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45 POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS Objetivos • Apresentar o conceito de Política Cultural. • Fazer conhecer os principais movimentos de estabelecimento de Políticas Culturais no mundo e no Brasil. • Apresentar as características e exigências dos instrumentos de financiamento das Ações Culturais no Brasil • Promover a aquisição de noções sobre a Lei Rouanet: funcionamento e características. Conteúdos • Noções do conceito Política Cultural. • Histórico de desenvolvimento do conceito de Política Cultural em nível internacional e nacional. • Noções básicas sobre as Leis de Financiamento da Cultura (Lei Rouanet entre elas). Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste material didático; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas UNIDADE 2 46 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Busque identificar os principais conceitos apresentados e siga a linha gradativa dos assuntos. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador. 47© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS 1. INTRODUÇÃO De uma maneira geral, ao falarmos de Políticas Públicas, já se estabelece uma relação direta entre movimentos de manutenção e proteção da Cultura por meio de instrumentos institucionais ligados ao Estado (vínculo direto com a ideia de setor ou órgão público). Cunha (2010, p. 81) define Política Cultural como: [...] o conjunto de intervenções e decisões dos poderes públicos por meio de programas e atividades artístico-intelectuais ou genericamente simbólicas de uma sociedade, conduzido em nome do interesse geral ou do bem comum de uma coletividade, embora desse âmbito se encontre habitualmente excluída (mas nem sempre) a política de educação ou de ensinos formais. Dessa maneira, na introdução da unidade anterior, percebe-se que os eventos dos festivais na Grécia antiga ou mesmo os estatutos ou leis lançados durante o regime monárquico, tais como os de licença de exploração de obras intelectuais na Inglaterra do século 17 (BURKE, 2003), são interferências do poder governamental no processo de dinamização da Cultura, do que advém que a ideia central de Política Cultural é uma realidade existente há muito tempo nas sociedades ocidentais. Entre os objetivos desta unidade, está o de estabelecer de maneira mais clara essa relação no desenvolvimento histórico do conceito, sem, no entanto, nos prendermos às datas (ainda que elas sejam um dado interessante de exploração), tentando estabelecer algum nexo causal entre os eventos historicamente localizados e as exigências de um interesse de comprometimento do Estado – ou do poder governamental – em manter uma série de ações em favor de determinada expressão cultural. 48 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, consideramos necessário o aprofundamento desses conteúdos pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 2.1. POLÍTICA CULTURAL NO MUNDO E NO BRASIL Em um sentido lato, Política Cultural, segundo Cunha (2010), abrange questões jurídicas relacionadas à proteção de bens ou atividades, ou define: como se deve exercer a ação (princípios, regras e métodos) ou seu gerenciamento; quem dela se deve encarregar; o que, por meio dela, estaria relacionado à manutenção ou difusão. Para entrarmos na questão dos organismos internacionais – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e Organização das Nações Unidas (ONU) entre eles – como promotores de uma Política Cultural eficiente, cabe averiguar, primeiramente, os contextos de sua origem. Segundo Cunha (2010, p. 96), tais contextos se deram em meio à: [...] prosperidade econômica do pós-guerra, incluindo-se a revalorização de expressões nacionalista em países recém-saídos da colonização ou integrantes do então chamado ‘terceiro mundo’ [...]. Esses organismos são citados pelo autor ao se referir a duas produções deles – primeiro, pela Declaração dos Direitos do Homem e, depois, pelo documento Problemas e Perspectivas. Os trechos selecionados por Cunha (2010) ressaltam direitos estabelecidos ao homem quanto ao desenvolvimento de seu sentimento de comunidade, ao acesso à arte e aos benefícios 49© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS científicos, assim como ao desenvolvimento de seu potencial cognitivo, cultural, coletivo e ambiental. Segundo o autor: [...] a existência de uma política cultural – desde que coerente, ampla e eficaz – constitui uma forma de expansão de conhecimentos e de práticas simbólicas, de integração social e de exercício de cidadania. (p. 96). No que diz respeito aos modelos de aplicação de Políticas Culturais pelo Estado, Cunha (2010) reconhece uma variedade de orientações, apresentadas, de forma contraposta, nas seguintes condições: de forte intervenção ou de fraco comprometimento (respectivamente, dirigistas ou liberais); nacionalistas ou cosmopolitas; gradualistas ou revolucionárias; elitistas ou populistas; tradicionalistas ou modernistas. Por fim, parafraseando Hillman-Chartrand (1989), Cunha (2010) apresenta quatro tipos de Políticas Públicas: a do Estado-facilitador (que financia por meio de “recursos indiretos”), típico dos Estados Unidos; a do Estado-mecenas (que financia por meio de recursos próprios), com exemplos como os da Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia; a do Estado- arquiteto (que orienta o uso de recursos por meio de estruturas próprias), típico da maior parte dos países europeus e latino- americanos; e a do Estado-engenheiro (Estado-autoritário, aquele que domina a vida cultural do país), característico das ditaduras e comunidades fundamentalistas e teocráticas. Construção histórica do conceito de Política Cultural: Rússia, França e Brasil Convém assinalarmos que o recorte sobre esses três países foi realizado por Cunha (2010) e, nesse sentido, observamos uma tentativa de descrição de características específicas a cada 50 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS um deles, que, na intenção de síntese e interesse didático, serão apresentadas no Quadro 1 (comparando as propostas da Rússia e da França) e, depois, rediscutidas em relação às propostas do Brasil. Quadro 1 Acontecimentos relacionados ao conceito de Política Cultural na Rússia e na França. País Ano Acontecimento Interesse/função/setor Rússia 1917 1921 Institui-se o Comissariado da Instrução Popular (Narkompros). Encontro do Partido Bolchevique que apresentou críticas ao Narkompros Alfabetização e Educação em níveis: científico, tecnológico e artístico (dramaturgia, música, literatura, espaços históricos, bibliotecas, academias de arte plásticas e gráficas, fotografia, cinema). Programa de Organização do Proletariado (Proletkult). Programa de apresentações artísticas ambulantes (Agitprop). Em nível educacional: Escola Única de Trabalho (ensino inicialmente politécnico e gradualmente especializado). Reformulação do órgão em setores de:- Educação Profissionalizante; - Socioescolar; - Política educacional; e - Colegiado acadêmico. 51© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS França 1932 1946 1959 1960 Secretaria de Estado das Belas-Artes (mais tarde, 1945, Direção Geral das Artes e das Letras Nova Constituição Instalação da V República Francesa (Ministério de Assuntos Culturais) Política das Casas da Cultura - Escola Nacional Superior de Belas-Artes; - Conservatório Nacional de Música; -Escola Nacional Superior de Artes Decorativas. Declaração expressa do Estado como responsável pela garantia de acesso dos cidadãos à Cultura Aspectos dominantes: - Intenção ideológica clara; - Filosofia de apoio seletivo do Estado à criação artístico-profissional; - Autonomia orçamentária, administrativa e operacional. Proposta, relativamente inovadora, em que se procurava estimular a produção com aposta no profissionalismo e na alta qualidade artística. Fonte: adaptado de Cunha (2010). 52 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS Pode-se perceber que cada realidade nacional caracterizou um tipo de iniciativa governamental. Na Rússia, por exemplo, observa-se que a cristalização da estrutura russa pelo regime socialista estabeleceu as bases de condução de sua Política Cultural, mantendo-se, no entanto, os princípios básicos que delinearam o conceito, estabelecendo-se por meio de interesses e setores burocráticos de controle das ações. As decisões, em si, não são democráticas, mas de setores ou departamentos institucionais ligados ao propositor (o Estado), que procura “capacitar” seu cidadão a ocupar papéis e categorias profissionais na estrutura do país. Na França, por sua vez, o caráter inicial é de se pautar pelo valor da Arte Erudita (Alta Cultura), constituindo-se, progressivamente, pela ideia da arte como um produto de mercado, passível de se manter por meio de sua qualidade artística. O Estado financia, mas também estimula o desenvolvimento de um perfil mais autossustentável para os agentes do setor, a partir do que, a nosso ver, derivaram (na década de 1970) apelos de “Indústria Cultural”, “Marketing Cultural” e “Subvenção Artística”. Se elaborarmos, pela descrição de Cunha (2010), uma lista cronológica de eventos que fortaleceram o conceito de Política Cultural no Brasil, obtém-se a seguinte ordem, representada pelo Quadro 2: 53© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS Quadro 2 Acontecimentos relacionados ao fortalecimento do conceito de Política Cultural no Brasil. Data Acontecimento 1930 Foi instituído o Ministério da Educação e Saúde Pública, como um dos símbolos da Política Cultural do movimento revolucionário, composto de correntes ideológicas contrapostas: liberais, antiliberais e socialistas; ou, ainda, tradicionalistas e modernistas. 1937 No instituto acima mencionado, nasceram o Instituto Nacional do Livro e a Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 1938 Criação do Conselho Nacional de Cultura (renomeado, em 1966, como Conselho Federal de Cultura). 1969 1973 Criação do Programa de Ação Cultural (PAC), que destinava créditos para produções artísticas; e criação da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) para, inicialmente, promover a divulgação de filmes nacionais, passando, depois, a colaborar no financiamento, na produção e na distribuição de cinema. 1975 Criação do Conselho Nacional de Cinema (Concine), extinção do Instituto Nacional de Cinema (INC) e da Fundação Nacional de Arte (Funarte). Fonte: adaptado de Cunha (2010). Nessa perspectiva, Cunha (2010), utilizando um pronunciamento datado de 1982 (creditado a Mário Brockmann Machado, ex-diretor da Funarte e ex-subsecretário do MEC), observa uma crítica ao uso do termo Política Cultural naquele contexto, sobretudo pela falta de interação entre os órgãos e o baixo valor dos investimentos. O autor ainda destaca duas características na atuação das agências de fomento do setor: um clientelismo “cristalizado” (sem atenção aos interesses e perfis de seus “clientes”); e um assistencialismo que apoiava projetos de pouca possibilidade de desenvolver autossuficiência. Cunha (2010) elabora, a partir dessas considerações, reflexões a respeito: das formas de participação e representação 54 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS dos grupos interessados nos processos decisórios; das formas de articulação de ações levando em conta as distâncias regionais e estaduais; da maneira de equacionar os recursos frente à diversidade de manifestações; de, no que concerne ao apoio, se ele deveria priorizar os projetos, programas ou instituições; de se o estabelecimento de agências de fomento seria mais produtivo que a construção de espaços físicos; e, por último, de se haveria maior risco de descontinuidade pelo apoio apenas a eventos e não a processos de educação artístico-intelectual. Voltando à lista de acontecimentos fortalecedores do conceito e da aplicação de Políticas Culturais: • 1985: no contexto da nova República (pós-ditadura), a área cultural ganha maior autonomia político-administrativa; • 1986: é editada a Lei do Fundo de Promoção Cultural; e • 1991: reordenação dos mecanismos de incentivo no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), com a criação de três grupos de apoio (Fundo Nacional de Cultura – FNC –, Fundos de Investimento Cultural e Artístico e Incentivos a Projetos Culturais). Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você poderá complementar essa visão dos quadros históricos em que o desenvolvimento do conceito de Política Cultural se deu. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando redimensionar o conteúdo estudado. 2.2. FINANCIAMENTO DA CULTURA Tendo como tema a Lei do Fundo de Promoção Cultural, citada na seção anterior, observamos que, segundo Cunha (2010, p. 90), essa lei tinha como objetivo: 55© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS [...] instituir formas de captação de recursos financeiros e de financiamentos de atividades, lançando mão de abatimento tributário ou renúncia fiscal, modelo sujeito a variadas críticas de naturezas técnica e política. Num seminário realizado em 8 e 9 de maio de 1997, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, que resultou na obra composta pelos registros textuais organizados por Franceschi et al. (1998), são feitas várias considerações ainda atuais a respeito do tema das leis de incentivos fiscais à Cultura. No primeiro texto, de autoria de Faria (1998), é feita uma avaliação bastante pertinente a respeito das leis de incentivo em alguns municípios (os principais, citados pelo autor, são os de Belo Horizonte, São José dos Campos e Vitória) e seus impactos no plano municipal geral: • Positivos: pelo esforço em atender às exigências dessas leis, decorrem uma melhor qualificação dos produtos culturais e, também, um estímulo ao debate cultural, consequentemente, uma atenção mais acentuada dos grupos de interesse à estrutura social que alicerça as ações em prol da cultura; e • Problemáticos: pouco conhecimento da lei e do jargão especializado nela utilizado; e exigência de que o empresário que obtenha isenção por incentivar a Produção Cultural abra totalmente suas contas para averiguação (sem uma necessária transparência dos critérios de investigação). Outra questão é que, segundo Faria (1998), a aplicação da lei é pouco eficiente. “[...]para os produtores culturais e comunitários, [há] uma dificuldade de financiar a arte experimental e os projetos de formação.” (p. 79), o que significa 56 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS dizer que muitos dos projetos não são acessíveis “[...] à grande parte da população.” (p. 79), permitindo-se o acesso a esses recursos por grupos com perfil empresarial, resultando em ganhos privados por meio desse capital público. Um problema adjacente, mas de grande gravidade, é, segundo o autor, a cristalização da ideia de que Política Cultural se reduz a aplicar recursos financeiros em Projetos Culturais. Ainda que isso seja uma etapa essencial do processo, não é sua única prerrogativa. Pensar uma Política Cultural é planejar ações visando a um objetivo resultante do investimento financeiro – e não se fala aqui em “retorno” financeiro (como se o fenômeno cultural passasse por uma metamorfose que o transformasse em um produto de troca mercadológica), mas de um resultante que espelhe a dinamização das ações, impactando positivamente a coletividade (produtores e agentes culturais, empresas, população) em torno de sua própria cultura, fortalecendo-a e enriquecendo-a. Faria (1998) finaliza sua fala propondo algumas ações às Políticas Culturais, transcritas aqui de maneira simplificada: 1) Investimento direto do Estado, promovendo o debate sobre o “valor estratégico” da Cultura na vida nacional; 2) Fortalecimento dos Fundos de Projetos Culturais, inclusive em nível municipal, com chamamentos de participação/debate a toda comunidade cultural; 3) Estímulo do envolvimento das comunidades culturais – sociedade civil em nível municipal, estadual e federal – abertas a discussões sobre o tema. A quarta proposta, preenchimento de algumas lacunas na lei, nas palavras de Faria (1998), seria efetivada pela inclusão de critérios de avaliação dos projetos, critérios tais como: 57© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS “[...] geração de emprego e renda, valorização de cidadania do município, grau de aderência, vocações e potencialidades municipais [...]” (p. 83). Nota-se nessa proposição o entendimento de que a Política Cultural não se atém à verificação de rentabilidade monetária do projeto em curto prazo, mas também em médio e longo prazo, produzindo uma infraestrutura própria, nascida de um enraizamento da ação na própria Identidade Cultural de cada comunidade. As leituras indicadas no Tópico 3.2 tratam do tema do Financiamento e das Leis de Incentivo à Cultura. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 2.3. LEI ROUANET No tocante a esse tema, e preferindo não entrar na questão jurídica, selecionamos o texto de Roberto Muylaert (1994), apresentado na última parte da obra Marketing Cultural: Comunicação Dirigida. Para falar sobre a Lei em si, notamos que controvérsias incidem sobre a honestidade de seus investimentos, sobretudo por uma série de situações que antecedem sua criação e estão mais relacionadas com o ambiente político do que, propriamente, com a Lei. Não entraremos nessas controvérsias, e fazemos uso do texto de Muylaert (1994) em razão de ele ser apenas descritivo, explicando um pouco do jargão envolvido na Lei, assim como sua estrutura e alguns mecanismos do qual faz uso. Tal descrição foi assim organizada: 58 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS 1) Informação dos mecanismos de que faz uso o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC), em que a Lei está alocada (de onde vêm seus recursos): Fundo Nacional da Cultura (FNC); Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART); e Incentivo a Projetos Culturais. 2) Definições básicas de termos usados no contexto da Lei, tais como: Beneficiários, Doação, Incentivadores, Mecenato, Patrimônio Cultural, Patrocínio, Pessoas Físicas e Jurídicas de Natureza Cultural, Produção Cultural Independente (em diversas áreas), Projetos Culturais, Segmentos Culturais (em diversas modalidades). 3) Forma de operacionalização dos recursos, que se dá (na época da obra) por meio de: 4) [...] financiamentos, a fundo perdido ou reembolsáveis [...] através de mecenato, isto é, de doações ou patrocínios de pessoas físicas ou jurídicas – que terão em contrapartida benefícios fiscais – a projetos culturais que obtenham aprovação prévia da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNCI) [...]. (MUYLAERT, 1994, p. 284, grifos do autor). 5) Tipo de clientela, composta por uma série de modalidades, categorias e condições de execução, apresentadas pelo Quadro 3: 59© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS Quadro 3 Tipos de clientela em relação aos tipos de atendimentos promovidos pela Lei Rouanet. Clientela: composição Atendimento tipo FNC Mecenato Pessoas Físicas: Artistas, produtores culturais, pesquisadores e técnicos da área cultural. Sem reembolso: Bolsa de estudo, de trabalho ou de pesquisa, passagens e ajuda de custo. Doações ou patrocínios a pessoas físicas ou jurídicas; projetos culturais previamente aprovados pela CNIC. Instituições Públicas: Órgãos oficiais da administração direta, assim como autarquias e fundações do governo. Sem reembolso de até 80% do valor do projeto na forma de auxílios. Não procede. Instituições Privadas (sem fins lucrativos): Fundações, institutos, museus, arquivos, bibliotecas, teatros etc. Inscritas no CNSS do Ministério da Ação Social e que apresentem projeto cultural ao MEC. Sem reembolso de até 80% do valor do projeto na forma de subvenções sociais. Doações ou patrocínios a pessoas físicas ou jurídicas; projetos culturais previamente aprovados pela CNIC. Obs.: nesse caso, o registro no CNSS pode ser substituído pela declaração de Utilidade Pública Federal, Estadual ou Municipal. Instituições Privadas (com fins lucrativos): Empresas que apresentem projeto cultural. F i n a n c i a m e n t o s reembolsáveis por meio da Caixa Econômica Federal, com as condições de financiamento definidas de acordo com as necessidades de cada segmento cultural. Doações ou patrocínios a pessoas físicas ou jurídicas; projetos culturais previamente aprovados pela CNIC. Notas: Siglas: FNC (Fundo Nacional da Cultura); CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura); CNSS (Conselho Nacional do Serviço Social); MEC (Ministério da Cultura). Fonte: adaptado de Muylaert (1994, p. 284-286). 1) Equiparações dos projetos em relação aos planos anuais conforme seu caráter de Sociedade Civil 60 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS (com finalidade de dar apoio a instituições culturais oficiais do Governo Federal) ou de Instituição Cultural (com reconhecimento, pelo CNIC, dos serviços prestados à cultura nacional). 2) Benefícios fiscais no Imposto de Renda, com as diversas modulações desses benefícios estabelecidos a partir de opções de exercício do incentivo (em favor do próprio contribuinte ou de outros). 3) Descrição dos destinos/forma da aplicação dos Fundos de Investimento Cultural e Artístico (FICART), ou seja, perfis dos projetos (produção comercial, ações arquitetônicas, outras) e condição de uso (contratação, participação em projeto, aquisição de direitos autorais). 4) Respectivamente, limite de deduções fiscais autorizadas, montante global do recurso e suas fontes. 5) Respectivamente, pela previsão de estímulos por instituições financeiras e legislação básicaa que se refere a Lei. Obviamente, esses tópicos não pretendem discutir profundamente tais condições – inclusive em razão da data de sua escrita –, no entanto, problematizam as bases principais pelas quais a Lei Rouanet se orientou. Botelho (1998), por exemplo, salienta que a mencionada lei foi sancionada para substituir a Lei Sarney, de 1986. Segundo a autora: Na intenção de corrigir os erros da lei anterior – acusada de facilitar fraudes –, a nova lei de incentivos fiscais, em seu 61© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS primeiro momento, chamou mais atenção por seu peso e dificuldade do que por seu sucesso. (p. 98). Em nota posterior, Botelho (1998, p. 101) informa que os cuidados decorrentes da experiência anterior forçaram a exigência de: “[...] aprovação prévia por parte de uma comissão do Ministério da Cultura composta por representantes de associações de classe e de seus próprios órgãos específicos.”, ocasionando demora na tomada de decisão e “complicação” burocrática. Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4, você deve fazer as leituras propostas no Tópico 3.3. para conhecer e compreender o mecanismo da Lei Rouanet. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Ação Cultural – Vídeos Complementares – Complementar 2 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 62 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS 3.1. POLÍTICA CULTURAL NO MUNDO E NO BRASIL As questões relacionadas ao desenvolvimento da noção de Política Cultural, do ponto de vista histórico, são aprofundadas nos textos sugeridos para leitura complementar ao tópico 2.1. desta unidade. • CALABRE, L. História das políticas culturais na América Latina: um estudo comparativo de Brasil, Argentina, México e Colômbia. Escritos, v. 7, n. 7, 2013. Disponível em:<http://www.casaruibarbosa.gov.br/escritos/ numero07/escritos%207_12_historia%20das%20 politicas%20culturais.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017. • FURTADO, C. Que somos? In: FURTADO, C. Ensaios sobre a cultura e o Ministério da Cultura. FURTADO, Rosa Freire D’Aguiar (Org.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. Disponível em:<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile. php/2110422/mod_resource/content/1/Celso%20 Furtado.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. • TOLILA, P. Cultura e desenvolvimento: como a cultura contribui para a economia. In: TOLILA, P. Cultura e economia. São Paulo: Iluminuras, 2007. Disponível em:<https://edisciplinas.usp.br/ pluginfile.php/1725085/mod_resource/content/1/ TO L I L A % 2 C % 2 0 Pa u l % 2 0 - % 2 0 C o m o % 2 0 a % 2 0 economia%20chega%20%C3%A0%20cultura.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. [p.75-80]. 3.2. FINANCIAMENTO DA CULTURA Os textos apresentados a seguir ilustram um pouco as questões relacionadas ao tema do Financiamento da Cultura, 63© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS amplificando a consideração de tais questões no âmbito dos espaços urbanos, com a apresentação de uma listagem de leis categorizadas segundo os Estados que as criaram, no Brasil. • LOPES, A. C. L. Impactos do investimento público em difusão audiovisual na configuração do espaço urba- no paulistano: um ensaio metodológico para avaliação de políticas culturais. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 1, p. 19-36, nov., 2015. Disponível em: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/9717_ ANA+CAROLINA+LOUBACK+LOPES>. Acesso em: 16 ago. 2017. • MOUTINHO, C. Breve análise das políticas públicas cul- turais para o teatro em Portugal e no Brasil: uma visão da atuação nas cidades do Porto e São Paulo. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 3, p. 169-185, nov., 2016. Disponível em: <https://www.sescsp.org.br/onli- ne/artigo/10680_CARINA+MOUTINHO>. Acesso em: 16 ago. 2017. • SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Na- cional. Estudos das leis de incentivo à cultura. Brasília: SESI; DN, 2007. Disponível em: <http://www.sesipr.org. br/cultura/uploadAddress/4._estudo_das_leis_de_ incentivo_a_cultura[59199].pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017. 3.3. LEI ROUANET A Lei Rouanet é apresentada por meio dos textos listados a seguir, com ênfase no primeiro, que estabelece instruções normativas para funcionamento/aplicação da lei no contexto de 2017. 64 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS • BRASIL. Ministério da Cultura. Lei Rouanet: instrução normativa 1/2017. Ministério da Cultura. 2017. Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/ legislacao/>. Acesso em: 18 ago. 2017. • BRASIL. Ministério da Cultura. Programa nacional de apoio à cultura: orientações básicas. Brasília: MEC; PRONAC, [s.d.]. Disponível em: <http://www.dhnet.org. br/tecidocultural/curso_acc/3/03_lei_rouanet.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017. • BRASIL. Ministério da Cultura. Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura. Tutorial 1: novo cadastro e primeiros passos da nova proposta. Brasília: MEC; SALIC, Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/>. Acesso em: 16 ago. 2017. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) Levando em conta o sentido lato atribuído ao conceito de Política Cultural por Cunha (2010), qual das alternativas abaixo pertence à definição de “exercício da ação”? a) a) Interesse e conciliação. b) b) Cuidados mútuos entre os agentes culturais. c) c) Princípios, regras e métodos. d) d) Recurso monetário e projeto. 2) Qual dos aspectos categorizados por Faria (1998) faz parte dos impactos positivos das leis de incentivo no plano municipal geral? 65© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS a) A sujeição às exigências promove maior assertividade na proposição dos projetos no tocante à economia dos grupos. b) Pouco conhecimento da lei e do jargão especializado nela utilizado. c) Pelo esforço em atender às exigências dessas leis, decorre uma melhor qualificação dos produtos culturais. d) Exigência de que o empresário que obtenha isenção por incentivar a produção cultural abra totalmente suas contas para averiguação. 3) Qual é a observação feita por Muylaert (1994) na categoria de atendimento por mecenato em relação à categoria de clientela Instituição Privada sem fim lucrativo? a) O financiamento procede de doações ou patrocínios a pessoas físicas ou jurídicas; projetos culturais previamente aprovados pela CNIC. b) Registro no CNSS pode ser substituído pela declaração de Utilidade Pública Federal, Estadual ou Municipal. c) Não procede. d) São dirigidas a empresas. 4) Explique com suas palavras por que o financiamento de Projetos Culturais, na opinião de Faria (1998), não é a única atividade de uma Política Cultural efetiva do Estado. Gabarito Confira, aseguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 1) c. 2) d. 3) b. 4) Espera-se que você consiga considerar a questão da Ação Cultural como resultante de um planejamento a ser realizado pelo Estado em médio e longo prazo, ultrapassando a questão do financiamento e abrangendo outros aspectos do entorno (seja comunidade ou, mesmo, parceiros empresariais situados no contexto socioeconômico do ambiente em processo de intervenção). 66 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS 5. CONSIDERAÇÕES Esperamos que você tenha obtido habilidades para identificar o que vem a ser uma Política Cultural efetiva, capaz de promover os interesses tanto de produção de fenômenos e objetos culturais quanto de desenvolvimento de comunidades e grupos, sobretudo em seu caráter cidadão. Também esperamos que consiga distinguir os elementos necessários para a elaboração de Projetos Culturais, visando à utilização das leis de incentivo, tendo, inclusive, uma noção aproximada do que consiste a Lei Rouanet e de sua estrutura básica. Na próxima unidade, abordaremos a questão do Sistema de Produção Cultural e os conceitos de Propriedade Intelectual e suas relações com os conceitos de Copyright e Copyleft nos âmbitos jurídico e cultural. 6. E-REFERÊNCIAS CALABRE, L. História das políticas culturais na América Latina: um estudo comparativo de Brasil, Argentina, México e Colômbia. Escritos, v. 7, n. 7, 2013. Disponível em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br/escritos/numero07/escritos%207_12_ historia%20das%20politicas%20culturais.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017. FURTADO, C. Que somos? In: FURTADO, Celso. Ensaios sobre a cultura e o Ministério da Cultura. FURTADO, Rosa Freire D’Aguiar (Org.) Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2110422/mod_resource/ content/1/Celso%20Furtado.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. TOLILA, P. Cultura e desenvolvimento: como a cultura contribui para a economia. In: TOLILA, P. Cultura e economia. São Paulo: Iluminuras, 2007. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1725085/mod_resource/content/1/ TOLILA%2C%20Paul%20-%20Como%20a%20economia%20chega%20%C3%A0%20 cultura.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. [p. 75-80]. LOPES, A. C. L. Impactos do investimento público em difusão audiovisual na configuração do espaço urbano paulistano: um ensaio metodológico para avaliação de políticas culturais. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 1, p. 19-36, 67© AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS nov., 2015. Disponível em: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/9717_ ANA+CAROLINA+LOUBACK+LOPES>. Acesso em: 16 ago. 2017. MOUTINHO, C. Breve análise das políticas públicas culturais para o teatro em Portugal e no Brasil: uma visão da atuação nas cidades do Porto e São Paulo. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 3, p. 169-185, nov., 2016. Disponível em: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/10680_CARINA+MOUTINHO>. Acesso em: 16 ago. 2017. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Estudos das leis de incentivo à cultura. Brasília: SESI; DN, 2007. Disponível em: <http://www.sesipr. org.br/cultura/uploadAddress/4._estudo_das_leis_de_incentivo_a_cultura[59199]. pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017. BRASIL. Ministério da Cultura. Lei Rouanet: instrução normativa 1/2017. Ministério da Cultura. 2017. Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/legislacao/>. Acesso em: 18 ago. 2017. BRASIL. Ministério da Cultura. Programa nacional de apoio à cultura: orientações básicas. Brasília: MEC; PRONAC, [s.d.]. 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São Paulo: Informações Culturais, 1998. 68 © AÇÃO CULTURAL: PROJETOS CULTURAIS E ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO UNIDADE 2 – POLÍTICAS CULTURAIS NO MUNDO E NO BRASIL: O FINANCIAMENTO DA CULTURA E SUAS LEIS MUYLAERT, R. Incentivos fiscais à cultura. In: MUYLAERT, R. Marketing cultural & comunicação dirigida. São Paulo: Globo, 1994. p. 284-286.
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