Buscar

ETICA AULA 6

Prévia do material em texto

AULA 6 - Ética geral e profissional / Aula 6 - Sociedade Simples, Unipessoal e o Advogado Empregado
Nesta aula, vamos conhecer os dispositivos que tratam da constituição da Sociedade de Advogados como uma sociedade simples, bem como as regras para a sociedade unipessoal da advocacia. Abordaremos ainda as especificidades do advogado empregado previstas no EOAB.
Sociedade de Advogados e a Sociedade Unipessoal
Um advogado poderá formar uma Sociedade de Advogados ou constituir uma Sociedade Unipessoal de Advocacia. A Sociedade de Advogados tem natureza jurídica de sociedade simples, um novo tipo societário introduzido no Código Civil de 2002, substituindo a antiga Sociedade Civil. Vejamos o art. 15 do EOAB:
Art. 15, caput, EOAB. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral (alterado pela Lei nº 13.247, de 12 de janeiro de 2016).
Art. 15, § 7º, EOAB. A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016).
O Código Civil de 2002 não nos oferece um conceito ou definição de Sociedade Simples, todavia não se aplica à Sociedade de Advogados. É importante ressaltar que a Sociedade de Advogados, embora seja uma sociedade simples, é regida integralmente pelas disposições estabelecidas na lei 8.906/1994, pelo Código de Ética e Disciplina, pelo Regulamento Geral (art. 37 a 43) e pelos Provimentos do Conselho Federal da OAB, em particular o Provimento 112/2006.
A Sociedade de Advogados e a Sociedade Unipessoal possuem regra diversa para aquisição de sua personalidade jurídica.
Atenção!
Ambas só adquirem personalidade jurídica com o seu registro no Conselho Seccional da sua base territorial, ou seja, do local em que funcionará a sede da sociedade.
Art. 15, EOAB. § 1º.  A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.
§ 2º. Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que
O Conselho Seccional da OAB é o órgão competente para tal, sob pena de nulidade. Assim, o Conselho poderá aprovar os atos constitutivos e conceder o registro em livro específico com numeração sucessiva. A partir do momento em que adquire a personalidade jurídica as alterações supervenientes deverão ser averbadas no registro, após aprovação prévia do Conselho, art. 7° do Prov. 112/2006.
Não são admitidas sociedades de advogados que assumam a forma de sociedade por quotas, limitada, ou qualquer outra forma de sociedade empresária. Ademais, o número de registro da sociedade inscrita na OAB deve figurar em todos os contratos que celebrar, conforme exprime o art. 7°, § 2° do Prov. 112/2006.
A própria essência da sociedade de advogados, como uma sociedade uniprofissional, afasta a inclusão de atividades outras que não a atividade advocatícia como, por exemplo, a administração e venda de imóveis, contabilidade, consultoria econômica, religião, política etc. — rejeitou-se o modelo mercantil e a associação com outras áreas de atuação profissional.
Nesse sentido, proíbe-se o uso de nome fantasia, o uso de símbolos comuns nas atividades mercantis e a propaganda, permitindo-se a publicidade discreta e informativa. Vejamos o que diz a Lei:
Art. 16, EOAB. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016).
§ 1º. A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.
O Estatuto determina que as procurações sejam individuais e que, por razões éticas, nenhum dos advogados poderá integrar mais de uma sociedade de advogados na mesma base territorial. Busca-se impedir a atividade simultânea em Sociedade de advogados no mesmo domicílio.
Art. 15, § 3º, EOAB. As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte.
A restrição ética não alcança os contratos de associação entre a Sociedade de advogados e advogados
(art. 39, parágrafo único do RGOAB) para patrocínio comum sem vínculo de subordinação.
Conforme art. 8°, § 2° e 3° do Provimento 112/2006, a cada advogado associado deverá ser elaborado um contrato em separado, contendo todas as cláusulas que irão reger as relações e condições da associação estabelecida pelas partes. O referido contrato de associação não poderá resultar em sociedade, pois somente pessoas naturais, advogados regularmente inscritos na OAB, podem figurar como sócios em Sociedade de Advogados.
A Sociedade de advogados poderá ter filial em outras Seccionais (outro Estado ou Distrito Federal), desde que previsto em seu ato constitutivo. Para tanto, todos os sócios obrigam-se à inscrição suplementar na Seccional onde figurar a filial.
Art. 15, EOAB. § 5º. O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)
Por óbvias razões, os advogados de uma mesma sociedade não podem patrocinar clientes com interesses opostos. A regra expressa no § 4º e 6º do art. 15 é reforçada no art. 19 do Código de Ética e Disciplina da OAB. Com isso, pretende-se evitar condutas que configurem tergiversação ou patrocínio infiel, crimes previstos no art. 355, caput e parágrafo único do CP.
Art. 15, EOAB. § 4º. Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)
§ 6º. Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos.
O contrato de uma sociedade de advogados deverá respeitar os requisitos expressos no art. 2° e seus incisos, do Prov. 112/2006, a respeito da denominação, finalidade, sede, duração, administração, representação judicial e extrajudicial, responsabilidade solidária e subsidiária dos sócios, extinção e qualificação dos fundadores, dentre outros.
Neste provimento há, ainda, a possibilidade, ou não, de o sócio exercer a advocacia autonomamente e de auferir, ou não, os respectivos honorários como receita pessoal. Todavia, não poderá integrar duas sociedades de advogados ou uma sociedade e uma sociedade individual simultaneamente no mesmo território.
A denominação da sociedade poderá conter os nomes de todos os sócios acrescidos das expressões:
Sociedade de Advogados; Advocacia; Advogados Associados. Ou, poderá conter o nome de um advogado sócio ou dois deles acrescidos das expressões acima mencionadas. Vejamos os exemplos:
Silva, Camargo e Oliveira Advogados Associados; Antônio da Silva Sociedade de Advogados. A denominação poderá ser alterada por ocasião de falecimento de sócio, salvo se o estatuto da sociedade previu a permanência do nome após falecimento de sócio. Observa-se que é vedado o uso de nomes de grandes Juristas como, por exemplo, Rui Barbosa Advogados Associados.
Na eventual possibilidade de um dos sócios cujo nome figura na denominação da sociedade vir a exercer, em caráter temporário,atividade incompatível com a advocacia ou situação que resulte em hipótese de impedimento, exige-se averbação no registro da sociedade.
Todavia, se a incompatibilidade for permanente como, por exemplo, o advogado logrou êxito em concurso público de provas e títulos para carreira incompatível com a atividade advocatícia, a alteração será obrigatória.
A lei veda expressamente o registro das sociedades de advogados em locais diversos, uma vez que é competência do Conselho Seccional da OAB. Não há qualquer possibilidade uma vez que os cartórios de registro e as juntas empresariais indeferem de plano o requerimento.
Art. 16, § 3º, EOAB. É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
A responsabilidade civil pelos danos causados pela sociedade ou praticados por seus sócios é solidária, subsidiária e ilimitada. Os bens individuais de cada sócio respondem pela totalidade dessas obrigações. Devemos combinar este artigo com o artigo 22 do Código de Ética e Disciplina que determina que o advogado não deve patrocinar causas contrárias à ética e deve declinar seu impedimento ético na hipótese de sigilo profissional.
Art. 17, EOAB. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.
Resumo
· Sociedade de advogado (Sociedade Simples) ou Sociedade Unipessoal;
· Personalidade jurídica: Conselho Seccional (local da sede);
· Defeso apresentar características de sociedade empresária, nome fantasia e atividade diversa da advocacia;
· Vedado inserir sócio não inscrito na OAB;
· Responsabilidade subsidiária e ilimitada: sócio de Sociedade de advogados ou titular de Sociedade Individual;
· Procurações outorgadas aos advogados individualmente em nome dos advogados;
· Uma mesma sociedade e/ou advogado não podem patrocinar clientes com interesses opostos.
Contrato social: art. 2º, inciso I ao XVIII, Prov. 112/2006.
· Um advogado não pode figurar como sócio em duas sociedades com sede ou filial na mesma base territorial;
· Vedada a referência à Sociedade civil ou sigla “S.C.”
· Sócios podem delegar funções de administração operacional a profissionais contratados.
· Permite-se a constituição da Sociedade de Advogados entre Cônjuges, não importa o regime;
· Somente sócios respondem pela direção social;
· Filiais: os sócios são obrigados a ter inscrição suplementar;
· O número de inscrição da Sociedade deve figurar em todos os documentos;
· O nome, a qualificação, o endereço e a assinatura dos sócios, todos os advogados inscritos na Seccional onde a sociedade for exercer suas atividades;
· O objeto social, que consistirá, exclusivamente, no exercício da advocacia, podendo especificar o ramo do Direito a que a sociedade se dedicará;
· O prazo de duração;
· O endereço em que irá atuar;
· A indicação do sócio ou sócios que devem gerir a sociedade, acompanhada dos respectivos poderes e atribuições;
· O critério de distribuição dos resultados e dos prejuízos verificados nos períodos que indicar;
· A forma de cálculo e o modo de pagamento dos haveres e de eventuais honorários pendentes devidos ao sócio falecido, assim como àquele que se retirar da sociedade ou que dela for excluído.
Do Advogado Empregado
	Já vimos que a advocacia é uma das funções essenciais à justiça ao lado do Ministério Público, Advocacia Pública e a Defensoria Pública, conforme expressa o art. 133 do CR/88.
Considerando a dignidade e a importância da atividade advocatícia para a manutenção de um Estado Democrático de Direito, a autonomia do advogado empregado se torna indiscutível. Revela-se inquestionável a necessidade de isenção técnica para o próprio exercício da profissão.
Assim, temos o advogado profissional liberal, o advogado público e o advogado empregado que é aquele que possui vínculo empregatício sem macular sua independência técnica, ou, nos dizeres do art. 18 do EOAB: “A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia”. Pois, acrescenta o parágrafo único do mencionado artigo que o advogado empregado “não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego”.
O seu empregador deverá observar as regras da Lei 8.906/94 e supletivamente aplicar as regras da legislação trabalhista, no que couber. O advogado empregado não está, portanto, obrigado a prestar serviços advocatícios particulares ao seu empregador, podendo inclusive recusar o patrocínio de causa que contrarie seus princípios (art. 4° do CED). Ademais, não poderá atuar simultaneamente como advogado e preposto, conforme dispõe o art. 25 do CED e o art. 3° do RGOAB.
Art. 4º, CED. O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência.
Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente.
O salário mínimo profissional do advogado empregado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho, conforme estabelece o art. 19 do EOAB. E a sua jornada de trabalho não poderá exceder a duração diária de 4 horas contínuas e a de 20 horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
O Regulamento Geral da OAB observa que na hipótese de dedicação exclusiva, ou seja, regime de trabalho expressamente previsto no contrato individual de trabalho como dedicação exclusiva, sejam consideradas como horas extraordinárias aquelas trabalhadas que excederem a jornada normal de 8 horas diárias (art. 12, parágrafo único do RGOAB).
O que podemos considerar como período de trabalho para o profissional da advocacia? O art. 18, no seu § 1º do EOAB, define “período de trabalho” como “o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação”.
E neste caso fará jus à hora extra sempre que exceder a jornada normal, sendo remunerado “por um adicional não inferior a 100% sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito” (art. 18, § 2º EOAB).
É muito comum na prática da advocacia a atuação nos plantões judiciários e, se for o caso, o empregador deverá observar a regra constante no art. 18, § 3º do EOAB, segundo a qual as “horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até às cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento”.
O advogado empregado tem direito a perceber honorários de sucumbência?
Atenção. No que tange aos honorários de sucumbência que por sua natureza eventual não podem integrar o salário ou a remuneração do advogado empregado, mas constituem um fundo comum, cuja destinação deve ser escolhida pelos integrantes do departamento jurídico da empresa (art. 14, RGOAB).
Não podemos esquecer que os advogados, como profissionais liberais, não recebem salários mensais ou vencimentos, mas honorários que decorrem do seu trabalho nos processos que tramitam nos Tribunais. Além da atividade extrajudicial, o trabalho advogado se inicia com a consulta, o aforamento da ação, até a efetiva e real liquidação, pelo pagamento, e não só até a sentença de 1º grau. Nesse longo percurso, precisa prover a sua existência.
Assim, os honorários de sucumbência têm a finalidade de prover a subsistência do advogado e desua família nesse intervalo de tempo em que muitas vezes não recebe quaisquer recursos.
E como ficará na hipótese do advogado empregado? A Lei menciona que os honorários de sucumbência não integram o salário do advogado empregado porque decorrem da atividade advocatícia. Ocorre que sobre o art. 21 e seu parágrafo único do EOAB foi atacado na ADI 1.194-4, ajuizada pela Confederação nacional das Indústrias, pela não aplicação deste artigo aos casos de disposição contratual em contrário.
A decisão final ocorreu em 20 de maio de 2009, vejamos um trecho do Informativo 547 do STF:
Estatuto da Advocacia
O Tribunal concluiu julgamento de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria - CNI contra diversos dispositivos da Lei 8.906/94 - Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil — v. Informativos 338, 393 e 445. Com o voto de desempate do Min. Celso de Mello, o Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido formulado para dar interpretação conforme ao art. 21 e seu parágrafo único da Lei 8.906/94 (...), no sentido de ser possível haver estipulação em contrário entre a parte e o seu patrono quanto aos honorários de sucumbência, haja vista tratar-se de direito disponível. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa, Marco Aurélio, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, Presidente, que julgavam o pleito totalmente procedente. ADI 1194/DF, rel. orig. Min. Maurício Corrêa, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, 20.5.2009. (ADI-1194)
Atenção. O art. 21, caput, EOAB deve ser interpretado da seguinte forma: os honorários de sucumbência podem ser livremente pactuados entre o empregador e o advogado empregado. O art. 21, parágrafo único, EOAB deve ser interpretado da seguinte forma: na hipótese de sociedade de advogados, os honorários de sucumbência serão partilhados, na forma estabelecida em acordo.
Resumindo:
Do Advogado Empregado - art. 18 ao 21 do EOAB e art. 11 a 14 do RG:
· Mantém a isenção técnica e a independência;
· Não está obrigado a prestar serviços particulares ao empregador;
· O salário mínimo será fixado em sentença normativa ou convenção coletiva;
· Jornada diária: 4h contínuas / 20h semanais;
· Dedicação exclusiva: art. 12, RGOAB: 8h/40h semanais;
· Hora extra: não inferior a 100% sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito;
· Adicional noturno das 20h às 5h do dia seguinte: acréscimo de 25%;
· As disposições do art. 18 ao 21 do EOAB não se aplicam ao advogado público;
· Sindicato/Confederação/Federação dos Advogados: representam nas convenções ou acordos coletivos.
Atividade proposta (Adaptado do VII EO-OAB) Lara é sócia de determinada sociedade de advogados com sede no Rio de Janeiro e filial em São Paulo. Foi convidada a integrar, cumulativamente e também como sócia, os quadros de outra sociedade de advogados, está com sede em Minas Gerais e sem filiais. Com base no Estatuto da Advocacia e no Provimento 112/2006, responda:
1. A sociedade de advogados de Lara poderá receber poderes através de procuração, em seu nome social, para representar alguém em juízo?
2. Poderá uma sociedade de advogados patrocinar clientes com interesses opostos?
3. É possível um dos sócios exercer a advocacia autonomamente?
4. Como os sócios devem proceder para abertura de filial?
5. Lara poderá ser sócia da Sociedade em Minas Gerais?
GABARITO
1. Nas procurações outorgadas pelos clientes à Sociedade, os sócios serão nomeados individualmente. Os respectivos instrumentos de mandato deverão conter o número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil de cada advogado.
2. Advogados integrantes da mesma sociedade não podem representar em juízo clientes com interesses opostos, sob pena de praticar crime de tergiversação, na forma do art. 355, parágrafo único do CP.
3. Há, ainda, a possibilidade, ou não, de o sócio exercer a advocacia autonomamente e de auferir, ou não, os respectivos honorários como receita pessoal. Todavia, não poderá integrar duas sociedades de advogados ou uma sociedade e uma sociedade individual simultaneamente no mesmo território.
4. Todos os sócios são obrigados à solicitar a inscrição suplementar no território da filial, como requisito necessário para abertura da filial da sociedade de advogados.
5. Sim, Lara poderá aceitar o convite já que as sociedades estão localizadas no território de seccionais diferentes.

Continue navegando