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Medidas de prevenção e biossegurança da tuberculose e HIV

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NOEMI ANDRADE 1 
 
EXPLANAR SOBRE AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E BIOSSEGURANÇA DA 
TUBERCULOSE E HIV 
Todo ambiente onde circulam pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea que estão eliminando 
aerossóis (através de tosse, fala ou espirro), contendo o M. tuberculosis, oferece algum risco de 
transmissão de TB. 
A avaliação do risco de transmissão de TB nesses ambientes deve considerar os pressupostos: 
• A transmissão da tuberculose se faz por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos 
pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea) e inalação 
de aerossóis por um indivíduo suscetível; 
• quanto maior a intensidade e a frequência de tosse, o tempo de permanência do paciente 
bacilífero entre os circunstantes (com consequente maior concentração de bacilos no ambiente) 
e, quanto menor a ventilação desse ambiente, maior será a probabilidade de infecção; 
• pacientes com forma pulmonar cavitária, em geral, eliminam maior quantidade de bacilos para 
o ambiente por ocasião da tosse; 
• frente à exposição ao bacilo, as pessoas com maior risco de adoecer são aquelas com a 
imunidade comprometida, crianças menores de 5 anos, PVHIV ou outras condições específicas; 
• em pessoas com TB sensível, o tratamento reduz rapidamente a transmissibilidade. Em geral, a 
partir de duas semanas de tratamento o paciente deixa de ser bacilífero; e 
• a transmissibilidade só pode ser confirmada por exame laboratorial e não pode se basear apenas 
no tempo de tratamento. 
CONJUNTOS DE MEDIDAS DE CONTROLE DA TRANSMISSÃO DO M. TUBERCULOSIS 
As medidas de controle de infecção dividem-se em três categorias: administrativas (ou gerenciais), de 
controle ambiental (ou de engenharia) e de proteção respiratória (proteção individual). 
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS (OU GERENCIAIS) 
É consenso que as medidas administrativas, isoladamente, são as mais efetivas na prevenção da 
transmissão da TB. Essas medidas devem se basear no monitoramento do percurso do sintomático 
respiratório (SR) e/ou do paciente com tuberculose pulmonar bacilífero e seu tempo de permanência nos 
diferentes locais da unidade de saúde, visando a agilizar seu atendimento e a reduzir seu tempo de 
permanência no serviço. 
São exemplos de medidas administrativas: 
• identificação e correta condução do SR. Em ambientes de saúde, para medidas de controle de 
infecção, o tempo da tosse será de 2 semanas ou mais; 
• elaboração de planejamento e/ou protocolo para assegurar rápida identificação e condução do 
SR; 
• monitoramento de indicação de internação, utilização e alta de isolamento respiratório em 
ambiente hospitalar. O isolamento respiratório deve ser indicado para o SR (tosse por mais de 
NOEMI ANDRADE 2 
 
duas semanas) ou paciente já com diagnóstico bacteriológico de TB. No caso do SR, a retirada do 
isolamento deverá ocorrer após afastar TB pulmonar através de exames bacteriológicos de 
escarro espontâneo, induzido ou LBA (SR – um TRM negativo ou duas baciloscopias negativas; 
TB ativa – duas baciloscopias negativas em dias diferentes). Os casos devem ser considerados 
individualmente, principalmente quando forem PVHIV e/ou pessoas com imagens radiológicas 
altamente sugestivas de TB pulmonar. A alta de casos previamente confirmados deve ser 
considerada após a obtenção de duas baciloscopias negativas a partir da segunda semana de 
tratamento antiTB, mesmo em pacientes diagnosticados inicialmente por TRM-TB; 
• identificação de fluxo de procedimentos diagnósticos para TB, disponibilização de tratamento e 
monitoramento de notificação de casos de TB; e 
• promoção de educação permanente dos profissionais de saúde para garantir adesão às medidas 
de biossegurança, diminuir o retardo no diagnóstico de TB pulmonar e promover o adequado 
tratamento antiTB. 
 
MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL (OU DE ENGENHARIA) 
As medidas de controle ambiental incluem adaptação de mobiliário e dos espaços de atendimento com 
eventuais reformas ou construção de espaços adequados. Essas medidas envolvem: 
• escolha de ambientes bem ventilados (salas de espera) para permanência de possíveis SR antes 
do atendimento. Havendo condições, devem ser designadas áreas externas para esta finalidade; 
ƒ definir local adequado para coleta de escarro, de preferência em área externa, cuidando para 
que haja suficiente privacidade para o paciente. 
• estabelecer local adequado para coleta de exame de escarro induzido; 
• proporcionar ventilação (natural ou mecânica) adequada nos vários ambientes da instituição. 
Exaustores ou ventilação mecânica devem ser posicionados de forma que o ar dos ambientes 
potencialmente contaminados se dirija ao exterior, e não aos demais cômodos da instituição, 
contribuindo para direcionar o fluxo de ar de modo efetivo no controle da infecção por M. 
tuberculosis; 
• a descarga do ar exaurido deve ser direcionada para o exterior da unidade, para locais afastados 
de outros pacientes, dos profissionais de saúde e de sistemas de captação de ar. Se necessário, 
o exaustor pode ser conectado a um duto, para que a descarga de ar se faça distante de tais 
locais; 
NOEMI ANDRADE 3 
 
• a utilização de luz ultravioleta (UV) no ambiente só é aceitável em equipamentos em que a 
lâmpada UV fica embutida e o ar circulado passa por ela, estabelecendo seu efeito esterilizador. 
O olho humano não pode ser exposto diretamente às lâmpadas UV devido a seus efeitos 
potencialmente carcinogênicos, nocivos à retina e à pele. 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (OU DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) 
O uso de máscaras (também denominadas como respiradores) no atendimento de SR ou pacientes com 
TB deve ser feito de forma criteriosa 
É necessário que se estabeleçam locais para a utilização correta das máscaras, o que implica em 
identificação de barreiras físicas a partir de onde elas devem ser utilizadas (salas de atendimento, 
isolamentos, entre outras). É importante esclarecer a necessidade do seu uso aos pacientes e familiares, 
evitando constrangimentos e estigmatização. 
Recomenda-se o uso de máscaras tipo PFF2 (padrão brasileiro e da União Europeia) ou N95 (padrão dos 
Estados Unidos) em locais previamente identificados, para: 
• profissionais de saúde de serviços que atendem grande quantidade de pacientes bacilíferos para 
início de tratamento, sobretudo no atendimento de doentes com resistência medicamentosa; 
• profissionais de saúde ou visitantes (acompanhantes) ao entrarem em áreas de alto risco de 
transmissão (quartos de isolamento respiratório, serviços de referência de SR, bacilíferos e 
portadores de TB com suspeita e/ou confirmação de resistência aos fármacos antiTB); 
• profissionais de saúde que atendam doentes referenciados bacilíferos ou potencialmente 
bacilíferos em serviços ambulatoriais; 
• profissionais de laboratório ou aqueles que, em ambientes fechados, realizam procedimentos 
que promovam a formação de partículas infectantes 
• excepcionalmente, por profissionais ou agentes comunitários que realizam a visita domiciliar à 
pessoa com TB ou a observação da tomada dos medicamentos antiTB. 
CONTROLE DOS CONTATOS 
Todos os contatos dos doentes de tuberculose, prioritariamente dos pacientes pulmonares positivos, 
devem comparecer à unidade de saúde para exame. Quando diagnosticada a tuberculose em crianças, a 
equipe de saúde deverá examinar os contatos adultos para busca do possível caso fonte. Após serem 
examinados e não sendo constatada tuberculose-doença, deve-se orientá-los a procurarem a unidade 
de saúde, em caso de aparecimento de sintomatologia respiratória. 
DEFINIÇÕES PARA PROCEDER AO CONTROLE DE CONTATOS 
❖ Avaliação de contatos – atividade programática destinada a identificar precocemente 
os casos de TB e as pessoas recém-infectadas pelo bacilo entre os contatos de uma 
pessoa com TB (caso índice). 
❖ Caso índice – é o paciente inicialmente identificado com TB em um ambiente emque 
outras pessoas possam ter sido expostas. É aquele em torno do qual a avaliação de 
contato é centrada, embora nem sempre corresponda ao caso fonte (caso infectante). 
❖ Caso fonte – é o caso infectante, não necessariamente o primeiro caso identificado 
(caso índice). Tendo em vista que crianças com TB em geral desenvolvem a doença após 
contato com um adulto bacilífero, preconiza-se a investigação de todos os seus 
NOEMI ANDRADE 4 
 
contatos, independentemente da forma clínica da criança, a fim de se identificar não 
somente os casos de ILTB, mas, principalmente, o caso fonte, interrompendo assim a 
cadeia de transmissão. 
❖ Contato – toda pessoa que foi exposta ao caso índice ou caso fonte, no momento da 
descoberta do caso de tuberculose. Esse convívio pode ocorrer em casa, em ambientes 
de trabalho, em instituições de longa permanência, em escolas, dentre outros. A 
quantificação da exposição de risco é variável. A avaliação do risco de infecção deve ser 
individualizada, considerando-se a forma da doença do caso fonte, o ambiente e o 
tempo de exposição. 
IDENTIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO DE CONTATOS 
É o processo sistemático para identificar os contatos. É realizada por meio de entrevista com o caso índice 
para obter os nomes, as idades e a avaliação de risco dos contatos para determinar a priorização da 
avaliação clínica. Critérios de priorização para avaliação dos contatos: 
• pessoas de todas as idades com sintomas sugestivos de TB; 
• crianças menores de cinco anos de idade; × pessoas vivendo com HIV; 
• pessoas portadores de condições consideradas de alto risco, com comprometimento 
imunológico conhecido ou suspeito; e 
• contatos de casos índice com TB MDR ou TB XDR (comprovada ou suspeita) 
INDICAÇÕES DA AVALIAÇÃO DE CONTATOS 
A avaliação de contatos está recomendada quando o caso índice for, em ordem de prioridade: 
 1. TB pulmonar ou laríngea com exame de escarro (baciloscopia, TRM-TB, cultura) positivo; 
2. TB pulmonar, ainda que sem confirmação bacteriológica (definida por critério clínico); e 
3. TB extrapulmonar e PVHIV com formas não infectantes (extrapulmonar, miliar, pulmonar com 
baciloscopia negativa) e crianças, com o objetivo de descobrir o caso fonte e interromper a cadeia de 
transmissão. 
VACINAÇÃO 
A vacina previne especialmente as formas graves da doença, como TB miliar e meníngea na criança. É uma 
das mais utilizadas em todo mundo e sua incorporação nos programas de imunização teve impacto na 
redução da mortalidade infantil por TB em países endêmicos. 
A meta de cobertura vacinal preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para BCG é a 
vacinação de 90% das crianças menores de um ano de idade. Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado 
resultados de cobertura vacinal acima da meta preconizada. A BCG não protege indivíduos já infectados 
pelo M. tuberculosis e nem evita o adoecimento por reativação endógena ou reinfecção exógena. 
PRINCÍPIOS PARA ADEQUADA ATENÇÃO ÀS DST 
Os princípios básicos para atenção às DST, como em qualquer processo de controle de epidemias, são os 
seguintes: 
NOEMI ANDRADE 5 
 
❖ interromper a cadeia de transmissão: atuando objetivamente nos “elos” que formam essa 
corrente, ou seja, detectando precocemente os casos, tratando os infectados, e seus parceiros, 
adequada e oportunamente. 
❖ prevenir novas ocorrências: por meio de aconselhamento específico, durante o qual as 
orientações sejam discutidas conjuntamente, favorecendo a compreensão e o seguimento das 
prescrições, contribuindo, assim, de forma mais efetiva, para a adoção de práticas sexuais mais 
seguras. 
 As atividades de aconselhamento das pessoas com DST e seus parceiros durante o atendimento são 
fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade de maior cuidado, 
protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a ocorrência de novos episódios. Deve-se sempre 
enfatizar a associação existente entre as DST e a infecção pelo HIV. 
Deve-se, ainda, estimular a adesão ao tratamento, explicitando a existência de casos assintomáticos ou 
pouco sintomáticos, também suscetíveis a graves complicações. A promoção e disponibilização de 
preservativos deve ser função de todos os serviços, desta forma, a assistência pode se constituir em um 
momento privilegiado de prevenção. 
PREVENÇÃO 
A prevenção, estratégia básica para o controle da transmissão das DST e do HIV, dar-se-á por meio da 
constante informação para a população geral e das atividades educativas que priorizem: a percepção de 
risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e adoção de medidas preventivas com ênfase 
na utilização adequada do preservativo. 
As atividades de aconselhamento das pessoas com DST e seus parceiros durante o atendimento são 
fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade de maior cuidado, 
protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a ocorrência de novos episódios. É muito importante 
procurar conversar com o companheiro ou companheira sexual sobre a situação e levá-lo até uma unidade 
básica de saúde. Deve-se sempre enfatizar a associação existente entre as DST e a infecção pelo HIV.

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