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Preconceito linguístico
(BAGNO, Marcos. 35. ed. São Paulo: Editorial Loyola, 2004. 186p.)
Victória Sterfanny Lima de Oliveira e Julliane Lira da Silva
Marcos Bagno é tradutor, professor, escritor, filologista e linguista, seus principais trabalhos foram, Gramática de Bolso do Português Brasileiro, A língua de Eulália: novela socionlinguística; Preconceito Linguístico o que é como se faz.Ele publicou mais de trinta títulos em literatura e obras técnicos-didáticas, a sua maioria dando ênfase no âmbito pedagógico, ganhou vários prêmios e se envolveu com o movimento Armorial e Modernismo.
No primeiro capitulo são abordados oito mitos referentes ao preconceito linguístico, o primeiro mito mostra que é prejudicial á educação ,a escola ensinar de forma impositiva as normas do português, desconsiderando a variação linguística no país. O segundo mito, mostra que o português brasileiro é ditado como impuro, pelo fato de ser difundido com outras línguas, se diferindo do português de Portugal, por esse mesmo fato. O terceiro mito apresenta ,que as regras e conceitos que são ensinados na escola, na maioria não são importantes, para o uso real da língua portuguesa.
O quarto mito expõe, que qualquer manifestação linguística que fuja da gramática é considerada errada. O quinto mito mostra, que justamente pelo uso do tu queres, por exemplo e alguns traços do português de Portugal o Maranhão é considerado o lugar que tem o melhor e mais bonito português, demonstrando preconceito com as variações linguísticas regionais. O sexto mito aborda o fato, que as pessoas que falam fugindo da gramática, são consideradas ignorantes. O sétimo mito considera que, pessoas que não tem o domínio da norma culta não sabem, falar e escrever bem. O oitavo mito expõe que as pessoas que não são dotadas da normal culta, nunca conseguirão uma alta posição social.
No segundo capitulo, o tema abordado é o círculo vicioso do preconceito linguístico ,onde é apresentado uma teoria para demonstrar os passos em forma de ciclo que geram o preconceito linguístico, é composto por a união de três elementos, que Bagno costuma chamar de ´´santíssima trindade`` os elementos são a gramatica tradicional, os métodos tradicionais de ensino, e os livros didáticos ,a forma que acontece essa forma de circulo,a gramatica é usada na prática de ensino, provocando o surgimento da indústria do livro didático ,e por sua vez os autores buscam à gramatica tradicional ,como fonte de teorias e concepções sobre a língua.
Ele denomina esses elementos de comandos programaticais,a multimídia pode ser considerada como uma neblina de preconceito, que expõe a língua que todos falam, como aquela que é envolvida intensamente com gramatica, que leva de forma inconscientemente ,alguém que dificuldades e duvidas na hora de falar ou escrever a ser enganado, e assim continua se perpetuar as ideias de que ´´brasileiro não sabe português`` e que ´´português é muito difícil``,após isso ,faz críticas a pessoas que foram responsáveis por perpetuar o preconceito linguístico, os principais foram, o professor Napoleão Mendes de Almeida, Luiz Antônio Sacconi , seu fiel discípulo e imitador Candido Figueiredo e Dad Squarisi,todos foram homens com influência, que através de seus livros ou colunas de jornais, apresentando uma forte presença de preconceito linguísticos ,tratando as pessoas que não falavam de acordo com a norma culta de forma desprezível.
No terceiro capitulo, o tema abordado é a desconstrução do preconceito linguístico, ele divide o tema em sete pontos. O primeiro ponto é, Reconhecimento da crise, onde são trazidas duas questões principais para debater o tema, que são, De que modo poderemos romper o ciclo vicioso do preconceito linguístico? Como conseguiremos escapar do igapó estagnado e mergulhar nas águas dinâmicas e vivificantes do grande rio da língua? onde é retratado, uma grande crise existente no ensino da língua portuguesa ,e que ao mesmo tempo,a norma culta constitui o ensino aprendizagem em sala de aula, poucos privilegiados andam em carros importados, enquanto humildes andam a pé ,optando por não usar ônibus ou metrô pelo fato de que são caros, logo então destaca três problemas básicos referente a essa questão.
O primeiro problema, fala sobre a grande quantidade de analfabetos, de acordo com as estatísticas do IBGE em torno de 18 a 20 milhões de brasileiros, sendo o dobro da população da Argentina e também há um alto índice de analfabetos funcionais, são pessoas que seu estudo tem um déficit, onde não conseguem ter as habilidades de leitura e redação bem desenvolvidas. O segundo problema, fala que um dos fatores também é as razões históricas e culturais, muitas pessoas mesmo sendo alfabetizadas, não praticam, nem desenvolvem suas habilidades no nível da norma culta, as nossas classes sociais não têm o hábito de ler e escrever, mesmo sendo alfabetizados, propagando a ideia de que português é difícil. O terceiro problema, fala do dilema de a norma culta ser um termo usado, e uma versão da língua, envolvida intensamente com a gramática, não se tratam da língua que hoje é falada no Brasil, mais sim de uma inspiração no português de Portugal.
O segundo ponto é, Mudança de atitude, para tentarmos reverter tal situação é necessário ativar nosso senso crítico ,quando nos encontrarmos com o comando programática,devemos reter somente o necessário e deixando de lado e denunciando , toda posição preconceituosa e intolerante .O professor deve filtrar os dogmas e dando importância a sua postura em relação a norma culta.
O terceiro ponto é, O que é ensinar português ? devemos analisar as velhas opiniões sobre o ensino do português ,que ainda tem grande influência nos dias atuais ,a gramáticas todas suas regras e classificações não são eficiente para construir usuários competentes da língua culta .
O quarto ponto é ,O que é erro? Um outro caminho que pode quebrar o circulo vicioso do preconceito linguístico ,é reavaliar o que é erro ,ideias tradicionais de erro fazem pessoas ,como Saconni escrever livros como , Não erre mais ! com uma aceitação enorme .O que é considerado erro de português é o desvio da ortografia oficial,pela visão cientifica não existe erro de português ,ninguém falante da sua própria língua comete erros , o que temos são variações linguísticas regionais .
O quinto ponto é, Então vale tudo? Com a eliminação de erro, essa pergunta se vale tudo surge, não acontece exatamente assim, falar palavrão e gíria vale? Claro, só que em situações diferentes, é necessário que o professor conscientize seu aluno, mostrando que a língua é como um guarda roupa, onde usamos a roupa adequada para a situação.
O sexto ponto é, A paranóia da ortografia,o professor tem sempre a atitude, de quando recebe um texto produzido por seu aluno, ir em busca de erros, sem dar atenção a uma parte essencial que é o conteúdo, isso é considerado paranóia da ortografia.
O sétimo ponto é, subvertendo o preconceito linguístico ,temos que reconhecer que há preconceito linguístico na nossa sociedade e isso não se pode mudar de uma hora para a outra , mas deve haver uma transformação radical de toda sociedade , o que é muito radical ,o sistema em que vivemos hoje ,teria que ser desconstruído .
O quarto capitulo, tem como tema , O preconceito contra os linguística e os linguistas ,é exposto temas como a linguagem,metalinguagem e epilinguagem,ele mostra que por continuamos a ensinar do modo tradicional,e a forma que a língua portuguesa vem sendo apresentada na sala de aula. Sendo assim existem duas visões sobre a linguagem: a doutrina gramatical tradicional ,que surgiu no período helenístico no século III a.C., e a linguística moderna , que se concretizou como ciência no final do século XIX e inicio do XX ,por exemplo, quando um professor de língua ensina coisas como, que o verbo é ´´a palavra que exprime ação ou movimento``,são afirmações falsas , mas mesmo assim continuam nas gramáticas e a serem ensinadas .A doutrina Gramatical Tradicional é vista nas escolas , seu exemplo é ,o ensino de váriasdisciplinas com uma abordagem do passado ,afirmações como:´´Durante muito tempo se acreditou que [...],mas os avanços da pesquisa e do conhecimento revelam que [...]``.As afirmações sobre a Gramática Tradicional ,que existem a mais 2.300 anos, continuam a ser transferidos ,o ensino tradicional apaga o surgimento da Gramática Tradicional .A Gramática Tradicional,era considerada uma explicação filosófica ,mas depois de um tempo foi transformada em um domínio social .A língua não é manifestações de qualquer falante nativo do idioma ´´língua``.
A linguagem desse livro é nitidamente clara,buscando mostrar as raízes do preconceito lingüístico,Bagno traz perspectivas sobre língua e norma culta,expondo que para existir comunicação da sociedade brasileira ,não é preciso o domínio da norma culta ,mostrando que é necessário o ensino da gramática nas escolas e seu uso em determinadas situações,entretanto isso não é motivo para torná-la uma doutrina , e se apegar apenas as regras ,tratando de forma ignorante as variações linguísticas existentes.
Logo o livro é de grande importância para filólogos,linguístas , sociólogos, pedagogos em formação e pós graduados em psicopedagogia ,para que possamos combater a imposição da norma culta ,como a única forma correta de linguagem e compreender uma nova visão sobre a língua portuguesa buscando entender a origem do preconceito linguístico que está estritamente presente
em nosso cotidiano.
(BAGNO, Marcos. 35. ed. São Paulo: Editorial Loyola, 2004. 186p.)

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