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Como o filme V de vingança tem relação com os dias atuais e suas influencias

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TRABALHO DE COMUNICAÇÃO E POLÍTICA
Por Alice Mendes de Albuquerque, Publicidade e propaganda Professor: MARCUS DICKSON Estácio – Belém - PA
Os conceitos de Utopia e Distopia são antagônicos, pois uma realidade utópica é um lugar perfeito, sem desigualdade, sem sofrimento e com liberdade. Já uma realidade com distopia, é repleta de desigualdade, opressão, sofrimento e autoritarismo. 
No filme “V de Vingança”, baseado nos quadrinhos, é bastante evidente esses dois conceitos. O protagonista chamado “V” representa a utopia, já que é contra a propriedade privada, o autoritarismo e a repressão, em contrapartida, é a favor da liberdade de expressão, além de ser uma figura anarquista. Por outro lado, é evidente que no Governo da realidade cinematográfica há uma recorrente referência ao autoritarismo à opressão e à desigualdade, com um controle de informações, fluxo de pessoas, culturas, ideias e ideais.
A ficção foi baseada na história real de Guy Fawkes (1570-1606) em sua conspiração da pólvora. A finalidade desse revolucionário católico era assassinar o rei protestante Jaime VI, em 5 de novembro de 1605 e explodir o Palácio de Westminster durante a tradicional cerimônia de abertura do parlamento, mas o Fawkes acabou sendo pego, torturado e morto. No filme, ‘‘V’’ utiliza uma máscara em alusão a Guy Fawkes e também é um revolucionário, ele deseja acabar com o regime autocrático da sociedade.
O sucesso da obra cinematográfica foi tanta que até hoje utiliza-se a máscara de Fawkes como um protesto às autoridades, além de ser usada como símbolo pelo coletivo virtual Anonymous. Hoje em dia a data 5 de Novembro é sempre lembrada nas redes sociais. V de vingança é um caso claro de que uma obra de ficção pode causar diversos impactos na sociedade, tanto é que a professora Denise Guimarães cita em seu artigo “Utopias, anacronias e distopias em V de vingança: das páginas para a tela” o seguinte trecho:
(...) V de Vingança demonstra como e com que força uma obra de ficção pode ser investida de sentidos episódicos e datados, por forças sincrônicas de conjuntura histórica. Deixando de lado as execráveis conotações terroristas, mais impactantes devido às inesperadas coincidências com os atentados reais, à época do lançamento do filme, poder-se-ia vislumbrar na narrativa analisada uma atualização ressignificada das utopias. Elas seriam um meio de conceber um mundo diferente, segundo explica Emile Durkheim, em escritos de 1912: “Este mundo novo (das crenças, representações e ideais) foi ela (a sociedade quem a construiu, construindo-se a si própria (...) (DURKHEIM, 1985, p. 604)
Apesar das inúmeras críticas que o filme apresenta, Denise explica que as questões religiosas continuam sendo bastante atuais. Segue um trecho da explicação:
“Segundo Ernst Cassirer, “De todos os fenômenos da cultura humana, o mito e a religião são os mais refratários a uma análise puramente lógica.” (CASSIRER, 1972, p. 121). Como assinala o autor, as questões religiosas, ainda hoje, continuam extremamente atuais.
 E a religião continua sendo um enigma e repleta de antinomias teóricas e contradições éticas [..] em sua aparência concreta tornase fonte das mais profundas dissensões e lutas fanáticas [...] oferecenos a promessa e a perspectiva de um mundo transcendental - muito além dos limites de nossa humana experiência – e continua humana, demasiado humana.” ( ibid.p.122) 
Muito embora meu artigo não pretenda enveredar pelo explosivo terreno das lutas religiosas, é imprescindível destacar que a narrativa de V de Vingança tem sua motivação em um conflito religioso de 1605: um frustrado levante católico que pretendia explodir o Parlamento britânico e assassinar o rei protestante Jaime I, num protesto à repressão política e religiosa da época.”
Portanto, é indubitável que a obra V de vingança seja uma crítica à opressão, desigualdade, autoritarismo, propriedade privada; causando diversos impactos positivos à sociedade, como a desmitificação do terrorismo, ressignificação as utopias, uma certa autoridade resgatada ao povo (quando o V diz para sua aprendiz “o povo não deve temer ao governo, mas o governo que deve ter medo de seu povo”) e um importante incentivo à leitura, cultura e ao conhecimento. Além de promover o símbolo da máscara de Fawkes utilizado até hoje.

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