- Vírus Contraídos por Via Parenteral: A 
profilaxia enfoca os bancos de sangue, o cuidado 
no uso de material descartável e instrumentos 
cirúrgicos ou odontológicos; 
- IST’s: Campanhas de uso de preservativo e de 
vacinação, quando existentes; 
- Vírus Transmitidos por Vetores: Controle ou a 
erradicação dos vetores; 
→ Várias doenças virais podem ser prevenidas por 
vacinas, evitando possíveis complicações e até 
mesmo o óbito em determinadas classes de 
indivíduos, através da indução da resposta 
imune do hospedeiro, que irá produzir anticorpos 
– células efetoras e células de memória. 
→ Atualmente existem vários tipos de vacinas, 
como as atenuadas – mais antigas, contém o 
vírus vivo modificado – as inativadas – contém 
vírus morto por processos físicos ou químicos – as 
de subunidades – contém fragmentos do agente 
viral – as recombinantes e as de ácido nucléico 
ou de DNA; 
Tratamento 
→ O tratamento é feito através de drogas 
antivirais, elas atuam interferindo em qualquer 
uma das etapas da replicação viral. 
→ Como os vírus somente replicam no interior das 
células e utilizam as mesmas vias metabólicas que 
as células sadias, as drogas antivirais são 
frequentemente mais tóxicas para as células 
humanas que os antibióticos. Além disso, o 
vírus pode desenvolver rapidamente 
resistência a elas; 
 
Características das Principais Famílias 
→ Os vírus infectam diferentes espécies de 
hospedeiros, os que infectam animais, 
principalmente, são agrupados de acordo coma 
estrutura do seu genoma – divididos em famílias; 
→ Os critérios para classificação dos vírus 
envolvem a natureza do ácido nucléico; 
→ A maioria dos grandes vírus que infectam 
vertebrados apresenta o RNA como ácido 
nucléico, devido à alta taxa mutagênica que esse 
tipo de ácido apresenta – gerou uma grande 
diversidade de vírus; 
→ Por serem menos específicos que os de DNA, 
os vírus de RNA infectam uma variedade maior de 
espécies animais, acarretando várias zoonoses; 
 
 *fs: fita simples; fd: fita dupla 
Viroides e Príons 
→ Viroides: É uma partícula infecciosa de RNA 
menor que os vírus, são os menores e menos 
complexos fitopatógenos conhecidos. 
Consiste em apenas uma molécula de RNA 
circular com baixo peso, não apresenta capsídeo 
e envelope, não produz proteínas, pode ser 
copiado apenas no núcleo da célula hospedeira; 
- Para detecção do viroide, é necessária a 
identificação de sequências de nucleotídeos do 
RNA, diferente dos vírus, por não ser possível a 
sua visualização em tecidos infectados sem a 
utilização dessas técnicas; 
- Ainda não é claro como os viroides causam 
doenças, mas acredita-se que eles devem utilizar 
proteínas celulares para efetivar seu ciclo 
infeccioso. Ele interfere na capacidade de 
processamento do RNAm das células, o que 
impede a produção de proteínas e pode levar à 
morte celular; 
→ Príons: Partículas proteicas infecciosas, 
extremamente pequenas, resultante de proteínas 
normais modificadas por mutação; 
- Os príons se ligam nas MP’s das células, 
internamente, formando fibrilas que, como não 
podem ser organizadas corretamente, formam 
agregados que, por sua vez, acabam gerando a 
morte celular; 
- Algumas doenças geradas por essas partículas 
acometem humanos e causam degeneração 
mental; 
- Vários aspectos da infecção por príons ainda não 
são entendidos, como a forma de propagação das 
doenças causadas por eles; 
- Características: São inativados à temperatura 
de 130 °C, radiação não tem efeito sobre eles, 
resistem às enzimas que digerem DNA ou RNA, 
podem ser destruídos por agentes químicos como 
o fenol e a ureia, possuem pareamento direto de 
aminoácidos.

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