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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO POLÍTICO PXY, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do título de eleitor n°..., inscrito no CPF n °..., com endereço eletrônico, domiciliado ..., residente (endereço completo), vem por seu advogado, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 77, inciso V do CPC, com fundamento no artigo 102, inciso I, “a” e “p” CF/88 e Lei nº 9868/99 e demais pertinentes a matéria, propor AÇÃO DECLARATORIA DE CONSTITUCIONALIDADE com pedido de MEDIDA CAUTELAR em face da LEI COMPLEMENTAR 135/2010 ... que foi internalizada pelo Congresso Nacional por meio do decreto..., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: I- DOS FATOS Primeiramente, foi introduzido no ordenamento jurídico regras que regulamentam a inelegibilidade infraconstitucional pela Lei Complementar nº 135 no artigo 14, parágrafo 9º da Constituição Federal, demais, pode ser aplicado até mesmo quando se estiver diante de fatos ocorridos antes do advento do referido diploma legal, sem que isso cause qualquer prejuízo ao princípio da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. Demais, as alterações trazidas pela referida Lei, provocou a promoção da moralidade e o resgate na confiança das instituições e do processo democrático, mesmo assim, surgiu controvérsia, pois, há divergência nos Tribunais Eleitorais sobre a destinação da aplicação da mencionada Lei. É válido mencionar que o TRE de Minas Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o qual a Lei Complementar se aplica às condenações anteriores. Também, o TRE de Sergipe adotou entendimento segundo o qual a lei constitui ofensa aos princípios da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica. Portanto, existe divergências quanto a aplicação da referida Lei a atos jurídicos que tenham ocorrido antes do advento do diploma legal. Logo, com receio de possíveis indagações sobre a impugnação de candidatos nas eleições de 20xx e possível constitucionalidade da mencionada Lei, pois, a dúvida quando a sua constitucionalidade pode gerar insegurança jurídica nas próximas, foi proposta ADC e por consequência demonstrar que a aplicação dos dispositivos XXXVI e XL do artigo 5º da Constituição. II- DOS FUNDAMENTOS II.I- DO CABIMENTO Conforme artigo 14, inciso III, da Lei nº 9.868/994 e artigo 102, inciso I, alínea “a”, da CRFB/88, quando ocorre controvérsia judicial sobre a aplicação de uma norma, é cabível a ação declaratória de constitucionalidade, pois, ela objetiva resguardar a ordem jurídica constitucional, de modo a afastar o estado de incerteza ou insegurança jurídica sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Tendo em vista a controvérsia entre o TER de Sergipe e o TER de Minas Gerais sobre a constitucionalidade da Lei Complementar 135/2010, logo, é cabível a ADC. Assim, é plausível destacar que alguns tribunais têm afastado a aplicação da mencionada Lei à atos ocorridos anteriormente a existência da citada lei, por reputá-la inconstitucional, supostamente em virtude de afronta ao princípio da segurança jurídica e da irretroatividade da lei mais gravosa. II.II- DA LEGITIMIDADE A legitimidade ativa é do partido político conforme o artigo 103, inciso VIII, da CRFB/88, sendo válido mencionar que de acordo com a pacificação no STF, o Ministro Celso de Mello afirma que: Independe de pertinência temática “... os partidos políticos têm legitimidade para ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na norma atacada” “O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do vínculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos fins institucionais, que justificam a existência em nosso sistema normativo, dos partidos políticos.” (STF – AD I 1396). Portanto, o Partido Político PXY por ser considerado legitimado universal encontra-se dispensado de demonstrar Pertinência Temática. Ademais, a legitimidade passiva, é representada pela Lei Complementar 135/10, internalizado pelo Congresso Nacional. II.III- DA COMPETÊNCIA Na forma do artigo 102, inciso I, alínea “a”, CRFB/88 é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. II.IV- DA MEDIDA CAUTELAR É cabível a concessão de medida cautelar, conforme o artigo 21, da Lei Federal nº 9.868/99, para que seja declarada a aplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade previstas na lei objeto da presente ação. O requisito fumus boni iuris reside nas razões expendidas, que demonstram a discussão acerca da Lei Complementar. O requisito periculum in mora surge em perfunctória análise. Se refere a aplicação de norma referente a cidadania, ademais, sua aplicação exige segurança e certeza, com o objetivo de evitar divergências a Lei Complementar 135/2010. Devendo ocorrer suspensão dos julgamentos em andamentos sobre essa Lei. II.V- DA CONTROVÉRSIA JUDICIAL É válido mencionar que o TRE de Minas Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o qual a Lei Complementar se aplica às condenações anteriores. Também, o TRE de Sergipe adotou entendimento segundo o qual a lei constitui ofensa aos princípios da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica. Desse modo, há caracterização de controvérsia judicial entre o TRE de Sergipe e o TRE de Minas Gerais. III- DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1) a concessão da medida Cautelar para, liminarmente, suspender os efeitos de quaisquer decisões que, direta ou indiretamente, neguem vigência à Lei Complementar 135/2010 por considerá-la inconstitucional, até o julgamento em definitivo da presente ação; 2) a oitiva do Procurador-Geral da República; 3) que sejam solicitadas informações as autoridades competentes; 4) a procedência do pedido com a declaração de constitucionalidade da Lei Complementar 135/2010, no que tange a sua aplicação à fatos ocorridos anteriores a sua existência, com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante. IV- DAS PROVAS Requerer a produção das provas admitidas em direito na forma do artigo 3º, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental. IV- DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000 reais (Um Mil Reais). Nestes termos, Pede deferimento. ____________ Local e data. ___________ Advogado ____________ OAB/UF n.º
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