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Acao cultural segunda unidade

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45
POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO 
BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA 
E SUAS LEIS
Objetivos 
• Apresentar o conceito de Política Cultural.
• Fazer conhecer os principais movimentos de estabelecimento de Políticas 
Culturais no mundo e no Brasil.
• Apresentar as características e exigências dos instrumentos de 
financiamento das Ações Culturais no Brasil
• Promover a aquisição de noções sobre a Lei Rouanet: funcionamento e 
características.
Conteúdos 
• Noções do conceito Política Cultural. 
• Histórico de desenvolvimento do conceito de Política Cultural em nível 
internacional e nacional.
• Noções básicas sobre as Leis de Financiamento da Cultura (Lei Rouanet 
entre elas).
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite ao conteúdo deste material didático; busque outras 
informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas 
UNIDADE 2
46 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade 
EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu 
crescimento intelectual.
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados e siga a linha 
gradativa dos assuntos.
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no 
Conteúdo Digital Integrador. 
47© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
1. INTRODUÇÃO
De uma maneira geral, ao falarmos de Políticas Públicas, 
já se estabelece uma relação direta entre movimentos de 
manutenção e proteção da Cultura por meio de instrumentos 
institucionais ligados ao Estado (vínculo direto com a ideia de 
setor ou órgão público). Cunha (2010, p. 81) define Política 
Cultural como:
[...] o conjunto de intervenções e decisões dos poderes públicos 
por meio de programas e atividades artístico-intelectuais ou 
genericamente simbólicas de uma sociedade, conduzido em 
nome do interesse geral ou do bem comum de uma coletividade, 
embora desse âmbito se encontre habitualmente excluída (mas 
nem sempre) a política de educação ou de ensinos formais. 
Dessa maneira, na introdução da unidade anterior, 
percebe-se que os eventos dos festivais na Grécia antiga 
ou mesmo os estatutos ou leis lançados durante o regime 
monárquico, tais como os de licença de exploração de obras 
intelectuais na Inglaterra do século 17 (BURKE, 2003), são 
interferências do poder governamental no processo de 
dinamização da Cultura, do que advém que a ideia central de 
Política Cultural é uma realidade existente há muito tempo nas 
sociedades ocidentais.
Entre os objetivos desta unidade, está o de estabelecer de 
maneira mais clara essa relação no desenvolvimento histórico 
do conceito, sem, no entanto, nos prendermos às datas (ainda 
que elas sejam um dado interessante de exploração), tentando 
estabelecer algum nexo causal entre os eventos historicamente 
localizados e as exigências de um interesse de comprometimento 
do Estado – ou do poder governamental – em manter uma série 
de ações em favor de determinada expressão cultural.
48 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma 
sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, consideramos necessário o aprofundamento desses 
conteúdos pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador.
2.1. POLÍTICA CULTURAL NO MUNDO E NO BRASIL
Em um sentido lato, Política Cultural, segundo Cunha 
(2010), abrange questões jurídicas relacionadas à proteção de 
bens ou atividades, ou define: como se deve exercer a ação 
(princípios, regras e métodos) ou seu gerenciamento; quem dela 
se deve encarregar; o que, por meio dela, estaria relacionado à 
manutenção ou difusão.
Para entrarmos na questão dos organismos internacionais 
– Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e 
Cultura (UNESCO) e Organização das Nações Unidas (ONU) entre 
eles – como promotores de uma Política Cultural eficiente, cabe 
averiguar, primeiramente, os contextos de sua origem. Segundo 
Cunha (2010, p. 96), tais contextos se deram em meio à:
[...] prosperidade econômica do pós-guerra, incluindo-se a 
revalorização de expressões nacionalista em países recém-saídos 
da colonização ou integrantes do então chamado ‘terceiro mundo’ 
[...].
Esses organismos são citados pelo autor ao se referir a 
duas produções deles – primeiro, pela Declaração dos Direitos 
do Homem e, depois, pelo documento Problemas e Perspectivas. 
Os trechos selecionados por Cunha (2010) ressaltam direitos 
estabelecidos ao homem quanto ao desenvolvimento de seu 
sentimento de comunidade, ao acesso à arte e aos benefícios 
49© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
científicos, assim como ao desenvolvimento de seu potencial 
cognitivo, cultural, coletivo e ambiental. Segundo o autor:
[...] a existência de uma política cultural – desde que coerente, 
ampla e eficaz – constitui uma forma de expansão de 
conhecimentos e de práticas simbólicas, de integração social e 
de exercício de cidadania. (p. 96).
No que diz respeito aos modelos de aplicação de Políticas 
Culturais pelo Estado, Cunha (2010) reconhece uma variedade de 
orientações, apresentadas, de forma contraposta, nas seguintes 
condições: de forte intervenção ou de fraco comprometimento 
(respectivamente, dirigistas ou liberais); nacionalistas ou 
cosmopolitas; gradualistas ou revolucionárias; elitistas ou 
populistas; tradicionalistas ou modernistas.
Por fim, parafraseando Hillman-Chartrand (1989), 
Cunha (2010) apresenta quatro tipos de Políticas Públicas: 
a do Estado-facilitador (que financia por meio de “recursos 
indiretos”), típico dos Estados Unidos; a do Estado-mecenas 
(que financia por meio de recursos próprios), com exemplos 
como os da Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia; a do Estado-
arquiteto (que orienta o uso de recursos por meio de estruturas 
próprias), típico da maior parte dos países europeus e latino-
americanos; e a do Estado-engenheiro (Estado-autoritário, 
aquele que domina a vida cultural do país), característico das 
ditaduras e comunidades fundamentalistas e teocráticas.
Construção histórica do conceito de Política Cultural: Rússia, 
França e Brasil
Convém assinalarmos que o recorte sobre esses três países 
foi realizado por Cunha (2010) e, nesse sentido, observamos 
uma tentativa de descrição de características específicas a cada 
50 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
um deles, que, na intenção de síntese e interesse didático, serão 
apresentadas no Quadro 1 (comparando as propostas da Rússia 
e da França) e, depois, rediscutidas em relação às propostas do 
Brasil.
Quadro 1 Acontecimentos relacionados ao conceito de Política 
Cultural na Rússia e na França.
País Ano Acontecimento Interesse/função/setor
Rússia 1917
1921
Institui-se o 
Comissariado da 
Instrução Popular 
(Narkompros).
Encontro do Partido 
Bolchevique que 
apresentou críticas 
ao Narkompros
Alfabetização e Educação em níveis: 
científico, tecnológico e artístico 
(dramaturgia, música, literatura, 
espaços históricos, bibliotecas, 
academias de arte plásticas e gráficas, 
fotografia, cinema).
Programa de Organização do 
Proletariado (Proletkult).
Programa de apresentações artísticas 
ambulantes (Agitprop).
Em nível educacional: Escola Única 
de Trabalho (ensino inicialmente 
politécnico e gradualmente 
especializado).
Reformulação do órgão em setores de:- Educação Profissionalizante;
- Socioescolar;
- Política educacional; e
- Colegiado acadêmico.
51© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
França 1932
1946
1959
1960
Secretaria de Estado 
das Belas-Artes 
(mais tarde, 1945, 
Direção Geral das 
Artes e das Letras
Nova Constituição
Instalação da V 
República Francesa 
(Ministério de 
Assuntos Culturais)
Política das Casas da 
Cultura
- Escola Nacional Superior de 
Belas-Artes;
- Conservatório Nacional de Música;
-Escola Nacional Superior de Artes 
Decorativas.
Declaração expressa do Estado como 
responsável pela garantia de acesso 
dos cidadãos à Cultura
Aspectos dominantes:
- Intenção ideológica clara;
- Filosofia de apoio seletivo do Estado à 
criação artístico-profissional;
- Autonomia orçamentária, 
administrativa e operacional.
Proposta, relativamente inovadora, em 
que se procurava estimular a produção 
com aposta no profissionalismo e na 
alta qualidade artística.
Fonte: adaptado de Cunha (2010).
52 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
Pode-se perceber que cada realidade nacional caracterizou 
um tipo de iniciativa governamental. Na Rússia, por exemplo, 
observa-se que a cristalização da estrutura russa pelo regime 
socialista estabeleceu as bases de condução de sua Política 
Cultural, mantendo-se, no entanto, os princípios básicos que 
delinearam o conceito, estabelecendo-se por meio de interesses 
e setores burocráticos de controle das ações. As decisões, em 
si, não são democráticas, mas de setores ou departamentos 
institucionais ligados ao propositor (o Estado), que procura 
“capacitar” seu cidadão a ocupar papéis e categorias profissionais 
na estrutura do país.
Na França, por sua vez, o caráter inicial é de se pautar 
pelo valor da Arte Erudita (Alta Cultura), constituindo-se, 
progressivamente, pela ideia da arte como um produto de 
mercado, passível de se manter por meio de sua qualidade 
artística. O Estado financia, mas também estimula o 
desenvolvimento de um perfil mais autossustentável para os 
agentes do setor, a partir do que, a nosso ver, derivaram (na 
década de 1970) apelos de “Indústria Cultural”, “Marketing 
Cultural” e “Subvenção Artística”.
Se elaborarmos, pela descrição de Cunha (2010), uma lista 
cronológica de eventos que fortaleceram o conceito de Política 
Cultural no Brasil, obtém-se a seguinte ordem, representada 
pelo Quadro 2:
53© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
Quadro 2 Acontecimentos relacionados ao fortalecimento do 
conceito de Política Cultural no Brasil.
Data Acontecimento
1930
Foi instituído o Ministério da Educação e Saúde Pública, como um dos 
símbolos da Política Cultural do movimento revolucionário, composto 
de correntes ideológicas contrapostas: liberais, antiliberais e socialistas; 
ou, ainda, tradicionalistas e modernistas. 
1937
No instituto acima mencionado, nasceram o Instituto Nacional 
do Livro e a Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
(IPHAN).
1938 Criação do Conselho Nacional de Cultura (renomeado, em 1966, como Conselho Federal de Cultura).
1969
1973
Criação do Programa de Ação Cultural (PAC), que destinava créditos 
para produções artísticas; e criação da Empresa Brasileira de Filmes 
(Embrafilme) para, inicialmente, promover a divulgação de filmes 
nacionais, passando, depois, a colaborar no financiamento, na 
produção e na distribuição de cinema.
1975
Criação do Conselho Nacional de Cinema (Concine), extinção do 
Instituto Nacional de Cinema (INC) e da Fundação Nacional de Arte 
(Funarte).
Fonte: adaptado de Cunha (2010).
Nessa perspectiva, Cunha (2010), utilizando um 
pronunciamento datado de 1982 (creditado a Mário Brockmann 
Machado, ex-diretor da Funarte e ex-subsecretário do MEC), 
observa uma crítica ao uso do termo Política Cultural naquele 
contexto, sobretudo pela falta de interação entre os órgãos 
e o baixo valor dos investimentos. O autor ainda destaca duas 
características na atuação das agências de fomento do setor: um 
clientelismo “cristalizado” (sem atenção aos interesses e perfis 
de seus “clientes”); e um assistencialismo que apoiava projetos 
de pouca possibilidade de desenvolver autossuficiência.
Cunha (2010) elabora, a partir dessas considerações, 
reflexões a respeito: das formas de participação e representação 
54 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
dos grupos interessados nos processos decisórios; das formas de 
articulação de ações levando em conta as distâncias regionais 
e estaduais; da maneira de equacionar os recursos frente à 
diversidade de manifestações; de, no que concerne ao apoio, se 
ele deveria priorizar os projetos, programas ou instituições; de se 
o estabelecimento de agências de fomento seria mais produtivo 
que a construção de espaços físicos; e, por último, de se haveria 
maior risco de descontinuidade pelo apoio apenas a eventos e 
não a processos de educação artístico-intelectual.
Voltando à lista de acontecimentos fortalecedores do 
conceito e da aplicação de Políticas Culturais:
• 1985: no contexto da nova República (pós-ditadura), a área 
cultural ganha maior autonomia político-administrativa;
• 1986: é editada a Lei do Fundo de Promoção Cultural; e
• 1991: reordenação dos mecanismos de incentivo no 
Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), com 
a criação de três grupos de apoio (Fundo Nacional de 
Cultura – FNC –, Fundos de Investimento Cultural e 
Artístico e Incentivos a Projetos Culturais).
Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você poderá 
complementar essa visão dos quadros históricos em que o 
desenvolvimento do conceito de Política Cultural se deu. Antes de 
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, 
procurando redimensionar o conteúdo estudado.
2.2. FINANCIAMENTO DA CULTURA
Tendo como tema a Lei do Fundo de Promoção Cultural, 
citada na seção anterior, observamos que, segundo Cunha (2010, 
p. 90), essa lei tinha como objetivo:
55© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
[...] instituir formas de captação de recursos financeiros e de 
financiamentos de atividades, lançando mão de abatimento 
tributário ou renúncia fiscal, modelo sujeito a variadas críticas 
de naturezas técnica e política.
Num seminário realizado em 8 e 9 de maio de 1997, no 
Museu de Arte Moderna, em São Paulo, que resultou na obra 
composta pelos registros textuais organizados por Franceschi et 
al. (1998), são feitas várias considerações ainda atuais a respeito 
do tema das leis de incentivos fiscais à Cultura.
No primeiro texto, de autoria de Faria (1998), é feita uma 
avaliação bastante pertinente a respeito das leis de incentivo em 
alguns municípios (os principais, citados pelo autor, são os de 
Belo Horizonte, São José dos Campos e Vitória) e seus impactos 
no plano municipal geral:
• Positivos: pelo esforço em atender às exigências dessas 
leis, decorrem uma melhor qualificação dos produtos 
culturais e, também, um estímulo ao debate cultural, 
consequentemente, uma atenção mais acentuada dos 
grupos de interesse à estrutura social que alicerça as 
ações em prol da cultura; e
• Problemáticos: pouco conhecimento da lei e do 
jargão especializado nela utilizado; e exigência de que 
o empresário que obtenha isenção por incentivar a 
Produção Cultural abra totalmente suas contas para 
averiguação (sem uma necessária transparência dos 
critérios de investigação).
Outra questão é que, segundo Faria (1998), a aplicação 
da lei é pouco eficiente. “[...]para os produtores culturais 
e comunitários, [há] uma dificuldade de financiar a arte 
experimental e os projetos de formação.” (p. 79), o que significa 
56 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
dizer que muitos dos projetos não são acessíveis “[...] à grande 
parte da população.” (p. 79), permitindo-se o acesso a esses 
recursos por grupos com perfil empresarial, resultando em 
ganhos privados por meio desse capital público.
Um problema adjacente, mas de grande gravidade, é, 
segundo o autor, a cristalização da ideia de que Política Cultural 
se reduz a aplicar recursos financeiros em Projetos Culturais. 
Ainda que isso seja uma etapa essencial do processo, não é sua 
única prerrogativa.
Pensar uma Política Cultural é planejar ações visando a 
um objetivo resultante do investimento financeiro – e não se 
fala aqui em “retorno” financeiro (como se o fenômeno cultural 
passasse por uma metamorfose que o transformasse em um 
produto de troca mercadológica), mas de um resultante que 
espelhe a dinamização das ações, impactando positivamente 
a coletividade (produtores e agentes culturais, empresas, 
população) em torno de sua própria cultura, fortalecendo-a e 
enriquecendo-a.
Faria (1998) finaliza sua fala propondo algumas ações às 
Políticas Culturais, transcritas aqui de maneira simplificada: 
1) Investimento direto do Estado, promovendo o debate 
sobre o “valor estratégico” da Cultura na vida nacional; 2) 
Fortalecimento dos Fundos de Projetos Culturais, inclusive em 
nível municipal, com chamamentos de participação/debate a 
toda comunidade cultural; 3) Estímulo do envolvimento das 
comunidades culturais – sociedade civil em nível municipal, 
estadual e federal – abertas a discussões sobre o tema.
A quarta proposta, preenchimento de algumas lacunas na 
lei, nas palavras de Faria (1998), seria efetivada pela inclusão 
de critérios de avaliação dos projetos, critérios tais como: 
57© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
“[...] geração de emprego e renda, valorização de cidadania 
do município, grau de aderência, vocações e potencialidades 
municipais [...]” (p. 83).
Nota-se nessa proposição o entendimento de que a Política 
Cultural não se atém à verificação de rentabilidade monetária 
do projeto em curto prazo, mas também em médio e longo 
prazo, produzindo uma infraestrutura própria, nascida de um 
enraizamento da ação na própria Identidade Cultural de cada 
comunidade.
As leituras indicadas no Tópico 3.2 tratam do tema 
do Financiamento e das Leis de Incentivo à Cultura. Neste 
momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o 
tema abordado.
2.3. LEI ROUANET
No tocante a esse tema, e preferindo não entrar na 
questão jurídica, selecionamos o texto de Roberto Muylaert 
(1994), apresentado na última parte da obra Marketing Cultural: 
Comunicação Dirigida. Para falar sobre a Lei em si, notamos que 
controvérsias incidem sobre a honestidade de seus investimentos, 
sobretudo por uma série de situações que antecedem sua 
criação e estão mais relacionadas com o ambiente político do 
que, propriamente, com a Lei.
Não entraremos nessas controvérsias, e fazemos uso do 
texto de Muylaert (1994) em razão de ele ser apenas descritivo, 
explicando um pouco do jargão envolvido na Lei, assim como sua 
estrutura e alguns mecanismos do qual faz uso. Tal descrição foi 
assim organizada:
58 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
1) Informação dos mecanismos de que faz uso o Programa 
Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC), em que a Lei 
está alocada (de onde vêm seus recursos): Fundo 
Nacional da Cultura (FNC); Fundo de Investimento 
Cultural e Artístico (FICART); e Incentivo a Projetos 
Culturais.
2) Definições básicas de termos usados no contexto da 
Lei, tais como: Beneficiários, Doação, Incentivadores, 
Mecenato, Patrimônio Cultural, Patrocínio, Pessoas 
Físicas e Jurídicas de Natureza Cultural, Produção 
Cultural Independente (em diversas áreas), Projetos 
Culturais, Segmentos Culturais (em diversas 
modalidades).
3) Forma de operacionalização dos recursos, que se dá 
(na época da obra) por meio de:
4) [...] financiamentos, a fundo perdido ou reembolsáveis 
[...] através de mecenato, isto é, de doações ou 
patrocínios de pessoas físicas ou jurídicas – que 
terão em contrapartida benefícios fiscais – a projetos 
culturais que obtenham aprovação prévia da Comissão 
Nacional de Incentivo à Cultura (CNCI) [...]. (MUYLAERT, 
1994, p. 284, grifos do autor).
5) Tipo de clientela, composta por uma série de 
modalidades, categorias e condições de execução, 
apresentadas pelo Quadro 3:
59© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
Quadro 3 Tipos de clientela em relação aos tipos de atendimentos 
promovidos pela Lei Rouanet.
Clientela: composição
Atendimento tipo
FNC Mecenato
Pessoas Físicas:
Artistas, produtores 
culturais, pesquisadores e 
técnicos da área cultural.
Sem reembolso:
Bolsa de estudo, de 
trabalho ou de pesquisa, 
passagens e ajuda de 
custo.
Doações ou patrocínios 
a pessoas físicas ou 
jurídicas; projetos 
culturais previamente 
aprovados pela CNIC.
Instituições Públicas:
Órgãos oficiais da 
administração direta, 
assim como autarquias 
e fundações do governo.
Sem reembolso de até 
80% do valor do projeto na 
forma de auxílios.
Não procede.
Instituições Privadas 
(sem fins lucrativos):
Fundações, institutos, 
museus, arquivos, 
bibliotecas, teatros etc.
Inscritas no CNSS do 
Ministério da Ação Social 
e que apresentem projeto 
cultural ao MEC.
Sem reembolso de até 
80% do valor do projeto 
na forma de subvenções 
sociais.
Doações ou patrocínios 
a pessoas físicas ou 
jurídicas; projetos 
culturais previamente 
aprovados pela CNIC.
Obs.: nesse caso, o 
registro no CNSS pode 
ser substituído pela 
declaração de Utilidade 
Pública Federal, Estadual 
ou Municipal.
Instituições Privadas 
(com fins lucrativos):
Empresas que 
apresentem projeto 
cultural.
F i n a n c i a m e n t o s 
reembolsáveis por meio 
da Caixa Econômica 
Federal, com as condições 
de financiamento 
definidas de acordo com 
as necessidades de cada 
segmento cultural.
Doações ou patrocínios 
a pessoas físicas ou 
jurídicas; projetos 
culturais previamente 
aprovados pela CNIC.
Notas: Siglas: FNC (Fundo Nacional da Cultura); CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à 
Cultura); CNSS (Conselho Nacional do Serviço Social); MEC (Ministério da Cultura). Fonte: 
adaptado de Muylaert (1994, p. 284-286).
1) Equiparações dos projetos em relação aos planos 
anuais conforme seu caráter de Sociedade Civil 
60 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
(com finalidade de dar apoio a instituições culturais 
oficiais do Governo Federal) ou de Instituição 
Cultural (com reconhecimento, pelo CNIC, dos 
serviços prestados à cultura nacional).
2) Benefícios fiscais no Imposto de Renda, com 
as diversas modulações desses benefícios 
estabelecidos a partir de opções de exercício do 
incentivo (em favor do próprio contribuinte ou de 
outros).
3) Descrição dos destinos/forma da aplicação dos 
Fundos de Investimento Cultural e Artístico 
(FICART), ou seja, perfis dos projetos (produção 
comercial, ações arquitetônicas, outras) e condição 
de uso (contratação, participação em projeto, 
aquisição de direitos autorais).
4) Respectivamente, limite de deduções fiscais 
autorizadas, montante global do recurso e suas 
fontes.
5) Respectivamente, pela previsão de estímulos por 
instituições financeiras e legislação básicaa que se 
refere a Lei.
Obviamente, esses tópicos não pretendem discutir 
profundamente tais condições – inclusive em razão da data de 
sua escrita –, no entanto, problematizam as bases principais 
pelas quais a Lei Rouanet se orientou.
Botelho (1998), por exemplo, salienta que a mencionada 
lei foi sancionada para substituir a Lei Sarney, de 1986. Segundo 
a autora:
Na intenção de corrigir os erros da lei anterior – acusada de 
facilitar fraudes –, a nova lei de incentivos fiscais, em seu 
61© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
primeiro momento, chamou mais atenção por seu peso e 
dificuldade do que por seu sucesso. (p. 98).
Em nota posterior, Botelho (1998, p. 101) informa que 
os cuidados decorrentes da experiência anterior forçaram a 
exigência de: “[...] aprovação prévia por parte de uma comissão 
do Ministério da Cultura composta por representantes de 
associações de classe e de seus próprios órgãos específicos.”, 
ocasionando demora na tomada de decisão e “complicação” 
burocrática.
Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no 
Tópico 4, você deve fazer as leituras propostas no Tópico 3.3. 
para conhecer e compreender o mecanismo da Lei Rouanet.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. 
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de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo 
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selecione: Ação Cultural – Vídeos Complementares – Complementar 
2
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3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
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UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
3.1. POLÍTICA CULTURAL NO MUNDO E NO BRASIL
As questões relacionadas ao desenvolvimento da noção de 
Política Cultural, do ponto de vista histórico, são aprofundadas 
nos textos sugeridos para leitura complementar ao tópico 2.1. 
desta unidade.
• CALABRE, L. História das políticas culturais na América 
Latina: um estudo comparativo de Brasil, Argentina, 
México e Colômbia. Escritos, v. 7, n. 7, 2013. Disponível 
em:<http://www.casaruibarbosa.gov.br/escritos/
numero07/escritos%207_12_historia%20das%20
politicas%20culturais.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017.
• FURTADO, C. Que somos? In: FURTADO, C. Ensaios sobre 
a cultura e o Ministério da Cultura. FURTADO, Rosa Freire 
D’Aguiar (Org.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. 
Disponível em:<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/2110422/mod_resource/content/1/Celso%20
Furtado.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017.
• TOLILA, P. Cultura e desenvolvimento: como a 
cultura contribui para a economia. In: TOLILA, 
P. Cultura e economia. São Paulo: Iluminuras, 
2007. Disponível em:<https://edisciplinas.usp.br/
pluginfile.php/1725085/mod_resource/content/1/
TO L I L A % 2 C % 2 0 Pa u l % 2 0 - % 2 0 C o m o % 2 0 a % 2 0
economia%20chega%20%C3%A0%20cultura.pdf>. 
Acesso em: 14 ago. 2017. [p.75-80].
3.2. FINANCIAMENTO DA CULTURA
Os textos apresentados a seguir ilustram um pouco as 
questões relacionadas ao tema do Financiamento da Cultura, 
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UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
amplificando a consideração de tais questões no âmbito dos 
espaços urbanos, com a apresentação de uma listagem de leis 
categorizadas segundo os Estados que as criaram, no Brasil.
• LOPES, A. C. L. Impactos do investimento público em 
difusão audiovisual na configuração do espaço urba-
no paulistano: um ensaio metodológico para avaliação 
de políticas culturais. Revista do Centro de Pesquisa e 
Formação, n. 1, p. 19-36, nov., 2015. Disponível em: 
<https://www.sescsp.org.br/online/artigo/9717_
ANA+CAROLINA+LOUBACK+LOPES>. Acesso em: 16 
ago. 2017.
• MOUTINHO, C. Breve análise das políticas públicas cul-
turais para o teatro em Portugal e no Brasil: uma visão 
da atuação nas cidades do Porto e São Paulo. Revista do 
Centro de Pesquisa e Formação, n. 3, p. 169-185, nov., 
2016. Disponível em: <https://www.sescsp.org.br/onli-
ne/artigo/10680_CARINA+MOUTINHO>. Acesso em: 16 
ago. 2017.
• SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Na-
cional. Estudos das leis de incentivo à cultura. Brasília: 
SESI; DN, 2007. Disponível em: <http://www.sesipr.org.
br/cultura/uploadAddress/4._estudo_das_leis_de_
incentivo_a_cultura[59199].pdf>. Acesso em: 16 ago. 
2017.
3.3. LEI ROUANET
A Lei Rouanet é apresentada por meio dos textos listados 
a seguir, com ênfase no primeiro, que estabelece instruções 
normativas para funcionamento/aplicação da lei no contexto de 
2017.
64 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
• BRASIL. Ministério da Cultura. Lei Rouanet: instrução 
normativa 1/2017. Ministério da Cultura. 2017. 
Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/
legislacao/>. Acesso em: 18 ago. 2017. 
• BRASIL. Ministério da Cultura. Programa nacional de 
apoio à cultura: orientações básicas. Brasília: MEC; 
PRONAC, [s.d.]. Disponível em: <http://www.dhnet.org.
br/tecidocultural/curso_acc/3/03_lei_rouanet.pdf>. 
Acesso em: 16 ago. 2017.
• BRASIL. Ministério da Cultura. Sistema de Apoio às 
Leis de Incentivo à Cultura. Tutorial 1: novo cadastro 
e primeiros passos da nova proposta. Brasília: MEC; 
SALIC, Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/>. 
Acesso em: 16 ago. 2017.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Levando em conta o sentido lato atribuído ao conceito de Política Cultural 
por Cunha (2010), qual das alternativas abaixo pertence à definição de 
“exercício da ação”?
a) a) Interesse e conciliação.
b) b) Cuidados mútuos entre os agentes culturais.
c) c) Princípios, regras e métodos.
d) d) Recurso monetário e projeto.
2) Qual dos aspectos categorizados por Faria (1998) faz parte dos impactos 
positivos das leis de incentivo no plano municipal geral?
65© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
a) A sujeição às exigências promove maior assertividade na proposição 
dos projetos no tocante à economia dos grupos.
b) Pouco conhecimento da lei e do jargão especializado nela utilizado.
c) Pelo esforço em atender às exigências dessas leis, decorre uma melhor 
qualificação dos produtos culturais.
d) Exigência de que o empresário que obtenha isenção por incentivar a 
produção cultural abra totalmente suas contas para averiguação.
3) Qual é a observação feita por Muylaert (1994) na categoria de atendimento 
por mecenato em relação à categoria de clientela Instituição Privada sem 
fim lucrativo?
a) O financiamento procede de doações ou patrocínios a pessoas físicas 
ou jurídicas; projetos culturais previamente aprovados pela CNIC.
b) Registro no CNSS pode ser substituído pela declaração de Utilidade 
Pública Federal, Estadual ou Municipal.
c) Não procede.
d) São dirigidas a empresas.
4) Explique com suas palavras por que o financiamento de Projetos Culturais, 
na opinião de Faria (1998), não é a única atividade de uma Política Cultural 
efetiva do Estado.
Gabarito 
Confira, aseguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
1) c.
2) d. 
3) b.
4) Espera-se que você consiga considerar a questão da Ação Cultural como 
resultante de um planejamento a ser realizado pelo Estado em médio e 
longo prazo, ultrapassando a questão do financiamento e abrangendo 
outros aspectos do entorno (seja comunidade ou, mesmo, parceiros 
empresariais situados no contexto socioeconômico do ambiente em 
processo de intervenção).
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UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
5. CONSIDERAÇÕES
Esperamos que você tenha obtido habilidades para 
identificar o que vem a ser uma Política Cultural efetiva, capaz 
de promover os interesses tanto de produção de fenômenos e 
objetos culturais quanto de desenvolvimento de comunidades e 
grupos, sobretudo em seu caráter cidadão. Também esperamos 
que consiga distinguir os elementos necessários para a elaboração 
de Projetos Culturais, visando à utilização das leis de incentivo, 
tendo, inclusive, uma noção aproximada do que consiste a Lei 
Rouanet e de sua estrutura básica.
Na próxima unidade, abordaremos a questão do Sistema 
de Produção Cultural e os conceitos de Propriedade Intelectual 
e suas relações com os conceitos de Copyright e Copyleft nos 
âmbitos jurídico e cultural.
6. E-REFERÊNCIAS
CALABRE, L. História das políticas culturais na América Latina: um estudo comparativo 
de Brasil, Argentina, México e Colômbia. Escritos, v. 7, n. 7, 2013. Disponível 
em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br/escritos/numero07/escritos%207_12_
historia%20das%20politicas%20culturais.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017.
FURTADO, C. Que somos? In: FURTADO, Celso. Ensaios sobre a cultura e o Ministério 
da Cultura. FURTADO, Rosa Freire D’Aguiar (Org.) Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. 
Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2110422/mod_resource/
content/1/Celso%20Furtado.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. 
TOLILA, P. Cultura e desenvolvimento: como a cultura contribui para a economia. 
In: TOLILA, P. Cultura e economia. São Paulo: Iluminuras, 2007. Disponível em: 
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1725085/mod_resource/content/1/
TOLILA%2C%20Paul%20-%20Como%20a%20economia%20chega%20%C3%A0%20
cultura.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. [p. 75-80].
LOPES, A. C. L. Impactos do investimento público em difusão audiovisual na 
configuração do espaço urbano paulistano: um ensaio metodológico para avaliação 
de políticas culturais. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 1, p. 19-36, 
67© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
nov., 2015. Disponível em: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/9717_
ANA+CAROLINA+LOUBACK+LOPES>. Acesso em: 16 ago. 2017.
MOUTINHO, C. Breve análise das políticas públicas culturais para o teatro em 
Portugal e no Brasil: uma visão da atuação nas cidades do Porto e São Paulo. Revista 
do Centro de Pesquisa e Formação, n. 3, p. 169-185, nov., 2016. Disponível em: 
<https://www.sescsp.org.br/online/artigo/10680_CARINA+MOUTINHO>. Acesso 
em: 16 ago. 2017.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Estudos das leis de 
incentivo à cultura. Brasília: SESI; DN, 2007. Disponível em: <http://www.sesipr.
org.br/cultura/uploadAddress/4._estudo_das_leis_de_incentivo_a_cultura[59199].
pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017.
BRASIL. Ministério da Cultura. Lei Rouanet: instrução normativa 1/2017. Ministério 
da Cultura. 2017. Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/legislacao/>. 
Acesso em: 18 ago. 2017. 
BRASIL. Ministério da Cultura. Programa nacional de apoio à cultura: orientações 
básicas. Brasília: MEC; PRONAC, [s.d.]. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/
tecidocultural/curso_acc/3/03_lei_rouanet.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017.
BRASIL. Ministério da Cultura. Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura. 
Tutorial 1: novo cadastro e primeiros passos da nova proposta. Brasília: MEC; 
SALIC, Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/>. Acesso em: 16 ago. 2017.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, I. As leis de incentivos fiscais à cultura. In: FRANCESCHI, Antonio et al. 
Marketing cultural: um investimento com qualidade. São Paulo: Informações Culturais, 
1998. p. 91-102.
BURKE, P. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
CUNHA, N. Cultura e ação cultural. São Paulo: Sesc SP, 2010.
FARIA, H. As leis de incentivos fiscais à cultura. In: FRANCESCHI, Antonio et al. Marketing 
cultural: um investimento com qualidade. São Paulo: Informações Culturais, 1998. p. 
75-83.
FRANCESCHI, A. et al. Marketing cultural: um investimento com qualidade. São Paulo: 
Informações Culturais, 1998.
68 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO 
UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS 
LEIS
MUYLAERT, R. Incentivos fiscais à cultura. In: MUYLAERT, R. Marketing cultural & 
comunicação dirigida. São Paulo: Globo, 1994. p. 284-286.

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