Buscar

RESUMO PROCESSO CIVIL II

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
• Da intervenção de terceiros. 
• Das providências preliminares e do saneamento. 
• Do julgamento conforme o estado do processo. 
• Das provas. 
• Da audiência de instrução e julgamento. 
• Da sentença. 
• Da coisa julgada. 
 
1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
1.1 Conceitos e noções gerais: vem disciplinada no CPC nos artigos 119 a 138, há intervenção de 
terceiro quando um estranho autorizado por lei ingressa em processo alheio. Todo processo tem ao 
menos duas partes, a parte autora (quem pedi) e réu (em face a quem pedi), a parte autora não 
pode cometer exercício arbitrário das próprias razões sem que o ordenamento jurídico autorize, 
sendo assim, ela deve ir até ao poder judiciário pedir que decida quem tem razão no litígio. Mas é 
possível que um terceiro estranho ingresse no processo alheio, estranho porque ele não participa 
desse processo, para ele intervir no processo alheio precisa estar autorizado por lei, não é qualquer 
um que pode ingressar no processo alheio, a intervenção deve estar prevista em lei. O CPC nos 
artigos 119 a 138 prevê cinco modalidades básicas de intervenção de terceiros (o código prevê 
outras formas de intervenção, mas nos interessa agora são as básicas). São elas: 1 assistência, 2 
denunciação da lide, 3 chamamento no processo 4 do incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica 5 amicus curiae. 
O terceiro não participa ainda no processo e sem exceção só é possível um terceiro estranho entrar 
no processo alheio se tiver prevenção legal. O código permiti que esse terceiro estranho ingresse 
no processo pois, essa decisão a ser proferida pode de alguma forma atingir a esfera jurídica do 
terceiro. 
1.1.1 Conceito de parte: parte é quem pedi, e em face de quem se pedi é o réu, aquele que vai suportar 
as consequências das pretensões do autor. Parte é aquele que participa do processo mediante 
contraditório com interesse no resultado (juiz é imparcial, não tem interesse no resultado). Parte 
no sentido material é o titular do litígio, aqueles que participam do litígio, e no sentido processual é 
aquele que pedi (autor) ou em face de quem pedi (réu), aquele que participa do process o com 
interesse no resultado. Como regra quem é parte no sentido material faz parte do processo 
(legitimação ordinária), mas nem sempre isso acontece (legitimidade extraordinária - artigo 18 CPC), 
ou seja, as partes podem ser diversas das que participaram do sentido material quando autorizada 
pelo ordenamento jurídico. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
1.1.2 Conceito de terceiro: oposto de parte, feito por exclusão, "quem é terceiro? quem não é parte", 
todos que aqueles que são autor ou réu ou participam com interesse no resultado são partes, 
exemplo: autor A e réu B todas as outras pessoas no mundo são terceiros a esse processo. 
1.1.3 Conceito de intervenção de terceiro: é o ingresso de um estranho no processo alheio, desde que 
autorizado em lei. Exemplo: sublocação o sublocatário pode entrar no processo alheio, e no caso de 
seguro a seguradora pode entrar no processo alheio – a partir do momento em que se ingressa no 
processo alheio já existente, se torna parte, o terceiro a partir do momento em que entra no 
processo, deixa de ser um terceiro estranho e passa a ser parte já que ele passa a ter interesse no 
resultado. 
20/08/2020 
1.2 Controle da intervenção pelo juiz do processo 
O representante do estado que dirige o processo é o juiz de direito, todo processo, sem exceção, é 
dirigido por um juiz de direito, o artigo 139 do CPC confirma isso. Compete ao juiz dirigir esse 
processo conforme o ordenamento jurídico estabelece, e controlar a atuação de todos os atores 
desse processo observando o ordenamento jurídico. O juiz do processo vai decidir sempre se é 
possível/cabível ou não a intervenção de terceiros do processo, levando em conta sempre o 
ordenamento jurídico, se estiver em conformidade com o que o ordenamento jurídico oferece, ele 
deve permitir/deferir a intervenção, caso não haja conformidade o juiz deve indeferir, o juiz não 
pode simplesmente escolher, deve passar pelo ordenamento sempre. 
1.3 Modalidades de intervenção de terceiros 
1.3.1 Provocada, forçada ou coacta – se da quando a intervenção do terceiro ocorre por provocação de 
uma das partes. O autor ou réu, ou os dois, provocam o ingresso de terceiro no processo. A iniciativa 
de entrar no processo alheio não é do terceiro. São sempre provocadas no processo: a denunciação 
da lide, chamamento no processo e incidente de desconsideração da personalidade jurídica; já o 
amicus curiae pode ser provocada ou voluntária, só fica sempre de fora das modalidades provocadas 
a assistência. 
1.3.2 Voluntária ou espontânea – a iniciativa de ingresso no processo alheio é do terceiro e não das 
partes, cabe aqui a assistência e o amicus curiae. 
 
1.4 DA ASSISTÊNCIA (CPC, arts. 119 a 124) 
1.4.1 Conceito. Noções gerais 
Há assistência quando terceiro ingressa no processo alheio com o propósito de auxiliar ambas 
partes ou uma das partes pretendendo que essa parte tenha êxito no processo, porque ele tem 
interesse jurídico nessa vitória. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
“Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado 
em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de 
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre”. 
O assistente ingressa com o propósito de auxiliar pois tem interesse nesse auxílio, o êxito ou a 
perca gera consequências jurídicas a ele. Exemplo: ação de despejo com contrato de sublocação. 
A palavra-chave de assistência é interesse jurídico, conforme o artigo 119 do CPC “o terceiro 
juridicamente interessado” – para ser admitida a assistência tem que haver interesse jurídico. Há 
interesse jurídico quando a decisão a ser proferida no processo tiver possibilidade, aptidão para 
atingir a esfera jurídica de terceiro. O interesse jurídico é o que admite ou não a intervenção de 
terceiro no processo alheio. Sem interesse jurídico não será admitida a assistência, qualquer outro 
interesse que não seja jurídico não admite assistência (como interesse moral, social), exemplo: 
igreja católica ingressa com assistente para impedir que ocorra um aborto legal, a igreja não tem 
interesse jurídico na realização dessa causa, o interesse é meramente religiosa, não gera 
consequências jurídicas á igreja católica. 
1.4.2 Assistência simples ou adesiva 
“Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos 
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será 
considerado seu substituto processual”. 
Assistência Simples: o assistente tem relação jurídica, vínculo, só com o assistido, só com a pessoa 
que pretende assistir, não tem relação jurídica com a parte adversária do assistido. Exemplo: ação 
de despejo entre locatário e sublocatário, o terceiro que obteve a sublocação tende a auxiliar o réu, 
esse terceiro só tem vínculo jurídico com o réu, o sublocatário, não tem qualquer relação jurídica 
de direito material com o locador. Assistência simples o assistente não é titular do direito litigioso, 
o assistente não tem relação jurídica de direito material com o adversário do assistido 
1.4.3 ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL, AUTÔNOMA OU QUALIFICADA 
“Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir 
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido”. 
O assistente litisconsorcial tem relação jurídica de direito material como adversário do assistente, 
o terceiro que ingressa como assistente tem vínculo com a parte que ele auxilia e a parte contrária 
a ele, é titular da relação litigiosa, tem interesse direta com o resultado da causa. Exemplo: 
coproprietários podem sozinhos recorrer a ação para proteger sua propriedade, esse outro 
coproprietário que não atua como ator no processo é um terceiro, resolve ingressar como assistente 
do autor, proprietário do imóvel juntamente com ele, entra como assistente do autor, tem relação 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
jurídica de direito material com o autor, mas também tem com os réus, pois a partir do momento 
que os réus invadiram sua propriedade cria-se um vínculo jurídico entre eles. O assistente vai ser 
atingido diretamente pela decisão da ação, independente se ele houve entrado como assistente ou 
não. Nesse caso o assistente poderia ser litisconsórcio desde o início, ter promovido a ação junto 
com a parte autora, mas por algum motivo não o fez, então ele entra como litisconsórcio na 
condição de assistente. 
1.4.4 ADMISSÃO DA ASSISTÊNCIA SIMPLES OU LITISCONSORCIAL: PROCESSOS E MOMENTO 
PROCESSUAL CABÍVEIS 
“Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado 
em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para ass isti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de 
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre ”. 
Aplica-se a qualquer forma de assistência (simples ou litisconsorcial). Quais processos aditem 
assistência, temos três espécies de processo: 1 processo de conhecimento, aquele onde se busca 
dizer quem tem razão, uma resposta ao pedido formulado pelo autor, julgando improcedente ou 
procedente o pedido, é processo de sentença, busca o acertamento de uma relação jurídica 
conflituosa (ex. acidente automobilístico, essa ação gera uma sentença dizendo se o autor tem ou 
não direito a indenização); 2 processo de execução busca satisfazer um direito que já foi 
reconhecido, por uma decisão judicial ou um documento que embora não tenha passado pelo poder 
judiciário admite a execução , não tem como finalidade dizer quem tem razão, como ocorre na ação 
de conhecimento. Gera o chamado cumprimento de sentença, a execução de título judicial. Na ação 
de conhecimento busca-se uma decisão de quem tem razão, por meio de uma sentença, por outro 
lado na execução busca-se a satisfação, a realização no mundo dos fatos do direito reconhecido; 3 
Ação cautelar, busca a adoção de medidas acauteladoras, para que um processo de conhecimento 
ou execução seja útil para as partes, faz com que o processo principal tenha utilidade, exemplo: 
mulher agredida que tem medo de buscar o rompimento do casamento com o divórcio, ela promove 
antes uma ação cautelar de separação de corpos, busca-se apenas o afastamento do marido do lar 
conjugal enquanto não for decidido o divórcio na ação de conhecimento. 
Grande parte considera que a assistência é cabível em qualquer espécie de processo, no entanto, 
há uma discussão doutrinária no que se refere ao processo de execução, se é aceito ou não, pois 
nesse processo não há sentença dizendo quem tem razão, se apegam a narrativa do código, ação 
com intuito de obter decisão favorável, mera decisão, não sentença. 
Exemplo de cabimento da assistência da execução: credor de dois devedores solidários, ou seja, 
credor tem direito de exigir o cumprimento da execução de um dos devedores ou dos dois, ele que 
escolhe, pois todos respondem, tem o dever jurídico de cumprir essa obrigação. Por alguma razão, 
o credor resolve promover ação de execução contra um desses devedores solidários, esse devedor 
mostra um recebido afirmando que a divida foi vencida, o outro devedor que não faz parte da ação 
pode ingressar como terceiro para assistir a parte executada para buscar uma decisão favorável a 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
ele, afirmando que a obrigação foi cumprida. 
Processo é vínculo a que estabelece entre estado-juiz e partes, conferindo a todos, poderes, 
deveres, direitos, processo é abstrato; agora procedimento é a forma como se encaminha o 
processo. Qualquer procedimento admite assistência, com uma exceção juízo especial cível, não 
admite qualquer forma de intervenção de terceiro, por tanto não cabe assistência nos juizados 
especiais, conforme o art. 10 da Lei 9999 de 1995 (lei dos juizados especiais). 
Momento processual, em qualquer momento, inclusive a em grau de recurso, pode haver ingresso 
de terceiro assistente no processo, há qualquer tempo e momento. O assistente entra quando 
quiser, mas ele recebe o processo na fase, no estado, em que ele se encontrar, o processo é 
submetido a fases e preclusão, não tem como voltar atrás. 
1.4.5 PROCEDIMENTO PARA ADMISSÃO DO ASSISTENTE SIMPLES OU LITISCONSORCIAL 
“Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será 
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, 
o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo”. 
O procedimento aqui se aplica nos dois casos de litisconsórcio. O procedimento para terceiro 
ingressar no processo é simples: o terceiro faz uma petição dizendo ao juiz o seu interesse jurídico 
para ingressar no processo, e dizendo qual parte ele pretende auxiliar, assistir, depende para isso 
de representação de advogado. Feito isso, o juiz ouve as partes do processo a respeito dessa 
assistência pretendida, tanto o assistido quanto o adversário, o prazo para recorrer é de 15 dias, o 
juiz deferi uma decisão interlocutória a respeito da assistência, se ele entender ser cabível a 
assistência ele deferi o ingresso de terceiro no processo, caso contrario ele indefere, obvio que com 
decisão fundamentada. O que vai nortear essa decisão é a existência ou não do interesse jurídico, 
havendo interesse jurídico o juiz deve deferir mesmo que as partes não concordam, e caso não 
tenha interesse jurídico o juiz deve indeferir mesmo que as partes concordem. 
1.4.6 POSIÇÃO DO ASSISTENTE SIMPLES NA RELAÇÃO PROCESSUAL: PODERES E ÔNUS 
O que o assistente simples pode fazer no processo? Há uma distinção entre assistente simples e 
litisconsorcial. Aqui iremos abordar o simples. 
1.4.6.1. Subordinação do assistente simples 
“Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do 
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos”. 
O assistente simples tem seu comportamento no processo subordinado ao comportamento do 
assistido, ou seja, o assistente simples não pode contrariar o assistido. Exemplo: se porventura o 
assistido dizer que não quer produzir provas o assistente simples não pode produzir provas, se o juiz 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
produzir decisão contra o assistido e o assistido dizer que não quer recorrer o assistente simples 
não pode recorrer. O assistente auxilia o assistido à vitória, mas o comportamento dele não pode 
contrariar a vontade do assistido, ele é subordinado, não tem autonomia. 
As hipóteses previstas no artigo 122, tirando a desistência da ação, são de autocomposição 
reconhecer a procedência do pedido é o réu reconhecer que o autor tem razão, se o réu assistido 
fizer isso, o assistente não pode se opor a isso; desistência da ação é o autor desistir da causa, do 
processo, se fizer isso e for assistido o assistente não pode se opor a essa desistência, renunciar 
direito é o autor abrir mão do direito material o assistente não pode contrariar; e por fim transação 
ou acordo se autor e réu fizerem acordo para colocar fim ao processo o assistente nãopode se opor 
a esse acordo – tudo isso por que ele é subordinado ao assistido, não pode contrariar/insurgir a 
vontade explicita do assistido. 
1.4.6.2. Revelia ou omissão do assistido: substituição processual 
“Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos 
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será 
considerado seu substituto processual”. 
Ou seja, se o assistido for omisso o assistente simples pode atuar, o que o assistente não pode é 
contrariar vontade expressa do assistido, a omissão do assistido permite a atuação do assistente. 
Nas hipóteses do 122 todas implicam vontades expressas do assistido. Neste caso de omissão o 
assistente acumula funcionais, será assistente e substituto processual (pleitear em nome próprio 
direito alheio quando permitido), nem sempre o substituto processual será assistente. 
1.4.7 POSIÇÃO DO ASSISTENTE LITISCONSORCIAL NA RELAÇÃO PROCESSUAL: PODERES E ÔNUS 
“Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir 
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido”. 
O assistente litisconsorcial é titular do litisconsórcio, ele poderia desde o início ser autor ou réu, mas 
por alguma razão foi deixado de fora, então ele ingressa no processo por meio da assistência. O 
comportamento do assistente litisconsorcial não é subordinado a vontade do assistido (diferente 
do assistente simples), sua conduta é autônoma em relação a do assistido. Exemplo: assistente do 
autor, autor e réu fazem acordo, o assistente não concorda e não quer participar desse acordo, esse 
acordo não pode atingir o assistente, pode atingir o autor e réu, mas o processo continua sem que 
o acordo atinja o assistente litisconsorcial, pois ele goza de atuação própria, tem autonomia, ele 
pode concordar, mas não precisa. Prevalecerá a vontade da continuidade do processo, vai depender 
sempre do comportamento, em regra os duas manifestações de vontades são observadas, mas no 
caso concreto deve se observar cada situação especifica, qual será o resultado, como no caso, um 
quer desistir outro não, a depender da espécie de litisconsórcio um pode ficar e o outro não ou os 
dois são obrigados a ficar no processo - Princípio da autonomia dos colitigantes artigo 117 CPC. Tem 
que levar em consideração se o litisconsórcio é unitário quando a decisão deve ser igual para todos 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
ou simples quando pode ser diferente, levando isso em consideração o juiz observará o processo e 
as consequências das vontades das partes e assistente, sempre se deve analisar a natureza do 
litisconsórcio, se é necessário ou facultativo, se for necessário tem que continuar; se é unitário ou 
simples, se for unitário havendo discordância nunca pode levar adiante aquele comportamento que 
houve discordância porque unitário tem que ser igual para todos, o simples pode ser diferente 
sendo assim pode acontecer do assistido sair do processo e o assistente continuar, ou do acordo 
entre as partes não recair sobre o assistente. 
1.4.8 SENTENÇA/COISA JULGADA EM FACE DO ASSISTENTE 
“Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros”. 
“Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não 
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi 
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não 
se valeu”. 
Se a coisa julgada atinge ou não o assistente – coisa julgada é a impossibilidade de as partes que 
atuaram no processo voltarem a rediscutir aquela situação litigiosa no mesmo processo ou em outro 
processo, pois ocorreu decisão judicial sob a qual não cabe recurso, sendo por que o recurso não foi 
apresentado, ou se apresentado já foi julgado, ocorreu o transito julgado, coisa julgada. Sim a coisa 
julgada atinge o assistente; quanto a assistência litisconsorcial este vinculo do assistente a coisa 
julgada esta no 506 do CPC – nessa assistência o assistente é titular da relação jurídica litigiosa e 
atuou no processo, ele fica atingido, abrangido pela coisa julgada, sempre faz coisa julgada em 
relação a ele. Já no caso do assistente simples ele também fica ligado ao que foi decidido no 
processo por força do art. 123 do CPC, então em regra faz coisa julgada em relação a ele também, 
com exceção aos incisos do artigo 123 
1.5 DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE (CPC, arts. 125 a 129) 
1.5.1. CONCEITO. NOÇÕES GERAIS 
Figura de intervenção de terceiro mais utilizada na prática. Há denunciação da lide quando uma 
parte trás para o processo um terceiro que é garantidor do seu direito, exemplo: autor promove 
ação de indenização por acidente de trânsito, o réu tem contrato com uma seguradora, ele traz ao 
processo, através da denunciação da lide, a seguradora, que é garantidora do seu direito. A 
denunciação da lide permite antecipar ação de regresso futura, com base no exemplo acima o réu 
traz a segurado ao processo para que se caso ele perca a seguradora já seja condenada neste mesmo 
processo a indeniza-lo, sendo assim, evita que seja necessário uma futura ação de indenização de 
regresso contra a seguradora. O legislador está possibilitando uma antecipação de ação de regresso. 
A palavra-chave na denunciação da lide é direito de regresso, a parte trás terceiro ao processo que 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
tenha dever de reembolso, de indenizá-lo, antecipando ação de regresso. 
A denunciação da lide é provocada, quem faz é uma das partes, autor ou réu, mas comum pelo réu. 
O autor da denunciação da lide é a parte, e a parte que faz essa denunciação é chamada de 
denunciante e o terceiro de denunciado. 
Vimos que a assistência não tem natureza jurídica de ação, gera meramente um incidente 
processual, não é uma ação do assistente contra assistido; já a denunciação da lide tem natureza 
jurídica de ação, é uma ação de regresso antecipada entre denunciante e denunciado, ou seja, na 
denunciação da lide em um processo haverá duas ações, ou seja, o processo de conhecimento terá 
duas ações: a ação principal (autor e réu) e a ação segundaria (a ação de denunciação da lide) de 
uma das partes contra terceiro denunciado. E na sentença o juiz tem que dar uma decisão a respeito 
dos dois pedidos. Momentos próprios para fazer a denunciação da lide - se a denunciação for feita 
pelo autor deve ser feito na petição inicial, se feita pelo réu na contestação, fora desses momentos 
não se pode mais fazê-lo. 
1.5.2. HIPÓTESES DE CABIMENTO DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
“Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, 
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo 
de quem for vencido no processo. 
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for 
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu 
antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o 
denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso 
será exercido por ação autônoma”. 
É admissível denunciação da lide em duas situações litigiosas, promovidas por ambas as partes, a 
primeiraestá no inciso I – evicção instituto do direito civil que significa a perca de uma coisa por 
decisão judicial ou eventualmente por ato adm., exemplo, comprei um imóvel, mas terceiro entra 
com processo dizendo que esse imóvel pertence a ele, o juiz deferi o pedido e eu perco o imóvel, 
quando isso ocorrer proporciona direito para a pessoa que perdeu a coisa, tem direito em relação 
aquele que me vendeu, direito do valor pago e indenização de percas e danos. Nesse exemplo 
acima, o terceiro quer que o juiz declare que o imóvel é dele , o atual proprietário com medo de 
perder a coisa diz ao juiz que se caso perca, se o pedido do autor for procedente, quero que aquele 
que me vendeu seja condenado a me reembolsar por força dos efeitos da evicção, o que eu paguei 
e eventuais perdas e danos. Segunda hipótese, inciso II – clássica e mais ocorrente do dia-a-dia do 
contrato de seguro da segurado, o autor que se julga vitima de um acidente de trânsito promove 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
ação de indenização contra réu que reputa ser responsável pelo acidente, mas esse réu tem contrato 
de seguro com a segurado de carro, e esse réu diz ao juiz que se for condenado a pagar o autor a 
seguradora seja condenada a reembolsa-lo, indeniza-lo por aquilo que ele pagar, com base no 
contrato de seguro, promove antecipadamente a ação de regresso. 
1.5.3. DENUNCIAÇÃO DA LIDE PROIBIDA, INDEFERIDA OU NÃO PROMOVIDA 
“Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, 
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo 
de quem for vencido no processo. 
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for 
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu 
antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o 
denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso 
será exercido por ação autônoma”. 
Três hipótese: I proibida - as vezes mesmo configuradas as hipótese do 125, o legislador por motivos 
de celeridade, ou seja, fazer o processo correr mais rápido, proíbe a denunciação da lide, há outras 
situações espalhadas no ordenamento jurídico, mas dentre elas têm os juizados especiais que não 
é cabível qualquer espécie de intervenção de terceiro, nesse caso a pessoa pode gerar um processo 
de regresso autônomo contra a pessoa que lhe deve. II Indeferida - mesma coisa ocorre quando a 
denunciação da lide for indeferida, só restará a parte que pretendida fazer a denunciação promover 
depois uma ação autônoma de regresso. III não promovida - mesma coisa ocorre no caso em que a 
parte que tem direito a denunciação da lide não a promove, se isso ocorrer ele pode depois caso 
perca a ação de indenização ingressar com ação autônoma de regresso . Antes, no código anterior, 
tinha a chamada denunciação da lide obrigatória que se caso a parte não fizesse a denunciação 
quando podia perdia o direito material de faze-la, mas essa discussão se encerrou, a denunciação 
da lide pode ser feita de forma facultativa, o legislador assegurou que se por alguma razão, pouca 
importa qual, não houver a denunciação da lide onde ela poderia ter sido feita a parte não perde 
esse direito, pode ser feito ação autônoma gerando outro processo de ação de regresso, ela é 
sempre facultativa e nunca tira da parte o direito de regresso por ação autônoma. 
1.5.4. MOMENTO DE REQUERER E PROCEDIMENTO DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
O momento de requerer a denunciação da lide é variável conforme a denunciação da lide seja feita 
pelo autor ou réu: 
1.5.4.1. Denunciação feita pelo autor 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
“Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou 
na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos 
no art. 131 ”. 
“Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte 
do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à 
citação do réu”. 
Se for pelo autor, deve ser feita na petição inicial, será uma petição inicial com dois pedidos, duas 
ações, a principal contra o réu e uma segunda contra terceiro denunciado. Artigo 126, parte grifada, 
diz que se ele não fizer na petição inicial o autor não poderá mais fazer denunciação da lide naquele 
processo, pois ocorreu a preclusão, mas não perde o direito de ação fora do processo, sendo assim, 
poderá fazer ação autônoma de regresso contra terceiro caso perca. O art. 127 diz que feita a 
denunciação o denunciado poderá ser litisconsórcio do autor da denunciação, ou seja, ajudar a 
vencer o processo, para que assim não tenha que reembolsar nada, tenha um benefício. 
1.5.4.2. Denunciação feita pelo réu 
“Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou 
na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos 
no art. 131 ”. 
“Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação 
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, 
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá 
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação 
de regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o 
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação 
regressiva”. 
O momento próprio para fazer denunciação da lide pelo réu é na contestação, não o fazendo 
ocorrerá a preclusão, perca do direito dentro do processo, mas não perde o direito autônomo de 
ingressar com ação de regresso autônoma. 
1.5.5. PROCESSOS E PROCEDIMENTOS QUE ADMITEM A DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
A denunciação da lide, só é cabível no processo de conhecimento, aquele que gera sentença, não é 
cabível na cautelar e no processo de execução. Em tese em qualquer procedimento do processo de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
conhecimento, exceto quando o legislador proibir. OBS: é possível ter tutela provisória na 
denunciação da lide. 
1.5.6. DENUNCIAÇÕES SUCESSIVAS 
“Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, 
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo 
de quem for vencido no processo. 
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for 
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu 
antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o 
denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso 
será exercido por ação autônoma”.O denunciado da lide fazer a denunciação da lide, exemplo, denunciação da lide da evicção, autor 
promove ação contra réu dono de imóvel se declarando proprietário do imóvel, esse réu comprou 
esse imóvel de terceiro, ele pode perder esse imóvel, então ele tem direito de pedir ao juiz que se 
caso perca o imóvel para o autor aquele que lhe vendeu o imóvel o reembolse e pague possíveis 
perdas e danos. Denunciação sucessiva – réu diz que se perder deve ter direito a reembolso e perdas 
e danos, o réu da denunciação, faz outra denunciação, ou seja, é a denunciação na denunciação. 
Tem limites? Quantas denunciações sucessivas são possíveis? O réu que fez denunciação da lide 
pode fazer outra e o réu denunciado pode fazer outra? Sim, há limites, o código diz que só é possível 
uma denunciação sucessiva, ou seja, no exemplo acima o réu fez a denunciação sucessiva a quem 
lhe vendeu, então não pode haver mais denunciação sucessiva no processo. Neste modo, só pode 
haver no processo duas denunciações da lide, a normal e a sucessiva. Caso contrário as 
denunciações não teriam fim, ou alongariam muito o processo, retardaria o processo. Os outros que 
tiverem direito a denunciação e não o puderem fazer no processo poderão fazer em ação autônoma 
de regresso depois, no exemplo acima, o denunciado pelo réu não poderá fazer denunciação 
sucessiva no processo, pois passaria do limite, mas caso ele tenha direito ele pode fazer ação 
autônoma de regresso. Recapitulando, cabe no processo duas denunciações, dentre elas uma 
denunciação sucessiva. 
1.5.7. SENTENÇA NA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
“Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da 
denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência 
em favor do denunciado”. 
Quando houver denunciação da lide haverá duas ações, dois pedidos, a ação principal e a ação de 
denunciação da lide, com dois pedidos distintos, no exemplo de indenização por acidente de 
trânsito, tem a ação principal de indenização por danos materiais, e a ação segundaria de 
denunciação da lide, réu contra seguradora. O poder judiciário deve dar uma reposta a cada ação e 
cada pedido. O juiz só vai julgar a ação de denunciação da lide (ação secundaria) se o denunciante, 
autor da denunciação, resultar vencido na ação principal. Se o juiz julgar improcedente o pedido do 
autor da indenização (ação principal), no exemplo acima, ou seja, o réu autor da ação de 
denunciação for vencedor, o juiz não julgará a ação de denunciação da lide, pois não terá que pagar 
nada para o autor, então não terá direito a reembolso. A ação de denunciação depende da ação 
principal. A denunciação da lide só será julgada pelo mérito de o autor perder a ação principal. O 
acessório segue a sorte do principal. Se por alguma razão a ação principal for julgada extinta sem 
julgamento de mérito a ação de denunciação também é extinta. Se o denunciante for vencedor a 
ação de denunciação também não será julgado pelo mérito. As condições da ação devem estar 
presentes na ação do começo ao fim, caso contrário ocorre e extinção do processo. 
Só ocorrerá julgamento de mérito da ação de regresso, se o denunciante for vencido na ação 
principal, caso ele seja vencedor o juiz julgará extinto o processo de denunciação sem resolução do 
por falta de interesse (uma das condições da ação). 
Caso o denunciante tenha sido vencido na ação principal, não significa necessariamente que o 
denunciado foi vitorioso na ação de denunciação da lide. Exemplo: ação de indenização, relação 
com a seguradora, talvez quando ocorreu o fato gerador de indenização o contrato com a 
seguradora estivesse vencido, o juiz julgará a denunciação improcedente. O julgamento quanto ao 
mérito da denunciação da lide, não está vinculado a ação principal. 
O juiz julgará os dois processos, formalmente em um única sentença. 
1.5.8. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA EM FACE DO DENUNCIADO 
“Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação 
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, 
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá 
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação 
de regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação 
regressiva”. 
O código permitiu que faça cumprimento de sentença em face do denunciado, permitiu que ambos 
sendo condenados, que é possível o autor da ação principal exigir o pagamento diretamente do 
denunciado. Exemplo: o vencedor denunciante não precisa cobrar primeiro o réu e posterirormente 
receber da seguradora, ele pode cobrar diretamente da seguradora. 
Caso o réu vencido não cumpra voluntariamente sua obrigação, inicia-se a execução, o chamado 
cumprimento de sentença, que é fazer cumprir compulsoriamente aquilo que foi decidido na 
sentença. O código permitiu que o vencedor da ação exija o cumprimento da ação prevista na 
sentença diretamente do terceiro denunciado da lide, não precisa seguir a etapa natural de cobrar 
o réu e o réu cobrar seguradora. 
O parágrafo único – o código prevê o adverbio “também”, que pode ser compreendido da seguinte 
forma, “e” ou “ou”, é uma discussão doutrinária não pacificada, se entender como “e” o autor da 
ação tem que promover a execução contra os dois (réu e seguradora), caso se entenda como “ou” 
é possível o autor da ação promover a execução só contra a seguradora. Importante é saber que é 
possível promover execução de sentença diretamente contra o denunciado. 
1.6. DO CHAMAMENTO AO PROCESSO (CPC, arts. 130 a 132) 
1.6.1. CONCEITO. NOÇÕES GERAIS 
“Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida 
comum”. 
Na prática não é muito utilizada, ao contrário da denunciação da lide. Conceito: por meio do 
chamamento ao processo o réu traz para o processo um terceiro que como ele é responsável perante 
o autor da ação. O réu provoca um litisconsórcio passivo facultativo ulterior – facultativo porque se 
estabelece por vontade da parte, neste caso réu, algo que pode ser feito e não que deva ser feito, é 
passivo pois, tem mais de um réu e ulterior por que foi formado no curso do processo e não no início. 
Ao contrário das formas de intervenção de terceiros, vistas anteriores, que podem ocorrer nos polos 
passivos e ativos, o chamamento ao processo é ato exclusivo do réu, não é possível pelo autor. Tem 
natureza de incidente processual, não é ação do réu contra terceiro, é mero incidente para trazer 
terceiro ao processo. O réu que faz o chamamento é o chamante e o terceiro é denominado de 
chamado. É um ato facultativo. Palavra chave do chamamento é solidariedade, prevê uma relação 
solidária 
1.6.2. HIPÓTESES DE CABIMENTO DO CHAMAMENTO AO PROCESSO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
“Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III- dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da 
dívida comum”. 
I – exemplo: contrato de locação com fiador, se o devedor principal não pagar e o locador (credor) 
promover ação de cobrança contra o fiador apenas, esse fiador réu da ação faz chamamento ao 
processo, chamando o devedor principal para ser réu também, réu em litisconsórcio. 
II – também cuida da fiança, mas quando há mais de um fiador, exemplo: contrato principal de 
locação locador e locatário, com três fiadores, descumprido o contrato por que o devedor principal 
não pagou, o locador promove ação de cobrança contra um fiador, esse fiador pode através do 
chamamento ao processo, chamar os demais fiadores e até mesmo o réu principal, compete a ele 
réu escolher. 
III – solidariedade, obrigação solidaria deve ser satisfeita por todos os solidários, o credor tem direito 
de exigir satisfação de um ou de todos. Exemplo: na obrigação solidária o credor pode exigir 
pagamento por inteiro da obrigação de um, de todos ou de alguns devedores solidários; esse 
devedor escolhido pelo autor, que se tornou réu da ação, pode realizar o chamamento ao processo 
dos demais devedores solidários, mudando a vontade do autor de chamar apenas ele, ou alguns 
devedores. Haverá um litisconsórcio passivo promovido pelo réu, sem que seja necessário a 
concordância doa autor, é direito do réu. A figura do “réu carente”. 
A rigor todas as hipóteses do art. 130 revelam uma medida de relação solidária. Sendo assim o 
credor poderia escolher contra quem promove a ação, mas o réu tem direito de modificar essa 
vontade. 
1.6.3. DIFERENÇAS ENTRE DENUNCIAÇÃO DA LIDE E CHAMAMENTO AO PROCESSO 
- denunciação pode ser feita pelo autor (petição inicial) e pelo réu (contestação), já o chamamento 
apenas pelo réu 
- denunciação o denunciante tem direito de regresso contra o denunciado, no chamamento não é 
regresso é solidariedade o chamante o chamado são responsáveis pela ação – diferença principal. 
- denunciação tem natureza jurídica de ação, já o chamamento não tem 
 
1.6.4. MOMENTO DE REQUERER E PROCEDIMENTO DO CHAMAMENTO AO PROCESSO 
“Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu 
na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
chamamento. 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar 
incerto, o prazo será de 2 (dois) meses”. 
Se ultrapassado o prazo de contestação o réu não poderá realizar mais o chamamento ao processo 
neste processo, nada o impede de fazer processo autônomo. Se feito o chamamento no período 
correto da contestação, o juiz analisará se admite ou não o chamamento, essa admissibilidade fica 
sujeita as condições legais. 
1.6.5. PROCESSOS E PROCEDIMENTOS QUE ADMITEM O CHAMAMENTO AO PROCESSO 
O chamamento ao processo é uma forma de intervenção de terceiro cabível em processo de 
conhecimento, não cabe em processo cautelar e nem de execução. Em princípio em qualquer 
procedimento do processo de conhecimento, salvo em casos no qual a lei não admite, como não é 
possível qualquer forma de intervenção de terceiros nos juizados especiais, logo não cabe o 
chame=amento ao processo, conforme prevê o art. 10 da Lei nº 9999/95 
1.6.6. SENTENÇA NO CHAMAMENTO AO PROCESSO 
“Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a 
dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos 
codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar”. 
A sentença é a fase final do processo de conhecimento, se o juiz entender que o autor tem razão 
julga procedente o pedido, por consequência, os réus deveram pagar o valor estipulado, se julgar 
improcedente, os réus não terão obrigação com o autor. O juiz pode condenador os dois réus 
solidariedade, ou apenas um deles, ou caso improcedente, nenhum deles. 
O juiz decidirá se o réu e o réu chamado têm ou não responsabilidade perante o autor. 
Quando os dois réus são solidariamente condenados e apenas um deles paga a dívida, esse réu tem 
direito de ingressar com ação de execução contra o outro réu. Os dois devem por inteiro perante o 
autor, mas cada um deve pagar sua metade por ele devida (ex. valor total de 20 mil, se apenas um 
réu paga esse valor, poderá cobrar através de ação de execução os 10 mil do outro réu). Não precisa 
promover outra ação de conhecimento contra o réu que não pagou, a sentença que condenou 
ambos a pagar o autor, já serve de título para cobrança. 
1.7. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (CPC, arts. 133 a 137) 
1.7.1. CONCEITO. NOÇÕES GERAIS 
“Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
em lei. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica”. 
Esse incidente é uma novidade, apenas da desconsideração da personalidade jurídica já existir, a 
forma de processar essa desconsideração não era disciplinada no código revogado, o atual que 
disciplinou – toda vez que tiver discussão a respeito da desconsideração da pessoalidade jurídica, 
essa discussão tem que observar o regramento, procedimento previstos nestes artigos. 
A pessoa jurídica é uma pessoa, e os sócios (pessoas físicas) aqueles que compõem essa 
personalidade, são outras pessoas, distintas. A consequência de não se confundirem essas pessoas, 
é que cada uma respondem por suas obrigações com seu próprio patrimônio. Exemplo: uma 
empresa (PJ) existe juridicamente, tem três sócios (PF) que existem de forma separada 
juridicamente, a PJ tem seus bens, e cada sócio separadamente tem seu patrimônio. As obrigações 
da pessoa jurídica devem ser honradas com o patrimônio da pessoa jurídica, o patrimônio pessoal 
do sócio não responde pela obrigação da PJ, assim como o patrimônio da PJ não respondem pelas 
obrigações pessoais da PF. Cada um respondem com seu próprio patrimônio as obrigações que 
contraíram. 
Por vezes as obrigações contraídas pela PJ podem atingir o patrimônio do sócio, normalmente 
quando há fraude (ex. sócios que desviam os bens, patrimônio da PJ para o patrimônio próprio), por 
esse motivo a PJ não consegue cumprir suas obrigações, daí se perite atingir o patrimônio do sócio 
(PF) neste caso – quando isso ocorre, acontece a desconsideração da personalidade jurídica, chamar 
a responsabilidade da obrigação aquele que em principio não tinha responsabilidade – chamar o 
sócio com seu próprio patrimônio para cumprir obrigação da PJ. 
As hipóteses de cabimento dessa desconsideração são previstas no direito material, ao direito 
processual compete apenas dizer como essa desconsideração deve ser processada, qual o 
regramento para que ela ocorra, mas não quando ela cabe. Exemplo: artigo 28 do CDC; artigo 50 do 
CC; - direito material, quando cabe a desconsideração. A desconsideração será cabível nas hipóteses 
que a lei considerar. 
A desconstrução comum- tradicional é atingir o patrimônio do sócio PF para responder obrigação 
da PJ. Temos a desconsideração inversa da personalidade jurídica, é a pessoa jurídica responder 
com seu patrimônio obrigação do sócio PF (ex. sócio PF é casado e pretende separar-se, mas ele 
quer dar o golpe na mulher, não quer que ela leve metade do patrimônio, ele começa 
fraudulentamente a transferir parte do seu patrimônio do casal para a pessoa jurídica que é sócio, 
e a partir do momento que há transferência esse bens passam a pertencer a PJ, não mais dos 
cônjuges, quando se separarem amulher pode apontar a fraude ao juiz, pedindo a desconsideração 
inversa da personalidade jurídica, para que se possa invadir o patrimônio da PJ e devolver os bens 
que lhe cabem). 
1.7.2. LEGITIMIDADE PARA REQUERER A INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE. IMPOSSIBILIDADE DE 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
DECRETAÇÃO DE OFÍCIO PELO JUIZ 
“Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos 
em lei. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica”. 
Esse incidente, discussão a respeito da desconsideração da personalidade jurídica precisa ser 
requerida por alguém, o juiz não pode decretar de ofício, precisa ser provocado, quem tem 
legitimidade para requerer é a parte (autor ou réu – normalmente autor) ou MP na condição de 
fiscal da ordem jurídica (verificar o cumprimento de direitos e deveres) No exemplo da ação de 
divórcio, na desconsideração inversa, a mulher (parte do processo) que provoca o juiz. O MP atua 
como fiscal quando no processo há interesse público, exemplo, quando houver menor na ação. 
Tem se entendido que essa regra, de que o juiz não pode pedir desconsideração por ofício, tem 
exceção, no direito do trabalho, na justiça trabalhista no art. 878 da CLC, o juiz excepcionalmente 
pode instaurar o incidente de desconsideração por ofício. Incidente é aquilo que incide onde já 
existe alguma coisa. 
1.7.3. OBRIGATORIEDADE DA INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE 
“Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos 
casos previstos em lei. 
§ 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de 
exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. 
§ 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear quantos bens da sociedade 
situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. 
§ 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo. 
§ 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente 
previsto neste Código”. 
Quando houver discussão em um processo sobre a desconsideração da personalidade jurídica vai 
ter que observar esse incidente que estamos estudando, em qualquer processo, até mesmo na 
justiça trabalhista. Só será possível realizar a desconsideração no processo se for observado o 
procedimento, conforme prevê o §4º. 
1.7.4. CABIMENTO DA INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE EM QUALQUER FASE DO PROCESSO. 
EXCEÇÃO Ã REGRA DA ESTABILIZAÇÃO DA DEMANDA 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
“Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for 
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica”. 
Ou se requer a desconsideração da personalidade jurídica na própria inicial, ou se não for feito neste 
momento, pode se fazer com a instauração de um incidente no curso do processo, é possível 
instaurar esse incidente em qualquer fase no processo de conhecimento ou execução. 
“Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento 
do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo 
mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir”. 
Fenômeno da estabilização do processo – limitações impostas ao autor quanto aos pedidos, causas 
de pedir e parte, genericamente estão dispostas no artigo 329 CPC. O autor só pode fazer isso até o 
saneamento do processo e com autorização do réu, antes da citação do réu é liberado. 
Estabilização da demanda, exceção à regra – o incidente de desconsideração é exceção à regra do 
329, inciso II, pois o código previu que o incidente de desconsideração é possível em qualquer fase 
do processo, até depois do saneamento do processo e mesmo sem autorização do réu. 
1.7.5. CABIMENTO DA INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE NOS JUIZADOS ESPECIAIS 
“Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de 
competência dos juizados especiais”. 
Para que houvesse mais celeridade nos juizados especiais o legislador preferiu que não fosse 
permitido intervenção de terceiro, mas o legislador previu uma exceção que é a possibilidade de 
instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Em regra nos juizados não 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
é cabível intervenção de terceiro, exceção nos juizados é possível a instauração do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
1.7.6. INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE: NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO AO DISTRIBUIDOR 
“Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for 
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica”. 
Cartório distribuidor, recebe todas as ações da comarca, e esse distribuidor distribui para as varas 
competentes, aleatoriamente, mas igualitária (no final do ano todas as varas recebem o mesmo 
número de demanda). Assim que instaurado o incidente de desconsideração o distribuidor deve ser 
informado, para que ele registre que há naquele processo um incidente de desconsideração 
envolvendo pessoa X, pois caso alguém busque uma certidão sobre o processo, constará essa 
informação, esse é o objetivo a comunicação ao distribuidor. 
1.7.7. INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE: SUSPENSÃO DO PROCESSO, EM REGRA 
“Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for 
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica”. 
A discussão a respeito da desconsideração da personalidade jurídica, pode se dar de duas formas: 
feito na própria petição inicial do autor da ação; quando o pedido ocorrer fora da petição inicial terá 
DIREITO PROCESSUAL CIVILII 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
o incidente da desconsideração da personalidade jurídica (aquilo que incide em algo que já está em 
curso, tudo o que vier depois da petição inicial), quando houver o incidente o processo fica suspenso 
aguardando a decisão a respeito do incidente. O juiz se limita a processar e decidir o incidente de 
desconsideração, ele manda citar o sócio para apresentar defesa em 15 dias, e o juiz decide se ele 
responde ou não pela obrigação da pessoa jurídica, se o patrimônio dele deve ser atingido ou não 
por uma obrigação da pessoa jurídica. Decidindo isso, retoma o curso da ação pretendida, e o juiz 
julgará procedente ou improcedente o pedido 
1.7.8. PROCEDIMENTO A SER OBSERVADO NO INCIDENTE 
“Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for 
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica”. 
“Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e 
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias”. 
Se o juiz verificar que em princípio é cabível a desconsideração ele manda citar o terceiro, para 
oferecer defesa no prazo de 15 dias. O juiz julga o incidente de desconsideração, é ele decidir única 
e exclusivamente se o sócio responde ou não pela pessoa jurídica, na inversa é se a pessoa jurídica 
responde pela obrigação contraída pelo sócio. Não está tratando da ação no qual o incidente está 
inserido, mas sim única e exclusivamente do incidente. 
1.7.9. DECISÃO DO INCIDENTE. RECURSO CABÍVEL 
“Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno”. 
Ocorre com uma petição dentro do processo provocando o incidente, juiz manda citar terceiro com 
prazo de 15 dias, produção prova se necessário, juiz analisa e julga o incidente. 
Toda vez que há uma decisão no processo, em regra, cabe recurso, julgado por tribunal, diverso e 
superior daquele que proferiu a decisão. Quem recorre busca melhorar sua situação no processo, 
não concorda com alguma decisão dele no processo. Para cada tipo de decisão judicial cabe um 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
recurso específico. Neste caso de incidente de desconsideração é uma decisão interlocutória, 
recurso nesse caso é de agravo de instrumento – art. 115 CPC. Excepcionalmente quando o juiz 
decidir isso na sentença o recurso será de apelação. 
“Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar 
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de 
apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será 
intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 
1.015 integrarem capítulo da sentença”. 
1.8. DO AMICUS CURIAE (CPC, art. 138) 
1.8.1. CONCEITO. NOÇÕES GERAIS 
“Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto 
da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou 
a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação 
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, 
no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae . 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas”. 
Amicus Curiae – “amigo da corte”. Vimos que a intervenção de terceiro pode se dar de forma 
espontânea (assistência) ou provocada (as demais modalidades). A “amicus curiae” pode ser 
provocada pelo juiz ou parte, ou espontânea quando for de terceiro. Aqui é uma figura diferente, 
ele intervém quando quiser, mesmo se provocado ele é convidado, não é obrigado a participar 
(diferente das intervenções estudadas anteriormente). O Amicus Curiae pode ser pessoa física, 
jurídica, intervém para proporcionar maior informação, debate, conhecimento, para que o juiz 
possa deferir decisão mais sensata e justa. Ele contribui qualitativamente para decisão do processo. 
Amigos da corte não são parte do processo, habilita o julgador a deferir uma decisão de maior 
qualidade. Um terceiro que ingressa no processo alheia para prestar informações e debater o 
assunto em julgamento. A contribuição do amicus curiea é qualitativa. Não tem interesse direto no 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
resultado, tem interesse no sentido amplo, que defiram uma sentença justa, mas não tem interesse 
direto no resultado como autor e réu (grande diferença do amicus curiea com as outras intervenções 
de terceiro). 
O juiz pode convidar um amigo da corte (de ofício), ou as partes podem fazer requerimento, em 
ambos o juiz se limita a convidá-lo. Ou ainda o amicus curiea pode requerer adentrar no processo. 
Em todos os casos cabe análise do juiz, se deferido a intervenção, terá o prazo de 15 dias para se 
manifestar no processo. 
1.8.2. HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO 
“Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto 
da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou 
a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação 
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, 
no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae . 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas”. 
A questão debatida é relevante (ex. porte de maconha, aborto), com repercussão na sociedade, 
necessitam de um debate maior sobre o tema, para que o juiz tenha maior compreensão e defira 
uma decisão mais qualificada e justa (ex. aborto de anencefálico) 
1.8.3. PARTICIPAÇÃO E PODERES PROCESSUAIS DO AMICUS CURIAE 
“Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto 
da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou 
a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação 
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividadeadequada, 
no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae . 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas”. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
A partir do momento que é permitida a participação do amicus curiea no processo, ele tem o prazo 
de 15 dias para participação, ele será ouvido a respeito daquela matéria, e ssa participação é 
inegável. Além dessa participação, o que mais ele pode fazer no processo precisa ser definido pelo 
juiz do processo, juiz definirá seu grau de atuação no processo. Ou seja, quando o juiz em sentido 
amplo, admitir a intervenção do amicus curiea ele terá que estabelecer o que o amicus curiea 
poderá fazer ou não no processo, ele pode admitir que ele produza prova, por exemplo. Quanto a 
recurso, o código estabeleceu que pode apresentar recurso de embargos de declaração e recurso 
sobre incidente de demandas repetitivas (IRDR). 
A intervenção do amicus curiea não altera a competência. quando uma causa está na esfera 
estadual, e um ente federal intervém nessa causa, essa intervenção implica o deslocamento dessa 
causa da justiça estadual para a justiça federal – a CF e o CPC estabelecem que sempre que houver 
intervenção federal, essa causa se encaminha para justiça federal. Mas o amicus curiae é exceção a 
essa regra, se a causa estiver na justiça estadual e um ente federal intervir essa causa não será 
deslocada para esfera federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO PRÁTICO 
ASSISTÊNCIA DENUNCIAÇÃO 
DA LIDE 
CHAMAMENTO 
AO PROCESSO 
DESCONSIDERA-ÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
AMICUS CURIAE 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
intervenção 
espontânea 
(assistente/assistido) 
intervenção 
provocada: 
pelo autor 
e/ou réu 
(denunciante/ 
denunciado) 
intervenção 
provocada: só 
pelo réu 
(chamante/ 
chamado) 
intervenção provocada: pela 
parte (normalmente o 
autor) ou pelo Ministério 
Público, na condição de 
fiscal da ordem jurídica 
(terceiro) 
intervenção provocada: 
pelas partes (autor e/ou 
réu) ou de ofício pelo juiz; 
espontânea (a 
requerimento do pretenso 
amigo) 
(amigo da corte) 
natureza jurídica: 
incidente processual 
natureza 
jurídica: 
ação 
natureza jurídica: 
incidente 
processual 
natureza jurídica: incidente 
processual 
natureza jurídica: 
incidente processual 
processos cabíveis: 
conhecimento 
(controvertido o 
cabimento na 
execução e no 
cumprimento de 
sentença) 
processo 
cabível: 
conhecimento 
processo cabível: 
conhecimento 
processos cabíveis: 
conhecimento, execução e 
cumprimento de sentença 
processos cabíveis: 
conhecimento, execução e 
cumprimento de sentença 
palavras-chave: 
interesse jurídico 
palavras-
chave: direito 
de regresso 
palavras-chave: 
solidariedade 
passiva 
palavras-chave: 
redirecionamento da ação 
palavras-chave: amigo da 
corte 
 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO 
2. DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO (CPC, arts. 347 a 353) 
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
“Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências 
preliminares constantes das seções deste Capítulo” 
Esse processo de conhecimento foi idealizado em quatro etapas. A primeira é a fase postulatória 
(petição inicial até possibilidade de resposta do réu); segunda fase saneadora ou de saneamento 
(juiz determinada as provas que serão produzidas no processo); terceira fase é a instrutória ou 
probatória (destinada a produzir as provas que o juiz determinou); e por fim a fase decisória (juiz 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
emite sentença dizendo quem tem razão). 
As vezes da fase inicial postulatória o juiz já passa diretamente para fase decisória, mas 
normalmente o processo passa por essas quatro fases. 
O artigo 348 diz que ao término da fase postulatória o juiz, caso necessário, tome as medidas 
previstas, para inicial a fase seguinte – isso se chama providências preliminares. 
2.2. ROL DE PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (CPC) 
2.2.1. Revelia, não ocorrendo o efeito da confissão ficta: intimação do autor para especificar as 
provas que pretende produzir 
“Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia 
previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda 
não as tiver indicado”. 
“Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde 
que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa 
produção”. 
“O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno”- STF, 
Súmula 231. 
Não se pode confundir revelia, com os efeitos que a revelia pode gerar. Nem sempre a revelia gera 
os efeitos que está apta a gerar. Revelia está ligada ao réu, a inercia do réu, a falta de contestação. 
Réu revel é aquele que não apresenta contestação. Esse fato jurídico pode gerar consequências, 
dentre elas, duas de ordem processual e uma de ordem material, e um dos efeitos possíveis é de 
direito material, a chamada confissão ficta, presunção de veracidade dos fatos dispostos pelo autor. 
Em regra, se o réu não apresenta contestação presume-se verdadeiro os fatos apresentados pelo 
autor, se tornam incontroversos, por isso ele não precisa mais prová-los. Pode ocorrer a revelia sem 
que ocorra o efeito material (presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor), o legislador 
descreve as hipóteses em que isso ocorre (art.345 CPC), exemplo, não se aplica o efeito material da 
revelia sobre direitos indisponíveis, como no caso de reconhecimento de paternidade. A providência 
preliminar, nesses casos, é que o juiz mande que o autor especifique suas provas. Por que o juiz 
deve mandar isso, se especificar provas já um requisito da petição inicial? Pois essa indicação como 
requisito pode ser meramente genérica, o autor não precisa na petição inicial apontar quais provas 
especificamente pretende produzir, por essa razão, diante dessa possibilidade o j uiz tem que tomar 
essa providência preliminar. 
2.2.2. Defesa de mérito indireta: intimação do autor para réplica 
“Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será 
ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova”. 
A defesa do réu pode ser de mérito ou processual. A defesa de mérito ataca a pretensão do autor, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
o pedido do autor; já a defesa processual é aquela que diz respeito ao processo, aos pressupostos 
processuais e condições da ação, são aquelas previstas no artigo 337 CPC. Por outro lado a defesa 
de mérito se subdivide em direta – aquela em que o réu nega o fato constitutivo do direito do autor; 
e indireta – quando não nega o fato dito pelo autor, mas alega um fato novo impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, quando isso ocorre o juiz deve oportunizar a 
manifestação do autor a respeito desse fato em 15 dias, se chama réplica (art. 350 CPC). 
OBS: no artigo 344 CPC, diz que se o réu não contestar a ação presume-se verdadeiros os fatos 
narrados pelo autor, como regra (afeitos da revelia). Tem se entendido, parte da doutrina e alguns 
julgados nesse sentido, que quando o réu alega defesa de mérito indireta (fato novo) o juiz 
oportuniza a manifestação do autor em réplica,se o autor não se manifestar presume verdadeiros 
os fatos narrados pelo réu. Como o réu tem o ônus de impugnar mediante contestação os fatos 
narrados pelo autor, sob pena de presumir-se verdadeiros, quando ocorre a hipótese do 350, caso 
o autor não se manifesta, aos fatos alegados pelo réu presume-se verdadeiros. A plica-se aqui o 
princípio da igualdade. Exemplo: autor alega que réu não lhe pagou dinheiro que emprestou, o autor 
afirma ter pego o dinheiro, mas alega te pago no dia x (defesa de mérito indireta), caso o autor não 
se manifestar na réplica, presume-se verdadeiro os fatos narrados pelo réu, ou seja, que ocorreu o 
pagamento. Em regra, o desfecho seria julgar o mérito, julgar improcedente o pedido do autor. 
2.2.3. Alegação das matérias processuais previstas no art. 337: intimação do autor para réplica 
“Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a 
oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova”. 
O artigo anterior, o réu alegou mateira de mérito, aqui o réu alega matéria processual atinente a 
ação ou pressupostos da ação (337 CPC). Exemplo: réu alega na contestação a incompetência do 
juízo, antes do juiz decidir se o órgão é competente ou não, deve oportunizar a manifestação do 
autor em réplica, prazo de 15 dias (igual ocorre no artigo anterior, mas aqui é matéria processual). 
2.2.4. Correção de defeitos processuais 
“Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua 
correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias”. 
O juiz tem que verificar quando termina a fase postulatória se tem alguma coisa irregular no 
processo, algum vício, se houver, ele tem que mandar regularizar. As providencias preliminares se 
destinam para que o juiz organize, prepare o processo, para que o processo possa seguir adiante de 
forma correta. É uma regra genérica para o juiz corrigir alguma irregularidade, se tudo estiver 
correto não precisa adotar nenhuma providencia nesse sentido. 
2.2.5. Apresentação de documentos novos na defesa e/ou na réplica 
“Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o autor 
manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
§ 1o Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu 
respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas 
indicadas no art. 436. 
§ 2o Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova 
documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da 
documentação”. 
A regra é que toda vez que uma parte apresentar um documento no processo, o juiz deve 
oportunizar a manifestação da parte contrária (contraditório), no prazo de 15 dias. Os momentos 
próprios para a apresentação de documentos são em regra na petição inicial e na contestação, mas 
o CPC permite que as partes apresentem documentos fora desses momentos, desde que as partes 
não estejam agindo de má-fé (esconder documentos para apresentar em momento próprio). 
Providencias preliminares, são providencias que o juiz deve tomar após fase postulatória, caso 
necessárias, para que o processo possa seguir adiante em conformidade, de forma regular. 
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO 
3. DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO (CPC, arts. 354 a 357) 
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
“Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz 
proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X”. 
O juiz vai julgar o processo conforme o processo se apresentar para ele. Na matéria anterior o juiz 
irá dotar providências preliminares, aqui ele irá julgar o processo. Terminada a primeira fase do 
processo de conhecimento, o juiz adota as providencias preliminares, ou não sendo elas necessárias, 
o juiz parte para o julgamento do processo, observando as regras dos artigos 354 a 357 do CPC. 
3.2. EXTINÇÃO DO PROCESSO 
“Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz 
proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do 
processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento”. 
Quando o processo de conhecimento está em curso o juiz pode julgá-lo de duas formas: um 
julgamento de mérito (caminho natural - decide aquela questão definitivamente, de modo que as 
partes não poderão voltar a discuti-la posteriormente – art. 487 CPC); extinção sem julgamento de 
mérito (juiz extingue o processo, mas não decide a situação litigiosa que lhe foi apresentada, juiz 
extingue por ter alguma irregularidade no processo, como a falta de pressuposto processual, o autor 
pode promover outra ação caso queira – art. 485 CPC). Terminou a primeira fase, o juiz vai verificar 
se vai extinguir o processo com ou sem julgamento de mérito, emitirá uma sentença. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
PROF. JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
Inciso II – extingue o processo por ter ocorrido prescrição ou decadência 
Inciso III – réu reconhecer que o autor tem razão, juiz homologa isso e julga procedente o pedido 
do autor 
Nessas hipoteses ocorrem a extinção, sem julgamento de mérito ou com julgamento de mérito do 
processo inteiro, mas pode ocorrer a extinção parcial do processo, parte do processo termina, parte 
do processo continua. Essa extinção parcial pode sem tanto com quanto sem mérito. 
3.3. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO 
“Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, 
quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na 
forma do art. 349”. 
O legislador previu que em regra, um processo de conhecimento com quatro etapas: 1 fase 
postulatória que vai até a oportunidade de defesa do réu; 2 fase de saneamento do processo; 3 fase 
probatória; e 4 fase decisória, sentença. Mas por vezes, da primeira fase o juiz pula para a última 
fase, ele não aborta a fase de saneamento e fase probatória de produção de prova, e quando isso 
ocorre, quando ele julga o processo logo após a fase postulatória chama-se julgamento antecipado 
do processo. Isso ocorre quando essas fases intermediárias são desnecessárias. 
I – ex. autor alega não precisar pagar x tributo, pois aquele tributo é inconstitucional, o município 
alega a constitucionalidade, o juiz não precisa promover a produção de prova, basta ele verificar as 
alegações das partes e ordenamento jurídico para ver a legitimidade do tributo. 
II – réu revel e ocorrer a confissão ficta, além de ser revel, ou seja, não apresentar contestação, 
ocorre o efeitos da revelia, a presunção de veracidade das alegações do autor. Juiz de imediato julga 
o mérito, a favor do autor, sem a necessidade de produção de provas, pois os fatos que poderiam 
gerar provas são presumidos verdadeiros (direito indisponível se o réu for revel não gera revelia, 
quando o direito patrimonial for disponível geral confissão ficta) 
Nesses dois incisos o juiz deve julgar imediatamente a sentença, pois não há necessidade de 
produção de provas, ele já tem condições de receber uma sentença de mérito integralmente. 
3.4. JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO 
“Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou 
parcela deles: 
I -

Continue navegando