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Psicanálise Clínica Cristã

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Prévia do material em texto

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DISCIPLINA
PSICOLOGIA
E PSICANÁLISE
CRISTÃ
APRESENTAÇÃO DO 
MATERIAL 
O material aqui presente tem como objetivo introduzir a aprendizagem dos discentes, 
anexando conteúdos livres no material, para enriquecimento dos mesmos. 
O conteúdo aqui apresentado possui dados legais, não dispondo, assim, de autor ou 
autores próprios. 
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INTRODUÇÃO 
A fim de ajudar as pessoas, a psicologia cristã e o aconselhamento buscam estimular o 
desenvolvimento da personalidade; ajudar os indivíduos a enfrentarem mais eficazmente 
os problemas da vida, o s conflitos íntimos e as emoções prejudiciais; promover 
encorajamento e orientação para aqueles que tenham perdido alguém querido u estejam 
sofrendo uma decepção; e para assistir as pessoas cujo padrão de vida lhes cause 
frustração e infelicidade. Além disso, a psicologia e o aconselhamento levam o indivíduo 
a uma relação pessoal com Jesus Cristo e seu alvo é ajudar outros a se tornarem, 
primeiramente discípulos de Cristo, desenvolver um bom ministério e depois estimularem 
outros. 
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Sumário 
PSICOLOGIA CRISTÃ E MINISTÉRIO PASTORAL ..................................................................................... 4 
PSICOLOGIA CRISTÃ: ÁREA E ESTUDOS ................................................................................................. 7 
PSICOLOGIA E FÉ ................................................................................................................................. 13 
INFLUÊNCIAS DA PSICANÁLISE ............................................................................................................ 15 
ANÁLISE DO EGO POR FREUD ............................................................................................................. 21 
DEFINIÇÕES DE PSICOLOGIA ............................................................................................................... 24 
INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS SOBRE A PSICOLOGIA .............................................................................. 26 
REFERÊNCIA 
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4 
CAPÍTULO 1 
PSICOLOGIA CRISTÃ E MINISTÉRIO PASTORAL 
Há alguns anos atrás um pastor 
de uma igreja nos Estados Unidos 
escreveu um artigo provocante sob o 
título. “O aconselhamento é uma perda 
de tempo”. Frustrado pelo seu pouco 
êxito em cuidar das pessoas, o escritor 
queixou-se de gastar horas e mais 
horas... Falando em infinito com grande 
número de pessoas que simplesmente 
não seguiam seus ensinos e conselhos. 
O líder da igreja foi suficientemente sincero para reconhecer que seu insucesso 
talvez resultasse do fato dele não ter as qualificações necessárias para desempenhar o seu 
papel de conselheiro e terapeuta com eficácia. Concordou também que existe lugar para 
discussões doutrinarias e bíblicas entre um ministro e um paroquiano, para falar sobre o 
casamento com os que estão se aproximando do altar, ou para ministrar pessoalmente aos 
que estão doentes e aos que sofrem. Mas concluiu que não há lugar para o aconselhamento 
pastoral tradicional tão pouco produtivo. 
Uma conclusão semelhante foi expressa recentemente pelo presidente de uma 
faculdade de quando afirmou que a única razão dos pastores aconselharem é com o intuito 
de desempenhar o papel de psiquiatra e alimentar o seu ego de maneira pouco saudável. 
Que o pastor deve se restringir a pregação da palavra e evitar ajudar as pessoas de forma 
terapêutica e com aconselhamento. 
A fim de ser mais eficaz, a igreja deve ter pastores capacitados para agir 
eficazmente como terapeutas na vida das pessoas que precisam ser ajudadas. Oferecendo 
um relacionamento genuíno e humano, grande parte da atuação dos terapeutas é supérflua 
e não tem relação com sua eficiência, de fato, muito do seu sucesso não tem qualquer 
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5 
ligação com o que fazem ou acontecem, trata-se de uma relação que não se caracteriza 
tanto pelas técnicas usadas pelo terapeuta, mas pelo que ele é, ou tenta fazer. 
JESUS CRISTO O EXEMPLO DE TERAPÊUTA 
Jesus Cristo é certamente o melhor exemplo que possuímos de um maravilhoso 
conselheiro, cuja personalidade, conhecimento e habilidade capacitaram-no eficazmente 
para assistir as pessoas que precisavam de ajuda. Quando tentamos analisar o 
aconselhamento de Jesus, existe sempre a tendência, inconsciente ou deliberada, de 
encarar o ministério de Cristo de modo a reforçar nossas próprias opiniões sobre como as 
pessoas são ajudadas. 
É indiscutivelmente mais exato afirmar que Jesus fez uso de varias técnicas de 
aconselhamento, dependendo da situação, da natureza do aconselhado e do problema 
especifico. Ele algumas vezes ouvia cuidadosamente as pessoas sem dar orientação, as 
claras, mas em outras ocasiões ensinava incisivamente. Ele encorajava e apoiava, embora 
também confrontasse e desafiasse. Jesus aceitava pessoas pecadoras e necessitadas, mas 
também exigia arrependimento, obediência e ação. 
A BÍBLIA RESPALDA O ACONSELHAMENTO: 
De acordo com a Bíblia, os cristãos devem ensinar tudo o que Cristo nos ordenou 
e ensinou. Isto inclui com certeza doutrinas a respeito de Deus, autoridade, salvação, 
crescimento espiritual, oração, a igreja, o futuro, anjos, demônios e a natureza humana. 
Todavia, Jesus também ensinou sobre o casamento, interação entre pais e filos, 
obediência, relações entre as raças, e liberdade tanto para homens como para as mulheres. 
Ele ensinou igualmente sobre assuntos pessoais como sexo, ansiedade, medo, solidão, 
duvida, orgulho, pecado e desanimo. 
Todas essas questões levam as pessoas procurarem ajuda do aconselhamento e 
terapêutica hoje. Quando Jesus tratava com as pessoas ele frequentemente ouvia suas 
perguntas e as aceitava antes de estimulá-las a pensar ou agir de modo diferente. Às vezes 
dizia o que deveria fazer, mas também orientava as pessoas para que resolvessem os seus 
problemas através de indagações hábeis e divinamente orientadas. 
Ensinar o que Cristo ensinou inclui instrução na doutrina, mas abrange também 
ajudar as pessoas a se entenderem melhor com Deus, com o próximo e consigo mesma. 
A PSICOLOGIA TEM CONDIÇÕES DE AJUDAR? 
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6 
A fim de ajudar e entender melhor o cristão, muitos líderes têm procurado as 
opiniões de psicólogos e outros profissionais que cuidam da saúde mental. A psicologia 
é naturalmente um campo de estudo altamente complexo e popular hoje em dia, tratando 
tanto do comportamento animal como o humano. O estudante universitário que faz um 
curso introdutório a psicologia geral, encontra com frequência uma porção de estatísticas, 
termos técnicos e dados científicos sobre inúmeros tópicos aparentemente sem 
importância. Os cursos a nível de seminário sobre o aconselhamento pastoral tendem a 
ser mais relevantes e concentrados nas pessoas. Mesmo assim o estudante talvez se perca 
num labirinto de teorias e técnicas pouco proveitosas quando se depara com um ser 
humano confuso e sofrendo. 
Isto levou escritores a rejeitarem a psicologia, inclusive a área do 
aconselhamento e a concluir que a Bíblia é tudo o que o cristão interessado em ajudar as 
pessoas precisa, Jay Adams, por exemplo, argumenta que os psiquiatras e provavelmente 
os psicólogos, usurparam o lugar dos pregadores e acharam-se perigosamente tentando 
modificar o comportamento das pessoas e seus valores de maneira ímpia. Este escrito de 
influencia não vê qualquer possibilidade da psicologia ou ramos afins virem a auxiliar o 
líder de igreja a aconselhar mais eficazmente. 
Como um campo de estudo, a psicologia cientifica tem cerca de 100 anos de 
idade, durante o século passado, Deus permitiu que os psicólogos desenvolvessem 
instrumentos de pesquisas para o estudo do comportamento humano, e publicações 
profissionais para apresentarem suas descobertas. Centenas de milharesde pessoas 
buscaram ajuda e os conselheiros profissionais, aprenderam o que faz as pessoas reagirem 
e como podem mudar. Nosso conhecimento está longe de ser completo e perfeito, mas a 
pesquisa psicológica cuidadosa e as análises de dados levaram a um vasto reservatório de 
conclusões sabidamente úteis aos aconselhados e a quem quer que se disponha a ajudar 
eficazmente as pessoas. Até mesmo os que querem pôr de lado o campo da psicologia, 
usam frequentemente termos psicológicos em seus escritos de origem psicológica em seu 
aconselhamento. 
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7 
CAPÍTULO 2 
PSICOLOGIA CRISTÃ: ÁREA E ESTUDOS 
É impossível descartar a ideia de que a psicologia não possa ajudar ao pastor conselheiro, 
e evitar o seu uso diante dos problemas hoje enfrentados pelas igrejas pós-moderna. Há uma 
necessidade de o líder ter um conhecimento vasto em todas as áreas possíveis, principalmente no 
comportamento humano. Vejamos o que abrange: 
1. Ansiedade
2. Solidão
3. Depressão
4. Ira
5. Culpa
6. Vida dos solteiros
7. Escolha do companheiro
8. Vida dos casados
9. Problemas conjugais
10. Divorcio no casamento
11. Educação dos filhos
12. Sexo na adolescência
13. Sexo no casamento
14. Homossexualismo
15. Drogas e álcool
16. Doenças
17. Lutos
18. Traumas
19. Problemas espirituais
20. Crescimento espiritual
21. Relacionamento com as pessoas
22. Comportamento social
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8 
ESTUDO DA PSICOLOGIA CRISTÃ E SUA FAIXA ETÁRIA
A psicologia cristã se faz necessário na vida do pastor e no seu ministério, o entendimento 
e a compreensão em conhecer as pessoas fazem com que o seu aconselhamento seja eficaz. Com 
isso trazendo estrutura emocional, social e religiosa para os membros de sua igreja. Vejamos algumas 
características que precisam ser conhecidas para o bom desempenho do ministério: 
1- CRIANÇAS - DE 4 – 5 ANOS:
 Características físicas: a criança nesta idade tem um crescimento rápido físico-
muscular, grande energia, e ativa, cansa facilmente, gosta de ajudar e estar com os outros. 
 Características mentais: a criança mentalmente está em desenvolvimento, sua
atenção é limitada, dependendo do interesse concentra-se até no máximo grau. Vocabulário 
limitado, frases curtas, é curiosa, e perguntadora, gosta de manter conversa ou as vezes confirmar 
suas próprias opiniões, tem capacidade de aprender com facilidade e esquecer com a mesma 
facilidade, sua imaginação é ativa. Ela entende literalmente, nem distingue o real do imaginário. 
 Características emocionais: a criança é emocional e bondosa, gosta de ajudar, é
explosiva, teimosa, medrosa, sente ciúmes e demonstra, gosta de ritmos. 
 Características sociais: a criança socialmente é egoísta e sente necessidade de
aprovação social, isto aumenta seu círculo de amigos, não gosta de brinquedos isolados. Aprende a 
abafar seu egoísmo quando se sujeita ao grupo. 
 Características espirituais: a criança espiritualmente está aberta para ouvir respeito
de Deus e de Jesus, começam a reconhecer o certo e errado sua consciência é sensível e aceita 
alegremente o plano de salvação, são confiantes em Deus e nas pessoas a sua volta. 
 Características musicais: a criança tem seu espírito aberto para a musica, gosta de
ritmos e de cantar. 
2- CRIANÇA - DE 6 – 8 ANOS:
 Características físicas: ativa e essa natureza ativa exigem que os músculos se
exercitem muito, gostam de correr, brincar, pular corda. Quando planejar aulas na EBD, deve incluir 
muitas atividades, corinhos gesticulados, marcha, etc. nessa idade tem crescimento desigual seus 
músculos vão se desenvolvendo lentamente, devem procurar os trabalhos de períodos curtos e 
práticos, evitarem trabalho detalhado. Preferem fazer do que prestar atenção, gostam de construir, 
ter oportunidades para fazer algo, sentimentos aguçados, são bastante ásperas, sujeitas as doenças 
exemplo: sarampo, catapora, etc. menos dependentes, são mais independentes já querem tomar 
banho sozinhos, levar o material para a escola, atravessar as ruas sozinhos e não gostam de pegar 
na mão para andar. 
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 Características mentais: aprendendo a ler e escrever, deve deixar ler revistas e
decorar versículos bíblicos simples. Gostam de jogos de números, caça palavras, tiram falsas 
conclusões, tem boa imaginação, é capaz de transformar cabo de vassoura em cavalo veloz, caixote 
em trem e carro, boneca em filho, dramatiza toda história. 
 Características sociais: a criança nesta idade ainda está em fase de expansão. Ela
gosta de muitas amizades, gosta de conversar, e não aprecia a solidão, começa a descobrir o mundo 
que a cerca. Ela logo quer ser adulta, gente grande, não gosta de chamado de pequeno. 
 Características emocionais: a emoção está ligada ao físico, e bem estar psicológico.
É impaciente, agitada, devemos oferecer ambiente calmo, saudável, arejado e bem limpo. São 
tímidas, tem dificuldade de participar de algumas atividades, devemos elogiar ao terminar qualquer 
tarefa. 
 Características espirituais: por ser religiosa não queremos dizer que seja crente ou
convertida, mas em cada criança existe um impulso religioso que se manifesta em amor, reverencia 
uma fé que confia completamente nos pais e pessoas amigas. Apesar de possuir esse impulso 
religioso, a criança ao mesmo tempo herda de Adão a natureza pecaminosa, precisa de Cristo com 
Salvador, logo que chega a conhecer o mal e o bem. Devidamente ensinada e guiada nesse período 
a criança inclina-se para Deus abrindo alegre e espontaneamente o seu coração. Algumas crianças 
sentem a culpa do pecado mais cedo do que a outra. O principal trabalho do orientador é preparar 
o coração para a conversão. Elas têm amor e compromisso, por exemplo:
 Gostam da EBD
 Tem fé na oração
 Curioso acerca da morte
 Tem o sentido sobrenatural
 Sensíveis ao amor
 Características musicais: a criança desperta para a música logo cedo deve ensinar
cânticos que o envolva e o motive. Motiva-los a entrar em uma escola de música. 
3- ADOLESCENTE – 12-14 ANOS:
De maneira geral reconhece-se como início da adolescência o aparecimento da puberdade, 
por volta dos 12 anos, sendo que seu termino ocorre quando o jovem se transforma em adulto. Neste 
caso, os fatores mentais, físicos, e espirituais determinam o comportamento do jovem. É 
principalmente a época de formação do caráter. As experiências da infância, grandemente 
influenciam o desenvolvimento do caráter, mas é durante a adolescência que a personal idade 
emerge na sua total idade e independência no indivíduo. Durante este período as forças interiores 
se fazem sentir de tal modo, que determinam as possibilidades de virtudes ou vícios. 
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 Campo físico: nesta fase o crescimento é muito rápido nas meninas com 12 anos e
nos rapazes com 15 anos. Podem crescer de 10 a 12 cm, e engordam por volta de 12 kg em apenas 
um ano. Existem mudanças na voz muito difícil de dominar, existem também desarranjos na pele, 
consciência de sexo. 
 Campo sentimental: são hiper-sensiveis devido às mudanças acentuadas em sua
musculatura, distendendo assim os seus nervos partindo do seu sistema nervoso central. Devemos 
ter cuidados em não feri-los, pois já são por si próprios julgados e rejeitados, bastante emotivo, 
podemos canalizar esta característica evidenciando-lhe o amor que devemos ter as amas perdidas, 
ele poderá ser útil nesse campo. 
 Campo mental: atenção voluntária, esta capacidade aumenta a cada dia, muito
embora o grande problema apresentado por terceiros, seja a falta de atenção. Ocorre que, quando 
o adolescente tem interesse são capazes de prestar atenção voluntária e consciente, por mais temo
que o de menos idade. Capacidade de memorização, julgamento e raciocínio muito rápido. 
 Campo social: o adolescente de hoje é praticamente absolvido por fortes
influencias, tanto na sociedade, por meioambiente, escolas, amizades, família, e a igreja para a 
formação da personalidade. 
 Campo espiritual: as maiorias de conversões ocorrerem antes dos 17 anos. Com o
desenvolvimento da personalidade e a consciência do eu, o adolescente mais jovem sente-se 
insuficiente e precisa de ajuda divina. O adolescente salvo voltará a examinar novamente tudo que 
aprendeu nos anos anteriores, para ele também haverá problemas, mas serão minorados pela 
presença do Espírito Santo em sua vida. 
MOCIDADE – 15 -24 ANOS (COLEGIAL UNIVERSITÁRIO E PROFISSIONAL): 
 Fisicamente: não aceitam as suas características físicas, peso avantajado, nariz
grande demais, pele muito escura, cabelos são lisos demais ou crespos demais, outros se preocupam 
com a sua altura, etc. como conselheiro você deve enfatizar o fato de que a verdadeira beleza é 
interior, que surge quando começamos agradecer a Deus pela maneira que ele nos fez. As maiorias 
já são donas de sua vida, e por isso, tem a tendência de se descuidar da saúde, abusam nos esportes, 
gastam muita energia, precisamos avisá-los do fato que o corpo necessita de repouso, higiene e 
alimentação adequada. 
 Mentalmente: sua capacidade de raciocínio já esta desenvolvida e eles querem ter
liberdade para discutir assuntos que provoquem polêmica. Os mais preferidos são de ordem 
mundial, filosóficos e ideológicos. Gostam muito de falar do sexo oposto, gostam também de falar 
de assuntos práticos que estejam relacionados com sua vida e carreira. 
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 Socialmente: gostam de uma boa reunião social, a igreja tem a responsabilidade
informais, devemos dar oportunidades para eles falarem, discutirem, etc. gostam de amizades intima 
com um grupo reduzido de indivíduos, devemos promover um ambiente social cristão. Eles querem 
dirigir, devemos treinar e formá-los como líderes. 
 Emocionalmente: os jovens emocionalmente já são definidos que os adolescentes.
Eles já pensam no futuro em relação à pessoa que vai se casar a necessidade de comprar uma casa, 
qual a melhor carreira a seguir. Todas estas perguntas e outras precisam ser respondidas 
corretamente e por isso o conselheiro deve mostrar para os jovens que Deus sabe de todas as coisas 
as suas necessidades. E que ele tem a respostas para todas as perguntas. 
 Espiritualmente: nesta idade tem um ideal religioso, eles pensam em Deus como
personalidade. É uma idade culminante para a conversão, porem quer uma razão para a sua fé, e de 
tal maneira que supra as suas dúvidas, querem ver os princípios na pratica pregados no púlpito. 
Amor, compreensão, respeito, etc. querem ver a igreja como um organismo e não uma organização. 
5- ADULTOS:
Uma pessoa começa a ser adulta aos 21 anos de idade. As estatísticas demonstram que o 
período de vida em evidencia é a dos adultos. Compreende-se esse ponto por se na idade adulta que 
a pessoa geralmente obtém maior maior índice de realização. Nem sempre o adulto atinge físico, 
mental e espiritualmente, o mesmo grau de maturidade. Podemos encontrar adultos no físico, mas 
não na mente e espírito. Não estamos fazendo alusão ao estado adulto que tendo aceitado Cristo, 
torna-se igual a uma criança. As características de crianças assimiladas salvos são estas: fé, 
reverência, ingenuidade, afeição, sinceridade, naturalidade, disposição, disposição para aprender, 
isenção de ânimo. 
DE 21 A 40 ANOS: o seu vigor físico está no auge. Tem condições e potencial para aceitar e 
desenvolver grandes trabalhos na igreja, mentalmente as suas condições são boas. Formado, tem 
experiência, pode ser aproveitado com professor ou líder, socialmente equilibrado sua capacidade 
de liderança é promissora. 
Emocionalmente esta idade ode perturbar-se quanto a problema orçamentários. Não pode 
deixar de ser devidamente orientado em todos os serviços prestados para as pessoas. 
Espiritualmente tem condições de alcançar maturidade. É uma idade em que a vida devocional poder 
ser relegada a segundo plano. 
DE 41 A 65 ANOS: quanto ao físico começa a enfrentar o problema da obesidade e vê a 
saúde em declínio. Mentalmente começa a voltar para si mesmo, reflete, pensa, medita, 
faz 
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12 
introspecção. Não tira conclusões apressadas, mas cede ante ponderações firmes e lógicas. 
Desinteressa-se por reuniões sociais, deve ser analisado e ajudado quanto a este ponto. A comunhão 
com os irmãos é importante, não pode se descuidada. Mostra-se sensível, embora não se preocupe 
com os que os outros vão pensar. Do ponto de vista emocional começam as frustrações os 
desânimos, devem ser amparados quanto a este ângulo. Induzirem-los a pensar-nos outros, 
espiritualmente merecem a nossa maior atenção, pois se inclinam nesta faixa e etária a ter hábitos 
fixos, opiniões próprias. 
DEPOIS DE 66 ANOS: fisicamente está em declínio, sua saúde começa inspirar cuidados, é 
importante que se sinta útil e desejado. Pode ser aproveitado em trabalhos relativos à igreja. Sua 
mente está passando por independência, quer sentir-se livre. Socialmente ao receber visitas de 
pessoas mais jovens, pode falar de suas experiências e de seus pontos de vistas. Espiritualmente 
pode e deve ser aproveitado. O adulto nesta idade é um baluarte da intercessão e súplica. 
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CAPÍTULO 3 
PSICOLOGIA E FÉ 
Não é surpresa que a natureza 
favoreça genes que promovam uma 
inclinação à fé. Muitos estudos recentes 
sugerem que as pessoas religiosas podem 
viver mais do que os menos religiosos. 
Um estudo com cerca de 4.000 pessoas 
na Carolina do Norte, por exemplo, 
descobriu que frequentadores da igreja 
tinham 46% menos riscos de morrer num 
período de seis anos do que aqueles que 
não frequentavam. 
Outro estudo envolvendo 126,000 participantes sugere que alguém de 20 anos 
de idade que vai a igreja poder viver sete anos a mais do que uma pessoa similar que não 
participa de práticas religiosas. Em parte a religião costuma adotar estilos de vida mais 
saudáveis as pessoas não fumam, não bebem bebidas alcoólicas, e a fé pode dar força 
para que as pessoas superem doenças, afinal se a “crença nos placebos funciona, porque 
não a fé em Deus? ”. 
Outra possibilidade envolver a química cerebral. “Genes” que promovem o 
espiritualismo põem fazer isso, em parte, ao estimular mensageiros químicos no cérebro 
como a Dopamina, que deixa as pessoas otimistas e sociáveis, e talvez mais disposição a 
ter filhos Dopamina é muito complexa, mas aparece ligada tanto ao espiritualismo quanto 
a promiscuidade, possivelmente explicando alguns escândalos da igreja. 
Biologistas evolutivos também sugerem que uma inclinação ao espiritualismo 
pode ter feito antigos humanos, mais dispostos a seguir curandeiros, ou outros líderes que 
clamam apoio divino. 
Outra pesquisa sugere é que a sociedade pós-industrial, não vai deixar a religião 
para trás facilmente. A fé pode ser tranquila em muitos círculos hoje em dia, ou dirigida 
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14 
a ioga e meditação, mas não é algo que humanos podem facilmente abandonar. Uma 
propensão a algum tipo de fé parece ser embutida em nós como uma parte profunda da 
existência humana, tão complexo e talvez inexplicável como o modo de amar e rir. 
Deus permite que a ciência descubra estas coisas pra que sirvam de motivação 
para que estejamos munidos de mais argumentos para afirmar que somos 
verdadeiramente criados por Deus e possuidores de uma prova genética viva deste fato. 
Isso veio nos fortalecer. “Contra fatos não há argumentos”. 
A verdadeira psicologia “Estudo da alma” pode ser praticada por cristãos, pois 
só esse tem os recursos para a compreensão e a transformação da alma. As escrituras são 
o manual para todo trabalho na alma e são tão compreensíveis nos diagnósticos e no
tratamento de cada questão espiritual que, aplicadas pelo Espírito Santo na pessoa 
resultam em transformação das pessoasa imagem de Jesus Cristo. 
A santificação espiritual é o caminho para a integridade, será que voltaríamos as 
costas para o Maravilhoso Conselheiro, a fonte de água viva, para darmos ouvidos a teoria 
Behavioristas? No entanto se alguém for um verdadeiro psicólogo cristão, haverá de fazer 
o trabalho da alma utilizando as coisas profundas à palavra de do Espírito. O conselheiro
mais capaz é aquele que, com muita prudência, fidelidade e oração, aplica a santificação 
divina, moldando seu semelhante a imagem de Jesus Cristo. (Mcarthur) 
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15 
CAPÍTULO 4 
INFLUÊNCIAS DA PSICANÁLISE 
Perls foi um profundo conhecedor do ser humano e foi buscar onde pôde os 
conhecimentos necessários a esta compreensão. Envolveu-se pessoalmente com alguns 
movimentos psicoterapêuticos e passou à sua Gestalt o que ali encontrou de positivo e 
útil à compreensão do homem. 
Psicanálise: 
Freud escreveu em 1922 em As pedras angulares da terapêutica psicanalítica: 
“A afirmação concernente à existência de processos mentais inconscientes, a 
adesão à teoria da resistência e do recalque, a importância atribuída à sexualidade e ao 
complexo de Édipo; esses são os pontos essenciais de que trata a psicanálise, e também 
os fundamentos de sua teoria. Quem não os aceita de forma global, não poderá se incluir 
no rol dos psicanalistas”. 
Eis Perls riscado da lista, sem apelação! ... Mas, afinal, ele não foi o único 
“excomungado” pelo mestre: Adler, Jung, Stekel, Rank, Reich e outros. 
ALGUNS COLABORADORES: 
Sàndor Ferenczi ( 1873-1933) 
Parece-me, de fato, que ele é o “avô” da Gestalt-terapia; um dos verdadeiros 
precursores. 
“Ferenczi era o ‘romântico’ entre os psicanalistas, considerado como ‘criança 
rebelde’ por seus colegas; Freud chamava-o de ‘meu querido filho’. 
A partir de 1908, eles se tornaram amigos íntimos, o que duraria até o fim da 
vida de Ferenczi. Ele fez sua análise pessoal com Freud e passaram juntos muitos verões. 
De todos os discípulos de Freud foi aquele que deu o maior número de contribuições 
originárias à psicanálise. Foi ele que propôs, em 1910, por sugestão de Freud, a criação 
da Associação Psicanalítica Internacional. Ele criou também a primeira cátedra mundial 
de ensino universitário de psicanálise. 
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16 
Mas é preciso voltar à Gestalt, enumerando rapidamente algumas das muitas 
idéias e práticas de Ferenczi, emprestadas, desenvolvidas ou recuperadas por Perls e seus 
sucessores. 
Ferenczi era muito atento ao corpo: observava os pequenos movimentos, as 
modificações corporais, as mudanças de voz que acompanham as associações e 
interpretações verbais. Não hesitou em propor exercícios físicos durante o tratamento- 
entre os quais o “enraizamento” ou “grounding”, caro aos bioenergéticos (e alguns 
gestaltistas). 
Ferenczi sempre enfatizou que o psicanalista devia trabalhar com os 
componentes próprios à sua personalidade, com “elasticidade técnica”. Este princípio 
continua sendo caro a todos os Gestalt-terapeutas, que buscam deliberadamente seu 
“estilo” pessoal específico. 
Em 1920, a conselho de Freud, ele inaugurou sua “técnica ativa”, que lhe valeria 
depois muitas críticas: de fato, suas intervenções eram orientadas de acordo com as 
necessidades do cliente e quase sempre apresentadas sob a forma de sugestões abertas ou 
proposições de dramatização corporal simbólica das fantasias. 
É preciso lembrar aqui, que o próprio Freud estava longe de ser sempre neutro 
ou frustrante: ele falava bastante durante as sessões, eventualmente dava conselhos... e, 
às vezes, até ajuda financeira! 
A partir de 1927, Ferenczi renunciou à posição tradicional sistematicamente 
frustrante, para aparecer, ao contrário, se fosse o caso, como uma imagem gratificante, 
deliberadamente positiva, até maternal, e dava aos seus clientes sinais de afeição verbais 
e físicos, propondo-lhes assim experiências narcísicas “reparadoras”, compensando uma 
carência precoce de ternura. 
Fritz e Laura Perls foram iniciados nas técnicas ativas de maternagem, 
principalmente para clientes gravemente perturbados. 
Carl Gustav Jung (1875-1961) 
Conheceu Freud em 1907 e foi “fulminante”. Tornou-se seu amigo e Freud o 
escolheu (com Ferenczi) para acompanhá-lo aos EUA por sete semanas... Mas, em 1912, 
veio o rompimento. 
Não cabe aqui resumir sua obra monumental (mais de 20 volumes), mas 
devemos assinalar a importância particular sobre os gestaltistas de hoje: 
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17 
- a atitude ativa do terapeuta, ao mesmo tempo “espelho” e parceiro, que se
permite sair de sua reserva e dialogar com o cliente, informando-o sobre o que sente. O 
paciente não é para ele um ser subordinado. Pode-se dizer que “a psicologia de Jung é 
uma psicologia da mãe, enquanto a de Freud é a do pai”; 
- a abordagem clínica e humanista prevalece sobre a metapsicologia teórica. A
terapia vai ao encontro do desenvolvimento pessoal e da busca de sabedoria. “A 
psicoterapia não trata de neuroses, mas de seres humanos”; 
- no que diz respeito à neurose, sua posição é semelhante a de Perls: “Uma
neurose é sinal de um acúmulo de energia do inconsciente, a ponto de se tornar uma carga 
capaz de explodir”. Para ele, a neurose está ligada à recusa em reconhecer a autonomia e 
a riqueza criadora do inconsciente individual e coletivo. Na Gesltalt, o inconsciente é 
considerado um reservatório de potencialidades futuras; 
- ênfase na experiência vivida;
- receptividade aos sinais exteriores, como reflexos das disposições interiores;
- referência constante à complementariedade dos opostos.
Jung, como Perls, interessava-se mais pelo processo psíquico em curso do que 
pelas estruturas profundas. 
Atribuía um lugar central à projeção, da qual a transferência pode ser uma 
manifestação. 
Preconizava o diálogo interior, numa espécie de “teatro interior” com as partes 
“personificadas” do cliente. 
Donald Winnicott (1896-1971) 
Um dos psicanalistas contemporâneos cujas teses são as mais próximas das teses 
da Gestalt. 
- influenciado pela fenomenologia;
- baseia sua clínica nas relações entre a criança pequena e seu meio;
- concede tanto espaço, senão mais, às necessidades quanto às pulsões (e por isso
foi rejeitado por certos psicanalistas); 
- dá um valor significativo à experiência, ao seu desenrolar, e, assim, ao
processo; 
- não considera “exteriorização” agir no contexto terapêutico;
- usa a interpretação com prudência e parcimônia;
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18 
- privilegia o jogo e a criatividade, e, com isso, um certo relacionamento entre
ele e seu cliente. 
Winnicott é muito atento à maneira como o paciente se expressa (e não somente 
ao conteúdo do que diz): um discurso bem estruturado, com uma voz artificial, 
“desabitada”, pode denunciar um “falso self”, adaptado e submisso, simples casca que 
tenta substituir um núcleo frágil para protegê-lo. 
Winnicott, assim como Karen Horney, enfatiza a necessidade primordial de 
segurança e de aprovação, que antecede qualquer aspiração à independência e precede a 
“capacidade de ser só” (que para o bebê é a certeza interior do retorno iminente da mãe). 
Partindo da mesma hipótese implícita, encontramos sempre, nos grupos 
contínuos de Gestalt, a preocupação de criar, nas primeiras sessões, um clima caloroso de 
confiança e segurança. (que não deve, é claro, “resvalar” para uma “ilusão grupal” , 
fusional, favorecendo a confluência, em vez de preparar a segurança necessária à 
independência). 
Enfim, lembrarei o conceito winnicotiano de objeto transicional (bicho de 
pelúcia, ponta do cobertor, etc.), que representa a mãe. Parece que a utilização eventual, 
em Gestalt, de uma almofada ou de um objeto que pode representar um personagem 
ausente, investido afetivamente (um dos pais, por exemplo – ou um cônjuge), tem certa 
analogia com essa noção. 
Wilhelm Reich ( 1897-1957) 
Começou muitojovem como psicanalista, pois era ainda estudante de medicina 
e tinha somente 23 anos quando foi admitido, em 1920, na Sociedade Psicanalítica de 
Viena, pouco depois de ter encontrado Freud. 
Mais tarde, como vimos, seria o quarto analista de Perls, logo antes da sua 
exclusão da Sociedade Psicanalítica Internacional (1934). 
Reich atribuiu ao acúmulo de tensão sexual genital a origem da agressividade e 
insistiu na “função do orgasmo”. 
Mas, preocupava Reich, o fato de que, muitas vezes, no fim de uma análise, o 
esclarecimento do sentido insconsciente de um sintoma não acarretava automaticamente 
seu desaparecimento, e isso parecia não incomodar nem um pouco a maioria de seus 
colegas psicanalistas. 
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Propôs então a “análise do caráter” e procurou dissipar a couraça do caráter ou 
couraça muscular – resistência constituída contra a angústia – e restabelecer a livre 
circulação do fluxo energético. 
Achava que é preciso encorajar uma forma de expressão total do cliente e não só 
seu discurso verbal, mas, ao contrário de seu aluno, Alexander Lowen, fundador da 
análise bioenergética, nunca intervinha corporalmente durante o tratamento: o paciente 
ficava deitado no divã. Reich observava atentamente sua respiração, sua postura, as 
inflexões de sua voz, mas só excepcionalmente tocava em seu maxilar ou seu esterno. 
Insistia também na primazia do como sobre o porquê, na forma e não só no 
conteúdo das mensagens. 
Perls relaciona o trabalho da Gestalt e Reich nas seguintes formulações: 
- a convicção de que as lembranças devem ser acompanhas dos afetos ligados a
estas lembranças. Perls era muito claro, quando dizia que trabalhar alguma coisa que não 
é sentida, experenciada, aqui e agora, é uma perda de tempo. 
- o corpo deve estar presente no ato psicoterapêutico. Reich falava da couraça
muscular (com seu equivalente psíquico) como forma de resistência e Perls afirmava que 
a resistência é função do organismo como um todo. Perls falava da linguagem 
psicossomática, chamando a atenção para toda e qualquer forma de comunicação não-
verbal. O corpo é o aqui e agora, é o fenômeno que se revela, é, por assim dizer, a 
intencionalidade da existência passada. 
Como dizia Reich: “O mundo total da experiência passada incorpora-se ao 
presente sob a forma de atitudes de caráter. O caráter de uma pessoa é a soma total 
funcional de todas as experiências passadas”. 
Do ponto de vista gestáltico e reichiano, tal visão da estruturação da 
personalidade tem implicações imediatas na análise e manejo do comportamento humano. 
- Posição comum entre Reich e Perls é o trabalho através da frustração. Perls
afirma que o crescimento acontece através da frustração que o psicoterapeuta deve ser 
uma mistura de simpatia e frustração. Ele deve dar suporte e frustrar ao mesmo tempo. 
O cliente deve ver suas formas de manipulação. 
Pretende-se através do trabalho com a frustração levar a pessoa a uma constante 
busca de auto regulação e à formação de novas gestalts. 
Perls chamava a atenção para o uso indiscriminado de técnicas por pessoas que 
se dizem gestaltistas. “Mas as técnicas foram inventadas para usos restritos e devem ser 
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20 
empregadas quando adequadas, ainda sofrendo modificações de caso para caso. Reich 
declarou enfaticamente que para cada paciente, em cada momento dado, existe apenas 
uma técnica e que esta técnica tem que ser derivada das circunstâncias individuais de cada 
um.” 
Com a multiplicação dessas referências, eu quis mostrar a relação da Gestalt com 
as diversas correntes psicanalíticas: Ela tanto se inspira, quanto se opõe a elas. 
Seria vão, aliás, estabelecer uma competição entre essas diversas abordagens, 
cada vez mais complementares e cujas indicações específicas deveriam ser precisadas. 
A genialidade de Perls foi justamente integrar múltiplas influências em uma 
“Gestalt” coerente e nova, alimentando uma prática eficaz, que associa as principais 
correntes terapêuticas e filosóficas desta segunda metade do século. 
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21 
CAPÍTULO 5 
ANÁLISE DO EGO POR FREUD 
"Libido é expressão extraída da teoria das emoções. Damos esse nome à energia, 
considerada como uma magnitude quantitativa (embora na realidade não seja 
presentemente mensurável), daqueles instintos que têm a ver com tudo o que pode ser 
abrangido sob a palavra ‘amor’. O núcleo do que queremos significar por amor consiste 
naturalmente (e é isso que comumente é chamado de amor e que os poetas cantam) no 
amor sexual, com a união sexual como objetivo. Mas não isolamos disso - que, em 
qualquer caso, tem sua parte no nome ‘amor’ -, por um lado, o amor próprio, e, por outro, 
o amor pelos pais e pelos filhos, a amizade e o amor pela humanidade em geral, bem
como a devoção a objetos concretos e a idéias abstratas. Nossa justificativa reside no fato 
de que a pesquisa psicanalítica nos ensinou que todas essas tendências constituem 
expressão dos mesmos impulsos instintuais; nas relações entre os sexos, esses impulsos 
forçam seu caminho no sentido da união sexual, mas, em outras circunstâncias, são 
desviados desse objetivo ou impedidos de atingi-lo, embora sempre conservem o bastante 
de sua natureza original para manter reconhecível sua identidade (como em características 
tais como o anseio de proximidade e o auto-sacrifício). 
Somos de opinião, pois, que a linguagem efetuou uma unificação inteiramente 
justificável ao criar a palavra ‘amor’ com seus numerosos usos, e que não podemos fazer 
nada melhor senão tomá-la também como base de nossas discussões e exposições 
científicas. Por chegar a essa decisão, a psicanálise desencadeou uma tormenta de 
indignação, como se fosse culpada de um ato de ultrajante inovação. Contudo, não fez 
nada de original em tomar o amor nesse sentido ‘mais amplo’. Em sua origem, função e 
relação com o amor sexual, o ‘Eros’ do filósofo Platão coincide exatamente com a força 
amorosa, a libido da psicanálise, tal como foi pormenorizadamente demonstrado por 
Nachmansohn (1915) e Pfister (1921), e, quando o apóstolo Paulo, em sua famosa 
Epístola aos Coríntios, louva o amor sobre tudo o mais, certamente o entende no mesmo 
sentido ‘mais amplo’. Mas isso apenas demonstra que os homens nem sempre levam a 
sério seus grandes pensadores, mesmo quando mais professam admirá-los. 
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A psicanálise, portanto, dá a esses instintos amorosos o nome de instintos 
sexuais, a potiori e em razão de sua origem. A maioria das pessoas ‘instruídas’ encarou 
essa nomenclatura como um insulto e fez sua vingança retribuindo à psicanálise a pecha 
de ‘pansexualismo’. Qualquer pessoa que considere o sexo como algo mortificante e 
humilhante para a natureza humana está livre para empregar as expressões mais polidas 
‘Eros’ e ‘erótico’. 
Eu poderia ter procedido assim desde o começo e me teria poupado muita 
oposição. Mas não quis fazê-lo, porque me apraz evitar fazer concessões à 
pusilanimidade. Nunca se pode dizer até onde esse caminho nos levará; cede-se primeiro 
em palavras e depois, pouco a pouco, em substância também. Não posso ver mérito algum 
em se ter vergonha do sexo; a palavra grega ‘Eros’, destinada a suavizar a afronta, ao final 
nada mais é do que tradução de nossa palavra alemã Liebe [amor], e finalmente, aquele 
que sabe esperar não precisa de fazer concessões." 
Trecho de "Psicologia de Grupo e a análise do ego" (1921) [ES, XVIII, 115-
17] 
A Psicologia, enquanto tentativa de conhecer o comportamento humano, tem 
sido através dos tempos uma atividade natural do ser humano, praticada informal e 
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23 
assistematicamente no cotidiano das pessoas, nas situações mais curiosas e com vários 
sentidos. Estamos a falar da chamada Psicologia do senso comum, resultado das 
experiências de vida dos homens em geral, e que,por isso mesmo, na maior parte das 
vezes se constitui de erros e acertos. Já a Psicologia enquanto ciência que busca 
compreender o processo evolutivo e o comportamento do ser humano tem sua origem 
inegavelmente nas especulações mais remotas, emergidas do dia-a-dia do senso comum, 
para uma atividade mais sistemática, mais racional, profundamente influenciada pela 
visão de mundo do investigador, pelo seu sistema de crenças e valores – a Filosofia. 
Muitas e significativas foram às influências da Filosofia no processo de cientificação da 
Psicologia, as quais serão, por nós, oportunamente estudadas. 
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24 
CAPÍTULO 6 
DEFINIÇÕES DE PSICOLOGIA 
O termo “Psicologia” tem origem grega, sendo derivado da junção de duas 
palavras - Psyché e logos - significando o “estudo da mente ou da alma”. Mas, vejamos: 
como se define Psicologia? Em meio a uma gama variada de definições, hoje, define-se 
Psicologia como a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais do ser 
humano. 
Embora ainda existam controvérsias entre os teóricos a respeito de ter ou não 
alcançado um estatuto de ciência, já é claro, entretanto, que a Psicologia já é 
unanimemente reconhecida na cultura ocidental contemporânea. É, pois, a atividade 
humana de busca do conhecimento sobre a realidade do ser humano, de forma 
metodológica e sistemática, ordenada e orientada pelo uso da razão e de um método 
caracterizado como científico, para a construção de um corpo coerente e coeso de 
informações verdadeiras sobre o homem, seu objeto de estudo. 
Pense conosco: Conceber que a Psicologia evoluiu e evolui através dos tempos, 
também implica reconhecer que ela também construiu uma evolução científica. Isto quer 
dizer que hoje existem métodos específicos de seu domínio, para o estudo de seu objeto, 
o qual também já está definido, recortado da realidade como um objeto determinado e
delimitado – o homem, seu comportamento e sua subjetividade. Posto isto, não há como 
negarmos que o objeto de estudo da Psicologia, por sua própria natureza e essência, é 
amplo, em possibilidades, traçando para a Psicologia, por sua vez, um âmbito de atuação 
que cobre um amplo espectro de assuntos. 
O OBJETO DE ESTUDO dessa ciência admite: 
>as funções básicas do comportamento humano (aprendizagem, memória,
linguagem, pensamento, emoções e motivações); 
>questões sociais, típicas da natureza gregária e das formas de vida social do Ser
humano; 
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>os ciclos de vida e os aspectos do processo de desenvolvimento do Ser humano;
>a saúde, suas perturbações e as patologias apresentadas pelo Ser humano, bem como
pelas organizações humanas. 
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26 
CAPÍTULO 7 
INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS SOBRE A 
PSICOLOGIA 
Agora, como combinado antes, vamos ver brevemente em que termos a Filosofia 
e a Psicologia se relacionaram. Os antecedentes da Psicologia moderna apontam para uma 
forte tradição filosófica em sua origem. Desde a Antiguidade, os filósofos se ocuparam 
com os mesmos questionamentos, as mesmas reflexões acerca da natureza do ser humano, 
os quais permanecem sendo investigados pelos psicólogos até hoje. Contudo, a distinção 
significativa entre a Psicologia moderna e seus antecedentes filosóficos aponta para a 
abordagem metodológica e as técnicas empregadas, por uma e por outra, no estudo da 
natureza humana. 
Vejamos: Desde a Antiguidade Clássica até o último quarto do século XIX, os 
filósofos preocupavam-se em estudar a natureza humana e para isso empregavam como 
método a especulação, a intuição e a generalização baseadas em sua limitada experiência 
sensorial. Já no século XVII, a filosofia que iria alimentar a nova Psicologia estava 
impregnada do espírito do mecanicismo, o qual concebia o universo como uma grande 
máquina. Segundo essa doutrina, todos os processos naturais podem ser explicados pelas 
leis da física, porque são mecanicamente determinados. Como era, então, o panorama 
dessa época? A ciência se desenvolvia, métodos eram descobertos, lado a lado com os 
avanços alcançados pela tecnologia. 
A observação e a experimentação tomavam as marcas distintivas da ciência, 
seguidas de perto pela medição. Só era considerado Científico aquilo que pudesse ser 
mensurado. A Física, então conhecida como Filosofia Natural, serviu de modelo 
orientador para os estudos psicológicos. O físico inglês Robert Boyle, o astrônomo 
alemão Johannes Kepler e o filósofo francês René Descartes reafirmam o modelo 
mecanicista, que traz em si a ideia do determinismo (todo ato é determinado por eventos 
passados). Do determinismo decorre naturalmente a previsibilidade dos fenômenos, e isso 
autoriza os cientistas a adotarem o reducionismo como método de análise característico 
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27 
de todas as ciências em desenvolvimento, inclusive a nova Psicologia. Sugestão: Pesquise 
um pouco mais sobre Mecanismo; Determinismo e Reducionismo. 
PRIMEIRAS ABORDAGENS TEÓRICAS DA PSICOLOGIA MODERNA 
 Vimos que, a partir do século XVII, o mundo se organizava em torno de novas 
concepções, novos valores, um novo paradigma. Fácil perceber que uma nova Psicologia 
também estava sendo germinada, e que para ser reconhecida e instituída teria que adotar 
os mesmos métodos utilizados para o estudo do universo físico, para explorar, estudar e 
prever os processos e o comportamento humano. Esses métodos, considerados eficazes, 
eram experimentais e quantitativos. 
Para refletir... 
Você vê possibilidades de se estudar a variedade de comportamentos de crianças 
na escola apenas por métodos quantitativos? Ao longo da história, o conhecimento até 
então obtido por esses métodos, os conceitos, a visão que se tinha das coisas, os dogmas 
filosóficos e teológicos do passado que vinculavam a ciência passaram a ser questionados, 
gerando um processo de mudança que vai dar lugar ao domínio do empirismo. 
O Empirismo, diferente do racionalismo, afirma que todo conhecimento é 
adquirido pela percepção do mundo externo ou pelo exame da nossa atividade mental, 
reconhecendo a experiência como única fonte válida de conhecimento. A história da 
Psicologia se confunde nos seus primórdios com a Filosofia. Não se pode negar que 
diversos filósofos contribuíram na elaboração de questões que se fizeram muito 
importantes para esta mudança de paradigma. 
Dentre estes filósofos destaca-se a contribuição de René Descartes para o 
surgimento da Psicologia Científica, afastando-a dos dogmas teológicos e tradicionais 
rígidos que dominaram o conhecimento, especialmente na Idade Média. Dentre muitas, a 
maior contribuição de Descartes para a História da Psicologia Moderna foi a tentativa de 
resolver o problema corpo-mente que era uma questão controvertida e que perdurava 
desde o tempo de Platão, quando a maioria dos pensadores deixou de adotar uma visão 
monista (mente e corpo era uma só entidade) e adotaram essa visão dualista (mente e 
corpo eram de naturezas distintas). A visão dualista sobre a relação mente e corpo 
implicava numa outra questão: Saber qual é a relação entre mente e corpo. A mente e o 
corpo influenciam-se mutuamente ou só a mente influencia o corpo conforme se pensava 
até então? 
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28 
Descartes responde a essa questão com a Teoria do interacionismo mente-corpo, 
segundo a qual mente e corpo, apesar de serem duas entidades distintas, são capazes de 
exercer influências mútuas e interatuar no organismo humano. Ele concluiu que a razão 
mediava todas as relações objeto/sujeito, e só através dela é que se pode chegar à verdade 
sobre as coisas. Fez severa crítica ao sensualismo, afirmando que os sentidos poderiam 
enganar. Descartes fez uma passagem pela história da Psicologia que fica inscrita. Após 
ele, a ciência moderna e a Psicologia se desenvolveram rapidamente e em meados do 
século XIX opensamento europeu foi impregnado por um novo espírito: o Positivismo. 
Agora responda: Quem é o pai do Positivismo? 
Dica: Este filósofo se limitou apenas a fatos cuja verdade estava acima de 
qualquer suspeita, ou seja, que poderiam ser comprovados cientificamente, que poderiam 
ser observados e eram indiscutíveis. Já sabe? 
Você sabia que... Nos alicerces filosóficos de uma nova Psicologia estavam o 
Positivismo, o Materialismo e o Empirismo e daí tinha-se um panorama de idéias onde se 
entendia que os fenômenos psicológicos eram constituídos de provas factuais, 
observacionais e quantitativas, e eram sempre baseados na experiência sensorial. Por 
muito tempo, a Psicologia tinha sido considerada puramente mecanicista. Posteriormente, 
o espírito materialista gerou ideias de que a consciência poderia ser explicada através e
em termos da Física e da Química e os pesquisadores se concentraram na estrutura 
anatômica e fisiológica do cérebro. 
Sugestão: PESQUISE UM POUCO MAIS SOBRE POSITIVISMO; 
MATERIALISMO E EMPIRISMO. 
A Origem da Psicologia Científica Ainda tentando contextualizar essa evolução 
histórica da Psicologia, você não pode desconsiderar que, como todos os acontecimentos 
humanos, a constituição do referencial científico esteve, como está, diretamente 
correlacionada com as necessidades da humanidade. Também é natural conceber que, 
subjacente à ordem econômica e social, está sempre um sistema de pensamento, de 
valores e assim, contemporâneo ao surgimento e desenvolvimento da ciência, 
desenvolvia-se um novo sistema de pensamento, que poderia ser sintetizado assim: -o 
homem passou a ser concebido como um ser livre, capaz de construir seu futuro; 
-os dogmas da Igreja foram questionados;
-o conhecimento tornou-se independente da fé; -a racionalidade do homem
apareceu, então, como a grande possibilidade de construção do conhecimento. Estavam 
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dadas as condições materiais para o desenvolvimento da ciência moderna. As ideias 
dominantes no panorama da ciência moderna podem ser assim traduzidas: 
-o conhecimento é fruto da razão;
-a possibilidade de desvendar a Natureza e suas leis pela observação rigorosa e
objetiva; 
-a busca de um método rigoroso, que possibilitasse a observação para a
descoberta dessas leis; 
-a necessidade (decorrente) de os homens construírem novas formas de produzir
o conhecimento. Ouvindo falar tanto em ciência você deve estar a se perguntar o que isso
tem a ver com a Psicologia. 
Em verdade, a Psicologia científica como tal não escapa das influências desse 
movimento histórico da ciência em geral. Especificamente, algumas descobertas no 
campo da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia são bastantes relevantes para o 
avanço da própria Psicologia científica. 
A participação decisiva de Wilhelm Wundt ao desenvolver a noção do 
paralelismo psicofísico, criar o método do introspeccionismo e, na Alemanha, na 
Universidade de Leipzig, o primeiro laboratório de Psicofisiologia, o que lhe fez merecer 
o título de Pai da Psicologia Científica. Por quê?
Porque é ele quem, nos primeiros anos da evolução da Psicologia como 
disciplina científica distinta, influencia essa nova ciência e determina seu objeto de 
estudo, seu método de pesquisa, os tópicos a serem estudados e seus objetivos. O berço 
da Psicologia Científica é, portanto, a Alemanha do final do século XIX. A Psicologia 
científica nasce quando, no século XIX, Wundt preconiza a Psicologia “sem alma” e passa 
a ligar-se às especialidades da Medicina, adotando o método de investigação das ciências 
naturais como critério rigoroso de construção do conhecimento. Já vimos que a Psicologia 
Científica vai se libertando da Filosofia, e isso se dá à medida que define seu objeto de 
estudo, delimita seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas do conhecimento, 
formula métodos de estudo próprios para seu objeto próprio de estudo e formula teorias, 
que vão constituir um corpo consistente de conhecimento, com autonomia metodológica, 
e assim galga o estatuto de Ciência. 
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30 
O Funcionalismo pode ser considerado a primeira sistematização de 
conhecimentos em Psicologia, uma Psicologia que por ser construída numa sociedade 
pragmática, está voltada para seu desenvolvimento econômico, e preocupa-se em 
responder “o que fazem os homens” e “por que o fazem”. 
Os estudos funcionalistas elegeram a consciência como o centro de suas 
preocupações e traçaram como objetivo a busca pela compreensão de seu funcionamento. 
O Estruturalismo - é um sistema de pensamento que também se volta para a compreensão 
do mesmo fenômeno que o Funcionalismo: a consciência. Mas, Titchner propõe, contudo, 
que se estude a consciência em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares 
da consciência tomados como estruturas do sistema nervoso central, adotando o mesmo 
método de observação de Wundt, o introspeccionismo. Ainda é uma noção estruturalista 
a de que todos os conhecimentos psicológicos são eminentemente experimentais, 
produzidos em pesquisas de laboratório. Edward L. Thorndike Principal representante da 
escola associacionista, foi o responsável pela formulação da primeira teoria de 
aprendizagem na Psicologia. Sua produção de conhecimento se dava em torno da visão 
de utilidade deste conhecimento, muito mais do que por questões filosóficas, como 
sempre ocorrera na Psicologia. 
O termo associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá 
por um processo de associação das ideias — das mais simples às mais complexas, de 
modo que a aprendizagem de um conteúdo complexo, requer primeiro o aprendizado de 
ideias mais simples, que estariam associadas àquele conteúdo. 
Thorndike ainda formulou também a Lei do Efeito, que viria a ser de grande 
utilidade para a Psicologia Comportamentalista e de acordo com a qual, todo 
comportamento de um organismo vivo (um homem, um rato etc.) tende a se repetir, se 
for recompensado (efeito) assim que emitir o comportamento. Por outro lado, o 
comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após sua 
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ocorrência. Pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas situações com outras 
semelhantes, generalizando essa aprendizagem para o contexto maior da vida. 
As três escolas — Associacionismo, Estruturalismo e Funcionalismo — da 
Psicologia Científica constituíram-se em matrizes para o desenvolvimento de outras 
abordagens teóricas, no século XX, dentre as quais as três mais importantes são: o 
Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise que nós vamos conhecer mais, em breve. Por ora, 
importa a você saber desde já: O Behaviorismo É uma teoria também conhecida como 
Teoria S-R (Estímulo-Resposta), nasceu com John Watson, psicólogo americano, e teve 
um desenvolvimento grande nos Estados Unidos, em razão de sua aplicabilidade prática. 
Sua contribuição mais importante foi à definição do fato psicológico, de modo concreto, 
a partir da noção de comportamento (behavior). Essa tendência teórica, por esse motivo, 
foi designada como Behaviorismo, ou também, Comportamentalismo, Teoria 
Comportamental, Análise Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento. 
Atualmente, entende-se o comportamento como uma interação entre aquilo que o sujeito 
faz e o ambiente, ou seja, o comportamento não é mais visto como uma ação isolada. As 
interações entre o ambiente (as estimulações) e as ações do indivíduo (suas respostas), 
são objetos de estudo do Behaviorismo. 
O mais importante dos behavioristas que sucederam Watson foi B. F. Skinner 
(1904-1990), cuja produção teórica tem, até hoje, influenciado muito a Psicologia 
americana e a Psicologia dos países onde está tem grande penetração, como o Brasil. 
Conhecida por BEHAVIORISMO RADICAL, termo cunhado pelo próprio Skinner, em 
1945, para designar uma filosofiada Ciência do Comportamento (que ele se propôs 
defender) por meio da Análise Experimental do Comportamento, tem sua base teórico-
conceitual na formulação do comportamento operante. O Condicionamento operante é a 
modificação do comportamento (reações e ações de do ser humano), através do controle 
das consequências que se seguem a um determinado comportamento. 
A Gestalt Diferentemente do Behaviorismo, tem seu berço na Europa, onde 
surge para negar e combater a fragmentação das ações e processos humanos, nos estudos 
realizados pelas tendências da Psicologia científica do século XIX. Teve como postulado 
principal a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade, e é a tendência 
teórica do século XX mais ligada à Filosofia, além de se apresentar como uma das 
tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Tem na noção de 
percepção o ponto de partida e também um dos temas centrais de suas investigações e 
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32 
postulações teóricas. A forma como o indivíduo percebe os processos, são dados 
importantes para a compreensão do comportamento humano. Defende a ideia de que o 
comportamento deve ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em 
consideração as condições que alteram a percepção do sujeito. Saiba mais... Gestalt é um 
termo alemão de difícil tradução em nossa língua, na qual o termo mais próximo seria 
forma ou configuração. Esses termos, entretanto, não são empregados por não 
corresponderem exatamente ao seu real significado em Psicologia. Max Wertheimer 
(1880-1943), Wolfgang Kôhler (1887-1967) e Kurt Koffka(1886-1941), são 
representantes de peso desta teoria. Eles se ocuparam em seus estudos de tentar 
compreender quais os processos psicológicos envolvidos na percepção. 
A Psicanálise 
É uma teoria nascida do trabalho de Sigmund Freud (1856- 1939), na Áustria, a 
partir de sua prática médico-clínica, e traz para a Psicologia uma grande contribuição que 
consiste em ter recuperado a importância da afetividade. Tem como grande inovação a 
elaboração do conceito de inconsciente, tomado como seu objeto de estudo, e a descoberta 
da sexualidade infantil, rompendo assim com a tradição da Psicologia, até então definida 
como a ciência da consciência e da razão. Continuando seus estudos, FREUD formula A 
Segunda Teoria do Aparelho Psíquico, introduzindo os conceitos de ID, EGO e 
SUPEREGO, referindo-se aos três sistemas da personalidade. 
Você sabia que... Hoje a prática psicanalítica avança além dos limites do 
consultório clínico, constituindo-se, em verdade, num discurso que pode evidenciar-se na 
prática terapêutica, de orientação, de aconselhamento educacional, formação de 
professores, psicopedagogos etc., bem como de estudo, análise e compreensão da 
realidade social, como também de intervenção nas organizações sociais? O termo 
Psicanálise também é usado para referir-se a um método de investigação e uma prática 
profissional. Por fim, perfazendo a linha histórica de evolução da Psicologia científica, 
temos evidente que no panorama atual da Psicologia, várias e diversificadas abordagens 
psicológicas têm espaço, como frutos de questionamento, reelaboração e evolução das 
matrizes teóricas da Psicologia: o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise. Assim, 
sinteticamente teríamos: 1 - Do Behaviorismo, o surgimento das abordagens do 
Behaviorismo Radical (B. F. Skinner) e do Behaviorismo Cognitivista (A. Bandura e, 
atualmente, K. Hawton e A. Beck). 2 - O quase desaparecimento da Gestalt, enquanto 
teoria psicofisiológica. Entretanto, a tradição filosófica que a fundamenta — a 
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Fenomenologia — avançou por caminhos diferentes, dentre eles o de associar-se ao 
campo da Psicologia Existencialista, configurando contemporaneamente uma vertente da 
Psicologia que se volta para discutir as bases da consciência através dos ensinamentos de 
Jean Paul Sartre. 
3 - Da Psicanálise originaram-se inúmeras abordagens, como a Psicologia 
Analítica (Cari G.Jung) e a Reichiana(W. Reich) — dissidências que construíram corpos 
próprios de conhecimento; e a Psicanálise Kleiniana (MelanieKlein) e a Psicanálise 
Lacaniana (J. Lacan), que deram continuidade à teoria freudiana. 4 - Na Psicanálise, a 
história do sujeito é singular e cada palavra, expressão ou simbológica, tem um 
significado único que diz respeito a história pessoal de cada um. 
Psicologia da Educação: origem e evolução histórica 
Após essa visão panorâmica da Psicologia Científica, campo de onde se 
especializa a Psicologia da Educação, iremos falar sobre esse âmbito ou área de atuação 
que assim se intitula: a Psicologia da Educação. Como você acha que surgiu a Psicologia 
da Educação? 
Vejamos: Como resultado natural do esforço empreendido por muitos 
psicólogos e pedagogos, interessados em aplicar o conhecimento, os princípios, as 
explicações e os métodos da Psicologia, sobre um campo particularmente importante e 
controvertido, o campo das práticas educativas em geral e, em particular, da educação 
escolar, a Psicologia da Educação foi se delineando como campo específico e 
individualizado da Psicologia científica. Assim, parece lógico que como fruto do trabalho 
de psicólogos e pedagogos, a história da origem e da evolução da Psicologia da Educação 
confunde-se com a história da própria Psicologia científica, por um lado, e com a 
evolução do pensamento educativo, por outro. 
Vejamos: Até o final do século XIX as relações entre Psicologia e Educação 
eram mediadas pela Filosofia, não se podendo falar de uma Psicologia da Educação, pelo 
menos até os idos de 1890. Nessa época, a teoria educativa vigente era a das faculdades 
ou funções cognitivas. Talvez você não saiba, mas remonta a essa época e a esse fato a 
justificativa para o emprego do método da disciplina formal, que, orientado pela principal 
finalidade de exercitar as faculdades humanas dos alunos - inteligência, memória, 
raciocínio, atenção, concentração, imaginação etc. - priorizou os conteúdos. Você já viu 
que no século XIX, a Psicologia começa a se distanciar e a ganhar autonomia da Filosofia. 
Em síntese, era do âmbito investigativo da Psicologia da Educação o conhecimento 
sobre 
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a criança que a Ciência produzira, de modo que as diferenças individuais pudessem ser 
reconhecidas, estudadas e consideradas na análise dos processos de ensino aprendizagem, 
e para, além disso, ainda importava elaborar testes psicológicos que se prestassem como 
instrumentos de medição, de quantificação dessas diferenças. 
Ora, o mesmo ocorre com a teoria educativa, que passou a buscar uma 
fundamentação científica para si mesma. Esse é o contexto de nascimento da Psicologia 
da Educação, cronologicamente em torno da primeira década do século XX. Uma área 
historicamente recente, portanto. Todas as abordagens investigativas da Psicologia são 
consideradas potencialmente úteis para a educação. 
A Psicologia da Educação se delineia e caracteriza como uma área para onde 
convergem interesses e questionamentos sobre a aprendizagem e tudo quanto 
correlacionado, direta ou indiretamente, à problemática educativa e escolar. Contudo, três 
campos de interesse se sobressaem, constituindo-se no núcleo da Psicologia da Educação: 
-o estudo e a mensuração das diferenças individuais, bem como as mudanças de
comportamento do sujeito, vinculados a sua participação em situações educativas; 
-a análise dos processos de aprendizagem, desenvolvimento e socialização;
-desenvolvimento infantil. Natureza, dimensão epistemológica, fundamentos
científicos, objetos de estudo e conteúdo da Psicologia da Educação Pela sua própria 
natureza e origem, híbridas, os especialistas da Psicologia da Educação giram em torno 
de divergências quanto às considerações sobre sua autonomia epistemológica. 
Existem basicamente três correntes ou posicionamentos,a esse respeito: 
1. a Psicologia da Educação é entendida como mera etiqueta de designação para
o corpo de explicações e princípios psicológicos pertinentes e relevantes à educação e ao
ensino, não tendo autonomia didática. Essa corrente de especialistas entende que 
“Psicologia da Educação” é apenas a terminologia empregada para designar o corpo de 
princípios e explicações alcançados pela Psicologia, decorrente de uma seleção de 
conceitos próprios de outros segmentos do saber psicológico, como a Psicologia da 
Aprendizagem, do Desenvolvimento etc., aplicáveis à situação educativa; 
2. a Psicologia da Educação é entendida como uma disciplina com autonomia
científica e didática, uma vez que tem já determinados objetivos e conteúdo, bem como 
programas de pesquisa próprios, e realiza contribuições originais e significativas para a 
situação educativa, extrapolando a mera aplicação dos princípios psicológicos aos 
fenômenos educativos; 
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3. a Psicologia da Educação é entendida como uma “disciplina ponte”, com um
objeto de estudo, alguns métodos, marcos teóricos e conceitos próprios, caracterizando-
se como uma disciplina de natureza aplicada. 
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REFERÊNCIAS 
CARVALHO, D, D. A Psicologia frente a educação e o trabalho docente. Psicologia em 
Estudo, v. 7, n. 1, p. 51-60, 2002. 
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COLL, C. S.; MESTRES, M. M.; GOÑI, J. O.; GALLART, I. S. Psicologia da educação. 
Porto Alegre: Artmed, 1999. 
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MEIRA, M. E. M. Psicologia escolar: pensamento crítico e práticas profissionais. In: 
TANAMACHI, E. R.; PROENÇA, M.; ROCHA, M. (Org.). Psicologia e educação: desafios 
teórico-práticos. 1. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. 
PILETTI, N. Psicologia educacional. São Paulo: Ática, 1984. 
RAGONESI, M. E. M. M. Psicologia escolar: pensamento crítico e práticas profissionais. 1997. 
Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997. 
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